Cultura E Arte - Out-19.pdf

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Umuarama, domingo, 19 de outubro de 2008

CRÔNICA POR

QUE

15

Um belo dia, lá na Pré-história, alguém foi designado para ensinar alguns macetes da vida para os mais novos, enquanto os outros da tribo cuidavam da sobrevivência do grupo. Certamente eram os mais velhos e experientes os encarregados do serviço. Já se nota que a necessidade de um mestre foi percebida por nós desde quando “male má” pensávamos direito. Então a coisa foi evoluindo, mas o ofício de mestre era originalmente passado aos mais velhos e/ou experientes. Hoje as coisas não funcionam mais assim, mas ao menos supõe-se que uma faculdade ou especialização habilite o sujeito. E mesmo assim ainda enfrentamos um certo despreparo e ausência de autoridade da figura do professor, uma boa explicação para a falta de prioridade que o pessoal tem pelo ensino em suas vidas. Tudo bem, não vou discordar com o pessoal que acredita que quanto mais ignorante se é sobre o mundo, mais feliz se vive, ou alguém já viu um bicho livre na natureza com problemas psicológicos; os que apresentam esse tipo de distúrbio são os que estão envolvidos conosco, do estilo cachorro de madame ou leão de zoológico naquelas jaulas minúsculas. Enfim, o que interessa é que dia 15 de Outubro, quarta-feira que passou, foi o Dia dos Professores, data que usamos pra agradecer, parabenizar, homenagear e, enfim, comemorar a existência dessas pessoas que nos transformaram em gente de verdade, ou ao menos tentaram. E todos sabemos que para qualquer trabalho, emprego ou atividade que se queira exercer, você depende, antes de tudo, de um professor. Não existe emprego onde não se precise ler, escrever, falar ou ao menos pensar direito. Que os acadêmicos da área filosofem sobre o papel do educador ou o que anda dificultando a transmissão do conhecimento. A minha questão de hoje é: “Por que homenageamos os professores no dia 15 de Outubro?”. Você também se pergunta isso? Então vamos lá! O dia 15 de Outubro é um dia consagrado à Santa Tereza D’Ávila, que juntamente com São João da Cruz, em 1593, criou a

DE

OUTUBRO?

Ordem dos Carmelitas Descalços. Mas a primeira referência relativa à educação, nos remete ao dia 15 de Outubro de 1827 quando o Imperador D. Pedro I, através de um DecretoLei Imperial, criou o Ensino Elementar no Brasil. Eu fico até entusiasmado em ver que já se passaram 181 anos, várias mudanças e a coisa ainda não funciona bem. A íntegra do decreto tem bastante coisa interessante, semana que vem seleciono umas partes boas dele pra publicar aqui. Entretanto foi só no ano de 1947, que aconteceu a primeira comemoração em homenagem ao professor. A data começou a ser comemorada numa escola da Rua Augusta de São Paulo, na altura do número 1520, onde havia o Ginásio Caetano de Campos. O motivo para o “dia de folga” foi a longa duração do período letivo do segundo semestre do ano, que ia de 1o de julho a 15 de dezembro, com apenas 10 dias de feriado. Então o professor Salomão Becker sugeriu aos colegas a data de 15 de Outubro, pois em sua cidade natal era a data na qual pais, alunos e professores levavam quitutes para a escola, afim de uma pequena confraternização em homenagem à data da criação oficial do Ensino ElementarnoBrasil.Assim,amoda pegou e foi se espalhando pelo País, até que em 14 de Outubro de 1967, o Decreto Federal 52.682, oficializa o feriado. Tal decreto ainda definia a essência e a razão do feriado: “Para comemorar condignamenteoDiadoProfessor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias”. E foi assim, pra dar aquela respiradinha no segundo semestre, que nasceu o Dia do Professor. Eu não poderia perder a chance de dizer aos meus professores e mestres que, se hoje eu posso ler, escrever,tirarasminhasconclusões a respeito do mundo e me manter vivo, foi graças a paciência e perseverança de vocês. Todas as vezes que esquento a massa cinzenta vocês estão comigo e, mesmojátendopassadoodiaoficial da homenagem, sem citar nomes (queeulembrosim!),euosagradeço a todos, de coração.

100 anos de Cartola Angenor de Oliveira nasceu em 11deOutubrode1908ecompletaria100 anos neste sábado que passou, mas morreuaos72anos,em19deNovembro de 1980 por causa de um câncer na garganta.Eleteriasimplesmentemorrido e se juntado ao clube dos “qualquer um” senãotivesse,emvida,sidoimortalizado pela sua grande obra musical e pelo apelido Cartola. Cartola foi um dos maiores compositores e poetas do samba nacional. Sempre muito pobre e sofrendo as mais variadas dificuldades, os seus sambas traziam o lirismo do morro de uma forma jamais vista. Letras sinceras, com uma linguagem muito bem trabalhada e uma carga poética muito forte para alguém com apenas o primário completo, além de harmonias muito bem trabalhadas e altamente cantaroláveis. Quem não se lembra do famoso samba “O Sol Nascerá”, regravado mais de 600 vezes (de verdade), que diz: “A sorrir eu pretendo levar a vida, pois chorando eu vi a mocidade perdida”; ou ainda das belíssimas “As Rosas Não Falam” e “A Vida é Um Moinho”, que dispensam até citação da letra.

Além de grande sambista (compôs sozinho ou acompanhado mais de 500 canções) Cartola não só fundou a famosa escola de samba Estação Primeira de Mangueira, como escolheu as cores verde e rosa que a identificam. E como membro da velha guarda da mangueira ajudou a compor muitos dos primeiros sambas enredo da escola. A vida de Angenor “Cartola”, e suas aventuras podem ser acompanhadas no documentário Cartola - Música Para Os Olhos, de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda, lançado em 2007. O documentário expõe o expectador ao universo do compositor e suas referências. O morro da mangueira, as mulheres, os parceiros do samba e os movimentos culturais e políticos que traziam e levavam Cartola do morro para o mundo e vice-versa. Sua filmografia ainda conta com o filme Ganga Zumba, de Cacá Diegues, gravado 1963, no qual Angenor tem um pequeno papel e sua linda apresentação de 1974, na TV Cultura, no programa Ensaio de Fernando Faro, pode ser assistida no DVD MPB Especial - Cartola,

Sexo: feminino. Descrição: cabelos roxos compridos, roupas pretas, tatuagens e vários brincos. Idade: 56 anos. Quem é ela??? Uma roqueira desvairada e rebelde?! Errado. Esta é Baby do Brasil, ex-integrante do grupo “Novos Baianos”. Agora, uma pastora evangélica.

Da água para o vinho

lançado em 2007. Apesar de ter os seus sambas gravados e regravados exaustivamente por vários intérpretes da MPB, a discografia de Cartola é pequena se considerarmos os discos nos quais ele mesmo canta sua músicas: Cartola (1974); Cartola (1976); Verde Que Te Quero Rosa

(1977); Cartola 70 Anos (1978) e o póstumo Cartola Ao Vivo (1982). Mas é só ouvindo e vendo o trabalho deste mestre poeta-sambista brasileiroéquepodemosconcordarsem titubearcomafrasedeNelsonSargento, umdeseusparceirosdesamba:“Cartola não existiu, foi um sonho que a gente teve”. Saravá, Cartola!

Por Ane Pacola

Como vocês sabem, Baby do Brasil (ex-Consuelo) já foi hippie, pregava o amor livre e fazia músicas, digamos, adiantas às de sua época. Os anos se passaram e aqui está ela totalmente mudada em seu interior, como ela mesma diz. De tão mudada, dizendo ter visto, várias vezes, sinais “gloriosos”, agora ela embarca como líder de um grupo religioso, ou, como quiserem, um novo culto denominado “Ministério do Espírito Santo de Deus em Nome do Senhor Jesus Cristo”, que já vem “salvando as almas perdidas” (que ela exemplifica como punks, skatistas e gays), há três anos. Depois do milagre da multiplicação dos filhos (com nomes bem esquisitos, diga-se de passagem), a telúrica cósmica renova a fé fazendo aleijado andar e cego enxergar durante os cultos. O “Ministério do Espírito Santo em Nome do Senhor Jesus Cristo” foi fundado por Baby, depois que seu último CD não emplacou nem nas paradas de ônibus. Há algum tempo, Baby fez a seguinte declaração: “Há poucos dias, estava cantando um louvor com a banda e entrou um senhor numa cadeira de rodas. Quando olhei para ele, senti que ia curar. O pastor foi orar com ele, e eu continuava louvando. De repente, ele levantou e andou”. Segundo Baby, essa não foi a única vez que fiéis se curaram enquanto sua banda tocava. “Um dia, estava numa igreja e, quando o culto acabou, ouvi uma voz: ‘Volte a louvar’. Continuei o louvor, e minutos depois uma senhora de 75 anos, que estava acompanhada dos netos, levantou e começou a gritar: ‘Estou enxergando, estou enxergando’”, relatou a cantora. Baby é um exemplo claro de boa parte da população que muda de crença, seja por problemas na família, financeiros, falta de “afinidade” com a religião ou crença que já freqüenta, entre outros motivos aparentemente inexplicáveis. No caso de Baby, que já passou por muitas, desde a filosofia hippie até aos ensinamentos do guru Thomas Green Morton (que divulgava o poder mágico da palavra Rá e dizia entortar talheres com a força da mente e fazer luzes surgirem do nada), vejo quão incompreensível é a velocidade de não

permanecer ou acreditar em uma crença. Não se trata de o que há de certo ou de errado em trocar de religião, mas é curioso o fato de algumas pessoas dizerem “mudar de vida”, de uma hora para a outra, acreditando obterem poderes divinos ao encontrarem Jesus. Não que todas que digam isso sejam desorientadas, mas estas coisas colocam em “xeque” a fé que o indivíduo diz ter, como é o caso da “ex-Nova Baiana”. Depois de tanto mudar e dizer milhões de vezes na mídia que finalmente encontrou Jesus, ela “surtou de vez” e resolveu, sem mais nem menos, montar uma igreja sem ter feito nenhuma especialização (nenhum curso teológico) para poder “liderar um rebanho”. E não é só isso... Baby diz conseguir ressuscitar mortos, lutar contra o demônio (ela diz que é ele quem está por traz das crises e tragédias que estão acontecendo nos Estados Unidos), e ainda diz “curar” homossexuais. E, é claro, como toda boa igreja, cobra o dízimo dos seus seguidores. Baby ainda mudou todas as letras de suas músicas e as “evangelizou” dizendo ter conseguido finalmente a paz espiritual. Mas será que o “finalmente” dessa vez é pra valer ou é mais um golpe de marketing para alavancar sua própria audiência?! É, porque, até bem pouco tempo atrás, ela só aparecia a cada seis meses nos programas de TV para dizer que mudou de religião, ou para dizer que não faz sexo há mais de cinco anos em respeito a Jesus. Acreditem, a ex-hippie não crê mais no amor carnal. A “popstora”, como prefere ser chamada, parece até a Gretchen que só aparece para dizer que largou, trocou de marido, fez um filme pornô ou se aproveita da imagem da filha recém assumida homossexual. É esperar pra ver, irmãos!

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