Trabalho Português
de
– tópicos para
uma apresentação oral
Escola Secundária Artística António Arroio Aluno: Marcos santos Nª 18
10ª F
Profª Eli
Índice Prenda de anos………………………………Pg-1
Fases interessantes do conto…………….Pg-2
Imagem do conto…………………………….Pg-3 Simbolismo…………………………………..Pg-4 Categoria narrativa……………………….Pg-5
Bibliografia ..……………………………….Pg-6
PRENDA DE ANOS
Abriu as mãos, desconchando – as, e delas tombou a pedrinha. Os olhos da menina seguiram a queda, até se fecharem como se se protegesse do adivinhado ruído. - Isso que trouxe para mim? O pai acenou. Que sim, trouxera da viagem para o aniversário da mais nova. Uma anónima pedra, sem tamanho nem cor especiais. Ser pedra era o único valor daquela prenda. A menina já conhecia as ofertas que lhe cabiam: pena de corvo, casca de arbusto, fragmento de chão. Tudo fragrância do natural, nada comprado nem comparável. Esses sendo seus mimos desde que nascera consumado o pensar paterno – o que se dá, quando se ama, não se compra. A moça levou a prenda e colocou – a sobre a mesa de seu quarto. Sentou - se, sem gesto nem ruído. Assim calada, esperava que a pedra saísse do silêncio. - Nenhuma coisa é um qualquer nada. Assim prendera a inventar nome para os mimos incógnitos objectos. Ela vestia esses pequenos desvalores com histórias que retirava de sua fantasia. Nesse criar ela mesma se iluminava. A restante família se opunha a este fazer de conta. Para os outros, aquilo era um desgaste de tempo, desconversação. As amigas da moça, por igual, lhe desvalorizavam as dádivas. E exibiam os seus pertences, cheios de preços. E tanto o faziam que, às vezes, a menina era roída por súbitas invejas. Como aquela que agora despontava em sua alma. Porque ela, sentada na penumbra do quarto, não lograva inventar nenhuma fantasia para a prenda de anos, algo que convertesse a pedra em coisa única. Então, o pai entrou no aposento e igualmente se sentou. Não se imagina o que sentado se alcança fazer. É verdade: o homem se constitui graças à marcha. Mas foi o sentar que forjou a melhor fatia da nossa humanidade. - Lhe explico a palavra, filha. Paisagem vem de pai… A filha riu, enquanto ele lhe contava como descobrira aquela pedra, tão aquela e nenhuma mais. Começava, então, a prenda não de aniversário mas de
eternidade. Conforme catava magia com suas palavras, o pai era todo dela, entregue inteiro e aparecido, como se ela fosse sempre o único motivo dele. Seu pai lhe dava um outro pai, roubando – a dessa orfandade original que nos assalta nas fraquezas. A vos do pai dissolvia o tempo, açúcar se extinguindo em chá. Na ensombração do quarto, o mundo sumia enquanto uma pedra entrava em ovulação.
Mia Couto, “Prenda de anos” Na Berna de nenhuma estrada e outros contos
Frases interessantes do conto
- O que se dá, quando se ama, não se compra. Só o facto de ganhar uma coisa com amor, dinheiro nenhum paga o preço que vale.
- Nenhuma coisa é um qualquer nada. Mesmo sem tamanho nem cores especiais tudo na vida, mesmo que seja uma pedra, tem seu valor único.
Imagem - conto
Na imagem se compara a força que a pedra passa na hora que o pai diz a filha - Nenhuma coisa é um qualquer nada. O nascimento de um sentimento permanente, estável. Simboliza a força é a resistência, a frieza o imortal. Na alquímica a Pedra Filosofal é um símbolo do centro e da totalidade da psique, que surge como prima-matéria, o início, para posteriormente transformar-se no Lápis, o fim da Obra. Uma vez concluída a Opus, a Pedra Filosofal é uma representação da conjunctio (união) ou do intercurso sexual entre o sol e a lua, o rei e a rainha. Ela era considerada o mediador entre os opostos e representa a realização do Eu, a consciência da completude. A Pedra por vezes costuma ser denominada de Árvore da Vida, apresentando
uma forte relação com o simbolismo da Árvore do Mundo ou da Árvore Cósmica. As pedras preciosas de um modo geral simbolizavam os valores psicológicos duráveis. Se você sonha com pedras que se amontoam ou se juntam formando construções homogéneas, tome como um anúncio de consolidação de seus projectos imediatos. Você dispõe de firmeza necessária para suportar qualquer obra em que você se envolva. Mas a tenacidade e a solidez possuem os seus reversos negativos quando falamos de sensibilidade e de relações afectivas, podendo ser entendidos como intransigência se o contexto do sonho for sentimental. Se você sonha com um terreno coberto de pedras que formam um obstáculo para você passar, pode ser entendido como a sua própria resistência à mudança, sua falta de flexibilidade para se adaptar às circunstâncias. O pai certamente antes de dar uma pedra de prenda já imaginava todo o significado e o sentimento que a filha ia ter.
Simbolismo Pedra: A pedra representa coisas sólidas e terrenas, abrangendo permanência, estabilidade e credibilidade. Simboliza força e resistência, frieza e distanciamento emocional. É fria e dura, e ainda durável podendo simbolizar o divino, o imortal.
Pai:
O pai é o Sol; ele representa as forças tradicionais de lei e
ordem, normalmente significando superioridade física, mental e espiritual nos mitos e lendas. Ele é o Pai Tempo; ele é o Pai do Céu. Intimamente ligado ao princípio masculino e corresponde à consciência em oposição ao inconsciente maternal.
É considerado um símbolo do mundo da ordem e das proibições morais, é um representante do espírito que se opõe a impulsividade, impedindo-a. O deus criador masculino é um derivativo da imagem paterna. Baseado nos elementos fogo e ar, como também nos Céus, a luz Raios e armas. Conota o mundo dos mandamentos morais.
Categorias da narrativas Espaço:
Quarto
Personagens:
Menina, Pai e Pedra
. Expressões:
Felicidade, curiosidade e inveja.
Comentário: Gostei do conto porque logo no início a menina fica com uma certa curiosidade e quando recebe a prenda fica com algum desgosto. Mais com a leitura do conto eu percebi que: o que se dá quando se ama, não se compra. E também gostei da maneira como a Menina tratava os seus presentes incomparáveis como (inventar nomes, criar histórias e fantasias). Gostei da maneira como o pai a tratava, penso eu que ela era a filha mais nova. A prenda dava-lhe o sentimento de
eternidade. Para a menina não se sentir só o pai lhe dava um outro pai, roubando a orfandade e a tristeza. Essa foi a responsabilidade da pedra, dar à menina a compania.
Nenhuma coisa é um qualquer nada. Mia Couto , “Prenda de anos” In Na Berna de nenhuma estrada e outros contos
Bibliografia
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