Terapia Nutricional Em Paciente Com Alergia Alimentar - Relato De Caso

  • Uploaded by: Ricardo
  • 0
  • 0
  • December 2019
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Terapia Nutricional Em Paciente Com Alergia Alimentar - Relato De Caso as PDF for free.

More details

  • Words: 1,020
  • Pages: 2
TERAPIA NUTRICIONAL EM PACIENTE COM ALERGIA ALIMENTAR: RELATO DE CASO 1

Camila Ribeiro Gomide, 1 Ana Valéria Luquiari Pardo, 1 Luciana M. Fioretto, 2 Silvia Cristina Rodrigues Nishihara, 3 Rosana Regina Cardoso Geraldo 1 Nutricionista Clínica Hospital Estadual Bauru 2 Nutricionista e Coordenadora Clínica Hospital Estadual Bauru 3 Gerente do Serviço de Nutrição e Dietética Av. Engenheiro Luiz Edmundo Carrijo Coube, 1-100, Bauru – São Paulo e-mail : [email protected]

PALAVRA CHAVE: alergia alimentar, Síndrome de Down, fórmula semi-elementar, terapia nutricional INTRODUÇÃO: A Síndrome de Down (SD) é a desordem cromossômica mais comum observada no período neonatal, que acomete cerca de 1/3 das anomalias detectáveis (OSKI, 1994). Entre as más formações do trato gastrintestinal mais freqüente na síndrome estão a atresia do duodeno e pâncreas anular. Outras anomalias tais como mal rotação, duplicações intestinais e megacólon podem estar presentes em menor freqüência. As crianças com SD tendem a nascer um pouco prematuramente, em media de 7 a 10 dias da data prevista. Seu peso médio de nascimento é 400g inferior e a estatura é 2 a 3cm menor que o observado em recém nascidos normais. Geralmente esses pacientes continuam ser pequenos na vida futura: a maioria deles situa-se em faixa inferior ao terceiro percentil em qualquer idade (MARCONDES, 1992). A alergia alimentar (AA) é uma reação adversa a proteína alimentar caracterizada por uma reatividade imunológica anormal em pacientes predispostos geneticamente. A resposta imunológica gera uma variedade de sintomas e manifestações clínicas expressas em diversos sistemas orgânicos, tais como a pele, o trato respiratório e gastrintestinal. A identificação e a eliminação da proteína alergênica da dieta devem levar a resolução dos sintomas. A prevalência da AA é maior nos primeiros anos de vida, afetando 6% das crianças abaixo de 3 anos de idade.Comumente maioria das crianças com alergia a proteína do leite de vaca (APLV) inicia as manifestações clinicas no primeiro ano de vida e desenvolvem tolerância em 80% dos casos aos 5 anos de vida (RODRIGUES, 2004). A APLV e o refluxo gastroesofágico estão entre os distúrbios gastroenterológicos mais freqüentes durante o primeiro ano de vida e podem ocorrer simultaneamente entre 16 a 42% dos lactentes (LARANJEIRA, 2006) As formulas a base de hidrolisado protéico (semielementar) são desenvolvidas para crianças impossibilitadas de digerir ou alérgicas a proteína intacta do leite de vaca. A hidrolise resulta na obtenção de aminoácidos ou peptídeos tão pequenos que seriam incapazes de desencadear uma resposta imunológica. Estão indicadas nos casos de alergia a proteína do leite de vaca ou da soja, e nos casos de má absorção importante e secundária a doença gastrintestinal (WAITZBERG, 2004) RELEVÂNCIA DO ESTUDO: Demonstrar a importância da terapia nutricional em um caso de alergia alimentar infantil em paciente com necessidade especial. MATERIAIS E MÉTODOS: Paciente M.C.S., sexo masculino, seis meses de idade, com Síndrome de Down, internado na Unidade de Pediatria do Hospital Estadual Bauru (HEB) com história de vômito e sangramento pós-alimentação e alergia a proteína do leite de vaca. A primeira avaliação nutricional foi realizada após 24 horas de internação, seguindo o protocolo do Serviço de Nutrição e Dietética (SND), baseado no SISVAN, que recomenda a utilização do índice Peso/Idade para avaliação e diagnostico nutricional de crianças menores de 7 anos de idade. Esta avaliação compreende o preenchimento de ficha especifica com identificação do paciente, anamnese e histórico alimentar, exame físico, exames laboratoriais, avaliação antropométrica e conduta nutricional baseada nos dados colhido

acima. A avaliação nutricional semanal e aferição diária de peso foram realizadas para acompanhamento da evolução nutricional do paciente até sua alta. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após a primeira avaliação o diagnóstico nutricional foi de desnutrição moderada (P<0,1 a P3) e observou-se por meio de relatos da mãe presença de vômito com sangue após qualquer tipo de ingestão alimentar. Diante disso a conduta nutricional foi à administração por via oral de dieta hipoalergênica (fórmula de frango). Houve persistência do vômito e o setor de cirurgia pediátrica diagnosticou estenose duodenal e refluxo gastroesofágico, sendo então ministrado leite materno por via oral e fórmula elementar por sonda nasoentérica devido à baixa aceitação, até a realização da cirurgia. A cirurgia foi realizada 12 dias após a internação, e a dieta anterior foi mantida. Após 10 dias da cirurgia foi introduzida alimentação complementar que constituía de sucos naturais com polímeros de glicose e papa de legumes com boa aceitação, sem vômitos e com ganho de peso. Como paciente era menor de um ano, era importante a continuidade de administração de fórmula láctea. Foram feitas tentativas de introdução de formula polimérica para lactentes sem lactose sem sucesso, ocorrendo perda de peso e presença de vômitos. Segui-se com oferta de formula láctea semi elementar com boa tolerância. Após 40 dias de internação e ganho de peso de 500 gramas paciente teve alta hospitalar apresentando resposta estável e favorável à dieta instituída pelo SND do HEB e a medicações antieméticas, sendo o mesmo acompanhado em ambulatório de pediatria geral. Na primeira consulta ambulatorial, uma semana após a alta, paciente ganhou mais 500gramas. Em casa, a mãe tentou introduzir algumas vezes o leite de vaca e criança voltou a apresentar vômitos, sendo orientada a continuar com formula semi-elementar. Nos demais retornos, o paciente continuou ganhando peso e no ultimo retorno, 8 meses após a alta teve ganho de peso de 4,8kg (P10-50) mantendo dieta e ausência de vômitos. CONCLUSÃO: Com esse relato de caso conclui-se que com a intervenção e diagnóstico médico e nutricional imediato é possível instituir uma terapia nutricional adequada, para a recuperação e manutenção do estado nutricional e evolução clínica. REFERÊNCIAS Laranjeira MS. Guia Prático para Diagnóstico e Tratamento das Alergias Alimentares. In: Refluxo Gastroesofágico e Alergia Alimentar: Como Identificar?. Grupo de Apoio a Portadores de Necessidades Nutricionais Especiais. São Paulo: Instituto Girassol, 2006. Marcondes E. Pediatria Básica. 8ed. São Paulo: Sarvier, 1992. Oski FA, et al. Principles and Practice of Pediatrics. In: Signs and Symptoms of Inborn Errors of Metabolism. 2ed. Philadélphia: JB Lippincott Company, 1994 Rodrigues M. Alergia Alimentar. Temas de Pediatria n° 79. Nestlé, 2004 Waitzberg DL. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. In: Leite HD. Alimentação Láctea Normal e Especializada em Lactentes. 3ed. São Paulo: Atheneu, 2004.

Related Documents


More Documents from "santhiagoschneider"

May 2020 6
Os Navios -.docx
May 2020 5
Panafax Uf 333
December 2019 19
Melechcoimbra
May 2020 3