Duas lições sobre o tema - Unificação e União - Qual a diferença? Por Emmanuel e Bezerra de Menezes
Allan KARDEC: "Um dos maiores obstáculos capazes de retardar a propagação da Doutrina seria a falta de unidade. O único meio de evitá-la, senão quanto ao presente, pelo menos quanto ao futuro, é formulá-la em todas as suas partes e até nos mais mínimos detalhes, com tanta precisão e clareza, que impossível se torne qualquer interpretação divergente." Allan Kardec, Obras Póstumas, Projeto 1868
"Tolerância é o cimento da união ideal." – Emmanuel
UNIFICAÇÃO ESPÍRITA: É POSSÍVEL?
O que é a Unificação Espírita: uma atividade-meio que tem por objetivo fortalecer, facilitar, ampliar e aprimorar a ação do Movimento Espírita em sua atividade-fim, que é a de promover o estudo, a difusão e a prática da Doutrina Espírita. O que realiza: Realiza um permanente contato com os Grupos, Centros ou Sociedades Espíritas, promovendo a sua união e integração e colocando à disposição dos mesmos, sugestões, experiências, trabalhos e programas de apoio de que necessitem para suas atividades. Como se estrutura: Estrutura-se pela união dos Grupos, Centros ou Sociedades Espíritas que, preservando a sua autonomia e liberdade de ação, conjugam esforços e somam experiências, objetivando o permanente fortalecimento e aprimoramento das suas atividades e do Movimento Espírita em geral. (Fonte CEI - Conselho Espírita Internacional)
ALIANÇA ESPÍRITA Por: Emmanuel Aliando as sociedades espíritas para salvaguardar a pureza e a simplicidade dos nossos princípios, é forçoso considerar o Imperativo da aproximação, no campo de nós mesmos.
Decerto, ninguém pode exigir que o próximo pense com cabeça diversa da que possui. Cada viajante vê a paisagem da posição em que se coloca e toda posição renova as perspectivas. União, desse modo, para nós, não significa imposição do recurso interpretativo, mas, acima de tudo, entendimento mútuo de nossas necessidades, com o serviço da cooperação atuante, a partir do respeito que devemos uns aos outros. Iniciemos, assim, a nossa edificação de concórdia aposentando a lâmina da crítica. Zurzir os irmãos de luta é retalhar-lhes a própria alma, exaurindo-lhes as forças. Se o companheiro fala para o bem, ainda que sejam algumas frases por dia, estende-lhe concurso espontâneo para que enriqueça o próprio verbo; se escreve para construir, ainda que seja uma página por ano, encoraja-lhe o esforço nobre; se consagra energias no socorro aos doentes, ainda que seja vez por outra, incentiva-lhe o trabalho; se consegue dar apenas migalha no culto da assistência aos que sofrem, auxilia-lhe o passo começante nas boas obras; se vive afastado das próprias obrigações, ora por ele, em vez de açoitá-lo, e, se está em erro, ampara-lhe o esclarecimento, através da colaboração digna, lembrando que a azedia agrava a distância. Educarás ajudando e unirás compreendendo. Jesus não nos chamou para exercer a função de palmatórias na Instituição universal do Evangelho, e, sim, foi categórico ao afirmar: “os meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem”. E Allan Kardec, explanando sobre a conveniência da multiplicação dos grupos espíritas, asseverou claramente, no item 334, do capitulo XXIX, de “O Livro dos Médiuns”, que “esses grupos, correspondendo-se entre si, visitando-se, permutando observações, podem formar, desde já, o núcleo da grande família espírita que um dia consorciará todas as opiniões e reunirá os homens por um único sentimento: o da fraternidade, trazendo o cunho da caridade cristã”. Emmanuel, Reunião pública de 7/10/60, Questão nº 334 (Seara dos Médiuns, 73, FCXavier, edição FEB)
UNIFICAÇÃO Por Bezerra de Menezes "O serviço de unificação em nossas fileiras é urgente mas não apressado. Uma afirmativa parece destruir a outra. Mas não é assim. É urgente porque define o objetivo a que devemos todos visar; mas não apressado, porquanto não nos compete violentar consciência alguma. Mantenhamos o propósito de irmanar, aproximar, confraternizar e compreender e, se possível, estabeleçamos em cada lugar, onde o nome do Espiritismo apareça por legenda de luz, um grupo de estudo, ainda que reduzido, da Obra Kardequiana, à luz do Cristo de Deus. A Doutrina Espírita possui os seus aspectos essenciais em configuração tríplice. Que ninguém seja cerceado em seus anseios de construção e produção. Quem se afeiçoe à ciência que a cultive em sua dignidade, quem se devote à filosofia que lhe engrandeça os postulados e quem se consagre à religião que lhe divinize as aspirações, mas que a base Kardequiana permaneça em tudo e todos, para que não venhamos a perder o equilíbrio sobre os alicerces em que se nos levanta a organização. Ensinar, mas fazer; crer, mas estudar; aconselhar, mas exemplificar; reunir, mas alimentar. É indispensável manter o Espiritismo, qual foi entregue pelos Mensageiros Divinos a Allan Kardec: sem compromissos políticos, sem profissionalismo religioso, sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios. Allan Kardec nos estudos, nas cogitações, nas atividades, nas obras, a fim de que a nossa fé não se faça hipnose, pela qual o domínio da sombra se estabelece sobre as mentes mais fracas, acorrentando-as a séculos de ilusão e sofrimento. Seja Allan Kardec, não apenas crido ou sentido, apregoado ou manifestado, a nossa bandeira, mas suficientemente vivido, sofrido, chorado e realizado em nossas próprias vidas. Sem essa base é difícil forjar o caráter espírita-cristão que o mundo conturbado espera de nós pela unificação. Amor de Jesus sobre todos, verdade de Kardec para todos.
Bezerra de Menezes, trechos da mensagem “Unificação”, Psic. F.C.Xavier – Reformador, dez/1975) FONTE: CEI - Conselho Espírita Internacional.
UNIÃO Por Emmanuel Compadece-te e ajuda, a fim de que possas servir na união para o bem. Não fosse a bondade do lavrador que ampara a semente seca, não receberias na mesa o conforto do pão. Não fosse o trabalho do operário que assenta tijolo por tijolo, não disporias de segurança, no alicerce do próprio lar. Isso acontece nos elementos mais simples. Repara, porém, a atitude da vida para que ninguém falte à comunhão do progresso. Não condena ela o paralítico porque não ande. Dá cadeira de rodas. Não malsina os olhos enfermos. Brune lentes protetoras. Não relega os mutilados à própria sorte. Faz recursos mecânicos. Não se revolta contra os ignorantes que lhe torcem as diretrizes. Acende a luz da escola. Não aniquila os loucos que lhe injuriam as leis. Acolhe-os generosamente no regaço do hospício. Imitando o sentimento da vida, sejamos, uns para os outros, quando preciso, a muleta e o remédio. Olvidemos os defeitos do próximo, na certeza de que todos nos encontramos sob o malho das horas, na bigorna da experiência. Tolerância é o cimento da união ideal. E só a união faz a força. Entretanto, há força e força. Reúnem-se milhões de gotas e criam a fonte. Congregam-se milhões de fagulhas e formam o Incêndio. Pensa um pouco e entenderás que é sempre muito fácil ajuntar os interesses da Terra e fazer a união para o bem da força, mas apenas entesourando as qualidades do Cristo na própria alma é que nos será possível, em verdade, fazer a união para a força do bem. Emmanuel, "Seara dos Médiuns", 46, FCXavier, FEB