Boletim Athanor 018 Agosto 2007

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  • Words: 4,895
  • Pages: 13
Agosto de 2007

Ano 2

Nesta Edição: Editorial

Cadeia de União pelo R∴H∴ Ulisses

O Mistério da Forma pelo R∴H∴ Joaquim Barão

(6)

Dicionário da Maçonaria pelo R∴H∴ Jeremias Serapião

(12)

Mitos Gregos: Atlas pelo R∴H∴ João Silas

Priorato do Sião

Recolha do R∴H∴ José Melo Brás

A Santíssima Trinosofia

(8)

Conde de S. Germain

Enriquecer ou Viver? R∴Ir∴ João Guimarães

P r e v e nç ã o Ro d o v i ár i a n o B r as i l Colaboração do R∴Ir∴ Marco Antunes

P al av r as S áb i as

Recolha do R∴Ir∴ Teixeira Cabral

Athanor – Boletim Esotérico Mensal – Edição n.º 18 – Agosto de 2007

Editorial Conseguimos fnalmente responder a toda a correspondência dos nossos leitores. Isto terá sido possível pelo facto de estarmos a atravessar o período de férias. Pensámos na eventualidade de saltar um mês, para descanso do Athanor, mas algo mais forte do que a nossa própria vontade nos obrigou a prosseguir. Agradecemos uma vez mais, e sempre, o apoio dos leitores do Athanor, pela colaboração que nos prestam e pela boa vontade de nos acompanharem neste projecto. TT∴AA∴FF∴ para TODOS. Os artigos apresentados são da responsabilidade dos seus autores e poderão eventualmente, num ou noutro aspecto, não expressar os pontos de vista dos fundadores.

Reflexões: Cadeia

de União Pelo R∴Ir∴ Ulisses

podera eu despir-me aqui perante vós que mesmo nu continuaria adornado desta minha condição humana: pedra e força bruta. porque as faces lisas não deixam de ser rudes, nem as arestas por mais perfeitas deixam de ser ríspidas. podera eu vir aqui fazer-vos a critica da convicção pura e falar-vos de tudo quanto sinto mas não digo. podera eu vir aqui expor-vos os argumentos das razões que não sei se tenho e de todas as opiniões que pari desde que me entendo. podera eu ser um homem sempre justo… que as outras imperfeições carregá-las-ia de bom grado no saco da minha consciência podera eu dizer tudo isto e ser entendido, e não estaria aqui convosco. mas quis a fortuna que o Grande Arquitecto permitisse que, no prefácio da narração dos tempos, os homens nascessem brotando do chão. quis Ele que na Idade do Ouro o Sopro Criador se confundisse com as criaturas, que o Homem fosse o guardião das cores, o zelador de todos os ocres e pigmentos. quis Ele dar ao Homem a sede autêntica mais a divina figura. também a ousadia, fundamento da Liberdade. quis ainda a sorte que Prometeu nos desse o lume divino, e que a caixa de Pandora, senhora de todos os dons, se abrisse entornando contratempos. desde então as ideias são como alaridos e esgrimas e as frases soam a desconfianças bastardas. rebuscamos no campanário das vozes e das prosas de Babel, a Palavra que um dia dará forma à doutrina do entendimento humano. catamos na multidão dos vocabulários, nos mistérios dos catecismos, no frágil talento dos nossos rudes critérios: o Sopro Divino, Grande Alento, brasas de Luz a partir do nada; a Harmonia das Esferas, caroço das perfeições possíveis; os pedaços, na miragem de chegar ao Todo colando as partes. ah, meus Irmãos! dói olhar para um homem, vê-lo só a ele, e nem sequer todo... dói procurar nas Borras da Fundição, olhos que vejam como os nossos... dói encostar o ouvido ao búzio e não adivinhar o sabor do sal... dói tanto... mas no dia em que o céu se partir, as tábuas da Mecânica do Mundo hão-de peregrinar. nesse dia estarei convosco, meus Irmãos, para guardá-las. Basta-me! 2

Athanor – Boletim Esotérico Mensal – Edição n.º 18 – Agosto de 2007

Da Ciência – O MISTÉRIO DA FORMA… E DA ENERGIA (6): Da Energia do Universo

pelo R∴Ir∴ Joaquim Barão

O conceito de “Vida” sintetiza essência (do dinamismo universal), energia e movimento, devendo contudo fazer-se distinção entre a Vida Universal e a Vida manifestada nos infinitos organismos vivos. O mundo é animado pela Vida, como essência que em tudo penetra e a tudo dá movimento. Compreenda-se que não atribuímos à Vida qualquer conotação religiosa, interessando-nos apenas, através dos efeitos visíveis, investigar as Leis Naturais e Cósmicas que regem a organização celular. E para esta demonstração, com recurso à lógica, não nos parece necessário entrar em controvérsias complicadas acerca da existência ou não existência de um Ser «creador» ou ordenador do universo, pois acerca dessa matéria todos temos uma ideia formada, e não a trocamos facilmente por outra que nos queiram impor. Ocupamo-nos do estudo dos factos observáveis e das leis demonstráveis, recorrendo incidentalmente a alguma metafísica, quando o julgarmos necessário, sem alguma vez nos deixarmos influenciar pelos dogmáticos, tanto materialistas como espiritualistas. Tudo o que nos interessa é investigar os meios que melhor permitam realizar a ideal conservação e expansão da individualidade humana, tendo sempre presente que ninguém pode aspirar à sabedoria se não for, acima de tudo, um espírito livre e insubmisso à maioritária estupidez humana.

Que existe Vida, e que esta se subordina a Leis, são factos que ninguém pode negar, e a concepção de simbiose ou correlação vital entre todas as manifestações da vida universal tem sido já adoptada por diversas Escolas. Parecem-nos óbvias as seguintes conclusões: ƒ Qualquer organismo depende do ambiente em que se desenvolve; ƒ O ambiente depende da actividade de uma infinidade de outros organismos que nele vivem; ƒ O conjunto dos organismos depende da Terra; ƒ A Terra depende do Sistema Solar; ƒ O sistema solar está condicionado à influência de uma infinidade de outros mundos e constelações; ƒ Tudo, no universo, é manifestação da Vida universal, incluindo os planetas e as galáxias – seres vivos eles também – que nascem, evoluem e se desagregam, lentamente, para dar nascimento a outras manifestações da vida....

A Vida possui a característica essencial do movimento, e em nenhum outro lado se aplica melhor do que aqui o axioma hermético “assim como em cima, é em baixo”. Vemos que a gravitação é uma lei dos corpos celestes, da mesma forma que também o é em cada átomo de matéria, que se revela dotado de actividade constante. O conceito de estrutura electrónica da matéria, que inicialmente surgiu como uma hipótese, veio contrariar a antiga teoria do átomo sólido e indivisível. Magnificamente, o modelo de Bohr fez parecerem os átomos como verdadeiros sistemas planetários em miniatura, compostos de protões e neutrões no núcleo, como o Sol no sistema solar, em redor dos quais giram certo número de electrões, em condições semelhantes à dos planetas (cujo número determina a diversidade dos elementos).

Uma maior importância tem vindo a ser dada pela Ciência às múltiplas radiações que se descobrem, tendentes a justificar o conceito da unidade de vida, e neste sentido muito contribuíram alguns estudos acerca dos raios cósmicos, ainda há pouco considerados “desprezível metafísica”. 3

Athanor – Boletim Esotérico Mensal – Edição n.º 18 – Agosto de 2007

Dicionário da Maçonaria (12)

pelo R∴Ir∴ Jeremias Serapião

C Compasso. Após a remota época dos construtores de catedrais, para além da sua função primária de instrumento de medida, o compasso tem no universo maçónico um valor simbólico de primordial importância. Tal é devido, fundamentalmente, à diversidade da sua utilização: com efeito, o compasso serve para traçar círculos ou porções de círculo, mas também para efectuar medições e transportar partes de uma figura geométrica sobre outra; a este título, reveste-se de uma grande flexibilidade e demonstra as suas infinitas capacidades. Por analogia, demonstra as múltiplas aptidões de quem o utiliza. Esta é a razão, fazendo referência às suas diferentes possibilidades de abertura e de distintos ângulos, pela qual o mundo maçónico fez dele o instrumento da razão e, por extensão lógica, da sabedoria. Não é por acaso que é o compasso que traça a figura geométrica perfeita, o círculo, que as civilizações mais remotas elegeram como símbolo solar por excelência. No universo maçónico, o compasso representa, simbolicamente, o grau de progresso do maçom. É um dos instrumentos que melhor exprime aquele que procura, que está na demanda do conhecimento. A este título o compasso é muitas vezes associado a um outro instrumento de medida e de precisão: o esquadro. São relacionados geralmente nas representações respeitantes aos três primeiros graus. Em função do rito correspondente, as “pernas” do compasso (parte comum sempre em cima) e as linhas do esquadro (ângulo recto sempre em baixo), podem estar entrelaçadas de forma diferente. O esquadro simbolizando a matéria e o compasso o espírito, considera-se, na maior parte dos casos, que o compasso deve estar por baixo do esquadro no 1º grau, entrelaçado com o esquadro no 2º grau e por cima do esquadro no 3º grau.

Conclusões. No ritual maçónico, as “conclusões” são os conselhos que o irmão orador estabelece sobre as respostas dadas por um maçom a questões que lhe são colocadas. Logo que o Orador emite as suas conclusões, estas são aprovadas ou rejeitadas por votação no seio da Loja. Conhecimento. A iniciação, os rituais e os símbolos, os trabalhos da franco-maçonaria, têm como objectivo conduzir o indivíduo ao Conhecimento. Constituições d’Anderson. Texto datado de 1723 e aceite em todo o mundo como a referência universal da maçonaria especulativa. A primeira parte pretende ser histórica (ainda que contestada em todas as épocas) e a segunda faz menção das obrigações que os maçons devem respeitar. Destes textos, fortemente impregnados de origens religiosas, nascerá o primeiro regulamento de uma Loja.

Não sendo nossa intenção elaborar um dicionário extenso e completo, devido a razões de espaço e tempo, e face à periodicidade de publicação do Athanor, optámos por apresentar apenas as palavras de cada letra do alfabeto que nos pareceram mais aliciantes. Ainda assim, a listagem apresenta uma significativa extensão.

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Athanor – Boletim Esotérico Mensal – Edição n.º 18 – Agosto de 2007

Mitologia – Mitos Gregos1 Pelo R∴Ir∴João Silas

ATLAS Atlas era filho do titã Jápeto e da oceânide Climene e era irmão de Prometeu, Epimeteu e Menécio. Aliado a outros titãs, revoltou-se contra Zeus que, ao triunfar, o enviou ao fim do mundo à fronteira da Noite e do Caos, onde as Hespérides guardavam as Maçãs de Ouro, e onde foi condenado a suportar eternamente o céu sobre a terra (segundo outros autores, o céu e também a terra, ou, ainda, o eixo do mundo. Um outro mito refere que Atlas tinha sido rei de uma ilha fabulosa situada para além do oceano, designada Atlântida). Hércules, o maior dos heróis, filho de Zeus e de Alcmena, por imposição de seu primo Eristeu, que lhe impunha trabalhos aparentemente impossíveis de realizar, deslocou-se aos Jardins das Hespérides para recolher as Maçãs de Ouro, símbolos da imortalidade, que tinham sido o presente que Gaia (Terra) oferecera a Hera quando das núpcias desta com Zeus, e que se encontravam guardadas dia e noite por um dragão imortal de cem cabeças. Hércules no caminho para as Hespérides passou pelo Cáucaso e subindo à montanha encontrou Prometeu agrilhoado e libertou-o. Como recompensa, Prometeu aconselhou-o a que não fosse ele a colher as maçãs, mas que convencesse Atlas a fazê-lo. Hércules quando avistou o gigante carregando sobre os ombros a abóbada celeste propôs-lhe substituí-lo se ele fosse buscar as Maçãs. Atlas a quem a carga do universo já pesava, aceitou e quando regressou com as Maçãs propôs-se ser ele mesmo a levá-las a Eristeu. O herói simulou concordar e pediu-lhe que o revezasse apenas por um momento para colocar uma almofada sobre os ombros. O gigante não suspeitou de nada e Hércules ao ver-se de novo livre, regressou a Micenas para entregar as Maçãs a Eristeu, deixando a Atlas a tarefa de suportar aos ombros o peso do universo. Da sua união com Pleionia, Atlas teve sete filhos, as Plêiades: Taigete, Electra, Alcione, Asteropa, Caleano, Maia e Meropeia. Na sua morte, as Plêiades formaram no céu a constelação das Plêiades, conhecida sob o nome de Pulia. 1

Adaptação do livro Mitos Gregos, de Zacarias Nascimento. 5

Athanor – Boletim Esotérico Mensal – Edição n.º 18 – Agosto de 2007

os membros da Ordem de Sião dividiam-se, pelo facto de verem quebrados os laços de grande amizade que se tinham estabelecido entre alguns dos cavaleiros de ambas as Ordens. A eleição do Grão-mestre para a liderança da Ordem de Sião trazia a esperança de novas motivações e de maior união entre os seus membros. Jean de Gisors foi o escolhido para Grão-Mestre. Para maior garantia do êxito da sua liderança, Gisors propõe a mudança do nome da Ordem, que, por unanimidade, passa a designar-se por Priorato do Sião, e enceta um período de maior secretismo. Para isso, passa a designá-la internamente por “Ormus”3 (dando ao “M” a configuração do signo de virgem e inscrevendo as outras quatro letras dentro desse signo) e externamente por "Ordem da Rosa Cruz Veritas”. Entretanto, os Templários uniram-se ao ramo escocês que também reivindicava a legitimidade do Sangue Real, sem mácula, na genealogia dos seus legítimos monarcas, abandonando o propósito de preservar a legitimidade da descendência Merovíngia para o trono de França. Papa e Rei: inimigos comuns, em séculos diferentes. Em 1307, quando os Templários caíram em desgraça, em França, Guillaume de Gisors, então Grão-Mestre da Ordem de Sião, recebeu daqueles a missão de proteger a Cabeça de Ouro chamada “Caput”. Perante a calamidade que sobre eles se abateu, a Ordem do Templo entregou as suas mais importantes relíquias à única organização que reunia condições para as proteger. Em 1619 a história repete-se, e é agora sobre o Priorato do Sião que se abate a ira do Papa e do Rei de França. E a acusação que lhe fazem é praticamente a mesma: excesso de poder, gastos extravagantes, sabotagem às actividades da Igreja e irreverência a todo o tipo de autoridade. O seu quartel-general, “Casa de Saint-Samson” (Orleans) é confiscado pela coroa. A partir desta data, e durante 337 anos, deixa de haver referências históricas ao Priorato do Sião. O Ressurgimento e os Assassinatos Misteriosos. Em 1956 a Ordem reaparece, justamente em França. São a partir dessa data publicados alguns textos e manifestos, sob os pseudónimos “Marie-Madeleine”, “Antoine L’Ermite”, e outros, tendo alguns deles os nomes dos autores. Um dado curioso é que os que “deram a cara” morreram misteriosamente, pouco tempo depois da edição dos textos. Um grupo de publicações era os “Dossiers Secrets”, que se referiam aos Merovíngios e à própria história

Ordens Iniciáticas Pelo R∴Ir∴José Melo Brás

Priorato do Sião2 Ordem de Sião e Ordem do Templo. Em 1099 Godfroi de Bouillon, que viria a liderar a primeira cruzada, fundou a “Ordem de Sião”, cujo nome muito provavelmente está relacionado com o facto desta Ordem ter estabelecido quartel general na Abadia da Notre Dame do Monte do Sião, em Jerusalém. Terão sido os cavaleiros desta Ordem quem levou ao poder o rei Balduino I, de Jerusalém, razão pela qual, em 1117, como recompensa, o monarca permitiu a legalização da constituição de outro núcleo de cavaleiros: a Ordem do Templo. Ambas as Ordens trabalhavam para o mesmo fim e apoiavam-se. O próprio Hughes de Payen, cabeça da Ordem do Templo, foi membro fundador da Ordem de Sião. Cisão entre as duas Ordens. Em 1188, quando Gerard de Ridefort era Grão-Mestre da Ordem do Templo (e simultaneamente da Ordem de Sião) os Templários deixaram cair a Terra Santa nas mãos dos Sarracenos, facto que caiu mal a alguns dos altos graus da Ordem de Sião, os quais já vinham acusando Ridefort de “actos de traição”, embora sem especificar quais. Estes acontecimentos deram origem, nesse mesmo ano, à realização de uma reunião geral da Ordem de Sião, conhecida como “Talha do Olmo”, tendo ficado decidida a separação das ordens e a convocação de eleições independentes para a Ordem de Sião. Uma tal decisão provocou, como não será de estranhar, uma grande instabilidade em ambas as Ordens, mas com resultados contrários: enquanto os Templários se tornavam mais firmes e unidos,

O nome Ormus está relacionado com um sacerdote egípcio, que fundou em 46 A.C uma Orden Iniciática que tinha por insígnia uma cruz com uma rosa. Esta designação (Ormuz) foi mantida até ao ano de 1306.

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Versão livre, muito sintetizada, com base na obra “El Priorato de Sión: una Constelación de Grandes Maestros”, de Edouard de Legionaire.

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Athanor – Boletim Esotérico Mensal – Edição n.º 18 – Agosto de 2007

Alguns Grão-Mestres seriam figuras conhecidas. É também nos “Dossiers” que vem, pela primeira vez, a lista dos “Navegantes” (a referência que a ordem fazia aos Grão-Mestres, na documentação antiga), sendo muitos deles da própria genealogia sagrada, e outros de origens muito distantes. Quase todos estes nomes são muito familiares aos habituais pesquisadores destes assuntos, e por isso dispensam esclarecimentos complementares: ƒ 1099 (fundação) - Godefroy de Bouillon; De 1118 até 1188, as Ordens do Templo e do Sião foram governadas por um mesmo Grão-Mestre (comum às duas Ordens). ƒ 1118-1136 – Hugues de Payns ƒ 1136-1150 – Robert de Craon; ƒ 1150-1150 – Everard des Barres; ƒ 1150-1153 – Bernard de Tremlay; ƒ 1153-1156 – André de Montbard; ƒ 1156-1169 – Bertrand de Blancfort; ƒ 1169-1171 – Philippe de Milly; ƒ 1171-1179 – Eudes de Saint-Amant; ƒ 1179-1184 – Arnaud de Torroge; ƒ 1184-1188 – Gérard de Ridfort (1888 foi a data da separação das duas Ordens, continuando Ridfort como Grão-Mestre da Ordem do Templo); ƒ 1188-1220 – Jean de Gisors; ƒ 1220-1266 – Marie de Saint-Clair; ƒ 1266-1307 – Guillaume de Gisors; ƒ 1307-1336 – Edouard de Bar; ƒ 1336-1351 – Jeanne de Bar; ƒ 1351-1366 – Jean de Saint Clair; ƒ 1366-1398 – Blanche d'Evreux; ƒ 1398-1418 – Nicolas Flamel; ƒ 1418-1480 – René d'Anjou; ƒ 1480-1483 – Iolande de Bar; ƒ 1483-1510 – Sandro Filipepi; ƒ 1510-1519 – Leonardo Da Vinci; ƒ 1519-1527 – Connétable de Bourbon; ƒ 1527-1575 – Ferdinand de Gonzague; ƒ 1575-1595 – Louis de Nevers; ƒ 1595-1637 – Robert Fludd; ƒ 1637-1654 – J. Valentin Andrea; ƒ 1654-1691 – Robert Boyle; ƒ 1691-1727 – Isaac Newton; ƒ 1727-1746 – Charles Radclyffe; ƒ 1746-1780 – Charles de Lorraine; ƒ 1780-1801 – Maximilien de Lorraine; ƒ 1801-1844 – Charles Nodier; ƒ 1844-1885 – Victor Hugo; ƒ 1885-1918 – Claude Debussy; ƒ 1918- ? – Jean Cocteau.

do Priorato. Encontravam-se documentados com antigas cartas e tinham comentários sob os pseudónimos de "Henri Lobineau", e “Comentarista Anónimo”, vindo mais tarde a descobrir-se que o seu autor era Leo Schidlof, que morreu em 1966. Schidlof estava na posse de documentos muito secretos, da Ordem, assim como dos documentos secretos respeitantes a Rennes-le-Chateau, do período de 1600 a 1800. Sabe-se que Schidlof, pouco tempo antes da sua morte, entregou estes documentos a um emissário da Ordem conhecido como Fakhar ul Islam, cuja missão era fazê-los chegar à Alemanha de Leste, onde os entregaria a um outro membro, de Génova, no ano seguinte (1967). Mas Fakhar acabou por ser expulso da Alemanha de Leste antes de poder cumprir a sua missão e regressou a Paris, para receber novas instruções. O corpo de Fakhar ul Islam foi encontrado a 20 de Fevereiro desse ano, tendo sido atirado à linha-férrea, depois de ter sido decapitado. A notícia veio nos jornais franceses. Escusado será dizer-se que os documentos nunca foram encontrados. É nos “Dossiers Secrets” que aparecem pela primeira vez as afirmações de que os Merovíngios eram descendentes de Jesus; que a descendência Merovíngia não se perdeu com a morte de Dagoberto II e que o Priorato do Sião continuara ininterruptamente em actividade desde a sua fundação, acompanhando de perto e protegendo a genealogia sagrada.

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Athanor – Boletim Esotérico Mensal – Edição n.º 18 – Agosto de 2007

Considerações sobre a veracidade… Não podemos saber ao certo se as pessoas atrás referidas foram Grão-Mestres do Priorato do Sião, ou mesmo se foram seus membros. Algumas das afirmações dos “Dossiers” são demasiado “fortes”, como veremos: ƒ O Priorato teria em seu poder a Arca da Aliança; ƒ Pierre Plantard de Saint-Claire (Grão-Mestre até meados dos anos 80), seria o mais directo descendente vivo dos Reis Merovíngios… Infiltrações e Sabotagens Investigações levadas a cabo por escritores que se têm dedicado a estes temas, conduziram à conclusão de que o Priorato do Sião sofreu infiltrações dos Cavaleiros de Malta e da Loja P2, assim como foi também “saqueado” pela CIA, com auxílio dos Serviços Secretos britânicos, que se apoderaram dos documentos que contêm a identidade dos que descendem dos Merovíngios.

Alquimia: A SANTÍSSIMA TRINOSOFIA (Autoria atribuída ao Conde de Saint-Germain) SECÇÃO VIII

Abandonei a galeria por uma porta baixa e estreita, e entrei num aposento circular. Os seus lambris eram de madeira (de freixo e de sândalo). Ao fundo do aposento, sobre um pedestal feito de tronco de videira, repousava um punhado de sal branco e brilhante. Por cima havia um quadro onde se encontrava representado um leão branco coroado, e um cacho de uvas. Os dois estavam pousados sobre urna mesma bandeja, que a fumaça de um braseiro aceso elevava aos ares. Duas portas se abriam, uma à minha direita e outra à minha esquerda. Urna dava para urna planície árida, onde reinava um vento quente e seco; a outra tinha ligação para um lago, em cuja extremidade se percebia urna fachada de mármore negro. Aproximei-me do altar e tomei nas minhas mãos o sal branco e brilhante, que os sábios chamam Marahresha.

Esfreguei com ele o meu corpo inteiro... impregneime com ele. Depois de ler os hieróglifos que existiam no quadro, preparei-me para deixar a sala. O meu primeiro impulso foi o de sair pela porta que dava para a planície, mas, ao sentir o vapor ardente que por ali passava; preferi o caminho oposto. Eu tinha a liberdade de escolher, mas com a condição de não abandonar o que tivesse escolhido... Decidi atravessar o lago. As suas águas eram sombrias e dormentes. A uma certa distância percebi uma ponte chamada bâs (talvez coragem),

mas preferi atravessar o lago e não tornar o longo caminho que seria obrigado a tomar para chegar à ponte, se seguisse as sinuosidades de urna margem semeada de pedras. Entrei na água, que era espessa como cimento, e percebi que era inútil nadar, pois de todos os lados os meus pés reencontravam o solo. Andei no lago durante treze dias, até que, por fim, cheguei ao outro lado. (A secção IX será revelada no próximo Athanor). 8

Athanor – Boletim Esotérico Mensal – Edição n.º 18 – Agosto de 2007

Sociedade: ENRIQUECER OU VIVER? R∴Ir∴João Guimarães Uma interessante história, que é contada por todos os povos, com diferentes versões, adaptadas a cada realidade, dá-nos uma grande lição sobre a vida. Recentemente reli essa história e pareceume oportuno colocá-la aqui, em versão livre. Um homem de negócios, muito rico, encontrava-se em férias e estava junto a um ancoradouro de barcos de pesca. Ao chegar um dos barcos, ele aproximou-se e mostrou surpresa por ver uma tão grande quantidade de peixe num barco onde trabalhava um único pescador. O “rico” felicitou o pescador e perguntou-lhe quanto tempo demorara a pescar tanto peixe. O pescador respondeu-lhe: “Muito pouco tempo, porque esta estação é a ideal para este tipo de pesca e as correntes estão muito favoráveis.” O “rico” perguntou-lhe então porque é que ele não ficou mais tempo, o que lhe permitiria apanhar ainda mais peixe. O pescador disse-lhe que já tinha o suficiente para sustentar a sua família. O rico insistiu: “E o que é que você faz com o resto do tempo?” O pescador respondeu: “Durmo, brinco com os meus filhos, faço companhia à minha mulher, e também saio com amigos, bebo umas cervejas, ouço música… Tenho uma vida preenchida e agradável.”

O “rico”, em tom irónico, disse-lhe: “Sou formado por Harvard e posso dar-lhe uma orientação… Você deveria dedicar mais tempo à pesca e depois, com o lucro, comprar um barco grande. Contrataria pessoas para pescar para si, e ganharia para comprar outros barcos. Com o tempo, tornar-se-ia dono de uma grande frota de barcas de pesca, e em vez de vender a intermediários poderia também criar uma empresa sua e até uma fábrica de conservas… Teria na sua mão uma parte do controlo do mercado e certamente se tornaria muito rico. Depois, poderia sair desta aldeia pobre e viver numa vivenda de luxo, com as melhores comodidades do mundo. Já nem teria que ver ou cheirar o peixe, porque controlaria tudo a partir da sede da sua empresa, dando ordens aos seus empregados…” O pescador perguntou: “Senhor, mas seriam necessários quantos anos para chegar a essa situação?” O “rico” respondeu: “Entre 10 a 15 anos, desde que se dedique a isso de alma e coração.” O pescador voltou a perguntar: “E o que é que isso melhoraria a minha vida?” O “rico” respondeu: “Nessa fase, quando você já não quiser trabalhar mais, pode vender tudo e ficar ainda mais rico. Não precisará fazer mais nada e terá então tempo para fazer tudo o que gosta. Poderá dormir quando quiser, passar bons bocados com a esposa, beber uns copos, ouvir música… e até passar bons momentos a pescar, caso isso lhe agrade.” O pescador respondeu: “Mas então, senhor, para que quereria eu sacrificar-me 10 ou 15 anos, para só depois poder fazer aquilo que agora, neste momento, faço todos os dias com o maior prazer?” 9

Athanor – Boletim Esotérico Mensal – Edição n.º 18 – Agosto de 2007

Prevenção Rodoviária no Brasil Colaboração do R ∴Ir∴Marco Antunes Uma campanha absolutamente original…

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Sabedoria: PALAVRAS SÁBIAS

Recolha do R∴Ir∴Teixeira Cabral

Rui Barbosa de Oliveira (5.Nov.1849, Salvador, BA – 1.Mar.1923, Petrópolis, RJ)

Em 1870 formou-se em Direito e foi iniciado maçom, em S. Paulo. Foi jurisconsulto, jornalista e político. Destacou-se na defesa do abolicionismo. Foi Ministro da Fazenda logo após a proclamação da República. Ter-se-á envolvido na revolta de 1893 e viveu exilado alguns anos, primeiro na Argentina e depois em Inglaterra. Regressou em glória, com assento no Senado, e representou o país na Conferência de Haia de 1907. Candidatou-se 2 vezes à Presidência da República, mas não foi eleito. Presidiu a Academia Brasileira de Letras. Era poliglota. Foi um marco da integridade humana.

De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto. (Senado Federal, RJ. Obras Completas, v. 41, t. 3, 1914, p. 86)

A existência do elemento servil é a maior das abominações. (Colectânea Literária, 28)

No culto dos grandes homens não pode entrar a adulação. (E. Eleitoral aos E. de Bahia e Minas, 120)

Eu não troco a justiça pela soberba. Eu não deixo o direito pela força. Eu não esqueço a fraternidade pela tolerância. Eu não substituo a fé pela superstição, a realidade pelo ídolo.

(O Partido Republicanos Conservador, 61)

Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma ciência. A força do direito deve superar o direito da força. Um povo cuja fé se petrificou, é um povo cuja liberdade se perdeu. (Disc. E Conf., 263)

Toda a capacidade dos nossos estadistas se esvai na intriga, na astúcia, na cabala, na vingança, na inveja, na condescendência com o abuso, na salvação das aparências, no desleixo do futuro. (Colunas de Fogo, 79)

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Athanor – Boletim Esotérico Mensal – Edição n.º 18 – Agosto de 2007

É preciso ser forte e consequente no bem, para não o ver degenerar em males inesperados. (Ditadura e República, 45)

A esperança é o mais tenaz dos sentimentos humanos: o náufrago, o condenado, o moribundo, aferram-se-lhe convulsivamente aos últimos rebentos ressequidos. (A Ditadura de 1893, IV-207)

Quanto maior o bem, maior o mal que da sua inversão procede.

(A Imprensa e o Dever Da Verdade)

Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado! Criaturas que nasceram para ser devoradas, não aprendem a deixar-se devorar.

(Elogios e orações, 262)

Sem o senso moral, a audácia é a alavanca das grandes aventuras.

(Colunas de Fogo, 65)

A acusação é sempre um infortúnio enquanto não verificada pela prova. (Novos discursos e confissões, 112)

Não há outro meio de atalhar o arbítrio, senão dar contornos definidos e inequívocos à condição que o limita. (Colectânea jurídica, 35)

Só o bem neste mundo é durável, e o bem, politicamente, é todo justiça e liberdade, formas soberanas da autoridade e do direito, da inteligência e do progresso.

(O Partido Republicano Conservador, 46)

A espada não é a ordem, mas a opressão; não é a tranquilidade, mas o terror, não é a disciplina, mas a anarquia, não é a moralidade, mas a corrupção, não é a economia mas a bancarrota.

(Novos Discursos e Conferências, 317)

O ensino, como a justiça, como a administração, prospera e vive muito mais realmente da verdade e moralidade, com que se pratica, do que das grandes inovações e belas reformas que se lhe consagrem.

(Plataforma de 1910, 37)

Embora acabe eu, a minha fé não acabará; porque é a fé na verdade, que se libra acima dos interesses caducos, a fé invencível. (Elogios e Orações, 161)

A mesma natureza humana, propensa sempre a cativar os subservientes, nos ensina a defender-nos contra os ambiciosos. (D. e conferências, 382 12

Athanor – Boletim Esotérico Mensal – Edição n.º 18 – Agosto de 2007

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