Grupo Escolar "eduardo Prado"

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Grupo Escolar “Eduardo Prado” * Pedro Nastri

Acervo Pedro Nastri

Todos nós temos recordações, memórias de um tempo que passou e por mais que o desejemos, não volta mais... Mas remexendo no meu baú de memórias (e este tempo de chuva lembra a isso, faz-me ficar saudoso e muito melancólico), encontrei algumas muito bonitas que me deram muito prazer recordar. Lembrei-me da minha primeira professora, Dona Antonieta, que juntamente com o diretor Aristides Silva Filho, tinham pelo Grupo Escolar “Eduardo Prado” (era assim mesmo que me ensinaram a escrever o nome da escola, com aspas e tudo) um zelo surpreendente. Esta escola ficava no bairro do Brás, mais precisamente na Rua Almirante Barroso com Rua Mendes Junior. Ao entrar na escola, formávamos fila: de um lado, as meninas com suas saias azuis marinho cheias de pregas; camisa branca; meia ¾; sapato tipo boneca e uma enorme fita branca na cabeça. De outro, os meninos com suas calças curtas, também na cor azul marinho; camisa branca; gravata azul marinho; meia branca e sapato preto. Após cantarmos o Hino Nacional, Dona Antonieta nos conduzia para a sala de aula, que

tinha ao fundo um enorme armário, onde eram guardados os cadernos de linguagem, caligrafia, desenho, o apagador, a caixa de giz, a grande régua e todos outros apetrechos das aulas diárias. Lembrei-me, também, da minha primeira cartilha, Caminho Suave, onde aprendi as vogais, depois as consoantes e, mais tarde, formar as palavras. Assim, sai do primeiro ano primário sabendo ler e escrever.

Acervo Pedro Nastri

Lembro do meu primeiro dia de aula. Minha mãe levou-me à escola. Estava eufórico com esta nova experiência. Queria aprender o b-a-ba. Quando percebi a ausência de minha mãe, comecei a chorar. Naquele instante, Dona Antonieta abraçou-me e conduziu-me para o pátio. A Diretora do curso primário, Dona Doralice, começou, então, a ler as regras que deveríamos seguir dali para frente. Tenho saudades daqueles tempos. Quantos que aqui estão não passaram por experiências iguais. Quantos não foram alfabetizados pelas páginas da Cartilha “Caminho Suave”. Ah! Que saudade da professorinha, que me ensinou o b-a-ba... por onde andarão os primeiros amigos...

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