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SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JANEIRO DE 2009 O ESTADO DE S.PAULO

3D, projeção digital e Imax: as salas de exibição investem para oferecer ao público a certeza de uma experiência única

As armas hi-tech de um ‘novo cinema’ DIVULGAÇÃO

Cinema : BRUNO GALO : LUCAS PRETTI Noiníciobastavamapenasalgumasimagensemmovimentopara fascinar e surpreender a plateia. Atualmente, para envolveropúblico,elasprecisam“pular” da tela – ao menos é essa a aposta atual dos estúdios e a esperança dos exibidores. Eis o “velho”cinema,queháanosperde público, armando-se para oferecer uma experiência – por enquanto– impossíveldeserreproduzida em outro lugar. Nos anos 50, o 3D queria tirar as pessoas da frente da televisão.Jánadécadade 80eleressurgiuporumbreveperíodopara tentar fazer frente ao “cinema em casa” que emergia com o VHS. Hoje o 3D está de volta – em uma versão digital e melhorada– paradisputara preferênciadopúblicocomainstantaneidade da internet, a mobilidade dos aparelhos portáteis e a comodidade do seu lar. Não será uma tarefa fácil. Paraterumaideia,umnorteamericano passa, em média, maistemponavegandonainternet via celular do que indo ao cinema. Os dados são de um levantamento realizado em 2007 pela Veronis Suhler Stevenson, fundodeinvestimentosespecializado em mídia. Além de atrair mais pessoas para o cinema, o 3D é também uma cartada dos estúdios para forçar os exibidores a aposentarem a película e aderirem de vez à projeção digital. Afinal, os mais beneficiados com os novos e caros projetores são os próprios estúdios, uma vez que é muito elevado o custo de produçõesquemisturamimagensgravadasempelículacomoutrasgeradas em computador. Assim como o custo da distribuição “analógica” dos filmes, com a fabricaçãoedistribuiçãodemilhares de cópias em todo o mundo. Em contrapartida, as salas de exibição ganham com o digital maior flexibilidade de programação, podendo, caso haja procura, exibir em mais salas do que previsto um determinado filme. Além ainda da possibilidadedesetornarem verdadeiros espaços de eventos, uma vezquepoderiamexibir,inclusi-

CINEMA PERDE PÚBLICO

IMAX CHEGA A SP Criado na década de 70, apenas em 1994 foi aberta, nos EUA, uma sala comercial. Hoje há 320 salas espalhadas por 43 países. O valor gasto na primeira sala brasileira (cerca de U$S 1,5 milhão) daria para fazer um multiplex inteiro, com cinco ou seis salas. A abertura é no próximo dia 16, no Bourbon Shopping Pompeia.

4,7 bilhões de ingressos foram vendidos nos EUA em 1947. O cinema vivia o auge, ainda antes da popularização do primeiro grande concorrente, a televisão. Em 1962, o público do cinema já havia caído quase pela metade

1,33 bilhão de ingressos devem ter sido vendidos nos EUA em 2008 – 270 milhões a menos do que em 2002. A comparação com 1947 é ainda mais impressionante, uma vez que a população praticamente dobrou no período

● Tela – Com 14 metros de altura por 21 metros de largura, é quase grande o bastante para preencher todo o seu campo de visão. ● Projetor – Dois rolos de filmes de 70 mm passam juntos pelo projetor, na velocidade de 24 quadros por segundo. Para obter o efeito 3D, as lentes são alinhadas sobrepondo as imagens.

275 milhões de ingressos foram vendidos no Brasil em 1975. Havia 3.276 salas de cinema no País

● Som – Estéreo com seis canais

que prometem um som cristalino.

89 milhões

● Óculos 3D – Cada lente capta apenas a imagem projetada por um dos projetores.

de ingressos devem ter sido vendidos no Brasil em 2008 – 28 milhões a menos do que em 2004. O número de salas de cinema no País gira atualmente em torno de 2,3 mil

● Programação –- Superproduções de Hollywood, como o novo Star Trek e Watchmen (ambos prometidos para este ano), além de documentários exclusivos, como Fundo do Mar 3D, que será exibido a partir do dia 9.

20 por cento, em média, da receita de um filme americano tem origem no cinema UAU! - Primeira sala Imax 3D do País deve ser finalmente inaugurada no dia 16 de janeiro, em São Paulo

ve ao vivo, atrações como shows, jogos de futebol, etc. No mês passado, um concerto do cantor inglês Elton John, em Paris, foi transmitido ao vivo em alta definição para cerca de cem salas em toda a Europa. Já nos EUA, em fevereiro será exibidoeminúmerassalasdetodo o país, ao vivo e em 3D, o AllStar Game (Jogo das Estrelas, em inglês), da NBA. Mas mesmo que um dia possamos ver filmes 3D na televisão e deitados na cama do nosso quarto – a tecnologia para isso já existe, falta apenas ser aperfeiçoada e vendida a um preço minimamente acessível, o que deve ocorrer dentro de cinco anos –, certamente não teremos na nossa frente uma tela de 14 metros de altura por 21 metros de largura. O que, convenhamos, é um diferencial estratégico bastante considerável. É exatamente esse o tamanho da tela da primeira sala

A OPINIÃO DE ESPECIALISTAS

Adhemar Oliveira dono do Circuito Espaço, que está trazendo o Imax “O cinema perde público há mais de 50 anos – mas não vai morrer. Só temo que se torne nicho.”

Luiz Gonzaga de Luca diretor da Severiano Ribeiro “A discussão não é mais sobre quem vai pagar os projetores. O cinema que não se adaptar vai perder muito público.”

Marcelo Bertini presidente da Cinemark

Paulo Sérgio Almeida diretor do site FilmeB

“Apesar de o público ter diminuído, os jovens ainda são a maior e mais frequente fatia nas salas de exibição. É por isso que precisamos investir em tecnologia para oferecer uma experiência mais atual.”

“Em 2009, em meio aos efeitos da crise financeira mundial, as pessoas, principalmente nos EUA, devem ir menos ao cinema e passar mais tempo em casa como forma de economizar.”

Edward Jay Epstein autor de ‘O Grande Filme’

Fernando Meirelles cineasta

“O 3D digital é uma revolução genuína para os filmes.”

“As salas de exibição de filmes não são há muito tempo a principal fonte de renda dos estúdios. Mesmo assim o sucesso de um filme ainda é medido pela bilheteria.”

“Continuaremos a ver histórias contadas com imagens, mas não tenho ideia de como os filmes vão se viabilizar com a pirataria e as novas mídias. Ninguém sabe muito bem para onde a coisa vai, e a angústia é geral.”

Imax 3D do País. Existem ainda maiores em outros países. Ela deverá ser inaugurada no próximo dia 16, no Espaço Unibanco do Bourbon Shopping

Pompeia, em São Paulo. A segunda está prometida para maio no Shopping Palladium, em Curitiba (PR). Apesar de ser considerada

a mais avançada experiência em cinema, a sala Imax paulistana não trabalha com projetor digital, mas com filmes em película de um exclusivo for-

Dan Glickman presidente da MPA

mato 15/70 milímetros – maior do que o tradicional 35 milímetros –, o que garante uma qualidade de imagem única. Nas palavras do pai da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Leon Cakoff, o Imax é “puro encantamento”. Mas não é só de imagens impactantes e som cristalino que se faz o futuro desse “novo cinema”.Muitoconfortoeumagrande variedade de serviços tambémentramnaconta.ACinemark inaugurou no ano passado uma sala premier no Shopping Cidade Jardim que oferece serviço de “bordo”, com garçons e poltronassimilaresàsdaprimeira classe de um avião. Já é possível ainda, em muitas salas, comprar ingressos com antecedência e lugares marcados via web. Não há dúvida de que a magia do cinema se mantém, mesmo passados mais de 113 anos da sua invenção. O problema é que só magia não é mais o bastante. ●

A EVOLUÇÃO DO CINEMA

Será que finalmente o 3D decola? FOTOS: DIVULGAÇÃO

Este ano deve ficar marcado na história do cinema como o ano em que Hollywood abraçou de vez o 3D. Muitos são os títulos programados, inclusive alguns dos mais esperados, como Era doGelo 3 e Avatar (primeiro longa do diretor James Cameron desde Titanic). O primeiro filme 3D do ano, por sinal, já estreou. Trata-se da animação Bolt, sobreum cão que pensater superpoderes. É apenas o começo. Oanoreservaaestreianoformato das gigantes Dreamworks (Shrek) e Pixar (Nemo). A primeira chega em abril com Monstros vs. Alienígenas, sobre uma menina gigante que luta ao ladodemonstroscontraumainvasão alien. Já a segunda lança em junho Up, com a história de um senhor que resolve amarrar bexigasàsua casaesairvoando. Mas não é só de desenhos que se faz o futuro 3D do cinema. Em março chega o terror Dia dos Namorados Macabros. E emmaio Jonas Brothers3D, com um show da popular banda. Muitos outros títulos estão emprodução. Entre eles: Shrek 4 e Toy Story 3, previstos para 2010.Alémdaadaptaçãodashistórias de Tintim para a telona e a conversão das sagas Guerra nas Estrelas e O Senhor dos Anéis. Em meio à batelada de filmes 3D surge uma dúvida: produçõessucessivasnoformatomanterão o interesse do público? A resposta parece óbvia. Assim como qualquer artifício, o 3D de nada adianta se o filme não tiver outras qualidades – o que talvez explique a ausência de um grande sucesso entre as

Segredodo3Dé usaróculospara enganarocérebro Tudo ocorre graças ao córtex visual no cérebro que está habituado a combinar as imagens captadas pelos nossos olhos, cada uma de um ponto de vista. Para entender melhor: aponte para um objeto distante e com o dedo em riste compare as imagens que enxerga com cada olho. Essa diferença é a informação que o córtex usa para criar a noção de profundidade do que enxergamos. No novo 3D, são usadas duas câmeras separadas pela mesma distância dos nossos olhos. Aí, quando essas duas imagens são projetadas na tela, os óculos de lentes polarizadas garantem que cada olho enxergue apenas uma das imagens. Ao combiná-las, o córtex visual cria o efeito 3D. Simples, não? ●

●● ●

MONSTER VS. ALIENS - Dreamworks mostra as garras

UP - Pixar se rende ao 3D em produção aguardada

ERA DO GELO 3 - O primeiro arrasa-quarteirão 3D?

Os filmes eram feitos em 2D e depois cada quadro ganhava de forma alternada as cores azul ou vermelha. Assim, ao colocar aqueles óculos de papelão com lentes de celofane, o espectador via apenas um quadro por vez. Cabia ao córtex visual no cérebro combinar essas duas imagens criando o efeito 3D. O problema do sistema é que ele não reproduzia as imagens com cores fieis e boa parte do público ficava com dor de cabe-

● Década de 20 - O Cantor de Jazz, de 1927, é o primeiro filme falado. ● Década de 30 - Vaidade e Beleza, de 1935, marca a chegada da cor no cinema. ● Década de 50 em diante - Com

a ascensão da TV, os estúdios investiram pesado em sagas espetaculares e uma série de inovações tecnológicas. Veja as principais: CinemaScope: introduziu o formato “widescreen” hoje padrão nos cinemas de todo o mundo. Cinerama: versão mais elaborada e complexa do CinemaScope. Empregava três projetores para exibir cenas panorâmicas em telas imensas. 3D: o efeito era meio tosco e o uso prolongado dos óculos provocava dor de cabeça.

AVATAR - Filme promete ser um divisor de águas

AS DIFERENÇAS DO 3D ● O ‘velho’ 3D

O cinema passou por muitas transformações nos seus mais de 113 anos. De alguma forma pode-se resumir essa história em uma busca – talvez eterna – por surpreender e encantar a plateia, assim como os irmãos Lumière, em 1895:

ça e insatisfeito com a experiência. Além de tudo isso, as produções no formato eram em geral bastante modestas. ● O ‘novo’ 3D

Nos filmes com atores,como Viagem ao Centro da Terra e Avatar, um sistema especial com duas câmeras digitais, chamado Fusion 3D, é usado – assim a filmagem já é feita em três dimensões. Já as animações são sempre produzidas em três dimensões, o que faci-

lita sua adaptação para o formato 3D. Outra grande diferença está na projeção digital: a imagem sai do projetor a 144 quadros por segundo (sete vezes mais rápido do que o modelo analógico). São duas imagens projetadas na tela ao mesmo tempo, de forma a serem exibidas sincronizadamente. O resultado impressiona pela claridade (o truque aqui são telas especiais com um efeito prateado) e a qualidade. E nada de dor de cabeça.

obras em 3D já lançadas. Para alguns especialistas, como o diretor James Cameron(envolvidonacriaçãodesse novo 3D), a questão é mais embaixo. Para ele, no futuro todososfilmesserãofeitosno formato.Cameronnãovêmotivo para que isso não aconteça, da mesma forma que todos os filmes hoje são sonorizados e em cores. Será? E pensar que nos anos 20 Harry, um dos irmãos Warner,ironizouocinemafalado. “Por que alguém iria ao cinema ver um ator falar?” ● B.G.

Smell-o-vision: liberava aromas durante a projeção para acompanhar o banquete visual. ● Década de 90 - Toy Story, de 1995, foi o primeiro filme feito inteiramente em computador. ● Anos 2000 - Star Wars: Ataque dos Clones, o primeiro da ‘nova’ série de George Lucas, em 2002, foi inteiramente captado em suporte digital, sem película; e Viagem ao Centro da Terra, de 2008, foi o primeiro filme com atores rodado no novo digital 3D.

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