Análise Dos Cap 5 E 6 Do Livro - Familia E Mitos - Prevenção E Terapia - Resgatando Histórias

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Análise dos capítulos 5 e 6 do livro: Família e mitos - prevenção e terapia: resgatando histórias, de Marilene Krom. CAP. 5: UM OLHAR MÍTICO SOBRE FAMÍLIA E O CASAMENTO1

O capítulo 5 - Um olhar mítico sobre a família e o casamento trata: ¾ Da cultura e do mito. A cultura e os mitos são elementos fundamentais que permeiam as civilizações fornecendo ao pesquisador importantes ferramentas de análise e de compreensão da família de hoje. “O rever desses acontecimentos favorece que seja ampliada a compreensão dos significados que foram atribuídos a essas experiências. A consequente transformação dos mitos inicia-se com os estudos que focalizam a sociedade europeia e colonial brasileira a partir do século XV.” ¾ Da revisão histórica do desenvolvimento da família, dos papéis em funções dentro dela. A revisão histórica favorece que seja ampliada a compreensão dos significados que foram atribuídos às experiências. No século XV, a família existia como realidade vivida e não como sentimento ou valor. Não havia espaço para a intimidade e para o desenvolvimento de uma vida privada. Era importante a realidade moral e social e não a vida sentimental. Esse momento histórico propiciou o desenvolvimento do chamado Mito da Propriedade (Nossa vida é a terra. A gente vive pela terra), devido a sua confusão com a propriedade do patrimônio e a preocupação com a honra do nome. No Brasil, além desses aspectos, constatava-se na época das Colônias a situação de que os indivíduos se apropriavam e se deixam apropriar. A sociedade estava dividida entre senhores e escravos e a luta pela propriedade era o que dava a família a garantia de sua existência. Como a grande maioria das famílias era de aventureiros e exploradores e conquistadores, deu-se o surgimento do chamado Mito da Conquista. Nessa época, as famílias tratavam de suas crianças por meio de amas-de-leite, escravas totalmente despreparadas e desmotivadas que tinham o papel de cuidar, tratar, distrair as crianças. Hoje, talvez, não seja diferente, pois as entregamos às babas eletrônicas: TV, Internet.... Por questões médicas e sanitárias a taxa de mortalidade infantil era muito alta. As técnicas contracepitivas utilizadas eram muito falhas e a taxa de nascimento, exageradamente alta e descontrolada. As crianças não eram valorizadas. Lentamente, no entanto, isso começou a mudar talvez por conta de profissionais sanitaristas e autoridades pedagógicas devido a instituição das escolas. Isso promoveu a configuração do sentido de união associado à própria idéia de família.

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Trata-se do capítulo 5, Um Olhar Mítico Sobre Família E O Casamento, do livro Família e mitos - prevenção e terapia:

resgatando histórias de Marilene Krom, editora Summus Editorial, São Paulo, 2000.

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Com a revolução industrial e o surgimento da Idade das Luzes, a partir do século XVIII, vemo o esvaziamento dos feudos e a nuclearização da família o que, em consequencia, surge o papel do socializador proporcionando modificações nas funções e nos papéis na família. Outro aspecto importante foi a chamada revolução da afetividade que se estendia sobre jujeitos materiais e sobrenaturais: Deus, santos, pais, filhos, cavalos, pomares, jardins. Da industrialização, surge o burguês que passou a valorizar o ambiente familiar com seu espaço mais íntimo. Surge o romantismo e a declaração poética dando valor ao amor, que era visto como algo de frouxos e ao sexo, que era mais visto mais como para procriação. E na medida que o tempo vai avançando rumo ao século XX, vai havendo um reconhecimento maior do amor e com isso maior valorização da família. Um dos mitos que surge então é o Mito da Busca da Unidade Perdida que atribuiu ao amor e a realização amorosa uma nova concepção ao casamento. Surge então a valorização de cada papel dos cônjuges, tanto o feminino quanto do masculino apontando para uma necessidade de coesão e de continuidade da família. Outro mito conhecido nesse trabalho é o Mito da União que que favorecia o pertencimento e a manutenção de padrões afetivos garantido a perpetuação da família. Este mito tomou, facilmente, o lugar do Mito Espinha Dorsal e ainda funcionou como “auxiliar” de outras malhas míticas. O Mito da Religião aparece mais ligado a uma determinada religião recebendo significados e conotações especiais, como por exemplo, a reunião de toda a família no natal ou na páscoa, com a presença obrigatória de todos os familiares. Os mitos mais frequentes encontrados nas famílias, segundo os pesquisadores, são: o Mito da Conquista, mais presente nos imigrantes que vinham ao Brasil para serem conquistadores de bens, de coisas e de pessoas e o Mito do Sucesso que determinavam nas famílias a idéia de que todos tem que ter sucesso em alguma coisa e não só isso, mas com destaque. Também há o Mito da Autoridade que é aquele que distribui a família em uma hierarquia de poder em que as pessoas exercem determinadas funções e o Mito do Poder mais encontrado nas famílias nas quais ocorre o abuso da autoridade, devido, principalmente, o patriacardo e o autoritarismo. Na opinião do autor: “As pessoas quando se casam trazem de suas famílias de origem as suas mitologias que, ora se assemelham, ora se diferenciam das da família do cônjuge. A maneira como o casal vai construir o seu casamento ocorre dentro e de acordo com essas mitologias.”

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CAP. 6: MODELOS DE CASAMENTO IMPORTANTES PARA OS MITOS2 O capítulo 6 - Modelos de casamento importantes para os mitos aborda os seguintes assuntos: ¾ As influências das famílias de origem na construção do casamento. "A maneira como eu arrumo o café da manhã é igualzinha à da minha mãe. Não posso esquecer os guardanapos". Ve-se na citação acima o quão é importante estudar e analisar determinados eixos para nortear a organização dos relacionamentos. Essas influências são trazidas à nova família e no trabalho de pesquisa, foi feito acompanhamento de quatro casais por, aproximadamente três anos, que permitiu ao autor a construção do que denominou de “Leitura Instrumental Mítica”. ¾ A análise da construção das relações no casamento. As análises que foram desenvolvidas com os quatro casais convidados e não-clínicos segui uma metodologia aplicada que incluiu instrumentos tais como: a entrevista trigeracional, a elaboração do genograma e a criação do ciclograma. O objetivo principal foi mostrar a possibilidade e a riqueza da análise da construção das relações no casamento, com base nos mitos presentes. ¾ Os modelos de leitura do casamento: •

Murray Bowen,

É o modelo de casamento construido “por Bowen em Family therapy in clinicaipractice e outros conceitos acrescentados por seus seguidores foram necessários, ao verificar a construção do casamento na óptica transgeracional.” Na família, o que vai garantir o ciclo de vida, o desenvolvimento e a diferenciação dos seus membros é considerado, nessa teoria, o que Bowen chama de arnarca familiap, ou seja/um fator determinante para a autonomia familiar, pois o curso da história futura do indivíduo pode ser previsto segundo a diferenciação dos pais e do clima emocional predominante na família de origem. Quanto mais diferenciados os pais, supõe-se, melhores são as condições para os filhos. A triangulação é muito usada nessas famílias onde um terceiro real ou imaginário desempenha um papel de equilíbrio nas relações diminuindo as tensões existentes isso porque o casal não consegue se relacionar a dois. •

Epigenético,

É o modelo que está relacionado à qualidade do apego às questões atinentes à comunicação, à união e à mutualidade que parte da ótica intrapsíquica para a relacional, possibilitando se averiguar a qualidade do vínculo que se estabelece no casal. Esse modelo surgiu da preocupação dos pesquisadores com a qualidade dos relacionamentos. Seu pressuposto básico é que todo dilema emerge por causa do esforço natural primário de se relacionar com outros seres humanos e do esforço simultâneo para desenvolver uma sensação de identidade.

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Trata-se do capítulo 6, Modelos de Casamento Importantes para os Mitos, do livro Família e mitos - prevenção e terapia:

resgatando histórias de Marilene Krom, editora Summus Editorial, São Paulo, 2000.

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Segundo esse modelo, há quatro processos que podem ser vistos como estágios nos quais os relacionamentos avançam: 1) apego/afeição, ligação de afeição complementar, proto-tipicamente manifesta no relacionamento pais-filho; 2) comunicação, começa com a divisão do centro de atenção e continua na troca de significados e mensagens; 3) resolução do problema de união e renovação de tarefas diárias, interesses e atividades recreativas; 4) mutualidade, integração seletiva e flexível dos processos pendentes, em um relacionamento de padrão superordenado e duradouro. Há compromisso de um compartilhar com o outro para formar o relacionamento •

Phoebe Prosky.

Nesse modelo, o motor que impulsiona é o de ir ao encontro da mais completa unidade. “Ele diz que existe polaridade na complementaridade dos relacionamentos, delineia um modelo de casamento e sugere benefícios internos nesses esforços inerentes.” Nesse enfoque, o casamento é visto como uma escola para a vida. Nesse modelo, distingui-se 3 fases: Fase 1: da fusão. Os dois estão tão envolvidos um com o outro que não veem mais nada. Fase 2: da individualização. Assustados com a perda da individualidade, tentam restaurá-la e ai pode ocorrer três coisas: a) separação; b) institucionalização das diferenças; 3) passar para a terceira fase. Fase 3: da compreensão. As pessoas tendem a se tornar dois selfs suficientes, percebendo tanto as áresade amor e satisfação quanto das incompatiblidades. Isso acaba gerando um novo senso de esperança, generosidade, respeito e entendimento. Essas três fases podem se mover no tempo em fases distintas ou nas três de forma simultânea. De acordo com esse modelo, os relacionamentos podem mover-se no tempo, em fases distintas ou nas três fases simultaneamente.

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