Duas rainhas: o confronto criado por Schiller dura mais de três horas. Duas linhagens: em cena, a segunda geração de duas famílias do teatro
O
duelo verbal das rainhas Maria Stuart, da Escócia, e Elizabeth I, da Inglaterra e da Irlanda, é fruto da criatividade do dramaturgo alemão Friedrich Schiller – o encontro das primas rivais, que viveram no século 16, nunca ocorreu de fato. Lígia Cortez e Julia Lemmertz, as protagonistas de Maria Stuart, que estreia amanhã no Sesc Consolação, acrescentaram minúcias ao embate fictício. Agora, as rainhas não duelam apenas por poder, religião, liberdade ou pelo bem dos governados, mas também por orgulho feminino. Por três horas, o espectador verá duas mulheres disputando o mesmo homem, menos por amor ao conde de Leicester Lígia Cortez é Elizabeth I, que ordena matar...
(André Correa) que por vaidade. A montagem de Antonio Gilberto tem duas características do teatro que o senso comum mais teme: vocabulário difícil e gravidade. O intervalo pode proporcionar algum alívio, mas o falatório é proposital. “Quero resgatar o poder da palavra”, diz ele. Os paulistanos já viram este ano outra montagem do mesmo texto, ‘Rainha(s)’, de Cibele Forjaz, com Georgette Fadel e Isabel Teixeira (que venceu o Shell de melhor atriz). Em uma encenação contemporânea, as atrizes discutiam o século 21 a partir do duelo real. Em ‘Maria Stuart’, não há transgressões. No máximo, uma homenagem implícita a duas linhagens de atores: Lígia é filha de Raul Cortez e Célia Helena; Julia, de Lilian Lemmertz e Lineu Dias. Como se vê, as duas têm direito à coroa. (Lucas Pretti) Onde: Sesc Consolação. Teatro Anchieta (320 lug.). Rua Dr. Vila Nova, 245, 3234-3000. Quando: sáb., 21h, e dom., 19h; 6ª, 21h (a partir de outubro). 180 min. Quanto: R$ 20. YouTube.
... a prima Maria Stuart, vivida por Julia Lemmertz
NANA MORAES /DIVULGAÇÃO
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MARIA STUART
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Briga de mulher