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6 Imagem do radar 7 É na mesa da sala
de comando que se calculam localizações e se situam em cartas os obstáculos.
8 Sala das máquinas. No fundo está o cabo Amaral.
9 O tenente Almeida à entrada.
10 Visão periscópica.
dentro de círculos enormes que representam o território marítimo português. “Para fazer o controlo do mar temos de saber o que se passa debaixo do mar. Caso contrário não teremos o controlo efectivo do que se passa nas nossas águas”. Defende que apesar de pertencer à NATO, o país tem de ter capacidade para reagir autonomamente e que ninguém sabe qual será a situação estratégica daqui a vinte anos, tempo que é pouco para se operacionalizar uma frota de submarinos. E fala do efeito dissuasor destes meios: “Estive numa operação de embargo no Adriático a bordo da fragata Vasco da Gama e quando não sabíamos a localização de um dos submarinos jugoslavos a tensão subia logo”. Reconhece que há muita gente que tem uma opinião negativa sobre a relação custo/benefício dos submarinos. “Se calhar também temos um bocado de culpa porque não andamos a alardear as nossas missões. Não podemos mediatizar as nossas operações de combate ao narcotráfico. Conseguimos ouvir e ver o que se está a passar sem sermos vistos”. É que a discrição é uma das maiores armas dos submarinos. Não tarda a iluminação clara dará lugar a luzes avermelhadas, tipo sala de revelação fotográfica. O contraste serve para assinalar a passagem do dia para a noite e adaptar a visão à escuridão. Durante a madrugada, e já à cota periscó-
pica, fazem-se turnos de 20 minutos em torno do periscópio. “É preciso estar-se sempre muito atento, por isso é que rodamos de 20 em 20 minutos”, explica o tenente Almeida. Debaixo do mar observam os barcos que passam, registam o tipo de navio e, caso apareça alguma embarcação menos familiar, acoplam uma máquina fotográfica ao periscópio para o catalogarem. Amanhece. A tripulação agita-se em tarefas. O regresso à superfície é um dos momentos mais complicados. Há sempre o receio de embater num barco. “Em 1995 batemos num”, conta o cabo Sebastião. “Foi um momento de tensão. Estava a dormir e não sabia o que se passava. O pior aqui em baixo é não saber o que se está a passar”. Na sala de comando as informações vindas do sonar, do radar e do periscópio são transmitidas a uma velocidade rápida. Na sala de controlo a concentração é total. Finalmente, o Barracuda atraca na Base do Alfeite, em Almada. O electricista José Gonçalves faz a sua última ronda pelo porão das baterias vestido com o seu fato-macaco cinzento ao estilo da NASA. “É anti-ácido por causa das baterias”, explica. E diz orgulhoso: “Encostoos a todos. Ao Albacora, ao Delfim e hei-de encostar o Barracuda. Quando vierem os novos...” CASUAL - 29.08.2008 | 9