Filipe - As Revelações Do Falecido - Conto De Mia Couto

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  • Words: 1,035
  • Pages: 8
Língua Portuguesa

NA BERMA DE NENHUMA ESTRADA Mia Couto Filipe Proença

09

Índice

Introdução Síntese da Acção O Título Frases Tocantes Imagem ilustrativa Motivo da escolha do conto Caracterização das personagens Desfecho Conclusão Bibliografia

Introdução

Este trabalho é a reflexão da leitura do meu conto, “A revelação do falecido”. Esta história fala-nos de um homem, Sebastião Gargalo, que faleceu no hospital mas que antes de falecer se confessou a Flávio Rescaldinho. Depois da sua morte, várias pessoas foram ter com Flávio Rescaldinho e fizeram-lhe inúmeras perguntas, desde amor à traição até ao interesse dos bens à perseguição . Um conto magnifíco, com um final hilariante.

Síntese da Acção

Todo esta acção é baseada nas “revelações do falecido”. Tudo se passa no Hospital, quando Salomão Gargalo, há beira da morte, se confessa

perante

Flávio

Rescaldinho



o

enfermeiro.

Quando

finalmente Salomão Gargalo “abriu a porta perante a morte”, esperava-se a vinda de chorosas visitas. Primeiro apareceu Lisete Anões, mulher de Salomão, desesperada, perguntou ao enfermeiro se ele lhe tinha comunicado algo sobre o amor que sentia por ela, mas o enfermeiro ficou calado, dando mesmo à entender que ele não a tinha amava, mas, no mesmo momento, divulgou-lhe que lhe havia deixado uma carta, então a viúva pegou na carta, olha e, de uma forma chateada, devolve-lha com uma cara de “poucos amigos”. Depois, de forma descontraída, apareceu o irmão, vestido a rigor, com uma linguagem oriunda do calão e com muitos interesses à mistura, pergunta ao enfermeiro se o seu irmão lhe falara do seu caso sobre a herança, mas Flávio responde que não, que tinha somente um papel. Depois o de ter recebido e de o ter lido,

“Quintonico”, que não esperava tal coisa, pois no papel não se falava sobre a herança que ele esperava, retirou-se calmamente. Mas logo naquele preciso momento, apareceu a suposta amante de Salomão, que de uma forma doce foi ter com ele e lhe perguntou se sabia de alguma coisa sobre a relação deles, o enfermeiro meio chocado começou a perceber tudo o que se passava, então resolveu fingir que não sabia de nada, ela, de forma sedutora, chegou-se ao pé dele e, ele sem dizer nada, estendeu-lhe o papel. A amante abriu a carta de uma forma doce e ao ver o escrito, devolve o bilhete e começa a ir-se embora, mas o enfermeiro diz-lhe para parar e entrega-lhe o que não lhe pertence. Então, revoltada, atira o papel para o chão. Nesse preciso instante aparece o presidente do município e a sua comitiva, e perguntam-lhe se ele falou de alguma coisa, neste caso fala-se sobre o dinheiro, pois o dirigente encontrava-se preocupado e queria saber se Salomão tinha contado algo sobre os seus negócios ilegais, mas, fazendo-se desentendido, o enfermeiro diz-lhe que não que só tinha deixado uma carta. O dirigente pega cuidadosamente na carta e lê-a e, mal acaba, irritado, ameaça Flávio, pois pensou que este gozava com ele. O dirigente retirou-se e, só então, finalmente, se pode ler “ ... que vos pariu “. Quando acabaram as visitas, e quando se esperava o silêncio, soltaram-se inúmeras gargalhadas, pois percebeu-se que no final o morto pregara uma imensa partida a todos aqueles que só estavam com ele por interesse.

Este conto tem um final aberto, Salomão, no início, confessou tudo a Flávio, depois chegam aqueles queriam estar com ele por amor, interesse e pelo isolamento da sua palavra, e depois, no final, tudo fica na mesma. Flávio entende tudo o que ele fez e riu-se pois como diz o ditado “quem ri por último, ri melhor”.

O Título

“As revelações do Falecido”

Sobre o titulo não poderei falar muito, pois, no meu ver, o título está perfeitamente encaixado com o texto, é extremamente apelativo, e tem várias formas de ser encarado antes de se ler o conto. Depois de ler, podemos observar que este título é o certo, pois o falecido confessou tudo perante o enfermeiro.

Frases tocantes

“Lisete Anões, nomeação derivada de um certo livrinho que ela lera sobre uma branca que era de neve e falecera por razão de uma maça.” - Esta frase tocou-me muito, pois fez-me relembrar os meus tempos de infância, quando lia este género de contos.

“Os brancos, começando por Adão, sempre se desgraçara, por motivo desse fruto.”

- Nesta frase, clara referência ao pecado original, remete desde logo para a história de Adão e Eva, o primeiro casal existente na Terra , em que se diz que Adão teria comido do fruto proibido, a maçã.

Imagem ilustrativa do conto

O Motivo da escolha deste conto

Eu escolhi este conto devido ao título, pois, como já antes referi, é muito apelativo, apesar da simplicidade da expressão fez-me pensar muito. Inicialmente pode-se pensar se irá falar somente da morte e de confissões tristes, mas, quanto mais pensava no título mais ideias me apareciam, depois, quando comecei a ler, apercebi-me de uma direcção que não esperava, e, no final, até acabei por me rir , pois o conto é, no fundo, uma bela crítica às pessoas, aos fingimentos, às aparências.

Caracterização das personagens

Neste conto, é escassa a informação sobre aspectos psicológicos ou físicos das personagens.

Desfecho do conto

No desfecho deste conto podemos observar um ditado popular, “ a vingança não se serve. Apenas serve.”, mas, pela minha reflexão , também se lhe pode aplicar um outro ditado, “quem ri por último , ri melhor”, pois Salomão Gargalo, depois de só ter sentido uma vez amor (e não era Lisete Anão), de ter um irmão interessado na sua herança, de ter uma amante prostituta, e de ter o

Presidente

Municipal preocupado com uma sua eventual confissão sobre a ilicitude dos negócios que os ligava, riu-se e gozou com a cara deles, pois quem esperava a herança, sentimentos e a “palavra”, não tiveram nada. Dele só lhes foi dita uma coisa “... que vós pariu.”

Conclusão

Este conto é assim como que uma fábula dos nossos dias, pois vai-se perdendo, ou já não existe mesmo, a expressão “dá-me a tua palavra”. As pessoas de quem menos esperamos poderão ser aquelas que só nos querem bem por interesse.

Bibliografia

Mia Couto, “A revelação do falecido”, Nenhuma Estrada

www.wikipedia.com

in Na Berma

de

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