Revista Embalagemmarca 112 - Dezembro 2008

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  • Pages: 68
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EDIÇÃO ESPECIAL

CÓDIGOS DE BARRAS: Falta qualidade • ENTREVISTA: Classe C é uma mina de ouro

eDItorIaL

}}} A

ESSÊNcIA DA EDIçÃO DO MÊS, NAS PALAVrAS DO EDITOr

Experiência e causas externas

E

EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 CEP 04718-040 São Paulo, SP Tel.: (11) 5181-6533 Fax: (11) 5182-9463 www.embalagemmarca.com.br Filiada ao

absolutamente seguro fazer previsões pormenorizadas sobre o andamento que poderão ter diferentes segmentos da economia envolvidos na produção e no uso de embalagens para produtos de consumo. É aí que entram as tais “causas externas”, expressão que pode ser lida como efeitos da crise financeira global. Um deles é a extrema cautela que as pessoas consultadas adotam quando convidadas a fazer previsões sobre o futuro próximo. Mesmo assim o serviço Tendências e Perspectivas para 2009, coordenado por Guilherme Kamio, identifica alguns eixos de orientação que, sendo adotados – com a necessária cautela, sem cometer temeridades – pelas empresas em seu planejamento, sem dúvida contribuirão para que atravessem a crise que chegar e entrem mais fortes e maiores na etapa seguinte. Entre esses eixos, ou forças motrizes, situa-se a estratégia de investir no aperfeiçoamento da produção, em novos produtos e em sua qualidade. É, em síntese, o que as fontes consultadas para a elaboração de Tendências e Perspectivas 2009 aconselham e que, de nossa parte, procuramos adotar. Nessa linha, projetamos para 2009 o lançamento de algumas novidades. Dentre elas estará o próprio serviço Tendências e Perspectivas, que terá como base principal, no dia 15 de setembro, um Seminário Estratégico com a mesma marca. Boas festas. Até janeiro de 2009.

Wilson Palhares Diretor de Redação:

Público-Alvo

Reportagem: [email protected]

EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que ocupam cargos de direção, gerência e supervisão em empresas integrantes da cadeia de embalagem. São profissionais envolvidos com o desenvolvimento de embalagens e com poder de decisão colocados principalmente nas indústrias de bens de consumo, tais como alimentos, bebidas, cosméticos e medicamentos.

Wilson Palhares | [email protected] Andréa Espírito Santo | [email protected] Flávio Palhares | [email protected] Guilherme Kamio | [email protected] Marcella Freitas | [email protected] Departamento de arte: [email protected]

Diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | [email protected] assistente de arte: José Hiroshi Taniguti | [email protected] Administração:

Eunice Fruet | [email protected] Marcos Palhares | [email protected] Departamento Comercial: [email protected]

Filiada à

Há muita cautela nas previsões, mas um dos eixos de orientação indica que investir, em tempo de crise, pode ajudar empresas a atravessá-la e a entrar mais fortes na etapa seguinte

Juliana Lenz | [email protected] Karin Trojan | [email protected] Wagner Ferreira | [email protected] Circulação e Assinaturas (Assinatura anual: R$ 99,00):

Soraya Teixeira | [email protected] Ciclo de Conhecimento:

Ivan Darghan | [email protected]

O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é resguardado por direitos autorais. Não é permitida a reprodução de matérias editoriais publicadas nesta revista sem autorização da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.

iLustrAçãO de cAPA: tOM b

sta edição do serviço Tendências e Perspectivas, que há dez anos EmbalagEmmarca oferece a seus leitores no mês de dezembro, foi a que apresentou maior dificuldade de produção. Atribuímos essa dificuldade ao que na intimidade chamamos de “causas externas”, já que ao longo do tempo a experiência da equipe para desenvolver tal trabalho apenas se acumulou. Desta vez o time contou com a vantagem de estar reforçado pela contratação da jornalista Andréa Espírito Santo, que registra em seu currículo larga experiência de cobertura nas fundamentais áreas de equipamentos e de logística. Mais que isso, a revista acrescentou no planejamento de Tendências e Perspectivas 2009 a presença de seus profissionais em grande número de eventos relacionados ao setor de embalagem, no Brasil e no exterior, sendo que a dois deles (Pack Expo, em Chicago, nos Estados Unidos; e Emballage, em Paris, na França) enviou em novembro último quatro pessoas. Contribui fortemente para esse serviço, ainda, a constante troca de informações com empresários, profissionais e especialistas atuantes na área. Além disso tudo, a redação tira proveito de informações que, acumuladas nos vinte anos em que a Bloco de Comunicação atua no jornalismo de embalagem, constituem hoje sólido banco de dados especializado no assunto. Apesar da solidez dessa base, não é

sumÁriO }}} Nº 112 }}} DEZEMBRO 2008

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Codificação

L ESPECIA

como resolver o problema dos códigos de barras que apresentam imperfeições (e que são nove entre dez)

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44

Celulósicas

Os caminhos do setor

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ganha força no brasil o uso de embalagens cartonadas com impressão feita na face interna

seguindo transformações socioeconômicas e de consumo, três “macrodrivers” prometem guiar as embalagens em 2009

Cinco perguntas

22

salomão Quadros, coordenador de análises econômicas da Fgv, calcula como a crise pode afetar o setor de embalagem

24

Pack Expo

crise financeira ofusca o tema da sustentabilidade e torna-se o principal assunto da feira americana de embalagem

48

Lynn Dornblaser

diretora da Mintel international fala da oportunidade que a pequena quantidade de embalagens para idosos representa

Químicos

54

sistema alternativo à tripla recravação torna mais seguro o manuseio de latas de aço

28

Emballage

na grande feira francesa de embalagem, a cautela adotada para investir reduz número de interessados em equipamentos

Logística

56

embalagem de papel reciclado substitui madeira no transporte de vidros planos

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Entrevista

João carlos Lazzarini, da nielsen, afirma que crise não afetará empresas sintonizadas com estratégias adequadas

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EmbalagemMarca

dezembro 2008

Eventos

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uma seleção de eventos que podem trazer novidades em embalagens em 2009

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Editorial A essência da edição do mês, nas palavras do editor

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Só na web

O que a seção de notícias de www.embalagemmarca.com.br e a e-newsletter semanal levam aos internautas

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Espaço aberto Opiniões, críticas e sugestões de nossos leitores

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Panorama

Movimentação do mundo das embalagens e das marcas

52

Painel gráfico Produtos e processos da área gráfica para a produção de rótulos e embalagens

Display

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Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens

Almanaque

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Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens

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só na web Uma amostra do que a seção diária de notícias de www.embalagemmarca.com.br e a e-newsletter semanal da revista levam aos internautas

lançamento

bebidas

Ouro Fino lança água Priscila Fantin

Smirnoff Black: nova garrafa no Brasil

A Empresa de Águas Ouro Fino lançou a Ouro Fino by Priscila Fantin. O produto é envasado em garrafas de PET de 500 mililitros nas cores azul e rosa, recobertas com rótulos termoencolhíveis fornecidos pela Sleever International. O formato da embalagem, segundo a Seragini, Farné e Guardado, responsável pelo projeto, é baseada nas curvas da atriz.

A Diageo traz para o Brasil a nova garrafa da vodca Smirnoff Black. O novo logotipo é retratado por uma águia imperial dourada coberta pela marca. A garrafa traz a assinatura Small Batch, referência ao tradicional método de destilação artesanal em alambique de cobre. Outra novidade é a tampa de metal, semelhante à usada em perfumes de alta qualidade, e a indicação Black impressa abaixo do logo.

Leia mais em

www.embalagemmarca.com.br/ourofinopriscilafantin

Leia mais em display

www.embalagemmarca.com.br/smirnoffblack

Pronto para beber A Nestlé coloca no mercado o Mucilon Pronto para Beber, estreando na categoria de bebidas lácteas infantis à base de cereais. A novidade está disponível em embalagens cartonadas da Tetra Pak de 235 mililitros. Leia mais em

www.embalagemmarca.com.br/mucilonparabeber

internacional

Arte na tequila A Tequila 1800 lançou uma campanha juntando nove artistas plásticos, de estilos diferentes, para responder por meio da arte à pergunta: “o que você considera especial?”. O resultado foi a criação de nove garrafas colecionáveis, cada uma vendida a 35 dólares. Leia mais em

www.embalagemmarca.com.br/tequila1800

RECEBA A E-NEWSLETTER SEMANAL DE EMBALAGEMMARCA Visite www.embalagemmarca.com.br/newsletter e cadastre seu e-mail. Nosso boletim eletrônico, gratuito, é publicado todas as quintas-feiras.

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Espaço Aberto Prêmio EmbalagemMarca 2008

Parabéns a toda a equipe pela primoro-

sa edição da revista com a cobertura do Prêmio Embalagemmarca 2008, em outubro último. Ler a descrição dos 34 projetos bem-sucedidos e seus contemplados foi um grande prazer. Carlos Caprara Publicitário São Paulo, SP

Mesmo que tardiamente, não deixa-

ria de comentar o Prêmio EmbalagemMarca – Grandes Cases de Embalagem e a edição da revista sobre o mesmo. EmbalagemMarca prova mais uma vez que através de trabalho, transparência, honestidade e profissionalismo, qualquer evento tem o mesmo fim: SUCESSO! Isso prova que nossa empresa acertou no investimento ao patrocinar o Prêmio, pois agregar nossa marca ainda desconhecida

}}} opiniões,

críticas e sugestões de nossos leitores

aqui no Brasil a uma marca como EmbalagemMarca nos traz a certeza de que começamos corretamente e que devemos continuar com essa parceria, que nos trará resultados concretos. Marco Antonio Dias de Oliveira Gerente comercial P.E. Latina Labelers São Paulo, SP

Seminário de sustentabilidade

A Mais Design gostaria de parabeni-

zar toda equipe EmbalagemMarca pelo evento realizado. Cristiane e Renata Mais Design & Comunicação São Paulo, SP

Quero parabenizá-los pela coordenação

e pelo conteúdo do evento. As discussões foram muito boas, e vêm ao encontro do

que a Avery Dennison também está buscando: soluções para os clientes e menor risco ao meio ambiente. Ursula Sakamoto Gerente de Desenvolvimento de Novos Negócios Avery Dennison - Materiais Brasil

CORREÇÕES • Na reportagem “Roda e avisa” (EmbalagemMarca nº 110, outubro de 2008) Ricardo Schaer foi identificado como representante da Textual. Na verdade, Schaer é gerente de marketing da Rexam. • O telefone da Gráfica Romiti é (11) 20651514. Na reportagem “Um plus em exposição” (EmbalagemMarca nº 110, outubro de 2008) o número está incorreto.

}}} cOdiFicaÇÃO

Identificação despedaçada Nove entre dez códigos de barras utilizados no Brasil apresentam imperfeições, encrencando a logística e as vendas de produtos. Como resolver o problema? número é alarmante: cerca de 90% das indústrias nacionais utilizam códigos de barras fora dos padrões instituídos mundialmente, segundo estimativa da GS1 Brasil – Associação Brasileira de Automação (antiga EAN Brasil). “E o mais curioso é que empresas que exportam produtos para Estados Unidos e Europa, mercados mais rigorosos quanto à condição dos códigos, o fazem dentro das regras internacionais, inclusive nos solicitando verificações de amostras”, comenta Marcelo Sá, assessor de soluções de negócio da entidade de classe. Mesmo sem total qualidade, os códigos não inviabilizam identificações pelos leitores (escâneres). “O processo, entretanto, acaba por se tornar ineficiente”, lembra Sá. Os códigos de barras são uma das principais

Se os códigos de barras não derem leitura na primeira passagem pelo leitor, no pontode-venda, leva-se em média

23 segundos para resolver o problema

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ferramentas utilizadas na automação dos processos, sejam eles logísticos (recebimento, movimentação e expedição) ou de vendas (checkouts). Por meio da leitura óptica, as informações são capturadas de maneira rápida e precisa, evitando-se, assim, erros de digitação das identificações manuais. Códigos de barras inadequados podem dificultar e até impedir a rastreabilidade de produtos, caixas ou paletes; comprometer o fluxo dos materiais em um centro de distribuição; exigir mais mão-de-obra e maior manuseio; e provocar perda de tempo na substituição de etiquetas e utilização de mais insumos – no caso, novas etiquetas codificadas. As conseqüências são aumentos de custos, perda de produtividade e redução da acuracidade do processo. Para que se consiga a correta identificação e localização de qualquer produto em qualquer elo

Em determinados setores, cerca de

7%

dos itens comercializados não “dão leitura” na primeira tentativa, ou não “dão leitura” de forma alguma

FOnte: MetrO grOuP

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Por Andréa Espírito Santo

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da cadeia de suprimentos, é necessário que todos os parceiros comerciais tenham um padrão único de identificação e comunicação. A partir dessa premissa, outros pontos devem ser motivos de atenção. Carlos Santana, gerente de desenvolvimento de novos negócios da Psion Teklogix, fabricante canadense de impressoras e coletores de dados que atua no Brasil, explica que é possível evitar problemas com os códigos de barras já no momento da impressão. “É preciso garantir qualidade determinando a velocidade correta de impressão dos códigos, observando o volume e o tipo de informação que se vai agregar a eles e o setup adequado das impressoras que gerarão os códigos”, destaca o executivo. “É normal encontrarmos alguns códigos com um risco branco contínuo cortando suas barras, o que dificulta a leitura pelo scanner. Este é um exemplo típico de manutenção inadequada da impressora.” A logística nos dias de hoje refere-se e é entendida como uma cadeia integrada, estando

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diretamente relacionada ao moderno conceito do gerenciamento da cadeia de suprimentos (Supply Chain Management). E as empresas, ao inovarem seus processos logísticos, buscam eliminar as infra-estruturas rígidas e dispendiosas que fazem com que a redução de custos e o crescimento se tornem desafios assustadores. Outro tema que ganha crescente importância é o da rastreabilidade dos produtos e materiais. Desenvolver mecanismos adequados que possibilitem obtê-la assume uma relevância cada vez maior, considerando-se o mercado globalizado e a crescente tendência do consumidor a comprar produtos que tenham a confiabilidade assegurada. É necessário, portanto, que se leve em consideração que diferentes clientes têm diferentes fluxos de produtos por meio de diversos canais ao longo da cadeia de suprimentos, os quais exigem respostas logísticas feitas sob medida para cada caso, buscando um ciclo de pedido de compra cada vez menor e mais eficiente. É nesse momento que as empresas fornece-

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Sá, assessor da GS1: padronização dos códigos é uma necessidade, para gerar produtos mais confiáveis

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doras de embalagens podem agregar significativo valor a seus produtos, proporcionando aos clientes ferramentas para a integração da cadeia de suprimentos. “Os códigos são a ferramenta usada para gerenciar o fluxo dos produtos e materiais na cadeia de suprimentos, no ponto-de-venda e também na logística reversa (de devolução dos produtos). Uma das soluções para satisfazer os diferentes requisitos está em investir em um padrão único, global e multissetorial, e aplicá-lo com todos os parceiros comerciais para operacionalizar os processos ao menor custo possível”, avalia Sá.

Certificação dos códigos de barras O Sistema GS1 é usado por milhões de empresas no mundo todo, nas áreas de varejo, saúde, embalagem, transporte, alimentação e têxtil. Cerca de cinco bilhões de códigos de barras são lidos diariamente ao redor do mundo e, de acordo com um estudo realizado pela GS1 Brasil, já existem no Brasil mais de dois milhões de produtos codificados com essa ferramenta. Um fato preocupante apontado pelo estudo é que, se os códigos de barras não derem leitura na primeira passagem pelo leitor, especificamente no ponto-de-venda, o operador de caixa leva, em média, 23 segundos para resolver o problema. Os resultados desse transtorno são aumento

das filas nos check-outs e piora no atendimento, gerando insatisfação dos clientes. Além disso, a necessidade de passar várias vezes o produto pelo leitor aumenta os riscos de um operador desenvolver LER (Lesão por Esforço Repetitivo). Em determinados setores, cerca de 7% dos itens comercializados não “dão leitura” na primeira tentativa, ou não “dão leitura” de forma alguma. Se este item tiver alto giro de vendas, isto pode significar um percentual representativo de atraso na operação de caixa. A fim de corrigir possíveis defeitos ou erros na impressão dos códigos de barras, a GS1 promove desde o primeiro semestre de 2008 um programa de certificação de códigos de barras, que visa verificar e atestar a qualidade dos códigos aplicados a itens comerciais e unidades logísticas, com base em requisitos de negócios e em procedimentos e especificações técnicas internacionais. “Além dos ganhos de produtividade, ou seja, maior velocidade no atendimento no ponto-devenda e no fluxo de materiais nos centros de distribuição, na separação de pedidos e nas etapas de transporte, as vantagens advindas da padronização dos códigos traduzem-se na confiabilidade das informações dos produtos”, afirma Sá, complementando: “Isso significa que os sistemas de informações utilizados em armazéns, como o WMS (Warehouse Management System, sistema

Os tipos mais comuns de códigos de barras Padrões de codificação variam de acordo com necessidades de diferentes indústrias. Veja as simbologias mais comuns e suas aplicações: UPC/EAN ou EAN13, UPCA, EAN8 e UPCE: É a família de símbolos usada na identificação de bens de consumo nos pontos-de-venda por serem apropriados para ambientes com altos volumes de escaneamento. Os códigos UPC/EAN têm tamanho fixo, e foram desenvolvidos para atender às necessidades do varejo em geral.

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PDF417: Conhecido como código de barras 2D (bidimensional), utiliza simbologia não-linear de alta densidade, que lembra um quebra-cabeças. Tem grande capacidade de correção de erros, permitindo recuperar 100% dos dados em etiquetas danificadas. O PDF417 é um arquivo de dados portátil (PDF), e não um mero número de referência – ele pode armazenar, por exemplo, fotos e dados biométricos. Os códigos 2D são complementares aos unidimensionais/lineares.

GS1 DataBar: Trata-se de uma família de símbolos que podem ser escaneados no ponto-de-venda, são menores que os códigos EAN/UPC e podem reunir informações adicionais, como números de série e números de datas de validade. Os símbolos GS1 DataBar já estão aprovados para uso nas caixas de despacho utilizadas pelo setor farmacêutico.

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de gerenciamento do armazém, em tradução livre do inglês), e outros ao longo da cadeia de suprimentos terão informações mais exatas, mantendo a acuracidade dos estoques, e eliminando possíveis contatos com fornecedores para refazer códigos com defeitos.” O assessor explica que a certificação proposta pela entidade tem foco não apenas na qualidade de impressão dos códigos, mas também aspectos como a padronização da numeração, espaçamento entre barras ou as cores utilizadas.

blemas no momento da impressão, paralisando e corrigindo o processo para que se obtenha máxima qualidade dos códigos. Andrea Bartholi, especialista de produtos da Videojet, fabricante de impressoras, consumíveis e acessórios, explica que a correta especificação da tecnologia de impressão (jato de tinta, laser

Tecnologias auxiliares O mercado já se deu conta dos problemas na impressão e leitura dos códigos de barras há alguns anos. Fabricantes de equipamentos para automação comercial e industrial desenvolveram em seus laboratórios leitores de dados e impressoras de alta capacidade para reverter esse quadro. Escâneres mais modernos permitem a leitura de códigos com falhas e defeitos. Já as impressoras estão dotadas de tecnologia que detecta pro-

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SmartDate5, da Markem-Imaje, mostra imagens padronizadas dos códigos a serem impressos

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geração das etiquetas de códigos de barras, se houver danos durante o ciclo de vida do produto, a tecnologia está avançada para permitir a leitura destes códigos defeituosos. Um exemplo são os leitores de códigos de barras da tecnologia Linear Imaging desenvolvidos pela empresa, que permitem a leitura de códigos de barras defeituosos, rasurados, danificados e até em superfícies irregulares. Essa tecnologia permite a decodificação rápida e precisa de códigos lineares (unidimensionais) e 2D (bidimensionais), para leituras de curta e média distâncias. “Este tipo de leitor tem um algoritmo capaz de reconstruir os códigos de barras e decodificá-los”, comenta Rocha. Santana, da Psion Teklogix – que em agosto lançou o coletor NEO com tecnologia que permite leitura de códigos corrompidos –, acredita que a produtividade (entenda-se: velocidade de resposta ao cliente) e a visibilidade dos processos passaram a ser elementos cruciais para as empresas que querem competir no mercado globalizado. “Visibilidade tem impacto direto nos custos, no faturamento e na qualidade de serviços”, afirma Santana. “Isto significa saber o que está sendo produzido ou movimentado, de que forma, quando, onde e por quem. Daí a importância de aliar tecnologia e padronização para manter a eficiência.”

Base mais informativa

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em que as embalagens foram produzidas. “Com essa tecnologia, conseguimos obter um rígido controle de qualidade, evitando qualquer possibilidade de fraude ou falsificação”, diz a empresa, em comunicado oficial. “É o primeiro passo para o rastreamento total das embalagens, da floresta até a casa do consumidor.”

Coletor de dados NEO, da Psion Teklogix, possui tecnologia que permite leitura de códigos corrompidos

GS1 Brasil (11) 3068-6229 www.gs1brasil.org.br Intermec (11) 3711-6770 www.intermec.com.br Markem-Imaje (11) 3305-9455 www.markem-imaje.com Psion Teklogix (11) 3521-7057 www.psionteklogix.com

Tetra Pak adota códigos 2D em suas caixinhas longa vida Saem os códigos numéricos, entram os códigos bidimensionais (2D) nas bases das embalagens cartonadas assépticas da Tetra Pak utilizadas no Brasil. Representados por um pequeno quadrinho com uma série de pontos (veja o quadro na pág. 45), os códigos contêm informações sobre data, fábrica, máquina e bobina

fotos: di vulgaç ão

ou termotransferência) e do consumível que permita o melhor contraste/aderência no substrato são fundamentais para a qualidade dos códigos de barras. “A configuração e o ajuste das impressoras nas linhas de produção e a correta criação da mensagem contendo os códigos de barras dentro dos padrões da GS1 contribuirão para a redução de falhas na leitura”, afirma. “O consumível que permita a melhor aderência no substrato, garantirá que os códigos não sejam apagados ou rasurados no momento de sua leitura.” A Markem-Imaje, outra fabricante de impressoras, conLinear Imaging da Intermec corda que as falhas devem ser permite a leitura eliminadas na concepção do de códigos de barras defeituosos, projeto, levando-se em consirasurados, deração o tripé impressorasdanificados e até em superfícies consumíveis-substrato, além de irregulares uma correta operação e boa manutenção dos equipamentos. Um dos destaques do portfólio da empresa é a codificadora por transferência térmica SmartDate 5. Seu sistema iconográfico orienta o operador através do menu de configuração e procedimentos, ao mesmo tempo em que mostra claramente as imagens selecionadas, visando evitar erros e garantir a correta e eficiente execução dos códigos do início até o fim da operação. O analista de suporte da fabricante americana de coletores de dados Intermec, Clauber Rocha, aponta que, mesmo com todos os cuidados na

Videojet (11) 4689-8800 www.videojet.com

No destaque em azul, o novo código: chance de rastreabilidade

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}}} tendências & perspectivas 2009

Longe da catástrofe A crise deverá atingir o Brasil, mas com impacto suportável

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eria estultice, claro, julgar que a situação não é séria e que não possa piorar – ou que, do tsunami financeiro, só uma marola nos atingirá, como açodadamente trombeteou nosso presidente, para desespero do estafe técnico do governo. O colapso é real. Até agora, porém, as projeções para o próximo ano passam longe da catástrofe. A opinião mais forte entre os economistas é a de que em 2009 o PIB brasileiro crescerá entre 3% e 4%, portanto sem grande ruptura com o perfil dos últimos exercícios. Já há quem preveja, com menos otimismo, um desenvolvimento residual, entre 0,5% e 1,5%, se um cenário muito ruim se consolidar. Dados os crescimentos tímidos dos últimos anos, 14

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será um grande choque? Afora quem corre para remediar os prejuízos da infeliz aposta em hedge cambial, as empresas entram em 2009 sem aparentar desespero. Se o arrefecimento da oferta de crédito afetará – como já afeta – o consumo de bens duráveis, os produtos de alto giro, aqueles que mais dependem da embalagem como ferramenta de venda, tendem a sentir menos o baque. Embora tenha se banalizado, o preceito chinês de que crises e oportunidades são faces da mesma moeda é providencial. Diversos estudos provam que as empresas que continuam a investir em marketing durante os períodos recessivos são as que mais lucram quando a economia recupera o vigor. Quem simplesmente anula os aportes em imagem

de marca, área em que a embalagem pode contribuir expressivamente, depois costuma se compungir. O documento especial que ocupa as próximas páginas foi feito para quem encara os próximos meses com predisposição construtiva. Nele constam uma reportagem sobre as macrotendências para o desenvolvimento de apresentações de produtos em 2009; análises de duas respeitáveis exibições internacionais de embalagem, recentemente ocorridas e que apontaram caminhos para o setor (a americana Pack Expo International e a francesa Emballage); e duas entrevistas – uma com o economista Salomão Quadros, da Fundação Getúlio Vargas, e outra com o diretor de atendimento ao varejo da Nielsen, João Carlos Lazzarini. Bom proveito. www.embalagemmarca.com.br

}}} tendências & perspectivas 2009

Equação de valor, diversificação e sustentabilidade: os drivers para 2009

P

ode parecer audácia fazer projeções relativas ao consumo em 2009 num momento em que tarimbados especialistas em indústria e comércio se esquivam de traçar certezas,

incertos de quais serão os impactos das recentes convulsões da economia mundial no Brasil. Mas, pelo menos para a cadeia de valor do packaging, dá para ser assertivo e afirmar que três grandes motores orientarão sua agenda no próximo ano: equação de valor (a popular relação custo/benefício), diversificação e sustentabilidade. Em muitos casos de modo explícito, em outros de modo sutil, às vezes individualmente, às vezes inter-relacionados, esses “macrodrivers” têm ditado significativas tendências em embalagem no mercado nacional.

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Comfort concentrado (abaixo à esq.) e Ariel líquido: produtos revisitados em nome de mais rendimento

cArLOs curAdO – bLOcO de cOMunicAçãO

O fator equação de valor tem ganhado importância em vista de uma expressiva transformação que se sedimentou no Brasil ao longo dos últimos quatro anos. Nesse período, a classe C, formada por famílias com renda mensal média de 1 100 reais, ganhou quase vinte milhões de novos integrantes – em grande parte pela melhora de vida nas classes D e E, mas também por perda de poder aquisitivo das classes A e B. Hoje, aponta a Nielsen, a classe C é composta por mais de 80 milhões de pessoas e responde por 46% do consumo no país. Devido ao avanço dessa camada, muitas indústrias têm revisto seus modelos de negócios para desenvolver produtos com apelo de vantagem econômica. A expectativa de recessão tende a acentuar ainda mais esse movimento, que norteou lançamentos importantes em 2008. A Unilever, por exemplo, promoveu com alarde a estréia de uma nova versão do seu amaciante de roupas Comfort. Com fórmula concentrada, sem água, o produto garante mais rendimento. Também na seção de lavanderia, o mesmo apelo motivou outra grande multinacional, a Procter & Gamble, a apostar no lançamento da versão líquida do lava-roupas Ariel. Revisitados, com embalagens diferentes dos padrões de suas categorias, os produtos mostram como o holofote na classe C não significa necessariamente uma situação espinhosa para as marcas líderes – e sinalizam que pode ter ficado para trás a época da priorização dos produtos de combate para conquistar o povão.

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Multipacks econômicas: mais unidades resultam de flexibilidade produtiva

Leite em embalagem flexível longa vida: crescem os fornecedores

Um artifício que pode ganhar popularidade é o uso de refis. Nesse campo, 2008 foi palco de um case inspirador, o do creme antiidade Chronos Flavonóides de Passiflora. Ocorre que sempre houve resistência da indústria de cosméticos para trabalhar o conceito de refilagem em produtos com perfil premium. A Natura decidiu remar contra a corrente, desenvolvendo um engenhoso sistema de reposição, feito pela base do pote do creme. “O produto tem feito sucesso, quebrando um tabu”, diz Luciana Villa Nova, gerente de embalagens da Natura. Devido às crescentes buscas por apresentações econômicas de produtos, o cenário também deve continuar promissor para as embalagens plásticas flexíveis. O panorama recessivo pode estimular migrações de embalagens com preço relativo maior para bolsas e outros formatos de invólucros produzidos com filmes. Uma delas pode ocorrer no mercado de leite longa vida. Em março último, a Cooperativa Languiru lançou no Sul do país, com a marca Mimi, o primeiro leite UHT nacional envasado em bolsa plástica asséptica. Além da Intermarketing Brasil, que distribui no mercado nacional a tecnologia embarcada na embalagem da Languiru, outros fornecedores esfregam as mãos. A DuPont reforçou a divulgação de seus pouches assépticos, e a transformadora Itap Bemis anunciou, recentemente, possuir um filme dedicado ao produto.

Tamanhos variados A busca por economia também abre oportunidades para embalagens com volumes maiores. As já citadas Unilever e P&G, por exemplo, reforçaram neste ano a distribuição de xampus em recipientes

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A tiracolo do atendimento a outros canais, como o consumo em festas e casas noturnas, a via contrária também tem obtido êxito. O ano de 2008 consolidou o sucesso da Sol Shot, da Femsa, cerveja acondicionada em garrafa long neck de vidro de 250 mililitros. E, em mais uma prova da diversificação que se abate sobre o negócio de cervejas, semanas atrás a AmBev promoveu o lançamento de uma versão de Skol em lata sleek, com perfil mais delgado, com 269 mililitros de cerveja – alcunhada de “redondinha”. A lata, da Rexam, é dotada de um indicador de temperatura produzido com tinta termocromática, que muda de cor para avisar a temperatura do conteúdo.

Menos inteligência? Embalagens “inteligentes” como a lata da Skol com “termômetro”, cujas conveniências proporcionadas ao consumidor têm preço, serão afetadas pela crise? É uma dúvida que fica no ar para o próximo exercício. No segmento de alimentos prontos e semiprontos, por exemplo, uma linha de pizzas para microondas, com aquecimento que ocorre graças a uma embalagem especial, foi lançada com frisson pela Sadia – uma das empresas que amargaram prejuízos com o crash financeiro. A Prada, importante fornecedora

fotos: carlos curado – bloco de comunicação

com volumes mais generosos. Garrafas de PET de 3 litros de refrigerantes da Coca-Cola e da Pepsi também têm presença cada vez maior nos hipermercados. Por sua vez, o mercado de cervejas utiliza cada vez mais embalagens secundárias para agrupamento (multipacks) fora dos tradicionais padrões de seis e doze unidades. Valendo-se da flexibilidade de fins de linha com automação avançada (mesas acumuladoras robotizadas, por exemplo), empresas como AmBev, Femsa e Schincariol têm usado e abusado do agrupamento de variadas quantidades de latinhas de cerveja com filmes termoencolhíveis (shrinks), lançando mão de “pacotes econômicos”. Os “pacotões” não são os únicos reflexos de uma forte tendência de diversificação de apresentações que tem se acentuado no mercado de cervejas. As latas de 473 mililitros, por exemplo, têm ganhado destaque: sua produção quase dobrou em 2007 (fechando aquele ano com crescimento de 97%, para um saldo de 343 milhões de unidades fabricadas), e continuou a crescer em 2008. Recentemente, a Femsa lançou versões de Sol, Kaiser e Bavária em latas de 500 mililitros. “O ‘latão’ é hoje a grande aposta do setor”, ressalta Renault Castro, diretor executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas). As empresas do setor – Rexam, Latapack-Ball e Crown – estão investindo em aumento de capacidade, para atender à demanda reprimida. Algumas das novas linhas de produção serão inauguradas em 2009. A tendência também provocou efeitos nas vidrarias, com o lançamento, pela AmBev, das garrafas retornáveis de 1 litro – apelidadas de “litrões” – das cervejas Skol e Brahma. O padrão é bastante popular em países vizinhos como Argentina e Uruguai, e há a expectativa de saber qual será a resposta do consumidor a essa proposta. Para Enio Rodrigues, superintendente do Sindicerv (Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja), o aumento da procura por volumes maiores tende a crescer em 2009 por causa da lei seca, sancionada em 2008. “Ela influenciou hábitos de consumo de bebidas alcoólicas, diminuindo a venda em bares e aumentando vendas nos supermercados em cerca de 20%, para consumo nas residências.”

Latões de meio litro e garrafa de vidro retornável “litrão”: novidades em embalagem no mercado de cervejas

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de embalagens metálicas, anunciou em 2008 ter competência para fornecer latas de aço “microondáveis” para alimentos. O apelo desse tipo de tecnologia se manterá no cenário de recessão? Outra indagação diz respeito a uma embalagem concorrente das latas, a bolsa plástica do tipo retortable – passível de esterilização por autoclave e, portanto, ideal para alimentos sensíveis. Bafejada pelo real valorizado, a embalagem, confeccionada com material importado, vinha galgando importantes espaços em seções como as de pet food e de atomatados – área em que conquistou, em 2008, a adesão de um importante produto, o molho pronto Pomarola, da Unilever. Com a depreciação do real, a oportunidade de desenvolver estruturas nacionais para essa embalagem fica ainda mais latente. Resta esperar para ver se algum fornecedor se habilita. Resta também, para 2009, acompanhar quais serão os desdobramentos da liberação, feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) neste ano, do uso de PET reciclado para a produção de novas embalagens para alimentos e bebidas. O Brasil era um dos poucos países que restringiam esse processo. Até agora, no entanto, a autorização não teve grandes efeitos práticos. Meses atrás, a Coca-Cola anunciou que em 2009 começará a utilizar a chamada tecnologia bottle-to-bottle para o uso de PET reciclado pósconsumo em novas garrafas. Mas não é só o emprego de PET reciclado que poderá causar movimentações em termos de embalagens mais sustentáveis em 2009. Fabrican-

Pizza “microondável” da Sadia: crise afetará investimentos das indústrias em embalagens mais sofisticadas?

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fotos: divulgação

Tampas de perfil baixo da Bericap: economia de material agita o mercado de bebidas

tes nacionais de resinas orgânicas, alternativas aos plásticos, prometem fazer startups ou incrementar suas capacidades produtivas no próximo ano. Uma dessas empresas, a CB Pack, já foi homologada pelo Wal-Mart neste ano, e já fornece para a rede varejista bandejas de bioplástico para o acondicionamento de hortifrutigranjeiros. No setor de bebidas, em 2009 a sustentabilidade continuará sendo um incentivo para pesquisas e desenvolvimentos de reduções de emprego de matéria-prima em garrafas de PET, campo bastante agitado neste ano.

Alívio de custos e de pressões

Pouch retortable: o real desvalorizado afetará sua disseminação?

O aliviamento tem guiado, em especial, inovações em garrafas de PET para água mineral, produto na alça de mira dos ambientalistas. Garrafas ultraleves causaram espanto no mercado em 2008. A Krones, por exemplo, anunciou recentemente o desenvolvimento de um recipiente de PET para 500 mililitros de água com peso de apenas 6,6 gramas. Os modelos convencionais desse gênero pesam entre 13 e 16 gramas. Outros nomes fortes em equipamentos, como Sidel, Husky e KHS, vêm também investindo pesado em redução de peso. A tendência do aliviamento de garrafas vem também ganhando força devido à escalada das tampas com perfil mais baixo, que garantem “enxugamentos” dos gargalos das garrafas. Há uma transição em curso no mercado. Depois de difundirem-se em águas minerais nacionais, essas tampas prometem sacudir o mercado de refrigerantes. A Coca-Cola, por exemplo, pretendia estrear em outubro último garrafas com tampinhas menores, produzidas pela CSI. O projeto, postergado para o primeiro trimestre de 2009, abarcará inicialmente as garrafas de 600 mililitros. “A garrafa, que pesa 28 gramas, ficará 2 gramas mais leve. Economizaremos meio centavo por garrafa”, diz José Mauro de Moraes, diretor de meio ambiente

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da Coca-Cola. Além da CSI, Bericap e Álter estão empenhadas na difusão das tampas mais enxutas, e um nome internacional importante, a suíça Corvaglia, está de olho no Brasil. Como ressalta João Carlos Lazzarini, da Nielsen, na entrevista desta edição (página 36), a consolidação de um cenário recessivo poderá beneficiar os produtos com marcas próprias do varejo, posicionados em faixas de preço menores que as das marcas da indústria. Isso sempre ocorreu em períodos de aperto do poder aquisitivo. Mas, em caso de recidiva, poderá causar reflexos nos mercados de itens de higiene pessoal e de cosméticos, nos quais os varejistas intensificaram lançamentos em 2008. O Pão de Açúcar investiu 1,5 milhão de reais no lançamento de sua linha Taeq Beleza, composta por nada menos que trinta itens entre xampus, sabonetes e cremes. O Carrefour, por sua vez, trouxe ao Brasil sua marca de cosméticos Les Cosmétiques. Já o Wal-Mart continuou a expandir sua linha de higiene pessoal Equate, de apelo popular.

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Taeq Beleza: exemplo da escalada das marcas próprias no segmento de cuidados pessoais

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perguntas

Economista calcula como a crise poderá afetar a economia e o setor de embalagens em 2009

foto: ivone perez

para Salomão Quadros ificilmente o próximo ano será bafejado pelos fatores que confluíram para os resultados positivos obtidos pela indústria em 2008. No entanto, a crise que se avizinha não deverá arruinar o consumo de bens não-duráveis – e de embalagens para tais produtos. A avaliação é de Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas da Fundação Getúlio Vargas, que há anos realiza um acompanhamento do desempenho da indústria de embalagens para a Abre, entidade de classe do setor. Segundo Quadros, o brasileiro pode ter de “apertar o cinto” caso a crise financeira tenha desdobramentos mais sérios e afete os níveis de emprego. “Mas os bens de largo consumo têm demanda estável e sua aquisição não deve oscilar de forma representativa no próximo ano”, pondera o profissional na entrevista a seguir.

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Os últimos anos foram marcados pela oferta abundante de crédito, que estimulou a população a adquirir bens duráveis como automóveis, eletroeletrônicos, computadores e materiais de construção. Na interpretação de muitos economistas, esse movimento acabou “roubando” recursos que poderiam ser destinados a bens não-duráveis e a serviços. O senhor acredita numa reversão desse quadro em 2009, devido aos efeitos da crise? Não acredito que uma crise possa ser fator de melhora de consumo de bens não-duráveis e, indiretamente, de embalagens. Além disso, se a crise for mais intensa do que se imagina, com arrocho de crédito, vai haver desemprego e, com isso, pode haver redução do consumo de bens não-duráveis. Quando estamos em um ambiente macroeconômico positivo, registramos maior oferta de crédito e emprego, e há naturalmente uma diversificação do consumo. É preciso ressaltar que bens não-duráveis têm demanda mais estável e pequena flutuação, até como forma de proteger o setor. Mas as pessoas não comem mais ou compram mais produtos para cuidados com a casa porque deixaram de usar determinada quantia na compra de um carro, por exemplo. O que pode ocorrer é o direcionamento desta verba para um bem durável mais barato e simples, ou a redistribuição de pequenas quantias para aquisição de bens não-duráveis, que são

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gêneros de primeira necessidade. O que pode acontecer dentro deste segmento é a migração entre marcas em busca de menor valor, ou mesmo a compra de produtos das chamadas marcas próprias. As empresas terão de ser mais eficientes em sua produção e promover lançamentos de produtos mais acessíveis como estratégias para ajudar o setor de bens nãoduráveis a atravessar este período de dificuldade de forma mais pró-ativa. O senhor se arrisca a fazer alguma projeção sobre o comportamento dos preços das matérias-primas e dos combustíveis em 2009? É difícil fazer qualquer projeção para o próximo ano, mas a meu ver há espaço para a queda de valor de matérias-primas, principalmente as agrícolas, e de alguns produtos industriais, se a situação econômica se deteriorar ainda mais. O problema é que ainda não se conseguiu mensurar a extensão da crise financeira que afeta o mundo. Vários países estão investindo no aumento da produção a partir do cenário que vigorou até recentemente. Pode ser que os preços se estabilizem ou caiam – e isso eu digo por feeling. Os preços das commodities se elevaram entre 2007 e 2008, e, até que voltem a patamares mais alinhados com os registros históricos, pode levar mais um tempo. Já para os combustíveis, focando o petróleo, é difícil arriscar, porque o controle dos valores negociados está sob jurisdição da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). É certo que não se pode cortar demais a produção com a finalidade de aumentar o valor do barril, pois em tempos de recessão há mais dificuldade de venda do produto. Não acredito numa recuperação de preços no nível pré-crise, que já registrava alguma especulação. No primeiro semestre, sobretudo no segundo trimestre deste ano, os preços subiram de forma expressiva.

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O consumo interno, aquecido pelos programas de distribuição de renda do governo, pode ajudar a proteger a indústria nacional em geral e o setor de embalagens dos efeitos da crise mundial? Se os programas não sofrerem descontinuidade ou redução, acredito que em 2009 não haverá sofrimento do consumo. Mas o próximo ano será um ano de menor atividade econômica, em que o PIB deve sofrer redução – de 5% para talvez 2,5% ou 3%. Isso repercute na arrecadação do governo, que tem despesas e frentes para atender, como salários de servidores públicos, investimentos no PAC, no Bolsa Família, entre outros. Será que o governo vai conseguir atendê-los ou vai fazer algum ajuste por conta da inflação? Se esses programas passarem incólumes pela crise, será um apoio ao consumo.

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Mas não impedirá reduções, se for o caso, porque os programas de distribuição de renda só atendem a uma parcela da população, garantindo que as famílias mais pobres tenham acesso a produtos essenciais. Em agosto o senhor projetava que a indústria brasileira de embalagens fecharia 2008 com um crescimento de 2,5% – e comemorava o fato de que, apesar de pequena, a evolução seria sustentada, isto é, daria prosseguimento ao saldo de 2007. O estouro da crise financeira já alterou aquela previsão? Pelo acompanhamento feito pelo senhor, a crise já causa impactos no setor de embalagens? Mesmo com a crise financeira, não acredito que devo rever essa projeção de 2,5%, ainda que ela se consolide como ligeiramente menor ao final de 2008. Não há nenhum indicador que aponte que a produção de embalagens e de bens não-duráveis já esteja sendo afetada de forma expressiva. Os setores seguem seu curso e é prematuro falar algo relacionado a 2009, mas podemos dizer que dificilmente o resultado deste ano, quando tantos fatores colaboraram para o crescimento, se repita em 2009. A crise vai chegar com defasagem no setor de embalagens, pois vai afetar primeiro os que mais dependem de crédito, esbarrar na questão do emprego e em outros segmentos da indústria, e só então o setor de embalagem.

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A desvalorização do real frente ao dólar pode compensar um eventual desaquecimento na demanda com importações de embalagens brasileiras? De forma análoga, isso pode restringir a entrada de embalagens importadas, como vinha acontecendo com as flexíveis plásticas? Para o setor de embalagem, o interessante é que a crise seja mais branda e o que pode favorecê-lo é que, com a desvalorização cambial, e o encarecimento das importações, ocorre substituição de produtos importados por nacionais e os fornecedores internos podem aproveitar essa oportunidade para recuperar espaço de um produto antes importado. Sempre que há desvalorização do real, há favorecimento do comércio. Mas, mesmo quem ganhar não terá margem expressiva, pois estamos lidando com um cenário mundial de recessão. Isso pode restringir a entrada de embalagens importadas, sim, mas acho que estamos falando de uma assimetria. No exterior existe uma demanda em queda, o que ainda não ocorre no Brasil. Nosso mercado usuário de embalagens ainda está aquecido – não tanto quanto no meio do ano, mas ainda está razoavelmente aquecido. Por isso, e pela carência da população, o setor doméstico produtor de embalagem certamente deverá se beneficiar.

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}}} pack expo

Do verde ao vermelho Crise ofusca a sustentabilidade e torna-se o principal assunto de feira americana de embalagem. Será um prenúncio do que irá ocorrer no Brasil? fotos: divulgação

Por Guilherme Kamio, de Chicago

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os últimos cinco ou seis anos, a busca de recursos menos onerosos ao ambiente sustentou-se como o tema cardeal das maiores exibições do setor de embalagem. O verde da sustentabilidade, porém, começa a ser eclipsado pelo vermelho da recessão. Deflagrada pelo colapso dos chamados subprimes, a crise financeira já provoca efeitos expressivos na atividade do packaging e em suas feiras de negócios – pelo menos no olho do furacão, os Estados Unidos, como ficou evidente na versão de 2008 da Pack Expo International. Ocorrida entre 9 e 13 de novembro numa Chicago ainda ressacada pela consagração do local Barack Obama como presidente, a mostra caiu em relação à edição anterior, de 2006 – ainda que modestamente, segundo seu borderô. A visitação total, a presença de estrangeiros, o número de expositores e a área ocupada apresentaram retração (veja quadro). “Nas condições econômicas atuais, uma leve queda seria inevitável”, consola-se Charles D. Yuska, presidente e CEO do Packaging Machinery Manufacturers Institute (PMMI), entidade que congrega os fabricantes norte-americanos de máquinas de embalagem e que organiza a Pack Expo.

Mas embora sirvam como endosso, os números não traduzem completamente o impacto do caos econômico no evento. Os corredores do McCormick Place, abrigo da Pack Expo, não estavam tomados pela efusividade das edições anteriores. Diante do cenário financeiro nebuloso, do desemprego em alta e da perspectiva de que o consumo será encabrestado, as indústrias americanas usuárias de embalagens têm adotado cautela máxima. Como salientou um executivo de compras da Procter & Gamble numa das conferências reali-

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Hall principal de entrada da feira: movimento e ânimo menores que os das últimas edições

Efeito da crise? Ainda que de leve, Pack Expo International encolheu em relação à edição anterior 2008 2006 Visitação

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71 407

Público internacional

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Expositores

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2 302

382 409 m

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Área ocupada

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Fonte: PMMI

Hora do olhar interno

zadas em paralelo ao show, “não é hora de reinventar a roda”. A propensão nos Estados Unidos, que pode valer como receita para o Brasil, é a de congelar projetos ambiciosos para concentrar-se em revisões, buscando ganhos internos e soluções criativas a partir de sistemas e processos de acondicionamento já empregados. Isso não significa sustar investimentos. “Mesmo diante do cenário delicado, a aquisição de robôs e de outros artifícios de automação, por exemplo, pode ser extremamente oportuna e vantajosa”, declarou Jim Anderson, um dos conselheiros-chefes do PMMI. Num estudo distribuído na feira, o instituto lembra que, se ironicamente o alto custo de implantação freou a massificação dos robôs para operações de acondicionamento no passado, agora são as economias que eles proporcionam que os estão tornando mais e mais atraentes. Segundo esse mesmo estudo, 9,5% das linhas norte-americanas de embalagem empregavam robôs há cinco anos. Hoje, esse índice é de 17,4%. Em cinco anos, será de 41,7%. Não à toa, soluções embarcadas com robótica ocuparam parte considerável da paisagem da Pack

Sustentabilidade: mais nos simpósios Conferências foram muito descritivas, mas pouco preditivas Mesmo à sombra da recessão, a sustentabilidade manteve-se como assunto na ordem do dia na Pack Expo International 2008, ocupando o posto de grande mote das conferências ministradas paralelamente à feira. As quatro palestras principais sobre embalagens “verdes” foram ministradas por Amy Zettlemoyer-Lazar, diretora de embalagem do Sam’s Club e co-gerente da Rede de Valor de Sustentabilidade do Wal-Mart; Betsy Cohen, vicepresidente de sustentabilidade

da Nestlé (que destacou em sua apresentação a caixa dos bombons brasileiros Garoto, confeccionada com papel cartão de florestas bemmanejadas); Trevor Cusworth, diretor da consultoria Deloitte; e Glenn Wright, vice-presidente comercial da química Dow. Os palestrantes discorreram sobre suas experiências com iniciativas sustentáveis, mas evitaram comentar um ponto importante: a crise influenciará seus investimentos “verdes”? A conferir.

Palestras: foco em soluções ambientais

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Espaço do Export Plastic na Pack Expo: local de negócios

Expo. Referências em robôs, como Fanuc, ABB, Motoman (Yaskawa), Schneider e Adept, destacaram tanto os modelos pesados, para paletização e fins de linha – arena que o Brasil começa a explorar –, quanto os leves, para acondicionamento primário. Dada a caça de precisão aliada ao enxugamento de custos, elevar a produtividade com menos consumo energético e menos riscos de downtime (inatividade por gargalos ou por manutenção) também pautou o show. Entre diversas soluções com esse fim realçadas na Pack Expo, a Bosch Packaging mostrou, por exemplo, uma seladora de cartuchos de papel cartão dotada de um sistema que fecha a tampa superior e as abas dessas embalagens, após a colagem, numa só passagem e em sentido único. A maioria dos equipamentos do gênero realiza uma rotação dos cartuchos durante o processo, dando margem a erros.

Atenção ao despacho Outro campo que demanda crescente zelo dos fabricantes americanos de bens de consumo é o da embalagem secundária. Sucede que se acumulam os relatos de economias fantásticas alcançadas com o melhor aproveitamento cúbico (cubagem) das caixas de papelão ondulado e com redistribuições dos agrupamentos das cargas (mérito, em muitos casos, de avançados softwares de paletização). São casos que, astutamente, têm sido propalados como conquistas em sustentabilidade.

ANTES

Cubagem de cargas: meio de economizar e ser mais “verde”

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Saldo bom, apesar da crise Embalagens plásticas brasileiras geram negócios na Pack Expo Dando continuidade ao que vem acontecendo em outras importantes feiras internacionais de embalagem, o Programa Export Plastic, uma parceria entre o setor privado e o governo brasileiro para fomentar as exportações de plásticos transformados, marcou presença na Pack Expo International 2008. O estande do Programa expôs materiais e embalagens acabadas de treze empresas (Cartonale, Felinto, Grupo Embrasa, Mega Embalagens, Packduque, Plasc, Plastseven, Polo,

Union Pack, Unipac, Valfilm, Védat e Zaraplast), que participaram de rodadas de negócios. Todas contavam com, no mínimo, seis reuniões préagendadas por um agente americano do Export Plastic. Saldo da iniciativa: vendas na casa dos 270 mil dólares e previsão de negócios da ordem de 16 milhões de dólares nos próximos doze meses. “A feira teve um fluxo menor, mas a qualidade dos contatos foi muito boa”, resume Gilberto Agrello, especialista em desenvolvimento de mercado do Export Plastic.

De acordo com uma recente pesquisa do PMMI, muitas empresas cogitam até passos mais ousados, substituindo as tradicionalíssimas “caixas americanas” de papelão ondulado (RSCs, acrônimo para Regular Slotted Containers) por alternativas ainda mais econômicas, como bandejas de polpa moldada ou lâminas de papelão envolvidas com filme termoencolhível (no caso, indústrias de bebidas) e caixas menos robustas do tipo shelf-ready (com sistemas de abertura fácil e capazes de servirem como displays). Planos desse tipo, entretanto, esbarram em situações complicadas. Exemplo: os clubes de compras e atacadistas, influentes nos Estados Unidos, têm exigido caixas com mais “stackability” – isto é, capacidade de empilhamento. “É

Fechadora de cartuchos da Bosch: menos risco de paradas indesejáveis

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Robôs, de empresas como Fanuc e Kuka, dominaram a paisagem da feira. Automação pode gerar eficiência e cortar custos

um paradoxo à exigência por redução do uso de materiais”, alfineta o documento do PMMI. A Pack Expo também serviu para comprovar outras questões importantes. Em virtude das pressões por enxugamento de custos, as indústrias americanas parecem ter engavetado os projetos de implantação da identificação por radiofreqüência (RFID) – tecnologia que irrompeu alguns anos atrás envolta em ares messiânicos para o controle da produção e da distribuição. “Ninguém espera que o RFID substitua os códigos de barras convencionais num médio prazo”, confessou, no evento, o gerente de uma grande indústria alimentícia, que pediu para não ser identificado. Quanto às apreensões para os próximos meses, a Pack Expo evidenciou três principais temores do empresariado americano: o gerenciamento dos investimentos financeiros e em ativos frente à turbulência econômica; o viés de alta das matérias-primas; e os preços galopantes dos combustíveis. Aliás, a necessidade de cortes no custo do transporte tem estimulado uma espécie de “globalização reversa”. “Certas tarefas de montagem relegadas ao longo dos últimos anos a países asiáticos e latino-americanos começam a retornar aos Estados Unidos”, nota Yuska, do PMMI. Pode ser uma saída para eles. Mas não para países como o Brasil, que não têm muito a reabsorver.

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Acendeu o amarelo Cautela para investir em equipamentos contribui para reduzir a presença de visitantes a pavilhões dedicados a máquinas na feira Por Wilson Palhares, de Paris

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esgarçada presença de pessoas se credenciando no hall de entrada ou circulando pelos corredores da feira Emballage, realizada na França entre 17 e 21 de novembro último, mal lembrava a massa humana que a cada dois anos costumava lotar os seis pavilhões do Parc des Expositions, em Villepinte, nos arredores de Paris. “Não atingimos o número projetado antes da deflagração da crise, que previa público muito acima de 100 mil, mas nas atuais circunstâncias o total de visitantes pode ser considerado um bom resultado, comentou a diretora do evento, Juana Moreno. O balanço oficial da feira contabilizou 101 730 visitantes.

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Por “atuais circunstâncias” a executiva não se refere apenas à crise financeira que se irradiou dos Estados Unidos para o resto do mundo. A seu ver, a tormenta influiu, sim, de modo complementar – embora com peso decisivo, é verdade – para estabilizar o número de visitantes, principalmente de europeus não franceses, que costumavam formar quase a metade do público. No compasso de espera em que as empresas se puseram em termos de investimentos, perdeu força uma das grandes atrações do Emballage, que seriam os três pavilhões dedicados a equipamentos. “Numa situação de retração, acende o sinal amarelo, e os empresários tendem a segurar investimentos mais pesados, como em

Menos que a crise, o que pode ter afetado a vinda de visitantes foi o excesso de feiras semelhantes

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máquinas”, considera Juana Moreno. De fato, é uma tendência – que, no entendimento de EmbalagemMarca, pode se constituir em monumental equívoco estratégico. É verdade que investimentos em infra-estrutura muitas vezes dependem de obtenção de crédito, que também na Europa, segundo a diretora do Emballage, está escasso. Ademais, cautela em terremotos é recomendável. No entanto, segundo ensina a prática, para contornar tempos bicudos a substituição de máquinas por outras mais eficazes pode ser a chave da competitividade em preços e produtividade. “Os investimentos nas grandes forças motrizes atuais, como os bioplásticos e a robotização, representam milhões, o que leva à perda de competitividade num primeiro momento”, pondera Juana Moreno. “Mas há sempre o momento seguinte, e quem chegar a ele mais forte e mais ágil seguramente ganhará mercado.” São ponderações que provavelmente não estavam nos cálculos de quem deixou de ir ao

Emballage. Deve tê-los motivado, também, a cautela e o que se começa a chamar de “saturação feirística”. Ocorre que a crescente facilidade de viagens e de comunicação tornou as feiras internacionais mais acessíveis – para visitantes e também para expositores. E a semelhança cada vez maior entre o que nelas é apresentado se agrava quando ocorrem próximas umas das outras no tempo.

Outras feiras Neste ano ocorreram nada menos que três feiras importantes, grandes arrebatadoras de público relacionado com a cadeia produtiva de embalagem no mundo inteiro: Drupa e Interpack, ambas em Dusseldorf, na Alemanha, e Pack Expo, em Chicago, EUA. Isso, na interpretação dos organizadores do Emballage, deve ter contribuído também para que o desempenho do evento não chegasse aos esperados 20% a mais que em 2006, quando o número de visitantes ultrapassou a marca dos 100 mil.

A presença verde-amarela

fotos: A. C. RÊDE

Bons resultados e a visão da embalagem brasileira no Emballage A visitação de brasileiros ao Emballage 2008 foi menor do que em edições anteriores, “provavelmente devido à crise”, segundo os organizadores do evento. Nem por isso a presença verde-amarela foi menos expressiva, já que o país esteve representado em dois estandes que reuniam diversas empresas: o da Export Plastic e o da Graphia. Ambos montados em parceria do setor privado com a Apex, a agência federal de fomento às exportações, representavam respectivamente o setor plástico e indústrias gráficas especializadas em embalagem. Segundo Marco Wydra, gerente executivo do Programa Export Plastic, a presença no Emballage, pela terceira vez consecutiva, “permite comemorar US$ 950 mil em vendas geradas”. Há previsão de que os 132 contatos realizados na feira resultarão em negócios da ordem de US$ 4,5 milhões nos próximos doze meses”. Por sua vez, a Graphia, aliança de exporta-

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ção organizada pela Abigraf – Associação Brasileira da Indústria Gráfica, embora sem informar números de negócios, colocou sua presença na feira no lado positivo do balanço. “Marcamos presença, chamamos atenção e mostramos a qualidade altamente competitiva do produto brasileiro”, considerou Daniel Hsu, gerente de negócios internacionais da entidade. Outro ponto em que o Brasil marcou presença foi no Pack.Vision, seminário internacional de tendências de embalagens realizado pelos organizadores do Emballage, transcorrido em ambiente montado no centro do pavilhão 6. Lá, fizeram palestras a gerente de marketing da Kingraf, Carmen Markowicz, e Wilson Palhares, editor de EmbalagemMarca (fotos). Carmen apresentou o case ganhador do Prêmio EmbalagemMarca – Grandes Cases de Embalagem em 2008. A apresentação de Palhares foi sobre O Mercado Brasileiro de Embalagem – Um Panorama de Oportunidades.

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Porém, outras atrações além de máquinas e seus complementos fizeram da mais recente edição do Emballage um evento bem sucedido, na visão dos organizadores. En effect, como eles dizem, o maior pavilhão dos quatro em que foi montada a feira, dedicado a embalagens, rotulagem, matérias-primas e estandes internacionais, mostrava movimento muito mais intenso que o observado nos demais. Ali, viu-se uma demonstração evidente de que alguns dos principais fatores de sucesso daquele salão, que são a diversificação, a inovação e a identificação de tendências, nada perderam ante os rumores de crise.

Vedetes da feira Ao contrário, esses três itens foram as vedetes da feira. O primeiro deles, a diversificação, podia ser observado – especialmente se o observador fosse brasileiro e comparasse com aquilo de que dispõe por aqui –, na ampla variedade de alternativas de formatos, acabamentos e cores de embalagens e seus complementos. Nessa linha, dois exemplos de novos usos de materiais, por acaso tomando lugar do vidro: ampolas de PET e garrafas de vinho. O primeiro, da Seriplast, usa como argumento básico a “eliminação do risco de quebra; o segundo, da PDG Plastiques, acena também com “a leveza e a praticidade da tampa de rosca”. Mas o vidro

foi hegemônico no Espaço Luxo, com a multiplicação de estandes com requintadíssimos frascos e garrafas destinados principalmente a bebidas e perfumes. O conceito de inovação, que os organizadores do Emballage brandem como uma das principais marcas do salão, foi reforçado nesta edição. O Espaço Tendências, criado em 2006, foi ampliado para expor quarenta produtos considerados inovadores, escolhidos entre 200, por um júri internacional de jornalistas especializados. Foi dividido em cinco categorias (Mais diferente, Mais prático, Mais eco-cidadão, Mais rentável e Mais seguro). Uma visão desse espaço poderá ser vista no site de EmbalagemMarca e também no da própria feira (www.emballage. com). Esse e outros temas e produtos que no entender da redação sejam de interesse da cadeia produtiva de embalagem serão apresentados em futuras edições da revista.

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divulgação

Entre as novidades e lançamentos, substituição de materiais, como nos casos de garrafas de vinho e de ampolas, feitas de PET para tomar lugar do vidro

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ENTREVISTA }}} JOÃO carlOs laZZarini

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O fortalecimento é possível Para especialista da Nielsen, a crise não irá atrapalhar as empresas que se mantiverem atentas a estratégias e movimentos que têm influenciado o mercado de consumo brasileiro nos últimos anos

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ecididamente, o quadro de negócios no Brasil para o ano que se inicia não tem praticamente nada a ver com o que se desenhava antes que o cataclismo americano fizesse o estrago que fez. A previsão sobre o cenário da economia brasileira para o ano que vem é de tempo ruim em praticamente todas as áreas, segundo pesquisa que o Banco Central faz semanalmente com analistas de mercado. Pelo levantamento feito no final de novembro, a economia do país deve crescer menos de 3% no próximo ano, enquanto a previsão para o avanço da

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produção industrial, de 5,76% este ano, deverá registrar 3,10% ao final dos próximos doze meses. Não é tão bom quanto o esperado até recentemente – mas é crescimento. Mesmo que o cenário fosse pior, as oportunidades de crescimento para as empresas estão presentes. Na verdade, aquelas que adotam a estratégia de investir em marketing, no lançamento ou no reposicionamento de suas marcas costumam sair fortalecidas dos períodos recessivos. É o que demonstra nesta entrevista João Carlos Lazzarini, diretor de Atendimento a Varejistas da Nielsen. Que balanço o senhor faz do mercado

brasileiro de consumo em 2008? O ano registrou a segunda menor taxa de desemprego em vinte anos e uma parcela significativa da classe C, aquela oriunda das camadas mais baixas, passou a ter acesso a recursos como crédito consignado e cartões. Muito em função dessa parcela de consumidores, ocorreu uma onda positiva de consumo em 2008. O número de imóveis vendidos foi o maior dos últimos vinte anos. Houve um crescimento, sem precedentes na última década, da venda de veículos. O mercado de bens duráveis cresceu em torno de 8% em faturamento. Nos lares, a presença de refrigeradores cresceu 18%; a de fogões, 10%; a

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de fornos de microondas, 20%; e a de computadores, 13%. Por sua vez, os bens de consumo rápido experimentaram crescimento de 1,4% em faturamento, já descontada a inflação do período. Um crescimento expressivo ocorreu no setor de bebidas – alcoólicas e não-alcoólicas –, com elevação de consumo de 3,7% em volume e de 1,6% em faturamento. Já o setor de alimentos fecha o ano com quedas de 2,9% em faturamento e de 1,2% em volume. Também houve retração no mercado de itens de higiene pessoal, de 2,5% em volume e de 2,4% em faturamento. Na contramão do bom momento, houve uma elevação da taxa básica de juros e o valor dos alimentos cresceu notadamente no período de abril a junho. O primeiro semestre de 2008 também registrou um aumento da inadimplência. Que impactos o varejo sofreu em 2008? Os canais de distribuição intermediários, ou supermercados de bairro, com metragem entre 1 000 e 1 500 metros quadrados, aumentaram em 4,1% sua importância nas vendas. Enquanto isso, os volumes de vendas do pequeno varejo, formado por lojas de 200 a 400 metros quadrados, caíram 1,1% em 2008. Os hipermercados também perderam 9,5% em importância de vendas. As grandes indústrias e o varejo têm se esforçado para entender e conquistar a classe C, que vem crescendo significativamente no Brasil nos últimos anos. Segundo um estudo da própria Nielsen, entre 2006 e 2007 essa camada social saltou de 37% para 44% da população. Essa preocupação do mercado crescerá no próximo ano? Sim, pois há oportunidade para atuar. Para produtos de consumo, a classe C é muito mais elástica que as classes A e B, pois o grau de penetração de produtos como um todo, especialmente nas classes mais baixas, ainda é menor. Também é possível ampliar a entrada de outras categorias de produtos ainda não disponíveis para essa fatia, como os de maior valor agregado. Temos de olhar 2009 sob um prisma diferente do que

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foi 2008, que foi muito bom, pois houve abundância de crédito para a classe C, crescimento de consumo e recomposição salarial importante por meio de postos de trabalho criados no período. O próximo ano não se configura da mesma forma. No Brasil, recomendo foco no pontode-venda, já que cerca de 80% das decisões de compra são tomadas ali. As empresas precisam entender os diferentes nichos e perfis dos varejistas, uma vez que existem diferentes grupos de consumidores, dependendo de seu estilo de vida. Em uma pesquisa, a Nielsen identificou seis tipos de consumidores.

“As empresas devem continuar se concentrando na classe C, que impulsiona o consumo para mais ou para menos, e se preocupar com alternativas para um consumo reduzido”

Quais são? A título de comparação, cito o grupo dos Batalhadores, que compreende as classes C 1 e C 2, e o dos Conscientes, que compreende apenas a classe C 1. Os Batalhadores focam produto e preço e fazem compras durante a semana, sozinhos. Os Conscientes focam preço e qualidade, e fazem mais compras de abastecimento, nos finais de semana e com a família. A indústria e o varejo devem acompanhar esses perfis para traçar suas estratégias para 2009 e entender as dinâmicas dos grupos de consumo. Um exemplo é focar promoções para a classe dos Batalhadores. Já para o grupo dos consumidores Conscientes, os fabricantes devem traçar estratégias de marketing para gerar um aumento de tíquete médio. Aí, venda casada de produtos é um caminho. Que categorias ou segmentos de bens de largo consumo podem explorar melhor a base da pirâmide social? Não arrisco falar de categorias e produtos, mas sim de estratégias. O setor de alimentos, que já apresenta queda, deve manter-se estável, mas setores que foquem e consigam trabalhar os fatores conveniência e praticidade a custos baixos vão ganhar terreno. Aliás, o consumidor busca, cada vez mais, conveniência nas embalagens. Por outro lado, em tempos de aperto, corre atrás do menor preço.

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Qual dessas variáveis – conveniência ou preço – tende a ser mais valorizada pelo consumidor? Vai depender do tamanho do “aperto” que o consumo vai sofrer em 2009. Em épocas de retração, existe o fenômeno do downtrading, que são as migrações de marcas ou categorias de produto de maior valor para outras de menor. Podemos avaliar três movimentos: no primeiro, as pessoas passam a consumir menos; num segundo, observa-se o downtrading; num terceiro movimento, mais radical, há um abandono do consumo de determinado produto. Aponto como ação para reverter o panorama o lançamento de produtos em quantidades variadas, o que por conseqüência trará variação de preços. A marca própria, com chancela do primeiro preço, com formulação mais barata e que pode ser inserida no leque de produtos do fabricante que já mantém uma marca forte, é um recurso que pode voltar com força em época de recessão.

obtido para realizar melhorias que trarão benefícios de longo prazo para o desenvolvimento do negócio. Vale destacar que o crédito para essa parcela do empresariado ainda é baixo, não chega a 20%. Então, há espaço para que os bancos trabalhem melhor esse segmento, criando oportunidades para sua expansão e para a perpetuação de seus negócios.

Segundo estudos recentes, empresas que investem em marketing e no lançamento ou no reposicionamento de produtos durante o período recessivo são as que mais se beneficiam quando ocorre a retomada do consumo. Essa interpretação encontra sustentação em monitoramentos anteriores da Nielsen? “Em períodos de Essa deve ser uma estratégia a ser adotada em 2009? recessão, as marcas A Nielsen realizou há dois anos estudo que comprova o sucesso dessa estratése ressentem. gia, pois é nela que as empresas se fortalecem, bem como às suas marcas, que Mas aquelas são seu maior ativo. Quando falamos da O senhor acredita que alguns produtos que trabalham personalidade da marca, ou de seu equipoderão se beneficiar do provável arrety, a medida da paixão que o consumidor fecimento das importações, como efeito o marketing, tem por ela é importante: em períodos de da desvalorização da moeda? recessão, as marcas se ressentem. Mas O agronegócio vai se beneficiar de forma preservando equities, as marcas que trabalham fortemente os geral, mas seria exercício de adivinhação quatro “Ps” do marketing (preço, protraçar qualquer panorama para 2009. são as que saem na duto, praça e promoção), preservando Por menos que cresçam, Índia e China, equities, são as que saem na frente nos por exemplo, são dois grandes centros frente no momento momentos de retomada. Portanto, é posde consumo de alimentos. Citando os sível preservar um ritmo de investimento BRICs (acrônimo criado para designar da retomada” menor ou abrir flancos para marcas que os quatro principais países emergentes – estejam posicionadas em segundo plano Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil para um fortalecimento como um todo. tem um mercado interno de consumo que não pode ser desprezado, e isso pode jogar a nosso Pelos acompanhamentos de mercado da favor no próximo ano. Nielsen, quais segmentos prometem ser os mais promissores para o ano que vem? Quais as As pequenas e médias empresas tendem a oportunidades abertas às fabricantes de bens encontrar mais dificuldade de crédito no panode largo consumo? rama recessivo. De que forma elas precisam Tudo está em suspenso, aguardando configuratrabalhar em 2009 para se manter competitivas ção internacional. O que posso dizer é que as frente às grandes corporações e sobreviver às oportunidades surgirão para empresas que focaoscilações do consumo? rem ações para atingir a classe C, com estratéElas podem direcionar ações no sentido de gias que ajudem a não interromper o processo organizar melhor sua logística, rever processos de consumo dessa parcela da população. em busca da eficiência, aproveitar o crédito

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panoraMa

}}} MOVIMENTAçÃO

NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MArcAS

PET

Loiras com mais charme Garrafa luxuosa é uma das armas da Sidel para popularizar PET entre cervejas pelo projeto. O PET acondiciona apenas 3% das cervejas produzidas mundialmente, e a Sidel quer turbinar esse índice. A empresa lançou recentemente um sistema combi (linha compacta com estações de sopro, envasamento e fechamento) especial para cervejarias. Também vem divulgando um estudo de ciclo de vida, encomendado a uma consultoria independente, que define a garrafa de PET como a embalagem com alto apelo sustentável para cervejas, perdendo apenas para a lata de aço.

FOtO: divuLgAçãO

cerveja em PET pode ser nobre. É o que quis provar a Sidel na Brau Beviale, mostra da indústria cervejeira ocorrida em novembro na Alemanha. Durante o evento a empresa distribuiu garrafas de PET âmbar com um design incomum, parecido ao de uma lâmpada. A base, parecida a um soquete, é na verdade uma sobretampa, que encobre a tampa de rosca da garrafa. “Quisemos explorar as oportunidades que o PET oferece, quebrando os códigos formais impostos especialmente pelo vidro para a embalagem de cerveja”, explica o designer francês Laurent Lepoitevin, responsável

“Lâmpada” da Sidel para cervejas: parece vidro âmbar, mas na verdade é PET

VAREJO

De olho nas telinhas Com a chegada de referência mundial, etiquetas eletrônicas de prateleira (ESLs) miram o varejo brasileiro Já utilizadas em supermercados europeus e americanos, as etiquetas eletrônicas de prateleira (ESLs, ou Electronic Shelf Labels) chegam ao Brasil pelas mãos da Seal Sistemas. A empresa fechou um acordo de representação com a sueca Pricer, que afirma ser líder mundial em ESLs. “A Pricer atua em mais de trinta países e tem sistemas implantados em clientes como carrefour, casino, costco, castorama,

Sonae e Metro”, conta Wagner Bernardes, diretor de marketing e vendas da Seal. Formadas por pequenos painéis de cristal líquido, as etiquetas são versáteis: além de preços, podem informar, por exemplo, dados sobre promoções e informações técnicas de produtos. A programação das ESLs é feita através de uma tecnologia sem fio, baseada em raios infravermelhos de alta freqüência.

ÁGUA

EM

CAIXINHA?

Sim. O produto já existe na Europa. Agora, pode também existir no Brasil. O governo brasileiro, através de portaria do Departamento Nacional de Produção Mineral, aboliu uma lei de 1945, que só permitia o emprego de materiais translúcidos em embalagens de água mineral. Fornecedora das cartonadas adotadas por águas européias, a Tetra Pak informa estar disposta a apoiar versões nacionais. Segundo a multinacional sueca, a opacidade das caixinhas mantém a água mais fresca, por protegê-la dos efeitos da luz.

O NÚMERO

59%

dos consumidores afirmam que produtos com apelo ecológico influenciam suas decisões de compra, segundo pesquisa do Instituto Quorum Brasil realizado na capital paulista. O levantamento revela que, apesar de 74% dos entrevistados considerarem-se preocupados com questões ambientais, 70% desistem de comprar produtos com certificação “verde” se seus preços forem maiores que os dos similares não-certificados.

ESLs utilizadas na Europa: possibilidade de apresentar diversas informações

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Edição: GUilhErME KaMio ||| [email protected]

RECICLAGEM

Vai bem. E pode melhorar Recuperação de plásticos cresce, mas há ociosidade no setor

2003

2007

702 997 toneladas

962 566 toneladas

Empresas recicladoras

492

780

Faturamento do setor

R$ 1,2 bilhão

R$ 1,8 bilhão

11 500

20 000

Volume reciclado

Empregos gerados

A região Sudeste concentra

A região Norte possui apenas

464

10

empresas, responsáveis por

empresas, que processam o equivalente a

60%

1%

do total de plásticos reciclados no país

do total de plásticos reciclados no país

FOnte: MAXiQuiM

taxa média anual de 12,1%. contudo, a indústria nacional da reciclagem de plásticos tem apenas 70,6% de sua capacidade instalada ocupada. Segundo Francisco de Assis Esmeraldo, presidente da Plastivida, a ociosidade se deve à recuperação ineficiente dos descartes. “Somente 7% dos 5 564 municípios brasileiros contam com coleta seletiva”, lamenta. Veja abaixo alguns dos números da pesquisa:

A reciclagem de plásticos no Brasil deu um salto expressivo nos últimos anos. É o que mostra uma pesquisa recém-divulgada pela Plastivida – Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos, feita sob encomenda pela consultoria Maxiquim. Segundo a varredura, entre 2004 e 2007 essa atividade cresceu, em volume, a uma taxa média anual de 13,7%. No mesmo período, o faturamento do setor evoluiu a uma

METÁLICAS

Clique premiado Abralatas promove concurso de fotografia Em meio às comemorações pelos seus cinco anos de atividade, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta reciclabilidade (Abralatas) começou a promover um concurso de fotografia. A iniciativa, aberta a fotógrafos amadores ou profissionais, premiará trinta trabalhos

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que retratem a latinha de alumínio para bebidas no dia-a-dia do brasileiro. O prêmio máximo é de 5 mil reais. Inscrições podem ser feitas até 20 de janeiro, por meio de um formulário hospedado no site da associação (www.abralatas.org.br). Não há taxa de inscrição.

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}}} celulósicas

Cartuchos com mais conteúdo Impressão na face interna das embalagens cartonadas ganha força no Brasil Por Andréa Espírito Santo

U

fotos: carlos gustavo curad

o – bloco comunicação

ma promissora sofisticação da decoração de embalagens cartonadas não fica visível nas prateleiras do varejo. Trata-se da impressão do interior dos cartuchos de papel cartão. O recurso ainda é pouco utilizado no Brasil, mas começa a ganhar prestígio entre indústrias de cosméticos e já motiva iniciativas em setores como os de alimentos e eletroeletrônicos e o farmacêutico. Uma grande vantagem do processo é a redução de custos, pela eliminação do uso de bulas ou de instruções de uso “soltas” na embalagem. Veja-se o caso da L’Occitane. Seus dermocosméticos e protetores solares da Linha Brasil, a primeira desenvolvida fora de seu país de origem, a França, foram lançados meses atrás acondicionados em cartuchos com bulas impressas diretamente em suas superfícies internas – curiosamente produzidas com a face branqueada do cartão, geralmente utilizada no lado externo (a face parda foi propositalmente utilizada externamente para dar apelo de rusticidade aos produtos). O acesso às informações é facilitado por um picote numa das laterais dos cartuchos, que permite “abrir” as embalagens. Essa engenhosidade foi uma das razões de a linha ter faturado um divulgação

O setor de tinturas para cabelos é um dos principais adeptos da impressão em dupla face

Com impressão interna nos cartuchos, L’Occitane economiza com bulas e ganha apelo “verde”

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dos troféus do Prêmio EmbalagemMarca – Grandes Cases de Embalagem 2008. “O uso do verso dos cartuchos para impressão das informações dos produtos da Linha Brasil está relacionado ao compromisso de sustentabilidade da L’Occitane”, explica Silvia Gambin, diretora da empresa no Brasil. “Além da redução do uso de papel, com a eliminação das bulas, esse formato permitiu que as informações ficassem mais à mão dos nossos consumidores”. A executiva comenta que tal formato de impressão foi uma inovação da Linha Brasil, e que o modelo está em estudos para possivelmente ser adotado em outros produtos da grife.

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Um setor especialmente simpático aos cartuchos com impressão direta é o de tinturas para cabelo. “Arrisco-me a dizer que mais de 80% do setor de coloração para cabelos, tanto para uso doméstico quanto profissional, adotaram essa estratégia – não apenas pela praticidade na exposição das informações, mas também pela questão estética, importante nesse segmento”, diz Márcio Ferraz, diretor comercial da Coferly, fabricante das marcas de tinturas Santantonio, Soave Capelli e Tono Soave e grande fornecedora para marcas de terceiros. “Hoje, das cinqüenta marcas que envasamos, 47 já realizam a impressão no verso do cartucho”, aponta o executivo. Com uma produção tão segmentada, a impressão na face interna agiliza a produção ao eliminar a compra e o controle das bulas, além de seu manuseio e da sua inserção nos cartuchos.

Abriu, virou brinquedo  as não é só na área de produtos de beleza que M os cartuchos com impressão interna vêm sendo utilizados. Uma das maiores indústrias de alimentos do Brasil, a J.Macêdo, decidiu utilizar o artifício nos cartuchos dos produtos de sua marca Dona Benta, aproveitando um licenciamento dos personagens do Sítio do Picapau Amarelo. A gravação na superfície interna não traz receitas ou instruções de uso. Quando desmontadas, as caixas das misturas para bolo, das gelatinas, da mariamole e dos pudins da linha trazem jogos e passatempos, como desenhos dos personagens para colorir.

J. Macêdo: desenho para colorir dá apelo lúdico à caixa

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“Utilizando a parte interna do cartucho para imprimir o passatempo, é possível melhor aproveitamento da área externa da embalagem para que a comunicação seja mais efetiva junto às consumidoras dedicadas à família”, explica Silvia Lombardi, responsável pela área de pesquisa e desenvolvimento da J. Macêdo. Segundo ela, no futuro a empresa poderá estender a impressão interna de cartuchos a outras linhas de produtos. Vanessa Gardano, gerente de desenvolvimento da Ibratec, gráfica responsável pelos cartuchos da J.Macêdo, revela que, em nome da agregação de valor, o diferencial da impressão interna tem sido cada vez mais procurado pelas empresas. Para atender à demanda, a fornecedora investiu numa impressora dotada de sistema de reversão, que permite impressão em frente e verso numa só entrada em máquina – tecnologia que “justifica” a impressão em dupla face. “Ao possibilitar impressão dos dois lados de uma só vez, o equipamento com reversão elimina um tempo de acerto de máquina que pode levar horas em impressoras convencionais”, detalha Vinicius Neves, gerente comercial da Nova Página, gráfica detentora de seis impressoras do gênero para cartuchos (três da alemã Heidelberg e três da japonesa Komori). Ademais, impressões em frente e verso em máquinas simples requerem

tempo de descanso após a primeira impressão, de modo que o cartão absorva a tinta. Em certos casos, a espera até a segunda passagem pode ultrapassar seis horas, limitando a produtividade. Impressoras com reversão embarcada, porém, custam caro – e, não só por isso, mas também pelo volume ainda inexpressivo de pedidos, é possível realizar a impressão em dupla face em máquinas convencionais de menor porte, conforme explica Vander Paschoal, responsável pela área de préimpressão de outra importante fornecedora de cartuchos, a Gonçalves. Gráficas que já investiram na tecnologia, porém, brandem um importante apelo: o preço. “Não repassamos custos aos clientes que optam pelo processo, mesmo sendo realizado num equipamento mais sofisticado”, diz André Victor, gerente de marketing da Congraf, que há dois anos adquiriu uma impressora com reversão – na

Em medicamentos, pouco efeito Laboratórios têm dificuldade para adotar recurso em seus cartuchos

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Ad-Til: alertas reforçados no interior das abas

riam fugir aos olhos do consumidor. É o que ocorre com o cartucho de sua vitamina para bebês Ad-Til, impresso pela Gonçalves. Já os medicamentos isentos de prescrição (MIPs) têm permissão para dispensar a bula. A maioria, porém, não o faz. “Ocorre que temos de seguir uma série de regras para formatar os textos, tais como tamanho e tipologia da fonte utilizada nas informações ao consumidor, o que muitas vezes desestimula a impressão interna dos cartuchos”, afirma Caio Cortelazzo, gerente de novos negócios da Nycomed. “Além disso, o fato de se ter que desmontar a embalagem secundária para a visualização das orientações impede sua reutilização para o armazenamento do remédio até o fim do uso.”

fotos e imagens: divulgação

Grandes usuários de embalagens cartonadas, os medicamentos poderiam ser um campo prolífico para cartuchos com impressão em dupla face. No entanto, além de a face interna dos cartuchos geralmente não dispor de área suficiente para acomodar todas as informações de uso dos produtos, por determinação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) o uso de bulas nas embalagens de fármacos éticos, aqueles vendidos sob prescrição, é compulsório. O laboratório Nycomed, porém, nada contra a corrente e utiliza alguns cartuchos com impressão interna – mas somente para comunicar instruções básicas de como ministrar o produto ou advertências que, se estivessem exclusivamente na bula, pode-

Supremo Duo Design: duas faces branqueadas valorizam a impressão em frente e verso

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ação carlos gustavo curado – bloco comunic

Natura: uma das fabricantes de cosméticos que usam o verso do cartucho para informar o consumidor

qual são processados os cartuchos da L’Occitane e os de tinturas para cabelo de marcas como Kanechomn e Kert. “Acreditamos que a fidelização é nosso principal ganho, pois temos rápido tempo de resposta ao mercado, uma vez que o processo produtivo é mais ágil.”

Sofisticação requer atenção Mas nem tudo, claro, são flores. Embora veja a utilização de recursos gráficos no lado interno dos cartuchos como tendência, o diretor de negócios da gráfica Box Print, Marco Schmitt, alerta que na produção do cartucho podem ocorrer desvios que acarretam custos e perdas de materiais por retrabalho, tais como desprendimento de partículas que originam manchas e presença de riscos decorrentes da emenda da esteira do equipamento de confecção do cartão. Outro aspecto importante é o papel cartão empregado. Schmitt lembra que, para a impressão em faces pardas, a alta porosidade pode incorrer em maior carga de tinta para impressão, por maior absorção dos componentes condutores da tinta. “Nesse caso, uma impressão de maior qualidade requer coating (revestimento) também na superfície externa”, atenta Neves, da Nova Página. Às empresas que quiserem impressões nas duas faces de seus cartuchos com altíssima qualidade, uma solução pode ser o papel cartão triplex Supremo Duo Design, da Suzano Papel e Celulose. O material, com ambas as faces branqueadas, tem acabamento superficial que o torna mais liso, diminuindo sua porosidade e aumentando a qualidade da impressão. Lançado em 2000, o Duo Design é um suporte promissor para mais inovações em embalagens com cartões impressos em frente e verso. Resta esperar.

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Box Print (11) 5505-2370 www.boxprint.ind.br Congraf (11) 3103-0300 www.congraf.com.br Gonçalves (11) 4689-4700 www.goncalves.com.br Ibratec (11) 4772-8276 www.ibratecgrafica.com.br Nova Página (11) 3531-7000 www.novapagina.com.br Suzano Papel e Celulose 0800 774 7440 www.suzano.com.br

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ARTIGO }}} LYNN DORNBLASER

Onde estão os produtos para os consumidores maduros?

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“O número de produtos com embalagens voltadas às pessoas com mais de cinqüenta anos ainda é muito pequeno”

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om a idade, torna-se cada vez mais difícil executar uma série de tarefas do dia-a-dia. Um exemplo de atividade que pode tornar-se um fardo é a abertura de muitas embalagens. Apesar de, no mundo, haver mais consumidores maduros (acima de cinqüenta anos) do que nunca, o número de produtos com embalagens atentas às necessidades específicas desse segmento de mercado ainda é muito pequeno. Na verdade, a maioria dos produtos que vemos no mercado pode ser consumida por essas pessoas com força e habilidade menores do que as dos jovens, e mesmo assim não é desenhada para o público maduro. Ao contrário, esses bens possuem eventualmente atributos de fácil abertura e praticidade no consumo mais genéricos, voltados para o público em geral. Em sua maioria, a ausência de ofertas voltadas aos consumidores mais velhos é compreensível. Cidadãos acima dos cinqüenta anos têm amplas diferenças entre si no que tange à saúde e à destreza. Ao criar apelos voltados para um grupo, pode-se facilmente ofender outro. Esse risco não existe apenas em itens específicos, razão que explica por que vemos produtos claramente direcionados aos consumidores mais velhos entre aqueles formulados para pessoas com colesterol elevado e coisas do gênero. Afora isso, os poucos produtos no mercado com embalagem especialmente desenhada para consumidores maduros utilizam o que chamamos de “marketing discreto”. Ou seja, o produto não é anunciado abertamente para o público idoso. Exemplo disso é o café Folgers, comercializado nos Estados Unidos pela Procter & Gamble. Atualmente, o café vem acondicio-

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nado num pote plástico que dispensa o uso de abridor, como ocorria com a embalagem metálica utilizada anteriormente. A nova solução recorre a uma tampa plástica que é simples de abrir, com selo de vedação fácil de se remover. O pote possui alças integradas que melhoram a pega, ajudando no manuseio da embalagem (foto 1). A mensagem para os consumidores mais velhos está no selo de vedação, onde está escrito que a embalagem tem o aval da Fundação Americana de Artrite. No entanto, esse comunicado só se apresenta ao consumidor quando o produto é utilizado pela primeira vez, longe das gôndolas. Às vezes, os benefícios dos ingredientes se alinham com características da embalagem. O laboratório Wyeth Consumer Healthcare comercializa uma parte dos seus analgésicos em tabletes Advil num frasco exclusivo, e anuncia ter agregado uma “tampa de fácil

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abertura para quem tem artrite”. Uma vez que o Advil é anunciado como solução para as dores e os desconfortos da artrite, usar um fechamento apropriado para quem sofre desse mal é mais que apropriado. A tampa não é do tipo child-proof, e por isso pode ser aberta com facilidade. O acessório é, também, maior do que o utilizado nas outras embalagens, e possui uma aba de fácil pegada. Observe, na imagem (foto 2), que essa aba traz uma fenda, cujo objetivo é facilitar a vida daqueles consumidores que ainda tiverem dificuldades para desrosquear a tampa, bastando a eles inserir um lápis ou outro objeto para fazer as vezes de alavanca. Outro produto muito interessante do mercado americano vem do Sam’s Club, o clube de compras da rede varejista Wal-Mart. O leite de marca própria da empresa, comercializado sob a chancela Member’s Mark, vem acondicionado em garrafas plásticas anunciadas pelo WalMart como sendo práticas para verter o conteúdo, ergonômicas e simples de armazenar. A embalagem ocupa menos espaço nas gôndolas e possui uma alça mais larga e reta, que ajuda o consumidor a inclinar o galão para despejar o leite. Essa última característica torna a tarefa de servir o produto diretamente da embalagem muito simples mesmo para pessoas idosas, reduzindo o risco de respingos. Observe na foto que a tampa também é maior que o padrão habitual, ajudando mãos cansadas no processo de abertura (foto 3). Esse galão de leite tem ainda uma característica muito útil no varejo. O formato da embalagem permite que as garrafas sejam facilmente encaixadas umas sobre as outras, auxiliando nos processos de envio e exposição nas lojas. No Japão, registramos o lançamento de um produto que anuncia incorporar os princípios do design universal. Esse conceito, apesar de ser apli-

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cado a itens desenhados para atender pessoas com deficiências, é mais amplo que isso. Em essência, o design universal tem a intenção de constituir uma solução ampla para todos os consumidores, e enfoca aparência e funcionalidade com o mesmo peso. Isso significa que o produto pode ser fácil de segurar ou fácil de manusear e utilizar, mas o visual e a imagem transmitida devem apelar para toda a gama de consumidores. A Suntory lançou uma nova variedade de cerveja chamada de The Premium Malts. Essa cerveja é vendida numa lata de 350 4 mililitros relativamente comum, dotada de um anel de abertura que utiliza os preceitos do Design Universal. Há uma cavidade profunda exatamente onde o dedo se encaixa para puxar a aba, facilitando o processo de abertura (foto 4). É provável que desenvolvimentos como os mostrados aqui tornem-se cada vez mais presentes nos novos designs e conceitos de embalagem, à medida que o número de consumidores maduros aumente. Conseqüentemente, crescerá a demanda por itens que facilitem a abertura, o fechamento e o consumo dos produtos que esse grupo costuma comprar. Lynn Dornblaser é diretora da divisão CPG Trend Insight da consultoria Mintel International, com escritórios em Chicago e Londres. Com mais de vinte anos dedicados a análises de tendências globais de consumo, ela pode ser contatada pelo e-mail [email protected]

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paIneL GrÁFICo

E EMBALAGENS }}} MErcADO DE cONVErSÃO E IMPrESSÃO DE rÓTULOS Edição: Edição:Guilherme Leandro Haberli Kamio

Transformação da Papirus



Empresa muda logotipo e nomes de produtos A Papirus, fabricante de papel cartão, comunicou algumas mudanças no que se refere ao seu relacionamento com o mercado. As modificações fazem parte do processo de profissionalização da administração da empresa, e foram embasadas por três pesquisas (duas com o público externo – uma realizada em 2003 e a outra em 2008 – e uma com o público interno – conduzida neste ano). como mote, foi adotado o tema “transformação”, que a empresa acredita representar sua identidade – seja por buscar inovar sempre, seja por trabalhar com papel reciclado. cláudio Salce, cEO da Papirus, falou sobre as mudanças de gestão pelas quais a empresa passou. Ele destacou os investimentos em equipamentos, a qualificação

de pessoal e o know-how da empresa no trabalho com material reciclado. A busca pela qualificação e o reconhecimento dos produtos da Papirus através de certificações também foi citada pelo executivo. A empresa teve seu selo Isega (instituto de análise de materiais para embalagem da Alemanha que credencia seus produtos como recomendados para uso em embalagem com contato direto com produtos farmacêuticos, alimentícios secos e gor-

Magistral adquire impressoras Komori Gráfica atua no mercado de embalagens Há 27 anos no mercado de embalagens, a Magistral Impressora decidiu investir em duas impressoras Komori – Lithrone LS 640+c e Lithrone LSX 729+c, com seis e sete cores mais verniz – que entrarão em operação

nos próximos meses. A gráfica atende, entre outros, os segmentos farmacêutico, de higiene e limpeza, cosmético, alimentício e automotivo. No Brasil, a Komori é representada pela Gutenberg.

Klabin completa 10 anos de selo verde Certificação das florestas com o FSC é revalidada A Klabin é a primeira empresa do setor de papel e celulose na América Latina a completar 10 anos com a certificação do FSc (Forest Stewardship council), o selo verde mais reconhecido do mundo. A recertificação das florestas da Klabin no Paraná é válida pelos próximos cinco anos. Atualmente, o manejo florestal da Klabin garante a preservação de

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cerca de 83 hectares de matas nativas para cada 100 hectares de florestas plantadas. No Paraná, a área florestal da empresa abriga cerca de 630 espécies animais, o que corresponde a 42% das espécies já identificadas no estado, incluindo 75 espécies consideradas ameaçadas de extinção pelo IAP (Instituto Ambiental do Paraná).

durosos) renovado, e está prestes a conquistar as certificações ISO 9001 e FSc. “Ao que tudo indica, seremos a primeira empresa de material reciclado do país a conquistar o FSc”, adiantou Salce. Os aspectos mais visíveis da nova fase da Papirus são a modificação de seu logotipo e a alteração dos nomes de toda a linha de produtos da empresa, que passa a ter a palavra “Vita” como elemento unificador.

Panorama da indústria gráfica Pesquisa da Abigraf vai traçar perfil do setor A Abigraf Nacional e o Sebrae Nacional estão realizando pesquisa inédita sobre o setor gráfico. O objetivo é apresentar o atual estágio de desenvolvimento das quase 20 mil gráficas brasileiras – em sua maioria empresas familiares de pequeno porte. Juntas elas empregam 200 mil pessoas. “O trabalho irá permitir uma ação adequada para cada região do País na promoção da qualidade técnica e na definição de estratégias e políticas para o setor”, afirma Alfried Plöger, presidente da Abigraf Nacional. A pesquisa apontará, entre outros dados, o perfil de cada empresa, sua segmentação e a estrutura produtiva – unidades fabris, área, etapas de produção, processos, softwares, volume de produção, capacidade instalada, turnos, número de funcionários, certificação, máquinas e equipamentos etc. Segundo Plogër, o trabalho visa, também, identificar as empresas que estão operando informalmente.

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Edição: flávio palhares ||| [email protected]

Conhecidos os vencedores do Prêmio Fernando Pini Concurso organizado pela ABTG e pela Abigraf chega à sua 18ª edição Foram anunciados no dia 25 de novembro, em São Paulo, os vencedores do 18° Prêmio Brasileiro de Excelência Gráfica Fernando Pini. Criado em 1991 pela Associação Brasileira

de Tecnologia Gráfica (ABTG) e pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), o Fernando Pini é o prêmio mais importante do setor gráfico na América Latina. Confira abaixo os vencedores

do 18º Prêmio de Excelência Gráfica Fernando Pini nas áreas ligadas ao setor de embalagens. A lista completa pode ser conferida no site www.embalagemmarca.com.br/pini2008

Embalagens semi-rígidas sem efeitos Empresa: Rosset Artes Gráficas Produto: Tam Cesta Ares da Manhã Cliente: Tam

Embalagem de micro-ondulados Empresa: Pancrom Produto: Embalagem Sagatiba Free Shop Cliente: Sagatiba Brasil

Embalagens flexíveis impressas em flexografia Empresa: Plasc Produto: Shrink Aquarius Fresh Cliente: Plasc

Embalagens semi-rígidas com efeitos Empresa: Gegraf Produto: Pack Buchann´s Cliente: Diageo

Embalagens sazonais Empresa: Facform Produto: Embalagem Kit Galo da Madrugada Cliente: Globo Nordeste

Embalagens flexíveis impressas em rotogravura Empresa: Inapel Embalagens Produto: Sopão Legumes com Músculo Cliente: Unilever

Embalagens semi-rígidas com efeitos especiais Empresa: Pancrom Produto: Embalagem LG ke990d Cliente: LG Eletronics

Embalagens impressas em suportes metálicos Empresa: Cia. Metalúrgica Prada Produto: Nescau Nutri 400g Cliente: Nestlé

Sacolas Empresa: Facform Produto: Sacola Engenho de Gastronomia Cliente: Engenho Comunicação & Marketing

}}} químicos

Dura na queda Com sistema alternativo à tripla recravação, lata de aço torna-se mais segura

S

empre alvo de fiscalização, o setor de embalagem e de transporte de produtos perigosos acaba de ganhar uma alternativa de embalagem de aço com tecnologia que dispensa a tripla recravação – método tradicional de fechamento de latas no qual as bordas metálicas do corpo, da tampa e do fundo são recurvadas e compactadas juntas, formando a dobradura ou junção hermética entre corpo e tampa e corpo e fundo. A embalagem, uma lata de 18 litros desenvolvida especificamente para o setor de tintas à base de solventes, está em conformidade com as exigências da legislação em vigor no Brasil (Resolução 420 da ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres) e com os procedimentos recomendados pela ONU (Organização das Nações Unidas). O projeto foi conduzido pela Brasilata em parceria com a Universidade do Rio Grande do Sul, e resultou num sistema que alivia o esforço da área de recravação quando ocorre uma queda da lata cheia de produto. A queda livre é um dos mais rigorosos testes a que a embalagem é submetida para obter a homologação destinada ao transporte de produtos perigosos – os procedimentos estão descritos nos critérios da 11ª e da 12ª edições do Orange Book, guia publicado pela ONU. Antonio Carlos Teixeira Álvares, CEO da Brasilata, explica que um software especial permitiu o desenvolvimento do perfil ideal do corpo da nova lata de 18 litros, construída com uma folha de aço de menor espessura – 0,30mm, contra 0,34mm da convencional com tripla recravação. A nova embalagem foi denominada 18 litros UN. “A maior resistência ao choque foi conseguida com aplicação de frisos no corpo da lata que funcionam como amortecedores de energia e permitem maior deformação do corpo da lata quando submetido ao impacto da queda”, esclarece Álvares. “Paradoxalmente, o não rompimento da embalagem após o impacto foi conseguido por meio da diminuição da resistência do corpo para proteger o seu ponto mais frágil.” A solução clássica para o problema da resistência quando da queda é o aumento da espessura da folha de aço, combinado com um reforço no sistema que substitui a tradicional dupla pela tripla recravação. O “porém” ao processo é que a tripla recravação exige investimentos em novos equipamentos (recravadeiras) e implica consumo maior de matéria-prima e reformulação de processos produtivos, o que nem sempre é desejável. (AES) 54

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Nova lata de aço tem frisos que trabalham como amortecedores durante a queda (detalhe)

Brasilata (11) 3871-8500 www.brasilata.com.br

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}}} LOGÍSTICA

Moldura correta Embalagem de papel reciclado substitui madeira no transporte de vidros planos

A

mplamente utilizada em estrados, caixas e outras embalagens de transporte, a madeira vem sendo progressivamente preterida por materiais alternativos. Isso acontece basicamente por três razões. Madeira nem sempre garante a manutenção da integridade dos produtos durante os trajetos, pode ser um vetor de contaminações e tem resistência mecânica comprometida quando em contato com a umidade. Uma das mais novas propostas de substituição da embalagem de madeira surge para atender ao setor de vidros planos. Trata-se da KraftCap, da Adezan, desenvolvida a partir de papel reciclado. De acordo com o sócio-diretor da Adezan, César Zanchet, a novidade é uma opção ecologicamente correta, por ser originada da reciclagem, e ao mesmo tempo é econômica. Zanchet garante que a KraftCap, composta por 80% de papel laminado e 20% de madeira, é em média 20% mais barata que as embalagens convencionais de madeira. A KraftCap passou por vários ensaios realizados no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) para avaliar seu desempenho à resistência à tração (içamento), ao alagamento (umidade) e à exposição à chuva, ao choque e ao arrasto. O coeficiente de resistência da embalagem é de 8 toneladas. Para as unidades destinadas à navegação em longas distâncias, armazenadas por mais de 35 dias em contêineres marítimos, existe a possibilidade de um tratamento na camada externa com um produto parafinado, que ajuda a expelir a umidade.

A experiência de quem já usa Grande fabricante do chamado vidro float (também conhecido no jargão das vidrarias como vidro plano do tipo cristal), a Cebrace já utiliza a KraftCap nas exportações de vidros planos para a indústria de construção civil. A embalagem da Adezan solucionou uma

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Mais proteção: KraftCap suporta até 8 toneladas de vidro plano

Adezan (11) 3782-4522 www.adezan.com.br

busca de mais de dois anos, iniciada quando a vidraria solicitou a seus fornecedores o desenvolvimento de embalagens com custo unitário mais em conta e baseadas em materiais alternativos, que proporcionassem baixo impacto ambiental e que garantissem proteção aos vidros nos diferentes modais de transporte. “Com a nova embalagem já obtivemos êxito em embarques feitos para diferentes regiões da América do Sul”, conta André Toledo, gerente de logística da Cebrace. Toledo revela que a intenção da empresa é utilizar a KrafCap como embalagem dos vidros planos expedidos para todos os clientes internacionais, intenção ainda sem prazo para se concretizar. O profissional afirma que, no Brasil, mais especificamente no modal rodoviário, o ainda são necessários estudos de viabilidade de sistemas de travamento da carga dentro da carreta. “A tendência é que a embalagem se torne padrão, pois, como ela é prática, todos se beneficiarão”, diz Toledo. A barreira a ser transposta para popularizar a KraftCap, segundo Zanchet, é a disseminação no mercado nacional de embalagens de madeira provenientes da China, comercializadas a preços de rés-do-chão. “Apesar de serem baratas, elas têm qualidade questionável, pois são fabricadas com misturas de diversas madeiras”, alerta o dirigente da Adezan. (AES) www.embalagemmarca.com.br

}}} calendÁriO

Fontes de informação EMBALAGEMMARCA selecionou alguns eventos que podem trazer novidades sobre o universo do packaging em 2009 Ipack-Ima

24 a 28 de março - Milão, Itália www.ipack-ima.com

Embala Minas

14 a 16 de abril - Belo Horizonte, MG www.greenfield-brm.com/embalaminas.html

Label Summit

28 e 29 de abril - São Paulo, SP brazil.labelsummit.com

Brasilplast

4 a 8 de maio - São Paulo, SP www.brasilplast.com.br

Hispack

11 a 15 de maio - Barcelona, Espanha www.hispack.com

China Print

12 a 16 de maio - Pequim, China www.chinaprint.cn

Envase Peru

14 a 16 de maio - Lima, Peru www.packaging.com.ar

Chinaplas

18 a 21 de maio - Guangzhou, China www.chinaplasonline.com

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FCE Pharma/FCE Cosmetique 26 a 28 de maio - São Paulo, SP www.fcepharma.com.br www.fcecosmetique.com.br

Seminário “Desmistificando a Inovação” 3 de junho - São Paulo, SP www.embalagemmarca.com.br/ciclo

Fispal

16 a 19 de junho - São Paulo, SP www.fispal.com

National Plastics Exhibition 22 a 26 de junho - Chicago, EUA www.npe.org

Label Latinoamerica

6 a 9 de julho - São Paulo, SP www.labellatinoamerica.com.br

Embala Nordeste

24 a 27 de agosto - Recife, PE www.greenfield-brm.com embalanordeste.html

Feipack

Envase

22 a 25 de setembro - Buenos Aires, Argentina www.packaging.com.ar

Labelexpo Europe

23 a 26 de setembro - Bruxelas, Bélgica www.labelexpo.com

Seminário “Tendências e Perspectivas 2009”

15 de setembro - São Paulo, SP www.embalagemmarca.com.br/ciclo

Pack Expo Las Vegas

5 a 7 de outubro - Las Vegas, EUA pelv2009.packexpo.com

Prêmio EmbalagemMarca

Outubro (data a definir) - São Paulo, SP www.grandescases.com.br

Fispal Nordeste

27 a 30 de outubro - Salvador, BA www.fispal.com

Simei

24 a 28 de novembro - Milão, Itália www.simei.it

26 a 29 de agosto - Curitiba, PR www.feipack.com.br

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DIspLay

}}} LANçAMENTOS

E NOVIDADES – E SEUS SISTEMAS DE EMBALAGEM

Gela e avisa

Reforços para clarear

Skol estréia lata sleek termosensível

Payot apresenta nova linha capilar

A Skol é a primeira cerveja brasileira a utilizar a nova lata sleek de alumínio, que passa a ser produzida pela rexam no Brasil. A embalagem tem capacidade para 269 mililitros e, por ser menor, gela mais rápido que a lata convencional de 350 mililitros. A tecnologia termosensível, que faz a seta mudar de cor – de transparente para azul – , avisa quando a bebida está na temperatura ideal para ser consumida. O design é da Narita. Batizada de Skol redondinha, a cerveja é vendida em packs com 15 latinhas.

A linha capilar Payot Botânico ganha o reforço de mais dois produtos: xampu e condicionador camomila Girassol e Nutrimel, indicados para o tratamento dos cabelos claros. Os frascos transparentes de PVc são supridos pela BMP Plásticos e levam tampas de polipropileno (PP) da Seaquist closures. Os rótulos termoencolhíveis de PVc são impressos pela Gráfica 43. A criação das embalagens é da Payot.

Narita Design (11) 3167-0911 www.naritadesign.com.br Rexam (21) 2104-3300 www.rexam.com

Gráfica 43 (47) 3221-1200 [email protected] Seaquist Closures (11) 4141-4344 www.seaquistclosures.com

Natal da Bauducco tem edições limitadas Tradicional fabricante de panetones aposta em latas de aço para produtos diferenciados

Aro (11) 2462-1700 www.aro.com.br Design Absoluto (11) 3071-0474 www.designabsoluto.com.br Tapon Corona (11) 3065-8662 www.tapon-corona.com.br

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A Bauducco reformulou as embalagens de sua linha de panetones especiais, que tem edição limitada. São duas coleções em latas de aço: a carlo Bauducco, que faz uma homenagem à história do panetone e da própria Bauducco, com ilustrações de antigas peças publicitárias da empresa; e a Três reis Magos, com desenhos do artista Marcelo rosenbaum. As embalagens, produzidas pela Aro e pela Tapon corona, tiveram o layout criado pela Design Absoluto.

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FOtOs: divuLgAçãO

BMP Plásticos (11) 4161-3941 www.bmpplasticos.com.br

Edição: flávio palhares ||| [email protected]

Grande, mas limitada Millésime ganha garrafa de 6 litros O espumante Brut Millésime, da Miolo Wine Group, ganha uma garrafa especial de 6 litros, criada especialmente para o período de festas de final de ano. A embalagem, chamada de Matusalém, (ver EmbalagemMarca 111, Almanaque) terá tiragem limitada. Serão apenas 500 garrafas numeradas, produzidas pela italiana Vetri Speciali, acondicionadas em uma caixa de madeira personalizada com o nome do cliente, fornecida pela Móveis e Decorações Cemar. A garrafa é decorada com rótulos autoadesivos da Gráfica Reúna. O design é da Zorzo.

Móveis e Decorações Cemar (54) 3452-6678

Vetri Speciali +39 (0) 461-270111 www.vetrispeciali.com Zorzo Design (51) 3022-3200 www.zorzoweb.com

Chester, também no vinho Lançamento da Perdigão tem edição limitada O tradicional Chester, da Perdigão, ganha uma edição especial e limitada neste final de ano: Chester ao Vinho. O produto é acondicionado em filmes de polietileno (PE) laminado impressos em flexografia pela Videplast. O design das embalagens é assinado pela Young & Rubicam.

Videplast (49) 3566-9600 www.videplast.com.br

fotos: divulgação

Gráfica Reúna (54) 3441-9200

Young & Rubican (11) 3026-4400 yr.updateordie.com

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DISPLAy

}}} lançamentos

e novidades – e seus sistemas de embalagem

Bebê Vida ganha novas embalagens Davene aposta no uso do soft touch A linha Bebê Vida, da Davene, teve as embalagens reformuladas. Os frascos produzidos pela Gensys em polietileno de alta densidade (PEAD) ganharam formato anatômico e contam com efeito soft touch. Os rótulos auto-adesivos de polipropileno biorientado (BOPP) são fornecidos pela Indexflex.

As tampas de polipropileno (PP) são da Mecaplastic. O layout das embalagens foi criado pela MN Design.

Gensys (11) 2199-1599 www.gensys.ind.br Indexflex (11) 3618-7100 www.indexflex.com.br Mecaplastic (11) 3835-4032 www.mecaplastic.com.br MN Design (11) 2345-6644 www.mndesign.com.br

Tudo sobre as crianças

Cerveja “short neck”

Homem-aranha estampa linha da Mariah

Baden Daden ganha versão menor

Chegam às gôndolas os xampus e condicionadores Neokids Spider-Man, lançamento da Mariah Cosméticos dirigidos a crianças. Os frascos são de polietileno (PE), fechados por tampas de polipropileno (PP), ambos fornecidos pela Neumann Packing. Os rótulos termoencolhíveis são impressos pela Versacolor. O design das embalagens é da Desenho em Foco. Desenho em Foco (11) 2406-3161 www.desenhoemfoco.com.br

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Neumann Packing (11) 3721-8673 www.neumannpacking.com.br

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Versacolor (11) 6168-7715 www.versacolor.com.br

fotos: divulgação

A cerveja artesanal Baden Baden, da Schincariol, encontrada em garrafas de 600 mililitros, ganha nova opção de volume. A bebida passa a ser acondicionada também em garrafas de 310 mililitros com o mesmo shape da Inforpress embalagem de 600 mililitros. Como tem (11) 4232-8599 o pescoço curto, a embalagem, produziwww.ifpress.com.br da pela Owens-Illinois, foi apelidada de Owens-Illinois “short neck”. A garrafa é decorada com (11) 2542-8084 www.oidobrasil.com.br rótulos auto-adesivos da Inforpress, que também fornece os lacres adesivos que ficam sobre a tampa. O design é da Schincariol.

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Doralgina é relançada de cara nova Medicamento tem variantes líquida e em drágeas O laboratório Neo Química relança o analgésico Doralgina com novas embalagens, desenvolvidas pela própria empresa. A variante líquida, de 15 mililitros, chega em frascos de polietileno (PE) com tampas de polipropileno (PP) produzidos pela Gerresheimer. Rótulos autoadesivos de papel couché impressos pela Macro Etiquetas decoram as embalagens. Os comprimidos estão disponíveis em embalagens com quatro e vinte drágeas. Os blisters

de quatro comprimidos são confeccionados em alumínio e PVC, fornecidos pela Alcan e pela Klöckner Pentaplast. A versão com 20 drágeas tem blisters de mesmo material supridos pela Kenpack e embalagens secundárias de papel cartão impressas pela Gráfica Allbox.

Alcan (11) 4512-7000 www.alcan.com

Gráfica Allbox (62) 3311-4728 [email protected]

Klöckner (11) 4613-9973 [email protected]

Gerresheimer (11) 4613-1010 www.allplas.com.br

Kenpack (11) 4057-6015 www.kenpack.com.br

Macro Etiquetas (62) 3311-2218 [email protected]

Tangerina na garrafa Hidrotônico da Coca-Cola ganha novo sabor Depois da boa receptividade da variante limão do hidrotônico i9, a Coca-Cola disponibiliza o produto no sabor tangerina. A bebida é acondicionada em garrafas de PET produzidas pela Amcor. As tampas sportlok de polipropileno (PP) são supridas pela CSI Closures. Os rótulos termoencolhíveis são impressos pela Sleever International. O design das embalagens é da Dimaquina.

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Amcor (19) 3878-9000 www.amcor.com CSI Closures (11) 4195-3727 / 37413880 www.csiclosures.com Dimaquina [email protected] www.dimaquina.com Sleever International 2303-2337 www.sleever.com

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}}} índice de anunciantes

Empresa

Página

Abeaço Adegraf Antilhas Avery Dennison Bericap Betim Química BIC Label BP Filmes Braskem CIV Comprint DuPont Frasquim GiroNews Grand Pack Gysscoding Indemetal Indexflex Innova Itap Bemis Kromos Lamipack Markem-Imaje Metrolabel Mintel Moltec Nilpeter Novelprint NZ Philpolymer Pantone Prakolar Qualipack Rotatek SIG Combibloc Simbios-Pack Tetra Pak Wheaton

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45 63 55 59 29 11 7 27 15 39 49 41 63 65 61 25 31 51 4ª capa 37 43 53 33 21 57 61 13 61 45 47 34 e 35 9 5 3ª capa 63 19 2ª capa

Telefone

Site

(11) 3842-9512 (11) 2067-9999 (11) 4152-1100 0800 701 7660 (15) 3235-4500 (31) 3358-8500 0800 260 434 (11) 3616-3402 (11) 3576-9999 (81) 3272-4444 (11) 3371-3371 0800 171 715 (11) 2412-8261 (11) 3675-1311 (11) 4053-2143 (11) 5622-6794 (11) 4013-6644 (11) 3618-7100 (51) 3378-2300 (11) 5516-2045 (19) 3879-9500 (49) 3563-0033 (11) 3305-9455 (11) 3603-3888 +1 (312) 450-6103 (11) 5693-4600 (11) 3729-9207 (11) 3760-1500 (11) 4716-3141 (11) 4072-4100 (11) 2291-6033 (11) 2066-8500 (11) 3215-9999 (11) 2107-6744 (11) 5687-1781 (11) 5501-3205 (11) 4355-1800

www.abeaco.org.br www.adegraf.com.br www.antilhas.com.br www.fasson.com.br www.bericap.com www.betimquimica.com.br www.biclabel.com.br www.bpfilmes.com.br www.braskem.com.br www.civ.com.br www.comprint.com.br www.dupont.com.br www.frasquim.com.br www.gironews.com www.grandpack.com.br www.gysscoding.com.br www.indemetalgraficos.com.br www.indexflex.com.br www.innova.ind.br www.dixietoga.com.br www.kromos.com.br www.lamipack.com.br www.markem-imaje.com www.metrolabel.com.br www.mintel.com www.moltec.com.br www.nilpeter.com.br www.noveltech.com.br www.gruponz.com.br www.pantonegrafica.com.br www.prakolar.com.br www.qualipack.com.br www.rotatek.com.br www.sig.biz/brasil www.simbios-pack.com.br www.tetrapak.com.br www.wheatonbrasil.com.br

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Almanaque Uma idéia “cabeça” As pastilhas PEZ são um sucesso de vendas desde 1927, quando foram inventadas em Viena pelo confeiteiro austríaco Eduard Haas usando uma mistura de açúcar e óleo de hortelã. O nome PEZ é derivado da palavra alemã PfeffErminZ, que significa menta (ou hortelã-pimenta). Inicialmente vendida como “confeito de luxo para pessoas ricas”, logo se descobriu

que as crianças eram o público-alvo das balinhas. Inicialmente, elas eram vendidas a granel, até que em 1948 a empresa criou o primeiro porta-balas higiênico. A grande idéia da empresa, entretanto, foi criar os porta-balas colecionáveis, com cabeças de personagens conhecidos, em 1955. Papai Noel e Mickey Mouse foram as primeiras cabeças usadas nos dispensers. Hoje, milhares de diferentes porta-balas são atrativos não somen-

te para as crianças, mas também para um número de colecionadores do mundo inteiro.

Cuidado há trinta anos Primeiro protetor diário de calcinha do mercado nacional, o Carefree comemora trinta anos em 2008. O produto foi aqui introduzido pela Johnson & Johnson – que, a propósito, pavimentou o desenvolvimento do mercado de proteção íntima feminina

no Brasil. Na década de 30, a multinacional lançou o primeiro absorvente (o recém-aposentado Modess), e em 1974, o primeiro absorvente aderente, capaz de ser fixado às calcinhas (o Sempre Livre). Na foto ao lado, o produto em 1978.

De papo de boteco a unanimidade Antes de 1960, havia dois tipos de garrafas de cerveja no Brasil: as verdes e as de cor âmbar. Dizem os boêmios daquela época que as de “casco escuro” eram melhores que as de “casco claro”. Se viesse uma cerveja

de “casco verde”, era rejeitada imediatamente pelos experts de plantão nos botecos. Isso porque, diz a lenda, as cervejas fornecidas em garrafas claras tinham qualidade inferior. Uma das primeiras marcas a usar apenas o

“casco escuro” foi a Faixa Azul, da Cia. Antarctica Paulista. Depois de o mercado acostumar-se com a referência de que a garrafa âmbar era sinal de boa cerveja, todos os demais fabricantes passaram a envasar suas bebidas nessas embalagens. Tanto que nas propagandas da época, os cascos que apareciam eram sempre os escuros. “Casco escuro”, presente nos anúncios, indicava que a cerveja era de qualidade

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