Umuarama, domingo, 21 de junho de 2009
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A NOVA BEATLEMANIA
Os instrumentos customizados do Beatles Rock Band. Durante os anos de 1960, quatro jovens músicos de Liverpool criaram o que foi a banda de rock mais criativa e bem sucedida da história, os Beatles. A Beatlemania foi um fenômeno social e cultural único, que perdura até hoje, quase 40 anos após o fim da banda que, durante sua existência oficial (do primeiro disco, em 1962 até o último, em 1970) criou novos parâmetros para o mercado da música Pop mundial, parâmetros que se segue até hoje. Fãs histéricas (e histéricos também), merchandise de banda e tudo mais que hoje é velho conhecido nosso foi primeiro experimentado por John, Paul, Ringo e George que, além de testar, expandiam o
alcance de suas armas. Enfim, desde essa época que todo mundo, músico ou não, sonha ser um Beatle. Finalmente é chegada a hora de realizar esse sonho tão antigo. Já circulam nas publicações especializadas e pela internet a grande notícia musical do ano: o lançamento do jogo The Beatles : Rock Band. Pra quem não sabe o Rock Band é um jogo onde se pode tocar guitarra, baixo, bateria ou cantar com uma banda virtual. O jogador interage através de joysticks normais ou adaptados no formato dos instrumentos. Já houveram diversas edições do jogo, com músicas de várias bandas. Entretanto, a edição Beatle não poderia ser de outra
forma, senão inovadora, com direito a instrumentos no estilo Beatles! Será à partir do dia 09 de setembro de 2009, que você poderá se tornar um Beatle virtual e tocar as canções da banda no Cavern Club, no Shea Stadium, nos estúdios da Abbey Road e em diversos outros locais onde eles se apresentaram ao redor do mundo(realoudesonhospsicodélicos). Os vídeos promocionais do jogo mostram imagens caprichadas, e o realismo das feições e figurinos dos Fab 4 são cair o queixo. Pelo que me parece a equipe da Harmonix (empresa que fez o jogo) conseguiu captar e recriar com muita riqueza o universo de onde os Beatles buscavam sua inspiração. Inicialmente teremos
Que tal um Tchaikovsky? O mundo de hoje é rápido, tão rápido que cada vez mais estamos optando pelo descartável em todos os setores. Tudo o que consome mais do que alguns poucos minutos de nossas vidas é deixado de lado em detrimento de algo mais rápido e rasteiro. O que não vier na velocidade de uma busca do Google, ou de alguns cliques em qualquer maquininha, não vale ser esperado. E se for algo pra durar muito não parece muito interessante, a moda pode mudar e o bem se torna obsoleto. Nossa paciência e aptidão para degustar calma e pausadamente a vida estão morrendo. Não me espanta a quantidade de insônes, estressados e doentes psicossomáticos de nossa geração. Muitas vezes quando se fala em ouvir música clássica surgem comentários como: “Um tédio”, “Não tenho paciência, é muito demorado” e outros do tipo. Eu diria que a música clássica está para a música pop de hoje assim como a televisão de alta resolução está para uma analógica com antena quebrada. A profusão de notas, que muitas vezes assusta é como se fossem cores, muitas e muitas cores, colorindo cenas cheia de sentimentos, nuances e contrastes. Algumas podem ser retratos, outras histórias, como em qualquer tipo de música, mas a diferença com a clássica está no nível de detalhamento e no desafio lançado por esta à imaginação do ouvinte, isso transforma a audição da música clássica num exercício individualíssimo de criatividade e percepção que, como tudo no mundo, depende da qualidade do receptor. E foi em meio à essa correria toda que a Revista Bravo lança a belíssima (e baratíssima) coleção Grandes Compositores da Música Clássica, composto de 40 CD’s encartados num livreto cheio de informações sobre os tais grandes compositores. O repertório, selecionado pelo Maestro Roberto Minczuk, diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica Brasileira da Cidade do Rio de Janeiro, do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, da Filarmônica de Calgary, e diretor artístico do Festival
Internacional de Inverno de Campos do Jordão, acolhe ótimas músicas em grandes interpretações dos seguintes Gênios da Música: Beethoven, Tchaikovsky, Mozart, Vivaldi, Bach, Chopin, Ravel, Brahms, Haendel, VillaLobos, Bizet, Haydn, Família Strauss, Debussy, Schubert, Liszt, Verdi, Mendelssohn, Rachmaninov, Rossini, Holst, Wagner, Mahler, Dvorák, Schumann, Smetana, Berlioz, Richard Strauss, Puccini, Elgar, Weber, SaintSaëns, Paganini, Bruckner, Rimsky-Korsakov, Mussorgsky e Fauré. Não se preocupe caso você não conheça a maioria dos nomes acima, os CD’s da coleção vêm acompanhados de um livreto, preparado pelo próprio Minczuk, com a vida, a música, o contexto histórico e as curiosidades que cercam cada um desses grandes compositores. E tem também um “guia de audição”, com anotações sobre momentos específicos das músicas, onde se vale ressaltar o trabalho deste ou daquele instrumento ou a intenção do compositor, o que ajuda os ouvintes a aproveitarem as músicas ao máximo. Se você não conhece nada ou bem pouco sobre os compositores e suas músicas, essa é a chance para ser introduzido nesse novo mundo de som e cor. Desacelere a vida por alguns minutos e perceba os vários outros ritmos do universo, fora dessa correria do homem moderno. Se você já conhece o bastante, essa é a chance para atualizar-se. É uma chance de se envolver nas harmonias geniais dessas músicas imunes a modismos e conhecer os motivos e sentimentos nelas transmitidos. É uma chance boa, bonita e barata de presentear os tímpanos e o espírito com músicas tão belas que se tornaram imortais. Por isso corram pras bancas, porque o terceiro volume : Mozart já está lá! Os dois anteriores foram Beethoven e Tchaikovsky. O próximo é o Vivaldi. Para adquirir edições atrasadas, saber mais detalhes e ouvir as músicas da coleção, acesse http:// colecoes.abril.com.br/musicaclassica
QUEM LÊ ESCREVE Sabe de alguma história, lenda, acontecimento curioso com personagens reais ou fictícios de Umuarama ou qualquer outra cidade da região? Envie sua história pelo e-mail do Cultura & Arte (
[email protected]) ou pelo correio, para o endereço da redação do Umuarama Ilustrado. As histórias serão todas lidas e, se aprovadas, publicadas nesta página com a autorização do remetente. Não existe prazo final para o envio. Ajude a preservar nossa memória!
45 canções dos Beatles no jogo, mas que poderão ser expandidas graças a um outro lançamento, marcado para o mesmo dia. No mesmo dia 09.09.09, após 22 anos de uma longa espera, também será lançada toda a discografia Beatle, completamente remasterizada e em altíssima qualidade. Serão 14 discos que, em edição limitada conterão, cada um, um encarte contendo bilhetes digitalizados a partir de manuscritos dos músicos, com detalhes sobre as faixas gravadas, alem de um minidocumentário em vídeo sobre a produção de cada álbum. Após algum tempo os discos serão vendidos sem os adicionais, mas
mesmo assim ainda terão a fidelidade visual dos originais, lançados no Reino Unido durante os anos 60. E é toda a discografia remasterizada que estará disponível para download, para que seja adicionadaaoGuitarBand,possibilitando algo inédito até hoje: que um fã interaja com todo o cancioneiro de sua banda favorita, sem ter que optar pela pirataria e remunerando o artista. Num mundo onde os discos perderam espaço para os downloads gratuitos, os Beatles
fizeram o que vários outros artistas estavampensandoemfazer,masfizeram primeiro, num golpe só e com a excelênciaestéticaeartísticaquepermeia tudooqueelestocam. Revolucionaram o mundo da música outra vez. Para saber mais sobre a edição Beatle do jogo: http:// www.thebeatlesrockband.com/ ; ou sobre as outras edições : http:/ /www.rockband.com ; ou ainda sobre os Beatles: http:// www.thebeatles.com
Intrigante livro de Lois Lowry nos leva a questionar osvaloresdeumaidealizadasociedade. Por Caroline Guimarães Gil Imagine u m a sociedade f u t u r a perfeita: sem crimes, sem conflitos, com igualdade social. Porém u m a sociedade sem amor, desejo, vontades. Desprovida de cores, de c h u v a , tempestades, n e v e , sensações, memórias... É a partir deste cenário que a autora Lois Lowry enreda sua obra, intitulada “The Giver” ou “O Doador”. Intrigante e reflexivo, o livro narra à história de Jonas, um garoto que está prestes a completar 12 anos, e de acordo com a sociedade em que vive, é nesta época a qual o individuo recebe a determinada profissão, passando assim, por um processo rígido de treinamento. Por meio de uma “celebração dos 12 anos”, as crianças se encaminham para uma cerimônia a qual será “entregue” a devida carreira. A aventura inicia-se quando o pequeno Jonas recebe a profissão mais árdua e enigmática de todas, ser o novo Doador daquela coletividade. Porém, as complicações afloram quando o menino descobre em meio ao seu treinamento: o sentir. Com a ajuda de seu treinador, o mais antigo “recebedor de memórias”, que guarda - apenas consigo – todo o conhecimento do mundo. Jonas principia um sofrimento interior, questiona os valores daquela sociedade visivelmente superficial e integralmente racional, e procura
solucionar ao lado de seu instrutor uma forma de resgatar os valores perdidos. A história lembra muito as primeiras teorias da ciência social: Positivistas/Funcionalistas, os quais tiveram influências do naturalista britânico Charles Darwin. Dizia Durkheim, um dos primeiros teóricos da sociologia, que o sujeito nasce para o coletivo. Acreditamos através de um conceito de liberdade que nossos pensamentos, comportamentos advém unicamente de nosso próprio EU. Segundo o teórico, a realidade social existe antes do ser humano vir ao mundo, o nível da força exercida por este fato social, nos influência até mesmo em nossas idéias, formas de pensar. Acredita-o, que essa consciência coletiva, é constituída por meio da cultura (educação, política, religião e etc.) Não seria diferente para Jonas, que desde seu nascimento, seu desempenho fora baseado em influências de uma sociedade considerada, até então, perfeita. Conforme vai adquirindo conhecimento, e aprendendo por si mesmo distinguir as coisas, entra numa profunda confusão de valores... Continuar ou transformar? Conforme Durkheim, o correto seria adaptar-se, prosseguir realizando sua função, para que dê seqüência na coesão social. Porém, ao ganhar o conhecimento, Jonas não consegue simplesmente fingir, seria uma traição, todas as pessoas deveriam partilhar de todas aquelas lembranças e informações, saber que estão vivendo num mundo irreal e ilusório. “Isso vem de gerações e gerações”, argumenta o treinador, não é possível transformar de um dia para o outro, as pessoas escolheram viver naquelas circunstâncias. O que para o sociólogo Durkheim, está corretíssimo: nascemos para o coletivo, e até mesmo o nosso olhar julgador, não é unicamente nosso, e sim, o olhar de todos. Lembra-me também, a teoria do sociólogo Karl Marx, que acredita em mudanças radicais, que o Positivismo é pura utopia. Viver sem sentimento, conhecimento e memórias, nos faria parar de sofrer e seríamos mais felizes? Está é umas das perguntas que Lois Lowry nos deixa para meditar. Não deixe de conhecer esta incrível história!