Tarefa 2

  • June 2020
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ANÁLISE CRÍTICA AO MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES Após a leitura e análise do Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares verifico que o se pretende com este modelo é aferir o impacto que a nossa Biblioteca tem na escola e na aprendizagem dos alunos. Com esta auto-avaliação podemo-nos questionar: - Como é a nossa Biblioteca? - De que forma contribui para o processo de ensino-aprendizagem? - De que maneira ajudamos os nossos alunos a serem estudantes atentos, investigadores, precursores de um futuro com sucesso? - Temos capacidade para reflectir sobre o nosso trabalho? - Temos coragem para avaliar e verificar se os trabalhos que desenvolvemos estão a ser eficaz? - Desenvolvemos parcerias, contactos com os colegas e demais comunidade para o bom funcionamento da Biblioteca? - Preocupamo-nos com a quantidade ou com a qualidade? Desta forma, o modelo é realmente um instrumento pedagógico de melhoria, porque nos permite avaliar o trabalho realizado e reflectir sobre o que está bem ou mal e o que pode ser melhorado, uma vez que não constitui um fim, mas uma hipótese de reflexão, podendo originar mudanças concretas na nossa prática. Considero muito importante neste modelo, o envolvimento dos órgãos directivos da escola, assim como o de todos os actores que participam no processo educativo. Os conceitos implicados na construção e aplicação deste modelo estão relacionados com a Missão da BE no contexto da escola, as aprendizagens, desenvolvimento curricular e sucesso educativo, bem como a melhoria de prestação de serviços e de qualidade da BE . O conceito de avaliação no contexto das organizações : “a systematic measurement of the extent to which a system (for example a library) has achieved its objectives in a certain period of time” Mackenzie (1990) “a systematic measurement of the extent to which a system (for example a library) has achieved its objectives in a certain period of time”. It is also described as a systematic process of determining “value” (in terms of benefit gained) and “quality” (as reflected in customers satisfaction) of a system (McKee 1989: 156). O conceito de Evidence Based Practice e de pesquisa/acção que se traduz na recolha de evidências, associadas ao trabalho do dia-a-dia. “”EBP combines professional wisdom, reflective experience, and understanding of students’ needs with the judicious use of research-

2 derived evidence to make decisions about how the school library can best meet the instructional goals of the school. In order to accomplish this, school libraries need to systematically collect evidence that shows how their practices impact student achievement; the development of deep knowledge and understanding; and the competencies and skills for thinking, living, and working. […] holistic approach to evidence-based practice in school libraries involves three dimensions: evidence for practice, evidence in practice, and evidence of practice. Ross Todd(2008) “the Evidence – Based Manifesto for School Librarians” Com o modelo actual também se perspectivam práticas de pesquisa acção. Durante o processo, segundo Markless, Streffield (2006) p.120:

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Identifica-se um problema; Recolhem-se evidências; Avaliam-se, interpretam-se as evidências recolhidas; Procura-se extrair conhecimento que oriente futuras acções e que delineie caminhos. Centra-se a pesquisa, mais uma vez, no impacto e não nos imputs.

Os conceitos implicados são importantes e pertinentes para o desenvolvimento do processo, uma vez que a BE passa a estar mais associada à relação directa entre imputs e outputs: “A systems approach means looking at an organization in terms of inputs, processes, and outputs. For example, inputs refer to the building blocks of the library program—the staff, resources, information technology systems, facilities, and budget. Outputs are the services, instruction, and resources that the program provides to students and faculty. When describing their programs, librarians frequently focus on the inputs when they should be promoting the outputs. Decision makers don't care so much about inputs. They're more interested in the results—what programs provide for students. The three main outputs of a library program are instruction, reading advocacy, and information management. They can be subdivided even further, for example, into information and technology skills instruction, reading guidance activities, and information services, facilities, and collection services. Processes turn inputs into outputs. They include analysis, decision making, implementation strategies, planning, managing, and communication. Formal processes are critical to achieving the ultimate output—getting students to become effective users of ideas and information”. Michael B. Eisemberg with Danielle H Miller– School Library Journal, 9/1/2002 This Man Wants to Change Your Job Hoje em dia, interessa a qualidade e o impacto positivo que a BE tem nos valores e conhecimento dos utilizadores, o que é assaz importante já que a BE deve ser um meio construção de conhecimento e informação. A estrutura do modelo organiza-se em quatro domínios e nos indicadores sobre os quais assenta o trabalho da Biblioteca Escolar. Concordo com esta estrutura, pois é a mesma que tem norteado o trabalho dos coordenadores das Bibliotecas e as suas equipas.

3 Os níveis e respectivos descritores são importantes porque ajudam a identificar a situação em que a Biblioteca se encontra e a verificar onde é preciso melhorar. Nesse sentido, creio que a aplicação deste modelo, apesar de não vir a ser uma tarefa fácil, pode perfeitamente ser viável. Contudo pode haver constrangimentos , uma vez que exige que a escola esteja preparada para uma aprendizagem contínua e que haja motivação por parte de todos os seus membros. Exige também que se perca o medo à “avaliação” que tanto tem atormentado a cabeça dos professores ultimamente. Considero bastante positivo neste modelo, o facto de ser um processo que não constitui um fim, de se poder ir melhorando e a hipótese de ser flexível e adaptado à escola e ao contexto onde a mesma se insere. “Flexibility is central to strategic thinking. There are few absolutes in education: program needs and priorities change from year to year. This year, for example, your school's focus may be on improving reading scores through coordinated schoolwide efforts. This would likely call for an increased emphasis on your role as a reading advocate, while maintaining or perhaps reducing activities related to information literacy instruction or information management. Next year, however, the school may focus on integrating technology into classrooms, and the library program will have to shift its emphasis accordingly. The library advisory committee can play a very useful role in these decisions, as well as getting the message out to the rest of the school”.

Michael B. Eisemberg with Danielle H Miller – School Library Journal, 9/1/2002 This Man Wants to Change Your Job É necessário que os órgãos directivos estejam também informados e que compreendam que este modelo não serve só para avaliar o trabalho da BE e do Professor Bibliotecário, mas sim o impacto que a mesma tem na escola. É preciso que os mesmos se consciencializem de que a Biblioteca não existe só pr existir, porque é bonito ter uma Biblioteca bonita. A BE, neste contexto, tem que estar patente no Projecto Educativo, Projecto Curricular de turma, Conselho Pedagógico, Conselhos de Turma, Áreas curriculares não disciplinares e demais estruturas da escola. Na escola onde desempenho o meu cargo, penso que não será difícil contactar com todos os órgãos decisórios e fazer-me ouvir nas diversas estruturas. O trabalho e a colaboração com todos os docentes e alunos na recolha de evidências, apesar de não ser de todo uma tarefa fácil, também não é impossível porque o agrupamento é pequeno e espero contar com a colaboração de todos, como tem acontecido habitualmente com outros projectos. Mais difícil será fazer ver que este modelo é um instrumento agregador capaz de unir a escola e a equipa em torno do valor da BE e do impacto que pode ter nas aprendizagens, assim como também mostrar que esta avaliação tem pontos de intersecção com a avaliação da escola. “What's important is that the gathered evidence highlights how the librarian plays a crucial role in boosting student achievement, in shaping important attitudes and values, in contributing to the development of self-esteem, and in creating a more effective learning environment”. (Todd, 2003)

4 Voltando à importância do Professor Bibliotecário e às suas competências, o PB tem que estar aberto ao diálogo com os seus pares, tem que ter um papel activo, prospectivo e sobretudo tem que ter capacidade de liderança e coordenação de todo o trabalho que a equipa desenvolve. O professor bibliotecário deve, neste processo, evidenciar as seguintes competências: a. Ser um comunicador efectivo no seio da instituição;

b. Ser proactivo; c. Saber exercer influência junto de professores e do órgão directivo; d. Ser útil, relevante e considerado pelos outros membros da comunidade educativa; e. Ser observador e investigativo; f. Ser capaz de ver o todo - “the big picture”; g. Saber estabelecer prioridades; h. Realizar uma abordagem construtiva aos problemas e à realidade; i.

Ser gestor de serviços de aprendizagem no seio da escola;

j.

Saber gerir recursos no sentido lato do termo;

k. Ser promotor dos serviços e dos recursos; l.

Ser tutor, professor e um avaliador de recursos, com o objectivo de apoiar e contribuir para as aprendizagens;

m. Saber gerir e avaliar de acordo com a missão e objectivos da escola. n. Saber trabalhar com departamentos e colegas. Tilke (1999) “The role of the school librarian in providing conditions for discovery and personal growth in the school library. How will the school library fulfill this purpose in the next century?” Todas estas competências mostram-nos como é importante o papel do Professor Bibliotecário, numa altura em que o mesmo é o elo de ligação entre todas as estruturas da escola e a Biblioteca. “ Let's take a more in-depth look at these roles. First and foremost, today's school librarian is a teacher, primarily of information literacy. But the school librarian also partners with classroom teachers. Information Power describes this dual role: as a teacher, the school librarian "collaborates with students and other members of the learning community to analyze learning and information needs, locate and use resources that will

meet

those

needs,

and

to

understand

and

communicate

the

information the resources provide." As a partner, the school librarian "joins

with

teachers

and

others

to

identify

links

across

student

information needs, curricular content, learning outcomes, and a wide variety of print, nonprint, and electronic information resources.” Michael B. Eisemberg with Danielle H Miller – School Library Journal, 9/1/2002 This Man Wants to Change Your Job

5 Para que todas estas competências sejam observadas e aplicadas é necessário que o Professor Bibliotecário tenha tempo para pôr em prática todo esse processo. A afectação de um Professor Bibliotecário a tempo inteiro vai facilitar essa tarefa, no entanto para o Professor que só está metade do tempo, essa tarefa será mais difícil, porque o professor tem todo o trabalho pedagógico inerente às suas funções lectivas, o que lhe rouba muito tempo e além disso a sua atenção não pode estar só focada na Biblioteca. Em termos práticos, poderá haver dificuldades na aplicação do modelo porque a Professora Bibliotecária não está a tempo inteiro e tem uma grande carga lectiva, os membros da equipa têm poucas horas de Biblioteca e a maior parte não tem nenhuma formação em BE. No que se refere à Literacia de Informação, o Professor Bibliotecário terá que ter conhecimentos e formação adequada na área das TIC para pôr em prática determinadas actividades, bem como alguns membros da equipa. É necessário também que o espaço esteja bem apetrechado com o material adequado. E para finalizar a minha reflexão, termino com uma citação do texto de Ross Todd, que, quanto a mim, resume todo o papel do novo Professor Bibliotecário e os desafios que lhe são propostos pelo actual Modelo de Auto-Avaliação e que todos gostaríamos de poder alcançar: “At a fundamental level then, the instructional role of the school librarian, in proactively engaging with the curriculum and learning goals of the school, is formational as well as informational, interventionist and integrative, supportive and service oriented, and it is both outcomesoriented and process-oriented. Against this backdrop, school as an inclusive, interactive and empowered learning community, particularly centre around professional practice being informed by research, a pedagogy directed to knowledge construction, and in the emerging context of outcomes-based education, a focus on evidence-based practice where the central contribution of the instructional role of the school librarian to learning outcomes is clearly understood, documented and celebrated.” TODD, ROSS (2002) School Librarian as Teachers: Learning Outcomes and Evidence-Based Practice

Barrancos, 12/11/2009

6 Maria da Purificação Fialho de Almeida

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