Culturanja, 09 De Agosto De 2009

  • Uploaded by: Tiago Inforzato
  • 0
  • 0
  • May 2020
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Culturanja, 09 De Agosto De 2009 as PDF for free.

More details

  • Words: 1,408
  • Pages: 1
Poesia

15

Rumores do fim de tarde por Thiago Calixto

Na reminiscência dos meus sonhos Algo foi roubado É conhecido este fado Mas não o deixo pontuado São velhos os rumores Novos os presságios Análogos No contato, atualizados Reformados nesse diapasão Ilustram a repetição Na perda a vocação

Agora somos todos Culturanja.

Por Tiago K. Inforzato

Caros amigos leitores, os mais atentos devem ter percebido que o nome da nossa página mudou, mas não foi uma simples mudança de nome, tal fato é reflexo das várias pequenas mudanças que estavam acontecendo durante esse ultimo semestre no “Cultura & Arte”. À partir de hoje somos “Culturanja”. Culturanja é um complexo de mídias que eu, juntamente com Nevilton de Alencar Jr. criamos para divulgar a produção independente de arte e cultura. Damos ênfase para a produção local, mas não nos limitamos a ela. Você pode ter acesso a esse conteúdo de várias formas: Caso você não seja muito da leitura e goste de ouvir rádio, temos o Culturanja na Rádio, que vai ao ar pela Rádio Universitária Paranaense (107,7 FM) todas as terças-feiras das 22 às 23h, com reprises aos sábados das 19 às 20h. Mas se você passa horas pela internet, também estaremos lá, no nosso blog: www.culturanja.blogspot.com, onde poderá ler muitos textos produzidos por nossos colaboradores (resenhas de livros, discos e outros textos dos mais diversos temas) e isso inclui nossas publicações de domingo no Umuarama Ilustrado. No blog você também poderá ouvir, à qualquer hora, os nossos programas do rádio, que ficam disponíveis no formato podcast. É só acessar e ouvir. Vocês também vão perceber pequenas e grandes mudanças aqui na página. Vão perceber que não existe mais meu nome no cabeçalho e que agora todos os textos são assinados. Antes eram apenas creditados os textos que não eram meus, já que eram apenas participações esporádicas de colaboradores. Não mais, pois agora a intenção é ter a constante participação dos mais diversos colaboradores nas mais diversas linguagens: poesia, prosa, gravuras, etc. Somos, enfim, um coletivo de autores, de idéias e de formatos. A outra mudança é a entrada de mais um jogador em nosso time titular: a Caroline Guimarães Gil, que abraçou a causa, vestiu a camisa e vêm desempenhando ótimamente bem o seu papel. Seja bem vinda Carol! E logo teremos mais gente legal entrando em campo, os antigos colaboradores já estão no aquecimento para a re-estréia, como o Nevilton de Alencar Jr. e o Thiago Calixto, agora é esperar pra ver. Divirtam-se e até o próximo Culturanja.

Umuarama, domingo, 9 de agosto de 2009

Família da Atualidade: Desordem com que Ordem? por Caroline Guimarães Gil

Fui pesquisar sobre a estrutura familiar na atualidade e me alarmou em muitos aspectos, primeiro que não há verdadeiramente um compromisso com o papel a ser realizado dentro da família. Por exemplo, o pai se torna o avô, o tio é quase um irmão, e a sogra é quase que uma nova esposa! Não há um papel definido dentro da família, ocorrendo muitos conflitos internos e até mesmo num âmbito mais amplo. Bom, acho que deve ser por isso que a criança faz legenda quando desenha numa folha a família. Devemos nos recordar que família é constituída por mais de um elemento, mesmo que estes não se relacionam muito bem, é preciso lembrá-los da importância do seu papel naquele espaço. É como retirar o protagonista da história no final do filme! Não consigo imaginar um filme do SuperMan sem o Clark Kent ou mesmo a Lois Lane, ou até mesmo o Diretor do Jornal, ou até os funcionários da empresa e etc. Tive a oportunidade de estar perto de algumas crianças que possuem essa desordem familiar, e foi muito interessante. Ao brincar com elas, sem que eu perguntasse algo a respeito de sua família, elas começavam a contar sobre todo o seu ambiente familiar, relatando cada um dos membros que a pertencia. Fiquei deslumbrada com o tamanho do conhecimento que elas possuíam sobre a palavra “família” e que este não condizia com o que via dentro de sua casa. Elas ainda palpitavam soluções, argumentando alternativas para resolver os problemas que enxergavam em sua família. As soluções que elas tinham - era sempre muito interessante - combinavam num ponto: as relações interpessoais. É claro, elas não utilizaram este termo, mas relatavam

a dificuldade que cada membro tinha de se relacionar, sempre discutindo, brigando, tornando tudo muito complicado, esse mundo dos adultos! Inclusive, algumas delas, até questionavam esses membros da família, e falavam para eles o que deveriam fazer para que tudo ficasse “melhor”. Toda essa história me lembrou outra! Seu autor é Agostinho Minicucci (Relações Interpessoais – Psicologia das Relações Interpessoais), o qual descreve que o que o jovem Cupido pomposamente preparou suas flechas - ouro, amor, ódio e desprezo – e desceu a terra numa reunião de jovens. No início, Cupido os estranhou, mas achou-os bem comunicativos! E já foi lançando suas flechas de amor... Porém, era muito curioso, pois essas flechas não produziam efeito algum sobre eles. Mas, imaginou que poderia estar à flecha do amor, com prazo de validade vencido. Cupido resolveu então ir pessoalmente conversar com eles e foi logo se apresentando, mas o pessoal da reunião foi tão frio, e cheio de olhares com desdém. Foram depressa falando que sabiam muito bem o que era o amor, e não precisava de ninguém para dizê-los o seu significado! Pois bem, não deu muito tempo para que todos num berro gritassem: FORA! Arrumou então suas lanças, colocando-as no bornal. “Eles amam e não sabem o que é o amor. Gostam e não definem gostar. Sentem-se atraídos e não explicam por quê. Odeiam, mas não sabem o que traduz esse sentimento” refletia Cupido deitado sobre uma nuvem. Então, voltou para Olimpo e mudou de emprego, trabalhando agora num ferro velho. É... Será que escolhemos aprender por meio da dor e não pelo amor?

Ele mostrou como se dança o Baião. E ninguém mais esqueceu. por Tiago K. Inforzato

No dia 02 de agosto de 1989, deixava os palcos e o mundo Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, ou como diria Raul Seixas: o Elvis Presley do Sertão. Gonzaga tirou a música nordestina da marginalidade, dos cafundós do sertão e trouxe os sons da Sanfona, da Zabumba e do Triangulo para a MPB, pela porta da frente, assim com fez Elvis com aquela música de pretos, que hoje chamamos de rock. Nos anos 50 o Brasil era um pais em urbanização e o chique era o americano, o Glenn Miller e companhia. Xaxado, Forró, Xote, Baião... era tudo ritmo de pião de obra nordestino, cabeça chata. E nesse período chegou o Gonzagão, munido de sua sanfona e com contrato assinado com a Rádio Nacional, trouxe o folclore e a cultura nordestina para os filhos do sertão Brasil afora, o braço forte que ergueu, tijolo a tijolo, as grandes metrópoles que temos hoje. De rebote ele também acabou conquistando o coração de todas as classes sociais do país e atingiu o patamar de grande músico de sucesso nacional. À partir dos anos 50 até sua morte em 1989, ele emplacou vários hits em todo o país. Canções como Asa Branca, Baião, Paraíba, Assum Preto e outras tantas ajudaram a divulgar e popularizar um pedaço da cultura nacional que poucos conheciam até então, algo que hoje nos é velho conhecido e faz parte inconteste da nossa cultura: a realidade do sertanejo nordestino, muitas vezes miserável, mas sempre feliz e esperançoso com a vida. E nas comemorações dos 20 anos da morte de Gonzaga, houveram e haverão vários lançamentos em vídeo e áudio de sua obra. Já está em fase de finalização um filme biográfico (nos moldes de Dois Filhos de Francisco, o do Zezé de Camargo e Luciano); também estão saindo do forno vários documentários em vídeo e algumas coletâneas em áudio, como a que a Som Livre lançou a pouco: Gonzagão Sempre. Todos, obviamente, uma boa pedida para conhecer ou matar a saudade do “Véio Lua”, como também era chamado. Certo é que Gonzaga, ao trazer a cultura rica, colorida e peculiar do nordeste para o resto do pais, contribuiu para que todas as vertentes artísticas se sentissem atraídas a experimenta-la, usa-la e serem influenciados em sua arte, resultando nesse sincretismo artístico que temos hoje no pais todo, e até hoje muitos bebem dessa fonte. Tudo bem que ele pode não ter sido o único, mas foi pioneiro. Êta cabra arretado!

Related Documents


More Documents from "Tiago Knoll Inforzato"