PIERRE WEIL, Ausente de nós, poderá ser lembrado por suas eternas lições holísticas... Olga Passos - novembro de 2008 A primeira vez que falei com Pierre Weil, ele estava sentado na proa de um barco, onde em torno se via repleto de aprendizes, e conduzia-nos a ilha, para mais uma imersão, de fim de semana, na Abordagem Holística de Base, cursada na terceira turma da UNIPAZ. Eu observava a sua fala afrancesada, seus olhos azuis, e a expressão tão paciente. Um homem instigante, apesar da idade, que já tinha. Seus seminários sempre encantavam, pois para muitos, eram grandes as viagens aonde nos trazia para PAZ. Depois de dezenas de anos falando na Arte de Viver em Paz, Pierre Weil ampliou seus temas, lançou muitos livros e continuará presente em nossos corações como o mestre do saber viver a vida... Para Pierre Weil, a maioria de nós vive o sonho de uma existência feliz e harmônica idealizada na plenitude. Muitos parecem buscar a Paz, como se esta estivesse num lugar difícil de ser descoberto. Desconhecem que ela está ao nosso alcance todo tempo. Para Pierre, comentando num seminário, é comum observar-nos tentar a paz a partir de um companheiro, esposa, fama, poder e honrarias por títulos e ideologias. “Eles acabam não encontrando o que procuravam e continuam infelizes, brigando com todo mundo, procurando refugio num excesso de atividades tirando e trabalho febril, acabando estressados e doentes”. Hoje, graças ao encontro da medicina psicossomática moderna e das novas terapias, com a sabedoria vindo do oriente e das grandes tradições espirituais, se sabe quais as grandes áreas em que se pode atuar para encontrar esta Paz que perdemos, pois poucos são os pais e educadores contemporâneos que ainda possuem estes conhecimentos e estão realmente em condições de transmiti-los aos seus filhos ou educandos. AS TRÊS ECOLOGIAS E AS TRÊS CONSCIÊNCIAS – uma de suas aulas: - Existem três direções nas quais podemos enxergar a Paz. Cada uma delas necessita de um forma de consciência e de um tipo de ecologia. 1- A primeira é consigo mesmo, ou melhor, ainda, dentro de cada um. Há momentos em que estamos em paz e há outros em que estamos tensos e agitados. Há necessidade da consciência individual para definir e localizar a paz dentro de nós mesmos para em seguida dizer como alcançá-la. Essa se chama de ecologia do ser, que se apóia na consciência individual. A ecologia individual é o estado de harmonia do ser pessoal. 2- A segunda direção é a Paz com os outros. Esta paz também é instável nas nossas relações com marido, mulher, amigos, colegas, pais e filhos etc. Como uma questão de ecologia social, isto é, de harmonia com a sociedade e dentro dela, a ecologia social exige e depende da consciência social de cada cidadão e de uma consciência social coletiva maior do que a soma das consciências individuais. 3- A Paz com o meio ambiente em que vivemos, com a natureza em torno de nós. A Paz na ecologia ambiental e como contribuir para ela, é a terceira questão essencial para vivermos com qualidade. Cuidando da Terra. De seu ar, chão, pureza...
A ecologia ambiental é um estado de equilíbrio dos ecossistemas. Este equilíbrio, tudo o indica, é uma expressão da Consciência do Universo. Com a intervenção destrutiva, pelo ser humano, do equilíbrio ecológico, foi e continua sendo indispensável o despertar da consciência ecológica individual em cada cidadão do planeta.
RODA DA ARTE DE VIVER EM PAZ Pierre Weil A Roda da Arte de Viver em Paz, nos mostra o quanto são interdependentes, os diferentes tipos de consciência, de ecologia e de Vivência da Paz. Nota: O presente texto é uma adaptação do original da UNIPAZ - Universidade Holística Internacional de Brasília e da Fundação Cidade da Paz. *** Após ler sobre sua partida voltei a um de seus livros. A MORTE DA MORTE, uma abordagem transpessoal. Neste, Pierre Weil deixa uma derradeira mensagem: “ Eu tinha medo da morte e não queria aceitar essa idéia . Mas o tempo passou e uma grande transformação se operou dentro de mim.Provas científicas e minhas vivências interiores me levam hoje a afirmar sem pestanejar: A morte morreu. Pelo menos para mim.” Depois explica, entendeu a morte apenas como transmigração, a passagem da consciência de um sistema para outro, a vivência de formas diferentes de uma mesma energia – essa, sim, eterna. Quem sabe um dia nós também teremos essa lucidez não só frente à morte, mas também em relação ao apego, ao medo, as perdas, as mudanças...? Olga Oliveira Passos Ribeiro - novembro de 2008