Tribuna May 1 2009

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  • Pages: 32
QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

1 a Quinzena de Maio de 2009 Ano XXIX - No. 1062 Modesto, California $1.50 / $40.00 Anual

As Capas mais lindas do Mundo!

RECONHECIMENTO

São Jorge reconhece Batista Vieira e Tributo A Câmara Municipal das Velas, São Jorge, no dia do seu padroeiro a 23 de Abril, atribuíu Medalhas de Prata a Batista Vieira e ao Conjunto Musical Tributo, pelo grande contributo que ambos têm dado ao desenvolvimento social e cultural do Municipio das Velas. Parabéns a todos. ARTE

Que é feito do nosso Teatro? Já nem nos lembramos qual foi a ultima vez que houve teatro na nossa Comunidade. Já foi há tanto tempo. Vimos outro dia uma foto de 1986 de uma peça de teatro, onde estava Cunha de Oliveira, Antonieta, Luciano Cardoso, Inês Eiras, Hélio Paiva. Outros tempos. Com tantos bons actores que temos na nossa comunidade (basta vê-los nos Bailinhos de Carnaval) podia-se e bem fazer um bom grupo de teatro a nível de toda a California. Quem dá o primeiro passo?

Extraordinária foto de Jackson Nichols, fotógrafo freelance, em Gustine 2008. Jackson vai publicar um livro de fotos sobre as Festas.

SATA reduz $400.00 na viagem de 8 de Junho

Como resposta à pouca afluência de viajantes para os Açores, devido à crise económica, a SATA resolveu reduzir em $400.00 dólares o preço da passagem do dia 8

de Junho, com regresso a 29 do mesmo mês. A passagem ida e volta custará $850.00 mais taxas. Ver anúncio na página 23.

C o n v en ç ã o Es p e c ia l e m Junho vai de c idir

União da IDES, SES, UPEC e UPPEC O Conselho Supremo da Irmandade do Espírito Santo do Estado da California (I.D.E.S), Conselho Supremo da Sociedade do Espírito Santo do Estado da California (S.E.S.), Conselho Supremo da União Portuguesa do Estado da California (U.P.E.C.) e o Conselho Supremo da União Protectora do Estado da California (U.P.P.E.C.) resolveram

unir-se, tomando o nome de PORTUGUESE FRATERNAL SOCIETY OF AMERICA. Nos dias 20 e 21 de Junho vai haver uma Convenção Especial para a aprovação oficial da união. Tudo leva a crer que esta convenção dará o seu apoio a esta união de fraternais.

[email protected] • www.portuguesetribune.com • www.tribunaportuguesa.com

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SEGUNDA PÁGINA

EDITORIAL SATA mais barata...

A

s páginas das Festas do Espirito Santo e não só, e que são elaboradas com muito trabalho pela Irmandade do Espirito Santo IDES, ocupam cinco páginas do nosso jornal. Recebemos muitos telefonemas por causa desta lista. Já agora vou-vos pedir um favor. Façam sentir aos responsáveis das vossas festas, que forneçam todas as informações das festas no principo do ano, para assim a IDES poder atempadamente publicar as mesmas quer na internet quer através do Tribuna. Não se esqueçam disso. Infelizmente muitas organizações não compreendem o beneficio desta lista.

A

SATA baixou os preços na viagem de 8 de Junho com regresso a 29 do mesmo mês, em $400.00 dólares por pessoa. Decisão acertada e queremos crer que em outras datas poderá acontecer a mesma coisa. A crise económica mundial obriga a que as companhias aéreas sejam inovadoras, inteligentes e acompanhem os desejos dos seus clientes. Esperemos que a SATA possa responder bem à nossa comunidade.

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evemos sentir-nos bem, quando um dos nossos é reconhecido na sua terra natal. Infelizmente a RTP Açores deu a noticia tão apressadamente que só conseguimos reconhecer os cabelos brancos de Batista Vieira em menos de 5 segundos, mas logo a seguir a mesma RTP Açores (descaradamente) gastou quase 4 minutos a falar no jogo Santa Clara-Boavista. Critérios que não se compreendem. À atenção do nosso amigo Pedro Bicudo.. Obrigado RTP Açores pelo mau servico que prestaste. Já estamos acostumados. Noticiários assim nem no tempo do Chico Baeta. jose avila

1 de Maio de 2009

O teste da porta e o Dia da Mãe

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ez esta semana seis anos que nos mudámos para Modesto. Parece que foi ontem, mas já vimos Modesto crescer substancialmente, já temos mais netos, muitos mais amigos e estamos mais velhos. O Tribuna evoluíu imenso no seu aspecto gráfico e de colaboradores, enfim, foram seis anos de muitas coisas boas. É normal quando uma pessoa se muda que as congregações religiosas te batam a porta a oferecerem os seus préstimos. Aconteceu-nos em Milpitas e em San José. Também sucedeu o mesmo em Modesto. A cena era interessante de recordar. Batiam à porta e ao abrir as pessoas diziam donde vinham. Educadamente eu dizia mais ou menos isto: “Olhe, eu voulhes fazer uma pergunta muito simples. Se responderem sim, os senhores podem expor as suas ideias e nós conversaremos o tempo que for preciso, se responderam não, a conversa acabará aqui. Está bem? Perguntava eu? Sim senhor, respondiam eles. Muito bem, a pergunta é esta - “a mulher na vossa

congregação religiosa tem os mesmos direitos que o homem? Pode a mulher ascender aos cargos que os homens ascendem?” Não, diziam eles. Então despedíamo-nos e eu convidava-os a regressar quando a Igreja ou a religião deles tivesse a mulher no mesmo pedestal que tem o homem. Isto aconteceu talvez uma duzia de vezes. Infelizmente nunca mais me bateram a porta. É pena, não é? Já agora lembro o artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos do Homem: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.”

E

stava a pensar dar um nome a esta nossa conversa. Levei algum tempo a pensar que título é que haveria de dar. E então uma luz apareceu no fundo do tunel. Lembrei-me de um nome de uma coisa que eu adoro e que não é muito comum em todas as

Crónicas do Perrexil

J. B. Castro Avila nossas Ilhas. Desde pequeno que sou um apaixonado por esse produto e quando vou às Ilhas fico um bom bocado a olhar para ele, a parti-lo e a cheirá-lo. Chama-se simplesmente PERREXIL, ou como é conhecido noutras terras o Funcho do Mar. Até há uma cidade no Brasil com este nome. Perrexil em curtume é algo de fabuloso, para acompanhar pratos de peixe e derivados. Uma maravilha da terra. Na Graciosa havia muito perrexil, mas lembro-me que a primeira vez que fui à Boca do Inferno, no Guincho, Sintra em 1960, fiquei pasmado com a abundância do perrexil. Enchi dois sacos de plástico e ofereci-os aos meus tios que viviam em Queluz. Eles nunca tinham visto daquilo e ficaram também viciados. O ano passado em conversa com uma senhora, numa das nossas festas, ela dizia-me que tinha um canteiro cheio de perrexil. Eu prometi-lhe ir visitála, mas perdi o contacto e agora peço-lhe que me telefone, pois eu irei alegre e prazenteiramente a sua casa encher um saco plastico para curtir. O Perrexil

é uma planta endémica da Macaronésia e Europa Ocidental. Se nunca experimentaram não sabem o que estão a perder.

E

sta cena passouse em Tracy numa tarde de toiros há anos. No intervalo passei por um grupo de homens, todos eles já bastante idosos, onde se discutia acaloradamente a primeira parte da corrida. “Uma autêntica miséria, Isto está cada vez pior, Estas Corridas de Praça não prestam para nada, Os Toiros parecem bezerros”. Enfim, era tal a sinfonia de palavras dignas de registo. Um dos mais velhos, nunca disse nada e quando o disse, falou assim: “Ó seus toleirões. Vocês alguma vez viram toiros de Praça na nossa terra?” “T’ás doido ou quê, eram vinte escudos, eu não os tinha para o gastar, responderam todos quase em uníssono”. Voltem lá para a segunda parte e aprendam a ver toiros.. seus bananas. E a segunda parte começou 15 minutos atrasada.

Year XXIX, Number 1062, May 1, 2009

COLABORAÇÃO

Tribuna da Saudade

Ferreira Moreno

P

or razões a que até o próprio diabo não tem a mínima expectativa de acesso ou possível compreensão, aparentemente continua acesa nos Açores a controvérsia àcerca da legitimidade em içar nos quartéis locais a bandeira representativa da Região Autónoma dos Açores. Não é minha intenção destacar pormenores ou apontar nomes da oposição, incluindo militares de alta patente e comando. Igualmente, não tenciono memoriar o que aconteceu com as bandeiras ao tempo do governo de Mota Amaral. De preferência, atrevome a narrar uma caricata situação que, aqui há anos na Califórnia, se criou à volta de bandeiras expostas na frontaria dum restaurante pertencente a um açoriano. Franklin de Oliveira, presentemente aposentado, quando era proprietário do restaurante

“Captain’s Cove”, situado em Cannery Row, cidade de Monterey, teve de comparecer na Câmara Municipal a fim de explicar e justificar a presença de três bandeiras (americana, portuguesa e açoriana), em frente do edifício. A esse respeito, na minha coluna “Pois é, c’más coisas é”, publiquei a mini-paródia que ora passo a transcrever do (já extinto) jornal “Portugal-USA”, edição de 10 de Dezembro, 1986. O título, fácil de adivinhar, foi precisamente “A Guerra das Bandeiras”. “Estava eu na minha oficina de trabalho rindo-me a bandeiras despregadas com as últimas alvoradas àcerca das brigas das bandeiras entre generais e ilhéus, quando alvoraçado me entra p’la porta dentro o meu afilhado Francisco das Olivas. Este rapaz, por sinal muito esperto, trata-me sempre por Godfather (padrinho), ainda mesmo antes de abrir o seu

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A Guerra das Bandeiras popular e concorrido restaurante “Angra do Capitão”, onde se bebe bem e come-se melhor. Pelos vistos, um disfarçado general, com medalhas pregadas no cu das calças, fora inaculado p’ra fazer inspecção ao comércio e indústria, localizados na Avenida das Canarías, na cidade de Lata de Sardinhas, imortalizada pelo laureado John Steinbeck, autor das novelas Cannery Row e Tortilla Flat. O despacho oficial não se fez esperar: “Você tem de retirar imediatamente as bandeiras em frente ao restaurante”. Tudo isto porque o meu rico afilhado, que se preza de ser simultaneamente um grande patriota e um bon vivant, tem três bandeiras a adornar a entrada do seu mui atractivo estabelecimento de comes-e-bebes. Ora estas bandeiras (a americana, a portuguesa e a açoriana), que de há muito se desfraldam, garridas e catitas, marcando uma autêntica presença poliglótica nessa zona turística, foram consideradas uma afronta à supina soberania dos escalões

militares. Mas o meu afilhado (benza-te, Deus) não arredou pé, nem tão pouco se acobardou perante a ameaça do general. E tal qual o nosso compatriota Zé dos Cocos ripostou: “Antes morrer empanturrados que em paz desconsolados”. Claro, o general perdeu as estribeiras e foi às nuvens. E num arroto de intensidade sismográfica, cheirando a vinha d’alhos, gritou a plenos pulmões: “Tu vais mas é p’ró xelindró”. Imperturbável, o Francisco das Olivas retorquiu: “Ó seu pedaço d’asno, se pretende spika inglês, diga City Hall e não xelindró”. E, sem mais delongas, o meu afilhado dirigiu-se à Assembleia dos Cravos, onde disparou o ultimato: “As minhas bandeiras continuarão hasteadas pois que, além de serem símbolos polifórmicos, elas representam a Liberdade Yankee, o Império Alfacinha e a Autonomia Regional. Nestas bandeiras estão espelhadas a hamburger, a caldeirada e a alcatra. O mesmo não se pode aplicar àqueloutras bandeirolas no fim da Avenida das Canarías, em frente ao Balneário das Lontras (Aquarium)”. Aparentemente, a simples menção do recém-inaugurado balneário avolumou-se em trunfo e bisca, pois que rumores de nepotismo, favorecendo aquela nova atracção turística e aquática, estavam já a escoar e a escorrer p’la cidade Lata de Sardinhas. Tanto assim que os membros da

Assembleia dos Cravos, numa decisão peremptória e inabalável, receando o reaparecimento fantasmagórico de Steinbeck, concordaram polifonicamente na resolução oficial de que as três bandeiras, içadas à entrada do restaurante Angra do Capitão, eram parte integral do património local. P’ra selar este voto de tamanha magnitude, comercial e industrial, foi adicionada uma proposta de lei p’ra que a próxima reunião da assembleia tenha lugar na Casa de Pasto do meu afilhado, a quem eu já aconselhei que ofereça como repasto gastronómico umas apetitosas e suculentas Sopas do Espírito Santo e Polvo Guisado com canjirões de vinho verde. O restaurante “Captain’s Cove” abriu em 1974 e fechou em 1999. Na lista de cocktails, confeccionados pelo Franklin, destacavase PORRA TONTA, preparado à base de rum, licor de maracujá e sumo de ananás. Da “Sapateia Açoriana”, de Vitorino Nemésio, este par de quadras: Bandeira do Espírito Santo Posta de sangue coalhado, Com borlinhas como em manto P’ra príncipe encantado. No dia de ajustar contas, Se as dos bodos não chegarem, Teremos bandeiras prontas, P’ràs torres que nos restarem.

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COLABORAÇÃO

1 de Maio de 2009

When I was a kid...

Da Música e dos Sons

Nelson Ponta-Garça [email protected]

Presente e futuro da Juventude na Comunidade Portuguesa Part II (Conclusão)

Continuação dos excertos da minha apresentação na Conferencia Luso American Education Foundation - É cristalinamente inquestionável que no passado, qualquer grupo étnico tinha grande dificuldade em assumir as suas raízes por questões de integração social. Aconteceu com os Portugueses, Irlandeses, Italianos e Ingleses ao longo das ultimas décadas. Hoje, felizmente, não é assim. Temos ídolos em que nos revemos e é moda ser-se de outro País. Jovens não fogem a regra... - Em geral penso que a abordagem a presente situação da comunidade deve ser positiva mas sempre baseada na necessidade de re estruturação, baseada em mediadas e acções sólidas, realistas e progressivas. - Já não somos os Portugueses “pobrezinhos que imigraram há muitos anos”. Somos um povo estabelecido. - Existem realidades extremistas! Por um lado, aqueles que vivem fechados na comunidade Portuguesa com uma integração mínima no país de acolhimento. Outros, completamente integrados, mas com um distanciamento assustador da realidade de quem nasceu ou viveu em Portugal. - A continuidade das organizações Portuguesas no próximo século, na minha humilde opinião, ira depender da capacidade de transmissão de “testemunho” entre as gerações que edificaram a presença Portuguesa no estrangeiro e os seus filhos e netos. -Há que se acabar com o conceito de se fazer algo porque já se faz 30, 40 ou 50 anos!

Soluções? Consolidação das entidades no sentido de se tornarem mais efectivas e menos “Tribalistas” ou bairristas. Renovação, baseada nos elementos que nos levaram a edificação do Presente Património das Comunidades Portuguesas, de que muito nos devemos orgulhar. Novos mecanismos de comunicação no sentido de aproximar os cada vez mais dispersos Luso Descendentes. Nos dias de hoje comunica-se e estabelecem-se redes sociais de uma forma muito diferente. Já não é a volta da fogueira ou a rezar o terço… (devia ser...) Mas, é através de redes virtuais online, com tudo de bom e de mau que isso acarreta: Email, Myspace, facebook, Star Tracker… Apostar no poder político e na continuidade da representação que os Portugueses tem fora de Portugal. Acabar, sem preconceitos e com confiança com tradições rituais e outras manifestações sociais que já não fazem sentido e iniciar novas actividades, sempre baseadas nos princípios dos nossos antepassados mas com uma nova contextualização. Coragem dos lideres fundadores dos alicerces da nossa comunidade Portuguesa na diáspora de efectuarem mudanças. Agora! Antes que seja tarde de mais. Vamos reflectir… Imagine-se uma comunidade Portuguesa edificada por um fenómeno de imigração como aconteceu na altura do vulcão dos capelinhos, mas no ano 2009! Como seria a comunidade Portuguesa 10, 20, 30 anos depois… Uma realidade muito diferente...



by

Christine Mittelstead

Tulare A camera pans across a few head of black and white cows grazing across lush green rolling pastures criss-crossed by hedges of wild blue hydrangeas, the teal blue sea in the background. My avo always had hydrangeas growing in her yard. They were not always the favored blue color, mostly they were pink. But she always had those plants in her yard. My mom never grew hydrangeas that I remember. Now, after seeing this video I think understand why they were always there at my avo’s house. Just like I understand more now why my avo always grew the big purple grapes over the arbor by the garage and then made his own wine. When I was a kid, I liked the fact that there was always a gallon jug of A&W root beer in the refrigerator during the summer. When the

root beer was gone, he used those jugs to bottle up his homemade vinho. Seems like there was always one of those jugs under the kitchen sink, in their house and in ours. It tasted like pretty potent stuff whenever I got brave enough to take a sip from my mom’s glass. My avos also had a huge fig tree by the garage. Warm ripe figs right off the tree, the best. He grew taro and kale in a small garden. He used to have a dairy, and even in his retirement he always kept a few head of cattle around. My avo, my mom, and my aunt used to play guitar and sing on the Portuguese radio when the girls were young. When I was a kid, my mom and avo would sing songs from the old country at the special programs the radio station would put on. I didn’t really understand what they were singing about, but they always sounded so sad. My avos only went back to the Azores once, around 1959. I’ve

looked at the pictures they took on this trip, all in black and white, showing all the relatives they left behind. The little stone houses and rock fences. The pictures don’t show the natural beauty of the islands, what my avos grew up seeing every day. The pictures don’t show the emotion of missing loved ones either. The pictures just looked kind of dismal, so when I was a kid it made sense to me that they left to come to America. I’ve never lived anywhere else but California, but as I get older the feeling of nostalgia to go see where my people came from gets stronger. My mom never got the chance to visit the islands and I’ve always felt sad for her that she didn’t. Saudade, so many meanings. It not only means homesickness for your or your ancestor’s homeland, it also means a longing to have the people you miss most and the times you remember spending with them back in your life.

A Outra Voz

Goretti Silveira

P

recisamente um ano antes de celebrar o seu Quinquagésimo Aniversário, a Escola das Cinco Chagas, melhor conhecida por Five Wounds School, vai fechar as suas portas para sempre. A Escola das Cinco Chagas pertence à Diocese de San Jose, a segunda maior instituição educacional do Condado de Santa Clara. Das trinta e três escolas primárias católicas da Diocese de San Jose, vinte e uma são anteriores às Cinco Chagas e onze posteriores. A primeira, Saint Claire, em Santa Clara, foi fundada em 1856; a última, Sacred Heart Nativity School, em San Jose foi fundada em 2001. A escola Five Wounds School foi fundada há quarenta e nove anos pelo Reverendo Padre Mario B. Cordeiro para apoiar os filhos de imigrantes portugueses da paróquia e abriu em Setembro de 1960 sob a administração das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição. Desde o início, atraiu crianças das diversas etnias representadas na vizinhança como o atesta as fotos e os apelidos dos alunos daquele tempo.

Já há vários anos que se falava na possibilidade de fechar a escola por falta de alunos e sabe-se que o assunto chegou a ser discutido em reuniões do Conselho de Finanças da Paróquia das Cinco Chagas. Inesperadamente, no dia 29 de Março, os paroquianos das Cinco Chagas, aqueles que foram à missa, receberam uma carta assinada pelo Pároco, o Padre Anthony J. Mancuso e pelo Director da Escola das Cinco Chagas, Rod Tieman. No entretanto, estranhei que o cabeçalho impresso da carta fosse da Escola das Cinco Chagas e não da Igreja das Cinco Chagas e que faltassem as assinaturas dos nove membros do Conselho de Finanças da Paróquia que, embora existam simplesmente na capacidade de apoiar e aconselhar o Pároco, normalmente ocupam lugares importantíssimos na vida duma paróquia. Também, como membro da paróquia senti-me excluida da dita carta datada do dia 24 de Março. Agradece-se à comunidade da escola, professores, pais, alunos, antigos alunos, e amigos. Tudo indica que a decisão foi feita a nível de escola e não de paróquia. Será que o Conselho de

Finanças foi consultado? Quando uma paróquia investe o que a nossa Paróquia das Cinco Chagas investiu numa escola, e quando existem dívidas relacionadas com essa escola, que nós os paroquianos teremos que pagar no futuro, acho que a decisão deveria ter sido nossa. No mínimo, as assinaturas do nosso Conselho de Finanças da Paróquia deveriam ter estado presentes numa carta com o cabeçalho impresso da Igreja Nacional Portuguesa das Cinco Chagas ou Five Wounds Portuguese National Church, mesmo que fosse “Só para inglês ver”. Admito que nada sei sobre o protocolo indicado no encerramento duma escola. Sei sim que existem muitas maneiras de fechar uma escola tal como existem muitas maneiras para abrir uma escola. E, agora também sei, que encerrar uma escola é doloroso e que deve ser feito com muita consideração e compaixão. São muitas as vítimas: professores desempregados e alunos deslocados mas não só.

Conclui na página 12

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COLABORAÇÃO

Muito Bons Somos Nós

Estado policial

Joel Neto

“Que os médicos devem começar a cumprir horários, não duvido. Obrigá-los a fazêlo quando os hospitais continuam escassos, disformes, sobrecarregados e fundamentalmente perigosos, é um absurdo.”

[email protected]

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anto quanto diz respeito à esmagadora maioria dos portugueses, apenas uma pequeníssima parte dos problemas da nossa Saúde vem diagnosticada na Carta de Princípios de Coimbra. Diz o documento, elaborado por um think tank avalizado pelo próprio Ministério, que os doentes oncológicos não têm todos acesso aos mesmos tratamentos. Que os tratamentos que lhes são ministrados nem sempre são alvo de decisão colegial entre as especialidades competentes. Que muitas vezes os hospitais não conseguem dar resposta atempada a casos atempadamente diagnosticados. Que regra geral os serviços de oncologia estão pouco optimizados – e que, de resto, faltam especialistas na matéria, tanto em resultado de uma abertura insuficiente de vagas anuais como de uma pedagogia que esgota o entusiasmo do candidato muito antes de efectivamente o colocar em contacto com a área. E, no entanto, não diz tudo. Não diz, por exemplo, que a situação é a mesma (e muitas vezes pior) numa série de outras especialidades. Que os rostos desta coisa toda, portanto os hospitais, são em muitos casos Babilónias de aspecto (e às vezes de funcionamento) rigorosamente terceiromundistas, onde se entra com um resfriado e se sai com uma pneumonia. E que, de resto, não só os utentes do Serviço Nacional de Saúde se sentem inseguros como,

inclusive, os subscritores da maior parte dos seguros de saúde existentes no mercado se sentem inseguros também. No meio disto, uma classe profissional foi, durante décadas, privilegiada e extorquida: os médicos. Poucos em número e apoucados em meios, os médicos portugueses habituaram-se a ir a todas, numa correria desenfreada entre hospitais e universidades, entre centros de saúde e seminários, entre clínicas privadas e contratos de prestação de serviços. Andavam sempre atrasados, claro – e não raras vezes acabavam por telefonar, quando havia já pacientes à espera há horas, a avisar de que, afinal, não iam poder comparecer. As suas contas bancárias metiam inveja. A sua qualidade de vida metia dó. No essencial, eram missionários – e, naturalmente, continuaram a comportar-te como missionários muito depois de a missão começar, em algumas especialidades, a revelar-se dispensável. As universidades produziam agora licenciados em maior escala. Os médicos espanhóis invadiam o mercado. Brasileiros, ucranianos, romenos – outros médicos começavam a imigrar vindo das mais variadas latitudes. Cansados, tantas vezes envelhecidos, os nossos permaneciam, no entanto, na sua correria. Se ainda tinham vida pessoal, já nem se questionavam sobre o que isso pudesse significar – e aí andavam eles, de hospital em

universidade, de centro de saúde em seminário (e, naturalmente, telefonando ciclicamente para um sítio ou para outro, avisando que houvera um acidente, que o banco se complicara, que não podiam comparecer). Bem vistas as coisas, foi o sistema e saúde que nos obrigou a ver os médicos como deuses, canga que nenhum deles merecia ter sido obrigado a transportar – e é de novo o sistema de saúde que nos quer obrigar agora a vê-los como demónios, canga sobre todas as outras injusta. Apesar de tudo, foram os médicos quem mais se empenhou em disfarçar o terceiro-mundismo em que durante tantos anos o sector teve de viver. Se ganharam muito dinheiro, é o menos: tanto quanto me diz respeito, talvez até devessem ter ganho mais, tantos e tantos foram os turnos de 16 e 24 horas que tiveram de fazer, tantas e tantas foram as noites que tiveram de dormitar numa sala de internamento, tantas e tantas foram as vezes que tiveram de sacrificar as suas famílias em prol da sobrevivência desse sistema que agora pretende diabolizá-los. Que devam passar a cumprir horários, não duvido. Que devam passar a ser alvo de inspecções de assiduidade, como acontece com os profissionais de qualquer outra área, também não. Obrigá-los a fazê-lo quando os hospitais continuam escassos, disformes, sobrecarregados e fundamentalmente peri-

I.D.E.S OF ALVARADO STREET SAN LEANDRO, CALIFORNIA Festa Anual do Divino Espírito Santo 10 a 17 de Maio de 2009 790 Antonio Street San Leandro, California

gosos, é um absurdo. Obrigá-los a fazê-lo quando a própria classe continua depauperada em várias especialidades, sugada em toda a sua energia pelo excesso de expectativas e recorrentemente demasiado esgotada para procurar um mínimo de qualidade de vida para si própria, quanto mais para o paciente, é uma desumanidade. Um absurdo, uma desumanidade – e, aliás, como tantas vezes com este Governo, mais uma constru-

ção começada pelo tecto. in revista NS

PROGRAMA 10 de Maio de 2009 a 15 de Maio de 2009 Reza do Terço às 19:30 Horas

Sábado, 16 de Maio de 2009 14:00 horas

Abertura oficial da Festa com Missa na Capela seguida da bênção da carne, pão e vinho

16:00 horas

Içar das bandeira e Troca das Coroas. Toque dos hinos Português e Americano e do Hino do Divino Espírito Santo pela “Sociedade Filarmónica Recreio do Emigrante Português” de Newark

17:00horas

Danças folclóricas pelo “Grupo Folclórico Alma Ribatejana” de Fremont.

18:00 horas

Concerto pelas banda de música “Sociedade Filarmónica Recreio do Emigrante Português”

19:00 horas

Jantar de “Caçoila” seguido de baile abrilhantado por Alcides Machado Jantar e Baile – $10.00 por pessoa

21:00 horas

Apresentação das Rainhas e Aias

Domingo, 17 de Maio de 2009

Come and Join us on this weekend of religious meaning, Azorean traditions, and popular folklore YOU ARE ALL INVITED

11:30 horas

Inicio da formação da Procissão

12:00 horas

Partida da Parada para a Igreja de St. Leander acompanhadas pelas bandas Sociedade Filarmónica Recreio do Emigrante Português” e “Sociedade Filarmónica União Popular”

12:30 horas

Celebração da Santa Missa em Português

13:30 horas

Saída da Igreja e regresso ao Salão

14:30 horas

“Sopas e Carne” servidas a todos os presentes. Leilão e Concerto musical durante a tarde.



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COMUNIDADE

1 de Maio de 2009

Nascimento

Coisas & Loisas

Estes dois gémeos, Mason e Landon, nasceram no dia 4 de Fevereiro no Hospital do Kaiser Permanente em Santa Clara. Os pais são Nelson e Jennifer Gomes. Os avós paternos são Joaquim e Sãozinha Gomes e os maternos, Manuel e Maria Meneses. São sobrinhos-netos do Padre João de Brito Meneses, da Ilha Terceira. Tribuna Portuguesa envia parabéns às familias Gomes e Meneses.

Falecimento Amilcar Quaresma 1943-2009

Faleceu a 24 de Abril de 2009 em Almada, Portugal, o picoense Amilcar Goulart Quaresma, nascido em Março de 1943. Ficou sepultado na Vila da Madalena, Pico, sua terra natal. Deixa de luto sua esposa Lucilia Mota Marques Quaresma e filhos Sofia Quaresma e João Quaresma, além de seu irmão Helder Quaresma, residente em San José, California. Amilcar era filho de João Pires Quaresma e Ema Faria Goulart Quaresma, já falecidos. Amilcar Quaresma teve uma vida muito activa em diversas vertentes. Foi condecorado na Guerra Colonial com a Medalha de Mérito Militar em Campanha, jogou futebol no Faial Sport Club nos juniores em 1959-60 e seniores 196263, sendo campeão. Jogou hóquei em patins e durante sete anos foi o guarda-redes do Faial Sport Club. Foi Campeão da FNAT em Atletismo, Andebol de Sete e Ténis de Mesa. Até foi árbitro de futebol durante duas temporadas.

As nossas Coisas & Loisas desta quinzena vao ser preenchidas por uns versos de uma amiga deste jornal, que alem de mae tambem e avo e no mes das Maes e tao bom ler quadras vindas do coracao. Ser mãe é o melhor do mundo Uma vida se gera em nós Mas p’ra o sentirmos mais profundo Temos que ser mães e avós

Foi Fundador e primeiro Presidente da Associação de Patinagem do Pico. Membro do Conselho Superior da Federação Portuguesa de Patinagem, Director Técnico de Patinagem dos Açores. Foi Treinador do Futebol Club da Madalena em 1989-90 e também Treinador do Sport Lisboa e Benfica em 1990-91 e 1993-94 de Corridas em Patins. Amilcar Quaresma possuía cursos de Treinador de Futebol, Hóquei em Patins, Ténis de Mesa e era Juíz de Corrida em Patins e Comissário Desportivo de Automobilismo. Era diplomado em Educação Física pelo Centro Espanhol de Educação Física de Barcelona. Escreveu vário livros - “Manual de Corridas de Patins” (1973), “Aquecimento dinâmico nas Corridas de Patins” (1994), “Treino da Condição Física nas Corridas em Patins” (1994). Foi Redactor da Revista “Cascais Desporto 2000”. Teve colaboração dispersa em muitos jornais: “Benfica”, “Cais Dez”, “Correio da Horta”, “O Dever”, “Ilha Maior”, “O Telégrafo” e “Revista Cultural Património”. Contribuíu para o texto dos livros do 5° e 6ª anos do Ensino Basico “Hoje há Educação Física”. Tribuna Portuguesa envia sentidas condolências a toda a família Quaresma. Paz a sual alma.

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Oração ao Senhor Santo Espírito Espírito Santo, vós que me esclareceis tudo, vós que me iluminais todos os caminhos, para que eu atinja o meu ideal, vós que me dais o dom divino de perdoar e esquecer o mal que me fazem, e que a todos os instantes da minha vida estais comigo, eu quero neste curto diálogo, agradecervos por tudo, e confirmar mais uma vez, que nunca me quero separar de vós, por

maior que seja a ilusão material, não será o mínimo de um dia estar convosco e todos os meus irmãos na glória perpétua. Obrigada mais uma vez. A pessoa deve fazer esta oração tres dias seguidos, sem dizer o pedido. Dentro de tres dias será alcançada a graça, por mais difícil que seja. Publicar assim que a receber.

Filomena

Fui mãe fiquei orgulhosa Dois seres nasceran de mim Um cravo e uma rosa P’ra alegrar o meu jardim São eles a luz dos meus olhos Carinhos dos meus afetos E agora agradeço a Deus Porque já me deram três netos Ethan, Tiago e Vanessa A razão do meu viver lhe faço uma promessa de amá-los até morrer Lhes quero com tal ardor Que me enche o coração Ser avó é um amor Que não tem explicação Mães e avós quero saudar Com carinho e amor Que tenham saude em seu lar E a santa paz do Senhor

Maria Pires Livingston

COLABORAÇÃO

Rasgos d’Alma

Luciano Cardoso

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Amigo’s New Hope

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t hurts so bad to hear some of our own Portuguese immigrants constantly knocking down the native country they once left behind, badmouthing our beloved Portugal at every step of the way and belittling the current Portuguese generation by saying they can’t do anything anymore to makes us proud, as we once were: one of the proudest nations on earth, with an history and demeanor second to none. To those cynical doubters I’ll simply rephrase the reigning “American Idol”, Barrack Hussein Obama, with his triumphant and decisive: YES WE CAN! O histórico orgulho português acaba de ladrar eufòricamente no quintal da Casa Branca. Foi a distinta familia preta que lá mora a dar-nos essa imensa alegria com a sua refrescante opção canina de há poucos dias. BO – The cute Portuguese Water Dog – cujo nome oficialmente registado é Amigo’s New Hope – foi honrosamente escolhido para fazer companhia presidencial aos ‘Obamas’ durante os próximos quatro anos que, dependendo do seu favorável desempenho, poderão eventualmente vir a tornar-se em oito. Há quem diga que a escolha foi acertada e que até já começou a pagar dividendos. Aparentemente, especialista laureado em relações aquáticas, BO chegou viu e ganiu ao inspirar Obama a vencer a sua primeira batalha naval. Resumindo o tenso episódio ocorrido há dias na costa da Somália, como todo o mundo sabe, os três piratas foram mortos a tiro ao alvo e o destemido capitão do navio Alabama, Richard Phi-

Catarina Freitas

900 H Street, Suite G Modesto, CA 95354 Phone: 209.338.5500 Cell: 209.985.6476 Fax: 209.338.5507 [email protected]

lips, regressou a casa são e salvo, tal como os restantes membros da sua emocionada tripulação. A pirataria moderna nas remotas costas d’África, fruto primàriamente da agonizante fome e miséria que teima em assolar aquele depauperado continente, é um massacrante pesadelo que tem vindo a aumentar e promete dar muito mais que falar. Portugal e os portugueses jamais poderão negar os densos laços históricos que nos ligarão para sempre ao martirizado continente africano. O nosso extenso “reino” colonial durou séculos seguidos e valeu-nos riqueza acumulada ao nivel das grandes superpotências mundiais. Demos novos mundos ao mundo, rasgamos mares e horizontes, fundamos missões e colónias, caçámos tesouros e piratas, traficámos escravos e lucrámos com a escravatura mas, lastimosamente, acabamos tambem por nos escravizarmos da tirana ideia do falso poder de querermos manter à força aquilo que não nos pertencia. A nossa rude cegueira expansionista levou-nos a bater de mau jeito com a cabeça na parede, forçando-nos a abandonar inglòriamente as Áfricas de mãos vazias. Foi mais ou menos por essa altura que abandonamos tambem essa ridicula mania

do ilusório império ultramarino – pretensa potência mundial, deixando os espoliados indígenas locais em sangrenta guerra civil, na miséria, à mingua, a morrerem de fome… Legitima superpotência mundial da era moderna, perante estas e outras “exemplares” descolonizações, os Estados Unidos,

farejando fortunas fáceis, começaram a intensificar a sua intrusiva navegação pelas aliciantes rotas d’África em filantrópicas missões de auxílio humanitário com olhos postos na cobiçada riqueza bruta do continente mais pobre do planeta. Só que, tal como a miséria e o desespero, a pirataria tem vindo a aumentar nas costas menos policiadas da África mais remota. Navios de diversas nações tem sido atacados e os seus tripulantes sequestrados como refens em demanda louca de compensações escandalosas, exigidas pelos seus criminosos captores.

Mal o cargueiro norteamericano foi assaltado e o seu capitão apreendido, Obama, tambem ele de linhagem genèticamente africana, (certamente encantado com o formidável contributo do seu conselheiro particular, David Barcelos e do seu fotógrafo privado, Pete Sousa), decidiu apressar a vinda do último elemento luso do seu credenciado staff – um espirituoso cachorro preto de raça sumamente inteligente – The Portuguese Water Dog – cuja mediática reputação nos expõe favoràvelmente aos olhos do mundo inteiro. Amigo’s New Hope – BO – mal chegou, ladrou, viu e ajudou logo Obama a vencer um belicoso teste na sua jovem liderança. Três balas certeiras – três mortes instantâneas – o inimigo é derubado e o felizardo capitão Philips liberto para regressar a casa como herói aplaudido e adulado pelo garboso patriotismo americano, radiante com o vitorioso desfecho deste dramático episódio. Feridos no seu orgulho e nada contentes com a brincadeira de mau gosto, os piratas juraram vingança forte e feia que promete vir a dar que falar. E, tanto para o presidente como para todos nós, não deixa de nos preocupar. Mas, para isso, descontraído e descomplexado, lá está BO – our brilliant Amigo’s New Hope. Now, my dear Portuguese friends, tell me we can’t still be an influential and formidable force in critical times to the crucial decisions facing the highest office on the planet? YES, WE CÃO! Foto de Charles Dharapak / AP

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1 de Maio de 2009

Lufada de Ar Fresco

Pergunte à Judite

Paul Mello

Judy Teixeira

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Autismo, uma doenca cada vez mais comum

O

que é o Autismo? Vários leitores estarão por ventura a fazer esta pergunta após lerem o título deste artigo. Não saber o que é o Autismo pois trata-se de uma doença que não é tão falada como o Cancro, Alzheimer’s ou doenças cardiovasculares. O Autismo é uma desordem no desenvolvimento global das funções neurológicas que afecta a habilidade que pessoa tem de organizar e compreender informações transmitidas pelos seus sentidos. Uma pessoa autista geralmente apresenta dificuldades na interacção social, padrões de comportamento restritos e repetitivos, défices de comunicação (verbal e não verbal) assim como falta de imaginação e interesses. O Autismo é uma doença relativamente pouco conhecida mas tem merecido especial atenção nos tempos recentes devido ao crescimento no número de casos, particularmente nos Estados Unidos. Estima-se que actualmente 1 em cada 150 crianças é diagnosticada com Autismo nos Estados Unidos e este número está em crescimento. Decidi escrever sobre o Autismo nesta edição pois o passado mês de Abril foi apontado como mês de “Autism Awareness” nos Estados Unidos, o que traduzido para Português, seria “mês da consciência do Autismo”. Para além disto, o Autismo é uma doença que eu acompanho com particular atenção devido ao facto de, em 2008, o meu primo, Brandon Rodrigues ter sido diagnosticado com tal doença. O Brandon Rodrigues, é filho de Jose e Velma Rodrigues e neto do meu tio José Rodrigues (já falecido) e da minha tia Maria Rodrigues (mais conhecida como Teresinha Rodrigues). O Brandon nasceu em Outubro de 2006 e desde então parecia estar a viver uma vida normal, animado e rodeado de amor e carinho dos seus familiares. Sendo filho de pai Português e mãe Mexicana, o Brandon cresceu influenciado por três idiomas diferentes. Quando o Brandon completou 16 meses, os seus pais notaram que o vocabulário do seu filho estava desaparecendo. Preocupados com os acontecimentos, os pais do Brandon consultaram o seu Pediatra e este disse-lhes que os sintomas eram normais e que o miúdo provavelmente estaria apenas confundido os diferentes idiomas. Passados poucos meses, o Brandon não tinha adicionado qualquer palavra ao seu vocabulário. Os seus pais voltaram ao Pediatra e exigiram avaliações mais rigorosas. Os exames revelaram que a capacidade de expressão de linguagem do Brandon estava 1 ano atrasada em relação ao normal e como

consequência o Brandon começou a ter aulas de expressão linguística. Por esta altura a mãe do Brandon questionou o seu Pediatra sobre a possibilidade do Brandon ter Autismo. O Pediatra disse-lhe que ele não mostrava sintomas compatíveis com o Autismo pois ele conseguia olhar olhos nos olhos, brincava normalmente com brinquedos, mos-

trava afecção, sorria, e revelava ter interesses. À medida que os meses iam passando, os pais do Brandon repararam que este já não apontava para objectos, já não dava “palminhas”, tinha deixado de fazer imitações, andava nas pontas dos pés quando estava ansioso, tinha fezes de coloração variante, por vezes gritava sem qualquer motivo, e na maioria do tempo parecia surdo e mudo. A preocupação dos pais do Brandon aumentava e a mãe de Brandon, sendo uma pessoa de educação superior, pôs-se a fazer investigações sobre os sintomas do filho na internet, passando várias horas em bibliotecas consultando livros e fazendo anotações diárias sobre comportamento do seu filho. Na próxima visita de Brandon ao Pediatra, os pais deste apresentaram todos os dados recolhidos e após análise cautelosa o Pediatra confirmou o que eles mais temiam: o Brandon tinha perturbações do Espectro do Autismo. A tristeza acabaria por inundar os seus pais e toda nossa família e era necessário procurar soluções o mais rapidamente possível. O Brandon foi visto por um especialista em casos de Autismo e em Novembro de 2008 iniciou vários tratamentos incluindo terapia de comportamento, ocupacional (incluindo dietas especiais), e terapia da fala. Quando souberam da doença do filho os pais do Brandon tentaram saber o que teria levado ao aparecimento de tal doença. A verdade é que eles, assim como

tantos outros pais continuam sem ter uma resposta concreta sobre a causa da doença dos filhos. Alguns estudos revelam que a transmissão genética é determinante assim como factores ambientais, como a exposição a mercúrio. Outra forte possibilidade apresentada por cientistas é a intensa vacinação a que os jovens de hoje são sujeitos desde pequenos. Aliás, a mãe do Brandon acredita fortemente nesta última pois as diferenças observadas no filho coincidiram com o período pós vacinação. Hoje, o rigoroso programa diário de tratamentos do Brandon continua assim como continuam a aumentar os milhares de dólares desembolsados pelos seus pais nos respectivos tratamentos. A verdade é que os sinais de recuperação começam a ser cada vez mais evidentes. Hoje o Brandon já domina princípios de linguagem gestual, tenta articular algumas palavras, mostra emoção apropriada, consegue dormir continuamente e já não grita sem qualquer motivo como fazia anteriormente. Apesar do progresso do Brandon ser bastante positivo, ainda existem várias componentes do seu comportamento que têm de ser trabalhadas. Uma coisa é certa, o Autismo é tratável se for diagnosticado a tempo e para que isso aconteça os pais têm de estar alertados para tal possibilidade.

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rimeiro quero pedir desculpa. Recentemente mudei-me para outro escritorio e não tive tempo de aparecer mais vezes. Por favor não se esqueçam de mandar as suas perguntas ou telefonar-me para 916-979-2070 ext 200. Em Maio, todos vós vão receber um cheque de $250.00 do “American Recovery and Reinvestment Act of 2009” que é um benefício que o Presidente Obama autorizou para ajudar a economia. Todos que recebem pagamentos do Seguro Social or SSI vão também receber $250.00 em Maio. O pagamento é automatico, não precisam fazer nada… Se receber um telefonema ou alguém visitar a sua residencia para “ajudar” em receber este pagamento, por favor tenha cuidado! Não se dá informação como o seu nome, data de nascimento ou numero do seguro social. Se eles pedem esta informação e porque eles querem algo de vós. Se recebe o seu pagamento do seguro social por correio, as $250.00 virão pelo mesmo modo. Se recebe automáticamente na sua conta do banco (que é a maneira mais segura!) vai receber as $250.00 na sua conta. Pode visitar: www.socialsecurity. gov/payment ou www.recovery. gov para mais informação, telefonar: 1-800-772-1213 ou visitar o escritório do seguro social. O Medicare Parte D: Se recebe o benefício de Medicare e recebe menos de $16,245 por ano para um indivíduo ou $21,855 por o casal, e tem menos de $12,510.00 de valor para o individuo ou $25,010 para o casal -- pode talvez qualificar-se para o Medicare Parte D que tem valor de $3,900 em medicamentos.

Nota: a família do Brandon participará no “Walk now for Autism” que terá lugar em Modesto no próximo mês de Outubro. Os pais de Brandon estão muito agradecidos pelas generosas contribuições que têm recebido por parte de familiares, amigos, e de algumas instituições Portuguesas locais. (http://walknowforautism.org/centralvalley/ brandonrodrigues)

Custo: $150,000.00 dolares. Aceitam-se ofertas

Voce pode aplicar para esta ajuda na internet: www.socialsecurity.gov/precriptionhelp, telefonar 1-800-772-1213 para pedir a aplicação, ou visitar o escritorio do seguro social. Para mais informação sobre o Medicare parte D, telefone 1-800-633-4227 ou visite: www.medicare.gov. Mudei a minha conta do banco. Que devo fazer para informar o seguro social? Pode contactar o banco direitamente para mudar o seu pagamento para a nova conta. Também pode telefonar: 1-800-772-1213 (tem empregados que falam em portugues). Podem mudar a informação pela internet ou visitar o escritorio. Necessitamos o número do banco (routing number) e o número da conta. Quando é que posso receber e continuar a receber os beneficios do seguro social? Depende na sua idade. Se tem a idade completa para o seguro social (66+) você pode trabalhar e não contamos contra o seguro social. Se tem menos da idade completa (62 até 66 anos) vamos reduzir o pagamento do seguro social por $1.00 por cada $2.00 que ganha acima do maximo que em 2009 é $14,160.00. Quando você chega à sua idade máxima, por exemplo, começa a receber quando tinha 62 anos e agora tem 66 anos, vão reduzir o seu pagamento $1.00 por cada $3.00 que recebe acima do máximo que em 2009 é de $37,680.00.

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Sabor Tropical

Elen de Moraes [email protected] “Deus quere, o homem sonha, a obra nasce. Deus quiz que a terra fosse toda uma, Que o mar unisse, já não separasse... ... Cumpriu-se o mar... (Fernando Pessoa)

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elos 200 anos da chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, foi lançado um selo comemorativo destacando a influência portuguesa e sua inestimável contribuição à gastronomia brasileira. Nele estão o cozido e o quindim. Da miscigenação de índios, portugueses e africanos, nasceram os brasileiros e da mistura da cozinha desses três povos teve origem a nossa culinária. Na carta que enviou ao Rei de Portugal certidão de nascimento do Brasil - Pero Vaz de Caminha escreveu, referindo-se aos índios: “Eles não lavram nem criam. Não há aqui boi, nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha e qualquer outra alimária, que acostumada seja ao viver dos homens. Nem comem senão desse inhame, que aqui há muito, e dessa semente e frutos que a terra e as árvores de si lançam. E com isto andam tais tão rijos e tão nédios, que o não somos nós tanto, com quanto trigo e legumes comemos”. E num trecho mais adiante: “Deram-lhes ali de comer pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel e figos passados... Trouxeramlhes vinho numa taça...” Pero Vaz menciona o palmito como único alimento nativo que os portugueses gostaram. Outrossim, os índios viviam da caça e da

Contribuição portuguesa à gastronomia brasileira

pesca. “Esse inhame” descrito na carta era a nossa conhecida mandioca; as sementes eram os feijões e as favas e as frutas eram o abacaxi, o cajá, a goiaba, o maracujá, o umbu, o mamão, o caju, etc. Os escravos trouxeram da África a palmeira do azeite de dendê, o quiabo, o inhame, a erva-doce, o gergelim, o amendoim africano, a melancia e outras variedades de coco e banana. A banana da terra já existia no Brasil. Do milho, o negro criou o angu, um mingau mais consistente que o pirão português. O legitimo pirão brasileiro, que acompanha os cozidos e as moquecas de peixes e camarões, é feito com farinha de mandioca. A farinha e o feijão são dois alimentos nativos brasileiros que ainda hoje constituem nossa base alimentar. Os portugueses plantaram o figo, a romã e cítricos como a laranja, a lima, o limão e semearam arroz. Cultivavam abóbora, gengibre, mostarda, hortelã, alho, manjericão, cebola, berinjela e cenoura. O que não se produzia no Brasil, como azeite doce, azeitona, queijo do reino, eles importavam. A cozinha portuguesa tinha identidade própria, mas possuía grande influencia moura no cultivo do açafrão, tomilho, etc. e nas combinações dos alimentos. Nos temperos, o português impôs o gosto pelo sal e também pelas especiarias, como o cravo-da-india, a canela, a erva-doce e o alecrim. Quanto aos nossos doces, com sua grande habilidade a mulher portuguesa criou-os saborosíssimos com nossas frutas tropicais, temperando-os com as especiarias que para cá trouxeram, além das sobremesas preparadas com velhas receitas

Ao Sabor do Vento

José Raposo

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e ingredientes trazidos da terra natal, tais como: bolos, pães-de-ló, folhados, sonhos, baba-de-moça, doce d’ovos, gemadas, mães-bentas, cremes e manjares. Do milho ela fez bolos, canjicas e pudins. Do arroz, fez arroz doce cozido no leite de vaca ou no leite de coco, servido com canela. Do açúcar surgiu a aguardente que é a bebida alcoólica brasileira, conhecida como cachaça. A famosa feijoada brasileira tem, para sua origem, algumas vertentes: uns creditam aos escravos a sua criação com as sobras de carnes de porco cozidas no feijão preto; outros afirmam ser a feijoada inspirada no cassoulet francês, que também leva feijão no seu preparo e a maioria dá aos portugueses o mérito da sua invenção, com receitas das regiões da Estremadura, das Beiras de Trás-os-montes e AltoDouro, que misturavam feijões (menos o preto), lingüiças, paios e carnes de porco. O certo é que a feijoada brasileira tem a mestria dos fumeiros de Portugal, doutores nos defumados paios, toucinhos e nas lingüiças, tem os ingredientes indígenas como o indispensável feijão preto e a criatividade africana de incorporar ao prato as partes do porco menos nobres para os europeus, como as orelhas, o rabinho e os pés. É servida com arroz branco, couve picadinha, farofa de farinha de mandioca e ovos, laranja cortada em pedaços (para ajudar na digestão), molho de pimenta e a famosa caipirinha - cachaça, limão, açúcar e gelo. A sopa, prato substancial para os portugueses (e europeus em geral), marca a presença das canjas e dos caldos verdes em nossas mesas.

O bacalhau não foi invenção de um português (como foi a saudade, no entender de Jose M. Raposo, em sua poesia), porque os romanos já o conheciam fresco, os vikings usavam-no seco ao sol, sem sal e o comiam cru e os bascos introduziram a salga, mas continuaram a comê-lo cru. Entretanto, a culinária com o bacalhau seco, salgado e depois demolhado, foi invenção portuguesa, sim, Senhor! Portanto, o habito brasileiro de saboreá-lo é herança da colonização portuguesa, mas só com a chegada da Família real ao Brasil e de comerciantes lusos, no inicio do século XIX, seu consumo entre nós foi impulsionado e difundido. Embora tenhamos recebido, também, influência de outras culturas, depois da abolição da escravatura, com a chegada dos colonos italianos, alemães e japoneses, foi maior a contribuição portuguesa para nossa gastronomia que se vestiu com o nosso jeitinho de ser e deu à arte da nossa cozinha o saboroso paladar brasileiro.

Os olhos de tua mãe

[email protected]

H

á anos, quando eu tocava na Fillarmónica “Recreio do Emigrante Português”, a Benilde, esposa do Teotónio, ao ver-me pela primeira vez disse: -Tu tens os olhos da minha mãe. Como ela é uma pessoa assim como eu , que acha sempre algo para dizer, pensei com os meus botões: - Esta mulher está maluca. Eu sabia que ela era da Terceira e eu sendo de São Miguel achei que seria impossível haver qualquer parentesco. No entanto, perguntei-lhe na brincadeira: - “Como

forma alguma, sermos da mesma família. E todas as vezes que ela me via, lá dizia -Tens os olhos da minha mãe. Um belo dia a Filármonica veio à festa de Novato e convidei os músicos para virem à minha casa. A maioria veio. Nadaram na piscina, comeram nêsperas e mais uns aperitivos que se arranjou à última da hora. A Benilde, ao entrar na nossa sala de estar, depara com uma foto antiga da minha família e diz: - Eu já vi uma foto igual a essa em casa de meu irmão, na Terceira.

se chamava o teu avô?” José de Oliveira Vicente disseme, ao que respondi: -Pois é esse, também, o nome do meu avô. Porém, confesso que fiquei sempre a pensar que não era possivel, de

Aí pensei que a mulher ou era mesmo maluca ou então tinha que haver qualquer verdade nessa história. E ela acrescenta que eu tinha que ser família dela e volta

a dizer que eu tinha os olhos da sua mãe. Os anos foram passando e eu nunca consegui descobrir coisa alguma e todas as vezes que ela me via, dizia o mesmo. Um belo dia fui levar minha mãe ao aeroporto de Oakland para ela regressar aos Açores. Estava lá a Benilde e eu contei à minha mãe a história, dizendo que tinhamos que deslindar essa coisa. Começaram as duas a falar e chegaram à conclusão que havia uma família, lá da minha freguesia, que ambas conheciam e que tinha o alcunho de Carithelos. Ela diz que era descendente dessa gente e minha mãe diz que pelo lado da minha avó vinhamos dessa família e às tantas acrescenta que um tio avô meu tinha ido para a Terceira nos mil novecentos e troca o passo e que nunca mais tinha regressado a São Miguel. - Oh diabo! Exclamei. Afinal quem está maluco sou eu e não ela. Depois de apurarem os parentes e os aderentes, ficou esclarecido que eu e a Benilde somos primos em terceiro grau. Diz ela de novo: - Eu bem te dizia que tu tinhas os olhos da minha mãe. Eu disse: - Ò mulher, os olhos que eu tenho são meus, não da tua mãe. Que somos família, so-

mos! Mas, a culpa foi do meu tio avô que Fugiu um dia p’rá Terceira E armou uma brincadeira Com tua bela tia avó E uma vez ela, coitada, Estava tão excitada Que até nos metia dó!

A

Não sei lá como foi isso, Ela tomou a dianteira E do meu avô o chouriço Rebentou co’a frigideira. Ainda bem que nos encontramos naquele dia no aeroporto e estou contente, Benilde, por os meus olhos te recordarem os olhos de tua mãe.

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1 de Maio de 2009

Reflexos do Dia–a–Dia

Diniz Borges 25 de Abril forever and ever, foi o feliz título que o editor do Tribuna, o nosso amigo José Ávila, deu à edição de 15 de Abril de 2009 deste jornal na qual continha várias alusões à histórica data. Tinha 15 anos quando aconteceu o 25 de Abril. Estava no segundo ano da escola secundária e antes e depois das aulas, ordenhava vacas com o meu pai. Tinha acabado, há um ano e meio, de regressar das férias da minha vida: 4 meses na ilha Terceira. A memória estava ainda fresca com as recordações das ilhas. Estava a ultrapassar um período, que então considerava difícil. É que vivia, verdadeiramente, entre dois mundos, sem saber conjugálos. Num, o mundo dos meus pais, o mundo açoriano, o mesmo mundo dos meus colegas e amigos que como eu também tinham emigrado. No outro, o mundo dos meus colegas e amigos da escola, todos eles muito americanos, ou porque já eram luso-americanos de segunda ou terceira gerações ou porque eram de outros grupos étnicos. Recordo-me, que vivia esta dualidade de dois países, duas línguas e duas culturas com muita ambiguidade. Em Portugal, na antiga quarta classe, tinha aprendido que éramos um império e que a nossa “raça” era superior. Aqui ninguém conhecia Portugal. Nas escolas públicas americanas nem uma palavra sobre esse “grande império”. Aliás, nada se ouvia, nada se lia, nada se via sobre Portugal. Daí que o Portugal que conhecia era pelos olhos saudosistas dos meus pais e pela memória dos primeiros dez anos vividos na ilha. Até que

aconteceu o 25 de Abril de 1974. A partir de então tudo mudou! De repente, Portugal é notícia nos órgãos da comunicação social americana. De repente, falase, durante largos tempos, sobre Portugal. São as notícias sobre uma revolução romântica, sobre a utopia de se construir uma sociedade verdadeiramente justa. Até na nossa rádio portuguesa local há uma transformação (eu que era desde que cá cheguei com 10 anos, um assíduo ouvinte da rádio em língua portuguesa), particularmente no programa de rádio de Lúcia Noia, que mudou de nome e de formato. Acabarase o Sol de Portugal e começa o Portugal Novo. E tal como em Portugal começou-se a ouvir músicas diferentes, como Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Sérgio Godinho, Paulo de Carvalho, entre outros. A minha percepção de Portugal, pouco a pouco se transformou. Os meus amigos americanos (mesmo aqueles que eram de descendência portuguesa) começaram a falar-me de Portugal. Que viam o meu país de origem em festa, que a democracia tinha chegado a Portugal, que Portugal tinha tido uma revolução, que Portugal ia ficar socialista, que a América ia salvar Portugal. Enfim, as mais variadas frases e opiniões, algumas mesmo disparatadas, mas o que é certo é que falavam de Portugal. Por outro lado, quando ia às festas portuguesas, os meus amigos que como eu tinham emigrado dos Açores, nada diziam. Era como se nada tivesse acontecido no nosso país. A minha euforia ficava circunscrita ao que

Memorandum João-Luís de Medeiros [email protected]

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ão rejeitaria o simpático veredicto “culpado” porventura atribuído à circunstância de comparecer repetidamente nesta página para celebrar o aniversário natalício de Antero de Quental. Celebrar o dia de natal da poesia anteriana faz parte da benigna teimosia (aliás incurável) que há meio século se instalou no íntimo do signatário. Não fica mal relembrar que no dia 18 de Abril de 1842, a estremecida esposa do morgado Fernando do Quental deu à luz a um rapazinho, na sua residência de Ponta Delgada, mais precisamente na Rua do Lameiro, depois rebaptizada Rua do Visconde de Castilho. (Curiosamente, foi naquele mesmo edifício que em 1890 ficou instalada a Escola Gonçalo Velho Cabral, mercê do famoso plano educacional previsto pelo decreto de 22 de Agosto de 1889, da autoria de Emídio Navarro). Não nos comove qualquer atitude de genuflexão junto ao historial da fidalguia micaelense. Como modesto discípulo anteriano, sinto-me dispensado de barrelar memórias consagradas pelo academismo oficioso. O nosso cuidado-comum é o de integrar a formatura da ‘guarda-de-honra’ aos ideais de Justiça que nortearam o sentimento e a vontade

do Poeta... na sua cruciante mas suavisadora tortura de fazer de cada dia, e de cada hora, uma estação de análise agudíssima, cuja fórmula não é se não esta: “viver para sentir e sentir para realizar.” Não me consta que Antero de Quental tenha deixado atrás inimigos famintos de vingança pessoal. Houve alguns mestres de psiquiatria que tentaram escarafunchar a puberdade do Poeta para embandeirar, maliciosamente, nas páginas da nosografia do Pensador considerado “génio que era um santo”. Lamentavelmente, temos que denunciar a diligente ciumeira psico-literária do nosso conterrâneo Teófilo Braga, considerado gigante de trabalho, todavia muito carecido de genialidade temperamental para se esquivar com elegância ao aleive bufado sobre a inteireza moral do maior poeta açoriano. Resta lembrar a polémica então desencadeada a propósito das “Considerações sobre a filosofia da história literária portuguesa”, proferidas pelo Mestre Teófilo, que entrou no perigoso terreno das “alusões à vida particular de Antero.” Os jornais do tempo noticiam que o “arraial de porrada” foi adiado por um triz, na periferia do café portuense Águia d’Oiro... Ainda em Coimbra, consta que Antero de Quental era fraternal-

via, lia e ouvia na comunicação social e em alguns jornais portugueses que me chegavam às mãos com semanas, alguns com meses, de atraso. No mundo americano falava-se de Portugal, na comunidade, para além do que ouvia da voz corajosa e descomplexada de Lúcia Noia e mais um ou outro locutor, a revolução por vezes tinha menos importância e dava menos que falar no adro da igreja, ou na festa comunitária, do que uma tarde de touros famosa ou um bailinho de Carnaval divertido, que ocorrera lá na ilha. Hoje, no ano de 2009, acabamos de celebrar o 35º aniversário da revolução dos cravos. E o silêncio comunitário sobre a efeméride é assustador. É que há 10 anos, em 1999, ainda se realizava o simpósio literário Filamentos da Herança Atlântica, e nesse ano o simpósio foi dedicado às bodas de prata da revolução portuguesa. E a pequena cidade de Tulare foi palco duma das mais interessantes comemorações do 25 de Abril em todo o mundo. Celebrou-se com colóquios, sessões de poesia, lançamentos de livros, exposição de artista plástico açoriano, simpósio juvenil, música e festa popular. Cá estiveram nomes consagrados de Abril como o Major de Abril (agora tenente-coronel) Victor Alves, os cantores e artistas de Abril: Manuel Freire, Carlos Alberto Moniz, Zeca Medeiros, entre outros. Mas como dizia, 35 anos mais tarde o mesmo silêncio que eu ouvi, aos meus quinze anos, é repetido. Há uma amnésia total quanto a esta efeméride. Se não fosse o Portuguese Youth Day na

[email protected] Universidade da Califórnia em Berkeley, durante o qual a Deolinda, eu o José Luís da Silva, falamos sobre Abril, cantamos com os alunos o Grândola (obrigado José Ávila por colocares a letra na primeira página) e marchamos com os alunos empunhando cravos vermelhos nas mãos e o povo unido jamais será vencido nos lábios; se não fosse este ou aquele órgão da comunicação social, como este jornal; se não fosse o que eu e o meu colega José Luís da Silva, assim como outros colegas fazem nas aulas de língua portuguesa, quer no ensino secundário quer no superior, o 25 de Abril, e particularmente este 35º aniversário tinha ficado completamente esquecido na Califórnia. Alguns dirão que o que fizemos no ensino foi muito pouco, muito pouco mesmo. Concordo! Porém o que se fez a nível comunitário é vergonhoso. Há um medo de celebrar Abril que nunca compreendi, particularmente no baluarte das democracias. Mais, Celebrar Abril, não significa apenas uma sessão no 25 de Abril, embora essa sessão faltou e nem a entidade consular se lembrou de a fazer. Mas pode-se e deve-se celebrar Abril nos nossos bodos de leite, no nosso Carnaval, nos nossos desfiles, nas nossas festas populares. É que ao fim e ao cabo estaremos a celebrar o 35º aniversário da revolução dos cravos até 25 de Abril de 2010. Aí celebraremos o 36º. Mais, o 25 de Abril veio em parte para que passássemos dos famosos três F’s

do velho regime: Fado, Fátima e Futebol. Termino com esta situação que, embora caricata, aconteceu, e até pode ser vista como os sinais dos tempos: Como citei, os 25 anos do 25 de Abril foram celebrados com grande dignidade em Tulare. Até cravos vermelhos tínhamos para cada casal que assistisse ao banquete comemorativo. Cinco anos mais tarde, já sem simpósio, por razões que um dia publicarei, continuava-se a celebrar a parte popular do acontecimento. Convidaram-me para fazer o discurso da noite. Fi-lo com muito gosto e falei um pouco dos 30 anos do 25 de Abril. Pedi a um amigo meu, que ainda estava na organização da festa popular, o favor de relembrar à comissão que estávamos a celebrar os 30 anos de Abril e que talvez fosse simpático, e até mesmo interessante, ter-se um cravinho vermelho para cada casal que lá estivesse. Disse-me que sim e que a comissão tinha concordado. Para meu espanto, e também do meu amigo, os cravos eram brancos. Quando perguntámos se não havia cravos vermelhos disseram-nos, claro que havia, mas não dizia com a decoração. Salvou-se o cravo, não se salvou a cor. Um dia destes até poderá haver quem mude a bandeira do Espírito Santo para dizer com o vestido da rainha. Ao menos aos 30 anos houve cravos. Este ano, nem um!

Natal da Poesia (18 de Abril de 1842) mente admirado pela comunidade estudantil como “príncipe-perfeito” da espontaneidade varonil; aqueles que privavam com ele são inequívocos no juízo de que o seu prudente distanciamento em relação às mulheres nada tinha de misógino. Lamentavelmente, acontece que em todas as épocas pululam os “fiscais de isqueiros” da moralidade alheia. Num breve olhar comparativo, diria que as suspeitas sobre a vida privada de um dos “melhores cinco sonetistas da literatura portuguesa” são tacticamente semelhantes àquelas que pretendiam confirmar o contubérnio de Hegel com Michelet, de Taine com Renan, de Fernando Pessoa com... Ora é sabido que o nosso Poeta amou muitas mulheres: uma prima de Tomar; aquela mulher casada dos arredores de Coimbra, referida num artigo de Gustavo André (aliás pseudónimo de Fernando Leal) que a dado trecho relata: “... uma senhora honesta que nunca soube da paixão que inspirava (...) Antero quase todas as tardes ia a pé desde Coimbra até Buçaco, à Cruz Alta, para de lá ver, muito ao longe, a casa de campo onde ela habitava”. Mas há mais: a linda moça que conheceu em Halifax, na sua atribulada viagem à América do Norte; a meiga enfermeira francesa que o

ultrapassar o saudável desassossego que antes produzira “Odes Modernas” (com apenas 23 anos, 1865), seguido de “Primaveras Românticas”, que abrem com o poemeto “Beatrice”: . ../... Irmã! dá-me do manto alvíssimo uma ponta, Onde me envolva todo um raio dessa luz... Não é a cruz quem vê o dia mal desponta? Tu és a minha cruz. acompanhou em Bellevue, França, durante o tratamento sugerido pelo famoso Charcot (este médico veio a falecer dois anos após o suicídio do seu enfermo açoriano...). Em relação ao seu “refúgio” em Vila do Conde (como inquilino duma casa onde frequentemente confraternizava com Luiz de Magalhães, Batalha Reis, Alberto Sampaio, sobretudo com Oliveira Martins) havia quase sempre a presença do seu sobrinho, Jorge do Quental, cuja educação foi em parte preparada pelo poeta-filósofo. Foi naquele “retiro” quase monastical que o poeta-filósofo escreveu as “Tendências gerais da filosofia na segunda metade do século XIX” onde expõe a teoria da santidade, numa tentativa de

Antes de interromper esta breve conversa, gostaria de convidar os interessados a reflectir nestes fragmentos da herança sócio-histórica do pensamento anteriano, escritos há mais de um século, em “Causas da Decadência dos Povos Peninsulares”: “(...) ... éramos mandados, somos agora governados: os dois termos quase que se equivalem. Se a velha monarquia desapareceu, conservou-se o velho espírito monárquico (...) ... herdámos um invencível horror ao trabalho e um íntimo desprezo pela indústria... (...) preferimos ser uma aristocracia de pobres ociosos, a ser uma democracia próspera de trabalhadores...

COLABORAÇÃO

Sabores da Vida

Temas de Agropecuária

Egídio Almeida [email protected]

Futuras oportunidades... ...estão

surgindo nos mercados internacionais. O que fazer?

D

epois de uma série de trabalhos com um tom negativo, quanta a agropecuária, pareceu-nos oportuno apresentar o resultado de sondagens patrocinadas por “California Milk Advisory Board” (CMAB) e executadas por “Ross Christiesson, International”. Enquanto países à volta do globo estão ficando mais ricos, os seus cidadãos vão-se habituando a novos hábitos alimentares, particularmente produtos de lacticínios. Christiesson observou que (GDP) “Gross Domestic Product” cresceu 3.8% por ano nos ultimos 50 anos e o consumo do leite e produtos do mesmo cresceu essencialmente ao mesmo ritmo. Históricamente quando a economia dos países cresce, os seus cidadãos começam a alimentarse com alimentos de maior qualidade, incluindo carnes e produtos de lacticínios. Por exemplo, o Japão nos anos que se seguiram à segunda guerra mundial experimentou uma tremenda subida na

sua economia. Desde essa época os Japoneses cresceram para serem os maiores consumidores de produtos de lacticínios na Asia, tornando-se o mais actrativo mercado daquela região. Olhando em frente para 2009 a China está-se preparando para contribuir com 70% do crescimento global do (GDP). Como resultado, o país, e os seus visinhos, Korea, Indonesia e as Philipinas estão debaixo da visão do “California Milk Advisory Board”. Juntas com o Mexico, estas cinco nações estão em foco num projecto multi-market desenhado para expor os consumidores a agropecuaria californiana. Para (CMAB) e para todos os propositos intensivos, o Mexico é uma extensão do mercado domestico dos Estados Unidos, sendo isso uma cortesia do “North America Free Trade Agrrement” (NAFTA) que criou mercados de facil acesso com grandes oportunidades a este diversificado mercado. O segmento do queijo, “the Real California Cheese” particularmente tem visto um crescimento substancial e está a ser comercializado em 1.200 cadeias e establecimentos comerciais. Na Asia, o parceiro mais po-

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deroso é naturalmente a China. Enquanto que esta tem a sua propria industria agropecuaria, está ainda na sua infância, e não se espera um robusto crescimento em menos de uma década. Entretanto a oportunidade existe de exportar para este país para fornecer a crescente demanda deste potencioso mercado. Ross Christiesson preve que este mercado cresça aproximadament 15% por ano nos próximos cinco anos, O desafio em frente de (CMAB), segundo Christiesson é a limitada relação que os produtores dos E.U. tem com a China. Em contrapartida Nova Zelandia e Australia tem negociado com os Chineses por mais de 20 anos e essas relações a longo prazo dãolhe vantajens competitivas. No entanto a California tem a facilidade de produzir produtos de superior qualidade e segundo esta sondagem a manteiga da Nova Zelandia por exemplo é de inconsistente qualidade e frequentement cheira como as vacas e tem gosto a erva verde dos prados. O resultado do hábito cultural da produção de leite a base da alimentação das vacas produtoras nas pastagens. Em 2007-2008 este mercado

Quinzenalmente convidaremos uma pessoa a dar-nos a receita do seu prato favorito, com uma condição - que saibam cozinhá-lo. A nossa convidada nesta quinzena é Lina Goulart, nascida no Faial, residente em Denair e casada com António Goulart.

Bacalhau à Gomes de Sá Num pirex põe-se um bocadinho de azeite, e vai-se fazendo camadas de batata crua em roldanas, um pouco de sal, bacalhau já cozido e desfiado. Leva cebola partida em quatro e depois às roldanas, salsa picada miudinha, azeitonas sem caroço partidas. Deita-se azeite por cima e vai ao forno até cozer a batata. Tira-se do forno, deita-se os ovos às roldanas por cima. Bom apetite!

Asiatico entusiasmou a produção de leite californiano, chegandose a pensar que tinha vindo para ficar mas tal não aconteceu. Tendo em conta a crise global que atravessamos, não seria de admi-

rar que mediante uma robusta recuperação económica na segunda metade do corrente ano, se viesse a reconquistar os mercados perdidos.

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PATROCINADORES

1 de Maio de 2009

42ª Festa do Espírito Santo (S.E.S.) de Elk Grove Maio 17 - 24, 2009 Domingo 17, Maio - Quarta-feira 20, Maio 8:00 pm Recitação do Terco

Quinta - feira, Maio 21

7:00pm Rosário, seguido de Missa para os Doentes de Elk Grove

Sexta - feira, Maio 22

7:00 pm Recitação do Terço, seguida de Missa. 9:00pm Grande Noite de Fados, com Arminda Alvernaz (Pico), Soria Mejdoubi (Toronto), Avelino Teixeira (Toronto), Isalino dos Santos (Stockton). Trio “Sete Colinas” - Helder Carvalheira, Manuel Escobar, João Cardadeiro.

Sábado, Maio 23

1:00pm Almoço de bife e ostras para os amigos da festa (donors) 3:00pm Vacada no Parque dos Automóveis 6:00pm Recitação do Terco 7:00pm Jantar de Caçoila 9:00pm Apresentação das Rainhas e Baile com Alcides Machado

Domingo, Maio 24

8:30am Pequeno almoço para os participantes da parada 9:30am Parada desde o Salão do SES 10:45am Missa pelo Padre Eduino Silveira 1:30pm Sopas e carne para todos os presentes 2:30pm Arrematações no Salão de Jantar 8:00pm Jantar de Sopas 9:00pm Baile para todos pelo Conjunto “Progresso”

Segunda-feira, 29 de Maio Corrida de Toiros às 8 horas Praça de São João de Thornton Cavaleiro - Sário Cabral Matador - Mário Miguel

Forcados do Aposento de Turlock Forcados de Merced

6 Bravos e Nobres Toiros 6 Ganadaria de Manuel do Carmo Admissão $20.00 - Menores 10 anos grátis

A Outra Voz (conclusão da página 4) São vítimas todos os paroquianos desde os fundadores até aos de hoje que de uma maneira ou outra contribuíram para o desenvolvimento da Escola das Cinco Chagas; desde as senhoras cozendo massa sovada às quatro da manhã até aos senhores cuidando do bingo no I.ES.; desde os pais da escola trabalhando horas infinitas até aos que abriram a carteira uma segunda vez durante a colheita do domingo para ajudar a escola; desde os grandes benfeitores que ofereceram milhares de dólares, aos pobres que sempre encontram uma moeda para dar à igreja. Lamento o encerramento da escola Five Wounds School. É pena que não completasse o seu Quinquagésimo Aniversário. Só espero que, desta vez, os paroquianos sejam incluidos nas decisões quanto ao aproveitamento do edifício de forma que este passe a fazer parte da vida da nossa comunidade. Somos poucos e precisamos de todos. É

indispensável que reconheçamos as nossas limitações e humildemente peçamos ajuda e conselho aos que estão em posição de o fazer. A paróquia não pode ser um clube exclusivo e elitista e ninguém se deve sentir excluido. Claro que nada podemos fazer com as mãos atadas e, francamente, neste momento sinto-me deveras impotente frente aos novos acontecimentos na nossa paróquia e à grande falta da devida comunicação.

Jantar dos Finalistas do Clube Português de San Jose High Academy O Clube Português de San Jose High Academy promove o seu Décimo Segundo Jantar Anual dos Finalistas com o fim de angariar fundos para bolsas de estudo que serão oferecidas a membros do clube que continuarão a sua educação a nível universitário. O jantar terá lugar no salão da Banda Portuguesa de São José (100 N. 27th St.), na sextafeira, dia 15 de Maio, a partir das 6:30 horas da noite. O preço do jantar completo de “tri-tip” é $23 por pessoa ($12 para crianças até aos 12 anos). Ao jantar seguir-se-á o reconhecimento dos finalistas, um pequeno espectáculo que inclui folclore e uma rábula pelos alunos do programa de português da escola, e dança ao som de dj. Para bilhetes, é favor contactar a presidente do clube, Crystal Mendes (408) 348-1508. Não serão vendidos bilhetes à porta. Para mais informação, contacte em San Jose High Academy o professor José Luis da Silva ou a professora Nancy Pereira pelo telefone (408) 535-6320. Venha ajudar o Clube Português de San Jose High Academy, a única escola secundária na área da Baía de São Francisco que oferece um programa de português. Participe neste evento, apoie o ensino do português e promova a educação da nossa juventude!

COLABORAÇÃO

Agua Viva

Filomena Rocha [email protected]

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Concerto dos LAFORA em Livinsgton

Vivemos ou não vivemos num mundo livre?

T

odos falam de Democracia, de direitos iguais, de livre discurso e bla-bla-bla… É só conversa fiada! Quando porém, chegam os interesses particulares ou de colectividades, os direitos de cada um deixam logo de existir para se converterem em propriedade de manipuladores, abusadores, ou de quem se julga no pleno direito de governar o pensamento alheio, a vontade da pessoa humana, e só falta mesmo que se invente o machado que corte o resto da raíz ao pensamento. E digo o resto, porque já criaram um que descobre quando alguém está mentindo ou dizendo a verdade. Até aqui já chegámos. Alguns até que deveriam ser sugeitos ao detector de mentiras e verdades… Pessoas há que têm tal poder de persuasão, que as suas palavras têm o efeito de anular o que na realidade os outros pensam e sentem e estes, por sua vez, têm de fazer um esforço desmedido para não se deixarem seduzir pelo encanto da serpente. Pior ainda se se trata de pessoas que têm peso na Comunicação Social, porque se aproveitam para enganar e chantagear os menos preparados ou os mais vulneráveis, nos mais diversos aspectos.

Nos anos sessenta havia um anúncio em Portugal que dizia isto: “Quem não lê, chapéu!” Neste caso devemos dizer, que “quem não houve desta boa música portuguesa, poderá ter tendência a ficar surdo mais cedo”. Numa organização da Fundação Portuguesa de Educação do Vale Central, realizou-se um concerto de musica portuguesa no Salão Portugues de Livingston. Pouco mais de 70 pessoas, ouviram, entusismaram-se com a beleza da nossa música. Autores como Luís Represas, Fausto, Rui Veloso, Rita Guerra, Resistência, Delfins, etc, além das nossas mais bonitas e tradicionais musicas açorianas, encheram o salão de boa musica. Vale a pena ouvir os LAFORA. Como diria o Paul Mello, é mesmo “uma lufada de ar fresco”. Embaixo: Roberto Lino, Leslie Pavão, António Zeferino, além de um ouvinte muito atento a tudo o que se passava no palco. Assim se aprende a ouvir boa música desde pequeno.

Um facto que mais recentemente me chamou a atenção, embora eu não tivesse visto o desenrolar do acontecimento, foi o da Miss USA. Que fantochada! Para além de algumas humilhações a que se sugeitam as concorrentes, e tudo em nome da beleza e umas quantas futilidades, ainda ter que perder o título e respectiva corôa, por causa de uma resposta “atravessada”, como diriam os antigos, porque não caíu bem, porque não agradou, porque não era da mesma opinião do membro do Júri. Quer isto dizer então que no fim de todas as provas, esta resposta era a coisa mais importante de todas, pois conseguiu reprovar a bonita jóvem da California Carrie Brejean, com todas as probabilidades de ser a Beleza número um da América. Mas que raio de critério é este que se baseia nas opiniões pessoais para ainda depois lhe chamar nomes feios, sem um mínimo de respeito e sem escrúpulos. Então agora somos todos obrigados a dizer que sim, a concordar com o casamento entre pessoas do mesmo sexo? Mas, que é isto agora? Um pateta destes, que pelos vistos, sem vincada formação, se atreve a desconsiderar uma pessoa que defende os princípios em que foi educada… Mas quem é Perez Hilton, aquele palhaço, para se injuriar de forma tão grosseira, contra uma pessoa que apenas lhe deu a sua opinião, que fosse qual fosse, e ainda que não do seu agrado, ele devia ter respeitado. Pois bem, o seu verdadeiro nome é Mario Armando Lavandeira Jr., às tantas é Português, que é só o que nos faltava, nascido na Flórida, de pais cubanos originários da Galiza, tirou uns quantos cursos universitários, tendo estudado primeiro num colégio Jesuíta de Nossa Senhora de Belém, para no fim de contas se dedicar à arte do mexerico e mal-dizer. Fora o resto… Para o que nem sequer há paciência… Será que estamos todos a ficar doidos de remate ou isto é impressão minha? A verdade é que este assunto de casamento entre pessoas do mesmo género está tomando sérias e alarmantes proporções no mundo inteiro. E que ninguém se atreva a contradizer! “O que não é por mim é contra mim”. O Mundo está ao contrário! E parece não haver quem o detenha, sobretudo desde que começaram a sair todos os esqueletes dos armários… Salve-se quem puder!!!

1600 Colorado Avenue Turlock, CA 95382 Telefone 209-634-9069

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COMUNIDADE

MVPA

(Most Valuable Portuguese-Americans)

A associação estudantil SOPAS (Society of PortugueseAmerican Students) das três escolas secundárias de Tulare, apresenta no domingo, 17 de Maio a partir das 18h00 (6 horas da tarde) o seu terceiro anual evento dedicado a distinguir membros da comunidade que se tenham distinguido nos variados campos. Daí que neste ano de 2009, o evento terá lugar no auditório Tulare Community, adjacente à escola secundária Tulare Union, seguindo-se um beberete oferecido pela associação estudantil a todos os presentes. Toda a comunidade está cordialmente convidada a assistir este evento em que se distingue pessoas que têm servido a língua e acultura portuguesas nas mais variadas vertentes. A entrada é livre e todos são convidados. Este ano serão distinguidos alunos do ano, directores da associação SOPAS do ano, o professor do ano, o cidadão não português do ano que tenha contribuído para a língua e cultura portuguesas, a associação do ano, o negócio do ano, o empresário da agro-pecuária do ano, o voluntário do ano, o artista do ano, a inspiração do ano (este ano dado a uma pessoa que tem infundido o serviço público na nossa comunidade), e por último o mais prestigioso galardão a indução de uma pessoa da nossa comunidade no SOPAS PortugueseAmerican Hall of Fame. Convidamos a nossa comunidade a estar presente neste evento, que os jovens intitularam de os “oscars” portugueses. É uma noite de gala para homenagear aqueles que se têm distinguido no mundo escolar e na sociedade em geral. Venham todos no domingo, 17 de Maio a este evento único na nossa comunidade. Para além de vários alunos das três escolas secundárias que serão homenageados, serão distinguidos os seguintes elementos da nossa comunidade local: Professor do Ano - Dave Caetano, professor de ciências agrárias nas escolas secundárias de Tulare Organização do ano - SPDES de Tipton a celebrar os seu 60º aniversário. Negócio do Ano - Maciel’s Photography Studios Leitaria do Ano - Joe Pinheiro e Filhos de Tipton. Honorary Portuguese-American of the Year - Howard Berger, Superintendent do Distrito Escolar de Tulare Voluntária do Ano - Professora Carmen Pinheiro Pessoa Inspiradora do Ano de 2009 - Manuel Sousa de Tipton Artista do Ano - Emily SOPAS Portuguese-American Hall of Fame - Professora Doutora Deolinda Adão.

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PATROCINADORES

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FESTAS

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Festa de Santo Antão de Stevinson

2° VP, Dominic e Joanna Barroso; 1°VP, Frank e Maria Dores; Padre Domingos Machado, Jacinta e Germano Soares (Presidente), PP, Jose e Fatima Jorge, Dianne Alves, Tesoureira

Já se mencionou na edição passada os objectivos desta festa, mas vamos repeti-los para que todos se apercebam da importância deles: “Construir um Lar para a Terceira-Idade, continuar com as Bolsas de Estudo para estudantes de Ciências Animais, Continuar a apoiar a Paróquia do Santo Rosário (Hilmar) e de Santa Maria (Stevinson), conforme as suas carências.” É a primeira festa do ano e por muito simples que seja esta festividade, é sempre bem recebida por quem vive nas redondezas. No Sábado houve o Bodo de Leite e Pézinho, seguido de cacoila bem feita e saborosa. À noite dançou-se ao som da música e das canções do Alcides Machado. No Domingo, Procissão, Missa da Festa com o Pároco da Cidade de Oxnard, Domingos Machado. Depois serviram-se Sopas e Carne, confeccionadas por Maria Sidónio Cardoso e marido. Muitas arrematações se seguiram e à noite houve novamente baile com o Alcides e a Emily. Estão de parabéns todos aqueles que fizeram, ajudaram e participaram numa festa com objectivos tão belos. Padre Domingos Machado, pároco de Oxnard, foi o convidado da Festa de Santo Antão Embaixo: aspecto do remodulado Salão de Stevinson, cheio de gente para saborear as primeiras Sopas da temporada festiva de 2009

FESTAS

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A Imagem de Santo Antão desfilando no Bodo de Leite acompanhado pela Lira Açoriana. Embaixo: Cheyenne Veríssimo já gosta do Pézinho e de comer pão de leite com queijo de São Jorge - Direita: Enquanto se espera pelas Sopas ouve-se boa música.

A Lira Açoriana aquecendo os “metais” antes da Procissão

José Ribeiro, António Azevedo, Adelino Toledo, Manuel dos Santos acompanhados por Pedro Reis e Dimas Toledo

Uma grande equipa de ajudantes sob o comando de Maria Sidónio Cardoso (avental roxo com emblema)

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FESTAS

1 de Maio de 2009

Festa de Nossa Sa. de Fátima, Oakdale A Festa em Honra de Nossa Senhora de Fátima em Oakdale começou em 2005 e celebrou-se no mesmo dia da de Santo Antão de Stevinson. Duas Festas recentes e com objectivos diferentes, mas sempre muito procurada pelos fiéis da Virgem que um dia apareceu em Portugal aos três Pastorinhos e que é celebrada em toda a California em diferentes ocasiões. O serviço religioso esteve a cargo do convidado Padre Luís Dutra, pároco da freguesia de Castelo Branco, Ilha do Faial. Durante a semana que antecedeu a festa houve terço e missas diáriamente. No Domingo, dia 19 de Abril, houve a tradicional Procissão e no fim desta serviu-se almoço a todos os presentes. Festa nova mas já muito concorrida.

Manuel e Fatima Melo; Duarte e Maria Bento; Presidente Joe e Maria Rodrigues; Mario Rodrigues (Secretario) e esposa ; Joe Parreira (Tesoureiro) e Rosa Maria Parreira fotos de Jorge Avila “Yauca”

COMUNIDADE

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COMUNIDADE

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Torneio de Golfe

do Portuguese Athletic Club

em colaboração com Franklin Oliveira Dia 16 de Maio de 2009

Del Monte Golf Course em Monterey

Para inscrições, telefonar para o PAC 408-287-3313 Hole-in-One = $10,000.00 dólares Haverá muitos outros prémios e surpresas

Se gosta de Golfe, não falte!

PATROCINADORES

LUSO AMERICAN LIFE FRATERNAL ACTIVITIES OF THE SOCIETY Luso American Fraternal Federation Sociedade Portuguesa Rainha Santa Isabel May

2009

LAFF

Date

Time

Council City

Location

Friday, 15th

7:00 pm 9:30pm

All Luso F r e m o n t members Union City are invited P r e s i d e n t s Visit

SDES Hall 30846 Watkins St, Union City, CA

S a t u r d a y , 6:00 pm 16th 7:00 pm

All Luso San Pablo Mapple Hall members P r e s i d e n t s 1 Alvarado Squaare invited Visit re, San Pablo

Sunday, 17th

12:00 pm 4:00 pm

Friday, 22nd

6:30 pm 9:30 pm

All Luso members are invited 20-30’s Testimonial All Luso members are invited

May

M o d e s t o / MRPS Hall Manteca 133 N Grant St P r e s i d e n t s Manteca, CA Visit

Chino Chino DES Hall P r e s i d e n t s 5216 Riverside Visit Drive, Chino

SPRSI

Saturday, 9th

2 79

P r e s i d e n t s TBA Visit

Sunday, 17h

134

P r e s i d e n t s Fresno Visit

Monday, 18th

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P r e s i d e n t s TBA Visit

We d ne sd ay, 27th

20-30’s Associate President Liz Alves, State President Liz Rodrigues, State Youth President Gary Resendes Contact LAFF 925-828-4884

18, 31, 64, P r e s i d e n t s TBA Visit 107

SPRSI Presidents: Constance Brazil, Tisha Cardoza, Brianne Mattos

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DESPORTO

1 de Maio de 2009

LIGA SAGRES

Dragões seguem em frente

A quatro jornadas do fim do campeonato, o tetra é cada vez menos uma miragem, apesar de na concorrência haver quem acredite em milagres. Concluída a 26ª ronda, os cinco primeiros venceram, com maior ou menor dificuldade, e deixaram tudo na mesma no topo da classificação. Sem Lucho e Hulk, Lisandro tratou de garantir que o campeão nacional mantinha a vantagem de quatro pontos para o Sporting, assinando o primeiro bis da temporada na Liga. O espectáculo não o foi, mas o V. Setúbal também não ajudou. Foi a sexta vitória consecutiva do F.C. Porto na prova, um dia depois de o Sporting ter alcançado o mesmo registo. Desde o nulo no Dragão que os dois primeiros não desarmam na frente, mantendo a distância e com o perseguido mais sereno que o perseguidor. Sem Vukcevic, Rochemback, Izmailov, Grimi, Derlei e João Moutinho (estes dois castigados), o Sporting venceu o Estrela, em Alvalade, pela diferença mínima (2-1) e sob pressão,

quando podia tê-lo feito tranquilamente, face ao volume ofensivo. Foi, também, em sofrimento que o Benfica ganhou ao Marítimo, a segunda vitória seguida depois de uma fase negra, com duas derrotas de uma assentada na Luz. Os encarnados estiveram a vencer por 3-0, mas terminaram com um 3-2. Cardozo bisou pela segunda vez (a terceira nos últimos quatro encontros) e reduziu a diferença para Nené (Nacional) no topo dos melhores marcadores. Na luta europeia, a vitória do Sp. Braga na recepção ao Trofense, com um golo de Alan ao fechar do pano, obrigava o Nacional a sair do Restelo com três pontos, o que aconteceu. O Belenenses esteve mais perto de vencer, mas terminou a jornada novamente na zona de despromoção. E se os últimos classificados não viram os marcadores fazerem-lhes justiça, a sorte resolveu dar o braço ao Rio Ave, que ganhou na Figueira da Foz, recuperando o significado de permanência e forçando a

Naval a cuidados redobrados nas partidas que se avizinham. O adeus à 26ª ronda fez-se com dois empates, o primeiro em Matosinhos (2-2) e o segundo na Mata Real (1-1). Braga voltou a marcar seis meses depois, e por duas vezes, como aconteceu no Dragão a 25 de Outubro. O Leixões já não é o mesmo que encantava (todos) os adeptos, mas continua de olho no Sp. Braga e na Liga Europa (ex-Taça UEFA); tal como o V. Guimarães também já não é aquele que inquietava os torcedores com maus resultados. A Académica vive a recta final do campeonato como há muito não acontecia, confortável no meio da tabela. Renovado espírito que partilhou com o adversário P. Ferreira, finalista da Taça de Portugal e com a manutenção praticamente assegurada. In Maisfutebol

III Divisão Série Açores - 2ª Fase

Vitória derrota Madalena e ganha 1° lugar A duas jornadas do final do campeonato, a Série Açores conheceu mais um líder, desta feita o Vitória, que em casa bateu o Madalena por uma bola a zero Todavia, a equipa de Celestino Ribeiro apenas vai disputar mais um encontro, pelo que esta recta final de campeonato promete emoção e decisão do campeão até ao lavar dos centos. Em São Roque do Pico, o Vitória, graças ao madrugador golo de Luciano, levou a melhor sobre o vizinho Madalena que assim baixou ao segundo lugar e irá, nas duas últimas rondas, discutir o título com a equipa de Celestino Ribeiro, e o Angrense, que folgou nesta ronda, e tem menos um ponto que a formação orientada por Fernando Orge. Fora da luta ficou o Boavista. Os axadrezados de São Mateus não foram felizes na deslocação a São Miguel , tendo perdido no Jácome Correia com o Capelense por duas bolas a zero. Gervásio e Eurico marcaram os tentos que deram aos capelenses a primeira vitória na segunda fase da prova. No Grupo da Despromoção, a luta pelo segundo lugar está agora

em tons de azul e branco, e a vitória do Desportivo de Rabo de Peixe coloca pressão sobre o União Micaelense, que ainda vai procurar anular a desvantagem de quatro pontos nos dois jogos que estão em falta, depois da derrota de ontem no Bom Jesus. Em Angra do Heroísmo, o líder Lusitânia cedeu um empate a duas bolas perante o já despromovido Marítimo, tendo folgado o Vilanovense. in AO

Promoção Resultados

Proxima Jornada

Vitoria Pico 1 Madalena 0 Capelense 2 Boavista SM 0

Madalena - Capelense Boavista SM - Angrense

Despromoção

Resultados

Rabo de Peixe 2 U Micaelense 1 Lusitania 2 Maritimo PDL 2

Proxima Jornada

U. Micaelense - Lusitania Maritimo PDL-Vilanovense

PATROCINADORES

Aliança Velha Aguardante $ 9.99

Casal Mendes - Rosé e Branco $1.99

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TAUROMAQUIA

1 de Maio de 2009

Às vezes até o Quinto Toiro é bom Corrida da Festa de Santo Antão de Stevinson Cavaleiro - Sário Cabral Matadores - Alfredo Gutierrez e Jose Luis Angelino Forcados Amadores de Turlock Banda Lira Açoriana Director - João Gonçalves Toiros de Manuel da Costa (3) e Manuel do Carmo (3) Quando se escreve a primeira crónica da temporada está-se sempre com medo do lápis partir-se na quinta linha. Isso não aconteceu este ano. O lápis aguentou-se bem, até porque os intervenientes estavam interessadsos em fazer figura, caso a matéria prima assim colaborasse.

Sário Cabral O primeiro toiro da temporada tinha o numero 80, era colorado e da Ganadaria Manuel da Costa. O toiro teve nos primeiro minutos um comportamento não muito bom. Desinteressado. Sário citou para o primeiro comprido mas o toiro não investia, distraído. Tentou interessálo, mas o toiro não queria. Tentou cravar, mas a reunião estava muito distante e o ferro não partiu. Reuniões muitos largas. O seu primeiro ferro foi bom e com bom remate. Toiro investia e o Sario tentava colocá-lo em sorte para o segundo comprido. Bom cite, boa tira e boa cravação. Muda de cavalo, preto, muito bonito.

Toiro a investir bem. Ladeia. Cita e crava mas a reunião foi muito larga e o ferro caíu no chão. Sario tentava entusiasmar o toiro novamente e ficou em sorte. Citou e cravou um pouco descaído, sem remate. Sário estava dando conta do recado. O toiro tanto quer como desiste de vez em quando. Toiro teve tendência de enquerençar nos tércios. Sario ladeia, e cita bem, e crava bem à tira. Actuação positiva do Sário nesta sua primeira prestação da temporada. Ladeou sempre que poude. Pediu mais um ferro. Sario procura colocar o toiro em sorte. Cita bem e crava bem numa tira mais curta. Mais um ferro. Cita o toiro, crava um belo ferro, sem remate. Bela pega de Michael Lopes com o grupo a aguentar bem já perto das tábuas. O Sario recebeu bem o seu segundo toiro, preto e com peso, da Ganadaria de Manuel do Carmo, que se portou, aqui e ali com alguns bons pormenores. A lide decorreu em bom ritmo, com os compridos e curtos, só foi pena que a cravação não tivesse sido constante em sítio como no primeiro toiro. Sário passou o exame. Precisa sómente de tourear mais, com mais calma, com menos velocidade, sem nunca perder de vista o objectivo de ter de colocar o toiro onde melhor ele investir. Tentar evitar desperdiçar tempo em voltas perdidas sem resultados. Mas também, precisa de dar show, muito em especial com o seu

cavalo preto. Kyle Parker fechou-se bem numa boa pega, bem ajudado por todo o grupo.

Alfredo Gutierrez No segundo toiro a primeira série de derechazos de Alfredo Gutierrez foi boa mas o toiro tinha pouca força. As restantes séries, quer pela direira quer pela esquerda não convenciam. Toiro ficou curto e complicado. Houve passes sem haver toureio. O terceiro toiro para Jose Luis Angelino, colorado, foi parecido com o segundo. Um bom par de bandarilhas salvou a primeira parte da sua faena. Cabeça revolta, curto, pouco ou nada se podia fazer.

O tal quinto toiro Não há quinto toiro manso diz a tradição, mas não é sempre bem verdade este desejo de ver o quinto sempre em boa forma. O toiro teve um primeiro tércio fraco, sem interesse. Alfredo Gutierrez desforrou-se com a muleta melhor pela direita do que pela esquerda. Foi um faena longa, calma e boa para o começo da temporada. Estão de parabéns o ganadero e matador. Pena que Fernando Ochoa não tivesse toureado este toiro, que era bravo e nobre. O sexto toiro não foi bom. Ponto final. Foi uma corrida com pormenores interessantes e queremos crer que o futuro poderá trazer novas alegrias.

Em cima: Pega de Kyle Parker ao quarto toiro - Direita: pega de Michael Lopes

Esta gravata preta ficará aqui até que as nossas organizações taurinas aprendam a devolver os bilhetes dos toiros depois dos porteiros os cortarem. O que acontece na California desde há anos, é que os patrocinadores pagam para que os seus serviços sejam publicitados nos bilhetes de toiros e depois mal se compram entrega-se ao porteiro, este fica com ele e no fim da corrida vai tudo para o lixo. Alguém pode compreender isto? Por lei, todo o cidadão, em qualquer país do mundo, tem direito a ter o seu recibo, mesmo que o bilhete seja oferecido.

Quarto Tércio

José Ávila [email protected]

Atiro o meu chapéu três vezes

ao ar, para agradecer aos donos da Praça de Stevinson terem feito burladeros, quer para a Imprensa, Forcados, Porteiros, Paramedicos. Custou, mas foi. A segurança das pessoas deve estar sempre em primeiro lugar. A Ganadaria do Tio Manuel de Sousa tem novo nome Ganadaria Pico dos Padres, da Família Sousa. Esperemos que a mudança de nome seja prenúncio de uma nova fase da vida da mais antiga Ganadaria da California, ainda a correr toiros. Os ganaderos do Canadá têm vindo à California comprar cavalos e toiros. Bom sinal para os aficionados de lá. E há uma praça nova em construção. Olé!

Sario Cabral começou bem a temporada. Agora é só rever pormenores da corrida, continuar a treinar e a tourear

PATROCINADORES

Maio

VISITAS OFICIAIS PARA O MÊS DE MAIO 15 de Maio : 6:00PM – Official Visit, Co. # 99 (with Co. #68) Gustine Tel: (209) 854-6604 6.:00PM – Official Visit, Co. #68 (with Co. #99) Newman Tel: (209) 862-2405

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ARTES & LETRAS

1 de Maio de 2009

Charlas sobre a Língua Portuguesa alguns dos deslizes mais comuns de linguagem, de Cristovão de Aguiar

Victor Rui Dores O filho da terceirense Maria Madalena Pinheiro Nogueira, de seu nome Fernando Pessoa, chamava-nos a atenção, no ano de 1929, para o nosso imenso e valioso património linguístico ao escrever uma simples frase que vale toda uma literatura: “A minha pátria é a língua portuguesa”. Com cerca de 240 milhões de falantes, dispersos por oito países, a língua portuguesa é, actualmente, a 6ª mais falada em todo o mundo (atrás do mandarim, do hindi, do castelhano, do inglês e do bengali), sendo a 3ª mais falada no mundo ocidental. E não nos esqueçamos que existem 6.700 línguas faladas neste planeta globalizado onde habitamos… Isto significa que é um dever de cidadania defender, a todo o custo, a Língua e Cultura portuguesas, bem como promover a Lusofonia. Para isso, os nossos jovens devem ser ensinados a cultivar, com esmero, a língua de Camões, num tempo em que, em Portugal, o futebol é que “induca” e a televisão é que “instrói”… É certo que têm faltado políticas eficientes e eficazes de defesa do nosso património linguístico. Mas dificilmente tal seria possível se atentarmos nestes dados inapeláveis: em 35 anos de democracia portuguesa, tivemos 28 ministros de Educação (incluindo os dos governos provisórios), sendo que desses 28 ministros só 3 concluíram as suas legislaturas: Roberto Carneiro, Marçal Grilo e, até ver, Maria Lurdes Rodrigues. Aliás, o que nós temos no nosso sistema educativo resulta daquilo que criámos – reformas atrás de reformas, as quais, a todos os níveis, conseguem um surpreendente efeito: cada qual é pior que a anterior. O resultado está à vista de todos. As escolas ensinam cada vez mais sobre cada vez menos. O “simplex” tomou conta dos programas de ensino. Prevalece a pedagogia do lúdico em detrimento de uma cultura de trabalho, esforço e rigor. A língua portuguesa é, diariamente, maltratada e agredida. Assistimos, quase indiferentes, a pontapés na sintaxe, calinadas na gramática, fífias na ortografia, topadas no léxico… E não só a nível dos órgãos de comunicação social. Há por aí muito pseudo-escritor (de brinco na orelha) que confunde vernaculidade com caprichos semióticos, hermetismos inócuos e originalidades de estilo… Acabo de ler um livro que nos vem lembrar

que existem normas e regras para a Língua Portuguesa – Charlas Sobre a Língua Portuguesa – alguns dos deslizes mais comuns de linguagem (Almedina, 2009), escrito pelo professor (aposentado) e escritor (no activo) Cristóvão de Aguiar. Estas Charlas andavam dispersas em blogosferas e em jornais continentais e açorianos e, agora, em boa hora “enfeixadas” em volume, conhecem uma nova respiração e uma outra eficácia. Estamos perante uma série de notas, comentários, apontamentos e contributos, de inegável valor didáctico-pedagógico, sobre alguns dos erros mais comuns praticados por falantes da Língua Portuguesa. Não sendo linguista nem gramático, mas possuindo consciência literária, linguística e histórica, Cristóvão de Aguiar dá exemplos práticos desses erros e formula e fundamenta a sua correcção em textos de leitura muito agradável. No final de cada “lição”, o “professor” recapitula a matéria dada. E, coisa rara de acontecer entre alguns linguistas da nossa praça, o

Cristovão de Aguiar por Eugénio Macedo

autor exemplifica e simplifica sem cair em facilitismos e, esclarecendo e contextualizando, chega a conclusões. Recorre, por vezes, ao inglês para efeitos de comparação (não é impunemente que se é germanista e se teve Paulo Quintela como Mestre), por ser língua mais concisa do que a nossa.

Apenas Duas Palavras

Diniz Borges [email protected]

E, para ilustrar e contextualizar o que diz, vai contando apetecíveis histórias. Falando de deslizes linguísticos através de terminologia adequada (vade retro a Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário - TLEBS), o autor aproveita também para lançar olhares (críticos e irónicos) ao estado das coisas em Portugal – ao nível do social, do político e do cultural. Alguns dos comunicadores televisivos (todos eles detentores de licenciaturas) levam valente bordoada pelos deslizes… Alvo de farpas são também aqueles que insultam, na televisão, na rádio e nos jornais, a Língua Portuguesa. E não é assim que se educa um país. Não nos esqueçamos que, em matéria de português falado, quem, na pantalha, leva a primazia são os jogadores e treinadores de futebol. Literatura, cultura e escritores? Só na RTP 2, e depois da meianoite… Por conseguinte, estas Charlas são de uma gritante actualidade e, por isso mesmo, devem merecer a nossa leitura mais atenta. E esperemos que, para fruição nossa, as ditas conheçam sequelas.

Nesta edição trazemos aos nossos leitores uma recensão do nosso amigo e distinto colaborador o poeta Victor Rui Dores, sobre o novo livro de Cristóvão de Aguiar. No começo do seu texto Victor Rui Dores escreve: “Isto significa que é um dever de cidadania defender, a todo o custo, a Língua e Cultura portuguesas, bem como promover a Lusofonia. Para isso, os nossos jovens devem ser ensinados a cultivar, com esmero, a língua de Camões, num tempo em que, em Portugal, o futebol é que “induca” e a televisão é que “instrói”…” Tais palavras fazem-nos reflectir sobre as nossas comunidades açor-americanas e a presença da língua portuguesa nas mesmas. É do conhecimento geral que cada vez se fala menos a língua portuguesa nas comunidades portuguesas da América do Norte. Não há que fazer nenhum drama porque faz parte da integração das comunidades, o mesmo tem acontecido com outras comunidades e outros grupos étnicos, como os italianos e os polacos, entre outros. Negar esta realidade é fugir à realidade. Alias, é o que acontece, infelizmente, em muitos sectores do nosso movimento associativo. Clausulam-se num mundo do seu português de há 40 anos e ignoram a metamorfose que acontece à sua volta. Porém, essa realidade, é ainda mais agravada pelo abandono a que as comunidades têm sido sujeitas pela parte do governo central português de Lisboa. Nas nossas comunidades, ou a língua portuguesa passa a ser parte integrante dos sistemas de ensino norte-americanos, uma realidade cada vez mais afastada, ou então continuaremos a verificar o seu declínio. Não se pode pedir aos clubes e às associações que fiquem com a enorme responsabilidade do ensino da língua e cultura portuguesas. É que se é verdade que as famílias já não ensinam aos seus filhos a falar português em casa (porque muitos dos pais já não comunicam português), não é menos verdade que, como comunidades, não podemos dizer a banalidade que a língua portuguesa está viva nas comunidades porque duas dúzias de jovens aprenderam a recitar duas dúzias de palavras para um bailinho ou um “acto de variedades.” A situação da língua portuguesa nos Estados Unidos e no Canadá não é a mais saudável. Existem inúmeros desafios. Portugal desde sempre que se esquivou da sua responsabilidade de concretizar e apoiar cursos de língua e cultura portuguesas nas escolas do ensino oficial norte-americano. Aliás, nem tão pouco apoiou a rede de escolas comunitárias que já foram (e em algumas comunidades ainda são) o único meio possível para se ensinar a língua e a cultura. Resta-nos a “inducação” do futebol, porque ainda há jovens que ainda vêem alguns jogos da primeira liga e os jogos da selecção, e a “instroição” da televisão nas casas que têm a ligação da RTPinternacional e que os jovens espreitam de vez em quando. Abraços Diniz

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Tribuna Portuguesa agradece à IDES ter autorizado a publicação da sua Lista de Festas de 2009 no nosso jornal. Partilhem-na com os vossos amigos! A Lista das Festas é patrocinada por SANTA CLARA REALTY

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