A Mente

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Escola Secundária de Miraflores / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 Modulo

2008 2º

Preparação para o Teste de Psicologia Projecto 5 1. O que é a mente? 2. O que são e quais são os processos mentais? 3. Como se relacionam e integram os diferentes processos mentais? 4. O que é pensar? 1. A mente é o sistema com que construímos o mundo, é um conjunto de processos mentais que permite estabelecer um contacto com o mundo e que

possui

algumas

particularidades

características

fundamentais,

é

o

e

lugar

da

totalidade da actividade psíquica, englobando operações conscientes e inconscientes. A

mente

é

individual,

porque

é

formada

e

construída em conjunto com a formação do sujeito, a realidade é captada de diferentes formas por diferentes pessoas, mas que se reproduz em algo

visível,

em

comportamento,

o

algo que

externo, faz

da

que mente

é

o

algo

subjectivo. Mas a mente não se limita a captar a informação correspondente

á

realidade

e

formar

uma

representação com ela, essa representação tem necessariamente que ter um significado, o que atribui um aspecto dinâmico á mente, já que cada um faz mais do que recolher ou recuperar a informação sobre as relações, os objectos e as outras

pessoas,

cada

um

interpreta

a

cada

momento essas mesmas informações. Também é possível localizar a mente no cérebro, este é encarado como o núcleo processador da

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo”

I

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo mente, os estudos sobre o funcionamento do cérebro reforçam a concepção em que sobressai o aspecto

activo,

funcionamento

transformador

da

mente,

e

em

total

do

que

podemos

transforma-se

também

salientar a plasticidade cerebral. Por

isso

a

fisicamente,

mente muda

capacidades,

as

as

suas

suas

possibilidades

rotinas

e

padrões

e de

activação, na experiência. A mente é plástica constitui-se na acção e é a cada momento transformada pela experiência. A mente tem uma dimensão biológica, já que o ser humano para além de trazer consigo inúmeras potencialidades, traz também necessidades, como de alimentação, repouso, abrigo e protecção, estimulação

sensorial

adequada,

e

estas

necessidades estão presentes no funcionamento mental,



que

temos

de

ser

capazes

de

providenciar respostas ás nossas necessidades e isso

irá

orientar

as

nossas

acções

e

comportamentos. Mas o ser humano para além das necessidades biológicas possui também necessidades sociais e culturais, já que somos predispostos a estabelecer contacto com os outros seres humanos e tomar parte em relações socioculturais, por isso a mente tem uma dimensão sociocultural. 2. Os processos mentais são processos ligados ao saber, ao sentir e ao fazer. Que são os processos cognitivos, que são um conjunto de processos que nos ajudam a saber sobre nós, sobre os outros e sobre o mundo, ou seja, são processos que nos ajudam

a

saber

a

realidade.

Os

processos

emocionais são um conjunto de processos ligados

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo”

II

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo aquilo que sentimos nas variadas experiencias que vamos tendo e por fim,

os processos conativos

que são um conjunto de processos que estão ligados ao fazer e ao agir, ás formas como realizamos actividades no mundo, como essas acções se relacionam connosco e com o mundo. 3. Os processos cognitivos, emocionais e conativos são

distintos,

mas

inseparáveis.

Estes

estão

profundamente interconectados e que interagem profundamente no funcionamento metal dos seres humanos,

eles

funcionam

em

conjunto,

é

impossível sentir o mundo sem aprender alguma coisa, somos incapazes de não fazer algo quando sabemos. Porque a mente não é uma colecção de processos, mas uma manifestação total. 4. Um pensamento não se limita aos raciocínios e aos quadros lógicos que o estruturam, mas que está intimamente ligado com as intenções, os significados, as necessidades, os desejos. Pensar é ter uma mente que funciona e o pensamento

exprime,

precisamente,

o

funcionamento total da mente, logo o pensamento é uma operação da mente que é contínua e que abrange

quase

todos

os

nossos

processos

mentais. Projecto 6 1. O que é a cognição? 2. O que são processos cognitivos? 3. Define percepção. a) Descreve o processo perceptivo

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo” III

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo b) Que relação existe entre percepção e representação? c) Como se processa a interpretação da realidade, no processo perceptivo? d) Quais

as

leis

da

percepção

ou

da

organização perceptiva? 1. Podemos definir cognição, em primeiro lugar, designa o conjunto de actos e dos processos de conhecimento, o conjunto de mecanismos pelos quais um organismo adquire, trata, conserva, pondera e explora informação (processo); em segundo lugar, designa o resultado mental desse mecanismo, os conhecimentos (produto); aborda as grandes funções psicológicas que asseguram ao organismo os ganhos de informação necessários às suas trocas activas com o meio, a saber, a percepção, a aprendizagem e a memória. 2. Processos cognitivos são processos complexos que implicam um conjunto de estruturas que recebe, filtram, organizam, modelam, retêm os dados provenientes do meio e são constituídos por três processos: percepção, aprendizagem e a memória. 3. A percepção é um processo cognitivo que através dele contactamos com o mundo, que se caracteriza pelo facto de exigir a presença de um objecto, da realidade a conhecer. É um processo activo de organização e interpretação das informações sensoriais. Difere da sensação, na medida, em que é uma actividade cognitiva, pela qual conferimos sentido, significado, á informação sensorial. a) Os psicólogos dividem a forma como captamos a realidade em duas fases ou dois processos distintos, que são, a sensação e a percepção. A sensação diz respeito ao modo como os nossos órgãos sensoriais captam os estímulos externos e a percepção diz respeito ao processamento posterior dessa informação, este processo vai resultar em representações ou construções mentais dos estímulos. Ambos os processos permitem efectuar uma ligação entre o mundo físico e o universo psicológico. A percepção começa nos órgãos receptores que são sensíveis a estímulos específicos. Ao processo de detenção e recepção dos estímulos nos órgãos

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo” IV

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo dos sentidos dá-se o nome de sensação. A maior parte das entradas sensoriais percebem-se como uma sensação identificada com um estímulo específico, que é traduzido em impulso nervoso que são conduzidos ao sistema nervoso central e processados pelo cérebro. A percepção é sempre uma apreensão subjectiva do mundo envolvente e por isso não se limita ao registo de informação sensorial, implica também a atribuição de sentido, são por isso fruto de um trabalho complexo de análise e síntese, destacando o seu carácter activo e mediatizado pelos conhecimentos, experiencias, expectativas e interesses do sujeito. b) As percepções não são simples cópias do mundo á nossa volta, toda a informação sensorial que é captada pelos sentidos são enviadas para diferentes áreas do cérebro, onde são representadas. Há todo um processo biológico complexo em que os estímulos visuais são transformados. Os estímulos luminosos que sensibilizam a nossa retina, são codificados em impulsos nervosos, que são transmitidos pelos nervos ópticos, ás áreas visuais do córtex, que os processam como representações, ou seja, há uma construção de uma representação mental ou uma imagem da realidade. Por isso, é no cérebro que se vão estruturar e organizar as representações do mundo, é no cérebro que se dá sentido ao que sentimos pelos sentidos. c) A visão que temos do mundo não é uma reprodução, mas sim uma interpretação, isto é, fazemos uma correcção mental, e de modo automático, ao conteúdo da nossa percepção de modo a manter a regularidade do mundo externo. As características que a percepção apresenta facilitam a adaptação ao meio, dando consistência ao mundo que nos rodeia e fazemos isso pelas constâncias perceptivas, que são: constância do tamanho, que consiste em percepcionar um objecto sempre do mesmo tamanho, mesmo que esteja longe e logo mais pequeno ou esteja perto e logo maior; a constância da forma, recorrendo a memórias armazenadas ou a aprendizagens já adquiridas, nós conseguimos reconhecer os objectos ou as pessoas mesmo que por um jogo de perspectiva, de luzes ou de cores, a forma que os objectos têm não for o mesmo que aprendemos a considera-los; a constância do brilho e da cor, que consiste em manter o brilho e a cor

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo”

V

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo constantes mesmo quando as circunstâncias físicas nos dão uma informação diferente. d) Os princípios podem ser divididos em percepção e organizativos. Nos princípios de percepção englobamos a figura - fundo, em que temos que separar o objecto que pretendemos percepcionar do fundo em que se encontra; a Pregnância ou Boa Forma, em que na boa forma podemos incluir a simétricas, regulares e continuas. Nos princípios organizativos podemos incluir a proximidade, similaridade, continuidade, fechamento e simetria. Projecto 10 Bloco A 1. Em que consistem as emoções? 2. Como

se

distinguem

as

emoções

dos

sentimentos e dos afectos? Bloco B 3. Qual é a função das emoções? 4. Como se classificam as emoções? 5. As emoções são universais ou especificas de uma determinada cultura? Bloco C 6. Quais são as bases biológicas e neuronais da emoção? 7. Segundo António Damásio, o que é um marcador somático?

Bloco A 1. As emoções são o primeiro modo de comunicação e de relação do bebé com o mundo que o rodeia. Mesmo quando uma criança já está na posse da linguagem e de outros meios mais elaborados de interacção,

a

criança

em

estado

de

grande

ansiedade, recorre às emoções para assegurar

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo” VI

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo uma comunicação expressiva de um determinado modo. Têm por isso um valor adaptativo porque sinalizam um determinado estado, sendo um código de comunicação menos preciso, mas muito rápido e poderoso. Podemos caracterizar as emoções pelo tempo, todas têm uma determinada duração, ou seja, têm um princípio e um fim; pela intensidade que é variável de emoção para emoção, se uma emoção for vivida com uma forte intensidade, têm um efeito muito grande na nossa vida mental; todas as emoções se reflectem em alterações corporais; tem sempre uma causa e direccionam-se a um objecto, surgem a propósito de acontecimentos, pessoas, situações, recordações ou ideias; tem uma

grande

versatilidade,

desaparecem

muito

caracterizadas

pela

aparecem

rapidamente; polaridade

e são

podem

ser

negativas ou positivas e esta qualidade tem uma variação

de

intensidade;

são

reacções

a

experiencias especificas e não é determinada pelos factos, mas pela interpretação dos factos. Em

suma,

as

emoções

desencadeados

por

situações,

será

que

são

processos

acontecimentos, alvo

de

uma

pessoas, avaliação

cognitiva que nem sempre é consciente. 2. Tal

como

as

emoções,

os

afectos

estão

relacionados com a relação que estabelecemos, em que somos afectados pelos outros e afectamos os outros. Os afectos exprimem-se através das emoções,

mas

sendo

organizados

pelas

experiências emocionais que se repetem, são por isso construídos ao longo tempo, remetendo-nos,

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo” VII

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo portanto, para o passado, estruturam a nossa vida mental, enquanto as emoções concretizam-se no presente, são experimentadas como um estado intenso,

são

mais

momentâneas

do

que

prolongadas. Os sentimentos são estados privados, observáveis apenas quando a pessoa conscientemente os expressa, prolongam-se no tempo e são de menor intensidade de expressão, não são associados a uma causa imediata. Enquanto

as

emoções

são

incontroláveis,

que

imediata,

sentimentos

os

inconscientes

provocam

uma

têm

e

reacção

que

ter

a

consciência presente. Bloco B 3. As emoções têm diferentes componentes, tem uma componente cognitiva, uma pessoa tem de ter

conhecimentos

despolete

a

dos

emoção,

factos tem

para

uma

que

se

componente

avaliativa porque nós apenas reagimos, porque fazemos uma avaliação da situação em função dos seus

interesses,

valores

e

objectivos,

uma

componente fisiológica uma série de reacções corporais que as emoções fazem surgir, uma componente expressiva, já que toda a emoção se expressa por uma série de manifestações públicas, uma componente comportamental em que o estado emocional desencadeia um conjunto de comportamentos

que

podem

ir

desde

uma

manifestação verbal até uma acção propriamente dita e por fim uma componente subjectiva que diz respeito ao estado afectivo sentido, e por isso o mais difícil de estudar.

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo” VIII

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo A função das emoções é baseando-se nestes componentes, impulsionar um comportamento, quer por uma necessidade de sobrevivência, quer pela manipulação que se possa conseguir sobre os outros o que não deixa de ser necessário para lutar pelo lugar na sociedade, é pelas emoções que se impulsionam a fuga, a protecção, a segurança,

mas

tem

também

um

poderoso

carácter comunicativo com os outros, é pelas emoções que chamamos a atenção dos outros para as nossas necessidades, que fazemos com que os outros nos façam aquilo que necessitamos que nos façam etc. 4. As

emoções

foram

sofrendo

diferentes

perspectivas ao longo do tempo. Uma perspectiva evolutiva, que foi desenvolvida por Charles Darwin (1809 – 1882), que acreditava que as emoções das espécies.

Acaba

por

distinguir

seis

emoções

primárias ou universais: a alegria, a tristeza, a surpresa, a cólera, o desgosto e o medo e considerava que as emoções desempenharam um papel adaptativo fundamental na história da espécie

humana,

determinantes

na

sendo nossa

principalmente capacidade

de

sobrevivência. Nos finais da década de 60, surge Paul Ekman que procurou testar uma hipótese que defendia: que indivíduos

de

culturas

distintas

sentiriam

diferentes emoções, acabou por concluir que estava enganado, concluiu que há emoções que são universais, independentemente dos processos de socialização, de aprendizagem e de cultura em que se observam.

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo” IX

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo Na perspectiva fisiológica que foi desenvolvida por um psicólogo e médico, William James, diz que face a uma situação de perigo, eu não fujo porque tenho medo, eu tenho medo porque fujo. Para ele a emoção não é algo inconsciente, a emoção é tomada de consciência de todas as alterações fisiológicas que surgem e dai é que surge a emoção, logo resultam das percepções do estado do

corpo,

os

estímulos

produzem

alterações

orgânicas que, por sua vez, geram as emoções. Foi muito contestado por Wundt e Titchner que afirmavam que as alterações orgânicas são a consequência e não a causa dos nossos estados emocionais. Na

perspectiva

cognitivista,



uma

relação

estreita entre aquilo que pensamos com aquilo que sentimos. A

emoção

é

determinada

pelo

modo

como

representamos a situação e pela avaliação pessoal que lhe damos e esta interpretação depende dos meus

quadros

cognitivos,

da

minha

história

pessoal, do meu contexto de vida. Esta perspectiva foi contraposta pelo facto de haver

emoções

que

não

têm

na

base

o

pensamento. Na perspectiva culturalista, os defensores desta perspectiva

defendem

que

comportamentos

aprendidos

socialização.

cada

A

as no

cultura

emoções processo

são de

correspondem

diferentes emoções e diferentes formas de as exprimir e variáveis no espaço e no tempo. Podemos então, por esta diferentes perspectivas, compreender e destacar as diferentes categorias de emoções e podemos destacar duas categorias: as emoções primárias ou universais comuns a

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo”

X

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo qualquer pessoa independentemente da sua cultura e do processo de socialização que teve, foi proposta por Charles Darwin e comprovada por Paul

Ekman

e

temos

também

emoções

secundárias ou sociais, em que já são próprias de uma

determinada

cultura

que

resultam

dos

processos de socialização criados, proposto por uma perspectiva culturalista e cognitivista já que este

tipos

de

emoções,



prevê

uma

aprendizagem e uma avaliação segundo a sua história

pessoal

e

da

situação

especifica

e

enquadrada num contexto cultural. 5. Há emoções que são universais como as emoções primárias,

que

são

inatas,

uma

espécie

de

equipamento básico de reacção ao meio, de forma mais ou menos automática, como a alegria, a tristeza, a surpresa, a raiva, o desgosto e o medo. E estas emoções são evolutivas, compartilhadas por indivíduos de todas as culturas e associadas a padrões neuronais e fisiológicos específicos e são por isso universais. Mas também há emoções que são secundárias que são influencias do processo de socialização e dos padrões

culturais

universalidade

não

interiorizados se

verifica,

e

aqui

cada

a

padrão

cultural irá transmitir influencias especificas e cada individuo será um processo de socialização especifico.

Bloco C 6. A emoção assenta em duas estruturas biológicas que são a amígdala e o córtex orbitofrontal.

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo” XI

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo As emoções são conjuntos complicados de respostas químicas e neurais que formam um padrão que tem por finalidade ajudar o organismo a manter a vida, o processo biologicamente determinados, cerebrais

dependentes

estabelecidos

sedimentados evolucionária, responsável

por mas

de

dispositivos

forma

uma não

pelas

de

inata

longa

é

história

apenas

emoções,

e

o

corpo

também

estas

variadas respostas emocionais são responsáveis por modificações profundas, tanto no corpo como no cérebro. Embora

se

destaque

como

estruturas

particularmente importantes, a amígdala e o córtex orbitofrontal, é sempre importante ter presente que a emoção requere a participação coordenada de diversos componentes do sistema nervoso e não apenas de algumas estruturas especificas. A amígdala é um complexo de massa cinzenta, em forma de amêndoa, localizada no interior de cada um dos hemisférios cerebrais, próximo do lobo temporal, é considerada um centro fundamental, ainda que não o único, do controlo das reacções emocionais e das condutas agressivas; integra o sistema límbico e mantêm inúmeras conexões com

outras

emoções

estruturas

primárias

são

cerebrais.

Todas

comandadas

as pela

amígdala, que processa o significado emocional dos estímulos e gera reacções emocionais e comportamentais

imediatas,

muitas

vezes

reagimos sem saber primeiro contra ao certo estamos a reagir, este facto deve-se ao tálamo estar directamente ligado á amígdala é como que um “caminho de emergência”, em que numa

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo” XII

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo situação de emergência, os centros do sistema límbico assumem o controlo do resto do cérebro, este tipo de emoção foi chamado, por DeLux de “emoção pré – cognitiva”. A amígdala é indispensável para o reconhecimento do medo, nas expressões faciais dos outros, para o condicionamento em relação ao medo e para a expressão do medo e da ira. O sistema neural das emoções enviam mensagens para outras regiões do cérebro e para quase todo o corpo, estas mensagens podem ser enviadas por duas vias, pela corrente sanguínea sob a forma de moléculas que actuam nos receptores das células, a outra via consiste

pelos

electroquímicos

neurónios que

e

actuam

usam sobre

sinais outros

neurónios e sobre as fibras musculares, que podem por sua vez libertar substâncias químicas, todas estas substâncias provocam modificações globais do estado do organismo. Mas as emoções secundárias são controladas pelo córtex orbitofrontal, que é a parte da região pré – frontal, ligada ao sistema límbico, particularmente importante no planeamento e na coordenação de comportamentos destinados a atingir objectivos; contribui para o auto – regulação ao antecipar e avaliar o valor potencial da recompensa ou do prejuízo respostas

de

um

comportamento;

emocionais

às

diferentes

influi

nas

situações

sociais. E é nesta ligação entre os lobos frontais e o sistema límbico, especialmente entre a amígdala e o córtex orbitofrontal, permite que os seres humanos antecipem as suas reacções emocionais a diferentes situações, o que nos ajuda a auto – regular o nosso comportamento.

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo” XIII

Escola Secundária de Miraflores / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 Modulo 7. Segundo

António

Damásio,

os

2008 2º

marcadores

somáticos são o uso de um sentimento criado a partir de emoções secundárias e que são ligadas por aprendizagem a certos acontecimentos com determinadas

consequências,

quando

se

estabelece uma ligação de um marcador somático a uma situação ela soará como um alarme positivo ou negativo, ou seja, será uma situação para avançar ou para evitar. Em suma, se uma determinada acção conduziu, no passado,

a

experiencia

psicossomáticas

desagradáveis, estaremos motivados a evita-las e, por

conseguinte,

a

ponderar

estratégias

de

actuação. Projecto 11 1. Define conação / processos conativos. 2. O que é que existe entre o desejo e a acção? Exemplifica. 3. Define

motivação,

descrevendo

o

ciclo

motivacional. a) Distingue

motivação

intrínseca

de

motivação extrínseca. Dá exemplos. 4. Relaciona motivação e volição, salientando como

é

que

a

vontade

intervém

na

concretização de um comportamento. 5. O que é a intencionalidade? 6. O que são tendências de comportamento? 7. Explica

a

importância

do

esforço

de

realização na vida quotidiana das pessoas. 8. Quais são os níveis de realização propostos na

hierarquia

necessidades

de

Maslow

(pirâmide de Maslow)?

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo” XIV

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo 1. A conação é um conjunto de processos que se ligam

á

execução

de

uma

acção

ou

comportamento, que movem o ser humano num determinado

sentido,

está

inerente

aos

comportamentos que envolvem esforço, desejo, vontade, em que há tendência consciente para agir, para actuar. Seguindo esta ordem de ideias, podemos ligar conação com a motivação, o empenho, a vontade e o desejo que move os indivíduos em direcção, a um fim ou objectivo que, ao dar sentido á sua acção faz com que esta tenha significado para ele. O conjunto de processos que formam a conação são os processos conativos e ligam-se á dimensão do fazer, das maneiras como regulamos os nossos comportamentos e acções, procura compreender porque

fazemos

determinadas

coisas,

porque

agimos de determinados modos, o que nos move no nosso envolvimento no mundo e nas nossas relações com os outros. Para alguns autores, a conação referir-se-ia á experiencia da aspiração e ao facto da actividade mental ser dirigida a algo, visa um propósito um fim, mas ao longo do tempo, a conação foi colocada de parte como algo desinteressante, o interesse pela conação surge pelo interesse de uma mente que é vista como construindo e construindo-se na relação entre o ser humano e o seu mundo. 2. Entre o desejo e a acção, podemos encontrar, de certa forma a conação, já que a conação é o conjunto de processos que ligam a vontade á execução de um comportamento, move o ser humano.

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo” XV

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo Por isso entre o desejo e a acção encontramos motivos,

vontade,

intenções,

tendências,

encontramos também o fazer: encarar o desejo, encontrar

os

perseverar

motivos,

no



trabalho

azo

com

á

as

vontade

e

intenções

e

tendências a darem também a forma á acção e ao modo como se desenrola. 3. Motivação é, á primeira vista, o estado interno de um

organismo

que

o

leva

a

agir

numa

determinada direcção. Mas para se entender a motivação temos que ter em conta as variáveis cognitivas e as do meio social, e por isso a motivação é um processo que interagem necessidade, incentivos e aspirações. A necessidade de querer fazer alguma coisa em conjunto

com

incentivos

que

recebemos

do

exterior, quer pelas pessoas que circulam á nossa volta como ás condições do meio, irão reunir-se com as aspirações que criamos de nós próprios, como que uma imagem que criamos daquilo que queremos ser no futuro e este conjunto que nos impulsiona em frente é neste conjunto que reside a motivação. Mas também tem sido estudadas as ligações entre as motivações e as atitudes, as relações entre as motivações e o modo como os indivíduos se vêem os si mesmos (auto conceito), como se valorizam a si mesmos (auto-estima) e como percebem a sai competência mencionar

pessoal apenas

(auto alguns.

eficácia), É

para

importante

compreender que tanto as atitudes que se pode ter relativamente a pessoas, objectos, modos de estar ou de fazer, como a auto estima, auto eficácia e auto conceito influenciam a nossa

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo” XVI

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo motivação para determinados objectivos e decisões, assim como são influenciadas pelos resultados das motivações que temos. Em

suma,

as

motivações

são

como

que

personalizadas, entendidas em função de cada um de nós, da nossa história pessoal, do modo como pensamos os outros e o mundo, dos nossos projectos de vida. a) A motivação intrínseca é aquela que vem de nós mesmos e motivação extrínseca é aquela que vem de algo exterior a nós Por exemplo, estudar é importante para mim porque me faz sentir que estou a crescer e a evoluir como pessoa o que é uma motivação intrínseca, mas progredir nos estudos e tirar um curso superior significa ter uma melhor qualidade de vida para proporcionar á minha família o que já é uma motivação extrínseca. Por fim acredito que terminando um curso superior tendo uma profissão para a qual me preparei para ela, com empenho e vontade, me sentirei mais realizada, já que trabalharei por paixão (motivação intrínseca) e não por um salário e que este bem – estar se reflectirá na relação que estabeleço com a minha família e com todos os que me rodeiam (motivação extrínseca) e dessa forma terei reunido as duas motivações. 4. A motivação e a volição relacionam-se por um anteceder uma da outra, são como que um processo contínuo, da motivação trazemos a necessidade

de

fazer

algo,

aproveitando

os

incentivos que temos do exterior e impulsionamos o nosso comportamento no sentido de alcançar

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo”XVII

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo um dia a imagem a que aspiramos para nós, mas este é o ponto de partida, seguindo a motivação temos a volição, que está envolvida nos processos em que levamos a cabo as acções implicados pelos nossos objectivos e decisões. Para

que

as

nossas

motivações

avancem

é

necessário empenho, estar ligado com a intenção e a acção que executamos, temos que persistir, manter a vontade, poucas coisas acontecem num dia, normalmente as coisas prolongam-se no tempo e o que num dia existe uma vontade enorme ao fim de um mês isso pode já não se verificar, por isso é necessário manter a vontade presente,

dia

após

dia,

de

forma

popular

chamamos “força de vontade”. 5. Pode-se dar dois sentidos a intencionalidade por um lado refere-se ao conteúdo do funcionamento mental, ou seja, aquilo que sabemos e que sentimos, nós sabemos que um determinado comportamento

positivo

ou

negativo

vai

desencadear determinadas consequências e que essas consequências nos farão sentir alguma coisa, ao qual vamos atribuir um significado. Outro sentido é a intenção, que se refere ao pretendido ou a qual é o propósito de uma determinada acção ou comportamento. Aquilo que percebemos e sentimos, a forma como reagimos a algo ou como nos relacionamos com os outros á nossa volta, não são arbitrárias, são organizadas pelos sentidos, eles dirigem-se a algo. Quando pretendemos

atingir

vamos

que

ter

determinados elaborar

uma

objectivos, série

de

comportamentos que serão feitos e ordenados tendo como base o significado que construímos.

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo” XVIII

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo Estes significados vão sendo construídos a partir do

nosso

envolvimento

no

mundo

e

das

experiencias que temos ao longo da vida eles não são independentes dos contextos em que surgem, nem do que sabemos, nem do que sentimos, nem das

intenções

que

orientam

esse

mesmo

envolvimento. 6. Ao

adquirimos

experiencias

em

que

lhes

atribuímos diferentes significados e os significados que vamos atribuindo aos outros e aos contextos em que estamos inseridos, vão-nos determinando o nosso comportamento, vai-se criando um padrão que sabemos ser enquadrado nas situações e aceite pelas pessoas que nos envolvem. A estes padrões de comportamento que foram sendo apropriados em relações significativas, isto é, com significado, podemos entende-los como tendências de comportamento. As tendências de comportamento são o que tendemos a fazer, o modo como tendemos a agir para

alcançar

determinadas

determinados

situações,

elas

fins são

ou

em

construídas

relacionalmente e através da integração da acção. Numa experiencia com um contexto e com um significado 7. Na vida quotidiana das pessoas, as situações não surgem apenas como objectivos a tingir, nem sempre o mais importante é o objectivo a atingir, o mais importante é o percurso que transpomos para atingi-lo, o objectivo é aquilo que nos impulsiona, que nos motiva, mas é pelo caminho que

percorremos

que

crescemos

e

que

nos

formamos.

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo” XIX

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo É necessário valorizar o envolvimento, o estar e o vivenciar, o valorizar os passos que damos na procura dos nossos desejos, encontrar todas as outras coisas que estes nos dão para além do que queremos conseguir rapidamente. A relação que podemos estabelecer entre a valorização do percurso e o esforço de realização está no desejo, o desejo de aprender e de ensinar, o desejo daquilo que retiramos do percurso, o desejo de saber o que virá no passo seguinte, mas para alcançar este desejo é necessário esforço e empenho,

e

o

esforço

de

realização

é

precisamente o empenho que pomos nas coisas que

queremos

alcançar,

do

empenho

que

conseguimos manter. 8. A pirâmide distribui-se em cinco níveis, em que na base se apresentam os de origem fisiológica, comer, dormir, sexo e excreção, são os mais básico, depois surge a segurança, não só corporal, mas de emprego, de casa, de família, de saúde, depois passamos ás necessidades de carácter amoroso e de relacionamento, como a amizade, família ou intimidade sexual, passamos para a estima, auto – estima, respeito por si e pelos outros como o respeito que temos dos outros e por fim passamos ao ultimo patamar o de auto – realização onde Maslow insere a moralidade, criatividade,

espontaneidade,

solução

de

problemas, ausência de preconceitos e aceitação dos

factos.

Neste

último

patamar

Maslow

considera que a pessoa tem que ser coerente com aquilo que é na realidade.

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo” XX

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo Para Maslow uma pessoa só passaria para o patamar seguinte se os patamares inferiores estivessem totalmente satisfeitos. Projecto 12 1. Relaciona pensamento e acção. 2. Distingue

pensamento

convergente

de

divergente 3. Relaciona

pensamento,

imaginação

e

criatividade.

4. O pensamento é uma operação da mente contínua e que abrange quase todos os nossos processos mentais, mas a mente opera sobre as nossas acções e por isso o pensamento é dependente desta. O pensamento é a capacidade de conhecer, relacionar-se e agir num mundo que se torna seu, que alcança significado. É algo que surge pela relação entre o ser humano e o seu mundo, que inclui cognições, emoções e acções, mas a relação entre o ser humano e o ser mundo é mutuamente transformadora o que significa que o pensamento é gerador pelas acções que actuam no mundo e respectivas consequências,

fazem

alterar

o

significado

atribuído, alteram igualmente a maneira como os processos

mentais

actuam,

mas

também

as

acções são produtos dos nossos pensamentos e a forma como vemos o mundo. Por isso a ligação entre pensamento e acção é intimamente dinâmica, de uma chegamos á outra e da outra alteramos a primeira.

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo” XXI

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo 5. O pensamento convergente caracteriza-se pela síntese

de

informação

e

de

conhecimento

orientados para a solução de um problema. É um pensamento objectividade,

dominado em

que

pela

lógica

dominam

o

e

pela

raciocínio

hipotético – dedutivos. Este tipo de pensamento está

associado

á

resolução

de

problemas,

corresponde á aplicação das regras lógicas e do conhecimento numa direcção para encontrar a solução correcta, ou seja, é um pensamento que utiliza informação específica e já pré – adquirida que é dirigida á solução de um problema, através de um raciocínio hipotético – dedutivo, em que se aplica uma lei universal a um caso particular. O pensamento divergente caracteriza-se por um processo de exploração em várias direcções, por um divergir de ideias de modo a contemplar vários aspectos, face a um problema surgem várias soluções originais. Implica a exploração cognitiva de várias soluções diferentes e inovadoras para o mesmo problema. Neste tipo de pensamento domina a intuição sobre as operações mentais de tipo lógico – dedutivo que caracteriza o pensamento convergente. É um pensamento associado á criatividade, ou seja, é um tipo de pensamento que utiliza o raciocínio indutivo para resolver um problema, isto é, parte de casos particulares e elabora uma lei geral, expande

os

casos

particulares,

encontrando

diferentes soluções para um mesmo problema. 6. A imaginação permite que o pensamento vá para além dos limites da realidade percebida, o que abre

novas

oportunidades

em

termos

da

apropriação dos significados, permite-lhe prever

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo”XXII

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo experiencias e formas de sentir, antecipar acções e encontrar alternativas para elas. É pela imaginação que encontramos alternativas para o saber, para as formas de sentir, é possível antecipar as intenções próprias ou dos outros. A criatividade necessita da imaginação, Howard Gardner define um indivíduo criativo como “uma pessoa que resolve regularmente problemas ou define novas questões numa área inicialmente considerada nova, mas que mais tarde se integra num dado sistema cultural”. A pessoa não pode ser criativa em tudo, as pessoas são criativas numa determinada área. E alguns estudos demonstram que um ambiente social estimulante, que encoraje a diferença e a fantasia que estimule a autonomia e a liberdade de escolha, cria condições para que uma pessoa possa desenvolvr uma actividade criativa. A

criatividade

pensamento,

com

a

imaginação

principalmente

ao

ajuda

ao

pensamento

divergente, porque permite pela imaginação criar cenários que não existem, criar significados que ainda não existem, prever experiencias e criar de forma criativa resolução para problemas que é um dos propósitos do pensamento.

Projecto 13 1. O que é a identidade? a) Como se caracteriza? 2. Como se constrói a identidade? a) Quais são os momentos mais importantes desse processo? b) É um processo fixo? Justifica?

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo” XXIII

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo c) Qual é o papel dos outros na construção da identidade? 3. Que tipos de identidades existem? a) Define cada uma delas. 4. Relaciona

história

de

vida

e

identidade

das

percepções,

pessoal. 1. A

identidade

é

o

conjunto

sentimentos e representações que uma pessoa tem de si própria, que lhe permitem reconhecer e ser reconhecido social mente, é o que é essencial numa pessoa, o eu contínuo, o conceito interno e subjectivo do sujeito como indivíduo. É o conceito de si, é a forma como nós nos definimos o que nos permite dizer “eu sou eu”. É o sentimento intrínseco

de

ser

o

mesmo,

permitindo

que

reconheça-mos como sujeitos unos e únicos, como actores

das

nossas

experiencias

passadas,

presentes e futuras. É um

conceito

caracterizar

muito

porque

complexo e

afirma,

por

um

difícil lado,

de a

semelhança e por outro lado, a diferença, já que, temos

características

comuns

aos

outros

e

características que nos distinguem dos outros. Se por um lado esta assegura a continuidade do que somos, por outro lado, constrói-se ao longo da vida, o que implica mudança. A complexidade ainda se acentua mais pelo facto de cada um de nós desempenhar diferentes papeis e ao mesmo tempo, mantemos coerência interna. a) Podemos caracterizar a identidade através dos seus

principais

elementos:

Continuidade,

reconhecemo-nos os mesmos ao longo do tempo; Estabilidade, temos para nós e para os

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo” XXIV

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo outros uma representação mais ou menos bem estruturada; Unicidade, o comportamento com determinadas características reflecte a ideia de unicidade;

Diversidade,

somos

várias

personagens numa só; Realização, realizamonos enquanto identidade pela acção; auto – estima, remete a uma visão positiva de mim próprio. 2. O conceito de identidade está, intimamente ligado ao conceito de alteridade, porque o processo de construção da identidade passa sempre pelo diálogo entre o Universo interior e exterior, entre mim e o outro. A identidade constrói-se ao longo do tempo, actualizando-se permanentemente até á morte e é pelo processo de socialização que o indivíduo constrói a sua identidade ao longo de toda a vida. Ainda antes do bebe nascer já a construção da identidade de um individuo começou a ser de certa forma construída, pela fantasia dos pais, que escolhem o nome, fazem projectos para o seu futuro, conversam com o bebe. a) Embora

o

processo

de

construção

da

identidade seja continua, há momentos mais importantes do que outros. A primeira fase é na infância pela relação afectiva que o individuo estabelece com a mãe, que passa por uma comunicação intima entre o corpo da mãe e do bebe, que este vai desenvolvendo a percepção do próprio corpo. O psicanalista René Spitz considerou que as relações

precoces

eram

fundamentais

na

construção do sentimento de identidade. Entre

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo”XXV

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo um e os dois anos de idade, há uma construção da imagem de si: a criança reconhece-se no espelho e que vai relacionar com aquilo que sente interiormente, na fusão de corpo e interioridade marca o inicio do sentimento de identidade propriamente dito. Uma segunda fase, pode situar-se por volta dos seis anos, quando entra na escola; surge a pertença a grupos, para além de lhe fornecer vários modelos de identificação, levam-na a reconhecer os outros, a colocar-se no seu lugar, vai tomando consciência das diferenças e adapta

o

comportamento

aos

diferentes

papéis. A outra grande fase é quando entra na puberdade,

vai

desencadear

uma

grande

alteração na identidade da criança. A oposição dos adolescentes face aos pais exprime uma diferenciação relativamente á sua identidade anterior, criam novas referencias identitárias ligadas a grupos específicos e a uma cultura juvenil. O processo neste ponto é de identificação / diferenciação

é

vivenciado

contraditória

através

de

de

forma

atitudes

de

conformismo e / ou rebeldia. Pelo conformismo há

uma

identificação

questionar identificação

ou e

criticar como

com é

pessoas

uma

forma

forma de

sem de

superar

inseguranças, por outro lado manifesta rebeldia porque se afirma pela negação relativamente aos outros. Segundo Erikson, o jovem atinge a “identidade realizada”.

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo” XXVI

Escola Secundária de Miraflores / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 Modulo b) Durante muito tempo pensou-se processo

de

construção

de

2008 2º que

o

identidade

terminaria no fim da adolescência, sendo por isso um processo fixo, esta ideia não era contraria pelo facto de a mesma pessoa assumir várias identidades, que correspondem a diferentes papéis sociais. Mas não é um processo fixo, porque constatase que os adultos passam por todo um conjunto de situações ao longo da vida que afectam

a

identidade

pessoal

nas

suas

diferentes expressões corporal e sexual, de auto – estima, etc. Em muitas situações vão ocorrer situações de crise de identidade o que leva Erikson a afirmar que “a identidade não está nunca fixada, acabada, instalada”. c) A identidade se constitui como a integração de todas as experiencias do sujeito, de toda a sua história de vida. No processo de construção da identidade está sempre envolvida a dimensão biológica – o corpo – e a dimensão relacional – a nossa identidade constrói-se na relação com os outros, em todas as fases da nossa vida. Um sujeito constrói a sua identidade por semelhança, por ser amado, aceite pelo seu meio,

ao

diferenciar-se

mesmo e

tempo

que

“apresentar-se”

procura

como

ser

único. Forja-se através da dinâmica de dois processos contrários de ancoragem e de afastamento, uma parte do sujeito é, pois, marcada por autonomia e singularidade, uma outra sujeitase a modelos e quadros relacionais e culturais.

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo” XXVII

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo É deste carácter paradoxal, desta perpétua tentativa de gestão de contrários num processo não contraditórios, que nasce o sentimento de identidade, ou de ser, através do qual todo o sujeito experimenta que é um eu separado dos outros. 3. Há três tipos de identidade, porque apesar de se falar de identidade no singular, é um conceito complexo

que

se

manifesta

pela

identidade

pessoal, identidade social e identidade cultural. a) A identidade pessoal, envolve a percepção subjectiva

que

o

sujeito

tem

da

sua

individualidade e que apesar dos diferentes papéis que correspondem a uma identidade específica, não estava em causa a unicidade do sujeito. A

identidade

social

define-se

como

a

consciência social que temos de nós próprios e que resulta da interacção que constantemente estabelecemos com o meio social em que estamos

inseridos,

mas

este

conceito

é

dinâmico, não se limitando a uma catalogação: resulta

do

conjunto

de

interacções

que

estabelece com os outros ao longo da vida. Aos papéis

desempenhados

expectativas

e

correspondem

representações

sociais

que

integram uma dada identidade. A identidade cultural permite que o sujeito se reconheça através dos valores que partilha com a sua comunidade. Mas os três tipos de identidade não são nem separados componentes

nem de

somados, um

mesmo

são sujeito.

três A

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo” XXVIII

Escola Secundária de Miraflores 2008 / 2009 Psicologia B – 12º R Mónica Isabel Duarte Viegas N.º 7783 2º Modulo identidade de uma pessoa é uma totalidade dinâmica

onde

todas

estas

dimensões

interagem. 4. A relação entre a pessoa e o seu contexto desenvolve-se ao longo do tempo, numa dimensão temporal. A forma como o se humano, desde que nasce se relaciona com o meio e com os outros muda-o, por outro lado, cada um de nós muda o mundo a cada momento, a cada interacção com os outros e com as coisas que nos rodeiam. É nesta relação entre nós, seres humanos, e o mundo que de desenrolam histórias de vida que constituem a nossa identidade pessoal.

“ Escuto e Esqueço; Vejo e Recordo; Faço e Entendo” XXIX

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