Textos De Buenos Aires - Daniel Bramatti - 7

  • Uploaded by: Daniel Bramatti
  • 0
  • 0
  • July 2019
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Textos De Buenos Aires - Daniel Bramatti - 7 as PDF for free.

More details

  • Words: 6,553
  • Pages: 15
Argentina ter� 13 zonas francas em 96 04/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-6 Edi��o: Nacional Aug 4, 1996 Observa��es: SUB-RETRANCA Assuntos Principais: POL�TICA INDUSTRIAL; ZONA FRANCA; ARGENTINA Argentina ter� 13 zonas francas em 96 DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires A Argentina deve chegar ao final de 1996 com 13 zonas francas formalmente instaladas. Outras 13 entrar�o em processo de licita��o nos pr�ximos anos. Uma lei aprovada em 94 permite a cria��o de uma zona franca em cada prov�ncia, al�m de outras quatro em regi�es de fronteira. As novas zonas ser�o administradas por concession�rios privados, que ter�o um prazo de 15 anos para recuperar os investimentos feitos em infra-estrutura. Tr�s das 22 prov�ncias j� conclu�ram o processo de licita��o: Buenos Aires (Zona Franca de La Plata), San Lu�s (Justo Daract) e Santa Cruz (Rio Gallegos e Caleta Ol�via). Em outras sete, o resultado deve sair nos pr�ximos 90 dias. A zona franca mais antiga do pa�s � a da prov�ncia da Terra do Fogo, criada em 1972, onde est�o instaladas v�rias ind�strias do setor de eletrodom�sticos. Das novas, a que est� com a instala��o mais avan�ada � a de La Plata, localizada a cerca de 60 km de Buenos Aires. J� est� operando no local o estaleiro Rio Santiago, o maior do pa�s. O empreendimento est� sendo explorado pelo grupo empresarial Ricardo Bibiloni, que tamb�m ganhou a licita��o de Justo Daract. Investimentos Em troca da concess�o por 25 anos, o grupo se comprometeu a investir US$ 17 milh�es em infra-estrutura nos pr�ximos cinco anos. Outros US$ 93 milh�es devem ser investidos at� o final do prazo de explora��o. A estimativa de faturamento anual � de US$ 25 milh�es. Cerca de 2.500 empregos devem ser gerados nas empresas que arrendarem terrenos e instala��es no local. O grupo concession�rio j� recebeu cerca de 200 projetos de instala��o, a maioria de pequenas e m�dias empresas. Entre as ind�strias listadas h� grande quantidade de metal�rgicas, frigor�ficos e curtumes. Enquanto La Plata recebe investimentos, a Zona Franca da Terra do Fogo vive em crise desde o ano passado, quando a economia argentina entrou em recess�o gra�as ao chamado ''efeito-tequila'' _como foram chamados os reflexos da crise mexicana nos mercados internacionais. A situa��o piorou com a amea�a do Brasil de taxar os produtos da regi�o como se fossem elaborados fora do Mercosul. A amea�a foi feita pela ent�o ministra da Ind�stria e Com�rcio, Dorothea Werneck, que pretendia proteger a ind�stria local da ''invas�o'' de eletrodom�sticos argentinos. Temendo ter de pagar al�quotas maiores, os importadores brasileiros reduziram ou cancelaram suas encomendas. A f�brica Aurora-Grundig, uma das mais afetadas pela medida, exportou apenas a metade do que previa para o mercado brasileiro. Seriado policial lidera audi�ncia na Argentina 04/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI

Editoria: TV FOLHA P�gina: -11 Edi��o: Nacional Aug 4, 1996 Se��o: PAINEL ELETR�NICO; PARAB�LICAS Seriado policial lidera audi�ncia na Argentina O programa ''Poliladron'', s�rie policial com sotaque portenho, � um dos atuais campe�es de audi�ncia da televis�o argentina. Exibido semanalmente, o seriado tem como personagem principal o assaltante foragido Gustavo ''Nene'' Carrizo, que vive o conflito de se apaixonar justamente por uma policial. O papel central � interpretado pelo ator Adri�n Suar, 28. Ele � tamb�m o idealizador, o diretor e o produtor de ''Poliladron'' na TV. Como se n�o bastasse, Suar tamb�m encontrou tempo para fazer uma adapta��o teatral da obra. O espet�culo estreou recentemente em um teatro de Buenos Aires. (DANIEL BRAMATTI) Jornalista argentino forjou atentado 03/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: MUNDO P�gina: 1-11 Edi��o: Nacional Aug 3, 1996 Vinheta/Chap�u: ATAQUE Assuntos Principais: ARGENTINA; ATENTADO; JORNALISTA Santiago Pinetta pode ser processado Jornalista argentino forjou atentado de Buenos Aires O diretor do hospital Ramos Meij�a, Carlos Igarzabal, confirmou ontem que foi uma farsa o suposto atentado contra o jornalista argentino Santiago Pinetta, autor de den�ncia de superfaturamento em um contrato do Banco da Na��o Argentina (estatal) com a IBM. Pinetta se apresentou � imprensa anteontem como v�tima de quatro desconhecidos, que teriam marcado com instrumento cortante a sigla ''IBM'' em seu t�rax. A vers�o foi desmentida pelo chefe da Pol�cia Federal argentina, Adri�n Pelacchi. Segundo Pelacchi, tratou-se de uma autoflagela��o, j� que o jornalista chegou ao hospital sem ferimentos no t�rax. O ataque teria sido um roubo comum. Testemunhas disseram � pol�cia que o espancamento aconteceu, mas Pinetta n�o teve a camisa arrancada, conforme contou. Pinetta ter� de responder a processo por falsa den�ncia. Com a divulga��o das fotos de seu corpo tatuado, ele obteve notoriedade internacional e recebeu manifesta��es de solidariedade. At� a IBM divulgou uma nota de rep�dio ao ''atentado''. (DANIEL BRAMATTI) Argentina amea�a com terror fiscal 03/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-3 Edi��o: Nacional Aug 3, 1996 Legenda Foto: O ministro da Economia da Argentina, Roque Fern�ndez Cr�dito Foto: France Presse - 31.jul.96 Observa��es: COM SUB-RETRANCAS Vinheta/Chap�u: D�FICIT Assuntos Principais: ARGENTINA; POL�TICA ECON�MICA; POL�TICA FISCAL

Para reequilibrar contas p�blicas e cumprir metas do FMI governo quer levar os sonegadores para a cadeia Argentina amea�a com terror fiscal DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires Depois de meses de amea�as n�o concretizadas, o governo argentino anunciou que apresentar� na pr�xima semana o projeto de lei que endurece as puni��es para sonegadores de impostos. Os contribuintes que se utilizarem de m�todos il�citos para enganar o fisco ser�o submetidos a penas de pris�o, sem direito a liberdade condicional. A atual Lei Penal Tribut�ria permite o cumprimento da pena em liberdade. Segundo o presidente Carlos Menem, n�o h� ''um �nico argentino preso por sonega��o'', gra�as � permissividade da legisla��o em vigor. As chances de aprova��o do projeto s�o grandes. A bancada do Partido Justicialista (governista) n�o deve desperdi�ar a primeira chance de demonstrar que efetivamente ap�ia o novo ministro da Economia, Roque Fern�ndez. A oposi��o, por sua vez, n�o ter� muitos argumentos contra a proposta, j� que sempre acusou o governo de fazer ''vista grossa'' para a sonega��o praticada por grandes grupos econ�micos. Al�m da pena de pris�o, o projeto inova ao estabelecer san��es para as empresas que n�o cumprirem suas obriga��es. A lei atual s� permite a responsabiliza��o penal de pessoas f�sicas. D�ficit A ofensiva contra os sonegadores se deve ao desequil�brio nas contas p�blicas. No primeiro semestre, o governo gastou US$ 2,5 bilh�es a mais do que arrecadou. O acordo com o FMI (Fundo Monet�rio Internacional) previa d�ficit de US$ 2,5 bilh�es para o ano todo. Al�m de combater a sonega��o, o ministro Roque Fern�ndez prepara um pacote que deve acabar com isen��es tribut�rias e reduzir subs�dios. As medidas n�o devem ser anunciadas ao p�blico antes de receber o aval do FMI. Uma miss�o do fundo deve chegar a Buenos Aires na segunda-feira. Jornalista forjou ataque, diz Argentina 02/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: MUNDO P�gina: 1-10 Edi��o: Nacional Aug 2, 1996 Legenda Foto: O jornalista Santiago Pinetta descansa em uma cama de hospital de Buenos Aires ap�s suposto ataque; em seu t�rax, pode ser vista a sigla IBM Cr�dito Foto: Reuter - 31.jul.96 Vinheta/Chap�u: ATENTADO Assuntos Principais: ARGENTINA; ATENTADO; JORNALISTA Pol�cia Federal afirma que Santiago Pinetta n�o tinha cortes no t�rax quando passou pelo primeiro hospital Jornalista forjou ataque, diz Argentina DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires O chefe da Pol�cia Federal argentina, Adri�n Pelachi, disse ontem que foi uma farsa o suposto atentado contra o jornalista Santiago Pinetta, que teria ocorrido na madrugada de anteontem. Pinetta, autor das primeiras den�ncias de superfaturamento no contrato entre o Banco da Na��o Argentina e a IBM _posteriormente comprovadas pela Justi�a_, disse

ter sido espancado por quatro desconhecidos, que teriam tatuado ''IBM'' em seu peito. ''No momento em que chegou ao hospital, o jornalista tinha ferimentos no rosto, mas n�o no t�rax'', disse Pelachi, citando o testemunho de um diretor do hospital. Liberado por volta das 2h, Pinetta procurou outro hospital pouco antes das 6h. No local, os m�dicos constaram a inscri��o da sigla, que teria sido feita com um ''pequeno objeto pontiagudo''. No total, o jornalista apresentava 25 arranh�es no t�rax. A den�ncia do chefe da Pol�cia Federal foi feita no in�cio da noite, na Casa Rosada. � tarde, entrevistado pela Folha, Pinetta se apresentou como v�tima de ''uma quadrilha de delinquentes p�blicos'' _integrantes do governo que estariam ''se apoderando das riquezas da Argentina''. O suposto atentado levou a IBM a divulgar uma nota de solidariedade ao jornalista. ''Tenho certeza de que n�o foi a IBM, pois a empresa n�o procuraria melhorar sua imagem com publicidade no meu peito'', ironizou Pinetta, que h� dois anos escreveu o livro ''A Na��o Roubada'', ponto de partida para as investiga��es judiciais sobre o esc�ndalo. Se estava em busca de publicidade, o jornalista atingiu seu objetivo. Ontem, ele deu entrevistas para redes de TV dos Estados Unidos, da Espanha e da Holanda, al�m de jornais de v�rios pa�ses. � Folha disse que apresentaria em breve � Justi�a dois ''pacotes'' de provas de irregularidades no contrato entre a IBM e o Banco da Na��o Argentina. ''O primeiro pacote de provas mostrar� se o ent�o ministro da Economia, Domingo Cavallo, sabia ou n�o das irregularidades. � a pergunta que todo o pa�s vem fazendo desde que estourou o esc�ndalo'', afirmou. Um dos 37 processados pelo caso � Aldo Dadone, indicado por Cavallo para a presid�ncia do banco. O ent�o ministro da Economia deu respaldo p�blico a Dadone at� que este teve de renunciar, quando o processo foi aberto. O outro pacote, segundo Pinetta, demonstrar� que v�rios integrantes do governo participaram de reuni�es secretas em um hotel de Buenos Aires na �poca em que os detalhes do contrato _no valor de US$ 250 milh�es_ estavam sendo discutidos. O contrato foi anulado pelo governo recentemente. A Justi�a constatou que US$ 37 milh�es foram pagos em propinas na opera��o. O dinheiro foi depositado em bancos da Su��a e dos Estados Unidos, em contas cujos titulares ainda n�o foram revelados. Governo argentino nega a desvaloriza��o do peso 02/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-3 Edi��o: Nacional Aug 2, 1996 Legenda Foto: O presidente Carlos Menem e Roque Fern�ndez, ministro da Economia, ontem em Buenos Aires Cr�dito Foto: France Presse Vinheta/Chap�u: TENS�O CAMBIAL Assuntos Principais: ARGENTINA; PESO /MOEDA/; DESVALORIZA��O; BOATO Ministro da Economia diz que boato veio de bancos no Brasil Governo argentino nega a desvaloriza��o do peso DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires O presidente da Argentina, Carlos Menem, e o ministro da Economia, Roque Fern�ndez, se esfor�aram ontem para desmentir os boatos de que o peso poderia sofrer uma desvaloriza��o em rela��o ao d�lar. ''Um banco internacional com sede no Brasil sinalizou, por meio de seus

operadores, que a desvaloriza��o poderia acontecer. Repito que vamos manter a paridade cambial'', disse Fern�ndez, ao final de uma reuni�o do gabinete ministerial, na resid�ncia oficial de Olivos. O recado foi dirigido ao exterior, j� que o mercado local operava com tranquilidade. A bolsa de Buenos Aires fechou em alta de quase 1,5%, mas chegou a cair na v�spera por causa dos rumores. Anteontem, Fern�ndez amea�ou punir o ''banco internacional'' que havia divulgado as vers�es, sem indentific�-lo. Segundo o ministro, o banco poderia sofrer san��es por ''pr�ticas desleais de mercado''. Sem citar fontes, o jornal ''Clar�n'' apontou o Banco Garantia, de S�o Paulo, como respons�vel. J� o jornal ''El Cronista'' listou tr�s suspeitos: ING Baring Bank e Lehman Brothers, al�m do Garantia. Claudio Haddad, diretor do Garantia, n�o atendeu � Folha por estar em viagem. At� o fechamento desta edi��o a Folha n�o conseguiu falar com os outros dois. Assessorias de imprensa do Minist�rio da Economia e do Banco Central afirmaram n�o ter informa��es oficiais sobre o caso. Na inaugura��o de uma cooperativa de produtos l�cteos, Menem disse: "Enquanto eu for presidente, um d�lar valer� um peso e um peso valer� um d�lar''. Recebeu aplausos dos presentes. Argentina processa quatro por atentado 01/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: MUNDO P�gina: 1-13 Edi��o: Nacional Aug 1, 1996 Vinheta/Chap�u: CASO AMIA Assuntos Principais: ARGENTINA; ATENTADO TERRORISTA; INVESTIGA��O; JUSTI�A Ladr�o incriminou policiais Argentina processa quatro por atentado DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires O juiz argentino Juan Jos� Galeano, respons�vel pela investiga��o do atentado contra a Amia (Associa��o Mutual Israelita-Argentina), anunciou ontem a abertura de processo contra tr�s policiais e um ex-policial envolvidos no caso. Segundo o juiz, os quatro integraram a chamada ''conex�o local'' do grupo terrorista que explodiu o pr�dio h� dois anos, provocando a morte de 86 pessoas. Os policiais, presos desde o dia 12, s�o acusados de ter fornecido aos terroristas a camionete usada como carro-bomba. At� o momento, o �nico processado pelo caso Amia � Carlos Alberto Telleld�n, que roubou a camionete. A Justi�a chegou aos policiais quando Telleld�n mudou seu depoimento e os apontou como receptadores. Os processados s�o o delegado Juan Jos� Ribelli, os subdelegados Ra�l Ibarra e Ireneo Leal e o ex-subdelegado M�rio Barreiro. Outros oito policiais est�o detidos, suspeitos de integrarem a quadrilha. Eles ainda n�o foram processados por falta de provas. Fern�ndez amea�a banco de puni��o 01/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-2 Edi��o: S�o Paulo Aug 1, 1996 Leia Mais: X

Assuntos Principais: ARGENTINA; MINISTRO DA ECONOMIA; BANCO Fern�ndez amea�a banco de puni��o de Buenos Aires O ministro da Economia da Argentina, Roque Fern�ndez, disse ontem que vai aplicar san��es contra ''um banco estrangeiro'' pela divulga��o de rumores que provocaram a queda dos t�tulos argentinos no mercado internacional. Fern�ndez n�o divulgou o nome do banco, acusado de ''pr�ticas desleais de mercado''. Boatos que circularam � tarde nos EUA indicavam possibilidade de desvaloriza��o do peso em rela��o ao d�lar. O ministro reafirmou seu compromisso com a paridade cambial e disse que n�o anunciar� nesta semana o pacote contra o d�ficit p�blico. Segundo ele, ''n�o h� motivo para urg�ncia, j� que a situa��o est� sob controle''. As medidas s� devem ser anunciadas ap�s Fern�ndez obter o aval do Fundo Monet�rio Internacional. Miss�o do fundo deve chegar a Buenos Aires na segunda. (DB) LEIA MAIS sobre mercado financeiro na p�g. 2-8 Jornal argentino provoca brasileiros 01/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI; MARCELO DAMATO; M�RIO MAGALH�ES Origem do texto: De Buenos Aires; Dos enviados especiais a Athens Editoria: ESPORTE P�gina: 4-3 Edi��o: Nacional Aug 1, 1996 Observa��es: ATLANTA-96; SUB-RETRANCA Assuntos Principais: OLIMP�ADAS, 1996; ATLANTA /EUA/; SELE��O BRASILEIRA OL�MPICA DE FUTEBOL; SELE��O ARGENTINA Jornal argentino provoca brasileiros DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires O jornal argentino ''Ol�'', especializado em esportes, estampou ontem em sua manchete uma provoca��o � sele��o brasileira de futebol: ''Que venham os macacos''. O texto da capa comemorava a vit�ria da Argentina sobre Portugal e afirmava que Brasil e Nig�ria disputariam a segunda vaga na final da Olimp�ada. O secret�rio de reda��o do jornal, Mariano Hamilton, disse que a manchete se referia aos brasileiros. ''Os argentinos costumam cham�-los de macacos. � uma coisa institucionalizada'', afirmou. O jornalista negou, por�m, a exist�ncia de qualquer conte�do racista no termo ''macacos'': ''N�o houve inten��o de ofender. Aqui n�o h� nenhum racista.'' A alus�o preconceituosa aos brasileiros n�o � a primeira a aparecer na imprensa argentina. No ano passado, quando houve um conflito diplom�tico por causa da restri��o � entrada de ve�culos argentinos no mercado brasileiro, o jornal ''�mbito Financiero'' publicou uma charge em que aparecia um negro defecando carros. O jornal ''Ol�'', lan�ado h� cerca de dois meses, integra o grupo empresarial ''Clar�n'', o maior da Argentina no setor de comunica��es. A torcida Os atletas argentinos torceram para enfrentar o Brasil na final. ''� um cl�ssico sul-americano. No �ltimo jogo, n�o houve vencedor'', afirmou o meia Ariel Ortega, referindo-se ao empate de 2 a 2 na final do Pr�_Ol�mpico que deu o t�tulo ao Brasil. Int�rpretes O t�cnico Passarella se irritou com os int�rpretes que trabalharam na entrevista coletiva ap�s a vit�ria contra Portugal.

Foram colocados dois, um ingl�s-portugu�s e outro ingl�s-espanhol. Como nenhum dos dois entendia espanhol e portugu�s, sempre havia um que fazia tradu��o indireta, a partir do ingl�s. As respostas mudavam de conte�do conforme iam passado pelo ''telefone sem fio''. ''Se conhe�o bem o Brasil, que j� enfrentei v�rias vezes, n�o posso dizer nada da Nig�ria, de quem n�o vi nenhum jogo'', disse certa vez Passarella. No segundo tradutor, a resposta havia virado: ''Vi v�rios jogos do Brasil, mas ultimamente n�o vi nenhum, e por isso n�o posso falar nada sobre ele''. Com o t�cnico portugu�s Nelo Vingada, foi pior. Poliglota, ele respondia �s perguntas no idioma em que eram feitas. Em certo momento, falou em ingl�s. Em seguida, um dos int�rpretes come�ou a ''traduzir'' sua resposta para o ingl�s. At� os t�cnicos riram. Colaboraram Marcelo Damato e M�rio Magalh�es, enviados especiais a Athens Argentina pode cortar indeniza��o de demitido 31/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: PRIMEIRA P�GINA P�gina: 1-1 Edi��o: Nacional Jul 31, 1996 Argentina pode cortar indeniza��o de demitido DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires O ministro da Economia da Argentina, Roque Fern�ndez, disse ontem que poder� extinguir indeniza��es trabalhistas por demiss�o. Central sindical protestou e manteve greve geral para o dia 8. P�g. 2-3 Novo ministro promete ser 'duro' no corte de gastos 31/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-3 Edi��o: Nacional Jul 31, 1996 Legenda Foto: O ministro da Fazenda do Brasil, Pedro Malan (� esquerda), e o novo ministro da Economia da Argentina, Roque Fern�ndez, durante audi�ncia Cr�dito Foto: Reuter Primeira: Chamada Vinheta/Chap�u: ARGENTINA Assuntos Principais: ARGENTINA; MINISTRO DA ECONOMIA; GASTOS P�BLICOS ERRAMOS: 01/08/96 O significado da sigla FMI (Fundo Monet�rio Internacional) foi grafado incorretamente no texto ''Novo ministro promete ser 'duro' no corte de gastos'', � p�g. 2-3 (Dinheiro) de ontem. ERRAMOS Bolsa de Buenos Aires fecha em alta de 3,4% e espera privatiza��o Novo ministro promete ser 'duro' no corte de gastos DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires O novo ministro da Economia da Argentina, Roque Fern�ndez, anunciou que ser� ''duro'' no controle de gastos p�blicos e admitiu a possibilidade de eliminar indeniza��es por demiss�o como forma de reduzir custos trabalhistas. Ontem, no segundo dia �til ap�s a queda do ex-ministro Domingo Cavallo, o mercado

continuou dando mostras de respaldo a Fern�ndez. A Bolsa de Valores de Buenos Aires fechou em alta de 3,4%, animada pela expectativa de que o Congresso acelere a vota��o da lei que permitir� a privatiza��o das usinas nucleares e da hidrel�trica de Yaciret�. O dia foi marcado tamb�m pelas especula��es em torno das medidas que devem ser anunciadas em breve para reduzir o d�ficit nas contas p�blicas. Em entrevista � ''Am�rica TV'', o novo ministro disse que a id�ia de subir impostos est� descartada. O pr�prio presidente Carlos Menem teria rejeitado a hip�tese, ao ser consultado pela Sociedade Rural Argentina sobre os rumores de que haveria um aumento no imposto sobre o �leo diesel. A taxa��o maior sobre o combust�vel chegou a ser discutida em um encontro entre a equipe econ�mica e deputados do Partido Justicialista, no domingo � noite. Exporta��es Fern�ndez disse que a equipe vai trabalhar ''pelo lado da elimina��o de isen��es tribut�rias''. Segundo o jornal ''Clar�n'', a medida poderia significar a redu��o de incentivos fiscais �s exporta��es de determinados produtos. Outro ponto sobre o qual j� h� consenso � a necessidade de uma reforma na Lei Penal Tribut�ria. Com o aval de Menem, Fern�ndez vai enviar ao Congresso um projeto que prev� pena de pris�o para os sonegadores. O ministro reconheceu a necessidade de uma reforma tribut�ria a longo prazo, a fim de que ''todos paguem impostos''. A id�ia seria ampliar a base tribut�ria, cobrando impostos mais baixos de um n�mero maior de contribuintes. A aten��o especial � quest�o fiscal se deve ao alarme provocado pelo d�ficit de US$ 2,5 bilh�es registrado no primeiro semestre _o valor era previsto para todo o ano no acordo com o FMI (Fundo Monet�rio Nacional). Greve Para a nova equipe, o desemprego � o segundo maior problema herdado da gest�o de Cavallo. Segundo as �ltimas estimativas oficiais, de maio, h� 2,04 milh�es de trabalhadores desempregados (17,1% da popula��o economicamente ativa). Na entrevista, Fern�ndez disse que n�o tem uma ''receita m�gica'' para reduzir o desemprego. Defensor da redu��o dos custos trabalhistas, o ministro respondeu com um ''creio que sim'' ao ser questionado sobre a possibilidade de acabar com o pagamento de indeniza��es aos trabalhadores demitidos. A declara��o gerou protestos na CGT (Confedera��o Geral de Trabalhadores), que ontem ratificou a convoca��o de uma greve geral contra a atual pol�tica econ�mica para o pr�ximo dia 8. Malan Anteontem � noite foi realizado o primeiro encontro entre Fern�ndez e o ministro da Fazenda do Brasil, Pedro Malan, desde a mudan�a no comando da economia. Malan disse ao argentino que pretende manter o mesmo tipo de rela��o que tinha com Cavallo, baseada no di�logo e no interc�mbio de informa��es. Segundo o ministro Malan, tratou-se de uma visita de cortesia, sem temas espec�ficos em pauta. ''Sei como � o primeiro dia de um ministro. A �ltima coisa que eu queria era aumentar a tens�o'', afirmou o brasileiro. Ind�stria argentina pede aquecimento 30/07/96 Autor: CL�VIS ROSSI; DANIEL BRAMATTI Origem do texto: Do enviado especial a Buenos Aires; De Buenos Aires Editoria: PRIMEIRA P�GINA P�gina: 1-1 Edi��o: Nacional Jul 30, 1996 Empres�rios querem que sucessor do ministro Cavallo reative economia; 1� dia �til ap�s a troca � tranquilo no mercado

Ind�stria argentina pede aquecimento CL�VIS ROSSI enviado especial a Buenos Aires DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires O novo ministro da Economia da Argentina, Roque Fern�ndez, j� come�ou a ser pressionado por empres�rios. Eles pediram mudan�as na pol�tica econ�mica, em especial para reativar a produ��o. Diego Videla, dirigente da Uni�o Industrial Argentina, elogiou Fern�ndez, mas disse que ele ''� demasiado liberal''. O primeiro dia �til depois da queda de Domingo Cavallo foi tranquilo na Bolsa de Buenos Aires e no c�mbio. Ap�s a posse, Fern�ndez iria se reunir com o colega brasileiro Malan (Fazenda). P�g. 2-1 Ex-ministro rouba a cena durante posse 30/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: de Buenos Aires Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-1 Edi��o: Nacional Jul 30, 1996 Arte: TABELA: O LEGADO DE CAVALLO Observa��es: SUB-RETRANCA Vinheta/Chap�u: ARGENTINA Assuntos Principais: ARGENTINA; ECONOMIA; ROQUE FERN�NDEZ; POSSE Ex-ministro rouba a cena durante posse DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires Domingo Cavallo, o ministro demitido, roubou a cena na posse de seu sucessor, Roque Fern�ndez. Quando o presidente Carlos Menem, no discurso com que deu posse a Fern�ndez, qualificou Cavallo como ''o melhor ministro de Economia que teve a Rep�blica argentina praticamente em toda a sua hist�ria'', um prolongado aplauso se ouviu no sal�o de atos da Casa Rosada, a sede governamental. ''Cavallo lan�ou os pilares do programa que transformou a Argentina em um dos pa�ses com melhores possibilidades na Terra'', refor�ou Menem. Terminada a cerim�nia, em que s� o presidente discursou, Roque Fern�ndez abra�ou Cavallo e saiu rapidamente. Mas o ex-ministro permaneceu muito tempo no sal�o recebendo apertados abra�os de ex-colegas de gabinete, inclusive dos que foram seus advers�rios, empres�rios e autoridades. O presidente tamb�m elogiou o novo ministro, apresentando-o como o homem que ajudou a Argentina a superar a crise decorrente da explos�o mexicana de 94. Menem procurou desfazer o mal-estar criado na sexta-feira, quando admitiu que Fern�ndez era sua terceira op��o, depois dos economistas Roberto Alemann e Miguel Angel Broda. Ambos estavam presentes � solenidade e elogiaram a escolha. Segundo Alemann, o problema fiscal � o mais grave que Fern�ndez ter� que enfrentar. ''O desemprego vem depois e ser� resolvido com investimentos'', disse. Dos novos integrantes da equipe econ�mica, o mais assediado pela imprensa foi Guillermo Calvo, assessor especial do novo ministro. Calvo ganhou notoriedade no final de 94 como um dos poucos economistas que previram a eclos�o da crise mexicana. Ele tamb�m apontou o d�ficit fiscal como o principal problema do governo. Argentina defende o peso com reservas

29/07/96 Autor: CL�VIS ROSSI; DANIEL BRAMATTI Origem do texto: de Buenos Aires Editoria: PRIMEIRA P�GINA P�gina: 1-1 Edi��o: Nacional Jul 29, 1996 Argentina defende o peso com reservas CL�VIS ROSSI enviado especial a Buenos Aires DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires O governo argentino est� disposto a torrar US$ 3 bilh�es de reservas (quase 20% do total) para conter eventual corrida contra o peso, hoje, na abertura dos mercados. A "Opera��o Tranquilidade", para enfrentar a rea��o � queda de Domingo Cavallo, incluiu ainda o pedido de apoio a l�deres empresariais. Cavallo culpa o peronismo, movimento que ap�ia o presidente Carlos Menem, pela crise que o levou � queda. "Acabou a era dos her�is", disse o ministro brasileiro Pedro Malan (Fazenda) sobre a demiss�o. Neg�cios 'Acabou a era dos her�is', afirma Malan 29/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-4 Edi��o: Nacional Jul 29, 1996 Legenda Foto: Pedro Malan, ministro da Fazenda, que falou ontem por telefone com Domingo Cavallo Cr�dito Foto: Folha Imagem Observa��es: COM SUB-RETRANCAS Vinheta/Chap�u: ARGENTINA Assuntos Principais: ARGENTINA; DOMINGO CAVALLO; DEMISS�O; REPERCUSS�O; PEDRO MALAN Institui��es n�o dependem de pessoas, diz ministro da Fazenda do Brasil, que prev� mercado calmo hoje 'Acabou a era dos her�is', afirma Malan DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires O ministro da Fazenda do Brasil, Pedro Malan, interpretou a queda de seu colega argentino Domingo Cavallo como um sinal de que ''acabou a era dos her�is''. ''N�o digo isso especificamente em rela��o a Cavallo, mas como prova de que as institui��es j� n�o dependem das pessoas'', disse Malan, que ontem passou o dia em Buenos Aires. O ministro conversou por telefone com Cavallo e marcou um encontro com o novo titular do Minist�rio da Economia, Roque Fern�ndez, a quem definiu como ''um velho conhecido''. Sem sobressaltos Empenhado em ajudar o governo argentino a acalmar o mercado, Malan previu uma jornada tranquila, hoje, nas Bolsas do Brasil e da Argentina. ''A abertura dos mercados � um teste. Sempre h� possibilidade de inquieta��o, mas estamos tranquilos. N�o haver� sobressaltos'', afirmou. Segundo o ministro, o mercado teve tempo de ''digerir'' as mudan�as no comando da economia no final de semana. Outro fator citado como tranquilizador foi a

entrevista concedida por Cavallo anteontem. O ex-ministro elogiou seu sucessor e disse confiar na manuten��o da pol�tica econ�mica. Malan e Fern�ndez devem conversar sobre a continuidade do processo de integra��o e os problemas enfrentados pelas economias do Brasil e Argentina. O maior desafio de Fern�ndez � o combate � sonega��o. Segundo Malan, est� na agenda dos ministros da Economia do Mercosul promover maior interc�mbio de informa��es sobre para�sos fiscais, que facilitam a evas�o de divisas. A reuni�o s� deve ocorrer amanh�. Malan n�o poder� comparecer � cerim�nia de posse, marcada para o in�cio da noite de hoje _neste hor�rio, ele estar� participando de uma confer�ncia para empres�rios na capital chilena. O ministro argentino das Rela��es Exteriores, Guido di Tella, fazia tanta quest�o da presen�a de Malan e do ministro da Economia do Chile, Eduardo Aninat, que chegou a colocar um avi�o da For�a A�rea � disposi��o de ambos. Malan foi convidado para viajar ao Chile h� dois meses. Segundo ele, a escala em Buenos Aires j� estava prevista e n�o teve nada a ver com a queda de Cavallo. A escolha de Alieto Guadagni para a Secretaria de Com�rcio, Ind�stria e Minera��o foi festejada pelo ministro e pelo embaixador do Brasil em Buenos Aires, Marcos Azambuja. ''� um grande amigo do Brasil'', disse Azambuja. Cavallo vai responder a processos 29/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-4 Edi��o: Nacional Jul 29, 1996 Observa��es: SUB-RETRANCA Vinheta/Chap�u: JUSTI�A Assuntos Principais: ARGENTINA; DOMINGO CAVALLO; DEMISS�O; JUSTI�A; PROCESSO Cavallo vai responder a processos de Buenos Aires Ao deixar o cargo de ministro da Economia da Argentina, Domingo Cavallo perdeu os foros especiais que tinha perante a Justi�a. Como cidad�o comum, ele ter� de se defender em uma s�rie de processos por cal�nia e difama��o, malversa��o de verbas p�blicas, viola��o de deveres de funcion�rio p�blico e enriquecimento il�cito, entre outros. No final de maio, Cavallo declarou guerra ao Judici�rio e disse ser v�tima de um ''ass�dio judicial''. ''Quando deixar o cargo, v�o querer me colocar na pris�o'', disse, em reuni�o com empres�rios. O ent�o ministro tamb�m se queixou de processos abertos contra integrantes de sua equipe e insinuou que o Judici�rio estaria sendo ''manipulado'' por seus advers�rios no Executivo. ''H� ju�zes e promotores que n�o s�o independentes de poderes muito fortes na Argentina, que operam alimentados pela corrup��o e pelo manuseio de grandes somas'', disse o ent�o ministro da Economia, na �poca. Antes disso, em outubro do ano passado, o pr�prio presidente Carlos Menem previu que seu auxiliar faria um p�riplo por todos os juizados do pa�s ao sair do governo. Menem se referia �s den�ncias de Cavallo de que haveria ''m�fias'' no poder, vinculadas ao empres�rio Alfredo Yabran. Yabran abriu a��es contra Cavallo e o Estado, dizendo que perdeu US$ 200 milh�es em neg�cios n�o realizados devido �s acusa��es. Segundo o jornal ''P�gina 12'', o ex-ministro teria pedido ''imunidade judicial'' a Menem ao deixar o cargo, como uma condi��o para garantir uma sucess�o sem traumas. A vers�o foi contestada na entrevista de Cavallo anteontem, com um surpreendente elogio � ''independ�ncia'' do Judici�rio.

Daniel Bramatti Menem j� tinha decidido demitir Cavallo na v�spera 28/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-3 Edi��o: Nacional Jul 28, 1996 Legenda Foto: O ex-ministro da economia Cavallo, demitido sexta-feira por Menem Cr�dito Foto: Folha Imagem Observa��es: COM SUB-RETRANCA Vinheta/Chap�u: ARGENTINA Assuntos Principais: ARGENTINA; MINISTRO DA ECONOMIA; DEMISS�O Presidente ignorou exposi��o do ex-ministro em reuni�o na quinta Menem j� tinha decidido demitir Cavallo na v�spera DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires A demiss�o do ex-ministro da Economia Domingo Cavallo, anunciada anteontem, havia sido decidida pelo presidente Carlos Menem na v�spera. Nesse dia, durante a reuni�o do gabinete ministerial, Menem ignorou completamente o relato de Cavallo sobre o panorama econ�mico: enquanto o ent�o ministro falava, o presidente lia um jornal. Ap�s a reuni�o, Menem foi � inaugura��o de uma estrada e comunicou sua decis�o ao governador da prov�ncia de Buenos Aires, Eduardo Duhalde, um dos pr�-candidatos do Partido Justicialista � elei��o presidencial de 99. A not�cia foi comemorada. Duhalde teve v�rios desentendimentos com Cavallo, a quem responsabiliza pelo aumento do desemprego. Al�m disso, o ex-ministro era ligado a Ram�n ''Palito'' Ortega, outro pr�-candidato � presid�ncia. Ainda na quinta-feira, Menem telefonou ao ex-chefe de Gabinete Eduardo Bauz�, que estava no Brasil, e pediu ajuda para encontrar um sucessor para Cavallo. � noite, ele j� estava em Buenos Aires. H� vers�es desencontradas sobre o momento exato em que Cavallo ficou sabendo da perda do cargo. A vers�o oficial � que o chefe de gabinete, Jorge Rodr�guez, teria telefonado ao ministro pouco depois das 16h de sexta-feira. Testemunhas das negocia��es, por�m, afirmam que a ren�ncia foi pedida por Menem. ''O presidente comunicou sua decis�o pela manh�, em um encontro na Casa Rosada'', disse � Folha o ex-ministro da Economia Roberto Alemann. Alemann, de 73 anos, foi chamado para um encontro com Menem no final da manh�. Convidado para o cargo, recusou-o por raz�es pessoais. ''Isso � para quem tem 20 anos a menos'', afirmou. A escolha de Roque Fern�ndez, titular do Banco Central, foi definida em uma conversa telef�nica entre Menem e Bauz�. Antes, eles haviam convidado o economista Miguel Angel Broda, que recusou. Cavallo cai; Menem tenta manter o plano 27/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-1 Edi��o: Nacional Jul 27, 1996 Legenda Foto: Domingo Cavallo, ex-ministro da Economia, que adotou medidas de austeridade que reduziram a renda de 1,8 milh�es de trabalhadores Cr�dito Foto: Associated Press Arte: GR�FICO: PIB; DESEMPREGO

Primeira: Chamada Leia Mais: X Observa��es: COM SUB-RETRANCA Selo: REVIRAVOLTA NA ARGENTINA Assuntos Principais: ECONOMIA; ARGENTINA Cavallo cai; Menem tenta manter o plano DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires O presidente da Argentina, Carlos Menem, 66, demitiu ontem � tarde o ministro da Economia, Domingo Cavallo, idealizador e principal avalista do plano econ�mico que acabou com a hiperinfla��o no pa�s ao atrelar a moeda local ao d�lar. Para o lugar de Cavallo, 50, foi nomeado o atual presidente do Banco Central, Roque Fern�ndez, 49. A escolha de um integrante da equipe foi interpretada pelo mercado como um sinal de que n�o haver� mudan�as no plano. Ainda assim, a not�cia do fim da chamada "era Cavallo'' provocou tumulto na Bolsa de Buenos Aires, que fechou em queda de 4%, depois de abrir em alta. Os bancos tamb�m registraram uma corrida em busca de d�lares, que chegaram a ser vendidos a 1,10 peso. O nome de Fern�ndez era a terceira op��o de Menem. O primeiro convidado foi o economista Roberto Alemann, ministro da Economia durante o governo do general Leopoldo Galtieri. Diante da recusa de Alemann, o presidente procurou o economista Miguel Angel Broda e tamb�m n�o obteve sucesso. Sintonia Menem fez quest�o de dizer que Fen�ndez concorda com a "filosofia'' imposta nos cinco anos de gest�o de Cavallo. "Trata-se de um homem comprometido com o modelo adotado no nosso pa�s'', disse o presidente, em uma entrevista coletiva concedida no in�cio da noite. O presidente negou que tenha nomeado um "ministro provis�rio'', como chegaram a especular alguns pol�ticos e economistas. "Isso n�o existe. Fern�ndez veio para ficar'', afirmou. A entrevista coletiva come�ou com palavras de agradecimento a Cavallo. "� um grande economista e um homem probo, mas h� etapas que se cumprem'', disse Menem, sorridente e bem-humorado. O novo ministro disse que sua prioridade ser� o combate � sonega��o de impostos e negou a possibilidade de mudar a paridade entre o peso e o d�lar. Resist�ncia Os rumores sobre a queda do ministro come�aram pela manh�, quando Cavallo foi chamado para uma reuni�o com o presidente, na Casa Rosada. Menem pediu que seu auxiliar renunciasse e foi para a resid�ncia oficial de Olivos, onde se reuniu com Roberto Alemann _sempre citado como candidato a ministro. Cavallo, por�m, n�o renunciou. �s 15h, seu porta-voz, Adrian Gomez, desmentia "com veem�ncia'' as vers�es sobre a demiss�o. O ministro, nesse momento, participava de um almo�o com empres�rios, como se nada estivesse acontecendo. Pouco antes das 16h, Cavallo foi para casa, em vez de voltar para o minist�rio _que sofria uma pane telef�nica por causa da sobrecarga de chamadas em busca de informa��es. Diante do sil�ncio do ministro, Menem tomou a iniciativa. �s 16h30, ordenou que o porta-voz da Presid�ncia, Ra�l Delgado, anunciasse a demiss�o. Festa na pra�a A not�cia foi recebida com festa na Pra�a de Maio, lotada de manifestantes que protestavam contra o �ltimo pacote de Cavallo, que reduziu a renda de pelo menos 1,8 milh�o de trabalhadores. O ministro da Economia caiu em uma data emblem�tica para os argentinos. Ontem foi comemorado o 44� anivers�rio da morte de Eva Per�n, que para muitos simboliza o Estado do bem-estar social, desmantelado pelo atual modelo econ�mico.

LEIA MAIS sobre Argentina nas p�gs.2-3, 2-4, 2-5, 2-6 e 2-10 Cavallo cai; novo ministro diz que vai manter o plano 27/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-1 Edi��o: S�o Paulo Jul 27, 1996 Legenda Foto: Domingo Cavallo, ex-ministro da Economia, ap�s se reunir, ontem � tarde, com o presidente Carlos Menem, em Buenos Aires Cr�dito Foto: Associated Press Arte: GR�FICO: COMO FOI A ECONOMIA ARGENTINA COM CAVALO Selo: REVIRAVOLTA NA ARGENTINA Assuntos Principais: ARGENTINA; ECONOMIA Cavallo cai; novo ministro diz que vai manter o plano *Roque Fernandez anuncia que paridade cambial vai continuar *Bolsa em Buenos Aires recua 4%; � registrada corrida ao d�lar DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires O presidente da Argentina, Carlos Menem, 66, demitiu ontem � tarde o ministro da Economia, Domingo Cavallo, idealizador e principal avalista do plano econ�mico que acabou com a hiperinfla��o no pa�s ao atrelar a moeda local ao d�lar. Para o lugar de Cavallo, 50, foi nomeado o atual presidente do Banco Central, Roque Fern�ndez, 49. A escolha de um integrante da equipe foi interpretada pelo mercado como um sinal de que n�o haver� mudan�as no plano. Ainda assim, a not�cia do fim da chamada ''era Cavallo'' provocou tumulto na Bolsa de Buenos Aires, que fechou em queda de 4%, depois de abrir em alta. Os bancos tamb�m registraram uma corrida em busca de d�lares, que chegaram a ser vendidos a 1,10 peso. Fern�ndez era a terceira op��o. O primeiro convidado foi o economista Roberto Alemann, ministro da Economia durante o governo do general Leopoldo Galtieri. O presidente tamb�m procurou, sem sucesso, Miguel Angel Broda. Menem fez quest�o de dizer que Fen�ndez concorda com a ''filosofia'' imposta nos cinco anos de Cavallo. ''Trata-se de um homem comprometido com o modelo adotado no nosso pa�s'', disse. O presidente negou que tenha nomeado um ''ministro provis�rio'', como chegaram a especular alguns pol�ticos e economistas. ''Isso n�o existe. Fern�ndez veio para ficar'', afirmou. A entrevista coletiva come�ou com palavras de agradecimento a Cavallo. ''� um grande economista e um homem probo, mas h� etapas que se cumprem'', disse Menem, sorridente e bem-humorado. O novo ministro disse que sua prioridade ser� o combate � sonega��o de impostos e negou a possibilidade de mudar a paridade entre o peso e o d�lar. Os rumores sobre a queda come�aram pela manh�, quando Cavallo foi chamado para uma reuni�o com o presidente, na Casa Rosada. Menem pediu que seu auxiliar renunciasse e foi para a resid�ncia oficial de Olivos, onde se reuniu com Roberto Alemann _sempre citado como candidato a ministro. Cavallo, por�m, n�o renunciou. �s 15h, seu porta-voz desmentia ''com veem�ncia'' as vers�es sobre a demiss�o. O ministro, nesse momento, participava de um almo�o com empres�rios. Menem tomou a iniciativa �s 16h30. O porta-voz da Presid�ncia anunciou a demiss�o. A not�cia foi recebida com festa na Pra�a de Maio, lotada de manifestantes que protestavam contra o �ltimo pacote de Cavallo, que reduziu a renda de pelo menos 1,8 milh�o de trabalhadores.

Novo ministro reorganizou os bancos 27/07/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-5 Edi��o: S�o Paulo Jul 27, 1996 Legenda Foto: Roque Fern�ndez, ex-presidente do Banco Central argentino e substituto do ex-ministro Domingo Cavallo Cr�dito Foto: France Presse Observa��es: COM SUB-RETRANCAS Vinheta/Chap�u: PERFIL Selo: REVIRAVOLTA NA ARGENTINA Assuntos Principais: ARGENTINA; ECONOMIA Sucessor de Cavallo, o ex-presidente do BC Roque Fern�ndez estimulou a compra das institui��es pequenas Novo ministro reorganizou os bancos de Buenos Aires O novo ministro da Economia da Argentina, Roque Fern�ndez, tem experi�ncia de a��o em situa��es emergenciais. Como presidente do Banco Central, ele enfrentou a pior crise banc�ria da hist�ria da Argentina, em 95. O pa�s foi o que mais sofreu com o chamado ''efeito tequila''_como ficou conhecida a influ�ncia da brusca desvaloriza��o do peso mexicano, em 94. Com a paridade entre o d�lar e o peso amea�ada, os argentinos correram aos bancos e realizaram saques massivos. Fern�ndez reorganizou o sistema, ao estimular a compra de pequenos bancos pelos grandes. De janeiro a outubro de 1995, o n�mero de bancos caiu de 169 para 132. Com a credibilidade reconquistada, os bancos at� superaram os n�veis de dep�sitos que tinham antes da crise. O presidente Menem citou a atua��o de Fern�ndez no BC como sua principal credencial. Em maio passado, Fern�ndez enfrentou uma nova crise. A ju�za Maria Servini de Cubr�a amea�ou process�-lo por supostas irregularidades na liquida��o do Banco Basel. A amea�a n�o foi cumprida. O novo ministro � PhD em Economia pela Universidade de Chicago e deu aulas em universidades dos EUA. Autor de cinco livros, Fern�ndez tamb�m trabalhou na Divis�o de Estudos Financeiros do FMI (Fundo Monet�rio Internacional), entre 1977 e 1978. (DB)

Related Documents


More Documents from "Daniel Bramatti"

August 2019 18
August 2019 22
August 2019 22
August 2019 27