Envelhecimento

  • Uploaded by: MariSuzarte
  • 0
  • 0
  • April 2020
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Envelhecimento as PDF for free.

More details

  • Words: 1,649
  • Pages: 22
ENVELHECIMENTO

Feira de Santana 2007

Enfermagem Matéria – Antropologia 2ºsemestre

Informações do artigo Contribuição dos domínios físico, social, psicológico e ambiental para a qualidade de vida global de idosos Autores • • • • • • •

Renata Junqueira Pereira* Rosângela Minardi Mitre Cotta** Sylvia do Carmo Castro Franceschini*** Rita de Cássia Lanes Ribeiro**** Rosana Ferreira Sampaio† Silvia Eloiza Priore*** Paulo Roberto Cecon††

Metodologia • Estudo feito com indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos, residentes no município de Teixeiras - MG • Realizou- se um cadastro prévio de todos os indivíduos com o auxílio dos agentes comunitários de saúde (ACS) • Período de pesquisa: agosto até dezembro de 2004. • Foram excluídos os indivíduos que se encontravam acamados, inconscientes, com problemas mentais e aqueles institucionalizados. • Totalizando 211 idosos • Entrevista direta

Objetivo • Trata-se de um estudo observacional com intuito de investigar a contribuição de cada domínio da qualidade de vida (físico, social, psicológico e ambiental) na qualidade de vida global e em que extensão esses domínios explicam a qualidade de vida global de idosos residentes no município de Teixeiras, MG.

Introdução A tendência ao envelhecimento populacional está acarretando mudanças profundas em todos os setores da sociedade. Mas é na saúde que tem maior transcendência, tanto por sua repercussão nos diversos níveis assistenciais como pela demanda por novos recursos e estruturas.

Informações • Atualmente, no Brasil, os idosos representam cerca de 10% da população geral. • O censo de 2000 informou que, dos 169,5 milhões de brasileiros, 15,5 milhões têm 60 anos ou mais, sendo que projeções apontam um crescimento desse grupo.

Qualidade de vida para o idoso • Reflete a percepção que têm os indivíduos de suas necessidades estão satisfeitas, relativo a autorealização, com dependência no seu estado de saúde físico ou das condições sociais e econômicas. • Dentre as vertentes, há sentimentos e emoções, relações pessoais, eventos profissionais, propagandas da mídia, política de sistemas de saúde, atividades de apoio social e também dentro da perspectiva científica. • Percepção do indivíduo de sua posição de vida no contexto de cultura e sistema de valores nos quais vive, em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.

• Segundo Santos, a qualidade de vida do idoso compreende a consideração de diversos critérios de natureza biológica, psicológica e socioestrutural, pois vários elementos são apontados como determinantes ou indicadores de bem-estar na velhice: longevidade, saúde biológica, saúde mental, satisfação, controle cognitivo, competência social, produtividade, eficácia cognitiva, status social, continuidade de papéis familiares e ocupacionais e continuidade de relações informais com amigos.

Influência na qualidade de vida • • • • •

Sexo Escolaridade Idade Condição econômica Presença de incapacidades

Níveis de avaliação de Spilker • Nível 1: Satisfação geral do indivíduo com a vida e percepção do bem estar • Nível 2: Domínios de qualidade de vida, sendo os mais utilizados o psicológico, social e o físico. • Nível 3: Aspectos específicos de cada domínio • Propósito: Avaliar a influência dos domínios de qualidade de vida (físico, psicológico, social e ambiental) no global

Métodos de Avaliação • Instrumento: WHOQOL- Bref (Word Health Organization Quality of Life Instrument Bref) • É composto por 4 domínios que tem como objetivo analisa capacidade física, bem estar psicológico, as relações sociais e o meio ambiente onde o indivíduo está inserido e também é composto por um domínio que analisa a qualidade de vida global.

• Todas as características socio-demográficas foram colocadas em modelos de regressão linear múltipla, para se estudar o efeito delas em cada um dos domínios de qualidade de vida do WHOQOL-Bref.

Constatou-se que: • Sprangers et al.22 mostraram que fatores como idade avançada, sexo feminino, baixo nível de escolaridade e não ter companheiro estão relacionados a baixos níveis de qualidade de vida. • Os idosos estudados são, na maioria, de baixa renda e de baixa escolaridade. A renda foi incluída por ser considerada também um importante indicador socioeconômico. • É consenso que a produtividade e a empregabilidade declinam com a idade.

• Os resultados deste estudo indicam que os idosos de Teixeiras apresentaram bons escores de qualidade de vida para todos os domínios do WHOQOL- Bref, quando comparados à pontuação máxima dos escores para cada domínio e às médias encontradas para os diferentes domínios da qualidade de vida na população estudada. • Quando se estudou a influência das variáveis sociodemográficas, a variável sexo, teve influência significativa, porém, pequena, nos domínios físico, psicológico e ambiental, sendo os escores médios desses domínios significativamente maiores entre os homens.

• Outra dimensão a ser considerada deve ser o ambiente físico em que o idoso está inserido, uma vez que o domínio ambiental foi o que apresentou a segunda maior influência na qualidade de vida global. • Há que se considerar as alterações psicológicas e de inserção social pelas quais passam os indivíduos idosos, de forma a minimizar os efeitos dessas transformações decorrentes da idade na qualidade de vida desses sujeitos. • Segundo Pereira, as avaliações subjetivas da qualidade de vida em idosos devem preocupar-se com o que acontece ao indivíduo nas diferentes etapas do envelhecimento, desde mudanças físicas até a desvalorização social conseqüente da aposentadoria, considerando qual seu sentimento e entendimento dessas situações, seus ganhos e perdas psicológicas, suas frustrações e aspirações.

Influência da idade na qualidade de vida • Os idosos de Teixeira preservam uma atividade física regular, ainda que associada às atividades de trabalho agrícola e/ou de locomoção. • Capacidade funcional • Quanto mais ativo é o idoso menos propenso é a depressão • Inserção do ido em domicílio multigeracionais

Gênero, sexualidade e doença • Percepção do envelhecimento e aceitação:

Homem x mulher

Conclusão da pesquisa • Os quatro domínios analisados não explicam totalmente a variância do domínio global da qualidade de vida. • O bem-estar do idoso seria resultado do equilíbrio entre as diversas dimensões da capacidade funcional, sem significar ausência de problemas em todas as dimensões, tendo em vista que o bem-estar pode ser atingido por muitos, independentemente da presença ou não de enfermidades

Considerações Finais • Avaliar as condições de vida e saúde do idoso permite a implementação de propostas de intervenção, tanto em programas geriátricos quanto em políticas sociais gerais, no intuito de promover o bem-estar dos que envelhecem. É uma tendência inevitável, portanto há necessidade de atenção especial e adequação geral a este fato, seja quanto a estrutura do ambiente possibilitando liberdade ao idoso de ir e vir, a educação no lidar e/ou respeito às suas dificuldades e ou deficiências.

Referências • • • • • • • •

• • •

Adam P & Herzlich C 2000. Sociologia da doença e da medicina.Editora da Universidade do Sagrado Coração,Bauru. Alves PC & Rabelo MCM (org.) 1998. Antropologia e saúde.Traçando identidade e explorando fronteira. Fiocruz-Relume Dumará, Rio de Janeiro. Alves PC & Rabelo MCM 1998. O status das ciências sociais em saúde no Brasil: tendências, pp. 13-28. In PC Alves et al. (org.). Op. cit. Alves PC & Rabelo MCM 1998. Repensando os estudos sobre representações e práticas, pp. 107-121 In PC Alves & MCM Rabelo (org.). Op. cit. Alves PC 1993. A experiência da enfermidade: considerações teóricas. Cadernos de SaúdePública9(3):263-271. Alves PC 1994. O discurso sobre a enfermidade mental, pp. 91-99. In PC Alves & MCS Minayo (org.). Saúde e doença: um olhar antropológico. Fiocruz, Rio de Janeiro. Alves PC 1998. La antropologia médica en Brasil y el problema de la interdisciplinariedad en los estudios sobre salud, pp. 187-196. In R Briceño-Leon (coord.).Ciencias sociales ysalud en America Latina: un balance.Fundación Polar, Caracas. Barbosa RM 1996. A trajetória feminina da Aids, pp. 17-31. In R Parker & J Galvão (org.). Quebrando o silêncio.Mulheres e Aids no Brasil. ABIA-IMS-UERJ-Relume Dumará, Rio de Janeiro. Birman J 1994. Sexualidade: entre o mal e as maledicências,pp. 109-115. In MA Loyola (org.). Aids e a sexualidade.O ponto de vista das ciências humanas. RelumeDumará-Uerj, Rio de Janeiro. Boltanski L 1979. As classes sociais e o corpo. Graal, Rio deJaneiro.

• • • • • • • • • • • • • •

Canesqui AM 1992. Consumo e avaliação dos serviços de saúde, pp. 13-28. In AW Spínola (org.). Pesquisa social em saúde. Cortez Editora, São Paulo. Canesqui AM 1994. Notas sobre a produção acadêmica de antropologia e saúde na década de 80, pp. 13-32. In PC Alves & MCS Minayo (org.). Op. cit. Canesqui AM 1998. Ciências sociais e saúde: três décadasde ensino e pesquisa no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva3:131-168. Cardoso MHCA & Gomes R 2000. Representações sociaise história: referenciais teóricometodológicos para o campo da saúde coletiva. Cadernos de Saúde Pública 16(2):449-606. Carrara S 1994. Aids e doenças venéreas no Brasil, pp.73-108. In MA Loyola (org.). Aids e a sexualidade: o ponto de vista das ciências humanas. Relume-Dumará, Rio de Janeiro. Carrara S 1994. Entre cientistas e bruxos. Ensaios sobre dilemas e perspectivas na análise antropológica da doença, pp. 33-45. In PC Alves & Minayo MCS(org.). Op. cit. Carrara S 1996. A luta antivenérea no Brasil e seus modelos,pp. 17-37. In R Parker & RM Barbosa (org.). Sexualidades brasileiras. Relume-Dumará, Rio de Janeiro. Carrara S 1996. Tributo a Vênus. A luta contra a sífilis noBrasil, da passagem do século aos anos 40. Fiocruz,Rio de Janeiro. Carvalho F et al. 1998. Uma investigação antropológica na terceira idade: concepções sobre a hipertensão arterial.Cadernos de Saúde Pública14(3):617-621.Claro LBL 1995. Hanseníase. Representações sobre a doença.Fiocruz, Rio de Janeiro. Concurff P 1995. As novas sociologias. Construções da realidade social. Editora da Universidade do Sagrado Coração,Bauru. Corrêa M 1994. Medicalização e a construção da sexualidade,pp. 117-140. In MA Loyola (org.). Op. cit. Duarte LFD 1986. Da vida nervosa nas classes trabalhadoras urbanas. Jorge Zahar-CNPq, Rio de Janeiro. Duarte LFD 1994. A outra saúde mental, psicossocial, físico-moral, pp. 46-57. In PC Alves & MCS Minayo(org.). Op. cit. Duarte LFD 1998. Investigação antropológica sobre a doença, sofrimento e perturbação: uma introdução, pp.9-27. In LFD Duarte & OF Leal (org.). Doença, sofrimento e perturbação: perspectivas etnográficas. Fiocruz,Rio de Janeiro.

Related Documents


More Documents from "Marcos Rodrigues"

Envelhecimento
April 2020 14
A Morte E O Morrer
April 2020 13