Psicologia - A Mente

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A Mente e os Processos Mentais e a Psicologia Cognitiva O homem é um ser complexo, cujo desenvolvimento acontece desde que se dá a fecundação até à morte. O homem é o único ser que possui um programa genético aberto, o que lhe possibilita dar resposta a novos problemas que apareçam. Este é constituído por um conjunto de sistemas, que ao funcionarem integrados, possibilitam o desenvolvimento do homem, sendo que uma parte muito importante do homem é a mente. A mente é um conjunto de processos integrados para formar pensamentos e faz a ligação entre o indivíduo e o mundo que o rodeia. Os processos mentais estão presentes em cada um de nós e estão ligados ao saber, ao sentir e ao fazer, sendo que estas três dimensões se cruzam de forma íntima e interactiva. Ao longo da nossa vida experiênciamos várias coisas e ficamos a conhecermo-nos melhor, a conhecer os outros e a conhecer o mundo, e para além disto sentimos, podemos sentirmo-nos alegres, tristes, sozinhos ou culpados. O fazer é a forma como nos comportamos e como realizamos as actividades no mundo. Os processos cognitivos, emocionais e conativos são muito diferentes, no entanto não se podem separar. A cognição é formada pela percepção, pela memória, pelas emoções, pela linguagem e pela inteligência, pois por exemplo, quando lemos um texto ou um livro, temos que recorrer à nossa percepção visual e às nossas representações mentais (memória), para conseguir-mos entender o que está escrito, pois é mais fácil quando o visualiza-mos. A percepção é o processo cognitivo através do qual entramos em contacto com o mundo (pois exige a presença do objecto), através dos órgãos dos sentidos, pois por exemplo, os órgãos dos sentidos dão-nos a entender o meio que nos rodeia (cores, sons, texturas). A percepção começa nos órgãos receptores, transforma-se em sensações (primeiro contacto que se estabelece com o meio ambiente) que são traduzidas em impulsos nervosos, que depois são conduzidos ao sistema nervoso central e processados pelo cérebro. A percepção é mais do que a experiência simples dos estímulos, é também a interpretação das informações sensoriais recebidas, ou seja implica uma atribuição de sentido, que acaba por nos remeter para a nossa experiência. A visão que temos do mundo não é uma reprodução da realidade, mas sim uma interpretação. A imagem que temos do mundo está condicionada por um conjunto de circunstâncias fisiológicas relativas aos órgãos receptores e ás estruturas do sistema nervoso. A constância de tamanho, da forma e do brilho e da cor são responsáveis pela realidade ser diferente de indivíduo para indivíduo. A percepção social está muito relacionada com os grupos sociais e com o contexto social em que a pessoa está inserida. A percepção social interpreta as situações e os comportamentos dos outros, pois o contexto social marca o modo com se percepciona o mundo. Cada um de nós reconstrói a realidade através da atribuição de significados particulares a si, no entanto a cultura influencia a forma com se percepciona o mundo. A memória é a capacidade de adquirir armazenar e recuperar informações disponíveis, seja internamente, no cérebro (memória biológica), seja externamente, em dispositivos artificiais (memória artificial). A memória assegura a nossa identidade pessoal. Reconhecem-se na memória três processos, codificação, armazenamento e recuperação da informação. Existem dois tipos de memória, a memória a curto prazo mantém a informação durante um período limitado de tempo, podendo ser esquecida ou passar a memoria a longo prazo; a memória a longo prazo é alimentada pelos materiais da memória a curto prazo, que são codificados em símbolos. Esta tem capacidade ilimitada, podendo manter conteúdos até ao fim da vida.

A memória reconstrói os dados que recebe ao longo do tempo dando relevo a uns, distorcendo ou omitindo outros. Há como que uma idealização do passado. Nós não temos consciência deste processo. O esquecimento ocorre quando não se consegue recuperar a informação, ou seja pode-se dizer que é uma condição da memória: é porque esquecemos que continuamos a reter e a evocar dados. A aprendizagem consiste numa modificação relativamente estável do comportamento ou do conhecimento, que resulta do exercício, experiência, treino ou estudo. A aprendizagem é um processo cognitivo fundamental no processo de adaptação ao meio, é um processo cognitivo que nos torna humanos. Existem dois tipos de aprendizagem, simbólicas e não simbólicas (habituação e aprendizagem associativa). Inserida na aprendizagem não simbólica temos a aprendizagem por habituação, que consiste numa aprendizagem não associativa, porque o indivíduo aprende as características de um só tipo de estímulos. Também inserida na aprendizagem não simbólica temos a aprendizagem associativa, esta implica a associação de estímulos, ou a associação de estímulos e respostas. O investigador russo Ivan Pavlov descobriu uma forma de aprendizagem presente nos seres humanos e noutros animais: o reflexo condicionado. Este tipo de aprendizagem consiste em descrever a génese e a modificação de alguns comportamentos com base nos efeitos do binómio estímulo-resposta sobre o sistema nervoso central dos seres vivos. Um outro investigador, Skinner desenvolve uma experiência que vai conduzir a descoberta do modo como tantas das nossas aprendizagens se processam e se mantêm, ao qual se deu o nome de condicionamento operante. O condicionamento operante é uma aprendizagem que envolve a vontade do sujeito. O comportamento é aprendido através do reforço, que pode ser positivo ou negativo. Grande parte dos nossos comportamentos é aprendida no processo de interacção social. Bandura desenvolveu investigações experimentais que o levaram a descrever o modo como se processa a aprendizagem social: por observação e por imitação. A aprendizagem simbólica recorre a símbolos e a representações. Pode ser uma aprendizagem de conhecimentos ou uma aquisição de procedimentos e competências. A motivação, os conhecimentos anteriores, a quantidade de informação, a diversificação das actividades, a planificação e organização e a cooperação são factores que condicionam o modo como aprendemos e quando aprendemos. A psicologia cognitiva estuda os processos de aprendizagem e de aquisição de conhecimento. Actualmente é um ramo da psicologia dividido em inúmeras linhas de diferentes pesquisas e algumas vezes discordantes entre si. Deriva da psicologia cognitiva uma visão unitária dos processos mentais, onde o aprendizado se dá pela apreensão dos dados e do conhecimento imediato de um objecto mental. A cognição significa a aquisição de um conhecimento através da percepção. É o conjunto dos processos mentais usados no pensamento e na percepção, também na classificação, reconhecimento e compreensão para o julgamento através do raciocínio para o aprendizado de determinados sistemas e soluções de problemas. De uma maneira mais simples, podemos dizer que cognição é a forma como o cérebro percebe, aprende, recorda e pensa sobre toda informação captada através dos cinco sentidos. Mas a cognição é mais do que a aquisição de conhecimento é também, a nossa melhor adaptação ao meio. Ela é um processo pelo qual o ser humano interage com os outros e com o meio em que vive, sem perder a sua identidade. Começa com a captação dos sentidos e logo em seguida ocorre a percepção. É portanto, um processo de conhecimento, que tem como material a informação do meio em que vivemos e o que já está registrado na nossa memória.

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