Estudo De Caso: Casamento Na Contemporaneidade

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TEOLOGIA - NOTURNO ACONSELHAMENTO CRISTÃO PROF. ROSÂNGELA – Atividade

ESTUDO DE CASO:

O CASAMENTO NA CONTEMPORANIEDADE: CONSTRUINDO ESPAÇOS PARA O EU E O NÓS NA RELAÇÃO 1 SUMÁRIO Introdução.................................................................................................................................................2 O casamento na contemporaneidade.........................................................................................................2 A construção da identidade conjugal - benefícios e dificuldades de um casamento................................4 Caso clínico...............................................................................................................................................6 Conclusão:.................................................................................................................................................6 Bibliografia ..............................................................................................................................................7 ANEXO 1: Quem é essa nova mulher?....................................................................................................8 ANEXO 2: O Eu e o Nós na Relação.....................................................................................................11

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Esta atividade escolar se baseia no artigo da Psicóloga Maria Isabel Wendling como requisito do curso de Terapia da Familia e Casal no Centro de Estudos da Família e do Indivíduo (CEFI) Aluno: Daniel Deusdete Araújo Barreto

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Introdução O presente trabalho visa comentar e estudar alguns aspectos importantes do relacionamento conjugal com base no trabalho realizado por Maria Isabel Wendling como requisito para conclusão do curso de formação em Terapia de Família e Casal no Centro de Estudos da Família e do Indivíduo (CEFI). Ela salienta a necessidade de um novo tipo de construção dos espaços individuais e conjugais dos casais em nossa sociedade nos dias atuais e, para isso, apresenta:  Uma breve revisão teórica sobre o casamento na contemporaneidade.  As características e as expectativas apontadas por homens e mulheres no nosso contexto social.  Os aspectos referentes à construção da identidade conjugal - os benefícios e as dificuldades encontradas para lidar com o casamento no decorrer dos anos.  Por fim, apresenta um caso clínico de caracterização do processo de retomada do vínculo conjugal num casal de meia-idade, compreendido a partir do ponto de vista sistêmico.

O casamento na contemporaneidade O casamento na sociedade moderna vem sofrendo transformações que apontam para a grande dificuldade e complexidade de se construir uma vida a dois, principalmente por causa dos aspectos sócio-econômicos. Historicamente, na sociedade patriarcal, era o homem que dominava, cuidava e administrava os recursos e a mulher lhe era submissa, no entanto, hoje este papel mudou e

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a mulher conquistou um grande espaço na sociedade e passou a ser responsável também pelo sustento e provisão desse lar. No texto abaixo, pode-se verificar essas questões: "Os homens estão aprendendo a conviver com mulheres confiantes e auto-suficientes, e mostram-se mais preparados para ter relações equilibradas", diz Dan Kindlon, de Harvard. "Muitos dizem que uma mulher bem-sucedida é mais sexy." Kindlon aposta que as mulheres alfa vão causar uma mudança na estrutura das famílias. "Os adolescentes de hoje, que desde cedo convivem com mães, irmãs e colegas alfa, vão dividir mais as tarefas domésticas, o cuidado com os filhos", afirma Kindlon. Hoje, esse homem ainda é exceção - principalmente em países latinos como o Brasil, onde o machismo é mais arraigado. "O brasileiro ainda está preso ao papel de provedor", diz a psicóloga Maria Isabel Wendling, autora do estudo O Casamento na Contemporaneidade. "Se ele perde esse papel, fica confuso. No consultório, no entanto, percebo que os homens estão dispostos a se adaptar ao novo espaço que as mulheres estão ocupando na relação." 2 No que tange ao significado dessa relação a dois, houve também mudanças na perspectiva dos gêneros:  Os homens, no momento da escolha de sua parceira, dão mais ênfase aos aspectos físicos e a atração sexual, enquanto que, por sua vez, as mulheres consideram mais o sentimento amoroso.  Está ocorrendo uma redefinição do que é percebido como papel de homem e papel de mulher no âmbito familiar.  As mulheres, assim como os homens, estão namorando vários parceiros, tendo relações sexuais mais cedo e casando mais tarde. Muitos casais passam a viver junto antes do casamento, prolongando a fase de nascimento tios filhos. 2

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG76794-6014-462-3,00-QUEM+E+ESSA+NOVA+MULHER.html

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 Há aumento das expectativas entre os cônjuges com uma maior idealização do outro e uma grande exigência consigo mesmo que provocam tensões e conflitos na relação conjugal.  As relações estão sendo constituídas em torno das identidades dos cônjuges tornando a relação somente agradável enquanto produzir prazer.  Dificuldades de se criar laços significativos para produzir projetos compartilhados sem deixar de lado a autonomia. Individualidade todo ser humano possui, mas individualismo é um mal no casamento. A despeito de tudo isso, as pessoas continuam a casar-se e a buscar a felicidade conjugal como algo essencial em suas vidas. Ao decidir pelo casamento as pessoas deveriam se modificar internamente e se reorganizarem uma vez que ocorrem muitas mudanças a partir de uma vida a dois. É uma nova etapa no ciclo vital da família onde cada pessoa carrega consigo toda a sua história individual e isso pode afetar significativamente a relação a dois.

A construção da identidade conjugal - benefícios e dificuldades de um casamento A construção da identidade conjugal deve começar mesmo antes do casamento. Será necessário juntar-se ao outro, mas sem se fundir. Isso nem sempre é facilmente assimilado e experimentado no cotidiano. Uma união com outra pessoa requer uma série de ajustes até que cheguem a um mundo comum de compartilhamento de situações e de idéias com negociação de tarefas, modificação de papéis e assunção de novas funções. O sucesso e o fracasso do matrimônio dependem em grande parte do funcionamento e das regras de colaboração que devem ser expressas por cada casal em consideração às inevitáveis diferenças e semelhanças entre os parceiros. Aluno: Daniel Deusdete Araújo Barreto

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Nenhuma relação começa do zero, pois cada um tem um sistema de crenças e valores que geram expectativas no casamento. Diz-nos Maria Isabel: “Desta forma, o casal vai aos poucos construindo sua identidade conjugal e começa a elaborar seus constructos em função um do outro. Willi (1 995) complementa esta ideia, afirmando que na vida cotidiana, os parceiros contam um ao outro o que fizeram ou viram durante o dia. A correspondência, a escuta e a troca entre o casal vai fortalecendo ainda mais a relação e torna-se essencial para a higiene psíquica pessoal. Porém, os indivíduos forma seus constructos a prtir de experiências pessoais e já que nenhuma pessoa possui vivências exatamente iguais a da outra, os constructos podem ter significados diversos para cada um” Outro aspecto importante na construção da identidade conjugal diz respeito à coesão. Casais saudáveis conseguem conciliarem os aspectos do cotidiano com os da relação. É o “eu” e o “nós” que não devem ser preteridos um em relação ao outro. Administrar a vida, o cotidiano, os negócios, as finanças, os problemas consomem muito da energia do “eu” e pode prejudicar o cuidado e o carinho necessário ao “nõs” da relação conjugal, por isso, necessário é a coesão. (ver Anexo 2). Coesão é fundamental, mas a fusão é doentia. É preciso muito cuidado, pois muitos casais acham que podem fazer coisas juntos, de maneira fusionada, demonstrando uma personalidade dependente e mesmo infantil. Essa questão deve ser já antes do casamento adminstrada, cuidada e disciplinada. Maria Isabel assim conclui: Desta forma, constata-se que equilibrar os aspectos conjugais e individuais torna-se um desafio para os casais na contemporaneidade, sendo essencial que haja uma maior reflexão entre os cônjuges sobre estes

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espaços para uma melhor qualidade de vida na relação e crescimento pessoal.

Caso clínico As divergências encobertas (a lei do silêncio) é um mal terrível, pois nele o casal se acomoda e vai levando a sua vida sem conflitos, sem discussões, mas sem soluções. A diferença era o rítimo de cada um. Diana não se envolvia com a família, era individualista e pragmática e somente se interessava pelo seu desempenho profissional. Tarso já era mais dedicado à família e a uma vida simples. O Problema: não conseguiam vivenciar o cotidiano; sentiam que não se amavam mais; não tinham tempo para o “nõs” nem para suas vidas profissionais; distanciamento sexual, perda de vínculos afetivos. Gavetas: o que estava bom e o que poderia melhorar?  Escuta: compartilhar sentimentos que estavam envolvidos na relação.  Conciliação. Precisavam conciliar as diferenças. “CAMA DO CASAL”  era a “cama da família, do profissional”, que estava envolvida com outras situações, mas não era a do casal, do “nós” na relação e isso afetava e distanciava a intimidade necessária na relação. Eles precisavam se distanciar da família de origem. O desafio do casal  busca de equilíbrio entre a neccessidade de criar laços significativos e ao mesmo tempo alcançar “autonomia” (isto é, ter individualidade, mas não ser individualista; unir, mas não fundir).

Conclusão: A Revista ÉPOCA em uma matéria entitulada “Quem é essa nova mulher?” (ver Anexo 1) responde de forma a querer impactar: “Ela nasceu com as conquistas do feminismo, é

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independente e segura. Ao mesmo tempo, admite que precisa de um companheiro e não se importa em ser admirada pela beleza. Ela é a mulher alfa”. A revista não está errada ao exaltar a mulher, ao condenar o machismo, ao desejar uma relação equilibrada e independente, mas comete um lapso grave ao exaltar o individualismo feminino e ao tratar a relação como algo descartável tão logo haja um problema. Gostar de homens (ou gostar de mulheres, no caso dos homens) aponta que a mulher alfa é aquela que pode usar o outro como seu objeto e isso não é sadio ao se tratar de família, pelo menos das famílias que tem temor a Deus. Gostei do artigo e acho importante a busca do concerto, da harmonia, da solução em uma relação a dois. Achei muito interessante a “lei do silêncio” e como isso pode, como um câncer, destruir relacionamentos bem lentamente. Eu acredito em Deus e no mandato divino de constituir a família. Eu acredito no juramento feito de amar idependentemente da situação econômica-financeira, de saúde, “na vida e na morte”. Eu acredito que Deus detesta o divórcio (Ml 2:16) e que devemos buscar ajuda para encontrarmos solução e saída para os problemas conjugais. Como disse Paulo, se Cristo não ressuscitou, comamos e bebamos, pois amanhã morreremos (I Co 15:32; Is 22:13). Como creio que Cristo ressuscitou, então creio na fidelidade, no amor e na solução dos problemas conjugais.

Bibliografia 1. Artigo da Psicóloga Maria Isabel Wendling como requisito do curso de Terapia da Familia e Casal no Centro de Estudos da Família e do Indivíduo (CEFI).

2. http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG76794-6014-462-3,00-QUEM+E+ESSA+NOVA+MULHER.html 3. http://www.gazetacatarinense.com.br/novo/?content=ler&id=82&tp=cl

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ANEXO 1: Quem é essa nova mulher? Ela nasceu com as conquistas do feminismo, é independente e segura. Ao mesmo tempo, admite que precisa de um companheiro e não se importa em ser admirada pela beleza. Ela é a mulher alfa BEATRIZ VELLOSO, MARIANA SANCHES E MARTHA MENDONÇA •

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De qualquer forma, as perspectivas são auspiciosas. A Academy of Management Perspectives prevê que a participação de mulheres na presidência de grandes empresas saltará de 1,7% para 6,2% num intervalo de nove anos. Além disso, a defasagem na remuneração está caindo. "Nos últimos anos, a diferença entre o salário dos homens e das mulheres vem diminuindo rapidamente", diz Marcelo Neri, da FGV. Na prática, outras searas tradicionalmente dominadas pelos homens - como o Congresso onde está Manuela d'Ávila ou a área financeira de Ana Cristina Tena - estão abrindo espaço para as mulheres. A carioca Amora Mautner, de 31 anos, desbrava um desses territórios: é uma das poucas mulheres no quadro de diretores de novela da TV Globo. Comandou produções grandiosas como as minisséries JK e Mad Maria. Agora ela está à frente do elenco da novela das 8, Paraíso Tropical. A vocação de Amora para a liderança é evidente. Ela desistiu de atuar depois de uma curta carreira como atriz. "Eu não gostava que mandassem em mim, achava que do meu jeito era sempre melhor." Na vida pessoal, Amora vive uma situação simbólica dos novos tempos: em duas ocasiões, ela já dirigiu seu marido, o ator Marcos Palmeira. Os dois esperam um filho para agosto. As

mulheres

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divórcios do

são pedidos por elas

não-

país

A situação do casal, em que a mulher "dirige" o marido, é uma boa metáfora dos novos tempos. O exemplo dos dois aponta para uma alteração na estrutura do casamento, que já se observa aqui e ali, e será mais comum dentro de alguns anos: o processo de adaptação dos homens às mulheres alfa. Nesse processo, os maridos estão aprendendo a conviver com mulheres que, por vezes, são mais poderosas que eles, podendo eventualmente deixá-

los à sombra. Muitos estão até desfrutando da situação. É o caso de Michel Klein, de 56 anos, dono da rede de lojas Casas Bahia, que há três anos mora com Maria Alice Pereira, uma empresária de 37 anos. Maria Alice é dona de um café badalado na região dos Jardins, em São Paulo, e de três centros de convivência para funcionários das fábricas das Casas Bahia. Trabalha pelo menos dez horas por dia e controla tudo por um laptop (que chama de "meu bebê"). Por ele, assiste a imagens em tempo real de seus negócios - tudo sem descuidar do visual, da ginástica, da maquiagem. Diante de uma mulher com tamanha autonomia e segurança, Klein não esconde o orgulho. "As mulheres independentes são

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mais interessantes", diz ele. "É gostoso chegar em casa e poder sair daquele assunto que eu chamo de 'cricri', sobre criada e crianças. Sinto a maior admiração pela carreira da Maria Alice." Ela confirma o companheirismo do marido. "O Michel jamais me pediria para deixar de trabalhar. Quando tenho de trabalhar no fim de semana, ele vai para o meu escritório comigo, leva umas revistas e fica lendo, enquanto eu resolvo as minhas coisas." "Os homens estão aprendendo a conviver com mulheres confiantes e auto-suficientes, e mostram-se mais preparados para ter relações equilibradas", diz Dan Kindlon, de Harvard. "Muitos dizem que uma mulher bemsucedida é mais sexy." Kindlon aposta que as mulheres alfa vão causar uma mudança na estrutura das famílias. "Os adolescentes de hoje, que desde cedo convivem com mães, irmãs e colegas alfa, vão dividir mais as tarefas domésticas, o cuidado com os filhos", afirma Kindlon. Hoje, esse homem ainda é exceção principalmente em países latinos como o Brasil, onde o machismo é mais arraigado. "O brasileiro ainda está preso ao papel de provedor", diz a psicóloga Maria Isabel Wendling, autora do estudo O Casamento na Contemporaneidade. "Se ele perde esse papel, fica confuso. No consultório, no entanto, percebo que os homens estão dispostos a se adaptar ao novo espaço que as mulheres estão ocupando na relação." Maria Alice Pereira Idade:

37

anos

Estado civil: é noiva do empresário Michel Klein, com quem mora há três anos Por que é alfa: controla os negócios por imagens em tempo real de seu laptop (o qual chama de "meu bebê") sem descuidar da ginástica Para chegar a esse equilíbrio, as mulheres também tiveram de mudar. Da postura confrontadora do início do movimento feminista, por vezes até agressiva, elas caminharam para um ponto em que não têm mais vergonha de dizer que gostam e precisam dos homens - ainda que não seja pelo salário, e sim pelo apoio e companheirismo. "Adoro homem, Deus não inventou nada melhor", afirma a publicitária pernambucana Ana Venina, de 42 anos. Ela foi casada duas vezes e, com o último marido, teve o filho Matheus, de 8 anos. "Mas sei que homem não é emprego, é companheiro. Não acredito em relacionamento com dependência financeira ou emocional." A postura de Ana é típica das mulheres alfa: elas querem ter um homem a seu lado e reconhecem os prazeres da vida a dois. Mas não precisam se casar nem dependem dos homens - mais que isso, elas não dependem de ninguém. As estatísticas comprovam que, quando estão infelizes, elas não hesitam em seguir "carreira-solo". Segundo o IBGE, 72% dos divórcios não-consensuais do país são pedidos pela mulher. "Até a década de 70, o casamento era a junção de duas metades: o provedor e a responsável pelo lar", diz o economista Marcelo Neri. "Agora, as mulheres são as duas metades em uma só."

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O

número

chefes

de

aumentou entre

de

1995

mulheres

vontade para arriscar e decidir o rumo da própria vida - seja no momento de

família

oito e

vezes 2005.

já são 28% no Brasil

Essa virada de mesa foi fundamental para que as alfas se sentissem à

Elas

pedir o divórcio, de adiar (ou rejeitar) a maternidade, de deixar o marido em casa para sair à noite com as amigas. O novo panorama produz mulheres que, sem ter a obrigação de se afirmar, desfrutam de uma serenidade que não se via nas gerações anteriores. É a serenidade que se observa na

administradora de empresas Gabriela Mascioli, de 31 anos. Há quatro anos, ela largou um emprego estável num banco de investimentos, onde ganhava bem, era respeitada e tinha chances de ascensão, para realizar o sonho de trabalhar com dois assuntos que adora: culinária e livros. Abriu em São Paulo uma livraria especializada em títulos sobre gastronomia. Há três anos, veio outra mudança: separou-se do marido, com quem estava casada havia sete anos. O divórcio veio sem traumas. "Vejo cada um desses passos como experiências que me deixaram mais forte", diz ela. "Quero estar casada, ou empregada, se isso for fazer minha vida melhor. Se for para fazer minha vida pior, não quero." O espírito alfa encontra sua última fronteira nas meninas jovens, as mulheres adultas de amanhã. As garotas alfa, encontráveis nas escolas das grandes cidades do Brasil, deverão reunir a serenidade de Gabriela Mascioli, a firmeza de Maria Alice Pereira, a competência de Ana Cristina Tena e a liderança de Amora Mautner. Essas características estão presentes num grupo de alunas do 3o ano do ensino médio do Colégio Santa Cruz, tradicional escola da classe média alta paulistana. Diana Garcia, de 16 anos, não demonstra a menor ansiedade em arrumar marido e ter uma família. "Pode ser que eu case, pode ser que não. Acho que minha vida pode ser boa dos dois jeitos." Nina Giglio, de 17, ainda nem fez o vestibular para Arquitetura e já planeja mestrado e doutorado, prometendo engrossar as estatísticas que mostram as mulheres dominando as universidades. "Acho importante não parar de estudar nunca", diz. E Bruna Keese, também de 17, mostra desprendimento até com o ponto que costuma atingir as mulheres em cheio: o corpo. "Tenho tanta coisa boa para fazer... Não entro nessa paranóia de ficar me preocupando em emagrecer", afirma. É assim - de cabeça fresca, com segurança, autonomia e a passos largos - que as mulheres alfa caminham para o futuro.

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Ana Venina Idade: Estado

42 civil:

anos divorciada

Por que é alfa: é uma publicitária bem-sucedida. Gosta de homem e diz que Deus não inventou nada melhor. Com seu segundo marido, teve Matheus, de 8 anos. Mas diz que

não

acredita

em

relacionamentos com dependência emocional ou financeira

REF.: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG76794-6014-462-3,00-QUEM+E+ESSA+NOVA+MULHER.html

ANEXO 2: O Eu e o Nós na Relação O ser humano sempre buscou uma auto compreensão. Muitos filósofos, pensadores, psiquiatras, sociólogos, psicólogos e tantos outros, procuraram e procuram definições capazes de ajudar as pessoas terem uma idéia melhor de si mesmas; suas atitudes e comportamentos. Mesmo assim, é comum ouvir pessoas se queixando do \"vazio\" que sentem. Conviver em sociedade não é uma coisa simples, ainda mais com tantas exigências. Não seria diferente na vida a dois. Percebo o quanto os casais têm se esforçado para que seu casamento\"dê certo\", fazendo muitas vezes várias tentativas e \"malabarismos\" para chegar a um acordo e melhorar a qualidade da união conjugal. Isto evidencia que, apesar de constatarmos inúmeros casos de divórcios e separações, o casamento pode ainda ser considerado algo importante na vida das pessoas. Segundo Walsh (2002), a grande maioria daqueles que se divorciam, tornam a casar-se, formando famílias reconstituídas e apontando o quanto as pessoas procuram, além da satisfação de necessidades, serem felizes no casamento. Porém, esta busca pela felicidade necessita de um compromisso diário com o outro, envolvendo além do amor e do respeito, muita dedicação e compreensão. Sendo assim, o significado de felicidade e bem-estar pode ser diferente para os cônjuges e o conflito entre construir a identidade conjugal sem perder a identidade individual pode levar a frustrações e sofrimento para os envolvidos.

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As dificuldades encontradas pêlos casais atualmente demonstram o quanto a vida diária, a rotina e as demandas da sociedade influenciam tanto no bem-estar conjugal como na maneira de lidar com o próprio casamento. Todas estas questões acrescidas das exigências pessoais, profissionais e familiares, fazem com que muitas vezes o casal reflita sobre sua relação e se questione sobre como conciliar todas estas demandas necessárias para o seu desenvolvimento. O casamento vem sofrendo uma série de transformações durante o tempo, nos mostrando que construir uma vida a dois pode ser uma das tarefas mais complexas e difíceis do ciclo de vida familiar. Ao longo do tempo, pode-se perceber que o casamento sempre recebeu influências do contexto sócio-econômico, atendendo ao mesmo tempo, a uma diversidade de interesses, tanto sociais e familiares como também, individuais. Historicamente, na sociedade patriarcal, o homem dominava a relação e a mulher era subordinada a ele. Os âmbitos público e privado eram divididos entre homens e mulheres, sendo que o primeiro era de responsabilidade masculina, enquanto o segundo, feminina. Atualmente, há uma maior igualdade entre os cônjuges. A mulher conquista novos espaços no mercado de trabalho e na vida em sociedade, apesar de ainda ser destinada a ela a organização doméstica e o cuidado com os filhos (Strey, 1998). No que diz respeito ao significado do casamento também houve alterações na perspectiva dos gêneros. Segundo uma pesquisa realizada por Féres- Carneiro (1997), o casamento significa a constituição de uma família para os homens e é definido como uma relação de amor para as mulheres, o que nos concede alguns indícios sobre os motivos que levam cada vez mais às mulheres tomarem a iniciativa para a separação matrimonial. Poder-se-ia pensar que se não há mais amor, não existe motivos para permanecerem casadas, possibilitando desta forma, que encontrem outra pessoa para amar e talvez se casarem novamente. Outra diferença apontada pela pesquisadora refere-se à escolha conjugal. No momento da escolha, os homens relatam valorizar os atributos físicos e a atração sexual, enquanto que, por sua vez, as mulheres consideram mais o sentimento amoroso. Além disso, foi constatado que aos poucos vem ocorrendo uma redefinição do que é percebido como papel de homem e papel de mulher no âmbito familiar. Os homens começam a ter maior participação no cotidiano doméstico, embora esta participação seja vista ainda como concessão e ajuda e não como divisão de responsabilidades. Já no que diz respeito ao momento em que ocorre o casamento no ciclo vital também se observam modificações. As mulheres, assim como os homens, estão namorando vários parceiros, tendo relações sexuais mais cedo e casando mais tarde. Muitos casais passam a viver junto antes do casamento, prolongando a fase de adultez jovem e adiando o nascimento dos filhos (Carter e McGoldrick, 1995). Além disto, o casamento pode ser compreendido como uma relação de intensa significação na vida das pessoas, envolvendo um alto grau de intimidade e investimento afetivo (Féres-Carneiro, 2001). Pode-se perceber com todos estes dados, que há um aumento das expectativas entre os cônjuges, um alto nível de idealização do outro e uma super-exigência consigo mesmo, provocando tensão e conflito na relação conjugal.

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Espera-se desta relação intimidade, amizade, afeto, realização sexual, companheirismo e oportunidade de desenvolvimento emocional. No entanto, é difícil atingir esses ideais o que pode ser demonstrado pelas altas taxas de divórcio ou pelas insatisfações apontadas pelos casais que buscam auxílio através da terapia. Como se observa, as relações conjugais contemporâneas são constituídas em torno das identidades dos cônjuges. O compromisso nestas relações é o de sustentar o desenvolvimento pessoal e a relação se mantém enquanto for prazeroso e útil para cada um. Féres-Carneiro (2001) concluiu que tanto os homens como as mulheres salientaram a importância da individualidade na vida a dois ao mesmo tempo em que valorizavam a importância de compartilhar e dividir.

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