O TURISMO E A DESCOBERTA DA NATUREZA
Em pleno apogeu da indústria vinhateira temos a paulatina afirmação de um novo sector de serviços. A partir da segunda metade do século XVIII a ilha assume um outro papel. Alguém terá dito que os iniciais promotores do turismo insular foram os gregos, mas os primeiros turistas foram, sem dúvida, ingleses. Os gregos celebraram, na sua prolixa criação literária, as delícias das ilhas situadas além das colunas de Hércules. Os arquipélagos da Madeira e Canárias são mitologicamente considerados a mansão dos deuses, o seu jardim das delícias, onde eles convivem com os heróis da mitologia. Todavia foram os ingleses, ainda que muito mais tarde, a desfrutar desta ambiência paradisíaca, reservada aos deuses e heróis, escolhendo-as como rincão de permanência, breve ou prolongada. Diz-se até que a primeira viagem de núpcias, embora ocasional, terá sido protagonizada por um casal inglês. Mais uma vez a lenda que ficou conhecida como de Machim. Na verdade foi esta visão mítica, perpetuada nos relatos antigos ou reavivada nos testemunhos coevos, que motivou o desusado interesse do inglês pelas belezas aprazíveis da Madeira. A Europa oferecia ao aristocrata britânico demasiados motivos para o “grand tour” cultural. Mas a Madeira recriava os mitos antigos e reserva-lhe um ambiente paradisíaco e calmo para o descanso, ou, como sucede no século dezoito, o laboratório ideal para os estudos científicos; o endemismo insular propiciava esta última situação. De acordo com isso as ilhas tornaram-se no principal alvo de atenção de botânicos, ictiólogos, geólogos, o que levou Alfredo Herrera Piqué a considera-las “a escala científica do Atlântico”. Por isso foram os ingleses os primeiros a descobrir as infindáveis qualidades de clima e paisagem e a divulga-las junto dos seus compatriotas. O ilhéu, autêntico cabouqueiro e jardineiro deste rincão, estava por demais embrenhado na árdua tarefa de erguer paredes e arrotear os poios, e por isso mantinha-se alheio às suas delícias. Para ele esta beleza agreste dos declives não passava de mais um entrave na sua luta contra a natureza. Enquanto o madeirense cavava e traçava os poios o inglês entretinha-se nos passeios a cavalo ou em rede pelos mais recônditos locais da ilha. A verdadeira descoberta da Madeira foi obra dos ingleses. Neste contexto podemos afirmar que o português descobriu apenas o caminho para cá chegar. A partir da segunda metade do século dezoito foi a revelação da Madeira como estância para o turismo terapêutico, mercê das então consideradas qualidades profiláticas do seu clima na cura da tuberculose, o que cativou a atenção de novos forasteiros. A tísica propiciou-nos, ao longo do século dezanove, o convívio com poetas, escritores, políticos e aristocratas. Não obstante a polémica causada em torno das possibilidades deste sistema de cura a ilha permaneceu por muito tempo como local de acolhimento destes doentes, sendo considerada a primeira e principal estância de cura e convalescença do velho continente. Foi a presença, cada vez mais assídua, deste doentes que provocou a necessidade de criação de infra-estruturas de apoio: sanatórios, hospedagens e agentes, que serviam de intermediários entre estes forasteiros e os proprietários de tais espaços de acolhimento. Este último é o prelúdio do actual agente de viagens. Então o turismo, tal como hoje o
entendemos, dava os seus primeiros passos. E foi como corolário disso que se estabeleceram as primeiras infra-estruturas hoteleiras e que o turismo passou a ser uma actividade organizada e com uma função relevante na economia da ilha. E mais uma vez o inglês é o principal protagonista. No passado foram as condições do meio que fizeram da ilha um dos principais motivos de atracção turística. Hoje o turista é outro e por isso também as exigências são diferentes. Assim aos motivos ambientais aliam-se os culturais, passando os dois a andar de braço dado. No fundo é a simbiose do “grand tour” europeu com o turismo terapêutico insular. Os testemunhos da intervenção dos produtos agrícolas no devir e quotidiano madeirenses ainda são abundantes e por isso mesmo merecem a nossa atenção. Esta tendência museológica universal aliada a riqueza patrimonial da ilha nesse âmbito apelam a necessária e urgente reactivação do museu etnográfico da Madeira, que se encontra instalado desde 1994 na Ribeira Brava. Mesmo assim podemos afirmar que os nossos antepassados apelam a uma necessária homenagem assente nessa trifuncionalidade agrícola que os empenhou e acalentou os mais de quinhentos anos. Os restos de eiras, engenhos, lagares, armazéns e vivendas solarengas, disseminados por toda a ilha mereceu a nossa atenção e o acolhimento do visitante. Para isso seria necessário a elaboração de um roteiro turístico desses valores patrimoniais, devidamente enquadrados na realidade social e económica. Com isto será possível manter o elo que nos liga ao passado económico e podemos contribuir para consolidar a nossa aposta no turismo Nos últimos anos a Madeira adquiriu uma posição desusada no “ranking” da comunidade cientifica. A ilha continua a fascinar cientistas e visitantes. O clima, o endemismo, as particularidades do processo histórico, o protagonismo na História do Atlântico fazem dela, ontem como hoje, um pólo chave para o conhecimento científico. Hoje a ilha é tema de debate nos diversos areópagos científicos e cada vez mais se sentem o apelo da comunidade cientifica para o seu conhecimento e divulgação. Em certa medida esta próxima realidade vai ao encontro daquilo que foi a História do arquipélago. Na verdade, o passado histérico da ilha, relevado quase sempre pelos aspectos económicos e sociais, esquece uma componente fundamental da nossa aportação: a inovação e divulgação tecnológica que transformou a rotina das tarefas económicas e revolucionou o quotidiano dos nossos avoengos. Mais do que isso, o madeirense, além de exímio inventor - na inevitável tarefa de encontrar solução para as questões e dificuldades do dia a dia -, foi também um eficaz divulgador da sua tecnologia. A Madeira foi a primeira terra revelada do novo mundo, escala para a navegação e expansão dos produtos europeus no mundo atlântico. Com o século XVIII a ilha transforma-se em escala obrigatória das expedições científicas que fizeram saciar a curiosidade inata do Homem das Luzes. Hoje a realidade e os desafios são outros e a todos nós resta dar continuidade a essa aquisição de mais-valia que reverta em nosso favor e não de estranhos. Ao nível científico deparam-se-nos inúmeros desafios que deverão ser tidos em conta. O suporte institucional, através da plena afirmação das instituições que dão corpo a esta nova realidade, é uma opção inadiável. Por isso, se queremos ganhar todos estes desafios e corresponder ao apelo do protagonismo que o passado nos acalenta, há que permitir a “rédea solta” destas instituições, dotá-las de meios adequados à sua existência e afirmação. Caso contrário estamos a sacrificar o nosso futuro e a desvalorizar todo o
trabalho destes últimos dez anos de aposta do processo autonómico. Consolidar a autonomia, nesta conjuntura de contratempos, implica um profundo mergulho nas profundezas da nossa identidade. A aposta no conhecimento, na cultura é a via inevitável se queremos vencer os desafios do futuro e atribuir à ilha o novo protagonismo no espaço Atlântico, fazendo jus à tradição histórica de que, afinal, somos todos herdeiros. Alguém terá dito que os iniciais promotores do turismo insular foram os gregos, mas os primeiros turistas foram, sem dúvida, ingleses. Os gregos celebraram, na sua prolixa criação literária, as delícias das ilhas situadas além das colunas de Hércules. Os arquipélagos da Madeira e Canárias são mitologicamente considerados a mansão dos deuses, o seu jardim das delícias, onde eles convivem com os heróis da mitologia. Todavia foram os ingleses, ainda que muito mais tarde, a desfrutar desta ambiência paradisíaca, reservada aos deuses e heróis, escolhendo-as como rincão de permanência, breve ou prolongada. Diz-se até que a primeira viagem de núpcias, embora ocasional, terá sido protagonizada por um casal inglês. Mais uma vez a lenda que ficou conhecida como de Machim O ilhéu, autêntico cabouqueiro e jardineiro deste rincão, estava por demais embrenhado na árdua tarefa de erguer paredes e arrotear os poios, e por isso mantinha-se alheio às suas delícias. Para ele esta beleza agreste dos declives não passava de mais um entrave na sua luta contra a natureza. Enquanto o madeirense cavava e traçava os poios o inglês entretinha-se nos passeios a cavalo ou em rede pelos mais recônditos locais da ilha. A verdadeira descoberta da Madeira foi obra dos ingleses. Neste contexto podemos afirmar que o português descobriu apenas o caminho para cá chegar. A viagem, por necessidade ou lazer, impõe-se como um facto do nosso quotidiano. Hoje, mais do que nunca, o turismo é uma indústria dominadora que serve, ao mesmo tempo, de suporte à viagem e de angariador desses viajantes. A viagem seduz o cidadão e, poucos serão aqueles que, ainda que em sonho, não tenham viajado; as necessidades económicas politica e religiosa fazem com que esse ancestral espírito aventureiro se afirme dessa forma. A viagem é também sinónimo de progresso, de afirmação e quebra da insularidade real ou política; ela aproxima o Homem, culturas, civilizações, mas também é sinónimo de morte, subordinação. Nesse contexto poderemos afirmar que a Madeira foi fruidora no bom sentido da aventura atlântica. Todavia, para que a viagem se torne uma realidade não basta esta tendência errante, pois esta só tem lugar quando existem os meios e os motivos que a justificam; até a inesperada viagem de Robert Hachim e Ana Arfet à Madeira, teve uma motivação de base e condições materiais que propiciaram a concretização. O turismo na Madeira começou como uma forma de busca da cura para a tísica pulmonar. Foi este movimento que paulatinamente contribuiu para que o turismo se transforma-se rapidamente numa realidade. Na verdade, a partir da segunda metade do século dezoito foi a revelação da Madeira como estância para o turismo terapêutico, mercê das então consideradas qualidades profiláticas do seu clima na cura da tuberculose, o que cativou a atenção de novos forasteiros. Agustina Bessa Luís diz-nos que foram os enfermos que fizeram a fama da ilha. A tísica propiciou-nos, ao longo do século dezanove, o convívio com poetas, escritores, políticos e aristocratas. Não obstante a polémica causada em torno das possibilidades deste sistema de cura a ilha permaneceu por muito tempo como local de acolhimento destes doentes, sendo considerada a primeira e principal estância de cura e convalescença do velho continente.
A este interesse científico pela fauna botânica e flora da ilha veio juntar-se, a partir de meados do século dezoito, a climatologia; a revelação, através dos estudos de Herber (1751), Fothergill (1775) e Adams (1801), das qualidades terapêuticas do Funchal, na cura da tísica pulmonar, galvanizaram o interesse de entidades e enfermos. Esta situação corporizava o chamado turismo terapêutico que motivou um movimento desusado de doentes para as ilhas Atlânticas. Todavia a Madeira destacou-se neste contexto, mercê das referências elogiosas feitas por alguns especialistas; os doutores Vaz (1832) e J. Clark (1834) consideravam o Funchal como a primeira e principal estancia de cura e convalescença da Europa. Este epíteto fez com que a parte significativa desse movimento se orientasse na direcção da ilha, pelo que no período de 1834 a 1852 a média anual destes oscilava entre os 300 e 400, sendo estes na sua maioria ingleses. Esse movimento desmesurado de estrangeiros à procura de saúde condicionou a construção, em 1859, do Sanatório, o primeiro que se construiu em Portugal. Por tal motivo a ilha teve o mérito de receber visitantes ilustres que buscavam cá o alivio necessário para as enfermidades de que eram vitimas, desses temos noticia de dois /lustres escritores portugueses, Júlio Dinis e António Nobre, do príncipe Alexandre dos Países Baixos, em 1848, da princesa D. Amélia do Brasil. A situação favorável que a ilha desfrutou durante este período contribuiu para a divulgação do nome da mesma na Europa e para a criação de uma forte apetência por estas paragens; criados e familiares continuam a demandar a ilha. Este movimento subsequente fez alterar os anteriores circuitos da cura, ampliando as motivações geradoras da entrada dos estrangeiros na ilha. O estrangeiro começou a interessar-se pelas belezas do meio e, deste modo, às qualidades terapêuticas aliaram-se as paisagens e o ambiente paradisíaco. Foi a presença, cada vez mais assídua, deste doentes que provocou a necessidade de criação de infra-estruturas de apoio: sanatórios, hospedagens e agentes, que serviam de intermediários entre estes forasteiros e os proprietários de tais espaços de acolhimento. Este último é o prelúdio do actual agente de viagens. Então o turismo, tal como hoje o entendemos, dava os seus primeiros passos. E foi como corolário disso que se estabeleceram as primeiras infra-estruturas hoteleiras e que o turismo passou a ser uma actividade organizada e com uma função relevante na economia da ilha. E mais uma vez o inglês é o principal protagonista. Tenha-se em conta que este momento de forte afluência de estrangeiros coincide com a época de euforia da Ciência nas Academias e Universidades europeias. Desde finais do século XVII as expedições científicas tornaram-se comuns e o Funchal foi um porto fundamental de escala, para ingleses, franceses e alemãs. Esta função do Funchal como porto de escala das navegações oceânicas e estância de turismo terapêutico contribuiu para este valorizar do papel da ilha e justifica os inúmeros estudos científicos ou de viagem que se dedicam ou fazem referência à Madeira. O Turismo caminhou lado a lado com o vinho e o aparecimento de novas actividades. A vinha persistiu nas latadas e fez-se companheiros dos vimeiros e bordadeiras. Esta harmonia marchava a favor da ilha e tornava possível a existência de várias formas de actividade que garantiam a sobrevivência. A variedade foi a receita certa para manter de pé por algum tempo a frágil economia insular. Na década de quarenta define-se o "comércio, a navegação o turismo, os grandes propulsores do desenvolvimento insular". As actividades em torno da obra de vimes e bordados tiveram nos estrangeiros, principalmente ingleses os seus principais promotores.
A primeira metade da presente centúria foi marcada por profundas mudanças na economia madeirense. É para aqueles que a viveram um momento para esquecer. Primeiro as guerras mundiais(1914-19 e 1939-45) e depois os problemas políticos e económicos marcaram este como um momento negro da vida madeirense. A guerra evidenciou a fragilidade da economia da ilha e evidenciou a sua extrema dependência do mercado externo. Os problemas económicos arrastam convulsões sociais que se misturam com as políticas. No passado foram as condições do meio que fizeram da ilha um dos principais motivos de atracção turística. Hoje o turista é outro e por isso também as exigências são diferentes. Assim aos motivos ambientais aliam-se os culturais, passando os dois a andar de braço dado. No fundo é a simbiose do "grand tour" europeu com o turismo terapêutico insular. A ilha continua a fascinar cientistas e visitantes. O clima, o endemismo, as particularidades do processo histórico, a evidência na História do Atlântico fazem dela, ontem como hoje, um pólo chave para o conhecimento científico. Hoje a ilha é tema de debate nos diversos areópagos científicos e cada vez mais se sentem o apelo da comunidade cientifica para o seu conhecimento e divulgação. Em certa medida esta próxima realidade vai ao encontro daquilo que foi a História do arquipélago. Na verdade, o passado histórico da ilha, relevado quase sempre pelos aspectos económicos e sociais, esquece uma componente fundamental da nossa aportação: a inovação e divulgação tecnológica que transformou a rotina das tarefas económicas e revolucionou o quotidiano dos nossos avoengos. Mais do que isso, o madeirense, além de exímio inventor - na inevitável tarefa de encontrar solução para as questões e dificuldades do dia a dia -, foi também um eficaz divulgador da sua tecnologia. Dos visitantes da ilha merecem especial atenção três grupos distintos: invalids (=doentes), viajantes, turistas e cientistas. Enquanto os primeiros fugiam ao Inverno europeu e encontravam na temperatura amena o alívio das maleitas, os demais vinham atraídos pelo gosto de aventura, de novas emoções, da procura do pitoresco e do conhecimento e descobrimento dos infindáveis segredos do mundo natural. O viajante diferencia-se do turista pelo aparato e intenções que o perseguem. Ele é um andarilho que percorre todos os recantos na ânsia de descobrir os aspectos mais pitorescos. Na bagagem constava sempre um caderno de notas e um lápis. Através da escrita e desenho ele regista as impressões do que vê. Daqui resultou uma prolixa literatura de viagens, que se tornou numa fonte fundamental para o conhecimento da sociedade oitocentista das ilhas. O turista ao invés é pouco andarilho, preferindo a bonomia das quintas, e egoísta guardando para si todas as impressões da viagem. Deste modo o testemunho da sua presença é documentado apenas pelos registos de entrada dos vapores na alfândega, das noticias dos jornais diárias e dos "títulos de residência", pois o mais transformou-se em pó. A maioria dos visitantes, como é obvio, pertence à aristocracia endinheirado. De acordo com bulhão Pato os numerosos visitantes da ilha na década de cinquenta do século XIX pertenciam à aristocracia de dinheiro e de sangue. Um breve olhar pelos registos e testemunhos corrobora esta evidência. A família dos Habsburgos e Austrias era frequente na ilha. A lista de aristocratas, príncipes, princesas e monarcas parece ser infinda, mas entre todos fica o registo da imperatriz Isabel, mais conhecida por Sissi, do imperador Carlos da Austria. Assídua foi a presença da imperatriz do México, que nos legou um registo apaixonado da sua presença em Um Hiver à Madère(1859-1860).. Ontem como hoje a realização de uma viagem depende também da disponibilidade de infra-estruturas de apoio; hoje fala-se em hotéis e restaurantes, ontem, eram as
estalagens, os albergues e as tabernas. A palavra hotel, deriva do francês hôtel, mas tendo um significado diferente do que aquele que assumiu na actualidade. Na Idade Média existiam os Hospitalis, casas para recolha dos peregrinos e doentes. A par disso coexistiam os albergues e hospedarias, que pelo importante serviço que prestavam à sociedade, mereceram sempre a atenção dos municípios e coroa. Até ao advento da era industrial, em que o transporte por tracção animal dominava a circulação em terra, a albergaria ou estalagem, regra geral asseguravam ao viajante apenas cama para dormir, o necessário aprovisionamento de forragem para os animais e algum alimento. A par disso os viandantes poderiam contar com o acolhimento das igrejas, ordens religiosas e casas particulares. Ao longo dos caminhos de peregrinação, como o S. Tiago de Compostela, amontoavam-se estas infra-estruturas, sempre abertas para receber os peregrinos, propiciando-lhe o necessário descanso e alimento. No mar o equivalente era conhecido como porto de escala e reabastecimento, estes polvilhavam o vasto oceano e por norma situava-se em ilhas - Madeira, La Gomera, La Palma, São Tiago, Santa Helena e Terceira. Ai, a principal povoação dispunha de uma enseada natural que servia de ancoradouro para as embarcações, que se abasteciam de água e alimentos frescos, e os seus tripulantes poderiam usufruir de um albergue para pernoitar e hospitais para curar os doentes; esta acção era conhecida como o tomar refresco. Nesse contexto a Madeira, através do principal porto, o Funchal, demarcou-se desde os primórdios da expansão atlântica como um importante e necessário porto de escala. Para que o Funchal assegurasse esse serviço foi necessário montar as necessárias infra-estruturas de apoio. De acordo com informação de Gaspar Frutuoso, em finais do século XVI, a Rua dos Mercadores (actual Rua da Alfândega)era o espaço de acolhimento de forasteiros e mercadores; segundo ele esta "era a rua dos mercadores e fanqueiras, ingleses flamengos, e outros forasteiros". Aqui nada faltava, hortaliças, vinho, legumes, biscoito, água e, até mesmo as meretrizes, que deambularam escandalosamente pela praia. Giulio Landi, que em 1530 desfrutou da hospitalidade madeirense, refere que 'os madeirenses abundam, entre outras, em três coisas: pulgas, ratos e meretrizes'. Esta é uma alusão clara à prostituição no Funchal, que surge como uma necessidade dos lugares ribeirinhos e de escala assídua. A hospitalidade dos madeirenses é uma evidência frequentemente realçada por todos os visitantes. Aliás, a fama do turismo na ilha deve muito a esta situação. Esta atitude é definida de forma exemplar por Henrique Galvão em 1941: A hospitalidade dos madeirenses é a expressão dum sentimento e a força dum hábito. É uma manifestação de cortesia, cada vez mais rara em todo o mundo, e é também um prazer dos habitantes”. Por todo o século XVIII e primeira metade do seguinte, a frequência assídua de tísicos à procura de cura e os demais que por aí passavam, encontravam fácil acolhimento nas casas particulares. Todavia o aumento desse tráfego conduziu ao aparecimento dos primeiros hotéis. William Reid, que se havia fixado na ilha, em 1844, foi, conjuntamente com W. Wilkinson, primeiro, com intermediário entre os proprietários de casas ou quintas e os forasteiros. Mais tarde assumem-se como os primeiros proprietários das iniciais unidades hoteleiras. Assim a família Reid's começa com The Royal Edimburgh Hotel, mas em 1850 era já detentora de três hotéis - Santa Clara, Carmo Hotel, Reid's New Hotels. Os filhos de W. Reid, Alfred e William, deram continuidade à obra do pai, tendo mesmo, em 1891, escrito um guia para a Madeira. É de salientar que o reids Hotel é na actualidade a mais antiga unidade hoteleira
madeirense e de todo o espaço atlântico, sendo por isso mesmo um marco emblemático do nosso turismo. A par disso o facto de ali se terem alojado personalidades 1lustres,como W. Churchill, B. Shaw, G. Marconi, entre outros, leva-nos a concluir que este foi e continuará a ser a principal antecâmara da sala de visitas e acolhimento, que é a Madeira. Mas na Madeira, a exemplo do que sucedeu nas ilhas atrás referenciadas, o principal porto e cidade, não monopoliza a atenção do viajante; os passeios a pé, a cavalo e, no caso madeirense, de rede, permitiam incursões no interior da ilha. Em finais da década de quarenta do século XIX, foi Silvestre Ribeiro, governador civil, lançou as bases para a criação de um conjunto de infra-estruturas de apoio no interior da ilha. Todavia só a partir de 1887 se dá conta da existência de uma rede adequada de estalagens fora do Funchal; assim, o visitante passará a dispor de locais de acolhimento em Boaventura, S. Vicente, Seixal, Rabaçal, Santana e Santa Cruz. A presença dessas unidades de acolhimento não acabou com a tradicional hospitalidade das casas e quintas, estas mantiveram-se, sendo de destacar, em finais do século dezanove, merecendo aqui referência a casa de Mr. Newton Luscombe e as quintas das Angústias, Santana e Palmeiras. Aliás em 1889 C. A. Mourão Pita apresentava com grande destaque um numeroso conjunto de casas e quintas, preparadas para alugar aos visitantes, estando esse serviço assegurado por angariadores. Até à presente centúria a quinta, nomeadamente, na área de Santa Luzia e Monte, continuou a colher inúmeros visitantes, não obstante o florescimento de novas infra-estruturas hoteleiras, a partir da década de trinta. A presença de viajantes e "invalids" na ilha conduziu obrigatoriamente à criação de infra-estruturas de apoio. Se num primeiro se socorriam da hospitalidade dos insulares, num segundo momento a cada vez mais maior afluência de forasteiros obrigou à montagem de uma estrutura hoteleira de apoio. Aos primeiros as portas eram franqueadas por carta de recomendação. A isto juntou-se a publicidade através da literatura de viagens e guias. Os guias forneciam as informações indispensáveis para a instalação no Funchal e viagem no interior, acompanhados de breves apontamentos sobre a História, costumes, fauna e flora. A Madeira firmou-se, partir da segunda metade do século dezoito, como estância para o turismo terapêutico, mercê das então consideradas qualidades profiláticas do clima na cura da tuberculose, o que cativou a atenção de novos forasteiros. Aliás, a ilha foi considerada por alguns como a primeira e principal estância de cura e convalescença da Europa. Note-se que no período de 1834 a 1852 a média anual de Invalid's oscilava entre os 300 e 400, na sua maioria ingleses. Em 1859 construiu-se o primeiro sanatório. O último investimento neste campo foi dos alemães que em 1903 através do principie Frederik Charles de Hohenlohe Oehringen constituiu a Companhia dos Sanatórios da Madeira. Da sua polémica iniciativa resultou apenas o imóvel do actual Hospital dos Marmeleiros. John Ovington, em finais do século XVII, refere-nos que os negociantes ingleses, que aqui na ilha "seguem a maneira de viver inglesa característica das suas cidades e casas de campo acolhem nos seus aposentos compatrícios seus que estejam de passagem na ilha. A falta de albergues insuficientes para acolher os inúmeros transeuntes pelo Funchal gerou esta forma personalizada de acolhimento. Certamente que a hospitalidade, que não era apenas apanágio dos ingleses, radica as suas origens no medieval direito de aposentadoria; isto é, o rei, os senhores e comitiva, nas suas deslocações usufruíam da oferta da estância e alimentação concedida pelos
moradores do lugar. Essa exigência deixou de ser força de lei mas a tradição imortalizou-a como uma forma de bem receber. A partir do século XV esta só deveria ser assegurada aos oficiais régios ou municipais, que se deslocaram em serviço: será esta a forma arcaica das actuais ajudas de custo ? Foi nesta mística hospitalidade que as infra-estruturas hoteleiras deram os primeiros passos; o aparecimento assíduo de grupos esgotava a capacidade desse acolhimento e tornava necessário a criação de espaços de acolhimento adequados à qualidade dos viandantes. Desta forma a vetusta estalagem ou albergue dá lugar aos primeiros hotéis. As Ilhas Atlânticas (Açores, Madeira, Canárias), mercê do empenho dos ingleses nas actividades comerciais com e a partir destas e da descoberta das suas belezas, cedo se firmaram como um aprazível recanto para a aristocracia britânica da ilha ou do Novo Mundo. Essa assídua frequência de ingleses, em viagem de negócios, passeio, de passagem ou regresso das colónias, criou um movimento inaudito no Funchal e a franca hospitalidade dos compatricios ou madeirenses, os poucos albergues não eram suficientes para conter essa gente em transito. Não temos dados seguros quanto ao desenvolvimento da hotelaria nas ilhas, pois os dados disponíveis são avulsos. Os Hotéis são referenciados em meados do século XIX mas desde os inícios do século XV que estas cidades portuárias de activo movimento de forasteiro deveriam possuir estalagens. A documentação oficial faz eco desta realidade como se poderá provar pelas posturas e actas da vereação dos municípios servidos de portos. No caso da Madeira assinala-se em 1850 a existência de dois hotéis (the London Hotel e Yate's Hotel Family) a que se juntaram outros dez em 1889. Em princípios do século XX a capacidade hoteleira havia aumentado, sendo doze os hotéis em funcionamento que poderiam hospedar cerca de oitocentos visitantes. A preocupação destes visitantes em conhecer o interior da ilha, nomeadamente a encosta norte levou ao lançamento de uma rede de estalagens que tem a sua expressão visível em S. Vicente, Rabaçal, Boaventura, Seixal, Santana e Santa Cruz. A ilha dispõe ainda hoje de uma unidade hoteleira de luxo que remonta a esta época. O Reid's Hotel foi construído em 1891 pela família Reid e teve o nome de New Reid's Hotel, para se diferenciar dos outros (The Royal Edimburgh Hotel, Hotel Santa Clara, Miles Hotel, Hotel Monte e German Hotel) que já explorava. William Reid fixou-se no Funchal em 1844 dedicando-se de parceria com W. Wilkinson a montar um serviço de apoio aos inúmeros visitantes que chegavam à ilha para um período de repouso ou na busca desesperada das qualidades terapêuticas que o clima da cidade propiciava. Os seus filhos, William e Alfred deram continuidade à obra. Tenha-se ainda em conta um conjunto de melhoramentos que tiveram lugar no Funchal para usufruto dos forasteiros. Assim, desde 1848 com José Silvestre Ribeiro temos o delinear de um moderno sistema viário, a que se juntaram novos meios de locomoção: em 1891 o Comboio do Monte, em 1896 o Carro Americano e finalmente o automóvel em 1904. Em 1908 Mota Prego é peremptório em afirmar a importância do turismo na economia madeirense. Orientação que não caiu no esquecimento uma vez que em 1911 a Junta Agrícola, sob a presidência do Visconde da Ribeira Brava, fez do turismo uma principal aposta do progresso económico da ilha, apontando para o estímulo na iniciativa privada na construção de hotéis, casinos e campos de golfe, ao mesmo tempo que se responsabilizava pelo melhoramento da rede viária.
O turismo não se limitou ao espaço urbano, tendo beneficiado alguns dos concelhos rurais mais solicitados pelas suas belezas. S. Vicente e Santana são dois casos paradigmáticos. Mesmo assim o Norte nunca teve o mesmo número e assiduidade de visitantes que ocorriam à vertente sul. Todavia alguns atreviam-se a rumar à descoberta do norte, seguindo os sinuosos caminhos que o ligam ao Funchal. Desde meados do século XIX são frequentes as visitas de estrangeiros que aceitam este sacrifício por íngremes e perigosos caminhos A circulação a pé entre o Norte e o Sul fazia-se por íngremes caminhos e para isso era necessário estabelecer casas de abrigo para socorrer os viajantes. O percurso entre o Sul e o Norte pelo Paul da Serra estava servido de uma casa nos Estanquinhos, o seu estado de ruína em 1895 obrigava ao seu imediato reparo, "para que aquela casa preste aos transeuntes que fazem viagens por aquela serra o abrigo que lhes é indispensável...". A casa era pertença das câmaras de S. Vicente, Calheta e Ponta do Sol, sendo por isso mesmo esta despesa paga por todos. A casa tinha um guarda, em 1897, João Gonçalves, que zelava pela sua missão de apoio aos visitantes necessitados de ajuda. O seu estado de ruína e quase abandono continuará até ao nosso século, altura em que Daniel Maria de França Brazão da Vargem requereu à Câmara o direito de exploração por 9 anos, a partir de 1 de Janeiro de 1906. A partir de 1920 desaparecem as notícias sobre esta casa. A sua funcionalidade perdeu-se com a presença do automóvel e a abertura de estradas que reduziram as distâncias e conduziram para segundo plano os caminhos rurais. A iniciativa particular também é assinalada na prestação deste serviço. Os estrangeiros que visitaram o norte são testemunho disso. Na década de cinquenta era possível encontrar acomodação: em S. Vicente na casa de Manuel Joaquim da Costa Andrade e no Hotel do Sr. Dinis, enquanto em Ponta Delgada era a casa de José de Abreu. Em Boaventura é assinalado apenas a venda de Manuel Carvalho A esta junta-se em 1896 Manuel Pereira da Silva, morador no Lombo do Urzal refere que " presta em sua casa, que é a última próxima da serra, auxilio aos transeuntes que por ali passam, fornecendolhes comida e bebida...", por isso mesmo pede a isenção no pagamento dos impostos sobre as bebidas que vende pois, caso contrário, acabará com a venda. A Câmara sabendo da utilidade desse serviço despachou de modo passível o pedido. Em 1912 Carlos José de Sousa Júnior solicitou à Câmara um subsídio para "fundar e estabelecer um hotel na Vila com funcionamento regular". A decisão da Câmara é favorável "com as condições de alojar os oficiais da Junta de Inspecção debaixo do mesmo subsídio". Deste modo deveria alojar os oficiais e sargentos do destacamento militar, para além de se comprometer em "receber e tratar convenientemente os hospedes". Note-se que nesta altura era reduzido ou quase nulo o apoio concedido aos visitantes. Assim para além da casa do Caramujo apenas se situa na vila a Casa Gonçalves junto da igreja, ficando o serviço de apoio aos transeuntes em Ponta Delgada e Boaventura dependente da disponibilidade dos párocos. Em 1947 eram duas as pensões existentes na Vila e continuou assim por muito mais tempo. Todavia era cada vez mais evidente a valorização da encosta norte em termos de turismo. O Chão dos Louros, um dos ex-libris do concelho, foi declarado como espaço de lazer desde 1937 altura em que se mandou roçar o mato. Na década de sessenta tornou-se num importante pólo de atracção e diversão. Em 1964 João Fernandes de Castro, de Santo António, manifestou interesse à Câmara de aí colocar um pré-fabricado para explorar por 20 anos como restaurante bar e residência. Já em 1969 é a extensão do arraial de Ponta Delgada a este local, com os pedidos de Manuel de Gouveia Brazão e
Agostinho Gonçalves para aí instalarem, nos dias 6 e 8 de Setembro, barracas de bebidas. Nesta altura já existia a casa da Encumeada que foi obra de António Francisco dos Reis e Agostinho Abreu Paulino, de Serra de Água, autorizada pela Câmara em 1969. A construção da piscina de Ponta Delgada enquadra-se dentro deste espírito. A sua realização foi sugerida à câmara por uma comissão criada para o efeito que arrecadou 20 contos A obra só foi adjudicada em 1958 à firma Leacock e Cº Lda por 60.486$90. Em 1961 construiu-se um bar e estabeleceu-se como tarifa de entrada um escudo. O turismo era já uma actividade florescente. O encanto e assiduidade do visitante aguçam o espírito empreendedor dos locais. Assim, em 1971 um agente da empresa Woyages Wirtz SA não se cansa de elogiar aquilo que via na sua viagem de estudo, mostrando-se particularmente encantado com as belezas naturais, com a afável hospitalidade, e com o bom vinho e a boa carne da vila e concelho de São Vicente...". Em 1971 iniciou-se uma nova era em que a aposta preferencial será no turismo. Uma sociedade, composta por Gabriel Paulo Drumond Esmeraldo, Francisco Andrade Pereira e Germano Drumond turístico no Calhau, que mereceu aprovação favorável da Câmara em 13 de Maio. É o princípio de uma noiva era para o turismo da encosta norte da ilha. O actual fase do turismo madeirense começou a dar os primeiros passo no post Segunda Guerra Mundial. A guerra fez parar o movimento de turistas obrigando os hotéis a encerrar as portas. Deste modo o anuncio do fim da guerra foi o prenuncio de uma nova era para o turismo madeirense. Note-se que em 1952 Ramon Honorato Rodrigues chamava a atenção para esta promissora industria, uma vez que está a “desenvolver-se em todo o mundo o hábito ou o prazer de viajar.” Nesta época a capacidade hoteleira da ilha resumia-se a 453 quartos e o número de turistas era de 9131, sendo 142.135 os que transitavam pelo porto do Funchal. O turismo madeirense é demarcado pela afirmação da época invernal. Os protagonistas deste movimento continuam a ser os mesmos europeus. Já em 1941 Henrique Galvão se lamentava da falta de portugueses: E ainda hoje não compreendo que havendo já em Portugal tanta gente que viaja por prazer, haja tantos ingleses que vão à Madeira e tão poucos portugueses que a conheçam.”. Apenas a partir da década de setenta ocorreu a mudança mais significativa. O grupo de visitantes alargou-se ao espaço peninsular e a época de Inverno tem um concorrente forte no período estival. Finalmente na década de oitenta a aposta da Secretaria Regional do Turismo numa animação apostada em realçar alguns dos aspectos que faziam os cartazes da ilha conduziu a que o turismo perdesse finalmente o seu carácter sazonal para se afirmar com a principal actividade económica da ilha neste final de século. Na década de sessenta o turismo foi eleito como o pólo central e único do desenvolvimento da Madeira. Isto contribuiu para o rápido salto no número de camas com efeitos nefastos no meio ambiente. Assim em 1967 tínhamos apenas 2295 camas que subiram para 3832 em 1971. Isto foi resultado da construção de novos hotéis como o Madeira Palácio(1969). Mas o salto mais significativo foi a partir de 1973, altura em que se atingiu as 8248 camas. Nesta altura surgiram. O Madeira Sheraton(1972), Holiday Inn e Matur(1972), D. PedroMachico(1972). Apartamentos Lido-Sol(1970). E finalmente em 1982 atinge-se as 12.244 para no fim do século se ultrapassar as vinte mil. A importância do turismo na economia da ilha conduziu a mudanças ao nível institucional e ao maior interesse e empenho das autoridades. Em 1967 foi criada a Escola de Hotelaria Basto Machado. Note-se que a preocupação do estado começou em 1930 com a comissão de turismo que antecedeu
Delegação de Turismo da Madeira que começou a funcionar em 5 de Setembro de 1936. A mudança para a actual situação ocorreu em 1978 com a regionalização do sector, que marcou o início do actual boom turístico. Na actualidade o turismo está indissociavelmente ligado à cultura e ao meio ambiente e sem a sua conjugação perfeita com estes dois referentes ele está condenado a morrer. Ontem ao turismo associava-se a exaltação do meio, pela sua virginal beleza e procura de condições climáticas capazes de aliviarem as doenças pulmonares. Hoje depara-se perante nós algo diferente. As técnicas terapêuticas evoluíram mas surgiram novas necessidades a que o turismo pode ser o meio mais seguro para as satisfazer: ao deleite das belezas da natureza, às condições de bem-estar sucedeu a procura de alimento para o espírito, materializado nos diversos eventos culturais e o convívio entre povos e tradições. Vem a propósito o discurso do Dr. Agostinho Cardoso proferido em 1964 perante a Assembleia Nacional. Aí diz-se que o turismo "deve servir o homem madeirense, elevando-lhe o nível económico e espiritual." E esta mensagem, que na época não passaria de um presságio, mantém-se actual e repercute-se de forma evidente na politica turística deste final do século.
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