Cultura E Arte 2009 - Jun-07

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Umuarama, domingo, 7 de junho de 2009

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POESIA Por Thiago Calixto

Sim, Fazia Tempo De óculos escuros E madeixas ao vento Um sussurro de saudade Vem em passos de verdade O minúsculo short Deixa as coxas em relevo Ao toque da vontade... No olhar, confessionário Do desejo camuflado Que não mais pode ser guardado Naquele ensaio do não deve Tal sussurro prevalece

“Erasmo Carlos faz aniversário e o rock ganha presente”

Nada melhor do que um poema para aquecer-se para o dia dos namorados, semana que vem.

E

Em 2009 o Rock, estilo musical que inegavelmente revolucionou o mundo, faz 55 anos de idade. Nesta sexta-feira, dia 05, Erasmo Carlos, o Tremendão, completou 68 anos de idade, dos quais 49 foram dedicados ao rock. Desde os tempos da inesquecível Jovem Guarda e do Iê-iê-iê, através dos anos 70, até os dias de hoje, Erasmo ajudou a definir a cara do rock nacional e sempre manteve seu estilo despojado e sincero de fazer música, e não há nada mais roquenrol que isso. E exatamente no dia de seu aniversário, o Tremendão lançou seu novo álbum batizado de Erasmo Rock ‘’n’’ Roll Carlos (e não há dúvidas de que ele pode usar “rock and roll” como sobrenome). O disco contem 12 faixas inéditas, de um rock puro e sincero, sem frescuras como o rock deve ser. Nesse disco Nando Reis, Nelson Motta e Chico Amaral assinam, cada um, duas canções como parceiros. Liminha, produtor do disco, além de tocar em várias canções, também assina uma parceria, a divertida canção Celebridade, que também conta com a bateria de João Barone, dos Paralamas do Sucesso. Variando entre roques tradicionais e boas baladas românticas, Erasmo se mostra bastante seguro de seu trabalho e de sua sonoridade. É um disco que, apesar de não inovar no formato “rock tradicional”, já ganha muitos pontos por ser um disco de músicas inéditas, coisa que muitos dos contemporâneos do Tremendão há tempos não fazem mais. Além do mais, nota-se que o disco foi feito com muito capricho, ele agrada aos ouvidos e, certamente será ouvido e reouvido por muitas vezes ainda aqui na minha vitrola. Como se não bastasse o lançamento de um bom disco de rock, Erasmo Carlos também está preparando um livro. Não seria uma biografia, mas uma coletânea de causos que envolvem sua família e amigos próximos. Roberto, Wanderléa, Milton Nascimento, Caetano Veloso... “O mais importante não sou eu nem qualquer outro personagem, mas a piada do final. Todos os contos terminam com uma piada”, diz. “Enquanto ela não chega, vou contando coisas da minha vida.” Uma vida que reflete no disco. Um Erasmo que não deixa o tempo ditar as regras, que é o senhor de sua vida; que acredita em suas canções, cuja qualidade fora forjada em todos esses anos, crescendo e evoluindo, dia após dia com o Rock.

O Cara que pode te salvar Por Bruno Peguim

QUEM LÊ ESCREVE Sabe de alguma história, lenda, acontecimento curioso com personagens reais ou fictícios de Umuarama ou qualquer outra cidade da região? Envie sua história pelo e-mail do Cultura & Arte ([email protected]) ou pelo correio, para o endereço da redação do Umuarama Ilustrado. As histórias serão todas lidas e, se aprovadas, publicadas nesta página com a autorização do remetente. Não existe prazo final para o envio. Ajude a preservar nossa memória!

Mesmo, algum ao ler este texto vai lembrar-se de ter sido conquistado pela obra a que irei referir quando de uma das reprises nas grades de programação da madrugada das emissoras abertas. A espécie de filme que se vê um ou outro sábado aborrecido que somos vítimas fim de semana sim e não; e que nos captura o carinho sem darmo-nos por conta; e de maneira definitiva. O nome deste filme? The Big Lebowski (O grande Lebowski). Comédia americana publicada em 1998 por Joel e Ethan Coen. Protagonizada por Jeff Bridges, estrelaram nele também John Goodman, Julianne Moore, Philip Seymour Hoffman e Steve Buscemi - entre outros. Antes da sinopse, permitam-me umas palavras sobre a reputação d’O grande Lebowski. É daqueles filmes chamados Cult pelos norteamericanos. Desta maneira como também de, por exemplo, Clube da luta, A noite dos mortos vivos ou Laranja mecânica, é, de fato, “cultuado” pelos fãs. Pesquisa rápida basta a que se encontre a festa anual para celebração da obra, Lebowski Fest, iniciada em 2002 nos Estados Unidos - mas não somente acolá realizada, há variações por várias partes do mundo, hoje: o nome da versão inglesa é interessante, “The Dude abides”, uma fala durante a história -, com boliche, convidados fantasiados, encenações de passagens do roteiro dos Coen e a presença de parte do elenco. Até uma religião inpirada no filme existe! Continuando pela Los Angeles de 1991 onde vivia o modesto Jeff Lebowski, que chama a si mesmo Cara, ele basicamente vive para jogar boliche com seus amigos, beber White russians e dirigir seu velho carro ao som dos Creedence. Em seu pequeno apartamento, tem muito orgulho de uma coisa: o tapete da sala. Quando dois capangas que querem cobrar a dívida de sua esposa (nunca se casara) o invadem e urinam no tal tapete, vai buscar indenização. Mas o “grande Lebowski” escorraça-o, julgando-o um hippie vagabundo e um aproveitador, então a única solução era roubar-lhe um dos vários tapetes da casa só para, em seguida, ter seu canto novamente violado, ser desmaiado por um soco e, ao acordar, ter seu tapete levado outra vez. Depois de confundido por seu homônimo, Jeff compromete-se a entregar o resgate da jovem, pródiga, ninfomaníaca esposa-troféu do outro Lebowski, um milionário. Ele é contratado porque viu os capangas e pode identificá-los, caso sejam as mesmas pessoas, e aceita por não acreditar no rapto: sua opinião é que tudo foi forjado pela própria moça para arrancar ao marido mais dinheiro. No dia marcado, a entrega não corre bem. A partir daí o Cara vê-se em situações complicadas e imprevistas, envolvendo o instinto maternal de uma artista plástica feminista que pinta suas telas nua, um grupo de músicos niilistas (também acho paradoxal), um produtor de filmes adultos de sobrenome que sugere o ramo, Treehorn, policiais e detetives, um pederasta já obrigado pela justiça a avisar toda vizinhança de suas práticas, boliche, Vietnã e por aí fora. Estava o “Grande Lebowski” correto ao afirmar que Jeff era um hippie desempregado e despeitado; pelo fracasso de sua revolução há muito sem sentido de ser, há muito sem quem a defenda? É provável. No entanto muitos homens louvados na história não foram amigos de conselheiros nem daquilo que ouviam deles; da mesma forma. Ele queria indenização pelo tapete estragado pelos capangas, já que era o que compunha a sala. Pouco e simples: quer só continuar a ser o Cara. Mas quantos andam sem nem saber o que se lhes compõe? Demais, por falar do tapete, conseguirá recuperá-lo? Participará das produções de Treehorn junto do pederasta, ou permanecerá nos campeonatos amadores de boliche? Sobrerrecomendado, se me perdoam o neologismo. VALE!

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