Textos De Brasília - 1995 - Daniel Bramatti - 7

  • Uploaded by: Daniel Bramatti
  • 0
  • 0
  • August 2019
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Textos De Brasília - 1995 - Daniel Bramatti - 7 as PDF for free.

More details

  • Words: 9,356
  • Pages: 20
Sider�gicas de Minas s�o autuadas 11/08/95 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: Enviado Especial a Minas Gerais Editoria: BRASIL P�gina: 1-11 Edi��o: S�o Paulo AUG 11, 1995 Legenda Foto: S�rio, 14, trabalha sem luva nem m�scara em Montezuma Cr�dito Foto: Juca Varella/Folha Imagem Vinheta/Chap�u: TRABALHO INFANTIL Assuntos Principais: INVESTIGA��O; TRABALHO ESCRAVO Sider�gicas de Minas s�o autuadas DANIEL BRAMATTI Enviado Especial a Minas Gerais As ind�strias sider�rgicas que produzem ferro-gusa em Minas Gerais s�o as principais benefici�rias da explora��o irregular de m�o-de-obra nas carvoarias do Norte do Estado. Na �ltima semana, uma equipe de fiscaliza��o do Minist�rio do Trabalho autuou nove sider�rgicas e 11 empreiteiros de m�o-de-obra por desrespeito a leis trabalhistas na produ��o de carv�o vegetal, utilizado no processo de fus�o de ferro-gusa (com alto teor de impurezas). A Folha acompanhou as opera��es dos fiscais na zona rural dos munic�pios de Montezuma e Rio Pardo de Minas, nas proximidades da fronteira com a Bahia. Uma das irregularidades constatadas foi a explora��o de m�o-de-obra infantil nos fornos em que as toras de madeira s�o transformadas em carv�o. Em outros casos, a jornada de trabalho excedia 12 horas di�rias. Tamb�m foram encontrados carvoeiros sem m�scaras, luvas e outros equipamentos de prote��o. A fiscaliza��o foi motivada por den�ncias de trabalho escravo na regi�o, feitas pela CPT (Comiss�o Pastoral da Terra). Os fiscais n�o conseguiram encontrar carvoarias que mantivessem presos os trabalhadores. A opera��o foi prejudicada pela troca de informa��es dos propriet�rios e administradores de carvoarias. Na quarta-feira, trabalhadores disseram aos fiscais que carvoeiros sem registro haviam sido retirados das fazendas. Praticamente todo o carv�o produzido no norte de Minas � consumido pelas sider�rgicas de Sete Lagoas (MG), a cerca de 700 km de dist�ncia da regi�o. Para evitar o v�nculo empregat�cio, as sider�rgicas se utilizam de ``gatos" _empreiteiros que recrutam m�o-de-obra. A rela��o entre o ``gato" e os carvoeiros costuma se caracterizar pela inexist�ncia de contrato formal de trabalho. A intensifica��o da fiscaliza��o nos �ltimos anos, por�m, gerou em Minas a figura do ``gato legalizado", que constitui empresas e assina as carteiras de trabalho. O fato de o Minist�rio do Trabalho n�o ter localizado escravos no Norte de Minas Gerais n�o significa que eles inexistam. H� algumas semanas, a pol�cia de Rio Pardo de Minas abriu um inqu�rito para analisar as den�ncias de que o ``gato" Gild�sio de Souza submetia um grupo de carvoeiros ao regime de escravid�o. Uma das v�timas � Jos� Germano dos Santos, que com a ajuda de tr�s filhos, produzia cerca de 350 metros c�bicos de carv�o por m�s, o suficiente para encher seis ou sete caminh�es. O acerto feito com o ``gato" previa o recebimento de R$ 0,50 por metro c�bico, mas Jos� Germano ficou meses sem ver a cor do dinheiro. "O Gild�sio falava que eu � que devia para ele. Digo e atesto, seu mo�o: eu era um escravo", disse o carvoeiro � Folha. O acerto feito com o ``gato" previa o recebimento de R$ 0,50 por metro c�bico, mas Jos� Germano ficou meses sem ver a cor do dinheiro. "O Gild�sio falava que eu �

que devia para ele. Digo e atesto, seu mo�o: eu era um escravo", disse o carvoeiro � Folha. Outro lado O presidente do Sindicato da Ind�stria de Ferro no Estado de Minas Gerais, Augusto Machado, disse que desconhecia a nova fiscaliza��o do Minist�rio do Trabalho. ``N�s j� fomos fiscalizados e foram levantados v�rios defeitos nessa m�o-de-bra que � terceirizada. Mas n�s j� estamos fazendo tudo direito", disse Machado. ACM criou 11 estatais em 14 anos de governo 07/08/95 Autor: GABRIELA WOLTHERS; DANIEL BRAMATTI Origem do texto: Da Sucursal de Bras�lia Editoria: BRASIL P�gina: 1-6 Edi��o: Nacional AUG 7, 1995 Arte: QUADRO: AS ESTATAIS DE ACM Observa��es: COM SUB-RETRANCA Assuntos Principais: EMPRESA ESTATAL; GOVERNO ESTADUAL; BAHIA /ESTADO/ ERRAMOS ACM criou 11 estatais em 14 anos de governo GABRIELA WOLTHERS DANIEL BRAMATTI Da Sucursal de Bras�lia O PFL pressiona o governo federal para acelerar o programa de privatiza��es, mas pelo menos na Bahia o partido n�o adota a mesma pr�tica quando assume o poder. O senador Ant�nio Carlos Magalh�es (BA), um dos principais l�deres pefelistas, criou 11 estatais durante seus mandatos como governador neste Estado. A Bahia possui hoje, segundo o livro oficial do Estado ``Perfil da Administra��o P�blica", 19 estatais _58% formadas durante a gest�o de ACM, que exerceu tr�s mandatos como governador. O levantamento das estatais foi feito pelo deputado Domingos Leonelli (PSDB-BA). A Folha checou e confirmou todos os dados apresentados. ``Aumentar o tamanho do Estado e criar estatais � a marca mais vis�vel da presen�a da direita no Brasil", disse o deputado. O PFL � um dos defensores do chamado ``Estado m�nimo" _que seria respons�vel apenas pela presta��o de servi�os em setores essenciais, como sa�de e educa��o, e deixaria as demais �reas nas m�os da iniciativa privada. O presidente da C�mara, deputado Lu�s Eduardo Magalh�es (PFL-BA), filho de ACM, chegou at� a cobrar mais agilidade do ministro Jos� Serra (Planejamento), durante um jantar em Bras�lia. Na primeira gest�o como governador, de 71 a 75, ACM criou cinco estatais. Quatro dos servi�os j� eram prestados pelo Estado. Foi ACM, no entanto, quem os transferiu para estatais. Elas s�o a EGBA (Empresa Gr�fica da Bahia), a Cerb (Companhia de Engenharia Rural da Bahia), a Embasa (Empresa Baiana de �guas e Saneamento) e a CBPM (Companhia Baiana de Pesquisa Mineral). No primeiro mandato, ACM foi respons�vel tamb�m pela cria��o da Prodeb (Companhia de Processamento de Dados da Bahia). Ele governou novamente o Estado entre 79 e 83 e criou mais cinco estatais. Entre elas, est� a Ebal (Empresa Baiana de Alimentos S.A.), para vender alimentos mais baratos � popula��o. ACM tamb�m criou a Bahiapesca S.A., subsidi�ria da Ebal, a Bahiafarma (Empresa de Produtos Farmac�uticos da Bahia Ltda.) e a Conder (Companhia de Desenvolvimento da Regi�o de Salvador). Tamb�m foi inaugurada por ACM a estatal CAR (Companhia de Desenvolvimento e A��o Regional), respons�veis por programas de infra-estrutura.

Essa empresa tem atribui��es similares �s do ex-Minist�rio da Integra��o Regional, que foi extinto no in�cio do governo de FHC por ser considerado clientelista. No mandato 91-94, ACM criou a EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agr�cola S.A.). Serra falta a audi�ncias e irrita deputados 03/08/95 Autor: DANIEL BRAMATTI; PAULO SILVA PINTO Origem do texto: Da Sucursal de Bras�lia Editoria: BRASIL P�gina: 1-6 Edi��o: S�o Paulo AUG 3, 1995 Legenda Foto: Ministro do Planejamento, Jos� Serra, criticado na C�mara Cr�dito Foto: Lula Marques - 29.jun.95/Folha Imagem Primeira: Chamada Vinheta/Chap�u: CONGRESSO X GOVERNO - 3 Assuntos Principais: CONGRESSO /PARLAMENTO/; BANCADA RURALISTA Serra falta a audi�ncias e irrita deputados Comiss�o de Agricultura pede enquadramento do ministro do Planejamento em crime de responsabilidade DANIEL BRAMATTI Da Sucursal de Bras�lia A crise de relacionamento entre o ministro Jos� Serra (Planejamento) e o Congresso ganhou ontem novos complicadores. A Comiss�o de Agricultura da C�mara pediu o enquadramento do ministro em crime de responsabilidade e a Comiss�o Especial de Financiamento da Sa�de acusou-o de ``desrespeito � Constitui��o". No in�cio da legislatura, Serra j� havia sofrido cr�ticas no Congresso por causa dos cortes que promoveu no Or�amento, atingindo emendas de v�rios parlamentares. Ontem, o ministro foi atacado por n�o respeitar as convoca��es para depor em comiss�es. O pedido de enquadramento em crime de responsabilidade foi aprovado por unanimidade na Comiss�o de Agricultura. A penalidade _que implica na perda do cargo_ � prevista na Constitui��o, que estabelece um prazo de 30 dias para o atendimento de convoca��es. Serra foi convocado no dia 18 de abril para falar sobre a pol�tica para o setor. O processo contra o ministro s� ser� aberto se o pedido for aprovado em plen�rio. Os pr�prios integrantes da comiss�o, por�m, reconhecem que as chances de isso acontecer s�o praticamente nulas. ``Queremos manter a harmonia entre os poderes, mas n�o podemos admitir esse descaso", disse o deputado Alcides Modesto (PT-BA), presidente da comiss�o. A iniciativa marcou o in�cio de uma tr�gua entre petistas e integrantes da bancada ruralista, que n�o se conformaram com a escolha de Modesto para a comando da comiss�o. ``N�s e os petistas estamos na mesma luta", afirmou Nelson Marquezelli (PTB-SP). Apesar de insatisfeito com as aus�ncias de Serra, Roberto Jefferson (PTB-RJ), presidente da Comiss�o Especial do Financiamento da Sa�de, agiu ontem para impedir que a comiss�o tamb�m aprovasse o enquadramento do ministro. Serra faltou ontem pela segunda vez a uma audi�ncia na comiss�o. O enquadramento foi solicitado por Cidinha Campos (PDT-RJ). Jefferson convenceu os demais deputados de que o melhor seria divulgar uma nota com um ``veemente protesto em rela��o ao comportamento do ministro". A nota ataca a ``omiss�o do governo, manifestada principalmente pela �rea econ�mica, demonstrando mais uma vez que sa�de n�o � prioridade". Outro lado A assessoria de imprensa de Serra informou que ele estava esperando pela defini��o

do governo em rela��o a alguns pontos da pol�tica agr�cola para comparecer � Comiss�o da Agricultura. Em rela��o � audi�ncia de ontem, a assessoria informou que a Comiss�o Especial do Financiamento da Sa�de foi avisada de que o ministro n�o poderia comparecer, por problemas de agenda. Segundo a assessoria, em nenhum momento o minist�rio foi avisado de que haveria protestos formais por causa da aus�ncia. Colaborou PAULO SILVA PINTO, da Sucursal de Bras�lia Senadores do PMDB atrapalhar�o FHC 01/08/95 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: Da Sucursal de Bras�lia Editoria: BRASIL P�gina: 1-6 Edi��o: Nacional AUG 1, 1995 Legenda Foto: Coutinho Jorge, relator da MP da desindexa��o; Ronaldo Cunha Lima, relator da emenda do petr�leo Cr�dito Foto: Jefferson Rudy - 12.jul.95/Folha Imagem; Antonio Gaud�rio 20.mai.94/Folha Imagem Observa��es: SUB-RETRANCA Vinheta/Chap�u: FIM DO RECESSO Assuntos Principais: CONGRESSO /PARLAMENTO/; PMDB /PARTIDO POL�TICO/; REFORMA CONSTITUCIONAL Senadores do PMDB atrapalhar�o FHC Partido � o maior da base governista DANIEL BRAMATTI Da Sucursal de Bras�lia Dois integrantes do PMDB _maior partido da base de apoio ao governo_ ser�o as principais fontes de problemas para o presidente Fernando Henrique Cardoso na retomada dos trabalhos do Congresso, a partir de hoje. Os senadores Ronaldo Cunha Lima (PMDB-PB), relator da emenda que quebra o monop�lio do petr�leo, e Coutinho Jorge (PMDB-PA), relator da MP (medida provis�ria) da desindexa��o, est�o promovendo altera��es nos textos, contrariando a orienta��o do Planalto. ``O papel do relator n�o � refletir posi��o pessoal ou do governo, n�o � ser um mero carimbador. Tento sintetizar a m�dia do pensamento do Congresso e da sociedade", disse Coutinho Jorge. ``Sou fiel ao governo, mas tamb�m aos meus princ�pios", afirmou Cunha Lima. "Estou convencido de que � preciso mudar o texto para preservar a Petrobr�s." Coutinho Jorge pretende incluir na MP da desindexa��o a corre��o anual dos sal�rios com base no INPC (�ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor). A corre��o seria de 100% do �ndice para quem ganha at� tr�s m�nimos e de 80% para as faixas superiores. Na quinta-feira, o porta-voz da Presid�ncia, S�rgio Amaral, reiterou que o governo rejeita ``qualquer corre��o autom�tica de sal�rios". Na emenda do petr�leo, Cunha Lima sugere duas altera��es: quer regulamentar a quebra do monop�lio por lei complementar (que s� pode ser aprovada por maioria absoluta) e instituir uma indeniza��o para a Petrobr�s, caso a empresa perca a exclusividade sobre os po�os que j� descobriu. Colaborou a Sucursal de Bras�lia Governo vai propor o fim da vincula��o 31/07/95

Autor: DANIEL BRAMATTI; LILIANA LAVORATTI Origem do texto: Sucursal de Bras�lia Editoria: BRASIL P�gina: 1-5 Edi��o: Nacional JUL 31, 1995 Observa��es: SUB-RETRANCA Vinheta/Chap�u: A VOLTA DO IPMF Assuntos Principais: RECEITA; MINIST�RIO; INCONSTITUCIONALIDADE; IMPOSTO Governo vai propor o fim da vincula��o Sucursal de Bras�lia O governo n�o vai mandar nenhum projeto propondo a cria��o da CMF (Contribui��o sobre Movimenta��o Financeira). Espera que a iniciativa seja do Congresso. O Executivo se limitar� a propor, na reforma tribut�ria, o fim da vincula��o das receitas das contribui��es sociais aos gastos da seguridade social (sa�de, assist�ncia e previd�ncia social). A CMF foi reivindicada pelo ministro da Sa�de, Adib Jatene, para financiar as despesas da sua �rea. A equipe econ�mica resistia � cria��o de um novo imposto, mas na quinta-feira passada o presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu apoiar Jatene. Em contrapartida, a equipe econ�mica exige que a receita, n�o seja obrigatoriamente investida na sa�de. O mais prov�vel � que a CMF nas�a a partir do projeto do senador Ant�nio Carlos Valadares (PP-SE), j� em tramita��o. A emenda da reforma tribut�ria vai criar a base legal para o CMF _na reforma o governo vai propor que as contribui��es n�o tenham mais a receita obrigatoriamente vinculada. Para isso, ter� que ser extinto o artigo 195 da Constitui��o, que vincula obrigatoriamente a gastos de programas de seguridade social ao dinheiro arrecadado com contribui��es sociais. Com a mudan�a, o governo evitaria derrotas no Judici�rio em a��es contra a CMF. A contribui��o poderia ser contestada pelo fato de sua arrecada��o n�o estar diretamente vinculada � sa�de. ``Sem vincula��o n�o � contribui��o, � imposto", disse � Folha o advogado constitucionalista Geraldo Ataliba. Para ele, a cobran�a da CMF pode ser considerada inconstitucional por outros motivos. ``A Constitui��o s� permite tratamento igual entre contribuintes que se encontrem em situa��o financeira equivalente", diz o advogado. (Daniel Bramatti e Liliana Lavoratti) Governo que fim da vincula��o 31/07/95 Autor: DANIEL BRAMATTI; LILIANA LAVORATTI Origem do texto: Sucursal de Bras�lia Editoria: BRASIL P�gina: 1-5 Edi��o: S�o Paulo JUL 31, 1995 Observa��es: SUB-RETRANCA Vinheta/Chap�u: A VOLTA DO IPMF Assuntos Principais: RECEITA; MINIST�RIO; INCONSTITUCIONALIDADE; IMPOSTO Governo que fim da vincula��o Sucursal de Bras�lia O governo pretende acabar com as vincula��es das receitas das contribui��es sociais aos gastos da seguridade social (sa�de, assist�ncia e previd�ncia social). A proposta de emenda da reforma tribut�ria criaria a base legal para a CMF (Contribui��o sobre Movimenta��o Financeira). Para a cria��o da CMF sem a vincula��o � preciso retirar o artigo 195 da Constitui��o, que obriga a vincula��o entre as contribui��es sociais e os

programas de seguridade social. Se essa mudan�a na Constitui��o for aprovada, o governo poder� cobrar a contribui��o ainda neste ano e aplicar o dinheiro arrecadado onde bem entender. Com a mudan�a, o governo evitaria derrotas no Judici�rio em a��es contra a cobran�a da CMF. A contribui��o poderia ser contestada pelo fato de sua arrecada��o n�o estar vinculada � sa�de. ``Sem vincula��o n�o � contribui��o, � imposto", disse � Folha o advogado tributarista Geraldo Ataliba, professor da Universidade de S�o Paulo. Para ele, a cobran�a da CMF pode ser considerada inconstitucional por outros motivos. ``Esse tributo atinge da mesma forma o pobre que gasta R$ 50 para alimentar a fam�lia e o rico que gasta R$ 50 em uma boate. A Constitui��o s� permite tratamento igual entre contribuintes que se encontrem em situa��o financeira equivalente", diz o advogado. Iniciativa O governo n�o deve tomar a iniciativa de enviar a proposta de cria��o da CMF ao Congresso. A CMF foi reivindicada pelo ministro da Sa�de, Adib Jatene. A equipe econ�mica resistia a sua cria��o, mas na quinta-feira passada o presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu apoiar Jatene. Em contrapartida, a equipe econ�mica quer que a receita, calculada em cerca de R$ 5 bilh�es ao ano, n�o seja obrigatoriamente investida na sa�de. O mais prov�vel � que a CMF nas�a a partir do projeto do senador Ant�nio Carlos Valadares (PP-SE), que tramita no Congresso. (Daniel Bramatti e Liliana Lavoratti) Gerente "sorteia" demitidos 26/07/95 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: Da Sucursal de Bras�lia Editoria: BRASIL P�gina: 1-4 Edi��o: Nacional JUL 26, 1995 Observa��es: SUB-RETRANCA Vinheta/Chap�u: DEMISS�ES VOLUNT�RIAS Assuntos Principais: BANCO DO BRASIL; PROGRAMA; DEMISS�O VOLUNT�RIA; SORTEIO Gerente "sorteia" demitidos DANIEL BRAMATTI Da Sucursal de Bras�lia O gerente da ag�ncia do Banco do Brasil em Urua�u (GO), Ildeci Borba de Paiva, promoveu um sorteio entre funcion�rios para definir quem teria de aderir ao programa de demiss�es volunt�rias. A superintend�ncia do BB em Goi�s orientou Paiva a reduzir o quadro de 21 funcion�rios para 12, mas ningu�m pediu demiss�o. Cinco dos ``volunt�rios" foram escolhidos com base em avalia��o de desempenho. Outros quatro foram sorteados num grupo de oito. ``Houve empate no crit�rio t�cnico e eu n�o conhecia o pessoal, pois estava h� menos de dois meses na ag�ncia. O sorteio foi a solu��o mais democr�tica", disse. O sorteio foi no fim de junho. Segundo Paiva, os oito funcion�rios aprovaram o sorteio. Eles escreveram seus nomes em peda�os de papel, que foram dobrados e misturados. ``Os quatro primeiros sorteados tiveram suas vagas garantidas", disse Paiva. Esse n�o foi o primeiro ``enxugamento" que atinge a ag�ncia de Urua�u, que fica a 307 km de Goi�nia e 217 km de Bras�lia. No final do ano passado, o quadro foi reduzido de 28 para 21 funcion�rios. O pr�prio gerente est� amea�ado de perder o emprego, pois ocupa a fun��o interinamente.

Faltosos alegam ac�mulo de trabalho 17/07/95 Autor: DANIEL BRAMATTI; DENISE MADUE�O Origem do texto: Da Sucursal de Bras�lia Editoria: BRASIL P�gina: 1-7 Edi��o: Nacional JUL 17, 1995 Observa��es: SUB-RETRANCA Vinheta/Chap�u: IRREGULARIDADE; OUTRO LADO Selo: OLHO NO CONGRESSO Assuntos Principais: CONGRESSO /PARLAMENTO/; C�MARA DOS DEPUTADOS; PRESEN�A; SESS�O; FALTA Faltosos alegam ac�mulo de trabalho Da Sucursal de Bras�lia A maioria dos deputados inclu�dos na lista dos faltosos alega que houve ac�mulo de trabalho no primeiro semestre, com o funcionamento de v�rias comiss�es voltadas para a reforma constitucional. Todos eles foram procurados pela Folha na �ltima semana, mas alguns n�o responderam aos recados deixados com seus familiares ou assessores. Leia a seguir as explica��es dos deputados faltosos ou de suas assessorias: Jo�o Thom� Mestrinho: ``O semestre foi muito pesado. Tive faltas na Comiss�o de Agricultura porque tive de participar de reuni�es nas comiss�es de Defesa Nacional, de Constitui��o e Justi�a e da comiss�o que estudou a demarca��o de terras ind�genas". Jos� Teles: a assessoria do deputado informou que ele se sentiu ``desobrigado" de frequentar a Comiss�o de Agricultura ao passar do PPR para o PSDB, pois a vaga pertence ao partido e n�o ao parlamentar. Osvaldo Coelho: o deputado afirmou que n�o p�de comparecer a v�rias sess�es da Comiss�o de Agricultura porque priorizou as discuss�es sobre as reformas constitucionais. Jos� An�bal: a assessoria do deputado informou que, como l�der do PSDB, ele n�o teve tempo para atuar na Comiss�o de Economia. Segundo a assessoria, parlamentares suplentes foram orientados a ocupar a vaga. Wagner Salustiano: ``Al�m de participar da Comiss�o de Economia, atuo tamb�m na Comiss�o de Rela��es Exteriores e nas CPIs do Bingo e do Ecad. N�o posso estar em todos os lugares ao mesmo tempo". Aldo Arantes: O deputado explicou que faltou a algumas reuni�es da CCJ porque estava em miss�o oficial, em Lisboa, na confer�ncia sobre o Timor Leste. Bonif�cio de Andrada: ``Muitas vezes eu chegava apressado �s reuni�es da CCJ e nem assinava a lista de presen�a". Eduardo Mascarenhas: o deputado teve problemas de sa�de no m�s de junho. A CCJ n�o anulou as faltas referentes a esse per�odo porque o atestado m�dico foi encaminhado � Mesa da C�mara e n�o � comiss�o. H�lio Bicudo: O deputado viajou em miss�o oficial, mas a CCJ n�o foi informada oficialmente do fato e n�o anulou as faltas. Luiz Carlos Santos: a assessoria do deputado explicou que, como l�der do governo na C�mara, Santos teve de participar de v�rias reuni�es das comiss�es que analisaram as emendas constitucionais. Ney Lopes: o deputado afirmou que n�o teve tempo para acompanhar todas as sess�es da CCJ, pois foi relator da emenda que acaba com a diferen�a entre empresas nacionais e estrangeiras. Paes Landim: o deputado afirmou que uma de suas aus�ncias na CCJ se deveu a uma viagem oficial � Guatemala, em maio. Em outras duas oportunidades ele n�o p�de comparecer porque estava em reuni�es da comiss�o que analisa a MP que cria o Conselho Nacional da Educa��o. Marquinho Chedid: o deputado diz que n�o compareceu a sess�es na Comiss�o de

Ci�ncia e Tecnologia porque estava em reuni�es da CPI do Bingo e das comiss�es sobre g�s canalizado e navega��o de cabotagem. Pauderney Avelino: ``N�o tenho o dom da ubiquidade. N�o compareci a sess�es da Comiss�o de Defesa Nacional porque, ao mesmo tempo, se realizavam outras da Comiss�o de Economia". Geddel Vieira Lima: o deputado afirmou que n�o teve tempo de ir a muitas sess�es da Comiss�o de Finan�as por ser relator da emenda que quebra o monop�lio das telecomunica��es. Germano Rigotto: ``Faltei a sess�es da Comiss�o de Finan�as porque, como l�der do governo no Congresso, tenho de circular por v�rias comiss�es. O regimento deveria dispensar os l�deres de serem membros efetivos de comiss�es". Remi Trinta: afirmou que esteve doente e apresentou atestado � Mesa da C�mara e n�o � Comiss�o de Defesa do Consumidor. Robson Tuma: a assessoria do deputado afirmou que ``h� d�vidas" sobre a perman�ncia do deputado na Comiss�o de Defesa do Consumidor, pois ele saiu do PL e a vaga � do partido. Raul Bel�m: ``N�o faltei. Tenho estado presente sempre que poss�vel, mas v�rias vezes esqueci de assinar a lista de presen�a". Alberto Goldman: o deputado afirmou que, durante quatro meses, trabalhou como presidente da comiss�o especial que analisou a emenda constitucional do fim do monop�lio do petr�leo. ``Trabalhei dia e noite na comiss�o especial. Presidi todas as sess�es e, al�m do hor�rio normal, fiz reuni�es at� altas horas da noite". Mauro Fecury: ``Apresentei a justificativa ao presidente da C�mara. Passamos quase duas semanas acompanhando a recontagem de votos no Estado feita pela Justi�a Eleitoral". Ant�nio Balhmann: a assessoria do deputado questionou os n�meros fornecidos pela comiss�o � Folha. Informou que o deputado faltou a quatro sess�es, duas delas para participar de um encontro de vereadores e prefeitos. Arthur Virg�lio Neto: ``Exer�o a vice-lideran�a do partido e estou coordenando as a��es de plen�rio. Minhas atividades impedem a presen�a constante na comiss�o". Emerson Olavo Pires: ``Sou titular da Comiss�o de Fiscaliza��o e Controle e suplente da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a. �s vezes ficava na CCJ, por achar a reuni�o mais atraente". Jaques Wagner: a assessoria informou que o deputado tem muitas atividades parlamentares como l�der do partido. Al�m disso, Wagner j� havia pedido a sua assessoria para preparar seu desligamento da comiss�o porque, como l�der, pode circular em todas elas. Jayme Santana: ``Sou diab�tico e tive problemas de sa�de. N�o encaminhei justificativas. Exer�o outras fun��es parlamentares que s�o t�o ou mais importantes". Luiz Carlos Hauly: ``Faltei a sess�es da Comiss�o de Fiscaliza��o e Controle porque preferi participar das reuni�es da Comiss�o de Finan�as. Al�m disso, minhas atividades como vice-l�der do governo tomam muito tempo". Pedro Correa: ``Participei da comiss�o especial que discutiu a emenda constitucional que mudou o conceito de empresa nacional e da comiss�o especial da sa�de. Os hor�rios das sess�es das comiss�es s�o coincidentes". Valdemar Costa Neto: ``Como l�der do partido, n�o tenho tempo de atuar na comiss�o. N�o posso pedir meu desligamento porque os outros integrantes do partido n�o querem ser titulares dessa comiss�o. Sobrou para mim a vaga, mas n�o posso comparecer". Inoc�ncio Oliveira: A assessoria informou que o deputado exerce muitas atividades parlamentares como l�der e n�o pode comparecer a todas as sess�es na comiss�o. Mesmo assim, o l�der relata todos os projetos que lhe s�o encaminhados pela comiss�o. Jos� Carlos Aleluia: ``Estava envolvido na relatoria da emenda constitucional sobre navega��o de cabotagem (entre os portos do pa�s). A prioridade era a revis�o constitucional, e n�o faltei as sess�es da comiss�o especial". Marcos Medrado: a assessoria do deputado informou que ele teve problemas de sa�de

(princ�pio de pneumonia) e que ``todas as aus�ncias foram avisadas com antecipa��o, por telefone, ao presidente da comiss�o". Michel Temer: ``O l�der tem que estar presente em muitas reuni�es e acompanhar toda a movimenta��o de plen�rio. Penso em propor uma mudan�a no regimento para que o l�der n�o integre nenhuma comiss�o como titular, porque o cargo j� lhe d� acesso a todas elas". Miro Teixeira: ``Como l�der, n�o tenho possibilidade de participar das sess�es ordin�rias da comiss�o. H� 60 dias conversei com o presidente da C�mara sobre a necessidade de modificarmos o regimento interno (normas de funcionamento) para desobrigar o l�der de participar de comiss�es como titular". Francisco Silva: o deputado afirmou que participa como titular da Comiss�o de Transportes. Silva disse que n�o apresentou requerimento pedindo seu desligamento porque ``isso na pr�tica n�o funciona". ``Se voc� passar pelas comiss�es, vai encontrar tr�s ou quatro deputados". Vilmar Rocha: O deputado afirmou que teve faltas na Comiss�o de Direitos Humanos porque deu prioridade � presen�a na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a, por causa das reformas. (Daniel Bramatti e Denise Madue�o) Ausentes culpam as suas 'bases eleitorais' 16/07/95 Autor: AUGUSTO GAZIR; DANIEL BRAMATTI Origem do texto: Da Sucursal de Bras�lia Editoria: BRASIL P�gina: 1-15 Edi��o: Nacional JUL 16, 1995 Primeira: Chamada Observa��es: COM SUB-RETRANCAS Selo: TEMPO REAL - OLHO NO CONGRESSO Assuntos Principais: CONGRESSO /PARLAMENTO/; C�MARA DOS DEPUTADOS; SESS�O; PRESEN�A Ausentes culpam as suas 'bases eleitorais' Da Sucursal de Bras�lia A maioria dos deputados que integram a lista dos mais faltosos no plen�rio da C�mara afirma que atividades junto �s ``bases eleitorais" impediram sua presen�a em Bras�lia. O deputado Francisco Di�genes esteve em Roma (It�lia), num encontro de revendedores da Volkswagem, realizado entre os dias 22 de maio e 5 de junho. ``Tamb�m viajei para o interior do Acre para ver do que os prefeitos aliados precisavam. Todo deputado tem de fazer essas coisas", disse. Mauro Fecury afirmou que n�o teve todas as faltas apontadas pela C�mara. Ele tamb�m disse que n�o considerava importante o fato de seu nome aparecer na lista. ``N�o s�o s� as presen�as que avaliam o deputado. Quando voc� est� na base, trabalha mais do que na C�mara", disse ele. Emerson Olavo Pires disse que em pelo menos oito das suas faltas estava no seu Estado com ``problemas pol�ticos e de transporte". Nas outras faltas, Pires disse estar em audi�ncias nos minist�rios tratando de quest�es relativas a seus Estados. ``No segundo semestre, n�o vou querer fazer tudo ao mesmo tempo", afirmou. O deputado Adhemar de Barros Filho disse que participou de ``praticamente todas as sess�es". Ele admitiu, por�m, que n�o fez controle de faltas. Raul Bel�m disse n�o ter todas as faltas e que fez um of�cio ao secret�rio da Mesa. ``N�o sei de onde eles tiraram isso", afirmou. O deputado cearense Nelson Otoch disse que faltou �s sess�es porque tinha ``outras responsabilidades" no Cear�.

``Lamentavelmente ainda n�o posso ser deputado em tempo integral. Sou um empres�rio conceituado", afirmou. O deputado Newton Cardoso contestou o n�mero de faltas que a C�mara lhe atribuiu. Cardoso afirmou que encaminhou um recurso � Mesa, pedindo a anula��o de 6 das 8 faltas apontadas. A assessoria do parlamentar n�o forneceu o documento, que teria ficado com uma funcion�ria que est� em f�rias. Jayme Santana afirmou que � diab�tico e esteve afastado por problemas de sa�de, sem encaminhar o atestado m�dico � Mesa da C�mara. Segundo o deputado, em algumas sess�es ele esteve na C�mara, mas n�o marcou presen�a. Os deputados Itamar Serpa, Davi Alves Silva, Ant�nio Joaquim Ara�jo, Theodorico Ferra�o, M�rio de Oliveira, Vittorio Medioli e Augustinho Freitas foram procurados durante toda a semana passada pela Folha em seus Estados. Eles n�o responderam aos recados deixados com parentes e assessores. (Augusto Gazir e Daniel Bramatti) Governo muda MP ap�s senten�a definitiva 12/07/95 Autor: SHIRLEY EMERICK; OLIMPIO CRUZ NETO; DANIEL BRAMATTI Origem do texto: Da Sucursal de Bras�lia Editoria: BRASIL P�gina: 1-6 Edi��o: Nacional JUL 12, 1995 Arte: QUADRO: CONHE�A AS DECIS�ES DO STF Primeira: Chamada Observa��es: SUB-RETRANCA Vinheta/Chap�u: DESINDEXA��O Assuntos Principais: POL�TICA SALARIAL; PLANO REAL; MEDIDA PROVIS�RIA Governo muda MP ap�s senten�a definitiva SHIRLEY EMERICK Da Sucursal de Bras�lia O governo vai esperar que o STF julgue definitivamente a a��o direta de inconstitucionalidade encaminhada pelo PDT contra a MP que desindexou os sal�rios para definir as altera��es no texto. Como os reajustes dos trabalhadores que t�m data-base em julho est�o assegurados pelo repasse integral do IPC-r, de 35,30%, a equipe econ�mica decidiu esperar o fim do recesso da Justi�a para decidir a a��o jur�dica a adotar. A Folha apurou que os ministros envolvidos na elabora��o da MP reconhecem erros na reda��o do texto da MP. Uma instru��o normativa do TST (Tribunal Superior do Trabalho) j� exigia negocia��o pr�via antes dos diss�dios. O TST s� instaurava o diss�dio depois de receber uma ata de reuni�o entre as partes que esclarecia todas as tentativas de um acordo. O governo avaliou que a exig�ncia de um mediador seria uma forma de conceder algum tipo de prote��o aos sal�rios mais baixos _o que n�o est� previsto, a princ�pio, na MP. Ontem, o titular da AGU (Advocacia Geral da Uni�o), Geraldo Magela Quint�o, esteve no Minist�rio do Trabalho. A AGU foi encarregada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso de estudar a melhor forma para contestar a decis�o do STF, sem, no entanto, provocar confrontos pol�ticos com a decis�o do ministro Sep�lveda Pertence, presidente do STF. Em comunicado oficial, a Presid�ncia da Rep�blica se limitou a informar que a AGU vai analisar uma alternativa jur�dica para solucionar a decis�o do STF. ``O governo n�o comenta decis�o da Justi�a, acata. Mesmo que seja uma decis�o preliminar", afirmou a assessora de imprensa da Presid�ncia, Ana Tavares. O ministro do Trabalho, Paulo Paiva, esteve ontem no Pal�cio do Planalto, conversando com Cl�vis Carvalho (Casa Civil). Ana Tavares informou que Paiva n�o

conversou com o presidente Fernando Henrique Cardoso. No Congresso Nacional, parlamentares de oposi��o comemoraram ontem a decis�o do STF. ``O Supremo declarou a inconstitucionalidade da arrog�ncia do governo", disse o l�der do PDT na C�mara, Miro Teixeira (RJ), que entrou com a a��o no STF. ``A decis�o mostra que a esquerda n�o � burra, como pensa o presidente Fernando Henrique Cardoso", afirmou o deputado Paulo Paim (PT-RS). Se n�o h� acordo na negocia��o salarial, disse Paim, o processo deve ir para a Justi�a do Trabalho. Colaboraram OLIMPIO CRUZ NETO e DANIEL BRAMATTI, da Sucursal de Bras�lia Motta come�a a lotear estatais nos Estados 11/07/95 Autor: DANIEL BRAMATTI; LUCIO VAZ Origem do texto: Da Sucursal de Bras�lia; Da Ag�ncia Folha em Natal; Da Ag�ncia Folha em Campo Grande Editoria: BRASIL P�gina: 1-8 Edi��o: Nacional JUL 11, 1995 Observa��es: COM SUB-RETRANCA Vinheta/Chap�u: TELECOMUNICA��ES Assuntos Principais: EMPRESA ESTATAL; INDICA��O; PRESID�NCIA; NEGOCIA��O Motta come�a a lotear estatais nos Estados Da Sucursal de Bras�lia O ministro das Comunica��es, S�rgio Motta, disse ontem que sair�o neste m�s as nomea��es dos presidentes das ``teles" _estatais de telecomunica��es nos Estados. Esses cargos s�o aguardados por pol�ticos que ap�iam o governo. Em Paris, no dia 13 de junho, Motta disse � Folha que houve negocia��o pol�tica no preenchimento dos cargos do sistema Telebr�s. As presid�ncias das ``teles" ser�o loteadas entre os partidos que t�m dado apoio ao governo Fernando Henrique Cardoso nas vota��es da reforma constitucional. Ser�o preenchidos inicialmente os cargos dos Estados onde h� acordo entre os partidos: Rio Grande do Norte, Sergipe, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. N�o h� acordo justamente nas empresas com maior peso pol�tico: a Telesp, de S�o Paulo _para a qual o governador M�rio Covas indicou Sampaio D�ria_, e a Telerj, do Rio de Janeiro. No Rio Grande do Norte, a presid�ncia da Telern (Telecomunica��es do Rio Grande do Norte) deve ficar com o ex-vice-governador Garibaldi Alves, pai do atual governador Garibaldi Alves Filho. Garibaldi foi indicado pelo sobrinho, o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB), dentro da cota de indica��es para cargos federais no Estado (40 no total). Segundo Garibaldi Alves, sua indica��o foi un�nime dentro da bancada federal do Rio Grande do Norte no Congresso (oito deputados e tr�s senadores). Vice governador de 87 a 91, Alves foi deputado estadual por tr�s legislaturas at� ser cassado pelo AI-5, em 1968. Sem forma��o universit�ria, o novo presidente da Telern j� foi diretor financeiro da empresa em 1986, quando seu irm�o, Alu�zio Alves, era ministro da Administra��o do governo Jos� Sarney. Segundo o l�der do PTB na C�mara, Nelson Trad (MS), tamb�m j� est� praticamente certa a escolha de Volnei de Arruda para a presid�ncia da Telems (Telecomunica��es do Mato Grosso do Sul). ``� uma indica��o de consenso de toda a bancada", disse Trad. Arruda, funcion�rio da Telebr�s h� 22 anos, atualmente � membro do Conselho Administrativo da Telems. O in�cio das nomea��es foi definido em uma reuni�o de Motta com Nelson Trad e com o l�der do PP na C�mara, Odelmo Le�o (MG). Os dois partidos amea�avam votar contra a emenda que quebrou o monop�lio da Petrobr�s na explora��o do petr�leo.

Na �poca, FHC determinou que Motta recebesse os deputados. Motta disse a Trad que as nomea��es sairiam ap�s 4 de julho. (Daniel Bramatti e Lucio Vaz) Colaborou a Ag�ncia Folha, em Natal e em Campo Grande Para Suplicy, desindexa��o concentra renda 10/07/95 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: Da Sucursal do Rio Editoria: BRASIL P�gina: 1-6 Edi��o: Nacional JUL 10, 1995 Legenda Foto: Eduardo Suplicy no plen�rio do Senado ap�s discurso Cr�dito Foto: Marcio Arruda/Folha Imagem - 24.abr.95 Observa��es: COM SUB-RETRANCA Vinheta/Chap�u: SAL�RIOS Assuntos Principais: POL�TICA SALARIAL; PLANO REAL; ENTREVISTA Para Suplicy, desindexa��o concentra renda DANIEL BRAMATTI Da Sucursal de Bras�lia O l�der do PT no Senado, Eduardo Suplicy (SP), teme que a desindexa��o efetuada pelo governo provoque um aumento da concentra��o de renda no pa�s. A aus�ncia de �ndices de corre��o para os sal�rios, segundo o senador, diminuir� ainda mais o poder aquisitivo dos trabalhadores, principalmente das categorias com m�o-de-obra pouco qualificada. Leia a seguir entrevista que Suplicy concedeu � Folha na semana passada: Folha _ Num cen�rio de desaquecimento da economia � poss�vel desindexar os sal�rios sem causar preju�zos aos trabalhadores? Eduardo Suplicy _ Provocar a recess�o, aumentando ainda mais o desemprego, constitui uma forma b�rbara de levar adiante a pol�tica econ�mica, diminuindo o poder de barganha dos trabalhadores. Contraria o bom senso combater a infla��o tirando empregos de pessoas que t�m disposi��o para trabalhar e gerar riquezas. Folha _ Na sua opini�o, por que os sal�rios foram os maiores atingidos pela desindexa��o? Suplicy _ O governo est� tratando os cidad�os propriet�rios de capital e assalariados de forma diferente. Os detentores de capital ficaram autorizados a celebrar contratos com �ndices de corre��o. Isso vale para contratos financeiros, alugu�is, impostos. S� os sal�rios ficaram desprotegidos. Folha _ O sr. acha que sal�rio gera infla��o? Suplicy _ A teoria econ�mica mostra com clareza que, se os sal�rios acompanham em termos reais os ganhos de produtividade de uma economia, eles n�o impulsionam a infla��o. � um absurdo dizer que os sal�rios s�o propulsores da infla��o no Brasil. Ao longo das �ltimas d�cadas o peso dos sal�rios no Produto Interno Bruto diminuiu, ao mesmo tempo em que se verificou um grande aumento da infla��o. Veto de FHC beneficia transportadoras 08/07/95 Autor: GABRIELA WOLTHERS; DANIEL BRAMATTI Origem do texto: Da Sucursal de Bras�lia Editoria: BRASIL P�gina: 1-6 Edi��o: Nacional JUL 8, 1995 Legenda Foto: Alberto Goldman, para quem o lobby das transportadoras atuou em

favor de empresas Cr�dito Foto: Juca Varella - 11.mai.95/Folha Imagem Primeira: Chamada Vinheta/Chap�u: LEI DE CONCESS�ES Assuntos Principais: TRANSPORTE Veto de FHC beneficia transportadoras Planalto confirma que manuten��o de privil�gio a setor, que det�m concess�o sem licita��o, foi cumprimento de acordo GABRIELA WOLTHERS; DANIEL BRAMATTI Da Sucursal de Bras�lia O presidente Fernando Henrique Cardoso vetou ontem quatro artigos da MP (medida provis�ria) que regulamenta a Lei de Concess�es e cedeu mais uma vez ao lobby do setor de transportes. Um dos artigos vetados foi o 38. Ele estipulava um prazo m�ximo de cinco anos para que todas as chamadas concess�es ``em car�ter prec�rio", que incluem o setor de transporte rodovi�rio, entrassem em processo de licita��o. Com o veto, o governo deu margem para que as transportadoras fiquem livres da concorr�ncia enquanto vigorar a concess�o j� obtida _a maioria das concess�es do setor dura 15 anos. ``Isso � claramente resultado do lobby das transportadoras de passageiros", afirmou ontem � Folha o deputado Alberto Goldman (PMDB-SP), autor do artigo que foi agora vetado por FHC. Segundo ele, FHC ``est� sendo levado ao erro por assessores que, certamente, est�o a servi�o dos lobbies". Goldman n�o quis dizer os nomes desses assessores. O governo j� havia cedido ao lobby das transportadoras em janeiro, quando a Lei de Concess�es foi votada e aprovada pelo Senado. O projeto original da lei previa que as concess�es j� outorgadas permaneceriam v�lidas por um prazo m�nimo de dois anos e um prazo m�ximo de cinco anos. A justificativa era que as empresas necessitavam de um per�odo para se adequar � nova lei e se adaptar ao processo de licita��o. A CNTU (Confedera��o Nacional de Transportes Urbanos), por interm�dio de seu presidente, Oct�vio Costa, pressionou o Senado e o governo, conseguindo retirar o prazo m�ximo de cinco anos. No dia da vota��o da lei, em 18 de janeiro, o deputado Magno Bacelar (PDT-MA) se reuniu com o secret�rio-geral da Presid�ncia, Eduardo Jorge Caldas, e fechou o acordo para tirar o dispositivo. Depois de aprovada a lei, o governo editou a MP com o objetivo de complementar a legisla��o sobre concess�es. Goldman, ent�o, aproveitou a vota��o da MP para incluir novamente o prazo m�ximo de cinco anos _agora retirado com o veto de FHC. Ontem, a assessoria do Pal�cio do Planalto confirmou que o veto foi efetuado para cumprir o acordo firmado em janeiro. A mesma informa��o foi dada � Folha por Magno Bacelar. ``O governo se comprometeu a cumprir o acordo e o fez", disse o deputado. Tr�s outros vetos foram efetuados, segundo o Pal�cio do Planalto, para melhorar a reda��o da medida provis�ria. Governo negocia mudan�a na MP da desindexa��o 06/07/95 Autor: GUSTAVO PAT�; DANIEL BRAMATTI Origem do texto: Da Sucursal de Bras�lia Editoria: BRASIL P�gina: 1-6 Edi��o: Nacional JUL 6, 1995 Observa��es: SUB-RETRANCA Vinheta/Chap�u: SAL�RIO Assuntos Principais: POL�TICA SALARIAL; MP /MEDIDA PROVIS�RIA/; DESINDEXA��O; NEGOCIA��O

Governo negocia mudan�a na MP da desindexa��o Da Sucursal de Bras�lia O governo j� negocia com parlamentares altera��es a serem feitas na pr�xima edi��o da MP (medida provis�ria) que acabou com a corre��o dos sal�rios pela infla��o. O assunto foi discutido ontem entre o ministro Paulo Paiva (Trabalho), o procurador-geral da Fazenda Nacional, Luiz Carlos Sturzenegger, o relator da MP no Congresso, senador Coutinho Jorge (PMDB-PA), al�m do deputado Jackson Pereira (PSDB-CE) _vice-l�der do governo na C�mara. Segundo Pereira, foi acertado que a MP poder� ser ``aprimorada" em sua reedi��o. A medida s� ser� votada a partir de agosto. ``Como pode haver v�rias reedi��es da MP, � melhor que o governo deixe alguns pontos mais claros at� que o Congresso aprove a medida", disse o deputado. Entre as mudan�as, h� a proposta de que a figura do mediador trabalhista seja melhor definida. Foi acertado que as delegacias regionais do Minist�rio do Trabalho e do Banco Central come�ar�o, a partir da pr�xima semana, a prestar orienta��o ao p�blico sobre as regras da MP. O l�der do PSDB na C�mara, Jos� An�bal (SP), membro da comiss�o que analisa a MP, disse que propor� duas altera��es no texto enviado pelo governo. Segundo An�bal, a MP dever� determinar o desconto apenas das antecipa��es salariais nas datas-base. O texto da MP prev� descontos das antecipa��es e aumentos salariais. An�bal propor� que os ganhos de produtividade _limitados pelo texto original da MP_ sejam medidos por setor da economia e n�o por empresa. O presidente Fernando Henrique j� indicou aos l�deres governistas que aceitar� mudan�as em pontos n�o-essenciais da medida. A comiss�o que analisa a MP j� recebeu 109 propostas de modifica��es na medida, sendo 104 de partidos de oposi��o (80 do PT, 23 do PDT e uma do PPS). (Gustavo Pat� e Daniel Bramatti). LEIA MAIS Para deputado, m�dia faz campanha contra Congresso 03/07/95 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: Da Sucursal de Bras�lia Editoria: BRASIL P�gina: 1-4 Edi��o: Nacional JUL 3, 1995 Se��o: ENTREVISTA DA 2� Legenda Foto: Bonif�cio de Andrada, procurador-geral da C�mara, posa com a Constitui��o diante do espelho Cr�dito Foto: Jefferson Rudy/Folha Imagem Observa��es: COM SUB-RETRANCAS Assuntos Principais: BONIF�CIO DE ANDRADA; DEPUTADO FEDERAL; PROCURADOR-GERAL; C�MARA DOS DEPUTADOS; ENTREVISTA Para deputado, m�dia faz campanha contra Congresso Andrada v� 'planejamento' para desmoralizar Parlamento no caso Lucena DANIEL BRAMATTI Da Sucursal de Bras�lia O procurador-geral da C�mara, deputado Bonif�cio de Andrada (PTB-MG), considera a imprensa uma das principais respons�veis pelo desgaste da imagem do Congresso. ``A m�dia, �s vezes, representa fatores negativos para nossa evolu��o social", diz ele. Andrada foi o respons�vel por ressuscitar a pol�mica sobre a censura, extinta pela Constitui��o de 88. A seu pedido, a Justi�a proibiu a apresenta��o da m�sica ``Luiz In�cio (300 Picaretas)" em show da banda Paralamas do Sucesso em Bras�lia, no �ltimo dia 23.

A m�sica se baseia na declara��o do presidente do PT, Luiz In�cio Lula da Silva, de que haveria ``300 picaretas" no Congresso. Andrada tamb�m queria a instaura��o de um processo contra os m�sicos e a apreens�o dos discos, o que negou at� quinta-feira, quando a Folha revelou o teor da pedido encaminhado � Justi�a. Folha - O que levou o senhor a pedir a proibi��o da m�sica ``Luiz In�cio (300 Picaretas)"? Bonif�cio de Andrada - A Procuradoria da C�mara tem por objetivo defender a imagem do Congresso. E todos os deputados foram criticados, chamados de ladr�es, picaretas, compradores de votos, an�es. Isso representou inj�ria e difama��o contra o Congresso. T�nhamos de tomar provid�ncias. A principal foi a abertura de um inqu�rito contra os autores. Folha - Na representa��o encaminhada ao Minist�rio P�blico h� um pedido de apreens�o dos discos da banda. Num primeiro momento, o sr. negou haver solicitado isso. Por qu�? Andrada - Um advogado pede o m�ximo de provid�ncias para conseguir algumas. A ju�za s� aceitou a abertura de inqu�rito e a suspens�o da m�sica no show em Bras�lia. Folha - Se fosse aceito o pedido de apreens�o, o sr. recuaria? Andrada - N�o. A mim n�o compete recuar, mas tomar posi��es em defesa do Legislativo. Folha - Como o sr. interpreta a solidariedade aos m�sicos? Andrada - O fen�meno est� ligado a quest�es psicossociais que dominam a sociedade moderna. H� uma rea��o contra o poder p�blico, o Estado e a autoridade. � uma manifesta��o meio niilista (a destrui��o do existente � que permite o progresso), meio an�rquica. Existe uma grande despolitiza��o entre n�s, e uma das principais respons�veis por isso � a m�dia. Num pa�s subdesenvolvido, a m�dia exerce um poder muito grande, e nem sempre os seus dirigentes t�m a forma��o democr�tica desej�vel. Folha - O sr. interpreta as cr�ticas ao Congresso como uma amea�a � democracia? Andrada - H� alguns anos, as pessoas tinham mais amor pelas institui��es parlamentares. Num pa�s sul-americano, enfraquecer o Legislativo significa fortalecer as for�as anti-democr�ticas. O Congresso n�o representa s� o regime democr�tico, mas os direitos e as garantias individuais. Folha - Entre essas garantias est� a liberdade de express�o, que o Congresso incluiu na Constitui��o. N�o � uma contradi��o o Legislativo tentar impedir um artista de se expressar? Andrada - A Constitui��o diz que � livre a express�o da atividade intelectual e art�stica, independentemente de censura ou licen�a. Mas esse preceito n�o pode ser absoluto. Por isso que a Constitui��o diz que s�o inviol�veis a honra e a imagem das pessoas. Folha - E como resolver isso? Andrada - Temos de interpretar os dois preceitos de forma conciliadora para prevalecer a Justi�a. A cria��o art�stica deve ser resguardada, mas em alguns casos at� a censura policial pode ser compreendida. Se um grupo resolve fazer um espet�culo em pra�a p�blica, com atividades obscenas e at� fisiol�gicas, a pol�cia pode intervir. Folha - O sr. teme que o epis�dio da censura provoque uma rea��o de artistas, com ataques ao Congresso? Andrada - A sociedade brasileira � democr�tica. Se esse tipo de m�sica for repetido de forma insistente, a sociedade vai reagir energicamente. Folha - Por que tantos deputados criticaram sua atitude? Andrada - H� muitos deputados ligados �s atividades art�sticas e intelectuais, que se colocam numa posi��o niilista e anarquista. Outros defendem a m�sica porque s�o amigos dos autores, e outros por raz�es

partid�rias. A m�sica faz men��o a um l�der, o Lula, e h� gente que a defende por achar que isso o promove. Folha - O sr. tem filhos que gostam de rock, que gostam dos Paralamas? Andrada - Tenho filhos que gostam de rock. Mas, gra�as a Deus, eles t�m uma grande forma��o jur�dica e est�o solid�rios comigo. Sem democracia n�o haveria muitos rocks por a�. Tudo ficaria na m�o da pol�cia, que �s vezes � mais violenta ao impedir essa atividade art�stica. Folha - De que m�sicas o sr. gosta? Andrada - Eu gosto de m�sica brasileira. Ali�s, me irrita muito a invas�o imperialista das m�sicas norte-americanas no Brasil. Gosto de samba, frevo e bai�o, mas tamb�m de m�sicas semicl�ssicas, como valsas, tangos argentinos. Folha - O sr. diz que agiu em defesa da imagem da C�mara. Mas ela n�o sofre um desgaste ainda maior em epis�dios como a anistia ao senador Humberto Lucena (PMDBPB), que o sr. apoiou? Andrada - O problema da democracia no Brasil � o relacionamento da m�dia com as institui��es. No Brasil, a imprensa tem um dom�nio maior do que na Europa e nos EUA. O caso do senador Lucena � revoltante. A m�dia, naquele momento, estava a servi�o de grupos que n�o queriam pol�ticos no minist�rio de Fernando Henrique Cardoso. Estava dentro de um planejamento para desmoralizar o Congresso. A m�dia, �s vezes, representa fatores negativos para nossa evolu��o social. Folha - E o sr. defende limita��es para esse poder? Andrada - N�o h� como limitar. Mas devemos criar outros centros de informa��o. O Congresso deveria ter sua pr�pria TV, suas pr�prias r�dios. Folha - O sr. credita � imprensa a imagem desgastada do Congresso? Andrada - N�o. H� fatos recentes, como a investiga��o da CPI do Or�amento, e um ou outro deputado, que s�o causas deste desgaste. Mas a m�dia exagera muito. Deputados criticam Andrada 03/07/95 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: Da Sucursal de Bras�lia Editoria: BRASIL P�gina: 1-4 Edi��o: Nacional JUL 3, 1995 Se��o: ENTREVISTA DA 2� Observa��es: SUB-RETRANCA Assuntos Principais: BONIF�CIO DE ANDRADA; DEPUTADO FEDERAL; PROCURADOR-GERAL; C�MARA DOS DEPUTADOS; CENSURA; M�SICA Deputados criticam Andrada Da Sucursal de Bras�lia A decis�o do deputado Bonif�cio de Andrada (PTB-MG) de pedir censura � m�sica ``Luiz In�cio (300 Picaretas)" foi criticada por parlamentares de v�rios partidos. As manifesta��es mais veementes de solidariedade aos m�sicos da banda Paralamas do Sucesso partiram dos deputados Jo�o Paulo Cunha (PT-SP) e Fernando Gabeira (PVRJ). Em protesto contra a censura, Cunha leu na tribuna da C�mara a letra da m�sica proibida pela Justi�a. O deputado tamb�m pediu explica��es oficiais ao presidente da C�mara, Lu�s Eduardo Magalh�es (PFL-BA). ``O presidente precisa dizer se ap�ia Bonif�cio de Andrada ou se ele age sem respaldo", disse Cunha. Lu�s Eduardo, entretanto, tem evitado se manifestar sobre o assunto. Gabeira tamb�m registrou em plen�rio um protesto formal contra a censura. ``N�o � proibindo m�sicas que vamos melhorar a imagem da C�mara", afirmou. (Daniel Bramatti) Parlamentares t�m empr�stimos

28/06/95 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: Da Sucursal de Bras�lia Editoria: BRASIL P�gina: 1-9 Edi��o: Nacional JUN 28, 1995 Vinheta/Chap�u: DINHEIRO P�BLICO Selo: OLHO NO CONGRESSO Parlamentares t�m empr�stimos DANIEL BRAMATTI Da Sucursal de Bras�lia O IPC (Instituto de Previd�ncia dos Congressistas) emprestou R$ 4,6 milh�es a 291 deputados e 22 senadores desde o in�cio do ano. Os d�bitos, parcelados em 12 meses, s�o corrigidos pela poupan�a mais 0,5% ao m�s _taxa inferior aos juros de mercado. O neg�cio � t�o atraente que praticamente todos os parlamentares fizeram empr�stimos no valor m�ximo permitido (R$ 15 mil). Segundo o diretor-executivo do IPC, Afr�sio Vieira Lima Filho, h� estudos para ampliar o limite para R$ 20 mil. O IPC tamb�m est� financiando a compra de carros para deputados e senadores, com as mesmas taxas dos empr�stimos. O diretor-executivo disse ontem que n�o estavam dispon�veis dados atualizados sobre o n�mero de carros financiados. Em fevereiro, quando os financiamentos foram temporariamente suspensos, havia 200 congressistas na fila de espera. Para manter o instituto, parlamentares e servidores do Congresso contribuem mensalmente com 10% de seus sal�rios. A maior parte das verbas, por�m, vem dos cofres p�blicos: para cada real descontado dos segurados, o Congresso deposita outros dois no fundo. Se dependesse apenas dos descontos em folha, o IPC j� estaria quebrado _nem sequer teria recursos para pagar as pens�es de ex-congressistas e ex-servidores. Deputados e senadores podem requerer aposentadoria com apenas oito anos de contribui��o (desde que tenham idade superior a 50 anos). O valor do benef�cio � proporcional ao tempo de contribui��o. Com oito anos de contribui��o, os parlamentares t�m direito a 26% do sal�rio (R$ 2.080). Censura a Paralamas � inconstitucional 28/06/95 Autor: OLIMPIO CRUZ NETO; DANIEL BRAMATTI Origem do texto: Da Sucursal de Bras�lia Editoria: BRASIL P�gina: 1-10 Edi��o: Nacional Arte: QUADRO: LETRA DE "LUIZ IN�CIO" E AUTO DE PROIBI��O JUN 28, 1995 Observa��es: COM SUB-RETRANCAS Vinheta/Chap�u: JURISPRUD�NCIA Assuntos Principais: CONJUNTO MUSICAL; BRASIL Censura a Paralamas � inconstitucional Decis�o do Supremo considera que proibi��o "fere direito de cr�tica, garantido pelo Estado democr�tico" OLIMPIO CRUZ NETO DANIEL BRAMATTI Da Sucursal de Bras�lia A decis�o da Justi�a Federal de proibir a execu��o do rock �Luiz In�cio (300 Picaretas)�, no show dos Paralamas do Sucesso, realizado na �ltima sexta, em Bras�lia, � considerada inconstitucional no STF (Supremo Tribunal Federal) porque imp�e censura pr�via.

Ontem, o procurador-geral da C�mara, deputado Bonif�cio de Andrada (PTB-MG), amea�ou processar as r�dios e jornais que divulgarem a m�sica. A censura foi pedida � Justi�a por Bonif�cio, que considerou a letra �difamat�ria e ofensiva ao Congresso�. Em caso analisado pelo STF em 1991, o atual vice-presidente, ministro Celso de Mello, condenou a censura pr�via imposta pelo Estado, argumentando que a Constitui��o assegura o livre exerc�cio do pensamento. �N�o podemos amorda�ar aqueles que exprimem seus pensamentos, porque o direito de cr�tica � uma institui��o garantida pelo Estado democr�tico�, afirmou Celso de Mello na ocasi�o. "Ao Estado n�o � l�cito interferir previamente na cria��o art�stica ou jornal�stica." O ministro sustentou, na �poca, que os artigos 5� e 220� da Constitui��o asseguram a livre manifesta��o de opini�o e de pensamento, proibindo censura pr�via. �N�o pode haver interven��o esterelizante das liberdades p�blicas�. Para Bonif�cio de Andrada, �aqueles que contribu�rem para a divulga��o da letra tamb�m est�o incorrendo em crime de difama��o�. Ele se referia �s r�dios que eventualmente inclu�rem a m�sica em sua programa��o. �A Folha e outros jornais que publicaram a letra tamb�m est�o sujeitos a processo�, afirmou Bonif�cio. O cantor chamou os deputados de lobistas, ladr�es e an�es, entre outras ofensas. � uma verdadeira difama��o musicada�, disse o procurador, que pediu a abertura de um processo por difama��o contra Herbert Vianna. Para Bonif�cio de Andrada, a proibi��o da m�sica n�o pode ser vista como censura. �Foi uma medida judicial. O que se chama de censura � uma a��o do Minist�rio da Justi�a ou da Pol�cia�, afirmou . Ontem, o procurador leu na tribuna da C�mara os principais trechos da letra e procurou justificar sua atitude. �Agi em defesa da imagem do Congresso�, afirmou. O caso, analisado pelo STF em 1991, consistia na a��o direta de inconstitucionalidade contra portaria do Minist�rio da Justi�a que estabelecia classifica��o por faixa et�ria de espet�culos e programas de entretenimento. Segundo ministros consultados ontem pela Folha, todo aquele que se sentir ofendido pelo conte�do de declara��es p�blicas, obras liter�rias ou art�sticas pode mover a��o reparadora por danos morais na Justi�a, mas n�o pode impedir a liberdade de express�o. Censura a Paralamas � inconstitucional 28/06/95 Autor: OLIMPIO CRUZ NETO; DANIEL BRAMATTI Origem do texto: Da Sucursal de Bras�lia Editoria: BRASIL P�gina: 1-9 Edi��o: S�o Paulo JUN 28, 1995 Arte: QUADRO: LETRA DE "LUIZ IN�CIO" E AUTO DE PROIBI��O Observa��es: COM SUB-RETRANCA Vinheta/Chap�u: JURISPRUD�NCIA Assuntos Principais: M�SICA; CENSURA Censura a Paralamas � inconstitucional Decis�o do Supremo considera que proibi��o ``fere direito de cr�tica, garantido pelo Estado democr�tico" OLIMPIO CRUZ NETO DANIEL BRAMATTI Da Sucursal de Bras�lia A decis�o da Justi�a Federal de proibir a execu��o do rock ``Luiz In�cio (300 Picaretas)", no show dos Paralamas do Sucesso, realizado na �ltima sexta, em Bras�lia, � considerada inconstitucional no STF (Supremo Tribunal Federal) porque imp�e censura pr�via. Ontem, o procurador-geral da C�mara, deputado Bonif�cio de Andrada (PTB-MG),

amea�ou processar as r�dios e jornais que divulgarem a m�sica. A censura foi pedida � Justi�a por Bonif�cio, que considerou a letra ``difamat�ria e ofensiva ao Congresso". Em caso analisado pelo STF em 1991, o atual vice-presidente, ministro Celso de Mello, condenou a censura pr�via imposta pelo Estado, argumentando que a Constitui��o assegura o livre exerc�cio do pensamento. ``N�o podemos amorda�ar aqueles que exprimem seus pensamentos, porque o direito de cr�tica � uma institui��o garantida pelo Estado democr�tico", afirmou Celso de Mello na ocasi�o. ``Ao Estado n�o � l�cito interferir previamente na cria��o art�stica ou jornal�stica". O ministro sustentou, na �poca, que os artigos 5 e 220 da Constitui��o asseguram a livre manifesta��o de opini�o e de pensamento, proibindo censura pr�via. Para Bonif�cio de Andrada, ``aqueles que contribu�rem para a divulga��o da letra tamb�m estar�o incorrendo em crime de difama��o". Ele se referia �s r�dios que eventualmente inclu�rem a m�sica em sua programa��o. ``A Folha e outros jornais que publicaram a letra tamb�m est�o sujeitos a processo", afirmou Bonif�cio. Para ele, a proibi��o da m�sica n�o pode ser vista como censura: ``O que se chama de censura � uma a��o do Minist�rio da Justi�a ou da Pol�cia". O caso analisado pelo STF, em 1991, consistia na a��o direta de inconstitucionalidade contra portaria do Minist�rio da Justi�a que estabelecia classifica��o por faixa et�ria de espet�culos e programas de entretenimento. Segundo ministros consultados ontem pela Folha, todo aquele que se sentir ofendido pelo conte�do de declara��es p�blicas, obras liter�rias ou art�sticas pode mover a��o reparadora por danos morais na Justi�a, mas n�o pode impedir a liberdade de express�o. Jo�o Paulo O corregedor-geral da C�mara, deputado Beto Mansur (PPR-SP), disse ontem que o deputado Jo�o Paulo Cunha ``tamb�m difamou o Congresso" ao ler a letra proibida. Mansur, por�m, afirmou que s� avaliar� uma poss�vel puni��o a Cunha se houver um pedido de algum parlamentar. Um eventual processo contra Jo�o Paulo sob acusa��o de atentado ao decoro parlamentar (``usar express�es que configurem crime contra a honra", segundo o regimento) precisaria ser aprovado pelo plen�rio da C�mara. Veto aos Paralamas � criticado na C�mara 27/06/95 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: Da Sucursal de Bras�lia Editoria: BRASIL P�gina: 1-12 Edi��o: Nacional JUN 27, 1995 Legenda Foto: O petista Cunha discursa na C�mara contra a censura Cr�dito Foto: Jefferson Rudy/Folha Imagem Vinheta/Chap�u: VOLTA DA CENSURA Assuntos Principais: C�MARA DOS DEPUTADOS /PARLAMENTO/ Veto aos Paralamas � criticado na C�mara DANIEL BRAMATTI Da Sucursal de Bras�lia O deputado Jo�o Paulo Cunha (PT-SP) e o l�der do PMDB na C�mara, Michel Temer (SP), criticaram ontem a decis�o da Procuradoria Geral da Casa de solicitar a censura da m�sica ``Luiz In�cio (300 Picaretas)", que deveria ter sido apresentada pela banda Paralamas do Sucesso em show na �ltima sexta-feira, em Bras�lia. O protesto de Cunha n�o ficou apenas em declara��es. O deputado petista leu na tribuna da C�mara a letra proibida. Apenas tr�s parlamentares presenciaram o discurso e ouviram a letra _proibida aos cerca de 6.000 espectadores do show.

A can��o dos Paralamas diz que o presidente do PT, Luiz In�cio Lula da Silva, refletiu o ``sentimento da na��o" ao afirmar que havia ``300 picaretas no Congresso". A frase foi dita por Lula em 93, ao comentar o desempenho dos congressistas no cumprimento de suas obriga��es legislativas. Carapu�a ``Eu n�o me senti ofendido. O chap�u e a carapu�a cabem na cabe�a de quem concorda com a cr�tica", afirmou Cunha. ``O que o artista fez foi retratar a imagem que o povo tem do Congresso". Para o deputado, o procurador-geral da C�mara, Bonif�cio de Andrada (PTB-MG), promoveu a ``volta precipitada da censura" ao pedir � Justi�a o veto da m�sica. A atitude tamb�m foi criticada pelo l�der do PMDB na C�mara, Michel Temer (SP). ``Acho v�lido um protesto da C�mara, mas proibir a m�sica � precipita��o. O pr�prio trabalho dos deputados far� com que o protesto caia no vazio", disse Temer. J� o l�der do PFL, Inoc�ncio Oliveira (PE), discorda. ``N�o conhe�o a letra, mas se h� ofensas e deboche, ent�o a medida judicial foi uma resposta v�lida", disse. Inoc�ncio presidia a C�mara � �poca da declara��o de Lula. Para o pefelista, a liberdade de express�o deve ser respeitada, mas ``o mais sagrado direito � o direito � honra". Apesar de considerar justific�vel a proibi��o, ele manifestou d�vidas quanto � efic�cia da medida: ``O fruto proibido � o que mais se divulga", afirmou. O deputado Bonif�cio de Andrada foi procurado pela Folha em sua casa, em Belo Horizonte, mas n�o retornou as liga��es at� o fechamento desta edi��o.

Related Documents


More Documents from "Daniel Bramatti"

August 2019 18
August 2019 22
August 2019 22
August 2019 27