Choque com Menem desgasta Cavallo 26/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-11 Edi��o: Nacional Jul 26, 1996 Observa��es: COM SUB-RETRANCAS Vinheta/Chap�u: ARGENTINA Assuntos Principais: ECONOMIA; ARGENTINA Ministro da Economia amea�a renunciar pela segunda vez em uma semana, mas acaba ficando no cargo Choque com Menem desgasta Cavallo DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires O mercado argentino viveu ontem um dia de p�nico por causa dos rumores sobre a poss�vel ren�ncia do ministro Domingo Cavallo (Economia), que vive uma nova crise de relacionamento com o presidente Carlos Menem. A Bolsa se movimentou ao sabor das vers�es sobre as consequ�ncias da �ltima briga, ocorrida anteontem, quando Cavallo se recusou a assinar decreto elaborado por Menem e amea�ou renunciar. Segundo a imprensa local, o presidente teria desafiado o ministro a concretizar a amea�a. Para espanto dos demais participantes da reuni�o, Cavallo teria se levantado e deixado a sala sem dizer nada. Quando soube da discuss�o, o chefe de gabinete, Jorge Rodr�guez, assumiu o papel de bombeiro e saiu � procura do ministro. Conseguiu acalm�-lo e traz�-lo para uma cerim�nia na Casa Rosada. Na manh� de ontem, durante a reuni�o semanal do gabinete ministerial, assessores de Cavallo aumentaram a confus�o ao distribuir um comunicado com uma nova amea�a de ren�ncia. Tens�o ''Se o Congresso desautorizar o Executivo e n�o apresentar alternativas para reduzir o d�ficit, n�o poderei, como ministro, continuar gerenciando a economia'', escreveu Cavallo no documento distribu�do ontem. O esclarecimento sobre o comunicado s� veio horas depois: tratava-se de uma frase retirada de uma entrevista coletiva do ministro, concedida na �ltima quinta-feira. Ontem, Menem saiu da reuni�o sem falar com a imprensa. Mais tarde, na inaugura��o de uma estrada, disse que a briga com Cavallo ''nunca existiu''. No mercado, o desmentido n�o foi levado a s�rio. A Bolsa de Buenos Aires chegou a cair 3%, na contram�o da Bolsa de Nova York. No final do preg�o houve uma leve recupera��o e as a��es l�deres fecharam em queda de 1,3%. No m�s, a queda acumulada em Buenos Aires chega a 4%. O ministro n�o se preocupou em desmentir pessoalmente os rumores. Somente no final da noite ele convocou uma entrevista para reafirmar sua perman�ncia no cargo. Fragilidade O decreto que Cavallo se negou a assinar recriava uma contribui��o social para o setor banc�rio. A contribui��o havia sido eliminada pelo pr�prio ministro, h� alguns meses, sob o argumento de que o custo estava sendo repassado para as taxas de juros. A decis�o de Menem de anular a medida demonstra o grau de enfraquecimento de Cavallo no governo. O ministro vive um de seus piores momentos, por causa da p�ssima repercuss�o das �ltimas medidas destinadas a reduzir o d�ficit p�blico. O pacote contra o d�ficit, decretado h� duas semanas, reduziu a renda de pelo menos 1,8 milh�o de trabalhadores, ao mudar o regime de pagamento dos sal�rios-
fam�lia. A CGT (Confedera��o Geral de Trabalhadores) convocou uma greve geral contra as medidas para o pr�ximo dia 8. Cavallo adotou as medidas emergenciais por causa da baixa arrecada��o de impostos. O rombo nas contas p�blicas chegou a US$ 2,5 bilh�es no primeiro semestre _valor projetado para todo o ano no acordo com o FMI (Fundo Monet�rio Internacional). Uma das causas da baixa arrecada��o � a fraca reativa��o da economia, depois da recess�o provocada pela crise mexicana. Neste �mbito, Cavallo tamb�m recebeu m�s not�cias. O �ltimo relat�rio divulgado pela FIEL (Funda��o de Investiga��es Econ�micas Latino-americana) indica que a produ��o industrial caiu 2,4% em junho em rela��o ao mesmo m�s do ano passado. Governo argentino vai demitir 4.400 25/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-2 Edi��o: Nacional Jul 25, 1996 Se��o: TEND�NCIAS INTERNACIONAIS Assuntos Principais: ARGENTINA; FUNCIONALISMO P�BLICO Governo argentino vai demitir 4.400 DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires Em um comunicado de cinco par�grafos, o chefe de gabinete do governo argentino, ministro Jorge Rodr�guez, anunciou ontem que 4.400 funcion�rios p�blicos ser�o colocados em disponibilidade nos pr�ximos meses. A medida integra o pacote da chamada Segunda Reforma do Estado, que visa reduzir os gastos governamentais. O comunicado n�o esclarece se, no futuro, mais funcion�rios ser�o dispensados. A reforma desejada pelo ministro da Economia, Domingo Cavallo, previa a redu��o de 30 mil empregos. O n�mero constava de um projeto de decreto sobre o assunto, cujos dados foram publicados pelos jornais ''Clar�n'' e ''El Cronista'' e pela ag�ncia ''Efe''. Recuo A decis�o de reduzir o n�mero de demiss�es foi interpretada como um recuo do presidente Carlos Menem. O an�ncio de um corte maior poderia colaborar para o sucesso da greve geral convocada pela CGT (Confedera��o Geral dos Trabalhadores) para o pr�ximo dia 8. A CGT protesta contra a elimina��o dos sal�rios-fam�lia para os trabalhadores que ganham mais de US$ 1.000. Os que ganham entre US$ 500 e US$ 1.000 sofrer�o redu��o no benef�cio. Pacote contra d�ficit atinge 1,8 milh�o 24/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-4 Edi��o: Nacional Jul 24, 1996 Vinheta/Chap�u: ARGENTINA Assuntos Principais: ARGENTINA; PACOTE ECON�MICO; SAL�RIO-FAM�LIA Sindicalistas reclamam do corte do sal�rio-fam�lia, extinto para quem ganha mais de US$ 1 mil por m�s Pacote contra d�ficit atinge 1,8 milh�o DANIEL BRAMATTI
de Buenos Aires Pelo menos 1,8 milh�o de trabalhadores argentinos sofreram perdas salariais com o pacote decretado h� dez dias pelo ministro da Economia, Domingo Cavallo. O objetivo das medidas � reduzir o d�ficit p�blico, que superou US$ 2,5 bilh�es no primeiro semestre. O pacote provocou uma crise no relacionamento entre o governo e a CGT (Central Geral de Trabalhadores), dominada pelo Partido Justicialista _o mesmo do presidente Carlos Menem. ''Estamos vivendo uma situa��o de div�rcio'', disse ontem o sindicalista Lorenzo Miguel, l�der das chamadas ''62 Organiza��es'', uma das alas da CGT mais alinhadas ao menemismo. Miguel deu ''respaldo total'' � greve geral convocada pela CGT para o dia 8. Os sindicalistas exigem que Menem e Cavallo desistam de cortar o pagamento de sal�rios-fam�lia. O governo espera economizar US$ 585 milh�es nos pr�ximos seis meses com a redu��o dos benef�cios. Outra medida que gerou protestos _inclusive de empres�rios_ foi o fim das isen��es tribut�rias sobre os t�quetes-refei��o. Com isso, os trabalhadores perder�o 17% do valor que recebem em t�quetes. Outros 17% em impostos ser�o cobertos pelos empregadores. Em meio �s press�es, Menem respaldou Cavallo e acelerou a divulga��o do decreto da 2� Reforma do Estado. Menen deve anunciar amanh� o n�mero de funcion�rios p�blicos que ser�o colocados em disponibilidade. Os principais prejudicados com a mudan�a no regime de sal�rios-fam�lia s�o os trabalhadores casados que ganham mais de US$ 1 mil. Para estes, o benef�cio foi completamente extinto. Para os que t�m tr�s filhos em idade escolar, isso significou um corte de US$ 1.411 ao ano. Os que recebem entre US$ 500 e US$ 1 mil sofrer�o cortes escalonados _as perdas anuais ir�o de US$ 195 (para os que n�o t�m filhos) a US$ 666 (seis filhos ou mais). Governo argentino pode demitir 30 mil 23/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-2 Edi��o: Nacional Jul 23, 1996 Se��o: TEND�NCIAS INTERNACIONAIS Primeira: Chamada Assuntos Principais: ARGENTINA; D�FICIT P�BLICO; DEMISS�O; FUNCIONALISMO P�BLICO Governo argentino pode demitir 30 mil das ag�ncias internacionais Com o objetivo de reduzir o d�ficit do Tesouro, que s� no primeiro semestre de 96 ficou em US$ 2,5 bilh�es, a Argentina dever� demitir 30 mil funcion�rios p�blicos, segundo informa a ag�ncia ''Efe''. As demiss�es representam 10% do total de servidores do pa�s (302 mil). Elas dever�o ser feitas em cinco etapas (6.000 em cada). O governo prepara um plano de capacita��o para esses funcion�rios, previsto em uma nova reforma do Estado. Eles ficar�o em disponibilidade durante um ano, prazo em que dever�o receber seus sal�rios e fazer cursos para obter outro emprego. Ao fim desse per�odo, as pessoas que n�o tenham conseguido encontrar uma nova fun��o ser�o indenizadas de acordo com as leis trabalhistas do pa�s. O presidente argentino, Carlos Menem, determinou, por decreto, a elimina��o dos subs�dios de ajuda familiar para os trabalhadores que ganham mais de mil pesos por m�s (US$ 1.000), estabelecendo o aumento desse aux�lio para os que ganham abaixo desse valor. Menem criou, ainda, um fundo de US$ 200 milh�es de aux�lio a desempregados. A Argentina ir� negociar em agosto com o Fundo Monet�rio Internacional (FMI) um
''perd�o'' (waiver) por n�o ter cumprido as metas fiscais fixadas com o �rg�o. O d�ficit do Tesouro no primeiro semestre de 96 foi de US$ 8 milh�es a mais do que o montante acertado com o FMI para 96. A reforma do Estado proposta por Menem est� sendo criticada pelos sindicatos e principais partidos da oposi��o. A Confedera��o Geral do Trabalho, maior central sindical do pa�s, rompeu di�logo com o governo e convocou uma greve geral para 8 de agosto. Colaborou Daniel Bramatti, de Buenos Aires Suic�dio bate homic�dio na Argentina 21/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: COTIDIANO P�gina: 3-3 Edi��o: Nacional Jul 21, 1996 Observa��es: SUB-RETRANCA Assuntos Principais: �BITO; SUIC�DIO; ESTAT�STICA; BUENOS AIRES /ARGENTINA/ Suic�dio bate homic�dio na Argentina DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires Dos habitantes de Buenos Aires que morreram no ano passado, apenas 0,5% foram assassinados. Na capital argentina, o homic�dio perde para o suic�dio no ranking das principais causas de mortes. Segundo estat�sticas do Minist�rio da Sa�de, o homic�dio ocupou o 12� lugar entre as causas de morte. Em 95, foram registrados 190 assassinatos. O n�mero de suic�dios foi 77,9% maior (338). A capital tem 2,9 milh�es de habitantes. A incid�ncia dos dois fatores como causa-mortis foi muito maior entre os homens _68% dos assassinados e 70% dos suicidas. Em primeiro lugar no ranking est�o as doen�as card�acas, respons�veis por um ter�o das 34,7 mil mortes registradas no ano passado. O c�ncer vem logo a seguir, com 6.620 (19%) v�timas fatais. Entre os que t�m menos de 35 anos, os acidentes s�o a principal causa de morte, seguidos dos homic�dios e suic�dios. Microc�mera 'deda' argentinos corruptos 21/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: TV FOLHA P�gina: -11 Edi��o: Nacional Jul 21, 1996 Se��o: PAINEL ELETR�NICO; PARAB�LICAS Microc�mera 'deda' argentinos corruptos Uma microc�mera oculta do programa ''Telenoche Investiga'' mostrou no in�cio deste m�s uma divis�o inteira da pol�cia de narc�ticos da Prov�ncia de Buenos Aires cobrando ''comiss�es'' para permitir o livre tr�nsito de supostos traficantes em Berazategui, na regi�o metropolitana de Buenos Aires. Os pr�prios jornalistas do programa se fizeram passar por traficantes e filmaram o pagamento de suborno aos policiais. (DANIEL BRAMATTI) Argentina lembra as v�timas de atentado a sede judaica 19/07/96
Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: MUNDO P�gina: 1-13 Edi��o: Nacional Jul 19, 1996 Legenda Foto: Manifesta��o em frente ao local onde ficava a sede da associa��o judaica destru�da por atentado Cr�dito Foto: France Presse Vinheta/Chap�u: ATENTADO Assuntos Principais: ARGENTINA; TERRORISMO; RACISMO Argentina lembra as v�timas de atentado a sede judaica Explos�o na Amia, que matou 86, completou dois anos ontem DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires Os parentes das v�timas do atentado � sede da Amia (Associa��o Mutual IsraelitaArgentina) marcaram o segundo ano da trag�dia com um ato p�blico, no final da tarde de ontem. A manifesta��o foi acompanhada por milhares de pessoas, que lotaram os arredores do pr�dio destru�do por um carro-bomba em 18 de julho de 94. Nos discursos de l�deres judaicos e familiares das v�timas n�o faltaram cr�ticas ao governo e � Justi�a, responsabilizados pela impunidade do crime. Uma das mais aplaudidas foi Diana Malamud, mulher de um dos mortos na explos�o. Ela disse que o presidente Carlos Menem tem ''tempo de sobra'' para se reunir com modelos como Claudia Schiffer, mas nunca o teve para ir aos escombros do edif�cio. O governo tamb�m foi criticado pela demora na demiss�o do ex-ministro da Justi�a Rodolfo Barra, que s� deixou o cargo duas semanas ap�s a publica��o de den�ncias que o vinculavam a grupo de orienta��o nazista. Nenhum integrante do Poder Executivo compareceu ao ato. Semana passada, a Justi�a ordenou a pris�o de policiais supostamente vinculados ao ataque, em que morreram 86 pessoas. At� agora, o juiz respons�vel pelo caso n�o obteve nenhum depoimento conclusivo. Citando uma fonte an�nima, o jornal ''P�gina 12'' informou ontem que os policiais teriam recebido US$ 3 milh�es de terroristas internacionais, em troca do fornecimento de ''infra-estrutura'' para o atentado. Artistas latinos gravam disco em solidariedade a Chiapas 18/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: ILUSTRADA P�gina: 4-7 Edi��o: Nacional Jul 18, 1996 Vinheta/Chap�u: M�SICA Assuntos Principais: M�SICA; AM�RICA LATINA; DISCO Fito P�ez e Los Fabulosos Cadillacs est�o entre participantes Artistas latinos gravam disco em solidariedade a Chiapas DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires Estrelas da m�sica latino-americana como Fito P�ez, Mercedes Sosa e os grupos Caf� Tacuba e Los Fabulosos Cadillacs est�o participando da grava��o do disco ''Chiapas'', um projeto em benef�cio dos ind�genas mexicanos que vivem na regi�o. Os recursos obtidos com a venda do disco _com lan�amento previsto para outubro_ ser�o destinados a uma ONG (organiza��o n�o-governamental) liderada pelo bispo Samuel Ruiz, de San Crist�bal de Las Casas, principal mediador da paz entre o governo e os guerrilheiros zapatistas. At� o subcomandante Marcos, um dos l�deres do EZLN (Ex�rcito Zapatista de
Liberta��o Nacional), far� uma participa��o no disco _ainda que involunt�ria. O m�sico e produtor argentino Javier Calamaro, do grupo Los Guarros, gravou trechos de um comunicado de Marcos _a ''Quarta Declara��o da Selva Lacandona''_ em ritmo de ''acid jazz''. ''Mandei uma c�pia da grava��o ao subcomandante e soube que ele saiu dan�ando ao ouvi-la'', disse Javier, idealizador do projeto. O m�sico pretende convidar Caetano Veloso para participar do disco, que ser� ''apadrinhado'' pelo argentino Adolfo P�rez Esquivel, premiado com o Nobel da Paz. MTV ''Neste projeto est�o envolvidas pessoas de esquerda e de direita. O que nos une � uma causa humanit�ria, e n�o pol�tica'', afirma Javier. O m�sico � irm�o de Andr�s Calamaro, conhecido roqueiro argentino. Andr�s escolheu o tango ''Naranjos en Flor'' para homenagear os ind�genas de Chiapas. Do M�xico, devem marcar presen�a as bandas Maldita Vecindad e Caf� Tacuba, bastante populares no mundo ''hispano-roqueiro''. Os dois grupos participaram tamb�m do document�rio ''Cr�nica de um Levantamento Anunciado'', que estreou ontem na MTV Latina, sobre as rela��es entre o rock e a causa zapatista. O programa mostrou a saga dos integrantes do Caf� Tacuba em Chiapas. Eles entraram na selva para entregar alimentos e um gerador el�trico � comunidade. Primeiro mundo O especial apresentou uma entrevista com o subcomandante Marcos, cujo acampamento se transformou em um centro de peregrina��o para pol�ticos e intelectuais de todo o mundo. Marcos ganhou notoriedade ao comandar um ex�rcito de ind�genas na tomada de San Crist�bal de Las Casas _antiga capital de Chiapas_ no dia 1� de janeiro de 1994, quando entrou em vigor o tratado de livre-com�rcio entre Estados Unidos, Canad� e M�xico. Com comunicados bem-humorados e repletos de refer�ncias liter�rias, ele denunciou a mis�ria dos ind�genas e acabou com a festa do governo, que pretendia marcar o dia 1� como a data em que o M�xico ingressaria no primeiro mundo. Poucos meses depois, a cota��o do peso mexicano desabou, provocando a primeira grande crise da economia globalizada. Cai ministro da Defesa da Argentina 17/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: MUNDO P�gina: 1-14 Edi��o: Nacional Jul 17, 1996 Legenda Foto: O ministro Oscar Camili�n, que deixou o governo devido a seu envolvimento com a venda de armas Cr�dito Foto: "CLARIN" Observa��es: COM SUB-RETRANCA Vinheta/Chap�u: AM�RICA LATINA Assuntos Principais: ARGENTINA; MINISTRO DA DEFESA; QUEDA Menem pede ren�ncia de Oscar Camili�n, implicado na venda ilegal de armas para Equador e Cro�cia Cai ministro da Defesa da Argentina DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires O presidente argentino, Carlos Menem, pediu ontem a ren�ncia do ministro da Defesa, Oscar Camili�n, depois que a Justi�a concluiu haver provas de seu envolvimento com o esc�ndalo da venda de armas ao Equador e � Cro�cia.
A ren�ncia teria sido pedida � tarde, segundo informou a r�dio Mitre, de Buenos Aires. At� as 19h, Camili�n estava reunido com o chefe de Gabinete, ministro Jorge Rodr�guez, e n�o havia anunciado formalmente sua sa�da. Camili�n � o segundo ministro a pedir demiss�o em menos de dez dias. Rodolfo Barra, ex-titular da Justi�a, tamb�m renunciou em meio a um esc�ndalo. Ele foi acusado de participar de atentado contra sinagoga na d�cada de 60, quando integrava uma organiza��o de inspira��o nazista. Menem sempre sustentou a tese de que Camili�n n�o sabia da venda irregular de armas ao Equador, ocorrida quando o pa�s sofria um embargo internacional por causa da guerra contra o Peru em 95. A Argentina violou outro embargo ao vender armas para a Cro�cia. A carga foi embarcada em Buenos Aires com documentos falsos, indicando como destino o Panam� _pa�s sem for�as armadas. Provas O presidente decidiu retirar o respaldo a seu auxiliar depois que o promotor Carlos Stornelli divulgou um parecer oficial sobre o caso, anteontem, indicando haver ''provas suficientes'' do envolvimento do ministro. De posse do parecer, o juiz Jorge Urso, encarregado do caso, pediria ao Congresso argentino a suspens�o dos foros especiais (decorrentes do cargo) de Camili�n. Seria o primeiro passo para a abertura de um processo. Com viagem marcada para os Estados Unidos, onde assistir� � cerim�nia de abertura dos Jogos Ol�mpicos, Menem n�o quis deixar o assunto pendente. Entre os candidatos a ocupar o cargo estariam o prefeito de Buenos Aires, Jorge Dom�nguez (derrotado na tentativa de reelei��o, no �ltimo dia 30), e o exembaixador da Argentina nos EUA, Ra�l Granillo Ocampo. Fora do cargo, Camili�n deve ser chamado em breve para depor. O grau de envolvimento do ministro com a opera��o irregular s� deve ser determinado quando a Justi�a interrogar o tenente-coronel reformado Diego Palleros. Dono da empresa Hayton Trade, que intermediou as vendas das armas argentinas, Palleros est� foragido, provavelmente em Cingapura. Seu advogado, no entanto, garante que ele est� disposto a depor. Em uma carta enviada ao juiz Jorge Urso, Palleros disse que pagou US$ 400 mil a um empres�rio ''muito pr�ximo ao governo'' para poder concretizar as opera��es. Den�ncia surgiu em 95 17/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: MUNDO P�gina: 1-14 Edi��o: Nacional Jul 17, 1996 Observa��es: SUB-RETRANCA Assuntos Principais: ARGENTINA; MINISTRO DA DEFESA; QUEDA Den�ncia surgiu em 95 de Buenos Aires O esc�ndalo da venda de armas veio � tona em mar�o do ano ano passado, quando foram publicadas as primeiras den�ncias sobre o caso. Carregamentos de armas argentinas que tinham como suposto destino a Venezuela foram, na verdade, enviados ao Equador. O pa�s, na �poca, sofria um embargo internacional junto com o Peru, por causa da guerra pela cordilheira do Condor. A Argentina era avalista das negocia��es de paz entre os dois pa�ses. O governo peruano alertou militares argentinos sobre o verdadeiro destino das armas e pediu a suspens�o dos embarques. A solicita��o foi ignorada. Investiga��es judiciais detectaram tamb�m uma venda irregular de armamentos para a Cro�cia, em uma opera��o que envolveu o Panam�. (DB)
Cai ministro da Defesa da Argentina 17/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: MUNDO P�gina: 1-14 Edi��o: S�o Paulo Jul 17, 1996 Legenda Foto: O ministro Oscar Camili�n, que deixou o governo devido a seu envolvimento com a venda de armas Cr�dito Foto: "CLARIN" Observa��es: COM SUB-RETRANCA Vinheta/Chap�u: AM�RICA LATINA Assuntos Principais: ARGENTINA; MINISTRO DA DEFESA; QUEDA Menem pede ren�ncia de Oscar Camili�n, implicado na venda ilegal de armas para Equador e Cro�cia Cai ministro da Defesa da Argentina DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires O ministro da Defesa da Argentina, Oscar Camili�n, renunciou ontem ao cargo, ap�s a Justi�a concluir haver provas de seu envolvimento com o esc�ndalo da venda de armas ao Equador e � Cro�cia. Camili�n apresentou sua ren�ncia � tarde, em um encontro com o presidente Carlos Menem, na residencial oficial de Olivos. Depois, participou de uma reuni�o com o chefe de Gabinete, ministro Jorge Rodr�guez, em que foram discutidas op��es para a sucess�o. � o segundo pedido de demiss�o que Menem recebe em menos de dez dias. Rodolfo Barra, ex-titular da Justi�a, tamb�m renunciou em meio a um esc�ndalo. Ele foi acusado de participar de um atentado contra uma sinagoga na d�cada de 60, quando integrava uma organiza��o de inspira��o nazista. ''O presidente Menem recebeu o pedido de ren�ncia e vai consider�-lo ao voltar dos Estados Unidos'', disse Rodr�guez, insinuando que Camili�n permanecer� no cargo por mais alguns dias. Menem viajou na noite de ontem aos EUA, para participar da cerim�nia de abertura da Olimp�ada. Provas Em depoimento ao Senado, h� dois meses, Camili�n negou que soubesse das opera��es irregulares de venda de armas. Menem sempre o respaldou e, na semana passada, disse que a hip�tese de sua ren�ncia n�o era considerada. A situa��o come�ou a mudar anteontem, quando o promotor Carlos Stornelli divulgou um parecer oficial sobre o caso, indicando haver ''provas suficientes'' do envolvimento do ministro. De posse do parecer, o juiz Jorge Urso, que investiga o esc�ndalo, encaminhou ao Congresso um pedido de suspens�o dos foros especiais _decorrentes do cargo_ de Camili�n. Era o primeiro passo para a abertura de um processo. Fora do cargo, Camili�n deve ser chamado em breve para depor. O grau de envolvimento do ministro com a opera��o irregular s� deve ser determinado quando a Justi�a interrogar o tenente-coronel reformado Diego Palleros. Dono da empresa Hayton Trade, que intermediou as vendas das armas argentinas, Palleros est� foragido, provavelmente em Cingapura. Seu advogado, no entanto, garante que ele est� disposto a depor. Em uma carta enviada ao juiz Jorge Urso, Palleros disse que pagou US$ 400 mil em propinas a um empres�rio ''muito pr�ximo ao governo'' para poder concretizar as opera��es. Entre os candidatos a ocupar o cargo de Camili�n estariam o prefeito de Buenos Aires, Jorge Dom�nguez _derrotado na tentativa de reelei��o, no �ltimo dia 30_, e
o embaixador da Argentina nos EUA, Ra�l Granillo Ocampo. Presos 14 por liga��o com o caso Amia 15/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: MUNDO P�gina: 1-13 Edi��o: Nacional Jul 15, 1996 Vinheta/Chap�u: TERROR Assuntos Principais: ARGENTINA; TERRORISMO Presos 14 por liga��o com o caso Amia Justi�a da Argentina suspeita de policiais DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires A investiga��o sobre o atentado � sede da AMIA (Associa��o Mutual Israelense Argentina) ganhou novo impulso com a pris�o, na sexta-feira e no s�bado, de 12 policiais e dois ex-policiais supostamente envolvidos no caso. Segundo o jornal ''Clar�n'', a Justi�a suspeita que um integrante da c�pula da pol�cia da Prov�ncia de Buenos Aires seja a pe�a-chave da chamada ''conex�o local'' dos terroristas que explodiram o local. O chefe policial n�o foi detido na opera��o, porque ainda faltariam provas contra ele. O juiz Juan Jos� Galeano, que comanda as investiga��es, tentaria obt�-las ao tomar o depoimento dos presos. Os 12 oficiais e suboficiais da pol�cia integram uma quadrilha dedicada ao roubo de autom�veis. Uma parte deles estaria diretamente envolvida no fornecimento da camionete Traffic utilizada como carro-bomba no atentado. Um dos envolvidos, Jos� Aur�lio Ferrari, passou de her�i a vil�o em 24 horas. Preso no s�bado, ele havia participado, na v�spera, da opera��o de captura de Dante Salto, um dos envolvidos no ataque � casa do senador Eduardo Menem. Ao tentar entrar na casa de Salto, Ferrari foi atingido por dois tiros e s� n�o morreu porque estava vestindo colete � prova de bala. ''Arrisquei minha vida e agora me tratam como se tamb�m fosse delinquente'', disse. Protestos As novidades sobre a investiga��o surgem �s v�speras do segundo anivers�rio do atentado, ocorrido no dia 18 de julho de 1994. A explos�o provocou a morte de 86 pessoas e feriu outras 300. Entidades mantidas pela comunidade judaica no pa�s organizaram uma s�rie de atos de protesto para marcar a data. Antes de chegar aos policiais, o juiz Galeano havia investigado a suposta participa��o de militares ''carapintadas'' no atentado, sem conseguir provas. Rio da Prata pode receber ilhas artificiais 14/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: MUNDO P�gina: 1-25 Edi��o: Nacional Jul 14, 1996 Arte: ILUSTRA��O: CONHE�A O PROJETO DA ILHA-CONDOM�NIO Observa��es: COM SUB-RETRANCAS Vinheta/Chap�u: MEGAPROJETO Assuntos Principais: BUENOS AIRES /ARGENTINA/; URBANISMO; PROJETO; MEIO AMBIENTE Constru��o de aterros com condom�nio e aeroporto op�e pol�ticos, ambientalistas e
empres�rios na Argentina Rio da Prata pode receber ilhas artificiais DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires Com o fim dos espa�os dispon�veis em Buenos Aires e o alto custo dos terrenos nos arredores, o rio da Prata se transformou no principal alvo da especula��o imobili�ria na Argentina. Para desespero dos ambientalistas, duas ilhas artificiais podem ser constru�das perto da costa nos pr�ximos anos. Uma delas, com 352 hectares (pouco mais que o dobro do parque do Ibirapuera), abrigaria um condom�nio de luxo para 20 mil moradores. A outra, ainda maior, com 550 hectares, sediaria um novo aeroporto para a capital. Os dois megaprojetos dividem a opini�o p�blica e os pol�ticos. A ''aeroilha'', defendida com entusiasmo pelo presidente Carlos Menem, dificilmente sair� do papel sem o aval do prefeito eleito de Buenos Aires, Fernando de la R�a, que critica a id�ia. A constru��o da ''cidade privada'', por sua vez, deflagrou uma guerra entre as prefeituras de San Isidro e de Tigre, munic�pios vizinhos da capital. O projeto do condom�nio foi aprovado pelas autoridades de Tigre, que, por uma lei de 1888, tem jurisdi��o sobre todas as ilhas da costa de Buenos Aires. O problema � que a ilha artificial ficaria bem em frente a San Isidro, onde est�o instalados os clubes n�uticos mais luxuosos da regi�o. O prefeito da cidade, Melchor Posse, acusou seu colega de Tigre, Ricardo Ubieto, de estar incentivando a ''apropria��o indevida'' das �guas. Posse recorreu � Justi�a e conseguiu paralisar temporariamente a constru��o. Ainda n�o h� decis�o definitiva sobre o assunto. Polui��o Apesar de n�o se tratar de um projeto residencial, a id�ia do aeroporto em pleno rio tamb�m envolve interesses especulativos. A constru��o da ilha seria financiada com a venda do terreno que hoje � ocupado pelo Aeroparque Jorge Newbery, em uma zona nobre da cidade, perto da costa. Menem tinha controle total sobre o projeto, mas o perdeu com a vit�ria da oposi��o na elei��o municipal do pen�ltimo domingo, j� que o terreno � da prefeitura. De la R�a j� defendeu a convoca��o de um plebiscito sobre o assunto. Se houver, � prov�vel que Menem sofra uma nova derrota _pesquisas mostram que a maioria da popula��o � contra a obra. Especialistas em impacto ambiental rejeitam os dois projetos, assim como o da anunciada ponte entre Buenos Aires e o Uruguai. ''O �nico megaprojeto de que o rio da Prata precisa � o da despolui��o'', disse � Folha o presidente da Sociedade Central de Arquitetos, Julio Keselman. Menem quis projeto US$ 600 mi mais caro 14/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: MUNDO P�gina: 1-25 Edi��o: Nacional Jul 14, 1996 Observa��es: SUB-RETRANCA Assuntos Principais: BUENOS AIRES /ARGENTINA/; URBANISMO; PROJETO; MEIO AMBIENTE Menem quis projeto US$ 600 mi mais caro de Buenos Aires O projeto de constru��o de um aeroporto no rio da Prata foi ampliado a pedido do presidente da Argentina, Carlos Menem. De US$ 1 bilh�o, o investimento necess�rio passou para US$ 1,6 bilh�o. A id�ia inicial era transferir para a ilha artificial o tr�fego a�reo dom�stico, que hoje se concentra no Aeroparque Jorge Newbery, dentro da cidade de Buenos
Aires. Menem, por�m, sonha em levar tamb�m para o rio os v�os internacionais que atualmente se utilizam do aeroporto de Ezeiza. O argumento do governo � o de que a estrutura atual n�o ser� suficiente para atender ao aumento da demanda nos pr�ximos anos. Al�m disso, a via r�pida que liga o aeroporto � capital j� est� com o tr�nsito saturado. ''� mais barato construir a ilha artificial do que uma nova autopista'', afirma o deputado �lvaro Alsogaray, um dos principais lobistas a favor da obra. O projeto encomendado por Menem, elaborado por tr�s empresas da Holanda (pa�s com tradi��o na cria��o artificial de ilhas), prev� a constru��o de uma �rea de 550 hectares. O aeroporto teria duas pistas, al�m de uma via paralela que serviria de pista alternativa. (DB) Ilha-condom�nio pode dar lucro de 250% 14/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: MUNDO P�gina: 1-25 Edi��o: Nacional Jul 14, 1996 Observa��es: SUB-RETRANCA Assuntos Principais: BUENOS AIRES /ARGENTINA/; URBANISMO; PROJETO; MEIO AMBIENTE Ilha-condom�nio pode dar lucro de 250% de Buenos Aires O cons�rcio de empresas que planeja construir uma ''cidade privada'' numa ilha artificial do rio da Prata espera obter lucro de 250% em 15 anos. O projeto prev� investimento de US$ 200 milh�es em obras de aterro e infra-estrutura. A venda de todos os terrenos deve gerar US$ 700 milh�es. As �reas residenciais ocupariam 57,32% da superf�cie total. O local teria ainda �reas comerciais, parques e um porto privado, com capacidade para 450 amarras. Uma via r�pida permite o acesso de San Isidro ao centro de Buenos Aires em menos de 30 minutos. Outro fator que valoriza a ilha � o Trem da Costa, que liga a regi�o a Buenos Aires. Todas as esta��es foram reformadas e transformadas em centros de lazer. (DB) Pacote tenta conter d�ficit na Argentina 13/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: PRIMEIRA P�GINA P�gina: 1-1 Edi��o: S�o Paulo Jul 13, 1996 Pacote tenta conter d�ficit na Argentina DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires O ministro argentino Domingo Cavallo (Economia) anunciou medidas para reduzir o d�ficit p�blico _US$ 2,5 bilh�es no primeiro semestre. Sa�de sofrer� cortes. Acordo com o FMI previa d�ficit m�ximo de US$ 1,47 bilh�o no per�odo. P�g. 2-5 Preso suspeito de atentado contra irm�o de Menem 13/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI
Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: MUNDO P�gina: 1-14 Edi��o: Nacional Jul 13, 1996 Vinheta/Chap�u: INVESTIGA��O Assuntos Principais: ARGENTINA; ATENTADO; INVESTIGA��O Preso suspeito de atentado contra irm�o de Menem DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires A pol�cia argentina prendeu ontem um suspeito de ter participado da tentativa de invas�o � casa do senador Eduardo Menem, irm�o do presidente Carlos Menem. Trata-se de Dante Salto, 24, que estava ferido com um tiro nas costas. A bala, extra�da em uma opera��o cir�rgica, � de calibre 9 mm, o mesmo das armas utilizadas pelos policiais que faziam a seguran�a de Eduardo Menem. No carro usado pelos atacantes havia sangue, segundo a pol�cia. A Justi�a n�o confirmou oficialmente a participa��o de Salto. O jovem, que se recupera bem da opera��o, foi detido por porte ilegal de armas e muni��es de guerra. Com ele, tamb�m foram presos tr�s mulheres e um homem que o acompanhavam. Todos estavam escondidos em um conjunto habitacional na regi�o norte da Grande Buenos Aires. D�ficit de US$ 2,5 bi gera pacote na Argentina 13/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-5 Edi��o: Nacional Jul 13, 1996 Se��o: TEND�NCIAS INTERNACIONAIS Primeira: Chamada Assuntos Principais: ARGENTINA; D�FICIT P�BLICO; POL�TICA ECON�MICA D�ficit de US$ 2,5 bi gera pacote na Argentina DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires O ministro da Economia da Argentina, Domingo Cavallo, anunciou ontem um minipacote de medidas para reduzir o d�ficit p�blico, que chegou a US$ 2,5 bilh�es no primeiro semestre do ano. O n�mero oficial sobre o rombo superou as previs�es mais pessimistas do mercado, que rondavam os US$ 2,2 bilh�es. O acordo da Argentina com o FMI (Fundo Monet�rio Internacional) previa um d�ficit m�ximo de US$ 1,47 bilh�o no primeiro semestre. Pelas metas do fundo, o rombo de US$ 2,5 bilh�es s� ocorreria no final de 1996. Como provid�ncia emergencial para atenuar o fracasso da pol�tica fiscal, Cavallo anunciou uma s�rie de medidas que penalizam as classes m�dia e pobre. O governo promover� um corte de 20% nos gastos do Pami, entidade que presta servi�os de sa�de, equivalente ao INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) do Brasil. Os trabalhadores que ganham mais de US$ 1.000 por m�s deixar�o de receber sal�riofam�lia. Os que ganham menos de US$ 500 passar�o a ganhar US$ 16 a mais a t�tulo de sal�rio-fam�lia. Ser�o eliminados os incentivos fiscais �s empresas que fornecem t�quetes-refei��o aos funcion�rios. O ministro amea�ou estender a cobran�a do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) aos meios de comunica��o e ao setor de transportes. A medida, se concretizada, provocar� aumento nas tarifas de �nibus e metr�, com impacto imediato nos �ndices de infla��o. Cavallo adiou por cinco dias a divulga��o da m� not�cia. Os n�meros j� eram conhecidos pela equipe econ�mica desde a �ltima segunda-feira. Ontem, o ministro
s� come�ou a audi�ncia p�blica que havia convocado ap�s o fechamento da bolsa de valores. Os n�meros oficiais devem provocar uma revis�o das estimativas sobre o desempenho das contas p�blicas no ano de 96. At� ontem, o mercado previa um d�ficit pr�ximo aos US$ 5 bilh�es _o dobro do limite acertado com o FMI. ''A situa��o fiscal do pa�s n�o � ca�tica'', disse Cavallo, procurando tranquilizar os investidores. Para os comerciantes, por�m, o recado n�o foi nada tranquilizador: o ministro amea�ou fechar todos os estabelecimentos que n�o fornecem notas fiscais. A escalada do d�ficit se deve, principalmente, � baixa arrecada��o de impostos. O governo enfrenta um problema cr�nico de altos �ndices de sonega��o. Nas �ltimas semanas, o presidente Carlos Menem falou v�rias vezes na necessidade de aprovar um projeto de lei para prender sonegadores. At�lio Stampone traz tango a S�o Paulo 13/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: ILUSTRADA P�gina: 4-5 Edi��o: Nacional Jul 13, 1996 Legenda Foto: O maestro argentino At�lio Stampone, que se apresenta hoje em SP Cr�dito Foto: Divulga��o Vinheta/Chap�u: M�SICA Assuntos Principais: M�SICA; TANGO; CONCERTO Maestro e compositor argentino � o destaque de hoje na programa��o do festival de Campos do Jord�o At�lio Stampone traz tango a S�o Paulo DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires O maestro e compositor argentino At�lio Stampone _que se apresenta hoje, no teatro S�rgio Cardoso, como parte da programa��o do Festival de Inverno de Campos do Jord�o_ define-se como um explorador das ''ilimitadas possibilidades'' oferecidas pelo tango. Em 55 anos de carreira, ele explorou o tango tradicional, fez experimentos vanguardistas com Astor Piazzolla, dirigiu sinf�nicas, comp�s trilhas sonoras e adaptou obras para bal�. Nos anos 70, come�ou a incorporar ao g�nero elementos de jazz e m�sica erudita. ''As pessoas queriam escutar tango, e n�o apenas dan�ar tango. Isso nos deu uma grande liberdade para explorar novas cad�ncias, solos mais extensos e forma��es como quinteto de cordas, cello e piano, quarteto de cordas e outras'', disse o m�sico � Folha. Pianista desde os 15 anos, o maestro conheceu Piazzolla aos 17. ''Tive muita sorte. Ele me estimulou a continuar estudando piano e em 46 me convidou para tocar com sua Orquestra T�pica.'' A uni�o foi interrompida em 1950, quando Stampone ganhou uma bolsa para estudar no Conservat�rio Santa Cec�lia, em Roma. Depois de dois anos na Europa, voltou a Buenos Aires e formou a Orquestra Stampone e Federico (com Leopoldo Federico). Simultaneamente, tocava piano no Octeto Buenos Aires, de Piazzolla. ''O grupo marcou uma etapa na hist�ria do tango, por causa da ousadia dos arranjos e da incorpora��o de uma guitarra el�trica'', afirma. Em 1958, Stampone come�ou a fazer m�sica para filmes como ''A Hist�ria Oficial''. Brasil Influenciado por Ravel e Bill Evans, Stampone considera Tom Jobim ''o melhor compositor da Am�rica nos �ltimos 50 anos''. ''Tom Jobim incorporava a linguagem do jazz sem eliminar a ess�ncia da m�sica brasileira. � o que tentamos fazer com o tango.'' Com 70 anos de idade, o maestro participou da grava��o de ''60 ou 70'' discos.
Entre os mais representativos, ele cita ''Homenaje al Amigo'', ''Vivencias'', ''Jaque-Mate'' e ''A Mis Maestros''. No Brasil, onde n�o se apresenta h� dois anos, Stampone tocar� piano acompanhado de um quinteto de cordas, bandoneon e guitarra el�trica. O p�blico poder� ouvir a rec�m-gravada ''Concertango'', obra em tr�s movimentos, al�m de cl�ssicos como ''La casita de mis viejos'' e ''La milonga triste''. Concerto: At�lio Stampone Onde: em SP, no teatro S�rgio Cardoso (r. Rui Barbosa, 153, tel. 011/251-5122); em Campos do Jord�o, no audit�rio Claudio Santoro (av. Arrobas Martins, 1.880, tel. 0122/63-2334) Quando: hoje, �s 21h (SP), e amanh�, �s 19h30 (Campos) Quanto: R$ 10 a R$ 15 Pol�cia acha carro usado contra irm�o de presidente argentino 12/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: MUNDO P�gina: 1-13 Edi��o: Nacional Jul 12, 1996 Vinheta/Chap�u: INVESTIGA��O Assuntos Principais: ARGENTINA; ATENTADO Segundo ve�culo refor�aria tese de atentado a senador Pol�cia acha carro usado contra irm�o de presidente argentino DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires A pol�cia argentina encontrou o carro utilizado pelos homens que tentaram invadir a casa do senador Eduardo Menem, irm�o do presidente Carlos Menem. Trata-se de um Gol cinza, cuja lataria foi perfurada a bala durante a fuga. O carro, roubado na noite de s�bado, horas antes do ataque, estava abandonado em Florida, na regi�o metropolitana da capital. Ainda h� controv�rsias sobre a utiliza��o de um segundo ve�culo no atentado. Os policiais respons�veis pela seguran�a do senador viram uma camionete Fiat em frente � casa durante o tiroteio. A presen�a da camionete demonstraria um maior ''suporte log�stico'' e refor�aria a hip�tese de uma a��o terrorista. O juiz do caso continua afirmando que os ind�cios s�o de crime comum. Eduardo Menem e o ministro do Interior, Carlos Corach, n�o descartam a tese de atentado. Ministro Rodolfo Barra participou ontem da sua �ltima reuni�o como ministro da Justi�a. Acusado de ter sido simpatizante do nazismo, ele renunciou depois da revela��o de que, nos anos 60, teria participado de um ataque a uma sinagoga. O pr�prio Barra disse que a demiss�o estava relacionada com as press�es da comunidade judaica. O presidente Carlos Menem, por�m, afirmou que o ministro saiu por ter ''cumprido suas fun��es''. O representante do Centro Simon Wiesenthal _que ''ca�a'' criminosos nazistas_ em Buenos Aires, S�rgio Widder, aprovou a ren�ncia, mas lamentou ''que as press�es contra Barra tenham partido apenas dos judeus''.