Cultura & Arte 2009 - Abr-12

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Umuarama, domingo, 12 de abril de 2009

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Considerações sobre a Páscoa Hoje é o dia da festa considerada a mais importante do calendário cristão, a Páscoa. A data definida e oficializada pelo Concílio de Nicéia em 325 d.C., celebra a ressurreição de Jesus Cristo após ser martirizado e crucificado, numa história conhecida por todos, que já foi alvo de dezenas de livros e filmes. Filmes que, inclusive, lotaram a grade de programação de vários canais de televisão durante essa Semana Santa, só não viu quem não ligou a TV. Quem acompanha nossa página sabe que a celebração da Páscoa está intimamente ligada à invenção do Carnaval. Afinal o Carnaval era a ultima chance de uma boa festa antes dos quarenta dias de jejum e meditação da Quaresma, que por sua vez é a preparação pra celebrar a Paixão de Cristo feito um verdadeiro cristão, puro e limpo de paixões, o oposto do Carnaval, a despedida dos prazeres da carne. Segundo os Evangelhos, os eventos da Paixão de Cristo coincidiram com as celebrações do

Pessach. Também chamada de Páscoa Judaica, a festa comemorava a libertação do povo judaico do cativeiro egípcio, fato também conhecido como Êxodo. A palavra Pessach deriva de uma palavra hebraica que significa ‘a passagem do anjo exterminador’, que passou pelo Egito e matou todos os primogênitos do reino, sendo poupadas as habitações dos israelitas, cujas portas tinham sido aspergidas com sangue de cordeiro, o que significava a aliança entre o povo de Israel e Deus. Por conta da história do Êxodo e do Anjo Exterminador, é costume do Pessach a imolação de um cordeiro em nome do Deus de Israel. Naquele ano, conforme citam vários Evangelistas, o cordeiro foi Jesus Cristo, que com seu sacrifício supremo, sozinho, redimiu todos os pecados da humanidade. Acreditam que Deus designou a morte de seu filho exatamente no dia da Páscoa judaica para conectar a antiga aliança, no sangue do cordeiro imolado, com a nova aliança, no sangue do próprio Jesus imolado. “Eis o Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo” (João, 1:29). É muito interessante perceber as várias relações entre as últimas atitudes de Cristo com a liturgia do Pessach Judeu, muitas vezes até encarnando símbolos dessa celebração, como na história do cordeiro. A Santa Ceia que Jesus Cristo fez com os doze apóstolos é considerada, geralmente, como um jantar

cerimonial desta festa judaica e é chamada de Seder de Pessach. E foi também na Santa Ceia da Páscoa Judaica que Cristo estabeleceu ritual da Eucaristia, o grande mistério da fé cristã, dividindo o pão e o vinho entre ele e seus confrades, sendo o pão símbolo de seu corpo e o vinho de seu sangue. Com a expansão da Igreja Católica muitos costumes foram sendo incorporados à simbologia Pascal. Os ovos de páscoa, por exemplo, são um costume pagão bem antigo e difundido em celebrações de vários povos, do oriente ao ocidente, no qual trocavam-se ovos de galinha, pintados ou não (dependia da região), símbolos da fertilidade e do início da vida. Faziam isso para comemorar o início da primavera (hemisfério-norte) e o fim do inverno, ou seja, o ressurgimento da vida,

em outras palavras: a Ressurreição. Os ovos chocolate apareceram somente no séc. XVIII, através da mente criativa dos franceses que resolveram utilizar o produto, que era a novidade mais badalada na Europa da época. A idéia de usar coelhos apareceu no mesmo período do que ovos de chocolate, em virtude da sua grande capacidade de reprodução. Mas deixando os chocolates e costumes de lado, o que mais me faz gostar da Páscoa, e de muitas outras datas comemorativas, são as reflexões que elas trazem. Toda a Semana Santa e suas celebrações, são ótimo exercício filosófico sobre a dualidade das coisas, conceito tão presente na simbologia do período: o corpo e o espírito; a vida e a morte; o sofrimento e a redenção, e outras tantas. Ela também traz a prova histórica de que muitas vezes as

massas populares, além de burras, não confiáveis e muito perigosas, pois suas vontades mudam de rumo como folhas ao vento e não há quem consiga domar a turba. Veja que a mesma multidão que aclamou Jesus como Rei e Salvador no Domingo de Ramos, estava gritando “crucifica-o” em frente a Pôncio Pilatus menos de uma semana depois. Acharam mais interessante crucificar Jesus pelo incomodo que suas palavras causavam, do que punir Barrabás, o assassino que ganhou a liberdade em troca da condenação de Cristo. Vontade Divina ou não, Jesus morreu como um criminoso, entre dois ladrões, condenado pelo seu próprio povo, depois de sofrer bastante. O povo jogou a culpa sobre Judas, o delator, e resolveu seu o problema de culpa coletiva. A Judas cabe ser malhado e queimado

como traidor ano após ano, como se ele, sozinho tivesse julgado e condenado Cristo, cujo maior crime foi acreditar em coisas que ninguém queria ou não estava preparado pra ver. É interessante como nós matamos Cristo e não nos damos conta disso. E continuamos a matálo diariamente, quando nos negamos em acreditar num mundo melhor, que nos cobra um pouco mais de atenção e amor no trato diário. Matamos Cristo quando escolhemos o atalho, o gratuito, a ignorância; quando negamos o seu exemplo de empatia, de dedicação a um ideal - divino ou pessoal, não importa. Será que teremos que crucificar mais alguém pra ficha cair? Talvez nos crucificar a nós mesmos ou nossas liberdades, ou algo assim. Quem sabe o maior exemplo de Cristo - seja ele um santo ou um grande sábio, ou os dois - é o seguinte : “Não importa quanto custe, não desista de melhorar o mundo”. Quem sabe esta seja a chave para o tão famoso Paraíso. Fica a reflexão. Feliz Páscoa.

Circo + Teatro = Sorrisos Garantidos A atriz e dramaturga Ana Maria Valério é conhecida por ter coordenado o premiado Grupo Identidade Teatral de Umuarama até o fim do ano passado. Apesar de residir atualmente em Curitiba, capital do nosso estado, ela está de volta à Umuarama para ministrar o curso: Circo para Teatro, no qual demonstra e ensina a aplicação de elementos circenses na produção de espetáculos teatrais. Com turmas infantis e adultas, os encontros serão realizados à partir de segunda-feira, 13 de abril e se estenderão até a quarta-feira, dia 16. As inscrições podem ser feitas até segunda-feira no horário de atendimento da Fundação Cultural, cujo telefone para mais detalhes e inscrições é: (44) 3906-1120.

De corpo presente. Depois de balançar o coração e o esqueleto dos paulistanos e Curitibanos, Nevilton está de novo em Umuarama, mas suas músicas estão rodando o Brasil. Já se pode ouvir as canções dos garotos tocando no programa Trip Eldorado, na rádio Eldorado de São Paulo e no podcast Rádio DoSol, de Natal, no Rio Grande do Norte. E tem mais, nas resenhas publicadas em sites especializados, como o Curitiba Rock Blog MTV e o Scream & Yell, sobre sua apresentação mais recente, em Curitiba, o trio vem sendo destacado como uma grande e feliz surpresa do rock independente nacional. Para ouvir os programas de rádio e ler as resenhas na íntegra, e só acessar: www.nevilton.com.br . E tem mais boas notícias chegando por aí, mas vou fazer mais um pouco de suspense.

QUEM LÊ ESCREVE Sabe de alguma história, lenda, acontecimento curioso com personagens reais ou fictícios de Umuarama ou qualquer outra cidade da região? Envie sua história pelo e-mail do Cultura & Arte ([email protected]) ou pelo correio, para o endereço da redação do Umuarama Ilustrado. As histórias serão todas lidas e, se aprovadas, publicadas nesta página com a autorização do remetente. Não existe prazo final para o envio. Ajude a preservar nossa memória!

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