Wi Fgv Sp Eq G4 Estrutura Organizacional X Poder

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Fundação Getúlio Vargas Graduação Tecnológica em Processos Gerenciais

Equipe G4 Airton Joaquim Daniel Bichara Gibson Nascimento Lídia Belarmino Rafael Williams

I Workshop Interdisciplinar 2009 Estrutura Organizacional x Relações de Poder Estudo de Case: Steve Jobs 26 de outubro de 2009

Estrutura Organizacional x Poder: "Apple x Steve Jobs"

Resumo As características de controle, gestão e tomada de decisões atuam inerentemente sobre a estrutura organizacional das empresas. Em sua maioria, sua forma de estruturação complexa e integrada, tem efeitos na forma de poder em que a instituição se apóia. Este trabalho pretende identificar, descrever e compreender a natureza das relações de poder e sua participação e contribuição na parte ou no todo da estrutura organizacional a partir de um único exemplo. De maneira análoga, à luz de um único líder, Steve Jobs, versus Apple. Esta leitura será feita sob três óticas importantes para a vida de qualquer organização, são elas: a Ética, a Globalização e a Responsabilidade Social.

Introdução "As organizações empresariais são entidades centrais na sociedade, não só porque produzem bens e serviços, mas também porque produzem formas de comportamento e de raciocínio. Elas são parte de uma sociedade e, portanto, são parte de sua cultura e estabelecem subculturas desta sociedade, onde os indivíduos podem se integrar e se sentir parte (Motta,1992; Motta, 1993; Foucault, 1983)." As relações de poder não se deteem apenas à hierarquia, é algo exteriorizado. Cultura, ideologia, valores, filosofia e crenças são divididas com a sociedade, ela faz parte de um sistema econômico, político e social influenciando insidiosamente a forma de viver e pensar dos indivíduos, dentro das suas portas e fora. Está intimamente ligada ao cenário social, impregnada em diversos aspectos além dos indivíduos. As formas de poder, porém não explicam a estrutura organizacional. Mas a estrutura organizacional (leia-se conjunto de ideologias, sistemas hierárquicos de autoridade, natureza da organização), é ferramenta cognitiva que sustenta o poder.

Globalização "A globalização tornou-se uma espécie de palavra da moda. Muitas vezes dita, mas raramente com o mesmo significado. Trata-se ... de um daqueles conceitos tão amplos, que é empregado por diferentes pessoas para explicar fatos de natureza completamente

diversa.". Essas palavras, que abrem a conferência de Fernando Henrique Cardoso no no lndian lntemational Centre, em Nova Déli, retratam uma indiscutível realidade. Falar de Globalização hoje já não é nenhuma novidade. O mundo inteiro sabe disso, um fenômeno social, de escala global que integra itens antes segregados como economia, política, cultura e o ser social. Globalização, podemos resumir, em encurtamento de distâncias e surgiu inevitável com os avanço do capitalismo e foi possível graças aos avanços tecnológicos e a necessidade de expandir o fluxo comercial. Os impactos da globalização no modelo de relações de poder, foi diluindo e despersonalizando a relação patrão-empregado nos setores mais dinâmicos e modernos. Esta era, de mundialização do capital, modificou o paradigma econômico e financeiro, transformando sociedades nacionais em globais, e com a liberalização do comércio exterior, começamos acostumar com multinacionais perto de casa. As relações de produção, de trabalho e poder se modificaram e irreversivelmente. Não se fala apenas em competição empresarial no mundo, mas em ambiente altamente rivalizado. A interpenetração de mercados, com a conseqüente mudança na forma de concorrência interfirmas para outro, de rivalidade global tem levado as organizações a buscarem um diferencial estratégico para poder competir em Mercado Global. Neste cenário, está cada vez mais difícil ser diferente. Qualquer diferencial é facilmente desbancado pela ambiente competitivo e superado. Por isso, outros diferenciais como estabelecer uma imagem positiva da empresa/marca junto ao cliente, se tornaram uma estratégia essencial. A imagem tem forte carga emocional capaz de criar vínculos com o cliente. Mas não é só isso, a gestão da empresa deve ser globalizada. As empresas passaram a se caracterizar por estruturas enxutas e sistematizadas, com redução de níveis hierárquicos, flexibilização, orientação para busca constante por “qualidade”, capacitação contínua de seus profissionais, gestão de comunicação e outras. Com visão estratégica, empreendedora. Não basta ter bons produtos. Deve haver visão. Conhecer o mercado, prever mudanças, se preparar para elas, estar seguro em caso de turbulências. Deve estar pautada um modelo de gestão adequado para o seu negócio, deve ter estruturação. O Líder global deve saber operar em múltiplos ambientes na tentativa de alcançar um mesmo objetivo, deve administrar a empresa integrada em outras fronteiras pautadas por diferentes sistemas culturais, jurídicos e econômicos. Mas não se pode simplesmente clonar algum modelo de gestão de sucesso. Para clonar o modelo de Gestão da Apple, somente clonando seu líder Steve Jobs.

Steve Jobs, atual e quase vitalício CEO da Apple por excelência, ele gera polêmica, não somente pelo seu jeito excêntrico, autoritário e dizem até carrasco, mas principalmente pela sua participação na história da informática, pelo seu espírito inovador e inventivo. Chamado de astro do rock e executivo pop star, ele simplesmente revolucionou a computação pessoal. É um líder nato, e famoso pelo seu comportamento explosivo que já foi causador de pânico aos seus funcionários. Famoso também pela sua capacidade de aliar algo muito prático com muito moderno, designs inovadores e sofisticados com visão de mercado, tornando seu processo criativo em vendável. “Jobs é um motivador nato e um bom palestrante, com observações que sempre remetem à emoção mais do que à lógica”. Quando discursa, é sempre ovacionado no mundo inteiro. Steve Jobs revolucionou a estratégia da Apple, sem seguir padrões clássicos e com estilo único. Tendo esta visão globalizada, Steve Jobs, recuperou a Apple da quase morte, ampliando os negócios para outros mercados e como saldo, um alcance mundial.

Hoje além de computadores Apple, tem entre seus produtos aplicativos digitais como iPod (tocador de musica portátil) o iTunes (tocador de mídia e gerenciador de iPods e a loja virtual para a aquisição de musicas MP3 a iTunes Store, além da participação de 7º . Sua visão não para por ai em 2007 a Apple embarcou no mercado de telefonia móvel com o iPhone. Além de ser o maior acionista individual da Walt Disney, posto que adquiriu depois que esta última adquiriu dele, a Pixar, empresa de animação por computação gráfica, que criou por exemplo, os filmes “Procurando Nemo”, ”Monstros S.A.”, ”Carros”, ”Os incríveis”, ”Ratatouille”, entre outros. É um líder de estilo democrático, porém com algumas posturas e atitudes que o colocam como Liberal. Uma das suas principais estratégias de negócios é recrutar as pessoas mais talentosas que puder encontrar. E ainda participa de todas as grandes decisões da empresa. Jobs tem duas bases de apoio, chamadas por ele de Deeply Collaboration e Control. A primeira, Colaboração profunda em português, não existe um setor que detém um produto, tudo é criado e trabalhado simultaneamente com envolvimento de todos os departamentos e revisado constantemente. É um processo orgânico. A segunda lição é

sobre o Controle, participa do desenvolvimento das idéias em todas as fases mas a responsabilidade decisória sobre os produtos, suas estratégias ficam sob o seu controle. Inovação, controle total da coisa, valorização do talento e visão global, são características deste líder. E garantia de sucesso para a Apple.

Mas não sem MUITO trabalho. O que é uma tendência verificada no cenário globalizado. Aqueles que estão no poder estão trabalhando mais, direcionando para a carreira a maior parte de seu tempo. O que é um paradoxo, em pleno século 21, as pessoas e principalmente a cúpula, diante dos termos produtividade com avanço tecnológico, que é fazer mais com menos, não estejam aproveitando mais a vida. O que intriga é justamente o fato de o pelotão de elite da força de trabalho, os executivos mais qualificados, estejam na contramão do que deveria ser tendência. Este contrasenso contemporâneo está justamente ligado ao fenômeno da globalização. A mudança no modelo das empresas promoveu também quebra nas barreiras de horários, trabalhar se tornou um torneio e o stress também entrou no cardápio do inconsciente coletivo. O ritmo de trabalho possivelmente não irá desacelerar, e, goste-se ou não da atual realidade, o fato é que a maioria terá de aprender a conviver com ela de maneira equilibrada.

Globalização - charge

Globalização - foto ilustrativa

Crônica O QUE É GLOBALIZAÇÃO. De um leitor (parece ficção, mas eu os tenho), recebo esta jóia de definição. GLOBALIZAÇÃO Pergunta: Qual é a mais correta definição de Globalização? Resposta: Morte da Princesa Diana. Pergunta: Por quê? Resposta: Uma princesa inglesa com um namorado egípcio, tem um acidente de carro dentro de um túnel francês, num carro alemão com motor holandês,conduzido por um belga, bêbado de whisky escocês, que era seguido por paparazzis italianos, em motos japonesas. A princesa foi tratada por um médico americano, que usou medicamentos brasileiros. E isto é enviado a você por um brasileiro, usando tecnologia americana (Bil Gates), e, provavelmente, você está lendo isso em um computador genérico que usa chips feitos em Taiwan, e num monitor coreano montado por trabalhadores de Bangladesh, numa fábrica de Singapura, roubados por indonésios e transportados em caminhões conduzidos por indianos, descarregados por pescadores sicilianos, reempacotados por mexicanos e, finalmente, vendido a você por judeus, de um entreposto do Paraguai. Globalização - Crônica

Ética Segundo o Novo Dicionário Aurélio, 1986, Ética é o "estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto" e, em seguida, a anotação: "compare com moral". Ainda no Aurélio, à moral: "Conjunto de regras de conduta consideradas como válidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada". E: "O conjunto das nossas faculdades morais; brio, vergonha". Etimologicamente, ética vem do grego ETHOS, modo de ser, caráter e tem seu correlato no latim MORALE com o mesmo significado; conduta relativa aos costumes. Podemos concluir que, etimologicamente, trata-se de uma realidade humana construída em base histórica e socialmente a partir das relações coletivas dos seres humanos nas sociedades a qual estão inseridos. Valores éticos nas relações profissionais estão no centro de algumas das polêmicas mais inflamadas dos últimos tempos. Quais são exatamente as fronteiras entre os direitos e deveres dos funcionários e os direitos e deveres da empresa? O assunto é ainda mais delicado porque não depende somente de normas e leis trabalhistas. Envolve a ética, que, embora seja um valor universal, no varejo está sujeita a interpretações subjetivas.

O filme “Ensaio sobre a Cegueira” de Fernando Meirelles baseado na obra de José Saramago, é questionado a conduta de pessoas comuns quando arrancadas de seu cotidiano e introduzidas em novo contexto, um sentido, a Visão, é suprimida. A ausência da Visão proporciona uma reviravolta na ordem do poder: a pessoa cega, que já conhecia a limitação e estava adaptada a ela, torna-se peça importante para o controle e a manutenção do novo grupo dominante no poder. Mas este cego não era o líder. Por outro lado, a personagem principal, única que ainda enxergava, conduzia os demais para assistí-los nas tarefas mais básicas, auxiliando-os na adaptação com o novo meio que foram inseridos.

E o líder, quem era o líder? Uma noção muito primitiva, o líder naquele momento era o mais forte a quem todos temiam. Uma liderança baseada no medo, na violação psicológica. Neste momento não discutiremos o papel do líder e o relacionamento entre os personagens mas abordaremos a ética nas relações de poder.

Imagine-se numa situação extrema de “job rotation”: você assume o lugar do seu chefe – como no filme em que a ausência de visão trouxe um novo líder – e o seu chefe assume seu posto. Como você agiria? Você “arrancaria o couro” dele? Você, o novo

chefe, talvez com uma mesa melhor voltada para a janela e longe daquele “cubículo”, tem uma sensação de prazer. Imediatamente, lembra-se que aqueles emails chatos, comunicados e planilhas podem ser abandonados. Se você precisar de algo, é só pedir para um subordinado. Que vida boa, hein!? Neste instante, você lembra daquele dia que você pegou um atestado médico falso para justificar aquela “esticadinha” do feriado. E o outro dia, que você não estava com vontade de trabalhar e ficou olhando as revistas na web. E o seu antigo chefe, será que ele está fazendo isto agora? Mas e os seus “novos chefes”? O dono do negócio, o presidente, o investidor ou o “conselho” para quem você deve dirigir-se? Teremos uma nova relação de poder que, talvez, até então você desconhecia. Novas tarefas, novas obrigações, novas responsabilidades e, quem sabe, ainda mais trabalho. Você logo começa a pensar na primeira reunião: e se eles arrancarem meu couro? Nossas relações devem estar pautadas no mínimo moralmente, nas normas mais básicas de conduta. Se a relação de trabalho com seu chefe sempre foi pautada pela ética, nada mudaria neste “job rotation”. Talvez, o primeiro passo para a ética seja a resposta para a pergunta: e se eu estivesse no lugar dele? Para pessoa pública, a responsabilidade em relação à Ética é elevada, por naturalmente ser um influenciador, um formador de opiniões. No caso de Steve Jobs, não é somente pela reputação da empresa que representa, mas os valores e crenças que envolvem seu próprio nome, sua imagem. A imagem deve refletir respeito, integridade, simpatia somados às características e valores da empresa combinada com medidas práticas e um firme compromisso com uma conduta ética e a missão de praticar e motivar os outros para a prática da cidadania. A própria história de sucesso da Apple remete à história pessoal deste grande líder, fundou a Empresa e dela foi demitido. Do zero, iniciou uma empresa de animação por computação gráfica, a NeXt que mais tarde foi comprada pela própria Apple, o colocando novamente à frente da empresa. Steve Jobs é o ícone do sucesso, da resiliência, sem nunca se abalar, apenas motivado pela paixão pelo que faz e é isso que propaga em suas palestras pelo mundo.

Ética – charge

Ética – Foto ilustrativa

Responsabilidade Social

Nem sempre o empresariado pensou

em responsabilidade social. O termo empresa socialmente responsável é relativamente novo e nasceu por demanda social. Aquela história de cada um fazer a sua parte por um mundo melhor, mais verde passou a constituir um slogan obrigatório, de natureza intrínseca, no cerne da cidadania, ao ponto de fazer parte do DNA de qualquer instituição. Como tornar a responsabilidade social inerente, atendendo à pressão do mercado sem perder a essência? Esse é um dos maiores desafios.

A ideologia da responsabilidade social, incorporada pela organização, faz parte de um movimento de resposta aos ataques sofridos pelas grandes corporações, que são percebidas como sistemas fechados, de legitimidade questionável, com enorme poder político, econômico e social. Por intermédio desse movimento, a organização desenvolve uma intervenção mais qualificada em direção à dominação dos influenciadores externos nas relações de poder. Aliada à pratica filantrópica, a organização, ao desenvolver programas ou melhoria em serviços ou produtos, busca não apenas o fortalecimento da própria imagem, como também o desenvolvimento interno de competências. A concepção da ideologia da responsabilidade social ainda pode ser vista meramente como uma pura peça da estratégia empresarial, a gerência da organização visualiza as possíveis contribuições ou reivindicações de outros atores sociais, organizados como pontos geradores de conflitos. Numa relação de poder em que um conjunto de atores

permanece inteiramente submisso, a interface organização–sociedade é realizada sob uma única via. A difusão da ideologia da responsabilidade social essencialmente sob a óptica gerencial acaba ocultando um antigo debate sobre o controle das corporações na sociedade, reduzindo-o a uma discussão dicotômica entre a prática ou não da cidadania corporativa. Assim, o comportamento das corporações, que na realidade se encerra nas relações de poder que envolvem grupos de pressão na sociedade, é traduzido pela visão hegemônica da gerência. Portanto, a pressão dos influenciadores externos sobre a organização é importante não só para a rediscussão da governança corporativa, mas também para compensar o poder resultante das prerrogativas de natureza gerencial. A ideologia da responsabilidade social ultrapassa as fronteiras do discurso hegemônico da importância da ética na condução dos negócios, situando-se em um contexto de relações de poder em que ocorrem conflitos envolvendo dominação e subordinação. Uma perspectiva da cidadania corporativa como uma relação de poder em que cabe aos diferentes agentes (stakeholders) negociar os interesses próprios com as corporações.

“O referencial teórico está estruturado em pesquisa bibliográfica que abrange diversas concepções sobre a responsabilidade social, culminando numa análise acerca da difusão dos valores da cidadania corporativa em todo o universo empresarial, o que leva à geração de movimentos diferenciados com o mesmo objetivo: a veiculação de uma imagem socialmente responsável. Tais movimentos, que variam de ações centralmente planejadas por associações empresariais, como o incentivo ao voluntariado, a programas focalizados de cunho filantrópico, resultam da avaliação de que as organizações operam em um ambiente social que exige mais do que somente as obrigações legais e financeiras.” (Mcintosh, 2001).

Conseqüentemente, a ideologia da responsabilidade social demonstra a preocupação das organizações com a pressão dos influenciadores externos nas relações sociais de poder, resultado de mudanças sociais que impulsionaram a aceitação de novas normas, que, por sua vez, tornaram comportamentos anteriores socialmente inaceitáveis.

A sustentabilidade obriga a corporação a desenvolver níveis mais altos de flexibilidade na atuação social. Outro conceito é o de responsividade social e é entendido como o papel a ser desempenhado pela corporação a longo prazo, num contexto social dinâmico. Pressupõe que a corporação antecipe as prováveis mudanças futuras no cenário social, que podem ser resultantes da atuação da própria corporação ou de problemas sociais em que as corporações precisem desempenhar um papel significativo. Nas palavras de Sethi, “as corporações devem iniciar políticas e programas que minimizem os efeitos adversos de atividades suas, presentes e futuras, que possam gerar crises e tornar-se catalisadoras de ondas de protestos” (Sethi, 1975, p. 63).

Da hegemonia do discurso da responsabilidade social no ambiente empresarial decorre a relevância do desempenho social das corporações, em que ações sociais são mensuradas por intermédio de balanços específicos que possibilitam a institucionalização de comportamentos e a difusão de políticas de marketing no mercado. Isso significa que há uma batalha em busca das mentes das pessoas numa estrutura social que valoriza imagens de representação. Hoje, o Empreendimento com responsabilidade social deve ser ecologicamente correto, economicamente viável e socialmente justo.

Mas existem casos em que não se trata apenas de imagem. A Apple, por exemplo, é um dos casos raros de engajamento em Sustentabilidade. Para melhorar de forma efetiva o caos ambiental e social do planeta ela acredita que precisa levar ao cerne do seu negócio estes conceitos de desenvolvimento na linha sustentável. Como nas palavras do próprio CEO, o grande Steve Jobs, à disposição no site da Apple:

Atualização Ambiental da Apple de 2008 Nos últimos anos, a Apple tem se preocupado em ser mais transparente com relação às medidas que adotamos para proteger o meio ambiente e tornar a nossa empresa mais sustentável. Nesta atualização ambiental, gostaria de informar nosso progresso e apresentar um sistema inovador de relatório que acreditamos ser único no mercado. Remoção de Materiais Tóxicos No ano passado, anunciamos uma meta sem precedentes: eliminar o PVC (cloreto de polivinil) e os componentes retardadores de chama bromados (BFR) dos produtos Apple até o final de 2008. Também anunciamos a remoção de mercúrio das telas e arsênico dos vidros dos monitores, assim como a transição para a tecnologia de diodo de emissão de luz (LED), com menor consumo de energia. O maior desafio é a eliminação do PVC e dos BFRs, que outras empresas prometeram fazer em determinadas partes como as placas de circuito impresso e estruturas. Nós, em contrapartida, estamos removendo todas as formas de bromo e cloro dos produtos e não apenas o PVC e os BFRs. A Apple testou e qualificou milhares de componentes e plásticos comprovadamente sem bromo e cloro. Estamos nos estágios finais de desenvolvimento e certificação de cabos de alimentação sem PVC. Em junho de 2007, a Apple deu início à comercialização do MacBook Pro de 15 polegadas, com a primeira tela LED de 15,4 polegadas sem mercúrio. Em janeiro de 2008 atingimos outra meta com o lançamento do MacBook Air, o notebook mais fino do mundo e o primeiro com vidro sem arsênico e tecnologia de retroiluminação sem mercúrio. Mais recentemente, lançamos os primeiros iPods sem BFR e PVC e o iPhone 3G com tela sem mercúrio. A nova família de MacBook vem com telas LED e continua firme com o nosso compromisso como os notebooks mais ecologicamente corretos até o momento. Tenho orgulho de anunciar que todos os desenhos dos novos produtos da Apple estão a caminho de atingir nossa meta para o final de 2008. Reciclagem Houve um aumento significativo nos programas de take-back de produtos da Apple desde a última atualização, quando estabelecemos as metas de reciclagem mais

agressivas do mercado. Em 2007, nosso volume de reciclagem aumentou 57% , com a Apple coletando perto de 9,5 milhões de quilos de lixo eletrônico. Lembre-se que medimos o nosso desempenho em reciclagem de acordo com um padrão proposto primeiramente pela Dell: comparando a quantidade coletada com o peso total dos produtos comercializados sete anos antes. Em 2007, chegamos a 18,4%, bem acima da nossa meta de 13%. Nossa meta para 2010 era de 28% e iremos batê-la em 2008, dois anos antes do prazo estabelecido'. A Apple oferece opções de take-back para os clientes em 95% dos países onde os nossos produtos são comercializados. Leia aqui mais sobre o nosso progresso com relação à reciclagem. Emissão de Carbono No ano passado, prometi uma atualização sobre as emissões de carbono quando decidimos avaliar o real impacto ambiental da Apple. A maioria das empresas concentra-se nas emissões geradas em seus escritórios ou fábricas, mas descobrimos que elas são responsáveis por apenas uma pequena fração, ou seja, menos de 5%, dos gases do efeito estufa associados aos produtos eletrônicos. Por isso decidimos medir as emissões em cada estágio do ciclo de vida de um produto, da produção e transporte, à sua utilização e eventual reciclagem. A partir de hoje a Apple apresentará essas informações sobre cada produto que for lançado para que os nossos clientes entendam melhor o progresso que estamos fazendo. Nossos novos Relatórios Ambientais de Produto, à disposição no link desta página, oferecem uma descrição detalhada da economia de energia, composição, embalagem e, o mais importante, as emissões de gases do efeito estufa, de cada produto. Nenhuma outra empresa do mercado fornece tantos detalhes sobre um produto. E, logicamente, continuaremos empenhados em reduzir as emissões associadas aos produtos Apple. Isso significa torná-los mais eficientes em termos de tamanho e consumo de energia. Por exemplo, o iMac de 20 polegadas consome praticamente a mesma quantidade de eletricidade de uma lampada, apenas 67 watts. Bem mais eficiente do que os nossos concorrentes disseram que iam fazer com os PCs há dois anos. Estamos encarando a questão em termos de produto porque acreditamos que essa é a melhor forma de ajudar os nossos clientes a tomarem decisões abalizadas sobre as emissões de carbono e como reduzi-las. Gostaria demais que vocês lessem esses novos relatórios. Steve Jobs

Conclusão: A Apple é uma gigante e se traduz em uma empresa fora dos padrões. Possui sistema de hierarquia mais enxuto, o que poderia conferir maior liberdade porém sua cultura organizacional pode ser afetada pelos sabores e dissabores de seu maior executivoestrela e CEO, Steve Jobs. Como poucas empresas no mundo está socialmente engajada nos princípios de sustentabilidade como parte da natureza ética da companhia, da sua natureza. Ética e Responsabilidade Social aqui não são meramente sinônimas de "crenças e valores nobres", nem está totalmente protegida contra críticas relacionadas à sua estratégia de sustentabilidade, mas está fazendo sua parte e gerando exemplo para outras gigantes.

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Autor desconhecido. Crônica O que é a Globalização. Publicado por Chico Dias. Disponível em http://www.conteudo.com.br/chicodias/o-que-e-globalizacao-2 BITTENCOURT, Epaminondas e CARRIERI, Alexandre. Artigo Responsabilidade Social: Ideologia, Poder e Discurso na Lógica Empresarial. Ed. Especial MG, 2005. CARDOSO, Fernando Henrique. Globalização. Conferência pronunciada em Nova Delhi, Indía, janeiro 1996. Publicada em O Estado de S.Paulo, 28 de janeiro, 1996. Cornell University of Law School. http://topics.law.cornell.edu/wex/Ethics.

Ethics:

an

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