Cultura E Arte - Nov-09.pdf

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  • Words: 930
  • Pages: 1
Umuarama, domingo, 9 de novbembro de 2008

CRÔNICA O Crime Perfeito

Henri, um homem alto, grisalho, com seus 42 anos de idade, tinha construído nos últimos 15 anos, uma incrível carreira como detetive particular. Mesmo não permitindo a publicação de sua foto nos jornais, os moradores da pequena cidade Lisieux e de toda da Baixa-Normandia francesa o tinham como herói. Mesmo em crimes considerados impossíveis de se solucionar, ele jamais havia errado um palpite e já tinha colocado mais de uma centena de pessoas atrás das grades. Sua fama já havia chegado a Paris, mas se negou a ajudar a famosa Gendarmerie Nationale (Policia Federal Francesa) em casos fora de sua cidade, pois alegava que já era conhecido demais e quanto mais anônimo, melhor é o detetive. Todos estavam impressionados com sua capacidade dedutiva. Naquele sábado de inverno Juliette, a enfermeira do Hospital Saint Nicolas, havia sido encontrada morta num bosque próximo à sua casa por funcionários da prefeitura que limpavam a neve das ruas. A quantidade de neve que caíra naquela noite havia apagado qualquer evidência de pegadas e escondido – ou destruído, a maioria dos vestígios do assassino. A policia não teve dúvidas e chamou Henri para desvendar mais esse caso impossível. O detetive, como de costume, pediu para que todos os policiais se afastassem do local e o deixassem olhar a cena do crime com calma. Apenas o Comissário de Policia o acompanhava. Após uma hora e meia de observações, anotações e fotos, chamou os policiais e apontou onde estavam os elementos a serem recolhidos e levados à perícia. Com o resultado da perícia à mesa do Comissário de Polícia, Henri foi chamado para a leitura do laudo. Como sempre anotava tudo em seu bloco de notas. Devidamente satisfeito com as informações disse: - Tudo bem, comissário, voltarei amanhã, às 9:00 da manhã, com o meu palpite. Prepare seus homens que o trabalho vai ser grande, porém rápido. No dia seguinte, no horário marcado, Henri volta à delegacia de polícia e revela o nome do assassino, mostrando detalhadamente como chegou a essa conclusão. O delegado, estupefato e mais do que convencido manda sua equipe à casa de Marcel Revel, o padeiro da vizinhança. Embora Marcel e seus advogados tentassem, não havia argumentação que pudesse vencer a quantidade de provas que o indicavam como autor daquele crime. Marcel foi preso. Já novamente em casa, Henri vai até seu escritório e, de dentro de um fundo falso de uma gaveta, puxa um caderno cheio de anotações e risca o nome de Marcel Revel e também o de Juliette. Enquanto bebe um gole do seu vinho, se lembra da cara de horror da moça enquanto ele a esfaqueava no bosque. Ri sozinho e pensa sobre todas as suas outras vítimas mortas e presas e diz para si mesmo: “Ainda bem que a lógica vale mais do que a verdade.”

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Um bom bocado de boa música

Jazz é uma palavra que assusta muita gente. Não se poderia esperar algo diferente como reação à um estilo musical tão abrangente e intrincado. Com suas centenas de vertentes existentes e outras dezenas sendo criadas, o Jazz tem o estigma de música difícil feita pra gente maluca, mas é uma questão de segundos para se perceber que, é tudo muito simples e o importa mesmo no jazz é a sinceridade no sentimento e a improvisação despretensiosa, como numa conversa entre bons amigos. Houve um tempo, lá por 2006, em que eu era vidrado no programa “Manhattan Connection” e ao invés do global Fantástico, me ligava no GNT (canal da TV à cabo) e assistia o Lucas Mendes, o Caio Blinder, o Ricardo Amorim e o Arnaldo Jabor (agora substituído pelo Diogo Mainardi) discutindo as notícias da semana. Inclusive, o programa é ótimo e ainda está no ar, falam sobre quase tudo: política, economia, arte, cultura e jazz. Então, nesse tempo eu

andava por um desses mercadões que vendem de cenouras a home theaters e, na seção de Cd’s, encontrei uma ótima coletânea: GNT New Jazz. Pensei comigo: “Se é da grife GNT, posso confiar”. “Compreio-o”. Não me arrependi, e após tanto tempo esse disco ainda roda na minha vitrola incansavelmente. Coletâneas são uma grande maneira de se iniciar no jazz ou conhecer novos artistas para os que já estão por dentro do estilo. Existem várias delas, instrumentais ou com vocalistas, a escolha a sua. O GNT New Jazz é uma coletânea que traz os novos cantores do jazz, gente que anda aparecendo desde o início dos anos 2.000. Num total de 14 grandes vozes em canções muito bem arranjadas, este disco pode fazer você esquecer do mundo enquanto o ouve. Deliciosa do começo ao fim, posso destacar alguns nomes da coletânea como o do guitarrista John Pizzarelli; a cantora Reneé Olstead que acompanhadaporPeterCincotticantam

OS CARECAS

“Michael Bublé e Norah Jones, dois grandes nomes que participam do CD.” a suave “Breaking Up is Hard to Do”; a rouquidão de Steve Tyrel e aconchegante voz de April Barrows, além dos já bem gabaritados Michael Bublé, Diana Krall e Norah Jones. Outra coisaasefalarédaparticipaçãodePeter Jones que nasceu no Brasil e tem uma voz igualzinha à do Frank Sinatra. Infelizmente o GNT New Jazz

Por Jefferson Silveira

não é um CD fácil de se encontrar, portanto ao encontrar um, pegue e assegure o seu. Aí é só separar um fim de tarde ou uma bela noite, sua bebida preferida, colocar o disquinho na vitrola se deixar levar. E é claro que com uma boa companhia e um bom papo tudo fica melhor... Mas aí a responsabilidade é de vocês!

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