Textos De Buenos Aires - Daniel Bramatti - 8

  • Uploaded by: Daniel Bramatti
  • 0
  • 0
  • July 2019
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Textos De Buenos Aires - Daniel Bramatti - 8 as PDF for free.

More details

  • Words: 7,167
  • Pages: 17
Mercado foi 'covarde', afirma Fern�ndez 15/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-5 Edi��o: Nacional Aug 15, 1996 Observa��es: COM SUB-RETRANCA Vinheta/Chap�u: ARGENTINA Assuntos Principais: ARGENTINA; PACOTE ECON�MICO; BOLSA DE VALORES Ministro e o presidente pressionam Congresso para aprovar pacote fiscal que garante acordo com FMI Mercado foi 'covarde', afirma Fern�ndez de Buenos Aires O ministro da Economia da Argentina, Roque Fern�ndez, disse ontem que a Bolsa caiu ap�s o an�ncio do pacote fiscal porque os mercados foram ''covardes''. ''Normalmente, os mercados s�o muito covardes. Na medida em que o pacote for sendo analisado, v�o se tranquilizar'', disse, em entrevista � r�dio ''Continental'', de Buenos Aires. Depois de enfrentar uma queda de 4,8% anteontem, a Bolsa de Buenos Aires n�o reagiu na jornada de ontem. O �ndice Merval, que re�ne as a��es mais negociadas, fechou em queda de 0,1%. Os investidores est�o diante de uma encruzilhada: se o pacote for aprovado pelo Congresso, o aumento de impostos pode frear a reativa��o da economia e trazer preju�zos �s empresas. Por outro lado, a eventual rejei��o das medidas prejudicaria as negocia��es com o FMI (Fundo Monet�rio Internacional) e colocaria em risco a estabilidade. Dilema O dilema foi expresso pelo secret�rio da Ind�stria, Alieto Guadagni, com as seguintes palavras: ''Entre o crescimento e a solv�ncia fiscal, preferimos o crescimento. Mas n�o h� crescimento sem solv�ncia.'' Para evitar turbul�ncias nos mercados, Fern�ndez e o presidente Carlos Menem sa�ram a campo para pressionar os congressistas a aprovarem o pacote. Em um encontro com parlamentares do Partido Justicialista, o ministro ouviu promessas de apoio, mas tamb�m cr�ticas pela aus�ncia de medidas que incentivem o crescimento e a gera��o de empregos. Caber� a Menem convencer os governadores de seu partido a aceitarem a imposi��o de um teto para os repasses de impostos para as prov�ncias, a partir de 1997. Outro ponto que gerou resist�ncias � o que destina exclusivamente para o governo federal o excedente arrecadado com o aumento de impostos sobre os combust�veis. Menem disse ontem que o FMI manifestou apoio ao pacote anunciado anteontem. O principal objetivo das medidas � a redu��o do d�ficit p�blico, que superou US$ 2,5 bilh�es no primeiro semestre _o que tinha sido previsto para todo o ano. (DANIEL BRAMATTI) Empresas e sindicatos criticam pacote 14/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-1 Edi��o: Nacional Aug 14, 1996

Legenda Foto: Roque Fern�ndez, ministro da Economia da Argentina, que precisa do Congresso para ter pacote aprovado Cr�dito Foto: Reuter Primeira: Chamada Observa��es: COM SUB-RETRANCAS Vinheta/Chap�u: ARGENTINA Assuntos Principais: ARGENTINA; PACOTE ECON�MICO; IMPACTO Uni�o Industrial diz que impostos podem inviabilizar os investimentos; CGT amea�a convocar nova greve Empresas e sindicatos criticam pacote DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires Empres�rios e sindicalistas argentinos se uniram ontem nas cr�ticas ao pacote fiscal do ministro da Economia, Roque Fern�ndez. A Bolsa de Buenos Aires caiu 4,8%, e a CGT (Confedera��o Geral dos Trabalhadores) amea�ou convocar nova greve geral. A queda da Bolsa _que encerrou de vez sua ''lua-de-mel'' com Fern�ndez_ chegou a superar os 5,5% por volta das 16h, devido ao clima de pessimismo gerado pelos aumentos de impostos e cortes de subs�dios anunciados na segunda-feira. A impress�o generalizada do mercado � que as medidas ter�o impacto negativo sobre a incipiente reativa��o da economia, depois da forte recess�o provocada pelo chamado ''efeito tequila'' em 95. ''Mais uma vez o setor produtivo vai pagar pela inefici�ncia do setor p�blico'', disse o presidente da UIA (Uni�o Industrial Argentina), Jorge Blanco Villegas, em entrevista a uma emissora de r�dio. No final da tarde a dire��o da UIA se reuniu e divulgou nota de tom moderado. A entidade admitiu ''colaborar com sua cota de sacrif�cio'' em nome da manuten��o da estabilidade econ�mica. Exporta��es Na entrevista, Villegas foi muito mais duro, ao afirmar que a maior press�o fiscal imposta pelo governo pode inviabilizar o aumento dos investimentos e das exporta��es. Uma das medidas que mais desagradaram a UIA foi a redu��o de 10% na devolu��o de impostos internos cobrados sobre produtos exportados. Nas exporta��es para os pa�ses do Mercosul o subs�dio foi reduzido a zero. Nos pr�ximos dias, o chamado ''Grupo dos Oito'', que re�ne as principais entidades representativas do setor agr�cola, banc�rio, industrial e comercial, deve anunciar sua posi��o sobre o pacote. A queda da Bolsa foi prevista pelo pr�prio presidente da institui��o, J�lio Macchi, antes da abertura dos mercados. ''O pacote n�o resolve o problema do excesso de gastos do governo'', disse Macchi. A Bolsa enfrentou ontem sua quarta jornada consecutiva em baixa, depois das altas registradas ap�s a tranquila transi��o no Minist�rio da Economia, comandado por Domingo Cavallo at� o dia 26 de julho. Desde a �ltima quinta-feira, quando foi realizada a maior greve geral de protesto contra o governo Menem, as a��es que integram o �ndice Merval j� ca�ram 9,7%. Aval do Congresso Para colocar em pr�tica as medidas anunciadas segunda-feira, Roque Fern�ndez ter� de contar com o aval do Congresso. Estava prevista para a noite de ontem uma reuni�o entre o ministro e os integrantes da bancada governista. O l�der do Partido Justicialista (situa��o) na C�mara dos Deputados, Jorge Matzkin, prometeu apoio total ao pacote. As primeiras dissid�ncias, por�m, j� come�am a aparecer. O presidente da Comiss�o de Ind�stria da C�mara, deputado Humberto Roggero, disse que considera ''dif�cil'' a aprova��o de certas medidas, como a que restringe o repasse de verbas �s Prov�ncias.

A proposta de Fern�ndez cria um teto para os repasses, que entraria em vigor a partir de 1997. Se a arrecada��o dos impostos provinciais superar o teto, o excedente ser� canalizado a um fundo de incentivo ao emprego e � produ��o. O objetivo do pacote � reduzir o d�ficit p�blico, que pode chegar a US$ 6,6 bilh�es no final do ano se as medidas n�o forem implementadas. Fern�ndez espera obter arrecada��o suplementar de US$ 1,2 bilh�o at� dezembro e de US$ 4,5 bilh�es em 1997. Pacote argentino atinge a classe m�dia 13/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-6 Edi��o: Nacional Aug 13, 1996 Primeira: Chamada Observa��es: COM SUB-RETRANCA Vinheta/Chap�u: ARROCHO Assuntos Principais: ARGENTINA; ECONOMIA Governo reajusta gasolina e �leo diesel; educa��o e medicina privadas, seguros e TV paga ter�o IVA de 10,5% Pacote argentino atinge a classe m�dia DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires Quatro dias depois da realiza��o da maior greve geral contra a pol�tica econ�mica do governo, o ministro da Economia da Argentina, Roque Fern�ndez, anunciou ontem um pacote de forte impacto sobre a renda da classe m�dia e dos trabalhadores. Fern�ndez tamb�m contrariou as expectativas de empres�rios dos setores agr�cola (ao aumentar os impostos sobre o �leo diesel) e industrial (ao reduzir os subs�dios �s exporta��es). O �leo diesel ter� aumento de 46%, enquanto a gasolina subir� entre 12% e 16%, de acordo com a qualidade. Os transportadores de passageiros, que j� haviam prometido aumentar as tarifas se os combust�veis subissem, tiveram outra amarga surpresa: passar�o a pagar 5% do valor do bilhete a t�tulo de IVA (Imposto sobre Valor Agregado). A cobran�a do IVA ser� estendida ainda a v�rios produtos e servi�os consumidos pela classe m�dia. Haver� al�quota de 10,5% sobre a educa��o e medicina privadas, seguros, TV paga, e espet�culos p�blicos (cinema, teatro e futebol). Livros e revistas sofrer�o tributa��o de 5%. Revis�o de tarifas Fern�ndez disse ainda que as tarifas do metr� e dos trens suburbanos ser�o ''revisadas''. A �nica boa not�cia para os consumidores � a redu��o do IVA de 21% para 20%. A medida, por�m, s� ter� vig�ncia a partir de 1997. Grande parte das medidas necessita de aprova��o pelo Congresso. O ministro, por�m, se declarou confiante. ''As medidas j� foram discutidas com o Congresso e com os governadores. Creio que ser�o aprovadas rapidamente'', afirmou, em entrevista coletiva concedida no in�cio da noite. Coerente com sua plataforma contra os subs�dios e as isen��es, Fern�ndez anunciou a redu��o de 10% nos reembolsos � exporta��o (devolu��o de impostos internos cobrados sobre produtos exportados) para os pa�ses fora do Mercosul. Nas exporta��es para o bloco, o subs�dio ser� reduzido a zero. Teto O ministro disse ainda que estabelecer� um teto para a transfer�ncia de recursos para as Prov�ncias no or�amento de 1997. ''Precisamos evitar que a arrecada��o suplementar gere aumento de gastos'', afirmou. Dois pontos do pacote afetam o sistema de seguridade social: a idade para a

aposentadoria de mulheres � equiparada � dos homens (65 anos) e as contribui��es patronais sofrem redu��o de tr�s pontos percentuais. O an�ncio do ministro surpreendeu o mercado, que esperava aumento nas contribui��es das empresas. Agressores de brasileiro s�o liberados 13/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: ESPORTE P�gina: 3-9 Edi��o: Nacional Aug 13, 1996 Agressores de brasileiro s�o liberados de Buenos Aires A Justi�a argentina libertou ontem os quatro agressores do brasileiro Elias Faria, espancado e morto em Buenos Aires depois de comemorar a vit�ria da sele��o da Nig�ria sobre a Argentina. ''Mas eles n�o foram desvinculados da causa. N�o poder�o viajar sem autoriza��o e ser�o presos se praticarem outro delito'', disse Fabian S�nchez, advogado de Zunilda Mendoza, que vivia com Faria. O crime foi qualificado como ''homic�dio em briga''. S�nchez tenta mudan�a para ''homic�dio comum''. (DANIEL BRAMATTI) Governo tenta desviar aten��es da greve 10/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-6 Edi��o: Nacional Aug 10, 1996 Legenda Foto: Da esquerda para a direita, Carlos S�nchez, presidente do DGI, Elias Jassan, ministro da Justi�a da Argentina, e FelipeSola (Agricultura) Cr�dito Foto: Clarin Observa��es: COM SUB-RETRANCA Vinheta/Chap�u: ARGENTINA Assuntos Principais: ARGENTINA; GREVE GERAL; GOVERNO; JUSTI�A; SONEGA��O Ministro da Justi�a anuncia pedido de pris�o de empres�rio acusado de sonegar US$ 80 mi em impostos Governo tenta desviar aten��es da greve DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires O governo argentino manteve ontem sil�ncio absoluto sobre as exig�ncias dos sindicalistas que promoveram, na v�spera, a maior greve geral dos �ltimos oito anos. A dire��o da CGT (Confedera��o Geral dos Trabalhadores) desmentiu ter sido convidada para reuni�es com os ministro Roque Fern�ndez (Economia) e Alberto Caro Figueroa (Trabalho). Anteontem, Caro Figueroa disse que o governo estaria disposto a negociar mudan�as no decreto que reduziu ou eliminou o pagamento do benef�cio do sal�rio-fam�lia. A medida, idealizada pelo ex-ministro Domingo Cavallo (Economia), reduziu a renda de pelo menos 1,8 milh�o de trabalhadores. A �nica iniciativa oficial de ontem foi encarada como uma manobra para mudar o foco das aten��es. O ministro da Justi�a, Elias Jassan, convocou uma entrevista coletiva para anunciar que o governo pediu a pris�o do empres�rio Alberto Samid,

acusado de sonegar US$ 80 milh�es em impostos. Samid, que atua no setor de exporta��o de carne bovina, foi deputado pelo Partido Justicialista (peronista) e costuma se apresentar como amigo do presidente Carlos Menem. Manobra ''O governo est� enganado se pensa que o povo vai se distrair com manobras'', disse � Folha o l�der do MTA (Movimento dos Trabalhadores Argentinos), Juan Manuel Pal�cios, ao comentar a den�ncia contra Samid. O sindicalista reclamou da repress�o policial contra as manifesta��es do MTA. No total, 54 grevistas foram presos e alguns tiveram de ser medicados. O ministro do Interior, Carlos Corach, ter� de explicar no Congresso a aplica��o das medidas de for�a. Para Pal�cios, o sucesso da greve est� relacionado com a decis�o do ministro Roque Fern�ndez de adiar para a pr�xima semana a divulga��o do pacote fiscal contra o d�ficit p�blico. "Pelo que sabemos, o pacote vai reduzir ainda mais o poder aquisitivo da popula��o, ao aumentar os impostos sobre os combust�veis'', disse o sindicalista. Outra medida esperada � o poss�vel aumento das contribui��es trabalhistas patronais. A UIA (Uni�o Industrial Argentina) j� se manifestou contra. Segundo a entidade, o aumento provocar� a queda da competitividade dos produtos argentinos no exterior. Sonega��o A iniciativa do governo de tornar p�blica uma den�ncia judicial contra um empres�rio � inusual. Normalmente, os processos envolvendo sonega��o tramitam em sigilo absoluto. Al�m do ministro da Justi�a, participaram da entrevista coletiva o chefe da DGI (Dire��o Geral Impositiva), Carlos S�nchez, e o secret�rio da Agricultura, Felipe Sol�. Na quarta-feira, o titular do Departamento de Assuntos Fiscais do FMI (Fundo Monet�rio Internacional), Vito Tanzi, havia pedido a Roque Fern�ndez um endurecimento do governo contra os sonegadores. Alberto Samid foi denunciado, juntamente com dois irm�os, por associa��o il�cita com o objetivo de sonegar. A DGI o acusa de possuir 28 empresas em nome de "testas-de-ferro'', al�m de se beneficiar de devolu��es irregulares de impostos. O setor de carnes � o principal alvo dos fiscais da DGI atualmente. O ex-ministro Cavallo estimou em US$ 600 milh�es o total sonegado anualmente pelos frigor�ficos argentinos. Greve geral paralisa a Argentina 09/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: PRIMEIRA P�GINA P�gina: 1-1 Edi��o: Nacional Aug 9, 1996 Policiais prendem 50 pessoas em Buenos Aires durante protestos contra a pol�tica econ�mica do governo Menem Greve geral paralisa a Argentina DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires A greve geral na Argentina contra a pol�tica econ�mica foi marcada por a��es policiais e grande ades�o _de 70%, segundo empresas, a 90%, para sindicatos. Em Buenos Aires houve 50 pris�es. "N�o se tratou de repress�o, mas de persuas�o", disse o ministro do Interior. No Rio, o ex-ministro Cavallo isentou seu plano de responsabilidade pela alta no desemprego.

P�g. 2-6 Tens�o por emprego provoca conflitos 09/08/96 Autor: CRISTIANE PERINI LUCCHESI; DANIEL BRAMATTI Origem do texto: Da Reportagem Local; de Buenos Aires Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-1 Edi��o: S�o Paulo Aug 9, 1996 Primeira: Chamada Leia Mais: X Vinheta/Chap�u: TRABALHO Assuntos Principais: ARGENTINA; GREVE GERAL; PROTESTO; FOR�A SINDICAL; CGT Greve geral na Argentina e invas�o de minist�rio em S�o Paulo terminam em pris�es e feridos Tens�o por emprego provoca conflitos CRISTIANE PERINI LUCCHESI da Reportagem Local DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires Saldo Na Argentina, 50 pessoas foram detidas Ades�o ao movimento foi de 90%, diz CGT Em SP, cinco ficam feridos Manifesta��es de trabalhadores argentinos e brasileiros acabaram em conflito, ontem, com as pol�cias de Buenos Aires e de S�o Paulo. A greve geral na Argentina foi reprimida com viol�ncia. Mais de 50 pessoas foram detidas, a maioria liberada ao final do dia. Segundo a CGT (Confedera��o Geral dos Trabalhadores), a ades�o ao movimento chegou a 90%. Em S�o Paulo, a invas�o da sede do Minist�rio da Fazenda pelos demitidos da Sofunge e da Vicunha, organizada pela For�a Sindical, acabou com cinco feridos. Um deles foi o presidente do Sindicato dos Metal�rgicos de S�o Paulo, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. Ele sofreu cinco fraturas no rosto e ser� operado hoje no Hospital Nove de Julho. LEIA MAIS sobre os conflitos nos dois pa�ses nas p�gs. 2-3 e 2-6 Governo argentino reprime os grevistas 09/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-6 Edi��o: Nacional Aug 9, 1996 Legenda Foto: Policiais arrastam grevista durante manifesta��o em Buenos Aires contra a pol�tica econ�mica de Menem Cr�dito Foto: Reuter Primeira: Chamada Observa��es: COM SUB-RETRANCAS Vinheta/Chap�u: PROTESTO Assuntos Principais: ARGENTINA; GREVE GERAL; ECONOMIA; DESEMPREGO Paralisa��o atingiu 90% dos trabalhadores, diz a CGT; cerca de 50 manifestantes foram detidos pela pol�cia

Governo argentino reprime os grevistas DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires A greve geral realizada ontem na Argentina foi marcada pelo alto n�vel de ades�o e pela repress�o policial contra os manifestantes. A CGT (Confedera��o Geral dos Trabalhadores) estimou em 90% o �ndice de participa��o. Cerca de 50 pessoas foram detidas em Buenos Aires, capital do pa�s. Adolfo Perez Esquivel, ganhador do Pr�mio Nobel da Paz, denunciou ter sido agredido por policiais, juntamente com cinco integrantes da Associa��o das M�es da Pra�a de Maio. Os acessos � pra�a _onde se localiza a sede do governo argentino_ foram cercados por centenas de policiais. Quando tentaram entrar no local para realizar o tradicional protesto das quintas-feiras, as ''madres'' foram recebidas com jatos de �gua e empurr�es. A pol�cia encontrou na pra�a um explosivo de baixa pot�ncia, supostamente jogado pelos manifestantes. A bomba foi detonada por uma equipe especializada. Incidentes ''� um estado de s�tio n�o declarado. N�o h� antecedentes para este tipo de situa��o'', disse o l�der do Movimento dos Trabalhadores Argentinos (MTA), Juan Manuel Pal�cios, que se envolveu em um tumulto em frente ao Congresso. A confus�o come�ou no final da manh�, quando cerca de 200 manifestantes tentaram preparar e distribuir alimentos em uma pra�a. A pol�cia dissolveu a manifesta��o com jatos de �gua e prendeu cerca de 30 pessoas. Incidentes semelhantes foram registrados em outras tr�s pra�as. No final da tarde, quase todos os detidos haviam sido liberados. O secret�rio de Seguran�a Interior, Andr�s Antonietti, disse que a pol�cia reprimiu ''porque nenhuma marcha ou concentra��o foi autorizada''. ''Um governo cujo programa prejudica milh�es de trabalhadores e que n�o permite manifesta��es � totalmente autorit�rio'', afirmou o deputado Carlos Chacho �lvarez, da coaliz�o Frepaso (Frente Pa�s Solid�rio), que pediu a ren�ncia do ministro do Interior, Carlos Corach. Desafio O �ndice de ades�o superou as expectativas dos organizadores. ''Este � um dia hist�rico para os trabalhadores argentinos'', disse o presidente da CGT, Gerardo Mart�nez, no final da tarde. Mart�nez convocou o governo para negociar a anula��o do decreto que reduziu ou eliminou o pagamento do sal�rio-fam�lia para quem ganha mais de US$ 500. O sindicalista n�o descartou a hip�tese de promover outra greve caso o governo n�o mude a atual pol�tica econ�mica. ''N�o aceitamos este modelo capitalista, selvagem, monetarista e tecnocr�tico.'' Na pauta de reivindica��es da central est�o pontos como a reativa��o da economia, combate ao desemprego, restri��o a importa��es e concess�o de cr�dito para pequenas e m�dias empresas. Em Buenos Aires, o sucesso da paralisa��o foi garantido pela participa��o dos motoristas de �nibus. No metr�, a frequ�ncia dos trens foi reduzida � metade. A maior parte dos bancos permaneceu fechada, enquanto o com�rcio funcionou parcialmente. Segundo os sindicalistas, a ades�o foi ainda maior no interior do pa�s, em cidades importantes como C�rdoba, Mendoza e Ros�rio. Pela manh�, a r�dio Mitre, de Buenos Aires, informou que a UIA (Uni�o Industrial Argentina) estimava a paralisa��o em 70%. A assessoria de imprensa da UIA n�o confirmou a estimativa � Folha. Greve testa hoje governo Menem 08/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires

Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-1 Edi��o: Nacional Aug 8, 1996 Legenda Foto: Fi�is na frente do Santu�rio Saint Caytano, em ensaio para greve Cr�dito Foto: Reuter Primeira: Chamada Leia Mais: X Vinheta/Chap�u: ARGENTINA Assuntos Principais: ARGENTINA; GREVE GERAL Confedera��o Geral de Trabalhadores espera a maior paralisa��o no pa�s desde 1989 Greve testa hoje governo Menem DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires A CGT (Confedera��o Geral de Trabalhadores) promete realizar hoje a maior greve geral desde que presidente Carlos Menem chegou ao poder, em 1989. ''Esperamos uma ades�o de 100% em v�rias prov�ncias'', disse o presidente da central, Gerardo Mart�nez, em uma entrevista coletiva concedida no final da tarde de ontem. Por causa da greve, o ministro Roque Fern�ndez (Economia) adiou para amanh� a divulga��o do pacote fiscal de combate ao d�ficit p�blico. ''N�o quero que vinculem um fato ao outro'', disse o ministro. Os sindicalistas exigem a revoga��o do decreto que reduziu ou eliminou o pagamento de sal�rio-fam�lia. A medida reduziu a renda de pelo menos 1,8 milh�o de trabalhadores. Roque Fern�ndez descartou a possibilidade de recuar. J� o ministro do Trabalho, Armando Caro Figueroa, disse que o governo admite negociar. LEIA MAIS sobre Argentina na p�g. 2-4 Cat�licos fazem ensaio para greve 08/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-4 Edi��o: Nacional Aug 8, 1996 Legenda Foto: Desempregado segura imagem de Saint Cayetano, padroeiro dos pobres na Argentina, e da Virgem Maria Cr�dito Foto: Reuter Vinheta/Chap�u: ARGENTINA Assuntos Principais: ARGENTINA; GREVE GERAL Pesquisas indicam apoio dos trabalhadores Cat�licos fazem ensaio para greve de Buenos Aires A greve geral convocada para hoje marca o primeiro enfrentamento direto entre a CGT (Confedera��o Geral de Trabalhadores) e o presidente da Argentina, Carlos Menem. Ontem, j� houve uma esp�cie de ensaio para o movimento. Fi�is cat�licos participaram da Marcha de Saint Cayetano, padroeiro do trabalho na Argentina. Cerca de 50 mil pessoas se concentraram nos arredores da igreja do padroeiro em Liniers, no interior do pa�s. Uma pesquisa telef�nica feita pela emissora de TV ''Cable Visi�n Not�cias'' demonstrou alto �ndice de apoio � greve. Dos 15 mil consultados, mais de 10 mil anunciaram a inten��o de aderir ao movimento. O governo tamb�m trabalha com a hip�tese de ades�o significativa. Relat�rios de

entidades empresariais indicam que a paralisa��o ser� maior no interior, onde os efeitos da crise s�o mais sentidos. Discurso duro Nas tr�s paralisa��es realizadas desde que Menem assumiu o poder, em 1989, a figura do presidente sempre foi preservada. O alvo das cr�ticas dos sindicalistas era o ent�o ministro da Economia, Domingo Cavallo. A sa�da de Cavallo provocou o endurecimento do discurso contra o presidente. ''A maior responsabilidade (pelas perdas dos trabalhadores) � do presidente, que reivindica a paternidade do atual modelo'', disse o presidente da CGT, Gerardo Mart�nez. A central � controlada por militantes do Partido Justicialista (peronista), o mesmo de Menem. ''Somos peronistas porque a maioria dos trabalhadores � peronista. Mas isso n�o significa que a CGT seja um ap�ndice do governo'', disse Mart�nez. A CGT exige a anula��o do decreto que reduziu ou eliminou o pagamento do sal�riofam�lia. A greve tamb�m conta com o apoio das duas centrais de oposi��o ao governo _CTA (Congresso dos Trabalhadores Argentinos) e MTA (Movimento dos Trabalhadores Argentinos). (DANIEL BRAMATTI) Vi�va de brasileiro pode ser indenizada 08/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: ESPORTE P�gina: 3-8 Edi��o: Nacional Aug 8, 1996 Legenda Foto: Familiares acompanham o enterro de Elias Faria em um cemit�rio de Buenos Aires, capital argentina Cr�dito Foto: 'Cr�nica' Vinheta/Chap�u: VIOL�NCIA Assuntos Principais: CRIME; OLIMP�ADAS, 1996; ARGENTINA Elias Faria, morto por torcedores, foi enterrado Vi�va de brasileiro pode ser indenizada DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires O brasileiro Elias Faria, morto por quatro torcedores argentinos no �ltimo s�bado, foi enterrado ontem em Buenos Aires. O enterro foi acompanhado por amigos de Faria, representantes do consulado brasileiro e familiares, al�m de jornalistas dos principais �rg�os de comunica��o da capital. O consulado pagou as despesas do funeral, j� que a fam�lia alegou n�o ter condi��es econ�micas. ''S� quero justi�a'', disse a paraguaia Zunilda Mendoza, 39, que vivia com o brasileiro desde 1994. O advogado de Zunilda, Fabian Sanchez, disse � ''R�dio Mitre'' que pedir� uma indeniza��o ao governo argentino pela morte. A informa��o n�o foi confirmada por Zunilda. ''N�o conversamos nada sobre isso. N�o sei se tenho esse direito'', disse ela � Folha. A Justi�a n�o divulga os nomes dos quatro detidos nos �ltimos dias, acusados de terem cometido o crime. A pol�cia chegou a eles gra�as ao depoimento do brasileiro M�rio Lakosky, que acompanhava Faria momento da agress�o. Faria foi espancado depois de ter comemorado a vit�ria da sele��o da Nig�ria sobre a Argentina, na final do torneio ol�mpico de futebol. Ele assistiu ao jogo em um bar, perto da pens�o onde morava, e foi atacado ao sair do local. O assassinato mobilizou diplomatas argentinos e brasileiros, que se esfor�aram para evitar que o caso afetasse as rela��es entre os pa�ses. Na segunda-feira, o embaixador do Brasil, Marcos Azambuja, recebeu manifesta��o de condol�ncias do governo argentino.

Menem rejeita exig�ncias fiscais do FMI 07/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-5 Edi��o: Nacional Aug 7, 1996 Legenda Foto: O presidente argentino Carlos Menem, que deu ontem entrevista a correspondentes estrangeiros Cr�dito Foto: France Presse Observa��es: COM SUB-RETRANCA Vinheta/Chap�u: CRISE ARGENTINA Assuntos Principais: ECONOMIA; ARGENTINA Presidente diz que pacote econ�mico n�o trar� aumento de impostos, apesar da press�o do fundo Menem rejeita exig�ncias fiscais do FMI DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires O presidente da Argentina, Carlos Menem, disse ontem que n�o se render� �s press�es do FMI (Fundo Monet�rio Internacional) no sentido de aumentar impostos. ''Vamos negociar com o FMI, mas n�o aceitaremos press�es e muito menos aumentaremos al�quotas. Maiores impostos s� trariam mais sonega��o'', disse Menem, durante entrevista coletiva � imprensa estrangeira. A declara��o foi feita na v�spera da chegada a Buenos Aires de dois t�cnicos do fundo. Especialistas em quest�es tribut�rias, eles v�o vistoriar o pacote fiscal do ministro Roque Fern�ndez (Economia), que ser� anunciado amanh�. Segundo o jornal ''Clar�n'', o FMI estaria exigindo um aumento nas contribui��es trabalhistas patronais como forma de reduzir o d�ficit p�blico, que chegou a US$ 2,5 bilh�es no primeiro semestre _valor previsto para todo o ano. O ex-ministro da Economia Domingo Cavallo decretou uma redu��o m�dia de 40% nas contribui��es patronais a fim de incentivar a contrata��o de desempregados. No interior, onde o problema do desemprego � mais grave, os descontos foram maiores. Cr�ticos de Cavallo o acusaram de provocar um rombo nas contas p�blicas com a medida, sem conseguir elevar os n�veis de emprego. Ret�rica Apesar da ret�rica de Menem, � improv�vel que o pacote n�o traga aumentos de impostos. O mercado espera um carga adicional sobre o �leo diesel, que atualmente est� isento de todos os impostos, com exce��o do IVA (Imposto sobre Valor Agregado). Outra medida prevista � o fim dos subs�dios ao transporte a�reo e ferrovi�rio. Fern�ndez tamb�m deve acabar com isen��es tribut�rias e promover uma anistia fiscal para capitais argentinos que retornarem do exterior. Menem voltou a anunciar que a prioridade do governo � o combate � sonega��o, qualificada como ''o pior dos crimes''. Segundo ele, o �ndice de sonega��o no pa�s � ''dram�tico'', chegando a 40%. O presidente respondeu �s recentes cr�ticas da Igreja Cat�lica ao ''modelo econ�mico'' adotado pelo governo. ''Um padre disse que o modelo est� cobrando mais v�timas que a guerra suja. Ele deveria ler o Manual do Perfeito Idiota LatinoAmericano'', afirmou, sem revelar o nome do religioso. O livro, escrito por �lvaro Vargas Llosa (filho de M�rio Vargas Llosa) e outros dois autores, � uma cr�tica �s experi�ncias populistas de governo na Am�rica Latina. Menem disse ainda que seria ''conveniente'' para o Brasil a reelei��o do presidente Fernando Henrique Cardoso. ''� um grande pol�tico e precisa de mais um mandato'', afirmou.

Corpo de brasileiro ser� enterrado hoje 07/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: ESPORTE P�gina: 3-9 Edi��o: Nacional Aug 7, 1996 Vinheta/Chap�u: VIOL�NCIA Assuntos Principais: CRIME; OLIMP�ADAS, 1996; ATLANTA /EUA/; TORCEDOR Corpo de brasileiro ser� enterrado hoje DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires O corpo do brasileiro Elias Faria, espancado por torcedores argentinos no �ltimo s�bado, ser� enterrado hoje em Buenos Aires. Faria, de 52 anos, foi agredido depois de comemorar em um bar a vit�ria da sele��o da Nig�ria sobre a Argentina, na final do torneio ol�mpico de futebol. Tr�s dos agressores j� foram detidos. A pol�cia est� � procura de um motorista, o �nico dos envolvidos que continua foragido. O juiz respons�vel pela investiga��o, S�rgio Torres, ouviu ontem o depoimento da paraguaia Zunilda Mendoza, que vivia com Faria h� dois anos. Ela acusa os quatro torcedores de terem premeditado o assassinato. Incentivos O brasileiro S�rgio da Silveira, amigo de Faria, disse ontem que o espancamento foi incentivado por argentinos que se encontravam no local. Segundo ele, um vendedor que trabalha em frente ao bar gritou a frase ''matem esse brasileiro morto de fome'', quando Faria j� estava ca�do. Pol�cia da Argentina prende 4� agressor 07/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: ESPORTE P�gina: 3-15 Edi��o: S�o Paulo Aug 7, 1996 Vinheta/Chap�u: VIOL�NCIA Assuntos Principais: CRIME; ATLANTA /EUA/; OLIMP�ADAS, 1996; TORCEDOR Pol�cia da Argentina prende 4� agressor DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires O quarto argentino acusado de estar envolvido no homic�dio do brasileiro Elias Faria foi preso ontem, segundo a fam�lia da v�tima. Faria foi espancado depois de comemorar a vit�ria da sele��o da Nig�ria sobre a Argentina. O homem detido ontem � um motorista que costumava frequentar o bar onde Faria assistiu ao jogo. O brasileiro foi atacado ao sair do local. O corpo ser� enterrado hoje em Buenos Aires. No in�cio da noite de ontem, cerca de 15 brasileiros participavam do vel�rio _entre eles Celso Faria, filho de Elias. ''N�o tenho rancor dos argentinos, porque isso tamb�m poderia ter acontecido no Brasil'', disse Celso. Segundo ele, a necr�psia indicou que seu pai sofreu um traumatismo craniano. S�rgio da Silveira, amigo de Faria, disse ontem que o espancamento foi incentivado por outros argentinos que estavam na rua. Segundo ele, um vendedor que trabalha em frente ao bar gritou a frase ''matem esse brasileiro morto de fome''. Ministro reclama do sal�rio de US$ 5 mil 06/08/96

Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: DINHEIRO P�gina: 2-3 Edi��o: Nacional Aug 6, 1996 Vinheta/Chap�u: ARGENTINA Assuntos Principais: ARGENTINA; MINISTRO DA ECONOMIA; PACOTE FISCAL �s v�speras de anunciar pacote fiscal, Roque Fern�ndez diz a r�dio que precisaria de US$ 15 mil para viver Ministro reclama do sal�rio de US$ 5 mil DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires Prestes a lan�ar um pacote fiscal que exigir� sacrif�cios da sociedade argentina, o ministro Roque Fern�ndez (Economia) disse ontem que precisa de US$ 15 mil por m�s para viver. O valor equivale a cerca do triplo do que ganha no cargo. A declara��o foi feita em entrevista � r�dio FM ''Rock & Pop''. Fern�ndez disse ainda que ganharia ''tr�s vezes mais'' se trabalhasse para empresas privadas. ''Ent�o temos de lhe agradecer'', ironizou o jornalista Rom�n Letjman, que conduzia a entrevista. ''N�o, � para que o senhor saiba'', disse o ministro. Em maio de 1994, o ex-ministro da Economia Domingo Cavallo recebeu fortes cr�ticas ao afirmar que necessitava de US$ 10 mil por m�s para cobrir seus gastos. A pol�mica aumentou quando a imprensa denunciou que Cavallo recebia uma ''complementa��o salarial'' da Funda��o Mediterr�nea, sustentada por verbas de grandes empresas. O sal�rio ideal de Fern�ndez � 50% maior do que o de Cavallo, apesar de a infla��o dos �ltimos 12 meses ter sido zero. No m�s de julho, os pre�os subiram 0,5% _a taxa mais alta do ano. Pacote Fern�ndez vai anunciar na quinta-feira o pacote de combate ao d�ficit p�blico. Apesar do sil�ncio oficial, as vers�es que circulam no mercado indicam que ser� inevit�vel a cria��o de um imposto sobre o �leo diesel, al�m de um aumento na taxa cobrada sobre a gasolina. Tamb�m s�o esperadas medidas que incentivem o reingresso de capitais argentinos depositados no exterior. O poss�vel aumento dos combust�veis foi recha�ado ontem por governadores que se reuniram com o ministro. Fern�ndez se limitou a anotar as reclama��es, sem fazer coment�rios. Amanh� chegam a Buenos Aires dois t�cnicos do FMI para discutir o pacote. Detido 3� suspeito de assassinato 06/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: ESPORTE P�gina: 4-6 Edi��o: Nacional Aug 6, 1996 Legenda Foto: Zunilda Gonzales (dir.), mulher de Elias Faria, morto s�bado ao festejar vit�ria da Nig�ria sobre a Argentina, ao lado da m�e do brasileiro Cr�dito Foto: "Cronica" Observa��es: ATLANTA 96; COM SUB-RETRANCAS Vinheta/Chap�u: VIOL�NCIA Assuntos Principais: OLIMP�ADA 1996; VIOL�NCIA; ELIAS FARIA /�BITO/; ARGENTINA /PA�S/ Corpo de brasileiro morto por festejar vit�ria da Nig�ria ser� enterrado na Argentina

Detido 3� suspeito de assassinato DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires A pol�cia argentina prendeu ontem o terceiro envolvido no homic�dio do brasileiro Elias Faria, de 52 anos, espancado ao comemorar a vit�ria da sele��o da Nig�ria sobre a Argentina, no s�bado. Trata-se de um jovem de cerca de 20 anos, conhecido pelos vizinhos como ''Florista Fernando''. O nome completo do detido est� sendo mantido em sigilo pela Justi�a. Outros dois suspeitos foram presos na noite de s�bado. Apenas um dos agressores continua foragido. Ele j� foi identificado _� um motorista que costumava frequentar o bar onde ocorreu o crime. Segundo a paraguaia Zunilda Gonzalez, que vivia com Faria em Buenos Aires h� dois anos, o florista foi o primeiro a atacar o brasileiro, na sa�da do bar. Os detalhes do espancamento foram relatados a Zunilda pelo brasileiro M�rio Lakosky, que estava com Faria no s�bado. Lakosky � a principal testemunha do crime. Enterro A fam�lia decidiu enterrar Faria na Argentina. O advogado de Zunilda desaconselhou o traslado do corpo para o Brasil, j� que as investiga��es poderiam exigir uma exuma��o no futuro. As despesas com o funeral ser�o cobertos pelo consulado do Brasil em Buenos Aires. Ontem chegou � capital argentina o filho mais velho de Faria, Celso Renato Faria, de 25 anos, que trabalha como fot�grafo em um jornal de S�o Jos� dos Campos. Ele considerou o assassinato ''uma aberra��o''. ''Voc� fica sem saber o que falar. Meu pai nem era fan�tico por futebol. N�o consigo entender essa rixa'', disse Celso. Faria tinha outros dois filhos: Jacymari (24 anos) e Herik (15 anos). O brasileiro era imigrante ilegal na Argentina. T�cnico em eletricidade industrial, ele vivia de trabalhos eventuais como eletricista. Morava em pens�o com Zunilda e com a filha desta, Gisele, de 8 anos. O corpo de Faria ainda n�o foi submetido a uma necr�psia. Segundo M�rio Lakosky, ele Governo argentino divulga pedido de desculpas 06/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: ESPORTE P�gina: 4-6 Edi��o: Nacional Aug 6, 1996 Observa��es: ATLANTA 96; SUB-RETRANCA Vinheta/Chap�u: VIOL�NCIA Assuntos Principais: OLIMP�ADA 1996; VIOL�NCIA; ELIAS FARIA /�BITO/; ARGENTINA /PA�S/ Governo argentino divulga pedido de desculpas de Buenos Aires A rivalidade desportiva entre Brasil e Argentina voltou a mobilizar diplomatas de ambos pa�ses. Na manh� de ontem, o governo argentino manifestou oficialmente as condol�ncias pela morte do brasileiro Elias Faria, espancado em Buenos Aires depois de comemorar a vit�ria da Nig�ria na final do torneio ol�mpico de futebol. Foi o segundo pedido oficial de desculpas em quatro dias. Na �ltima sexta-feira, as autoridades argentinas tiveram de se manifestar por causa da manchete do jornal esportivo ''Ol�''. Na v�spera, o jornal havia comemorado a classifica��o da Argentina para a final do torneio com uma provoca��o dirigida aos brasileiros: ''Que venham os macacos''. A manifesta��o de pesar pela morte de Faria foi dada pessoalmente, em uma visita do vice-ministro das Rela��es Exteriores, Andr� Cisneros, e do vice-ministro do

Interior, Alberto Iribarne, ao embaixador do Brasil, Marcos Azambuja. Cisneros disse ao embaixador Azambuja que o governo pagar� as despesas de transporte do filho de Faria, Celso, que chegou ontem a Buenos Aires. (DB) Brasileiro � morto na Argentina 05/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: ESPORTE P�gina: 4-5 Edi��o: Nacional Aug 5, 1996 Legenda Foto: Corpo de Elias Faria coberto com len�ol em rua de bairro perif�rico de Buenos Aires, onde ocorreu o crime Cr�dito Foto: ''Clar�n'' Observa��es: ATLANTA - 96; COM SUB-RETRANCAS Vinheta/Chap�u: VIOL�NCIA Assuntos Principais: OLIMP�ADAS, 1996; FUTEBOL; ASSASSINATO; BUENOS AIRES /ARGENTINA/ Elias Faria � assassinado ao torcer contra a sele��o argentina de futebol em Buenos Aires Brasileiro � morto na Argentina DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires O brasileiro Elias Faria, 52, foi espancado e morto s�bado, depois de comemorar a vit�ria da sele��o da Nig�ria sobre a Argentina em um bar no bairro de Colegiales, Buenos Aires. Ontem, a ag�ncia oficial ''Telam'' anunciou a pris�o de Ra�l Haeg, 50, e Roberto Far�as, acusados do crime. Dois suspeitos, um motorista e um florista _''Fernando''_, est�o desaparecidos. Segundo a paraguaia Zunilda Mendoza, que vivia com Faria h� cerca de dois anos na capital argentina, o crime foi premeditado. ''O filho do vendedor de flores aqui do bairro viu a comemora��o e esperou meu marido na porta do bar, com outros delinquentes.'' Os detalhes sobre a agress�o foram relatados a Zunilda pelo brasileiro M�rio Lakosky, que estava com Faria no bar. Lakosky tamb�m foi agredido, mas sofreu apenas ferimentos leves. O espancamento tamb�m foi presenciado pela filha de Zunilda, Gisele, 8. O corpo de Faria deve ser enterrado em Buenos Aires, segundo o c�nsul-adjunto do Brasil em Buenos Aires, Alexandre Campelo. Faria, nascido em Gua�ra (SP), dizia � mulher e aos amigos que era primo distante do jogador Rom�rio. O pai do jogador, Edevair de Souza, negou ontem o parentesco. O brasileiro recebia pens�o por invalidez como ex-piloto da Aeron�utica. ''Ele sofreu um acidente e tinha uma placa de platina na cabe�a'', disse Edwiges Gonz�lez, uma vizinha que cortou os cabelos do brasileiro cinco dias atr�s. Segundo o relato de Lakosky a Zunilda, Faria teve morte imediata ao receber pancadas na cabe�a. Faria j� havia viajado para a Nig�ria a servi�o, trabalhando para uma empresa angolana de avia��o. Depois do acidente, Faria come�ou a trabalhar como t�cnico em eletricidade industrial. Ambos decidiram se mudar para a Argentina por problemas ''econ�micos e familiares'', segundo Zunilda. Moravam em uma pens�o em um bairro de classe baixa, pagando US$ 320 por m�s pelo aluguel de um quarto. Faria era imigrante ilegal e vivia de trabalhos eventuais como eletricista. ''Muitas vezes nem nos pagavam, porque ele n�o tinha a quem recorrer, por ser

estrangeiro'', disse Zunilda. Segundo ela, Faria n�o gostava dos argentinos, a quem considerava ''petulantes''. O ex-piloto n�o era fan�tico por futebol, de acordo com o relato da mulher. ''Comemorou o gol porque havia apostado US$ 150 na vit�ria da Nig�ria.'' M�es da Pra�a de Maio rejeitam indeniza��o 04/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: MUNDO P�gina: 1-26 Edi��o: Nacional Aug 4, 1996 Legenda Foto: A l�der da Associa��o das M�es da Pra�a de Maio, Hebe de Bonafini, durante entrevista em Buenos Aires Cr�dito Foto: ''Clar�n'' - 31.jul.96 Observa��es: COM SUB-RETRANCAS Vinheta/Chap�u: DESAPARECIDOS Assuntos Principais: ARGENTINA; DESAPARECIDO POL�TICO; HEBE BONAFINI; ENTREVISTA L�der do grupo, Hebe de Bonafini, visita Brasil M�es da Pra�a de Maio rejeitam indeniza��o DANIEL BRAMATTI de Buenos Aires A l�der da Associa��o das M�es da Pra�a de Maio, Hebe de Bonafini, visita o Brasil para uma prega��o contra o pagamento de indeniza��es a familiares de v�timas do regime militar. Sua chegada estava prevista para ontem. Convidada para encontros com pol�ticos, sindicalistas e militantes de grupos de direitos humanos, a todos ela repetir� a mesma mensagem: ''A �nica repara��o poss�vel � a puni��o dos culpados''. Assumidamente radical, Bonafini considera ''in�til'' a busca pelos corpos de desaparecidos na Argentina e no Brasil. ''A busca por um corpo � uma luta individual, que acaba quando o cad�ver � exumado. N�o estamos atr�s de cad�veres, mas de justi�a'', afirma. Uma das fundadoras da organiza��o que denunciou ao mundo as atrocidades cometidas pela ditadura argentina, Bonafini contabiliza a perda de dois filhos e de uma nora no final da d�cada de 70. Considera inimigos n�o s� os generais do regime militar (1976-83), mas tamb�m os governantes na democracia, a quem n�o perdoa pela anistia a torturadores. Na quinta, Bonafini recebeu a Folha na sede do grupo e explicou por que considera ''repugnante'' a aceita��o de indeniza��es. * Folha _ Qual � o objetivo de sua visita ao Brasil? Hebe de Bonafini _ Como sempre, � a den�ncia. � a forma que temos de seguir lutando. Queremos nos encontrar com as autoridades brasileiras para que saibam em que pontos estamos em desacordo. Al�m disso, queremos demonstrar solidariedade ao movimento dos sem-terra. Folha _ Familiares de argentinos desaparecidos no Brasil querem que o governo brasileiro reconhe�a suas mortes. A sra. vai discutir esse assunto? Bonafini _ N�o, porque n�o nos interessa essa quest�o de identificar pequenos grupos. Estamos lutando por todos os desaparecidos e n�o aceitamos as indeniza��es econ�micas. � repugnante o fato de pessoas pedirem dinheiro pela vida. A vida vale vida. A �nica indeniza��o poss�vel � a justi�a. Folha _ O que a sra. entende por justi�a? Bonafini _ A responsabiliza��o dos culpados. � mais c�modo pagar indeniza��es em vez de mandar os assassinos � cadeia. Cada um vende o que que quer, e infelizmente algumas fam�lias vendem o sangue dos desaparecidos. Folha _ Ap�s 13 anos do fim da ditadura, de que forma atuam hoje as M�es da Pra�a

de Maio? Bonafini _ Agora h� um grande debate entre as m�es, envolvendo as indeniza��es econ�micas, a exuma��o de cad�veres e a constru��o de monumentos em mem�ria das v�timas. Outro tema que gera controv�rsia � a coloca��o dos nomes dos desaparecidos nas fotos utilizadas nas manifesta��es. Achamos que n�o s�o os nomes que fazem as pessoas, mas o contr�rio. Meus filhos poderiam se chamar de qualquer jeito e teria acontecido exatamente a mesma coisa. H� milhares de desaparecidos que n�o t�m fotos. Ent�o, decidimos n�o colocar nomes nos retratos, porque cada desaparecido representa todos. Em um de nossos atos mais fortes, colocamos 1 milh�o de fotos sem nome na avenida de Maio. Folha _ Como a sra. interpreta as �ltimas mudan�as no panorama pol�tico, como a queda do ministro Domingo Cavallo? Bonafini _ Creio que Cavallo n�o caiu. Ele se retirou temporariamente para poder se candidatar � Presid�ncia em 1999. Ele � o candidato ideal para os EUA, para o FMI, para o imperialismo. E esse outro (o novo ministro, Roque Fern�ndez) � pior do que ele. Estamos cada vez pior. Folha _ E a queda do ministro Rodolfo Barra (Justi�a), acusado de integrar uma organiza��o nazista na d�cada de 60? Bonafini _ N�s v�nhamos denunciando a atua��o de Barra h� muito tempo. Na �poca em que foi nomeado, houve v�rias greves de fome em protesto pela situa��o dos pres�dios. Para saber que Barra era nazista, n�o precisei v�-lo em uma foto com o bra�o levantado. Folha _ Por que a associa��o � contra a constru��o de monumentos em mem�ria das v�timas? Bonafini _ N�o aceitamos homenagens individuais. Somos as m�es dos 30 mil desaparecidos e fazemos tudo de forma coletiva. N�o aceito que nas universidades coloquem placas em homenagem aos m�dicos desaparecidos, aos jornalistas desaparecidos. Meu filho n�o foi levado por ser f�sico, mas por ser revolucion�rio. Queremos que as pessoas tamb�m se lembrem do que fizeram nossos filhos, e n�o s� da ditadura. A melhor mem�ria � mostrar o que faziam nos bairros pobres. Na casa de meu filho mais velho, havia tr�s frascos com moedinhas: um para a comida, outro para as viagens, outro para os imprevistos. Com isso ele vivia. Meu filho mais novo trabalhava em dois empregos para poder levar dinheiro para um amigo que vivia na clandestinidade. Agora, j� n�o existe mais disso. � preciso mostrar o quanto � bonito ser solid�rio. Grupo re�ne 2.000 m�es 04/08/96 Autor: DANIEL BRAMATTI Origem do texto: De Buenos Aires Editoria: MUNDO P�gina: 1-26 Edi��o: Nacional Aug 4, 1996 Observa��es: SUB-RETRANCA Vinheta/Chap�u: DESAPARECIDOS Assuntos Principais: ARGENTINA; GOVERNO MILITAR; DESAPARECIDO POL�TICO Grupo re�ne 2.000 m�es de Buenos Aires A Associa��o das M�es da Pra�a de Maio re�ne cerca de 2.000 m�es de v�timas do regime militar argentino (1976-1983). A entidade foi fundada em 1977 por mulheres que se conheceram quando buscavam informa��es sobre o paradeiro dos filhos. No dia 30 de abril de 1977, as ''madres'' fizeram a primeira manifesta��o p�blica na Pra�a de Maio, de Buenos Aires, ao tentar entregar uma carta ao ent�o presidente, general Jorge Rafael Videla.

Desde ent�o, elas marcam presen�a no local uma vez por semana. No dia 27 de junho, o grupo completou mil quintas-feiras de marchas silenciosas na pra�a. Desde o in�cio, as marchas chamaram a aten��o da imprensa internacional, que denunciou as execu��es ilegais de opositores. V�rios pa�ses passaram a criticar o governo argentino pelo desrespeito aos direitos humanos. Com o fim da ditadura, os militares reconheceram que os ''desaparecidos'' haviam sido executados. As m�es, por�m, continuaram mobilizadas, em busca da responsabiliza��o penal dos culpados. (DB)

Related Documents


More Documents from "Daniel Bramatti"

August 2019 18
August 2019 22
August 2019 22
August 2019 27