Melechcoimbra

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31 DE JULHO DE 2009 SEXTA-FEIRA WWW.DIARIOCOIMBRA.PT

DC Magazine MELECH MECHAYA MÚSICOS

3

ENTREVISTA

“Alegria, boa disposição e muito suor!” Os Melech Mechaya lançaram recentemente “Budja Ba”, o primeiro álbum da banda que escolheu o klezmer, um género nascido há centenas de anos nas comunidades judaicas do centro e leste europeu, como a sua música de eleição DC Magazine Quem são os Melech Mechaya? Miguel Veríssimo É uma trupe de amigos entre música, ou de música entre amigos, que gosta de fazer (e ver) as miúdas dançar. Francisco Caiado Amigos que gostam de pôr as pessoas a dançar e a cantar o mais alto possível! André Santos Cinco guapetones! João Sovina Miguel, Caiado, André, Sovina e... Vá, o Graça! João Graça Cinco amigos que, depois de todo um dia preenchido com ensaios e horas de espera e com um fim-de-semana à porta de tournée pelo Porto e Lisboa, decidem continuar o dia juntos e jogam loucamente à bola no pátio do João até acertarem com a dita cuja no centro do caixote de lixo. DCM Como é que um economista, um médico, um arquitecto, um biólogo e um professor de música se lançam nesta aventura? MV Dito assim parece uma anedota... Aconteceu tudo um bocado por acaso e sem grande planeamento, simplesmente fomos tocando cada vez mais e felizmente as pessoas foram gostando. O John Lennon (sim malta, estou a citar o John Lennon!) disse uma vez: “Life is what happens while you’re making plans”. Foi um bocado isso que nos aconteceu, fomos tocando. FC Pela curiosidade e pela necessidade de ter um escape artístico e de reinvenção. AS Eu não sou ECONOMISTA! JS Numa catapulta feita com materiais que tínhamos em casa... Fita gaffa, cobertores... Caixotes da fruta... E uns instrumentos... JG É ter fé na Budja Ba, rezar aos pais nossos e fazermo-nos à vida. DCM Encontram tempo para viver da música a par com as vossas profissões? MV Por enquanto não temos tido muitos problemas, graças a uma combinação rara de patrões porreiros e boas coincidências de agenda. FC Sim temos conseguido conciliar tudo. AS Quem corre por gosto não cansa! Vá lá as vezes um bocadinho... JS “Viver da música”!!... Vivemos antes com ela... É uma relação a dois. É a ver quem arruma a cozi-

nha, quem limpa a casa de banho, quem leva o lixo para a rua, quem vai passear o cão... Mas às vezes também vamos jantar fora, ou ficamos aninhados no sofá. JG Para já sim, mas às vezes é preciso ouvir: “mas queres ser médico ou ser músico?” a resposta: as duas coisas. DCM O que vos levou a escolherem o klezmer como género musical? MV Nem sei bem, está relacionado com um qualquer livro perdido... Mas a mim atraiu-me muito aquela qualidade meio crua e primitiva do klezmer, qualquer coisa de humana e universal que vem dali. FC Mais uma vez a curiosidade... AS Porque é giro e tem qualidade e estava meio adormecido. JS Nunca escolhi o Klezmer como género, mas uma viagem despertou-me o fascínio pela música mediterrânica. JG Uma variadíssima série de coincidências, ou não. Livros emprestados, amizades, viagens. Depois um gosto comum por esta sonoridade diferente. DCM O grupo lançou recentemente o disco “Budja Ba”. O que pode o público encontrar neste álbum? MV A mais bela versão alguma vez feita do “Rad Halaila”! FC Musica klezmer tocada com muita energia e, vá, alegria desmedida! AS Muitas surpresas e músicas giras! JS A mensagem de Budja Ba, omissa e desnuda, em trechos da poesia à prosa que vão do Fado ao Rock. JG Um antidepressivo renovável, barato, e que não precisa de prescrição médica nem da vinheta do centro de saúde. Indicado igualmente para indivíduos sem qualquer perturbação do humor. (Diz que faz bem na mesma. Disse uma vez um doutor). À venda em concertos próximos e na Fnac. DCM Porquê a escolha de “Dança do Desprazer” como primeiro single do disco? MV Não foi a primeira opção, mas acabámos por escolher essa música por ser dos momentos mais marcantes dos concertos e por ser muito “cantarolável”. Além de que tem um nome giro!

D.R.

Joana Martins

O GRUPO escolheu como género musical o klezmer FC Sim, porque tem uma melodia que fica no ouvido e é dos momentos mais interactivos nos nossos concertos. AS Tem cara de single nao tem? JS LA la LA la LA HOYYY! JG Desprazer é também um paradoxo para nós. É tudo aquilo que não pretendemos transmitir ao vivo. E para os homens, não será o prazer um paradoxo de uma espécie que luta para a sobrevivência? DCM A Festa de lançamento decorreu recentemente no teatro da Comuna. Qual foi a reacção do público? MV Importa realçar que o público estava bastante ressacado da noite de Santo António. Foi uma espécie de rock’n’roll mas ao contrário: no público estava a party people e na banda os betinhos! Mas foi uma noite fantástica, cheia de gente e de caras conhecidas, e o concerto terminou em grande comunhão de dança e suor.

FC Acho que gostaram mais do concerto do que nós! AS Foi uma noite um pouco ansiosa por nossa parte. O local, Lisboa, apresentar um disco, cansados por ser o fim de uma mini tour, cordas partidas, alguma febre no palco... Mas resumindo, acho que foi boa festa e cheia de energia! Nós desejamos sempre mais mas acho que o saldo foi positivo. JS Carinho!!!!... E uma ou outra massagem. “Ai era tão bom!!...” E diz que também houve uma ou outra proposta indecente. JG É bom tocar para os amigos, mas no início é estranho. Depois vem o suor, as cordas partidas, as danças no palco e tudo se torna ainda mais familiar. Penso: isto já aconteceu em qualquer lado (no S. Alquimista, Lisboa). DCM Já sentiram algum feedback por parte de quem já conhece o vosso trabalho?

MV Até agora tem corrido tudo bem - a malta gosta e já sentimos variadíssimos feedbacks, tanto fora de palco como em cima do palco! FC Sim especialmente em cima do palco... AS Por acaso há feedbacks que chateiam mais que outros... JS Tiraram-me as palavras da boca, mas... A minha mãe gostou muito! JG Há colunas que, mesmo não nos conhecendo, nos dão algum feedback. É que coisa que habitualmente não agradecemos. DCM O que pretendem trazer de novo ao panorama musical português? MV Honestamente não pensamos muito nesses termos... Nós queremos divertir-nos e divertir as pessoas. Não há nada melhor do que ver o público de sorriso nos lábios e dança nos corpos. FC Alegria, boa disposição e muito suor!

AS Acho que nunca pensamos nisso. De momento queremos tocar a nossa linguagem e divertir, não há nenhum propósito de mudança ou inovação. O futuro dirá se vamos para esse lado, senão... Atenção corpos dançantes! JS Coisas bonitas!... Revivendo o estilo dos Beatles, Michael Jackson, Bon Jovi, George Michael... Mas com clarinete! JG O klezmer melech. Jocoso, suado e contagiante. DCM Para quando uma actuação em Coimbra? MV Quando Budja Ba ordenar! FC Sim... Só ela saberá (isso ou quando nos convidarem). AS Somos missionários de Budja Ba, estamos às suas ordens. JS Diz que está para breve... Temos alguém a redigir uma petição neste preciso momento. JG Alguns amigos já fizeram a mesma pergunta. l

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