QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA
2 a Quinzena de Maio de 2009 Ano XXIX - No. 1063 Modesto, California $1.50 / $40.00 Anual
E de Azul Portugal se cobriu!
RECONHECIMENTO
Manuel Eduardo Vieira reconhecido O industrial Manuel Eduardo Vieira é candidato ao Prémio Empreendedorismo Inovador da Diáspora Portuguesa a ter lugar no dia 8 de Junho no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Também estará presente no Dia de Portugal em Santarém.
Quantas mais vezes vamos ver o Tribuna de azul? Vitória justa da equipa mais consistente e regular de 2008/2009
Escola Dom Diniz - 25 anos
DESPEDIDA
Comunidade despede-se do Cônsul de Portugal
Realizou-se no S.E.S. de Santa Clara um beberete de despedida a Teresa Sotto Maior e António Alves de Carvalho, Cônsul Geral de Portugal em San Francisco. Pag. 5
Na foto, Classe de 1984, “Os Originais”: (da esquerda para a direita) John V. Simas, Sandra Dutra, Sergio Paulo Pires, Ana Luisa Pires, Marcos Medeiros, Marcia do Carmo Paulo, Paul M. Azevedo, Lisa Ann Pioli. Pag. 20
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SEGUNDA PÁGINA
EDITORIAL Os Açores são Portugal...
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ariza, mais uma vez cantou por essa America fora, encantou, e representou tão bem quer o Fado, quer as novas músicas em que agora está envolvida, como se pode ouvir no seu ultimo CD. Em Turlock e quando ela perguntou que países é que estavam representados na Sala, depois de muitas gente ter indicado os países de origem, desde a Ucrania, Holanda, America, Brasil, etc, ouviou-se uma voz a dizer “Açores”. Mariza, no seu excelente Inglês, disse “I thought Azores belong to Portugal”. Dito por ela, e como o Inglês não é a sua língua nativa, podemos considerar a resposta como um lapsus linguae. Se por acaso tivesse sido dito em Português e por algum político, então o caso mudava de figura. Os Açores não pertencem a Portugal, os Açores são Portugal. Ponto final. O actual Consul Geral de Portugal em San Francisco, Antonio Alves de Carvalho, está de saida, depois de quase cinco anos na nossa terra da California. Seria interessante alguém fazer uma tese de Mestrado sobre o trabalho, sucessos e insucessos dos vários Cônsules que passaram pela California. Seria importante estudar-se quantos deles se interessaram pela relação de Portugal e a nossa Comunidade e quantos deles passaram por cá como o vento de inverno. Com rajadas e sem deixar rasto. Leiam com atenção o novo Regulamento Consular que prevê a criação de Conselhos Consultivos, na página 4. Como sempre, de Portugal às vezes vêm boas ideias, o grande problema é o fracasso das suas implementações e aceitaçõoes - veja-se o aborto que é o Conselho das Comunidades. Esperamos que este regulamento não venha misturar as águas para ficar tudo na mesma. Voltaremos a este assunto mais tarde. jose avila
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Crónicas do Perrexil
Discriminação e mais coisas...
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e há um lugar onde o homem é totalmente discriminado é na “shower”. Convido-os a contarem quantos shampoos e condicionadores estão dentro de uma shower. O meu estudo, quer em minha casa, quer em casa de amigos meus, dá uma média de 8 a 10 shampoos por shower só para as mulheres. Ainda me lembro quando tinha cabelo, e ás vezes gostava de comprar um shampoo de marca, minha mulher me dizer: “para que é que vais gastar dinheiro, se eu ainda tenho tantos no quarto de banho”. E eu dizia-lhe: “mas os teus shampoos são para cabelos pintados, cabelos sedosos, cabelos curtos, cabelos compridos, etc.. E ela dizia, com certo descaramento: “- para o teu cabelo qualquer coisa serve”. “Homem sofre, como dizem os brasileiros”.
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uem não se lembra do principio dos Programas Contactos de todo o mundo.
J. B. Castro Avila
Pobrezinhos, mal feitinhos (graças a Deus), sem principo, meio e fim. Histórias mal contadas, imagens mal enquadradas, enfim... Mesmo assim houve uma altura, que eu me insurgi porque razão a RTP não transmitia aqueles programas em Portugal através dos canais principais. Um dia, estando em Portugal, observei com os olhos de lá, alguns Contactos. Então apercebi-me que os Contactos, na realidade não tinham qualidade para entrarem na roda viva da televisão europeia. E hoje em dia dou as mãos à palmatória por isso. A RTP demorou algum tempo a tentar mudar as situações e em 2008 convidou os Contactos todos a reunirem-se em Lisboa, para em conjunto decidirem certas mudanças, até mesmo em standardizar os separadores entre os diversos segmentos dos trinta minutos. Os Contactos partiram para as suas terras e alguns compreenderam a mensagem. A RTP até teve a coragem de fazer o seu próprio Contacto para Por-
tugal (Histórias de Vida), para mandar um sinal aos Contactos de como fazer as coisas mais bem feitas. A partir daí alguns Contactos compreenderam a mensagem da RTP e hoje há cerca de meia duzia de Contactos que estão a um nível muito superior aos restantes. É claro que a RTP não pode escolher estes cinco ou seis e mostrá-los na RTP 1 ou 2 e deixar para trás os outros, que ainda não estão na recta da qualidade. Pode ser que um dia os Contactos, em vez de serem passados (vergonhosamente) na RTP Africa (quem é que vê a RTP Africa??? - na Terceira o Contacto California é visto à meia-noite e às 6 horas da manhã) possam passar na RTP 1 ou 2 e que Portugal possa ver as nossas comunidades, contadas com peso, medida, arte, saber, técnica, inteligência e preparação.
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o Presidente nas nossas próprias casas e mandar o nosso voto pelo Correio. Até agora sempre votei nas eleições portuguesas na minha casa na America, até que o Partido Socialista e alguns dos seus mais infelizes e calados deputados, resolveram este ano, que os votos no estrangeiro deveriam ser presenciais, isto, nós teriamos de ir ao Consulado ou outros lugares para votar. Se eu posso votar para o Presidente deste grande País em casa, como é que não posso votar para um simples deputado europeu que, coitado, vai para a Bruxelas e na maioria dos casos nem abre a boca durante quatro anos. Não vou votar nestas eleições e vou aconselhar todos os meus amigos a fazerem o mesmo. Que Portugal fique lá com os seus deputados - maioritáriamente calados - que nós pouparemos a gasolina da ida ao consulado.
esta grande terra da America nós podemos votar para
Year XXIX, Number 1063, May 15, 2009
COLABORAÇÃO
Tribuna da Saudade
Ferreira Moreno
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o descrever a chegada de João Gonçalves Zargo à ilha da Madeira, Gaspar Frutuoso anotou: “Chegados ao formoso vale, que de lisos e alegres seixos era coberto, sem haver outro género de arvoredo, senão muito funcho que cobria o vale até o mar por bom espaço, e pelo muito funcho que nele achou, lhe pôs nome o Funchal, onde depois fundou uma vila de seu nome, que já neste tempo é uma nobre e sumptuosa cidade”. (Saudades da Terra, Livro II, pg. 19, Ed. 1998). O Dicionário da Língua Portuguesa define funchal exactamente como sítio ou terreno onde crescem funchos. Por funcho entende-se, evidentemente, aquela planta herbácea e rizomatosa, da família das Apiáceas-Umbelíferas, emitindo caules verdes, com folhas divididas em lacínias fili-
formes, aromáticas e doces. Jenny Linford (A Pocket Guide to Herbs) apontou ser o funcho originário da Europa meridional, crescendo em lugares áridos e soalheiros, com cheiro e sabor a erva-doce, utilizado na medicina e na culinária. O cultivo do funcho remonta aos tempos primitivos. Segundo a mitologia grega, Prometeu teria escondido num talo oco de funcho o fogo, que roubara dos deuses p’ra entregálo à humanidade. Os Romanos serviam-se dos rebentos do funcho p’ra comê-los como vegetais, e usavam as sementes como condimento p’rós molhos. Na medicina, o funcho era recomendado p’ra ajudar a digestão, recuperar o apetite, aliviar dores de estômago e flatulência. O chá de funcho constituiu remédio tradicional p’ra crianças sofrendo cólicas.
Na companhia do Funcho Escrevendo p’ró jornal luso-canadiano VOICE (26/Janeiro/09), a dra. Ana Costa Barros indicou ser o funcho um arbusto muito elegante, dotado dum aroma inconfundivelmente agradável. Foi utilizado na culinária desde o tempo dos Romanos até ao dia de hoje. Os Gregos e os Romanos utilizavam o funcho como erva medicinal p’ra estimular o fluxo de leite materno e p’ra tratar problemas menstruais e gastrointestinais, tais como a flatulência e distensão abdominal. Usa-se o chá de funcho p’ra gargarejar e refrescar o hálito, p’ra melhorar dores de garganta e aliviar gengivas inflamadas, podendo-se usar também p’ra lavar os olhos, especialmente misturado com as malvas, em casos de conjuntivites. No entanto, como advertiu Costa Barros, o funcho não é recomendável na grávida devido a que, em grandes doses, pode acelerar o parto.
No seu livrinho “A Alma do Povo Micaelense”, o padre Ernesto Ferreira deixou dito que “no tratamento da cobrela um dos requisitos é aspergir, com um galho de funcho molhado em água fria, a parte do corpo afectada, fazendo ao mesmo tempo três cruzes e dizendo: Iria perguntou a Santa Iria / Cobrela macha ou cobrela fêmea / Com que se curaria? / Com funcho e água fria. Padre Nosso, Avé Maria”. Como acentuou o padre Ferreira, “as plantas criou-as Deus e a cada uma dotou de caracteres e dons especiais, mas a ingenuidade popular inventa-lhe outros que nunca a ciência pôde nem jamais poderá nelas descobrir”. É bem conhecido o uso do funcho na confecção de sopas e caldos. Curiosamente, não encontrei em parte alguma quaisquer referências ao funcho como comida apreciada pelos coelhos. Nos meus tempos de miúdo, nas ilhas, fui muitas vezes ao Pico das Freiras apanhar funcho p’rós nossos coelhos “aquartelados” no quintal. No entanto, quando um coelho era seleccionado p’ra determinado “prato do dia”, era costume obrigatório não fornecer-lhe funcho nessa semana, a fim da carne perder aquele “gostinho” a funcho. Confesso, francamente, que me delicia um almoço de coelho fricassé, guisado ou assado, à caçadora ou à jardineira... mas sopa ou caldo de funcho, mil vezes
abrenúncio! Não há pão c’mó pão alvo, Nem cheiro c’mó do funcho; Não há amor igual ao meu, Que nunca toma caruncho. O funcho tem bom cheiro, P’ra quem o sabe cheirar; Quem falar c’o meu amor, Tem trabalhos a passar. Atrevido foi o funcho, Em nascer ao pé do trigo; Atrevido foste tu Quando falaste comigo. Aqui, donde estou, bem vejo Muito funcho a abanar; Também vejo o meu amor, Mas não lhe posso falar. Funcho verde no quintal, De verde se está perdendo; Assim sois vós, ó menina, De falsa me andais vendendo. Pus o pé no funcho verde, O funcho me fez falar; Se é que tens outros amores, Eu hei-tos fazer largar. Já vi funcho murcho Tornar a reverdecer; Já vi deixar o amor E torná-lo a querer. A salsa ao pé da ribeira, O funcho da outra banda; Hei-de vencer os teus olhos, Inda que corra demanda
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COLABORAÇÃO
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Da Música e dos Sons
Nelson Ponta-Garça
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LABJOVEM – Concurso de Jovens criadores O concurso LABJOVEM é um projecto que visa incentivar e promover jovens criadores das diferentes áreas artísticas, servindo de plataforma a uma nova geração de artistas Açorianos. As áreas contempladas na presente edição são: Arquitectura, Artes Plásticas, Dança, Performance, Design de Moda, Design Gráfico, Fotografia, Ilustração e Banda Desenhada, Literatura, Música, Teatro e Vídeo. O LABJOVEM, projecto da Associação Cultural Burra de Milho é um projecto interdepartamental que envolve as direcções regionais da Juventude, da Cultura e das Comunidades, pretende ser um ponto de afirmação na relação entre o Governo dos Açores e os jovens criadores açorianos. Do concurso resultará uma selecção de projectos que serão apresentados nos Açores sob o formato de Mostra Regional. O júri de cada área será constituído por pessoas de reconhecido mérito e idoneidade. Este concurso está aberto até ao dia 31 de Outubro. Este ano o LABVOVEM Inclui também as comunidades Portuguesas espalhadas pelo mundo através do LABCOMUNIDADES . Aos projectos que entre os seleccionados tenham sido concebidos por descendentes de açorianos, até a terceira geração, residentes nos Estados Unidos da América e Canadá. Para inscrição e mais informações visite : http://pt.labjovem.pt/
Traços do Quotidiano
O Avental da Avó
O
Margarida da Silva
[email protected]
amigo Jess Loya enviou-me este artigo que achei muito interessante e que tomei a liberdade de o traduzir do inglês. Espero que os nossos estimados leitores gostem e lhes faça relembrar o avental da sua avó. Infelizmente, como desconheço o autor, não lhe posso dar o devido crédito. “ Julgo que hoje os nossos filhos não sabem o que é um avental. O uso principal do avental era para a avó proteger o seu vestido, pois ela não possuia muitos, e o avental era mais fácil de lavar e feito de fazenda mais barata. Além disso, o avental servia de pegas para retirar as panelas do forno. O avental era ideal para enxugar as lágrimas das crianças, e, em algumas ocasiões, usado para limpar orelhas sujas. No galinheiro o aventual era usado para trazer ovos, pintainhos
irrequietos, e, às vezes, ovos meios chocados para acabarem a incubação no forno morno. Quando recebiam visitas, o avental era um lugar ideal para as crianças mais acanhadas se esconderem. Quando fazia frio a avó envolvia o avental nos braços para se aquecer. Aqueles aventais grandes serviam para a avó limpar o suor da face enquanto cozinhava debruçada sobre o fogão de lenha. O avental servia para transportar gravetos e lenha para a cozinha e vegetais do quintal. O avental era usado para recolher as cascas das ervilhas e atirá-las fora. No Outono o avental servia para trazer as maçãs que caíam da árvore. Quando algumas visitas inesperadas apareciam a subir a rua, era surpreendente ver como avó usava o avental para limpar o pó da
mobília em poucos segundos. Quando o jantar estava pronto, a avó chegava ao balcão e abanava o avental para avisar os homens a trabalhar no campo que era hora da refeição. Levará muito tempo para que seja inventado algo tão útil que possa substituir o velho avental. Envie isto para aqueles que talvez conhecem e gostem da história do avental da avó.
LISBOA - A decisão do tribunal, a que a Agência Lusa teve acesso, acolheu a contestação de Eduardo Dias relativamente à não aprovação durante a reunião do regulamento de funcionamento do Conselho, mas rejeitou as restantes pretensões do queixoso, considerando nomeadamente que Fernando Gomes “não estava impedido de votar e ser eleito para o Conselho Permanente.” “Anulo a eleição do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas que teve lugar no decurso da reunião do Plenário do Conselho das Comunidades Portuguesas realizada nos dias 15,16 e 17 de Outubro de 2008 [...]
e determino a repetição da eleição, em nova reunião do Plenário do Conselho,” refere o texto do tribunal, assinado pela juíza Eleonora Almeida Viegas, datado de 30 de Abril. O tribunal notifica ainda o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) a convocar, no prazo de seis meses, nova reunião plenária deste órgão consultivo do Governo sobre questões de emigração para a repetição das eleições. O Presidente do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas, Fernando Gomes, considerou que a anulação das eleições daquele órgão foi baseada numa “verdade mentirosa,” acusando
a lista derrotada de ter “manipulado” todo o processo. “É uma verdade mentirosa que vingou temporariamente,” afirmou o conselheiro eleito em Macau. Para Fernando Gomes, “todo o processo do plenário em Outubro último foi manietado e manipulado pela comitiva onde estava o conselheiro do Luxemburgo e que integrava outros membros da lista A,” derrotada. O presidente do CPCP adiantou que o “recurso interposto pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros vai seguir para o Supremo Tribunal Administrativo
LEMBREM-SE: A avó usava o avental para colocar o pastel quente de maçã no parapeito da janela para arrefecer. As netas agora põe o pastel à janela para descongelar e, de certo, ficariam muito perturbadas só a imaginar os gérmens que podiam existir naquele avental... No entanto, não me lembro de alguma vez ter apanhado uma doença proveniente do avental da avó de que tanto gostava.”
O Conselho das Comunidades em Tribunal
Novo regulamento consular Publicado no Diário da República de 31 de Março, o novo Regulamento Consular apresentado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, prevê a criação de conselhos consultivos da área consular, junto de cada posto ou secção consular, “sempre existam, pelo menos, 1000 cidadãos portugueses inscritos”. De acordo com o Regulamento Consular, o conselho consultivo tem como competências, “produzir informações e pareceres sobre as matérias que afectem os portugueses residentes” na respectiva área consular e ainda “elaborar e propor recomendações respeitantes à aplicação das políticas dirigidas às comunidades portuguesas”. Os membros do conselho deverão ser nomeados até seis meses após a “entrada em funções de cada novo titular do posto”, sendo este organismo composto pelo titular do posto ou secção consular, que o preside; pelo assessor, adido ou conselheiro social ou cultural, quando existam; pelo coordenador do
ensino português no estrangeiro da respectiva área de jurisdição ou, caso não exista, por um professor de português ou encarregado de educação inscrito no posto ou secção consular; e ainda por “elementos representativos da comunidade portuguesa”, que não deverão ser menos de dois ou mais de 12. Estes últimos serão indicados de entre as associações de portugueses e nomeados pelo titular do posto ou secção consular, de acordo com o número de inscritos nos registos consulares. Os conselhos consultivos reúnem ordinariamente três vezes por ano, convocados pelo cônsul. Podem ainda reunir extraordinariamente por iniciativa do seu presidente ou por requerimento de, pelo menos, um terço dos seus membros, refere ainda o Regulamento Consular.
COLABORAÇÃO
Muito Bons Somos Nós
Joel Neto
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h, como eu queria agora ser professor... Aturar miúdos chatos, trabalhar a desoras, fazer ginástica com o ordenado – mas nunca, nunca temer pela minha sobrevivência. Discutir o estatuto da carreira, contar os dias para a pré-aposentação, imaginar a ginástica suplementar que um dia terei de fazer com a reforma – mas nunca, nunca temer pela sobrevivência da minha empresa. Aderir a uma greve, abdicar de um dia ou dois de ordenado em prol do bem comum, começar desde já a pensar na ginástica terrível que terei de fazer no fim deste mesmo mês sem aqueles dois dias de ordenado – mas nunca, nunca temer pela sobrevivência da actividade a que decidi dedicar a minha vida. É mau, ser professor? Tem as suas desvantagens – e, entre elas, a menor não é com certeza a tão pouca importância que tantas vezes as sociedades contemporâneas dão aos seus professores. Dos Estados Unidos à Austrália, do Brasil ao Japão e de França à Alemanha, como ainda recentemente nos mostraram os filmes “A Turma” ou “A Onda” – de todo o lado, tanto quando daqui mesmo, nos chegam exemplos do quanto a classe tem de lutar por um mínimo de atenção dos alunos e por um mínimo de reconhecimento por parte dos pais destes. O que está mal. Porque, se pensarmos bem, não há profissão mais nobre
do que a de professor. Comparado com um professor, um jornalista é pouco mais do que um inútil, destacando os pequenos e os grandes equívocos do quotidiano de uma forma quase lúdica, às vezes mesmo irresponsável. Comparado a um professor, um advogado é pouco mais do que um pária, um vampiro com o hábito de alimentarse dos desaguisados do dia-a-dia sem qualquer intenção profiláctica (e, aliás, fazendo-se muitas vezes pagar principescamente por isso). Comparado com um professor, um médico salva umas quantas vidas, mas não conseguirá nunca salvar a humanidade. Já os professores são provavelmente a nossa única promessa de um futuro melhor – a única esperança para essa humanidade. Devíamos ter mais respeito por eles. E porém, havendo professores em situação de trabalho precário, a esmagadora maioria desfruta de condição efectiva. E, havendo professores em escolas privadas de futuro incerto, a esmagadora maioria trabalha para o Estado. Compare-se isso com o momento vivido na economia privada e vira de imediato obsceno que haja centenas de milhar de portugueses dispostos a fechar escolas, bibliotecas e cantinas em defesa do estatuto da sua carreira. Pequenas empresas encerram todos os dias às centenas. Médias empresas encerram todos os dias às dezenas. Grandes empresas
Hora de decoro “Milhares de portugueses vão perdendo os seus empregos. Famílias à beira da fome, casamentos destruídos, suicídios – há de tudo. Entretanto, uns quantos fecham as cantinas aos miúdos e tomam de assalto as televisões para dizer que aceitam completamente ser avaliados, desde que não sejam nunca alvo de avaliação.” fecham todos os dias um pouco por todo o mundo, incluindo em Portugal. Milhões e milhões de pessoas vão perdendo os seus empregos. Milhares e milhares de portugueses também. Famílias à beira da fome, casamentos destruídos, suicídios – há de tudo. Entretanto, uns quantos fecham as cantinas aos miúdos e tomam de assalto as televisões para dizer que aceitam completamente ser avaliados, desde que não sejam nunca alvo de avaliação. Acho obsceno. isto sou eu a falar. Eu que sou uma peça de engrenagem – e que bem podia atirar-me amanhã mesmo da ponte sobre o Tejo sem que mundo ficasse mais rico ou mais pobre com isso. Agora tento pôr-me no papel dos donos das pequenas empresas, desesperados porque uma vida inteira de trabalho se lhes escoou entre os dedos sem que eles tivessem sequer tempo de dar por isso, e imagino como olharão para a inexorabilidade deste protesto. Depois tento pôr-me na pele dos presidentes de grandes empresas, desesperados porque uma vida inteira de trabalho se lhes escoa entre os dedos – e, com ela, as vidas de trabalho de centenas de outras pessoas que com eles colaboram há anos – e imagino o que acharão também eles do protesto dos professores. Achá-lo-ão obsceno. Desculpem-me o moralismo.
Mas todos nós temos amigos que pararam de aparecer nos lugares onde nos encontravam porque deixaram de ter dinheiro para o básico, quanto mais para os pequenos prazeres. Todos nós temos amigos que pararam de telefonar porque simplesmente deixaram de ter cabeça para os afectos, quanto mais para a conversa de circunstância. Amigos pobres, amigos ricos e amigos de classe média – todos a deitar contas à
vida, alguns deles às suas e às de uma série de outras pessoas. E de certeza que, como eu, muito gostariam agora todos eles de serem professores e de andarem a discutir o estatuto de carreira, seguros de que, melhor ou pior, essa carreira não acabará nunca.
in revista NS
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Comunidade da àrea da Baía despediu-se do Cônsul Geral Realizou-se no dia 8 de Maio de 2009, no S.E.S. de Santa Clara, por iniciativa de alguns amigos, um beberete de despedida ao Cônsul Geral de Portugal em San Francisco, Antonio Alves de Carvalho e esposa Teresa Sotto Maior Carvalho. Dezassete organizações estiveram presentes nesta despedida na área da Baía. Possívelmente outras haverá em diferentes áreas do círculo consular. Antonio Alves de Carvalho, tal como outros, criou o seu próprio estilo de se relacionar com a comunidade Portuguesa. Tribuna Portuguesa irá em breve entrevistar o Consul de Portugal para saber o que correu bem e o que é preciso mudar no futuro, para que as relações entre Portugal e as comunidades sejam sempre 17 Organizações quiseram estar presentes no beberete de despedida ao Consul Geral de Portugal em San Francisco claras e positivas.
Aspecto do Salão de S.E.S. de Santa Clara
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Antonio Alves de Carvalho, Consul-Geral em San Francisco
Teresa Sotto Maior Carvalho, emocionou-se na despedida
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COMUNIDADE
15 de Maio de 2009
50° Aniversário Matrimonial Ida e Fernando Dutra Filhos, nora e netos proporcionaram momentos alegres a seus pais e avós, o casal Ida e Fernando Dutra, de Long Beach, na comemoração dos 50 anos matrimoniais. A cerimónia aniversariante realizou-se no dia 25 de Abril, foi simples, mas muito significativa e teve lugar num restaurante da cidade de Wittier. Durante o repasto usaram da palavra Fernado Dutra Junior, Mary Dutra, Edmundo Macedo, Consul Honorário de Portugal, Alberto Sousa e Estela Simas e no fim os aniversariantes agradeceram as presenças e as palavras amigas e elogiosas que lhe foram dirigidas. Tribuna Portuguesa envia saudações aos casal Dutra.
Coisas & Loisas A Mariza já está ao nível de estrelato. Já se dá ao luxo de brincar com a voz da maneira que mais lhe apetece, numa sinfonia gestual de bom efeito. Os conhecidos fados de outrora tornaram-se agora em interpretações diferentes, melodiosas, de rara beleza cénica. Valeu a pena vê-la de novo. Os acompanhantes foram extraordinários. Mil pessoas em Turlock e 3 mil em Oakland. Manuel Eduardo Vieira vai representar a California no Concurso sobre o Empreendedorismo nas Comunidades. É importante que todos os anos tenhamos empreendedores nesses foruns de reconhecimento. Temos tanta gente, muitas delas desconhecidas do grande publico, que merece aparecer na ribalta e que possa demonstrar em Portugal todo o conhecimento adquirido “in this country of ours”. É importante que se leiam os Comunicados do Consulado-Geral de San Francsico, (pág. 14) porque muitos deles oferecem programas para jovens e para pessoas da terceira idade, além de tratarem de outros assuntos como concursos para diversas vertentes. De Portugal, às vezes, nem só mau vento... Concerto de Música Clássica Portuguesa na Igreja das Cinco Chagas
Integrado no dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, realizar-se-á um Concerto de Música Clássica Portuguesa na Igrela Nacional Portuguesa das Cinco Chagas, Domingo, 31 de Maio de 2009, pelas 2:30 da tarde. A Mission Chamber Orchestra de San Jose, executará o concerto, a qual interpretará pela primeira vez na Califórnia o Requiem dedicado à memória de Camões do compositor Portugues, João Domingos Bomtempo. Além da Orquestra, o Requiem será cantado pelo Deo Gloria Choir, composto por 50 elementos, sob a direcção de Sharon Xavier de Sousa. Entrada, antes do concerto $20 por pessoa, à porta $22. A não perder.
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CONVERSA COM JESUS Converse com Jesus todos os dias, durante nove dias orar: Meu Jesus em Vós depositei toda a minha confiança. Vós sabeis de tudo, Pai e Senhor do Universo, sois o Rei. Vós que fizestes o paralítico andar, o morto voltar a viver, o leproso sarar, Vós que vedes minhas angústias, minhas lágrimas, bem sabes, Divino Amigo, como preciso alcançar do Vós esta grande graça: (pede-se a graça com fé). A minha conversa conVosco, Mestre, dá-me ânimo e alegria de viver. Só de Vós
espero com fé e confiança (pede-se a graça com fé). Fazei, Divino Jesus, que antes de terminar esta conversa que terei conVosco durante nove dias, eu alcance esta graça que peço com fé. Com gratidão publicarei esta oração para que outros que precisem de Vós aprendam a ter fé e confiança na tua misericórdia. Ilumine meus passos, assim como o Sol ilumina todos os dias o amanhecer e testemunha a nossa conversa. Jesus, tenho confiança em Vós, cada vez mais aumenta a minha fé, por graças alcançadas.
COLABORAÇÃO
Rasgos d’Alma
Luciano Cardoso
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À mosca
[email protected]
inda na buliçosa década de sessenta – então rapazola espertalhote e bastante curioso em sair numa comédia com mais dois ou três amigos – lembro-me de ter ido pedir ao presidente da sociedade filarmónica lá da freguesia se podiamos usar o palco da sede para nos ensaiarmos. A resposta não se fez esperar: “E porque não, rapazes?...O palco está ali à mosca…” O nosso gracioso amigo José Àvila – que tem sabido fazer da sua merecida reforma um caso sério de exemplar dedicação ao jornalismo comunitário – foi-me há dias ao baú acuculhado das minhas adormecidas memórias teatrais e deixou-mo todo revirado ao desencantar-me distantes recordações que eu já julgava perpètuamente engavetadas. À curiosa pergunta que perspicazmente lançou na primeira página da última edição – Que é feito do nosso Teatro? – francamente, nao sei responder. É mesmo bem possivel que até ande por aí moribundo pelas ruas da amargura. Não sei. Já há muito “reformado” dessas cénicas andanças, não o posso confirmar. Ainda se a questão fosse posta noutros termos, – Como era feito o nosso teatro aqui há uns anos atrás? – aí, talvez pudesse dar uma boa achega. Quando cá cheguei, em fins de 78, e porque trazia ainda a fervilhar dentro de mim o irriquieto “bichinho” que me fizera pisar entusiásticamente o palco ao longo da minha juventude lá na redonda ilha dos meus amores, comecei logo a fazer ami-
gos que partilhavam do mesmo gosto. Os projetos foram nascendo e as experiências tornaram-se inesqueciveis para o resto das nossas vidas. Numa rápida recolha, ao passar os olhos por cima dos anos que já lá vão, constato que já lá vão trinta. Foi no começo da colorida década de oitenta, no acolhimento cultural da defunta Familia Portuguesa de San Leandro, que nos aventurámos com a ingénua peça “Dezembro Quente” a percorrer no frio Inverno as longinquas estradas da California para subirmos aos palcos comunitários ante o agrado geral da nossa gente imigrada. A semente estava lançada. Algum tempo depois, em San Jose, na agradável companhia de Tony Goulart, Luis Leonel, Décio Oliveira, Gina Goulart e Teresa Neves , entre outros, “O Repartido”, de Luis Miranda Correia, deu brado localmente ao associar-se ao saudoso agrupamento musical Placard num magnifico serão cultural levado a cabo com estrondo no Portuguese Athletic Club. Os aplausos e os elogios foram calorosos. O “bichinho” ganhava forças. O interesse tornou-se legitimo. Na temporada seguinte, de novo em San Leandro, tirando partido do regenerado entusiasmo local, o ambicioso texto “Tragédia dos Montenegros” emparceirado com a vistosa revista “Conflito Musical de Gerações” – onde figurava a castiça voz de Leonel Garrido e o talento instrumental dos irmãos Medeiros, exibiram-se com enorme êxito por toda a California lusa – a pedir mais e melhor. Aconteceu um ano depois, com a brilhan-
te encenação do intrigante drama de Luis Francisco Rebelo “Alguem Terá de Morrer”. Foi na formidável representação desse clássico enredo que então se incorporaram com o melhor do seu engenho, Inês Eiras, Elio Paiva, Antonieta e Artur Cunha de Oliveira. A cativante revista musical “Amor Aos Quadradinhos” – de novo, sob a inspirada batuta de Leo Medeiros, complementava o deliciante programa. O “show” era verdadeiramente espetacular. Atestam-no ainda hoje a opinião geral dos muitos que o presenciaram. Ainda há bem pouco tempo, fui interceptado em San Jose pelo casal amigo, Filomena e Manuel da Cunha Mendes – a quem esse reles “bichinho” do teatro que ensaiámos juntos no PAC aqui há duzia e meia d’anos continua a roer-lhes o “miolo”. Não admira. Deixou saudades. A explêndida peça “Grito de Outono”, de
Romeu Correia, é mesmo um primor literário que muito dignifica a virtuosa Arte de Talma. Com o José Mendes, o Joaquim Ávila, a Loraine e o José Barcelos, formámos um elenco jeitoso de amigos com talento e vontade de ir mais alem. O espetáculo deu nas vistas e apeteceu-nos fazer mais. Tentou-se. Mas a verdade é que nestas aliciantes lides de palco e seus bastidores, já não basta a velha carolice d’outrora para se poder chegar lá como deve ser. Há muito mais pelo meio. O teatro popular das danças e dos bailhinhos que anualmente nos embelezam a divertida época do Carnaval dão-nos sempre um cristalino ar da sua imensa graça. Só é pena, francamente, no resto do ano, termos por ai tantos e tão bons palcos à mosca.
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FESTAS
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Extraordinária Corrida de Toiros Sexta-feira, 12 de Junho 2009 Festa do CPSC de Stockton Praça de São João em Thornton
6 Bravos e Nobres Toiros 6 de Frank Borba & Filhos, de Escalon
Cavaleiro Alberto Conde
Matador Victor Blasquez
Grupo de Forcados do Aposento de Turlock
Novilheiro Jesus Chover
Banda Açoriana de Escalon abrilhanta a corrida Admissão - $20.00, Menores de 10 anos grátis
Haverá Comida e bebidas
COLABORAÇÃO
Sabor Tropical
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Desabafo
Elen de Moraes
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H
á uma musica do cantor Roberto Carlos que diz: “por que me arrasto aos seus pés, por que me dou tanto assim e por que não peço em troca, nada de volta pra mim...” Ao escrever não gosto de conjugar os verbos no presente, tampouco usar a primeira pessoa, porque prefiro contar historias, mas tenho observado, ultimamente, tantos amigos deprimidos, recolhidos em seus pensamentos, atrelados aos seus desenganos, voltados para si mesmos, e vejo tanta tristeza nos olhares das pessoas que cruzam meu caminho, pelas ruas, que tenho a impressão que estão sendo martelados por essa música, ininterruptamente, não sei se por causa de um grande amor que se foi ou está indo (quem sabe indo tarde) ou muito mais por se sentirem vilipendiados e roubados no que há de mais belo na vida: os seus sonhos! Sonhos de uma vida melhor, de ver os filhos bem encaminhados, de ver a justiça fazendo justiças, um governo mais transparente, etc. Tiram-nos tanto, sem nada dar em troca, que acabam tirando o nosso bem mais precioso que é a nossa vontade de lutar. Tiram-nos as nossas aspirações e querem que sejamos otimistas e que continuemos a rir e a encarar o futuro com a mesma alegria dos tempos da inocência. Por isso, passei a me preocupar mais do que deveria, com esse estado de coisas, mais do que desejo, sem saber se sou eu quem está “pra baixo” ou se são os outros. Não sabemos mais no que ou em quem acreditar. Há poucos dias estávamos ocupados com a crise financeira mundial e só falávamos e ouvíamos sobre esse assunto.
De repente, os jornais e as TVs já não comentam mais sobre quem está indo à bancarrota, que empresa caiu no despenhadeiro e o assunto saiu da pauta, mudaram o foco para a gripe suína. Será que esse vírus merece todo esse alarde, perguntam os e-mails que recebo. Quem “vive” na internet sabe a que me refiro: são dezenas de e-mails que recebemos por hora e eles também só falam da gripe e a maioria para comentar que tudo pode ser uma “jogada” dos laboratórios, dos governos, das pessoas interessadas em alguma coisa que nem ao menos sabem dizer o que é. Ficamos em dúvida se colocamos uma máscara no nariz ou tampões nos ouvidos. A angustia cresce. As pessoas se desanimam. Os desempregados se desesperam. Os famintos arregalam mais seus olhos, não só pela fome, muito mais de espanto pelos políticos que usam o dinheiro dos impostos arrecadados (somos a nação com as maiores taxas de impostos do mundo), que usam o dinheiro do povo para mandarem as namoradas e a família para a Disney ou Europa. E o que disse nosso Presidente Lula a respeito? Não sei, não entendi bem, no entanto parece que condenou o uso das cotas de passagens para turismo (um deputado havia mandado a sogra passear em Paris), mas afirmou que quando era deputado também pagou passagens para sindicalistas viajarem com ele até Brasília. Eu confesso que tinha “um pé atrás” com o nosso Presidente, mas desde que o Presidente Obama disse que Lula “é o cara”, e deu-lhe aquela tapinha de amigo nas costas, passei a enxergá-lo com a mesma simpatia que vi no sorriso do não menos simpático Pre-
Ao Sabor do Vento
José Raposo
sidente Barak Obama. Afinal o Homem sabe mais das coisas do que eu. Para completar minha preocupação, hoje uma amiga me repassa um e-mail e me pergunta “De quem é a culpa?”. Antes de ler o bendito, eu já sabia que me imputariam responsabilidade por mais alguma coisa pela qual eu não tinha mérito algum. Dito e feito: sou culpada por falar muito e não agir, por não fazer a minha parte, por não arregaçar as mangas e ir à luta (mesmo quando esta luta está proibida), mais
culpada ainda quando ponho a culpa nos outros pelas desgraças do mundo, enfim, sou culpada por ser culpada... E o texto termina assim: “Jamais perca tempo culpando outras pessoas por suas faltas ou pelas desgraças do mundo. Compreenda que o que importa na vida é aquilo que está sob seu controle. Você pode encontrar falhas nos atos dos demais ou nos seus, mas em vez de distribuir censuras ou culpas pessoais, aja para eliminá-las”. Um texto bonito, que veio sem autoria, muito bom para quem precisa de autoajuda, mas só um embasamento teórico que não faz muito eco com esse nosso momento. Do jeito que as coisas caminham por aqui... Parlamentar dizendo que está pouco se lixando para a opinião pública e tantas coisas mais, difíceis de “engolirmos”... Só mesmo “invocando” D. Pedro I para descer à terra, voltar ao Brasil, dar um passeio lá pelas margens do Ipiranga e, aproveitando o passeio, bradar aquele seu famoso grito que parece ter caído no esquecimento pela nossa gente.
Não somos todos Portugueses?!
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u não acreditei no que os meus olhos viam quando abri um envelope o qual continha os “Bylaws of the Portuguese Fraternal Society of America” e o “Agreement and plan or merger by and among”, I.D.E.S., S.E.S., U.P.E.C., e U.P.P.E.C.. Quantas vezes eu já escrevi no jornal e, publicamente, me manifestei que já há muitos anos deveriam ter acabado com esses “Pipis”?! Vasculhei os meus artigos, que mando para o Tribuna e a 15 de Agosto de 2006 escrevi o seguinte: “...Senhores membros do “board of directors”, são vocês que têm as rédeas nas mãos e são os membros que têm a última palavra. Não se deixem levar por pessoas que estão em posição de destaque e pensam que sabem tudo. Senhora liga das sociedades, faça uma reunião e veja se convence os membros a acabarem com esses “Pipis” todos que há por aí, pois muitos deles já nem piam. Façam uma única organização, da qual possamos ter orgulho. Vocês não se lembram do célebre anúncio, dum comprimido, lá nas emissoras radiofónicas das nossas ilhas e que começava assim: - “ A união faz a força? Comecei a ler os “Bylaws” e encontrei logo, na primeira página, algo que discordo. Não me vou
pronunciar pormenorizada e publicamente sobre o assunto, mas, deixo um alvitre a quem de direito, para analisar quais e a favor de que etnias vão ser promovidas as actividades. Ao fim e ao cabo, como o nome indica, será uma Organização Fratenal Portuguesa. Continuei a leitura e encontrei algo mais que, é deveras pertubante: a escolha do Secretário e Tesoureiro da sociedade. Se bem que a lei que rege as “Non-Profit Mutual Benefit Corporations, na secção 7213, alinea b) diga que “b) Except as otherwise provided by the articles or bylaws, officers shall be chosen by the board and serve at the pleasure of the board, subject to the rights, if any, of an officer under any contract of employment.”, eu pergunto: estamos ou não numa democracia? Como é que os directores vão dar o poder ao CEO para escolher o Secretário e o Tesoureiro? Não será poder demais para uma só pessoa? Será que a ditatura vai continuar? ais à frente, há um artigo sobre o Conselho Supremo e os seus directores que, na minha opinião, de acordo com os estatutos, não passarão de verbos de encher, pois que os mesmos não terão voz activa na supervisão ou autoridade dos ne-
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gócios da sociedade. Conclusão, terão um título e trabalharão para outros encherem os bolsos. Se for esse o caso, posso afirmar que a Portuguese Fraternal Society of America, será uma estátua com pés de barro e não conseguirá sobreviver ao mais pequeno movimento da falha de Santo André, a não ser que a Luso-American, depois, consiga levantar os escombros e assim ficaremos com uma só organização, mais forte e, talvez, mais capaz de poder enfrentar a concorrência do mercado americano. Louvo quem teve a ideia de dar um subsídio a um membro que seja orfão de pai e mãe e que tenha menos de 21 anos de idade. A quantia monetária não é grande, mas ajudará. Claro que estes estatutos terão de ser aprovados e, penso eu, ainda serão analizados antes de serem adoptados. Tenho a certeza de que os indivíduos responsáveis por essa fusão são pessoas competentes e devem ter advogados experientes para os aconselharem, a fim de que tenhamos uma organização da qual possamos nos orgulhar. Talvez haja por aí, ainda, algum “pipi”, que agora é galo careca, e nem para canja serve, que não gostará dessa união, mas, “ todo o perú tem o seu Natal.” Espero que as nossas Irmandades
do Espirito Santo e outras agremiações e clubes que por aí temos, incluindo Filarmónicas, que pensem bem e que sigam o exemplo das Fraternais. Não faz sentido algum haver quatro ou cinco organizações tão perto umas das outras, cujos membros são, praticamente, os mesmos. Vamos nos esquecer que somos de São Mi-
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guel, da Terceira, Pico, Faial ou outra ilha qualquer e vamos nos unir por cidade ou por condado para que, juntos possamos ter mais força. Ao fim e ao cabo, não somos todos Portugueses?!
jude os nossos patrocinadores comprando os seus produtos
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COLABORAÇÃO
15 de Maio de 2009
Os primeiros 100 dias de Obama
Reflexos do Dia–a–Dia
Diniz Borges
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comunicação social americana acaba de marcar os primeiros 100 dias da administração do Presidente Barack Obama. Claro que não se pode avaliar um governo, qualquer governo, de qualquer país e de qualquer ideologia, por apenas 100 dias de governação. Porém, diga-se a bem da verdade que estes foram 100 dias de modificações que nos levam a ter esperança nos próximos 100. Foi a 21 de Janeiro que Barack Obama tomou posse como o 44º Presidente dos EUA. Fê-lo com dois grandes mandatos do povo americano: corrigir os estragos que o Presidente Bush e os seus acólitos conseguiram fazer durante os últimos lamentáveis 8 anos e instituir uma série de políticas progressistas que incluam reestruturar o sistema de saúde e o aquecimento do planeta. Dirse-á, sem qualquer dúvida, que Obama não hesitou e começou a trabalhar logo que tomou posse. Primeiro veio uma das mais corajosas medidas tomadas no campo da economia em muitos anos. Orçado em cerca de 787 biliões de dólares, o pacote legislativo aprovado pelo Congresso nas primeiras semanas da administração de Barack Obama, vem criar muitos postos de trabalho, enquanto que, simultaneamente, investe na energia, nos transportes públicos, na educação e no sistema de saúde.
Mais, mantendo-se leal à sua promessa de acabar com a lei no Iraque, o Presidente anunciou a retirada das tropas do Iraque em 16 meses e uma reestruturação na luta que se trava no Afeganistão. Embora aqui discorde com o Presidente. Acho que o melhor para a América, e para uma paz duradoura naquela perturbada região, seria uma retirada gradual das tropas americanas. Apesar dos Republicanos terem
tentado sabotar tudo o que apareceu para melhorar a América, o povo não foi em cantigas. Desta vez, e por enquanto, não se deixam ir pelas fábulas da extrema direita que controla, cada vez mais o Partido Republicano. É que a vasta maioria do eleitorado continua a apoiar o Presidente e as políticas da sua administração. Aliás, mais importante do que apoiar o chefe do executivo nor-
Memorandum João-Luís de Medeiros
te-americano, o cidadão comum, pela primeira vez em vários anos, acredita que o pais está a caminhar na direcção do progresso. É a primeira vez em sete anos que a nação tem uma visão optimista sobre o seu futuro. Uma sondagem do jornal Washington Post e da ABC News, indica que 50% dos americanos acreditam que o país está a dar os passos certos. Recorde-se que em Outubro do ano passado apenas 18% dos americanos acreditavam que o país estava no caminho certo. É mais do que óbvio que o Presidente Barack Obama continua a receber o apoio do povo americano para que se institua uma série de políticas progressistas que venham beneficiar a maioria dos cidadãos e não apenas uma mão cheia de escolhidos, como o fez George W. Bush. Há que salientar que os primeiros 100 dias da administração de Barack Obama foram ainda marcados por um conjunto de medidas em que o Presidente, inteligentemente, se quis distanciar do seu antecessor. Logo no seu primeiro dia como chefe do executivo, Barack Obama mandatou o encerramento da prisão de Guatanamo em Cuba. No segundo dia deu ordens às chefias militares para planearem uma retirada do Iraque. Em escassos dias restabeleceu a dignidade à comunidade científica, abolindo as restrições nas pesquisas dos embriões, acrescentando que a sua administração fará “decisões
científicas baseadas em factos, nunca em ideologia.” Em Londres, na cimeira dos G20, e em outras capitais europeias, assegurou que a América quer ser um parceiro, trabalhar lado a lado com as outras nações do mundo. E abandonou a política estrangeira extremamente desastrosa de Bush que olhava para o mundo nos termos simplistas de que “quem não está connosco está contra nós.” Seguindo a sua promessa de campanha, de ter uma outra abertura com o mundo muçulmano deu a sua primeira entrevista como chefe de estado à rede televisiva árabe, A-Arabiya, na qual disse: “o meu trabalho para o mundo islâmico é comunicar-vos que os americanos não são os vosso inimigos.” Abriu o diálogo com o Irão, abrandou as restrições com Cuba e cumprimentou e falou com Hugo Chavez da Venezuela. No dia 29 de Janeiro promulgou uma lei que ajudará a estabelecer a igualdade salarial tornando mais fácil às mulheres apresentarem queixa em tribunal caso sejam discriminadas em termos salariais. Seis dias mais tarde, assinou outra legislação que aumentou um decreto federal que dá seguro de saúde a crianças filhas de pessoas com fracos recursos económicos. Ao promulgar essa lei, que permitirá seguro de saúde praticamente grátis a 11 milhões de crianças, que agora estão desprotegidas, o Presidente disse: “numa sociedade decente, exis-
tem várias obrigações que não estão sujeitas a negociações—a saúde das nossas crianças é uma dessas obrigações.” É por esta e por outras semelhantes que sempre apoiei este homem. Indubitavelmente, que estes foram os 100 dias mais produtivos duma administração americana desde o Presidente Roosevelt. Há ainda muito que fazer. Há uma amalgama de projectos em que o Congresso e a Casa Branca terão que congregar esforços. E terão que lutar para uma verdadeira política de renovação. Porém a América nunca teve tão esperançosa. Apesar da crise económica que nos assola, há uma áurea de esperança, um tom optimista sobre o futuro do país, dentro e fora das suas fronteiras. Há sobretudo um grande alívio, porque tudo indica que Barack Obama, mesmo remando contra a maré do Partido do Não, vai trazer à América a dignidade que se perdeu durante os últimos 8 anos. Se os próximos 100 dias forem semelhantes aos primeiros 100, haverá mesmo um novo renascimento do verdadeiro sonho americano
Episódio Poético
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uando optamos por recordar factos acontecidos na véspera, diria que nem sempre estamos a requentar memórias ou a esticar o tempo. Estamos apenas a reinventar correntes de ar para dissipar o nevoeiro do esquecimento indesejável. Imagino que os momentos poéticos acontecidos no Centro Multicultural de Cambridge, na tarde do passado 18 de Abril, terão servido de pretexto para aspergir os presentes com o perfume terapêutico-convivial da Arte. Felizmente, não houve estampidos publicitários! Bastou-nos o modesto espanto de estarmos vivos... Não interessa agora conferir se o evento terá provocado alguma ressonância musical de curiosidade, para além do espaço e do tempo em que o episódio poético aconteceu. Já aprendemos que cada comunidade tem o direito à (di)gestão autónoma das suas fomes artísticas ou dos seus banquetes sensuais... Como poeta, fui agraciado com mais um gesto de solidariedade cultural da nova geração de profissionais da diplomacia portuguesa, em serviço em Boston e New Bedford. Em tempos recentes, vimos notando que a comunidade Luso-
Americana tem beneficiado do entusiasmo operacional das cônsules drs.Manuela Bairos e Fernanda Coelho – profissionais com estilos interventivos diferentes, todavia agentes consulares empenhados na convergência democrática institucional. E pronto! Vou já passar o microfone à Poesia. O poeta apenas empresta a sua voz. 2 – Criadores versus Mercadores de Cultura Naquele tarde (Abril 18, 2009) em que celebrava (quase em segredo) o aniversário natalício de Antero de Quental, foi-me oferecido o privilégio de conversar com os presentes. Ladeado por poetas de confirmado valor, as palavras foram “saindo” sem preconceitos plásticos de modéstia politicamente correcta. Tive o pressentimento de ser sido escolhido para servir de atalho espiritual por onde a Poesia caminha em direcção ao mistério da simplicidade. Como poeta, tenho procurado gerir o salário do silêncio; creio que a aventura de meditar não deve entrar em delírio de confusão estética entre o “barulho” da justiça e o alarido do caos. Se morrer antes de saber se fui ou não digno cavaleiro da
mensagem, não haverá crise! Os mensageiros da poesia são meros protagonistas do episódio do ideal. A perenidade da mensagem – essa sim, é que conta... A meu ver, Cultura não deve ser parceira da indústria de “fogode-artifício” para idolatrar artistas. Cultura é uma cruzada na “encruzilhada” em direcção ao Belo. Daí que não valha a pena ignorar ou minimizar o percurso paralelo do talento, quando manipulado pelos “mercadores” do sucesso que lhes é endossado pelos agentes da criatividade... Tanto gostaria que a Cultura tivesse uma componente autónoma do fenómeno artístico, para não ser eleita como eterna “namorada” da política. Receio haja uma simpática confusão nas fronteiras entre arte, cultura, divertimento. A Poesia genuina não se adapta ao “pronto-a-vestir” das sebentas oficiais decretadas pelo mercado académico. Sabemos que há ainda poemas que chegam à rua cristãmente “agasalhados” com as tristes e saudosas roupagens do gongorismo; e há outros que são espectáculos destinados ao imediatismo da gratificação do talento mercantilista dos praticantes do “streap-tease” espiritual... Nada de zangas! O sol não entra em greve quando a sua luz
se comove com a sombra duma pétala... Imagino que a arte não se preocupa com democracia do Belo, embora muitas expressões artísticas sejam concebidas com o fito na própria reprodução... Vivemos todos sacudidos por uma interrogação que merece ser encarada: em plena maré-cheia duma crise em que milhões subsistem à míngua de bases essenciais (para terem o privilégio de um dia morrer com dignidade), a humanidade está novamente reunida para ensaiar um novo grito no velho palco da antiga tragicomédia. Consta que há dezenas de séculos, todas as religiões tentam amolecer o egotismo dos respectivos fiéis, mas continuam impotentes para decretar prioridades alternativas à biologia... Enfim, somos herdeiros de ideias que outros já pensaram... Naquela Esta tarde, viemos até Cambridge para conviver com a Poesia. Felizmente, somos todos poetas: uns deixam palavras semeadas na “terra lavrada” do papel; outros preferem ser o evangelho inspirador de notícias que os poetas alcatifam com palavras. Sempre que observo o sorriso divino duma criança, supostamente ceguinha de nascença (será que os cegos podem falar de cegueira?!),
sinto-me herdeiro duma pergunta antiga, que talvez tenha já a idade do mundo: - Ó criança-poema: - quem t’ ensinou a sorrir? ... no Deve & Haver da contabilidade da existência, as respostas escasseiam; mas as perguntas pululam como formigas. Coloquei os meus olhos na suposta direcção da expressão daquele par de olhos sumidos algures na vastidão do espaço. Foi então que murmurei de mim para comigo o retalho do poemeto escrito em 2002: ... na tabuleta da esquina do Nada está escrito: Ideia à vista!... a alegria da Paz está à vista! (ali mais à frente, na curva disfarçada do infinito...)
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Sabores da Vida
Temas de Agropecuária
Egídio Almeida
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...o fenómeno Californiano Está o aumento normal da produção na agropecuária da California com os dias contados? Ou repetir-se-a o fenómeno Californiano? É muito provável que a California continuará a ser o Estado de maior produção ainda por muitos e bons anos. A produção neste Estado no passado ano foi de 41.2 biliões de libras (1.3 % mais que o no ano anterior) comparado com 24.5 biliões de libras produzido pelo numero dois, Wisconsin, (1.6% mais que no ano anterior). Entre 1960 e 1985 a produção de leite na California quase que duplicou, alcançando os 17 biliões de libras. No ano 2001 duplicou novamente, e conta agora no presente com o crescimento de 28% desde essa data. Boas forragens e rações a preços razoáveis tiveram uma grande influência neste crescimento na produção, assim como elevados numeros de emigrantes e descendentes destes, com capacidade e inclinação para negócio, que se dedicaram e arriscaram tudo, eficientemente criando negócios muito superiores em numeros áqueles que haviam sido por muitos anos a média nacional.
Houve um constante crescimento na população, e o Estado tem uma relativamente favorável (Make Allowance) prémio de transformação, que encorajou novas e grandes fábricas, mantendo uma atmosfera de contínua produção e assim o leite nunca faltará. Como aconteceu em outras zonas, o contínuo aumento de bens de raíz (real estate) começaram a ser um factor importante. O impacto na California foi tremendo, e em determinada altura mais de metade do leite produzido na California era no Vale do Chino ao Leste de Los Angeles. A medida que esta área metropolitana crescia a passos largos, produtores do leite vendiam as suas terras para desenvolvimento a preços exorbitantes. Muitos mudaram-se para o Vale Central construindo grandiosas operações usando a favorável lei de taxas (1031 exchanges) Mas as coisas repentinamente tomaram uma direcção desfavorável - um declínio na produção de alfafa, a indústria do etanol, subsidiada pelo Governo Federal, altos precos da energia que por sua vez incendiaram a subida nos custo dos trasportes aumentando assim os preços das rações
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na California. Muito menos água esta sendo dirigida à agricultura, e para recorrer aos depósitos subterraneos há custos exorbitantes de energia. Porque a produção de leite cresceu mais rápido que a capacidade de fabrico dos produtos do mesmo, as maiores cooperativas penalizaram produtores que produziram mais leite que no ano anterior, e a California já não está isolada como no passado - o leite entra nas fronteiras do Estado vindo de Arizona e Nevada. As contínuas exigências do sistema regulador da California espalhou uma grande nuvem negra nas operações de produção de leite e fabrico do mesmo em diferentes produtos. A falta de água, e a qualidade da mesma, assim como a do ar, tendo em conta os baixíssimos preços do leite são maiormente as razões da crítica situação financeira desta industria. O tempo dirá o que tudo isto quer dizer em termos do futuro, numeros de vacas e produção de leite. Comparado com os níveis do ano anterior a produção de leite na California tem estado mais baixa em seis dos últimos sete meses. Quando os valores dos terrenos
Quinzenalmente convidaremos uma pessoa a dar-nos a receita do seu prato favorito, com uma condição - que saibam cozinhá-lo. A nossa convidada nesta quinzena é Fernanda Leite Pereira daCunha, nascida em São Jorge, casada com Hélio Cunha Melo e residente em Angra do Heroísmo,Terceira.
Bifes de Porco com Leite Temperam-se os bifes com alho e sal, umas horas antes de fritar. Embrulham-se em farinha de trigo, sacudindo bem. Fritam-se em margarina ou azeite. `A medida que se vão fritando, deitam-se num tacho, de preferência de fundo largo. Deita-se por cima dos bifes um pouco da gordura que sobrou. Cobre-se com leite, deixa-se levantar fervura, rectifica-se de sal. Acompanha com arroz ou puré de batata. Bom apetite!
no Chino e Vale Central recuperarem, vamos ver novamente as famílias da agropecuária em mudança, encontrando sítios no Sudoeste “Southwest” e Planicies Altas, “High Plains”, até lá não
parece que hajam muitas opções, mas não seria muito acoselhável que num futuro próximo dependessemos de produtos do leite importados da China, há que salvar esta grandiosa indústria Californiana.
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COMUNIDADE
15 de Maio de 2009
42ª Festa do Espírito Santo (S.E.S.) de Elk Grove Maio 17 - 24, 2009 Domingo 17, Maio - Quarta-feira 20, Maio 8:00 pm Recitação do Terco
Quinta - feira, Maio 21
7:00pm Rosário, seguido de Missa para os Doentes de Elk Grove
Sexta - feira, Maio 22
7:00 pm Recitação do Terço, seguida de Missa. 9:00pm Grande Noite de Fados, com Arminda Alvernaz (Pico), Soria Mejdoubi (Toronto), Avelino Teixeira (Toronto), Isalino dos Santos (Stockton). Trio “Sete Colinas” - Helder Carvalheira, Manuel Escobar, João Cardadeiro.
Sábado, Maio 23
1:00pm Almoço de bife e ostras para os amigos da festa (donors) 3:00pm Vacada no Parque dos Automóveis 6:00pm Recitação do Terco 7:00pm Jantar de Caçoila 9:00pm Apresentação das Rainhas e Baile com Alcides Machado
Domingo, Maio 24
8:30am Pequeno almoço para os participantes da parada 9:30am Parada desde o Salão do SES 10:45am Missa pelo Padre Eduino Silveira 1:30pm Sopas e carne para todos os presentes 2:30pm Arrematações no Salão de Jantar 8:00pm Jantar de Sopas 9:00pm Baile para todos pelo Conjunto “Progresso”
Sexta-feira, 29 de Maio Corrida de Toiros às 8 horas Praça de São João de Thornton Cavaleiro - Sário Cabral Matador - Mário Miguel
Forcados do Aposento de Turlock Forcados de Merced
6 Bravos e Nobres Toiros 6 Ganadaria de Manuel do Carmo Admissão $20.00 - Menores 10 anos grátis
Coisas da Vida Maria das Dores Beirão
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o passado mês de Abril, o nosso amigo David Borba celebrou o seu septuagésimo aniversário, o que por si só não parece motivo para esta conversa, não fossem as circunstâncias que fizeram deste evento uma verdadeira celebração de vida. Há cerca de nove anos o David foi diagnosticado com cancro e o prognóstico foi desvastador. No entanto possuidor duma força interior incalculável, só descoberta em situações de vida ou morte, escolheu sempre o lado das excepções e do imprevisível, criou uma rede de apoio com pessoas que infelizmente viviam situações semelhantes e demonstrou sempre uma esperança implacável que venceria a batalha. Os anos foram passando e o David foi encarando os obstáculos à maneira que iam aparecendo,
sempre com a tenacidade e calma que é apanágio da sua personalidade. Como membro do grupo Nove Ilhas, esteve sempre presente, recebendo muito apoio, carinho e respeito que hoje se mantem. A família, a parte mais importante da sua vida, esteve sempre presente na luta, nas dificuldades, na esperança e no amor Além de tudo isto, o David tornou-se um homem informado da sua situação, pesquisou todas as possibilidades e fez escolhas que achou de benefício para o seu estado de saude. Temos feito algumas digressões musicais, dentro e fora do país, em que o casal Borba acompanha o Hélio na viola da terra e nunca se fala em doença, o David está sempre presente, feliz com excelente aspecto. Se nos apercebemos de alguma coisa, é quando
... o prognóstico foi devastador a Júlia se esforça para que a alimentação seja apropriada. Temos passado momentos inesquecíveis com estes amigos. Enquanto na luta, e esta é constante, o David chegou a dizer que se contentava se chegasse aos setenta anos, o que parecia uma impossbilidade há nove anos atrás. Daqui a importância deste aniversário, para o qual a Júlia, os filhos, demais familiares e o nove ilhas, fizeram daquela celebração uma das mais belas e genuinas a que tenho assistido. ara o Homem do dia, foi tudo uma surpresa, presente os cinco irmãos e famílias, quatro vindos do Canada, um dos quais em situação de saude crítica. A surpresa foi no lugar de ensaio do grupo, para que ele não se apercebesse. Confesso, estava muito apreensiva, porque temo surpresas e as suas cargas emocionais, mas entre muitas lágrimas e abraços, o David era o homem mais feliz do
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mundo. A força do amor, a alegria daqueles irmãos, a inocência dos afectos que souberam transportar para as suas vivências, foram para mim o exemplo mais belo do que significa ser Família. Achei por bem partilhar este acontecimento, porque é exemplo que a mente pode ultrapassar grandes barreiras e vencer muitos males físicos e não só, que as atitudes de solidariedade são
pagas com solidariedade, que as verdadeiras amizades são para sempre e que sem esperança a vida é vazia. Já temos encontro marcado para os oitenta anos do David, mas até lá ainda teremos grande momentos de fraternidade, música e deste culto duma amizade que é quase tão velha como nós. Até à volta
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Agua Viva
Filomena Rocha
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POSSO mais “velhinha” mas cada vez melhor
A todo o Mundo vai chegando a Mensagem de Oração...
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á o Maio fez a sua exposição nas janelas, nas portas do quintal e assentou o seu espírito madrugador nos serrados das propriedades espantando os irrequietos pássaros das sementeiras que hão-de dar fruto em pouco tempo. Enquanto os girassóis hão-de abrir para desafiar o próprio Sol, os frutos espreitarão através da primaveril folhagem verde e lustrosa, para em breve nos regalarem com o seu saudável e delicioso sabor.
Este, é também o mês de celebrar o coração, principal motor da vida humana, o trabalho e o trabalhador, o campo, as aves, o Desenvolvimento Cultural, as Telecomunicações e tantas outras celebrações que valem a pena ter em mente e cuidar, como seja o Dia das Mães. Os jardins enchem-se de flores, onde as cores animam a vida de qualquer mortal menos alegre e inspiram os melhores pintores de tela. Para além das belas e sumptuosas orquídeas, as perfumadas e lindas rosas, flor de eleição da maioria das mulheres, a que mais se oferece a Maria, Mãe de Jesus, neste mês de aparição, por excelência, a três humildes pastorinhos de uma das mais remotas aldeias de Portugal, a Natureza tem o condão de nos encher os olhos de uma beleza inebriante, que é urgente cada vez mais respeitar.
Aspecto do Salão do I.E.S. de San José na Festa de Aniversário de uma das mais importantes organizações da California - POSSO (Portuguese Organization for Social Services and Opportunities)
Tem sido assim, aliàs, que Maria se tem apresentado sempre, aos mais humildes, aos mais inocentes, um sinal que todos deveríamos entender, mesmo os menos crentes nesta espécie de acontecimentos espirituais. A todo o Mundo, vai chegando a Mensagem de Oração e modelo de simplicidade no apelo à Paz, à Concórdia, chamando a atenção para a conversão dos pecadores, palavra que no nosso tempo parece estar fora de moda, fora do contexto de cada vida humana. Fátima, considerada o Altar da Mãe de Deus no Mundo, ainda é ponto de encontro de milhares de peregrinos. Linda foi a celebração e procissão de velas, transmitida pela R.T.P.. Os que não podem ir tão longe vão celebrando nos lugares onde se encontram e foi o que aconteceu na Igreja das Cinco Chagas, em São José da California, uma das poucas igrejas onde o Emigrante ainda vai podendo viver os rituais religiosos a que foi habituado na sua terra de origem. É bom que se aproveite enquanto dure, com modéstia e amizade, com o coração limpo, e trazendo, se possível, muitas crianças, muitos pastorinhos para acompanhar Maria, nossa Mãe, sempre atenta aos pensamentos de cada um dos seus filhos.
Direcção da POSSO - Mary Jo Rodrigues, James Pedreiro, Yvette Sousa, Manuel Bettencourt, Robert Espinosa, Vicky Borba Machado, Leonor Brasil, Joe Soares, Linda Andrade, Theresa Vieira, Emanuel Sousa.
Odilia Mendonça, Maria Amaral, Fátima Brum, Rita Fontes, Mary Sousa (Directora Interina), Mary Jo Rodrigues, Agostinho Bettencourt, Joe Nunes
1600 Colorado Avenue Turlock, CA 95382 Telefone 209-634-9069
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COMUNIDADE
Para comprar o DVD das Heroínas, telefone para
562-860-0855 ou 562-547-0055
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Passeio da POSSO CACHE CREEK E COLUSA Casino dos Indios Domingo e Segunda-feira, Dias 12, 13 de Junho 2 dias e uma noite
Saída - Domingo às 7 horas da manhã Regresso - Segunda-feira às 5 horas da tarde Pernoita-se no Comfort Inns e Suites, em Vacaville, com pequeno almoço grátis A POSSO já aceita cartões de crédito Visa / Mastercard. Para mais informações, favor contactar a POSSO pelo telefone 408-293-0877 ou então visite os nossos escritórios.
COMUNICADOS 1. O Consulado-Geral de Portugal em San Francisco apresenta os seus meihores cumprimentos às Associações e aos orgaos de Comunicação Social da California e junto tem a honra de remeter cópia de uma Circular da Direccão-Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas, respeitante à oferta de Assinatura de Jornais. O Consulado-Geral de Portugal em San Francisco aproveita a oportunidade para apresentar as Associaçöes e aos Orgãos de Comunicaçäo Social da California os seus melhores cumprimentos. San Francisco, aos 16 de Abril de 2009. 2. O Consulado-Geral de Portugal em San Francisco em aditamento ao Comunicado de 17 de Fevereiro ültimo, tem a honra de informar de que o prazo da entrega das inscriçöes para o II Encontro Mundial de Pessoas corn Deficiência das Comunidades Portuguesas foi prorrogado até ao dia 1 de Junho. A data da realização do Encontro foi, igualmente, alterada pelo que, mesmo terá lugar de 27 de Junho a 4 de Julho de 2009. Esta iniciativa pretende dar aos jovens portugueses e luso-descendentes portadores de deficiência que residam no estrangeiro a oportunidade de visitar Portugal. A ficha de inscriço está disponível no site da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas: www.secomunidades.pt. San Francisco, 17 de Abril de 2009. 3. O Consulado-Geral de Portugal em San Francisco apresenta os seus meihores cumprirnentos e tern a honra de cornunicar que, a semelhança dos anos aritriores, a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas vai organizar no corrente ano mais um Prograrna “Portugal no Coracão”, com o objectivo de levar a Portugal 40 idosos portugueses com rnais de 65 anos de
idade e que, por razöes de ordern económica, não tenham visitado Portugal nos últimos 10 anos. O Programa das visitas está organizado em duas edições: Maio e Outubro do corrente ano. As candidaturas para a época de Outubro terao que dar entrada no Consulado-Geral até ao próximo dia 15 de Julho. Os interessados pode solicitar as fichas de candidatura escrevendo para o Consulado-Geral - 3298 Washington Street, San Francisco, CA 94115, ou através do telefone (415) 346-3400 ou do Fax: (415) 346-1440. San Francisco, 29 de Abril de 2009.
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FESTAS
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Festa da Casa dos Açores
Fotos de Jorge Avila “Yauca”
A Tauromaquia com os seus pastores está cada vez mais presente nos Bodos de Leite, o mesmo acontecendo com o Folclore, como é tradicional. Nas duas fotos de cima pode-se ver o Padre Paulo Areias, vindo da Ilha do Pico, acompanhado pelo Presidente José e Luísa Brum, João Coelho, durante a Benção dos Animais.
Santa Maria sendo a primeira a ser descoberta, também é a primeira a desfilar.
Esta Festa da Casa dos Açores é das mais belas do nosso calendário religioso. É a mais fiel cópia das nossas festas açorianas, sem rainhas e aias, mas sómente representações de todas as ilhas nas suas mais simples e profundas tradições.
Cada Ilha trás a Hilmar as suas coroas, as suas bandeiras, a sua própria maneira de desfilar nas ruas. É interessante verificar-se que ainda há muita gente da nossa comunidade que nunca participou nesta festa, muitas das vezes por falta
de conhecimento da maneira como esta festa decorre. Aqui deixamos o convite a todos aqueles que nunca viram a simplicidade e a beleza desta bonita festa do Vale Central.
FESTAS
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Esq/dir: Luis Coelho, Norberto Machado, Cipriano Melo, Manuel Almada, Amaro Sousa, Roberto Vieira, Padre Paulo Jorge Areias, Jose Brum (Presidente), Vital Marcelino, Manuel Eduardo Vieira, Jose de Sousa, Constantino Sousa, João Azevedo, Julio Brasil. Sentadas: Conceição Vieira, Maria Almada, Helene Sousa, Odilia Vieira, Luisa Brum, Madalena Marcelino, Maria Sousa e Raquel Azevedo.
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FESTAS
15 de Maio de 2009
Festa da Casa dos Açores
O Corvo estava muito bem representado por estas lindas e bem dispostas criancas
José e Luisa Brum, nascidos no Pico, estavam orgulhosos, bem como todos aqueles que ajudaram esta tão linda festa. Nas outras fotos podem-se ver as tradições do Pico e as coroas de todas as ilhas e da própria Casa dos Açores.
COMUNIDADE
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COMUNIDADE
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Parabéns Jardim Infantil Dom Dinis Há vinte e cinco anos, em Setembro de 1983, a escola Daycare Preschool Dom Dinis (chamada então Jardim Infantil Dom Dinis) abriu as usas portas numa pequena casa, que fora remodelada e convertida em escola, na esquina de Alum Rock e King Road em San Jose. Quando começou tinha um objectivo duplo: assistir famílias que tentavam ensinar as suas crianças a manter e a desenvolver a língua portuguesa e acolher durante o dia crianças entre os 3 anos e a idade de ingresso no ensino básico (5 anos); e proporcionar o primeiro degrau no processo de educação ao longo da vida da criança tendo em vista a sua plena inclusão no sistema do ensino básico americano. Dois anos após a sua abertura, em 1986, sentiu a necessidade de se deslocar para um espaço maior e mudou-se para a rua 26 e Julian Street. Em Agosto de 1993 o edifício que alojava o antigo convento das Cinco Chagas ficou disponível e, uma segunda vez, a escola Jardim Infantil Dom Dinis mudou de lugar onde ainda hoje permanece. Durante estes vinte cinco anos a escola Jardim Infantil Dom Dinis adicionou um programa para crianças dos 18 meses aos 2.5 anos e muitas actividades extra-curriculares. O programa de Português original foi descontinuado pois destinava-se a crianças filhos de emigrantes portugueses nos Estados Unidos e o número destas crianças diminuiu consideravelmente. Em seu lugar, oferece agora um curso para a
aprendizagem do português como língua segunda para crianças que têm o inglês como língua materna. O Jardim Infantil Dom Dinis abriu com doze alunos (ver a foto na pagina 1) e uma equipa de duas educadoras de infância e uma auxiliar. Orgulha-se agora de mais de sessenta alunos, quatro educadoras de infância, duas auxiliares, uma administrativa, e uma directora pedagógica. Este ano é um aniversário muito importante para a escola Jardim Infantil Dom Dinis. Na sexta-feira, dia 12 de Junho, celebrará a sua vigésima quinta graduação. Vinte e cinco anos prestando serviços vocacionados para o desenvolvimento da criança, proporcionando-lhe actividades educativas e actividades de apoio à família. Durante estes vinte e cinco anos serviu mais de mil famílias e 712 crianças graduaram da escola Jardim Infantil Dom Dinis. Parabéns escola Jardim Infantil Dom Dinis e votos de outros tantos anos servindo a segunda e terceira geração de crianças do Jardim Infantil Dom Dinis.
GS
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DESPORTO
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LIGA SAGRES
Porto um digno Campeão
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Aliança Velha Aguardante $ 9.99
Casal Mendes - Rosé e Branco $1.99
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TAUROMAQUIA
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Los Acres - um lugar bonito!
Quarto Tércio
João Serra Coelho nasceu em Tomar, Portugal. Toureou pela primeira vez com 14 anos. Tirou a prova de praticante em 2000, toureou no Pico dos Padres em 2001 e 2002. A vida de um praticante em Portugal não é fácil. João toureou mais vezes em Espanha do que em Portugal, até que conheceu uma jovem americana de quem se apaixonou e a sua vida mudou radicalmente. A família da esposa já negoceia em cavalos árabes há mais de cinquenta anos. No rancho Los Acres, em Stockton, João e Terry tem à sua conta mais de cinquenta cavalos árabes. O jovem cavaleiro só poude trazer 3 dos seus cavalos de Portugal, já que dois não passaram nos testes. Terry e João pensam construir uma bancada no lado oeste da praça para poderem fazer espectáculos taurinos no futuro, com o primeiro já agendado para o dia 6 de Junho. João Serra Coelho toureou em Tulare no ano passado e está a treinar-se para poder responder a qualquer convite este ano.
[email protected]
José Ávila Atiro o meu chapéu ao ar por
ter tido a oportunidade de ver um belo tentadero/praça de toiros em Stockton. Tem 36 metros de largura e é todo feito em blocos. Parabéns a Terry e João Serra Coelho.
A temporada taurina vai começar a aquecer em fins de Maio e Junho e depois é sempre a eito. As organizações estão a usar senso comum em tempo de crise. Cartazes interessantes sem serem grandiosos. Importante é que os profissionais contratados se portem bem e mostrem todo o seu valor. De nomes grandes e de fracassos está o Inferno cheio. Em Las Vegas não se brinca a amendoins. Uma jovem empresa mexicana vai dar Cor-
ridas de Toiros na Arena do Casino South Point e os bilhetes custam sómente $550.00; $375.00; $265.00; $215.00; $160.00; $110.00 e $60.00. E muitos na comunidade ainda se queixam dos nossos bilhetes a $20.00.
A bonita Praça de Los Acres, no Jack Tone Road, em Stockton, é a cópia de uma em Espanha onde João Serra Coelho toureou. O Cavaleiro Eduardo Costa também compareceu nos Los Acres e até trouxe o seu cavalo albino “Zarco”, que já tem criação neste rancho.
Esta gravata preta ficará aqui até que as nossas organizações taurinas aprendam a devolver os bilhetes dos toiros depois dos porteiros os cortarem. O que acontece na California desde há anos, é que os patrocinadores pagam para que os seus serviços sejam publicitados nos bilhetes de toiros e depois mal se compram entrega-se ao porteiro, este fica com ele e no fim da corrida vai tudo para o lixo. Alguém pode compreender isto? Por lei, todo o cidadão, em qualquer país do mundo, tem direito a ter o seu recibo, mesmo que o bilhete seja oferecido.
Este é o futuro da Ganadaria de Joe Parreira!
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Maio
VISITAS OFFICIAIS & OUTRAS ACTIVIDADES Junho de 2009 Jun3 6: June 11: June 10: June 21: June 28:
1:00PM – Nevada Councils Tel: (775) 450-1684 6:00PM – Sacramento, Council #11 Tel: (916) 428-3883 7:00PM - U.P.E.C Symposium (510) 483-7676 Special Convention Tel: (209) 835-4341 Family Day Picnic Casa da Fruta (510) 483-7676
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ARTES & LETRAS
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Art Coelho - poeta luso-americano My Portuguese Blood Still Sings Somewhere my Pico blood still sings its ancestral depths like old barnacles clinging to every note of music fighting its chains; and when I drop my anchor of song the clock of emigration clicks so loudly it grows longer the distance that makes mincemeat of every current dream to return. I step back in shadows so deep that hope laughs at itself, but somehow it embraces the lost features of my face. I’ve witness my grandfather’s roof caved in. I’ve seen the tile smashed below in a thick odor of mold as if time had the mouth of a sea monster swallowing up the history of my destiny like a hungry whale devouring a shrimp bed. And in that infinitesimal but epic length of a steamer passage earmarked by Ellis Island’s physical checkup when my island cultural ties completely abandoned its arms and legs and torso. Will I eventually be able to look past tragedy’s grim eyes blackening my old spirit with a new America? It’s the sea that weeps a naked wind of an aching memory, it’s the skin that crawls out of an inherited nightmare, it’s the salt that speaks of discovery’s booty; and oh how it separated me long ago from my inheritance with waves so modern reaching over the decades that isolation bringing so rudely this Montana doorstep. I’ve been saturated with deaths on the Atlantic side from two great great uncles in whaling canoe accidents to a bushel full of close relatives from American suicides. Only one out of six in my immediate family is still alive. And only the remoteness of Fajã do Caldeira do Santo Cristo can make an honest smile on what I have left to live. I cannot travel as fast as my heart(I wish I could) that my blood was a bullet and I’d land on Pico’s rich breath in two seconds flat, but there’s no way to find a decent harbor when these singing waters lose the flight panel; and like a rock skipping across the surface we lose all the places in between where the blood could’ve been planted in hôrtencias and donkey paths. Time is not built to catch up to, and nostalgia is a terrible way to pull up slack where love can’t make it’s connection; and vision might as well be a thumb tack stuck in the cheek of the ass. Where does the party of the soul begin? Should it leap over the mold of centuries, bring a rainbow of faith to what we lose in emigration, and never fully understand the terror in grandpa’s eyes? We all suffer for a dream, but the loss is too high when you lose everything you were and everything you could’ve been. The islands are ancestors left behind( our people had good reason for leaving), but still they passed onto us new islands, and everything in America became money: the cost was paid in blood, the excruciating price had with it the fact of no longer seasoning with a rare spice the following generations with an intimacy of language; and this blood-kin limbo is a continuous price of that America-hungry bold Atlantic crossing. There is no safety value on longing: you cry, and that is your fate. Tears are your arrows shooting towards fortune and misfortune, towards the new bread of grandchildren without alibis. The smoke trails of the heart can go haywire. São Jorge embers when placed up beyond their roots cannot reach down low enough to sing our island fires.
Apenas Duas Palavras
We’re Sailing Through the Recession (for The Have-Nots) Without stocks nor bonds we’re sailing through the recession— without a mortgage or money in the banks or a pension or I.R.A.s’; and with flying colors we live as good as we ever did by scraping by car pooling canning fruits and vegetables no car payment no credit card debt no family business; but our neighbors are crying about not being able to retire now, or go to Mexico every year with the kids on spring break— because without investments we dream not beyond slim pickens— and just like the magpies in the alley that are agreeable to our laughter over small matters like never having to worry about having money or luxury or a new car, VCR’s, sofa, high-definition TV, RVs’— we still sleep in a tent rough it ‘cause roughing it is all we have the grit to carry on with hernia at work with a job that you never know for sure will be stable or where the work will be tomorrow, old boss and more bosses thrown in as financial situation worsens; and when you have to lie to yourself to keep it safe about this microscopic nest egg you’ve horded or you’d literally starve to death otherwise. I mean without a gravy train we are like hobos in a jungle, we start our simple fire get warm by it keep the heat bills frugal( don’t run heat a night when the temperature is above zero), and because of love for each other because poverty teaches wisdom to the poor and low-definition hunger; and the blessing is we’re alive, not bent out of shape like the others who had these unreal expectations— it’s like they think they earned the right to a full belly kids teeth straightened, American Dream never going tits up, but life isn’t like that; you might have your luck bank in tact, it too shines like the sun at times but the gray is coming, the stock market will crumble your ass to its knees, you better learn to expect it to throw you some curves some sinkerballs of huge doom shadowing you never thought possible before, and leave you high and dry to pound sand down a rat hole when things seem unseemly bleak to you. The only bargain we’ve made is to keep our head above water, loftiness a foreign word, to keep our dreams from sinking— and what are poor people’s dreams? It’s bouncing grandchildren on the knee that costs nothing and gives everything; it’s friends you can count on when the government’s out of tune, the economy on the blink, when Fort Knox has lost its dollar sign hard on, when CEO’s are on the make in catastrophes wake.
Diniz Borges
[email protected] Já aqui publicámos vários trabalhos do poeta luso-americano Art Coelho. Nasceu e passou a sua juventude no Vale de S. Joaquim, aqui na Califórnia. Há vários anos que reside no pitoresco estado de Montana, lá perto daquela maravilha que é o parque Nacional de Yellowstone. Uma das belezas naturais mais lindas que jamais vi. Art Coelho é pintor e é poeta. Já publicou vários livros e já expôs em várias partes do mundo. Apesar de viver em Montana continua ligado às suas raízes e escreve muito poemas sobre a sua ascendência açoriana. É com muito gosto que aqui publicamos alguns dos seus poemas. Abraços diniz And what do we care when we have simple pleasures a walk along the river mountains that know more than us and share that knowledge because time is free when you’re living right and cutting poverty’s fat hog in the ass. You can have it all if essence is your handle and reality is always naked for a good reason; and if I had one season to brag on it’d be the artist’s fact of blank canvases to fill, poetry to write, and stories needing to be told; and some young person’s wedding bells ringing and tadpoles in spring for a child’s eyes and all the gifts that can’t be bought and all the traveling you can do in your mind when God starts his fortune telling and Jesus knows too that snake eyes will pass and fruit will be plentiful again and so we take those steps knowing to be grateful, glad, treasure the moment like it’s a T-bone steak, a trip to Rio, a gal that’s willing and the charm to go with it— ‘cause it ain’t a completely sandy desert hopeless time; it’s time to pass the red wine, and we’ll have a party to cheer those less fortunate than us( and when we price things to single mothers they’ll get a good discount, old people on fixed incomes THE PRICE REMAINS THE SAME, people who have to drive long distances with high gas prices will pay less for services) till the bad times lessen and the thanksgivings quicken— till we slide home without bruises and job loss lacerations, till the gravy bowl returns and we do double back flip grins to wash it down with come morning, come hell or high water till our feet are on solid ground again.
serving the portuguese–american communities since 1979
Ideiafix
Miguel Valle Ávila
portuguese
• ENG L ISH SECTION
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Amazing Mariza “rocks” Oak land It is not every day that a Portuguese artist asks the Portuguese spectators to be quiet while she teaches the non-Portuguese speakers some Portuguese words and no obrigado, boa noite stuff. Guitarrada, saudade, mar, fado, terra, vinho tinto, …
Santa Clara’s Filarmonica U. Portuguesa celebrates 35 Founded in 1974, the Filarmónica União Portuguesa of Santa Clara, CA celebrated its 35th anniversary on April 19. Congratulations to this marching band for continuing our Azorean musical traditions.
From more traditional to re-invented or new age fados, Mariza gives it her all on stage. After several curtain calls, she gathered the two guitarists and sang the old-fashioned way — no microphone or artificial amplification. What an amazing feat for such a large concert hall. California had never heard such Silêncio que se vai cantar o fado! The audience was more silent than the phone company’s commercial. After a couple of standing ovations, she interpreted Luis Miguel’s “Te extraño” in flawless Spanish and Roy Orbison’s “Crying” that truly resembled an English-language fado. Of the many dozens of fado concerts I’ve witnessed over the years, I had never before seen five standing ovations and the crowd of this size — of all ages and national origins (from Asia, Europe, Africa, the Americas, and even Oklahoma) — on its feet jumping up and down as if in a rock concert. And all this to the sound of “Rosa Branca.” AMAZING MARIZA was the entry on my Facebook just after exiting the Paramount Theatre. A friend, Joseph Furtado, soon added “Mariza always delivers a masterful performance, but last night was very special. Through her special blending of African and Portuguese sounds she has firmly implanted fado roots and taken it to a new level. The success of that endeavor was quite obvious last night.”
After three months of touring throughout North America (US and Canada), Mariza closed her tour on May 2, 2009 at Oakland’s Paramount Theatre. For those who have never set their feet on this theatre, it was built in 1931 in a majestic Art Deco style and was more recently (1973) remodeled to the glamour days of the early 20th century. Between the impressive orchestra and the balcony levels, it sits 3,040 spectators. And on May 2nd and as part of the San Francisco Jazz Festival, almost every single seat was taken to see “our” Mariza, the newly acclaimed Queen of Fado, marvel and “rock” the thousands who join her for her farewell performance of her North America tour. And what an evening it was… This performer who was born in Mozambique of an African mom and a Portuguese dad, who was raised in a small apartment above a taberna owned by her family in Lisboa’s Mouraria district, who started singing Fado at age 5 at 9 PM in her parents’ taberna but had to be in bed by 10 PM after singing her three fados, who ventured into new forms of fado (as Amália Rodrigues did in the mid-20th century), who was recognized internationally before being recognized in her own country, who was the first Portuguese artist to be nominated for a Grammy Award and won the BBC World Music awards three times, whose voice resembles a Portuguese guitar (even when one is not accompanying her), whose feeling and emotion transposes cultures and languages, who is proud of her country and her people. Her band included Angelo Freire on Portuguese guitar, Diogo Clemente on acoustic guitar, Marino de Freitas on bass, Vicky Marques on drums and percussion, and Simon James on trumpet, piano, and keyboard. The youthfulness of the two guitar players and percussionist were striking and what talent, not just playing for Mariza, but during an instrumental guitarrada and solo performances. When was the last time you saw a standing ovation during a fado concert for a drummer? Simply amazing!
When over a thousand Portuguese voices responded when she asked “Há portugueses aqui?”, the feeling of national pride similar to the singing of our national anthem, “A Portuguesa,” during a World Cup game or an Olympic gold medal, ran through our verde-rubra veins. I still remember being told by a professor that orgulho (pride) was a bad thing in the Portuguese culture; orgulho is what Mariza brings to all of us when thousands of non-Portuguese gather to see and listen to the best we have to offer — our culture, our language, our poetry, our music, and our talent. Orgulho is after all good for our ego and even to our health. Mariza is indeed our “rock” star, our national ambassador, and the orgulho que nós temos em ser portugueses e luso-americanos!
Modesto Portuguese-American celebrates 98th birthday Isabel Brasil, or “tia Isabelinha” as she is known among her friends and family, celebrated her 98th birthday on April 19 at a convalescence home in Modesto, California surrounded by loved ones. Mrs. Brasil, the daughter of an Azorean man who had spent time in California working in the early 1900s and who promised “No son or daughter of mine will immigrate to this land,” immigrated to the US as part of the Azorean Refugee Act in the 1960s. She was responsible for helping the rest of the Santo António, São Jorge, Soares clan come to California. Mrs. Brasil continues to have her bright smile and her lucid mind. Happy birthday, tia Isabelinha!
So here’s my recipe for a great fado tonic: 1 part vinho tinto, 1 part orgulho luso, and Mariza q.b. (quanto baste - to taste). And did I mention that it’s also good for your health? À nossa saúde! Mariza’s latest album, Terra, is available on Amazon, iTunes, and other popular retailers.
From left: Niece Nazária Soares, nephew João Soares, sister Madalena Lemos, nephew José Franklin Soares, nephew Francisco Daniel Soares, nephew Manuel Albano Soares, and niece/stepdaughter Gilda Brazil surround Isabel Brasil.
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ENGLISH SECTION
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Do meu Jardim
Alicia Filomena Cota
Put Your Hands Together for Clã
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hen most people think about Portuguese music, they usually refer to Brazilian music or Fado. Soon, this will no longer be true… One my way home from school I was listening to NPR (National Public Radio). A program named The World plays one song a day from a different region of the world. On this day, NPR played Adeus Amor by a Portuguese band from Porto who is one of the few Portuguese-speaking bands on Portugal’s Top 40 list. Clã, which means clan in English, is a Portuguese band with pop/rock influence and a modern-jazz vibe. So what makes this band worth mentioning today? In short, it is Clã’s commitment to writing and singing in Portuguese. In Clã’s interview with NPR, lead singer Manuela Azevedo was asked whether she feels connected with Fado. Her response, “Because the way that the language sounds has that kind of soul that Portuguese people and Portuguese music has. So if we have any connection with our culture it’s because we sing in Portuguese.” As mentioned before, Clã is one of the few Portuguese-speaking
bands on Portugal’s top 40 lists, which makes this band courageous for singing in Portuguese. Many Portuguese artists choose to sing in English to be better recognized. Yet, Clã is standing up for the beautiful language that makes up Portuguese and is finding a large fan base in and outside of Portugal. Portuguese Não fosse um sentido de humor apurado Que me faz viver um sonho acordado Não via tão claro o sentido da vida E tudo seria bem mais complicado English If my sense of humour wouldn’t be so acute Allowing me to dream while awake I wouldn’t see so clearly, the meaning of life And all it would be far more difficult Not only does that band sing in Portuguese, but they also
Another Portuguese Saint April 26, 2009 became the day that officially one of Portugal’s unofficial “saints” was canonized by the Vatican. NUNO ÁLVARES PEREIRA was born in Portugal on 24th June 1360, most probably at Cernache do Bomjardin, illegitimate son of Brother Álvaro Gonçalves Pereira, Hospitalier Knight of St. John of Jerusalem and prior of Crato and Donna Iria Gonçalves do Carvalhal. About a year after his birth, the child was legitimized by royal decree and so was able to receive a knightly education typical of the offspring of the noble families of the time. At thirteen years of age he became page to Queen Leonor, was received at court and was created a knight. At sixteen years of age, at the wish of his father, he married a rich young widow Donna Leonor de Alvim. Three children were born to the union, two boys who died early in life, and a girl, Beatrice, who would eventually marry Afonso, first Duke of Bragança, son of King João I. When King Fernando died, without an heir on 22nd October 1383, his brother João, became involved in the struggle to win the Lusitanian crown, which was being contested by the King of Castile, who had married the daughter of the dead king. Nuno took João’s side. He wanted him as his constable, that is commander-inchief of the army. Nuno led the Portuguese army to victory on various occasions up until the battle of Aljubarrota (14th August 1385), which brought the conflict to an end. The military capabilities of Nuno were, nevertheless, tempered by a deep spirituality, a profound love of the Eucharist and of the Blessed Virgin, the main foundations of his interior life. Totally dedicated to Marian prayer, he fasted in Mary’s honour on Wednesdays, Fridays and Saturdays and on the vigil of her feasts. The banner he chose as his personal standard bore the image of the cross, of Mary and of the saintly knights
James and George. At his own expense he built numerous churches and monasteries, among which was the Carmelite church in Lisbon and the church of Our Lady of Victories at Batalha. Following the death of his wife in 1387, Nuno did not wish to marry again and became a model of celibate life. When peace finally came, he gave the bulk of his wealth to the veterans, the rest he would dispose of in 1423 when he decided to enter the convent of the Carmelites which he himself had founded, taking the name of Brother Nuno of Saint Mary. Animated by love he abandoned power to serve the poor: it was a radical choice for a life, bringing as it did to a high point, the authentic path of faith which he had always followed. With this choice, he left behind the weapons of war and power in order to be vested in spiritual armor as the Rule of Carmel recommends. He would have wanted to withdraw to a community far away from Portugal, but the son of the king, Don Duarte, prevented it. No power could stop him from dedicating himself to the convent and above all to the poor, whom he continued to help and serve in every possible way. For them he organized a daily distribution of food and never hesitated in responding to their needs. The Commander of the King of Portugal, chief officer of the army and victorious leader, founder and benefactor of the Carmelite community, when entering the convent did not want any privileges but chose the humblest rank of a lay brother, putting himself at the service of the Lord, of Mary his ever venerated Patron, and of the poor in whom he recognized the face of Jesus himself. Of significance too was the day of the death of Brother Nuno of Saint Mary: it was Easter Sunday, the 1st April 1431, and what following it was that he was immediately acclaimed a saint by the people who called him
“O Santo Condestavel”. While the fame of Nuno’s holiness remained constant and grew over time, more complex was the interim period of time leading to the process of canonization. This process was begun by the Portuguese sovereigns, and then by the Carmelite Order. But many other obstacles were to get in the way. Only in 1894 did Fr. Anastasio Ronci, then Postulator General of the Carmelites, succeed in introducing the process of recognition of the cult ab immemorabili of Blessed Nuno, which despite the difficulties came to a happy conclusion on 23rd December 1918 with the Decree Clementissimus Deus of Pope Benedict XV. Even the relics were moved many times for the original tomb in the Carmelite church, until finally in 1961 on the occasion of the sixth centenary of the birth of Blessed Nuno, a pilgrimage was organized with the precious silver reliquary in which they were kept. Shortly afterwards this too was robbed and the reliquary never found. In their place some bones, relics from other places, were gathered together and preserved. The discovery of the site of the original tomb in 1996, together with some authenticated bone fragments, awakened the desire to hasten the proclamation of Blessed Nuno as a saint in the church. The Postulator General of the Carmelites, Fr. Felipe M. Amenós y Bonet, took up the cause again and this was collaborated by an approved miracle in the year 2000. The required inquiries having been undertaken, the Holy Father, Pope Benedict XVI made the proclamation of the decree of the miracle on 3rd July 2008. During the Consistory of 21st February 2009 he indicated that Blessed Nuno would be enrolled in the list of saints on 26th April 2009.
write their lyrics in a poetic Portuguese syntax that one often finds in Portuguese culture. The words reflect the sort of relationship Portugal has with the rest of Europe as it sits alone on the far west. Although Clã does not feel connected to Fado, listening to their music reminds me of the poignant passion behind Fado. For this reason, I recommend Clã to the young and old. In addition, I propose we support more Portuguese-speaking bands like Clã who make statements about the Portuguese culture. Here is a sample of their lyrics from the song, Utilidade do Humor (The Usefulness of Humor). This song is on their most recent album Cintura and describes the goodhumored nature of the people from her hometown, Porto. For the full interview on NPR: http://www.theworld.org/node/26113 For Clã’s website and information on where to buy or listen to albums: www.cla.pt
Watch “Fados” with your ears and heart “Fados”, a film by aclaimed Spanish director Carlos Saura, will play for one week at the Kabuki Theater in San Francisco, beginning June 5, 2009. “Fados” features performances by Carlos do Carmo, Mariza, and others, as well as archival footage of Amalia Rodrigues and Alfredo Marceneiro. Brazilian singers Caetano Veloso and Chico Buarque are also featured, as well as young Caboverdian sensation Lura. The musical performances, not all of which are fados, are interspersed with lengthy episodes of what we used to call “modern interpretive dancing.” In a March 6, 2009 New York Times review of the film, Manohla Dargis concluded, “’Fados’ is a celebration of human expressivity that, with a stripped-down soundstage and some extraordinary bodies, allows you to appreciate how emotion becomes art.” I viewed “Fados” last spring at the San Francisco International Film Festival. My reaction was mixed. The music was wonderful, as was the archival footage. The dancing was a tedious distraction. And the only reason I knew that some of the footage was of Alfredo Marceneiro was that I recognized him and his distinctive, evocative voice. None of the other performers were identified. The viewer either recognized a singer, or walked out of the theater thinking, “Who was that guy who sang while leaning against the doorway?” The film also lacked any narration or explanation of fado. Another quibble: The publicity for “Fados” stated that the film included a performance by Caboverdian diva Cesaria Evora. I attended the showing with Caboverdian singer/composer Amandio Cabral, who has known Cesaria most of his life. Either Amandio and I both blinked at the same time during the film, or Cesaria wasn’t in it. I would advise skipping “Fados,” except that the music was so beautiful. Amandio and I were both particularly impressed with Carlos do Carmo. And I was moved to tears when Chico Buarque (whom Raimundo Franco once described as the “most Portuguese” of the Brazilian singers) sang “Fado Tropical,” as footage of the Carnation Revolution of 1974 was shown in the background. That scene alone was worth the price of admission. The performances in “Fados” are contained in a CD titled “Fados by Carlos Saura: The Original Soundtrack.” When I recently checked on Amazon, however, the CD was priced at more than $50, and Amazon was out-ofstock. So, if you can, do see this movie-with your ears and with Anne Treseder your heart. Playing June 5-11, 2009 at Kabuki Theater, 1881 Post Street, San Francisco, CA 94115
FESTAS
PROGRAMA
Terça-feira, 6 de Maio até quinta-feira, 28 de Maio 7:30 pm Rosário no Salão do MPPA
Sexta-feira, 29 de Maio
7:30 pm Rosário 9:00 pm Actuação do Conjunto Maurício Morais e Michelle Romeiro, de Massachusetts
Sábado, 30 de Maio
10:00 am Bodo de Leite, seguido de leilão e almoço no Salão. Actuação do Grupo de Juventude # 24 do Luso
29
7:30 pm Rosário no Salão 8:30 pm Baile com o Conjunto Raça 9:00 pm Apresentação das Rainhas
Domingo, 31 de Maio
8:30 am Formação da Parada 10:00 am Missa na Igreja de St. Stanislaus, celebrada pelo Monsenhor Ivo Rocha. Seguir-se-à as Sopas servidas no Salão do MPPA 2:00 pm Leilão 7:00 pm Sopas serão servidas 8:30 Baile com Mauricio Morais e Michelle Romeiro, de Massachusetts
Segunda-feira, 1 de Junho 8:00 Corrida de Toiros
Grande Corrida de Toiros Segunda-feira, 1 de Junho 2009
Festa do MPPA de Modesto, Praça de Stevinson às 8 horas
6 Bravos Toiros 6
da Ganadaria Açoriana, de Turlock Cavaleiro Paulo Ferreira
Cavaleiro Rui Lopes
Matador Cesar Castañeda
Grupo de Forcados de Turlock
Admissão - $25.00
Presidente da Festa do MPPA - Joseph e Raechel Bairos; VP Julio e Judy Teixeira; Secret: Monique e David Valance; Tesour: John e Maria Vieira
Os portões abrem às 5 horas da tarde
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ENGLISH SECTION
15 de Maio de 2009
California Chronicles
Ferreira Moreno
A
ccording to George Ferguson, (Signs & Symbols in Christian Art), “because of the many scriptural references to the Eye of God, the eye has come to symbolize the all- knowing and ever-present God. In the later period of Renaissance painting, the Eye of God surrounded by a triangle was used to symbolize the Holy Trinity. The eye within the triangle, surrounded by a circle and radiating rays of light, suggested the infinite holiness of the Triune God.” Barbara Walker, (Symbols & Sacred Objects), wrote that amulets depicting an eye were popular among ancient Egyptians. For instance, ‘‘two eyes were painted or cut upon coffins and sarcophagi and other articles of funerary equipment. They were also painted on the bows of boats. The Two Eyes were usually interpreted as the eye of the Moon and the eye of the Sun, and were believed to be prophylactic against all manner of evils. To this day, boatmen all around the shores of the Mediterranean believe that similarly two eyes must be painted on their
boats, lest the boat should lose its way.” As Walker pointed out, “the old Egyptian symbol known as the Eye of Horus is rather incongruously perched on the Great Seal of the United States, and on every U.S. dollar bill. The reason seems to be that designers of the Great Seal were strongly influenced by Freemasonry, which had adopted a number of Egyptian religious symbols, this among them. The eye within a pyramid originally represented the god enclosed, during his dead period, awaiting rebirth. He was entombed in the underworld, but his soul remained alive and watchful, as indicated by the open eye.’’ Also, according to Walker, ‘‘human beings react strongly to representations of the eye. One reason that has been cited is the vital importance of eye contact between mother and infant immediately after birth, as an aid to establishing the bond that will ensure the infant’s survival. Medieval Europe greatly feared the powers of the evil eye attributed to witches, but men and even clergy could have it too.”
Quite an eyeful In the Bible, the word eye can refer to the eyes of humans and animals as well as to a person’s look or appearance. The word also appears in a number of phrases and whose metaphorical senses. A person eye is evil is one consumed with jealousy, envy, or malice toward another. Eye can be used in connection with the heart or mind; therefore, those who are without understanding can be spoken of as having their eyes blinded. God is often pictured with multiple eyes. Eye also appears in the names of springs or fountains in the Old Testament. (Harper’s Bible Dictionary). J. C. Cooper, (An illustrated Encyclopedia of Traditional Symbols), noted that the eye is ‘‘a symbol of all sun gods and of their life-giving power of fertilization by the sun; their power is incarnated in the god-king. Eye symbolizes light, enlightenment, knowledge, vigilance, protection, and stability. The stars, the eyes of the night, are the eyes of the sky gods and represent neversleeping watchfulness. The eye as applied to sacred architecture is the opening he-
Portugal Day 2009 There are many events planned in the month of June in honor of Dia de Portugal! Mark your calendars and we hope to see you there! The festival flyer is attached – please feel free to forward the flyer and this email with all the events to friends and family, and post to your Facebook and MySpace pages! Dia de Portugal Classical Portuguese Concert Sunday, May 31, 2009 At Five Wounds Portuguese National Church, at 2:30 p.m. The Mission Chamber Orchestra from San Jose, will play the Requiem of Camões, written by the Portuguese composer João Domingos Bomtempo, for the first time in the USA. The Deo Gloria Choir, composed of about fifty singers, will join the orchestra, so there will be one hundred people performing simultaneously. 2nd Annual Dia de Portugal Cultural Dinner Friday, June 5th, 2009 At The Tulare Historical Museum - Heritage Room at 6:00 p.m. Dinner will be served at 7:00 p.m. followed by dancing with the music of Lino & Nelson. Contact
[email protected] Dia De Portugal Festival - Sausalito Saturday, June 6th, 2009 At The I.D.E.S.S.T. Hall, (511 Caledonia Street Sausalito, California) at noon. The event will feature Portuguese-American artists, Portuguese food, cheese, wine, baked goods, pastries, and Portuguese music, dance and vocal groups primarily from the North Bay. Contact
[email protected] Dia de Portugal Lucheon Sunday, June 7, 2009 At the Newark-Fremont Hilton Hotel at 12:30 p.m. Portuguese Flag Raising - Tulare Wednesday, June 10, 2009 The Portuguese Flag raising will take place at the City Hall in Tulare. Contact
[email protected] Annual Day of Portugal Golf Tournament Thursday, June 11, 2009
At Stevinson Ranch, Tulare at noon. the Portuguese Education Foundation of Central California, is proud to announce the 6th Annual Day of Portugal Open Golf Tournament. The golf tournament organized by the Foundation, works in conjunction with many other events held throughout the Central valley to benefit and support higher education for students of Central California. Contact: paulsoares@sbcglobal. net Comedy Night - Portuguese Americana Style! Friday, June 12, 2009 At Grupo De Carnaval Cultural, 1612 Alum Rock Ave in San Jose, CA 95116, Out of the Gutter Comdey troupe will perform from 8:30 p.m. to 11:00 p.m. Dia de Portugal Festival - San Jose Saturday, June 13, 2009 At History Park San Jose (Kelley Park), 1650 Senter Road, from 10:00 a.m. to 7:30 p.m. There will be a Parade at noon, Philharmonic Bands, Portuguese Folklore, Brazilian Dancing, Food from Portugal, Azores, Madeira, Macau and Brazil, Children’s Carnival, Portuguese Artists’ Exhibition, Portuguese Book Faire and Portuguese Cooking Demonstrations. It will be a full day of fun and entertainment for all ages. Mass in honor of the worldwide celebration of Portuguese Culture and Values Mass in honor of the worldwide celebration of Portuguese Culture and Values at: Our Lady of the Assumption Church, Turlock Saint Aloysius Church, Tulare Saint Elizabeth Church, Sacramento Five Wonds Church, San Jose Contact your church for more information. Submit information
avenwards in the center of the dome of a temple, cathedral, lodge or any other traditiqnally constructed world center. It represents the solar door giving access to celestial regions. The eye of the heart is spiritual perception, illumination and intellectual intuition. The single eye is either symbolic of evil as with the Cyclops or monsters of destructive power, or as the single eye of enlightenment, the eye of God and of eternity. A triangle with an eye in the center is the “All-seeing Eye”, signifying omnipresence and omniscience. In the Occident the right eye is the sun, the eye of the day and the future, with the left eye as the moon, the eye of the night and the past. Ir the Orient the position is reversed. The peacock feather can take on the symbolism of the eye.” To describe a sudden turn of events, the Portuguese would say it happened ‘‘while the devil rubs one eye.” In closing, the following proverbs: Before you are married keep your two eyes open; after you are mar-
about Dia de Portugal events in your community!
ried shut one. We are born with two eyes, but with one tongue, in order that we should see twice as much as we say. You can see the eye of a needle but fail to see the eye of an axe. The hen’s eyes turn to where she has her eggs. If you cannot use your eyes, follow your nose. God sees what the devil hides. Eyes can see everything except themselves. We see faces, not hearts. Use your eyes in the field and your ears in the forest. A greedy eye never had a full belly. Eyesight is more powerful than hearsay. One eyewitness is better than ten earwitnesses. The eyes are the mirror of the soul. Keep one eye on your plate and the other on the cat.
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15 de Maio de 2009