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EDITORIAL
A
ESSÊNCIA DA EDIÇÃO DO MÊS, NAS PALAVRAS DO EDITOR
Dever cumprido e um bom futuro pela frente
Filiada ao
Filiada à
Miguel Jorge, ministro do Desenvolvimento, em entrevista exclusiva: reforço à reportagem
diretor de arte Carlos Curado, com a colaboração de toda a equipe. Ao implementar as mudanças, Carlos teve, como costuma ocorrer nas reformulações de embalagens, a preocupação de manter as equities da revista, isto é, as características essenciais que tornam inconfundível o produto. Assim, respeitou os traços básicos do projeto inaugural da revista, de autoria da artista gráfica Cássia Barros, a quem pedimos que tome esta citação como homenagem. Esta edição é valorizada não só pela simbologia do número 100, mas por constituir, como ocorre sempre em dezembro, a que traz o serviço Especial Tendências e Perspectivas. Desta vez, a reportagem de capa, com a habitual projeção de oportunidades para o ano que se inicia, é reforçada por uma entrevista exclusiva com o
ministro Miguel Jorge, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e por uma sondagem sobre tendências de consumo no exterior, feita especialmente para EMBALAGEMMARCA pelo Global New Products Database (GNPD) da Mintel, do Reino Unido, que acompanha lançamentos de produtos no mundo inteiro. Neste rápido balanço de realizações, não poderia deixar de entrar a realização da primeira edição do PRÊMIO EMBALAGEMMARCA – GRANDES CASES DE EMBALAGEM, que já nasceu consolidado como data obrigatória na agenda de eventos do setor e cuja edição, em outubro, será ainda melhor. Para 2008, teremos muitas novidades a apresentar, já nos primeiros meses do ano. Aguardem. Boas festas. Até janeiro.
Diretor de Redação: Wilson Palhares |
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Wilson Palhares
Público-Alvo EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que ocupam cargos de direção, gerência e supervisão em empresas integrantes da cadeia de embalagem. São profissionais envolvidos com o desenvolvimento de embalagens e com poder de decisão colocados principalmente nas indústrias de bens de consumo, tais como alimentos, bebidas, cosméticos e medicamentos. O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é resguardado por direitos autorais. Não é permitida a reprodução de matérias editoriais publicadas nesta revista sem autorização da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.
FOTO DE CAPA: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY
EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 CEP 04718-040 São Paulo, SP Tel.: (11) 5181-6533 Fax: (11) 5182-9463 www.embalagemmarca.com.br
FOTO: YURI ZOUBAREF
A
equipe de EMBALAGEMMARCA chega a este histórico número 100, oito anos e meio após seu lançamento, em junho de 1999, com duas convicções: a do dever cumprido e a de que tem um bom futuro pela frente. Ao longo deste tempo, a revista se consolidou como o mais completo e confiável veículo de informação do setor. Sua credibilidade se confirmou pela acolhida entusiástica dos leitores e pelo contínuo crescimento comercial: este ano, como em todos os anteriores, batemos nossos próprios recordes de anúncios veiculados. Isso coloca a revista como a de maior crescimento em seu segmento. Na parte editorial, buscamos nos aperfeiçoar permanentemente, e os leitores que nos acompanham puderam observar que todos os meses – dentro da meta de fazer, a cada edição, uma revista melhor que as outras – EMBALAGEMMARCA sempre inovou, às vezes sutilmente, às vezes com impacto. Para marcar a chegada ao simbólico número 100 da revista, por exemplo, foram feitas mudanças no projeto gráfico, destinadas a tornar ainda mais fácil e agradável sua leitura. O leitor notará que, além do visual, foram introduzidas inovações na parte editorial, com vistas a aperfeiçoar a missão de oferecer aos profissionais da cadeia produtiva de embalagem informações efetivamente úteis em seu dia-a-dia. Os trabalhos foram conduzidos pelo
SUMÁRIO Nº 100 DEZEMBRO 2007
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Medicamentos
No mercado desde 1929, Leite de Rosas moderniza embalagens. É a décima atualização em quase 80 anos
Blister plástico se apresenta como alternativa aos cartuchos de papel cartão para apresentar fármacos
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Medicamentos
Simei
Pílulas contra disfunção erétil criadas no Brasil adotam sistema anticontrafração superavançado em suas cartelas
Tendências e Perspectivas
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Feira italiana funcionou como um painel das alternativas à rolha de cortiça para o fechamento de garrafas de vinho
28 54
O que o ano de 2008 reserva para usuários, fornecedores e consumidores finais de embalagens
O panorama macroeconômico Entrevista: Miguel Jorge Como fica o setor Sondagem GNPD
30 34 44 50 Leites
Lançamentos de laticínio mineiro prenunciam uma maior competitividade na praia das cartonadas assépticas
Eventos
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Calendário dos eventos no setor de embalagens em 2008
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Bebidas
Com tampa maior e com rosca, Velho Barreiro atende demanda dos consumidores por maior escoamento de cachaça e melhora segurança
58
6
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Higiene pessoal
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Internacional
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Assim como nas latas de alumínio, indicador de temperatura já pode ser aplicado a embalagens de aço
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Editorial A essência da edição do mês, nas palavras do editor
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Na web
O que a seção de notícias de www.embalagemmarca.com.br e a e-newsletter semanal levam aos internautas
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Equipamentos Bens de capital para linhas de embalagem
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Panorama
Movimentação do mundo das embalagens e das marcas
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Painel Gráfico Produtos e processos da área gráfica para a produção de rótulos e embalagens
Display
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Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens
Índice de anunciantes
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Relação das empresas que veiculam peças publicitárias
Almanaque
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Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens
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NA WEB Uma amostra do que a seção diária de notícias de www.embalagemmarca.com.br e a e-newsletter semanal da revista levaram aos internautas no mês de novembro. > INTERNACIONAL
Perfume de beber Meio destilado, meio champanhe, alardeado como “o primeiro licor frisante de vodca do mundo” e em ascendente sucesso nos Estados Unidos e na Europa, o Nuvo promete virar case de estudo em seminários de marketing. Criação do mixologista Raphael Yakoby, um georgiano radicado em Nova York, o Nuvo é uma bebida ice de luxo que cria uma cone-
> NORMAS
Visivelmente transgênico Conforme decisão da Justiça Federal, em Brasília, todo alimento transgênico, ou seja, que contiver organismos geneticamente modificados (OGMs), deverá dispor claramente essa informação em sua embalagem. Antes, apenas produtos com mais de 1% de transgenia atendiam a essa obrigação. A revisão da norma é fruto de ação do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec). Acesse o texto na íntegra em
www.embalagemmarca.com.br/transgenico
xão com seu público-alvo, as mulheres, de forma engenhosa. Cor-de-rosa, a bebida é acondicionada numa espécie de frasco gigante de perfume, fabricado pela vidraria francesa Saverglass. Como é típico das fragrâncias, a embalagem ostenta a epígrafe “For her” (“para ela”, vertendo-se ao português). A decoração da embalagem é toda feita em serigrafia.
Acesse o texto na íntegra em
www.embalagemmarca.com.br/perfumedebeber
> REPAGINAÇÃO
Novo site da Renda Tradicional fabricante de embalagens metálicas, a Indústrias Reunidas Renda reformulou seu website (www.renda.com.br). Além de oferecer mais interatividade com o público, o site apresenta o novo braço de negócios da fornecedora, a Rendaplast, especializada em embalagens plásticas. Acesse o texto na íntegra em
www.embalagemmarca.com.br/siterenda
> DATAS
Morre o inventor do Gatorade O americano Robert Cade, que em 1965 inventou a bebida isotônica Gatorade, morreu aos 80 anos, no dia 26 de novembro, devido a problemas renais. O nome da bebida faz referência ao time de futebol americano Florida Gators, da Universidade da Flórida (na ilustração, o mascote da equipe), onde Cade criou a fórmula de Gatorade. Calculase que em 2006 a bebida rendeu 7 bilhões de dólares à Pepsico, atual detentora da marca Gatorade. Acesse o texto na íntegra em
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MEDICAMENTOS
A idéia é sair do quadrado Blister talhado para medicamentos quer rivalizar com cartuchos nas farmácias
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Proposta da Walpack é balançar a hegemonia do cartucho...
FOTOS: CARLOS CURADO / BLOCO DE COMUNICAÇÃO
Possibilidades variadas A fornecedora garante que os blisters têm custo competitivo diante dos cartuchos celulósicos e contam com trunfos significativos. Um deles é a transparência, que, no ponto-de-venda, permite ao consumidor visualizar o conteúdo da embalagem sem ter de abri-la. Outro destaque é a versatilidade de exposição. “O Sem Cartucho pode ser exposto em unidades sobrepostas, em gancheira ou em pé, como display de balcão”, ilustra o engenheiro Jacques Salib, responsável técnico pelas embalagens na Walpack (veja a imagem ao lado). Há onze formatos padronizados do Sem Cartucho. Para fármacos fotossensíveis, existem opções na cor âmbar ou envolvidas com filme de poliestireno de alto impacto, branco e opaco. “Como nesse último caso o atributo da transparência é eliminado, uma saída é identificar o produto com etiquetas auto-adesivas”, diz Salib. Em produções pequenas e médias, a embalagem pode ser fechada manualmente. Para grandes indústrias, a Walpack indica o uso de uma máquina de fechamento automático da Promaler, fabricante paulistana de encartuchadeiras. (GK) 10
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...com proposta alegadamente mais moderna de apresentação
Walpack (11) 6168-5990 www.walpack.com.br
Promaler (11) 3936-2342 www.promaler.com.br
ILUSTRAÇÃO: INLAB DESIGN
condicionar produtos em embalagens secundárias poliédricas de papel cartão é um procedimento antiqüíssimo da atividade farmacêutica. Diante disso, dá para imaginar farmácias desprovidas de cartuchos cartonados? Para a paulistana Walpack, especializada em moldagem por vacuum forming de blisters para medicamentos, dá. A transformadora vem tentando difundir entre laboratórios uma família de blisters de PVC projetada para substituir cartuchos na apresentação dos mais variados tipos de remédios. Direto ao ponto, a linha recebeu o nome comercial de Sem Cartucho. De acordo com a Walpack, seis grandes laboratórios demonstraram interesse na novidade e já a estão testando ou se encontram em vias de iniciar tryouts em suas linhas de produção.
Blister pode exposto em pé, como display de balcão (1); em gancheiras, por possuir furação (2); ou em pilhas de unidades encaixadas (3)
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MEDICAMENTOS
Já de prontidão Invenção brasileira para combater a disfunção erétil estréia em embalagem com avançado dispositivo antipirataria
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Por Guilherme Kamio
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ergonha e receio são sempre apontados como fortes motivos da negligência masculina quando o assunto é disfunção erétil. Mas, no Brasil, onde se estima que somente 1,7 milhão dos cerca de 9 milhões de homens com problemas de ereção recorram aos medicamentos apropriados, o fator preço também conta. Criação brasileira, o Helleva, do laboratório paulista Cristália, quer se aproveitar da situação, oferecendo-se como opção econômica aos blockbusters mundiais desse ramo farmacêutico, como Viagra, Cialis e Levitra. Além do preço mais em conta, o novo remédio promete se diferenciar da poderosa concorrência com uma garantia de autenticidade. Ocorre que sua embalagem apresentará um sistema antipirataria ainda inédito no mercado nacional. As bordas dos blisters das duas versões do Helleva, com 2 ou 4 comprimidos, dispõem de tiras com um holograma tridimensional, com quatro cores, embutido. Tais tiras são construídas através de uma espécie de ensanduichamento de uma avançada fita holográfica da alemã Kurz, conhecida fabricante de películas para hot stamping e de dispositivos de autenticação, entre o foil de alumínio primário do blister e um filme especial de PVDC (polidicloreto de vinilideno), transparente, da suíça Perlen Converting AG. “De tão sofisticado, esse dispositivo é virtualmente impossível de ser replicado ou retirado da embalagem sem deixar sinais claros de violação”, explica Marcello Portela, gerente de produto da Divisão Farma do Cristália. O dispositivo de segurança do Helleva é oferecido no mercado nacional pela Selectchemie, representante regional da empresa suíça. “O filme 12
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Inédito no Brasil, sstrip holográfico evita violações e, segundo fornecedor, é irreprodutível
Blisterpack (11) 4067-5620 www.blisterpack.com.br Gráfica Brogotá (11) 3743-0055 www.brogota.com.br Kurz (11) 3871-7340 www.kurz.com.br Perlen Converting AG +41 (41) 455-8800 www.perlen-converting.com Selectchemie (11) 5591-2300
[email protected]
transparente de PVDC da Perlen é enviado para a Kurz, na Alemanha, onde recebe o holograma. Depois, retorna para a Suíça, para então ser enviado, bobinado, para o Brasil”, detalha Vitor de Oliveira, gerente técnico-comercial da Selectchemie. Na planta de Itapira (SP) do Cristália, o dispositivo é aplicado nos blisters do Helleva, produzidos pela paulista Blisterpack. Os blisters, por fim, são acondicionados em cartuchos de papel cartão da Gráfica Brogotá.
Todo um itinerário Segundo Oliveira, o Cristália é um dos primeiros laboratórios no mundo a adotar esse sofisticado sistema antipirataria. Mas, por ser moderno e, naturalmente, caro, tal dispositivo não compromete a diretriz de preços mais em conta do Helleva? Portela diz que não, pois como o medicamento foi todo desenvolvido no Brasil, a desobrigação de pagamento de royalties alivia o custo produtivo e propicia investimentos em desse naipe. “Houve, recentemente, ruidosos casos de apreensão de produtos falsificados do mesmo gênero do Helleva”, lembra o executivo do Cristália. “Por isso, o consumidor está mais exigente quanto à autenticidade do medicamento”. Já aprovado pela Anvisa, o Helleva está na iminência da chegada às farmácias, com um preço “pelo menos 25% menor”, assegura Portela, que o do líder de mercado Viagra.
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HIGIENE PESSOAL E BELEZA
Octogenário irrequieto Com novas embalagens, Leite de Rosas se moderniza
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uase às vésperas de completar 80 anos, o popular Leite de Rosas passa por nova mudança em sua apresentação. É a décima de uma quase sistemática série de atualizações no recipiente desde o lançamento do produto, em 1929, sempre feitas sem perda das chamadas equities,, as características básicas que o tornam inconfundível – não obstante as incontáveis imitações que acompanham a trajetória da marca (veja quadro). O visual do Leite de Rosas não passava por mudanças desde 1985. Na decoração em serigrafia dos frascos de polietileno de alta densidade (PEAD), as quatro pétalas de rosa estilizadas que lembram um coração e ficavam abaixo do logotipo nas embalagens foram substituídas pela figura das quatro pétalas juntas. Antes estampado acima da marca Leite de Rosas, agora o ícone fica sob ela, de modo a dar-lhe mais destaque. A mudança do visual ficou a cargo da Modo Design. Na esteira da mudança de roupagem do produ-
Clones sucessivos
1985
1978
Atual Novas embalagens preservam as marcas registradas do Leite de Rosas, que periodicamente passa por mudanças na apresentação
1976 1929 1974
Inúmeros produtos imitam Leite de Rosas O Leite de Rosas tem uma das embalagens mais “clonadas” no cenário brasileiro. Apesar de a embalagem, que usa uma combinação das cores rosa e branca, ter o layout registrado como marca no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), as imitações não param de aparecer no mercado. Trabalho para os advogados da empresa, que têm em seus arquivos mais de trinta cópias das embalagens do produto.
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1950
1970 1967
1966
to criado pelo seringueiro amazonense Francisco Olympio de Oliveira, a LR Cia. Brasileira de Produtos de Higiene e Toucador, produtora da marca, aproveitou para apresentar ao mercado a extensão de linha do Leite de Rosas, que passa a ter, ao lado da fragrância Tradicional, também a Fresh e a Pétalas. Os frascos de PEAD, fornecidos pela Sinimplast e pela Vibraço, são apresentados em três diferentes medidas: 60, 100 e 170 mililitros. A Vibraço supre também as tampas, de polietileno de baixa densidade (PEBD). O ímpeto da renovação parece estar firme entre os fabricantes do tradicional produto e os descendentes de seu criador, que ainda
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detêm a marca Leite de Rosas. Aproveitando as mudanças no carro-chefe, encarregaram a Dtech Publicidade de reformular a apresentação de outros itens da categoria de higiene pessoal. No último trimestre deste ano, chegaram ao mercado as novas embalagens da linha de desodorantes Leite de Rosas. A versão roll-on ganhou nova fórmula e cores, e a variante em creme trocou os potes por bisnagas de PEBD, fornecidas pela Incapack. Na decoração de ambas as versões foram mantidas as cores rosa e branca, símbolos da marca, enquanto na variante sem perfume optou-se pelo cinza. A mudança no roll-on envolveu não só uma alteração no layout, mas também no próprio conteúdo. A companhia recebia reclamações dos consumidores a respeito da proteção limitada oferecida pelo produto comercializado nesse tipo de embalagem, causada pela ausência de um elemento antitranspirante. Na reformulação foi incluído um componente de combate à transpiração – mais eficaz, segundo o fabricante –, o que deu origem a um segundo desafio: mostrar
Tampa colorida chama a atenção do consumidor; para produto sem perfume, foi adotada a cor cinza
Desodorante creme substitui pote por bisnaga
ao público-alvo que o desodorante havia sido alterado. “Trouxemos para a embalagem uma tampa colorida e lançamos a versão sem perfume, que foi uma ousadia, porque o Leite de Rosas é reconhecido pelo aroma característico”, comenta Juliana Block, especialista de marketing da LR. Além da força da marca, ela aposta no papel fundamental exercido pelas embalagens na comunicação com os consumidores. Na linha de desodorantes, as tampas de polipropileno e os frascos de PEAD, itens supridos pela Zeviplast, são decorados com rótulos autoadesivos de polietileno, impressos em letterpress pela fluminense Makton. (MF) Dtech Publicidade (21) 2255-2933 www.dtech.com.br
Modo Design (21) 2279-6276 www.mododesign.com.br
Incapack (41) 3376-1511 www.incapack.com.br
Sinimplast (11) 4061-8300 www.sinimplast.com.br
Makton (21) 2560-5998 www.makton.com.br
Zeviplast Vibraço (11) 4647-0285 (21) 2676-1999 www.vibracoembalagem.com.br www.zeviplast.com.br
EQUIPAMENTOS
BENS
DE CAPITAL PARA LINHAS DE EMBALAGEM
Edição: Guilherme Kamio
Diferenciação no encaixotamento Uma novidade da italiana Bortolin Kemo promete dinamizar o encaixotamento de embalagens nas saídas de produção de indústrias de bebidas e de outros produtos. A 3EST é uma encaixotadora que reúne, numa estrutura monobloco, três operações. Um primeiro módulo faz a armação parcial das caixas de pape-
lão ondulado, deixando o topo aberto, em velocidades máximas de 500 montagens por hora em ciclo simples (900 por hora em ciclo dobrado). Em seguida, separadores de unidades podem ser inseridos nas caixas, com o sincronismo com a armação das caixas eletronicamente controlado. Por fim, o destaque do
equipamento. No caso de bebidas, o módulo de inserção permite a disposição de garrafas na orientação tradicional ou de cabeça para baixo. É possível alternar a disposição de cada unidade numa mesma caixa (veja a foto em destaque). A Bortolin Kemo é representada no Brasil pela Sava Equipamentos Industriais.
Bortolin Kemo (54) 3451-1693 www.bortolinkemo.com
Construção monobloco agrupa três operações para encaixotamentos
Módulo permite variar o posicionamento das garrafas nas caixas
Eficiência com mais higiene Design robusto, com superfícies anguladas e sem “zonas mortas”...
...facilita a limpeza e garante higiene no processamento de alimentos
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Referência em máquinas de termoformagem form-fillseal para o acondicionamento de carnes, aves e outros alimentos in natura, a alemã Multivac está anunciando a chegada de uma nova geração de seus equipamentos. O conceito por trás da nova família é simplificar e tornar mais ágil o processo de limpeza dos equipamentos – não apenas dos grupos componentes visíveis, mas também das partes internas. O design das máquinas preconiza superfícies anguladas, que garantem o completo escorrimento de líquidos, e a ausência de “cantos mortos” ou zonas inacessíveis, que podem causar dores de cabeça para os processadores de alimentos frescos. Disponível pela primeira vez, uma nova tecnologia autolimpante Clean In Place automatiza a limpeza química de correias, guias e outros componentes críticos. “Mas o foco em higiene não é o único destaque”, ressalta Tim Slop, chefe de unidade de negócios da Multivac. “A capacidade de processar 250 embalagens a vácuo ou com atmosfera modificada por minuto é um benchmark.” O primeiro modelo da nova safra, o R 535, estará disponível ao mercado já no começo de 2008. A Multivac promete introduzir outros modelos no decorrer do ano. Multivac (11) 3051-3400 www.multivac.com
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STUDIO AG – ANDRÉ GODOY
EVENTOS
Com que rolha eu vou? Alternativas à rolha de cortiça para vedar garrafas de vinhos passam a ganhar respaldo até de mercados vinícolas mais tradicionais, como o italiano. Mostra milanesa de embalagem aglutinou inovações dessa área Por Guilherme Kamio, enviado a Milão
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celerado nos últimos anos, o desenvolvimento do mercado brasileiro de vinhos não promete apenas encurtar distâncias para as grandes potências da área em volumes de produção e de consumo. No quesito embalagem, por exemplo, a vinicultura nacional ainda assiste, de longe, ao movimento global de diversificação no fechamento de garrafas. Aqui, a tradicionalíssima rolha de cortiça segue basicamente inconteste. Lá fora, rolhas sintéticas, tampas
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metálicas, plásticas e de vidro ganham cada vez mais adeptos – e já não se trata de um fenômeno isolado a bolsões vinícolas emergentes, como o australiano, onde tampas “de nova geração” beliscam os 80% de market share. Até os países com grande tradição vitivinicultora vêm sendo engolfados por essa tendência, como escancarou a 22ª edição do Simei – Salão Internacional de Máquinas para Enologia e Engarrafamento, ocorrida de 13 a 17 de novembro no Centro de Exposições de Rho, em Milão.
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Medalha de prata em produção e de bronze em consumo anual per capita de vinhos no mundo (segundo leituras recentes, o italiano bebe em média 46 litros de vinhos por ano; o brasileiro, 1,7 litro), a Itália tem demonstrado boa receptividade às propostas de vanguarda para vedar a chamada bebida dos deuses. Lá, como em outros países, tais fechamentos começam a ser vistos não só como meio de driblar o conhecido problema do vinho com “sabor de rolha”, causado pela contaminação da cortiça por fungos que originam a intragável substância tricloroanisol (TCA). “Para países como a Itália, em que mais de 500 vinícolas disputam o mercado e as duas maiores, juntas, não detêm 5% de participação, fechamentos diferenciados podem ser uma significativa ferramenta de marketing”, argumenta Francesco Zonin, vice-presidente da Casa Vinícola Zonin, renomada produtora do país da bota. O efeito desse cenário pôde ser sentido no liner camada plástica
Escudo e chassi da Guala Seal Elite (da esq. para a dir.) são unidos para, depois, receberem injeção direta de elastômero, que forma o corpo da peça. Solução é indicada para vinhos premium
concha de alumínio
Simei. Contribuindo para formar um painel de opções e inovações, mais de trinta estandes do evento atinham-se à divulgação de fechamentos new age para vinhos. Um deles era o da italiana Guala, uma das mais importantes provedoras mundiais de tampas para bebidas alcoólicas.
Guala em duas frentes
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Tampa WAK, da Guala GlobalCap, esconde o desenho da rosca para ganhar visual mais nobre
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saia
A empresa aposta gordas fichas na Guala Seal Elite, rolha sintética voltada ao fechamento de garrafas de vidro de vinhos premium. A GS Elite é formada pela união de três peças injetadas: um chassi de polipropileno ultra-rígido; uma base de polipropileno especial, não reativo com o vinho, que modula a permeabilidade da rolha ao oxigênio; e um corpo em elastômero termoplástico (TPE). Na fabricação, o chassi e a base são unidos e a injeção de TPE é realizada diretamente sobre a carcaça (injection over-moulding). Tal rolha já é adotada por vinhos italianos, franceses e sulafricanos. “Trata-se de uma peça desenvolvida com assistência de enólogos e que, além de não afetar as propriedades organolépticas da bebida, pode ser aplicada nas linhas convencionais de engarrafamento de vinhos”, informa Massimo Repetto, consultor técnico da Guala. Integrante do portfólio da divisão Globalcap, especializada em cápsulas metálicas, a tampa de rosca WAK também foi guindada ao posto de vedete da Guala no Simei. Em relação ao modelo Divinum, que acaba de marcar a estréia no www.embalagemmarca.com.br
oxigênio
Brasil de vinhos com tampa de rosca de alumínio – no caso, os frisantes Almadén Sunny Days, da Pernod Ricard (veja EMBALAGEMMARCA nº 98, outubro de 2007) –, a WAK se distingue pelo acabamento liso. O desenho da rosca, visível na Divinum, é escamoteado por uma concha de alumínio. “Pesquisas mostram que os consumidores reconhecem a qualidade da tampa de rosca para o fechamento de vinhos, mas não aceitam completamente sua aparência”, comenta Anne Seznec, gerente de marketing da Guala Closures. “A WAK elimina o desenho da rosca e ainda possui uma vasta superfície para decorações na lateral”. O design inovador rendeu à WAK um troféu no prêmio WorldStars de 2006, da Organização Mundial de Embalagem (WPO).
Estalo australiano Outro fechamento que fez barulho no Simei vem da Oceania. O Zork, da empresa australiana homônima, consiste num fechamento composto por três peças: uma sobretampa plástica dotada de uma tira antiviolação; um disco de alumínio que provê barreira ao oxigênio; e um êmbolo de elastômero que provoca um espocar na abertura e permite o resselamento da garrafa. “Defino nossa invenção como um curinga”, diz Mark McAllister, CEO da Zork. “A tampa é robusta, permite a maturação do vinho na garrafa e garante o celebrado estalo na abertura, como as rolhas
membrana Rolha sintética Korked permite regular oxigenação para maturar o vinho engarrafado
dióxido de enxofre cápsula
convencionais, mas dispensa o saca-rolhas, controla a permeabilidade ao oxigênio e garante diferenciação, o que a cortiça não faz” Reciclável, o Zork já coleciona mais de uma dúzia de adeptos na Austrália e começa a ser oferecido na Itália, via importações, e nos Estados Unidos, onde é fabricado desde o fim de agosto, sob licença, pela fabricante de tampas Portola Packaging. Segundo McAllister, o Zork pode ser aplicado manualmente ou por tampadoras automáticas convencionais, “com mínimas modificações.” No quesito inovação, também sobressaiu no Simei o trabalho da italiana Korked, que buscou divulgar na exibição sua rolha sintética embarcada com aquilo que define como microoxigenação
sobretampa plástica
êmbolo de elastômero
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Zork conta com lacre na sobretampa e êmbolo que “estoura” na abertura e permite refechamento. Tampa plástica já tem clientes na Oceania e prepara avanço nos EUA
FOTOS: DIVULGAÇÃO
selo de alumínio
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controlada. Batizada com o nome da empresa, a rolha deixa à mostra um furo central em seu topo que não é a perfuração por um saca-rolhas (embora o apetrecho deva mesmo ser aplicado ali para retirar a tampa das garrafas). A cavidade, que percorre longitudinalmente todo o corpo de elastômero da rolha, contém uma cápsula plástica. Esta, por sua vez, abriga uma membrana que regula, de acordo com o requisito da vinícola usuária, a quantidade desejada de entrada de oxigênio na garrafa pela rolha. Ao mesmo tempo, como “comporta”, impede a fuga do dióxido de enxofre comumente utilizado como conservante de vinhos. “Muitos vinhos dependem do oxigênio para amadurecer e refinar já engarrafados, mas alguns enólogos pedem fechamentos que impeçam qualquer oxidação, enquanto outros exigem diferentes níveis de permeabilidade”, explica Adriano Santi, gerente de vendas da Korked. “Nossa rolha não briga contra essa falta de consenso, pois permite diversas regulagens de oxigenação.”
ambiente (veja o gráfico). Seguindo a tendência de mercado quando o assunto é tampa de rosca, a Korked Spin está disponível em versões com ou sem o desenho da rosca aparente. Já disponível para as vinícolas brasileiras, o fechamento de vidro para vinhos Vino-Lok, da Alcoa CSI (comercializado nos Estados Unidos como Vino-Seal), também marcou presença na feira milanesa. “Embora tenha sido lançada há alguns anos, a Vino-Lok ainda é uma relativa novidade na Itália, já que a maioria das mais de 600 aplicações do produto se deu na Alemanha, país-natal da tampa”, conta Thomas Strieder, gerente de desenvolvimento comercial da Alcoa CSI Europa. A Vino-Lok permite o que a empresa diz ser “o cúmulo da sofisticação para acondicionar vinhos”: o “glass on glass” (vidro sobre vidro, vertendo-se ao português).
Alcoa CSI No Brasil: (11) 4134-2500 www.alcoacsi.com GlobalCap No Brasil: (11) 4166-2400 www.globalcap-wineclosures.com Guala Seal www.gualaseal.com Korked www.korked.com Zork www.zork.com.au Depois de conquistar respeitável clientela na Alemanha, rolha de vidro Vino-Lok mira outros mercados vinícolas
Tampa de rosca que respira
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Em primeira mão, a Korked apresentou na Simei uma inovadora derivação desse conceito, a Korked Spin. Trata-se da transposição conceitual do sistema de oxigenação a uma tampa de rosca de alumínio. A Korked Spin também possui um “respiradouro” em seu topo, na forma de um conjunto de três pequenas cavidades. Logo abaixo dos furos fica posicionada uma membrana reguladora, que controla a interação entre bebida e oxigênio
Caravana é um alento
furos
membrana
Missão brasileira visitou o Simei e conferiu as novidades Korked adaptou mecanismo de oxigenação de rolha sintética para tampa de rosca. Furos no topo deixam a Korked Spin “respirar”
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O 22º Simei – Salão Internacional de Máquinas para Enologia e Engarrafamento, realizado em meados de novembro em Milão, pode representar um divisor de águas em termos de tecnologia de fechamento para vinhos no Brasil. Sucede que o evento, fortemente pautado neste ano por alternativas à rolha de cortiça, contou com a presença de uma delegação brasileira, formada por sessenta profissionais de 45 empresas vitivinicultoras da Serra Gaúcha,
região responsável por cerca de 90% da produção nacional de vinhos. “Como muitas dessas empresas nasceram da colônia italiana, a Itália exerce uma forte influência sobre a atividade vinícola nacional”, explica Janice Teresa Rota, diretora-geral da Câmara de Comércio Italiana no Rio Grande do Sul, que pela sétima vez organizou a caravana à Simei. Profissionais de importantes vinícolas nacionais, como Aurora, Valduga e Miolo, participaram da missão.
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Tchau, TCA Tecnologia promete varrer contaminações das rolhas de cortiça
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m meio à forte divulgação de tampas sintéticas para garrafas de vinhos no 22º Simei – Salão Internacional de Máquinas para Enologia e Engarrafamento, realizado em meados de novembro em Milão, a participação da portuguesa Amorim Corticeira, maior produtora mundial de rolhas de cortiça, não se pautava pela resignação. A empresa fez questão de promover suas iniciativas para erradicar os “fungos de rolha” que geram o TCA (tricloroanisol), substância responsável pelo azedamento do vinho engarrafado – problema que vem influindo na ascensão dos fechamentos concorrentes. Nesse campo, a principal conquista da Amorim é a tecnologia ROSA (Rate of Optimal Steam Application). De forma resumida, trata-se de um processo de injeção de vapor controlado que expulsa o TCA das rolhas sem danificá-las. A descoberta de que o TCA é volátil perante a presença do vapor d’água surgiu de pesquisas científicas bancadas pela Amorim, que diz ter investido “milhões de euros” em estudos desse tipo nos últimos anos. Uma promessa é a eliminação do TCA pela destilação por vapor. Esse processo é brandido como mais eficaz, mas ainda é caro – e as rolhas sintéticas vêm ganhando mercado muito em função do apelo de preço. “As opções sintéticas têm conquistado espaço, é verdade, mas nunca vendemos tanto, em volume, como hoje”, diz Carlos de Jesus, gerente de marketing da Amorim. “É quixotesco julgar que a rolha tradicional esteja, de algum modo, ameaçada.” (GK) Amorim Corticeira + 351 (22) 747-5500 www.amorimcork.com
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MOVIMENTAÇÃO
NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS
FOTOS: DIVULGAÇÃO
PANORAMA
Edição: Guilherme Kamio
CODIFICAÇÃO
União para marcar
VIPs em codificação de embalagens estreitam fusão
Nova garrafa de 500 mililitros da Krones: somente 8,8 gramas
GARRAFAS DE PET
Duas das principais expoentes em soluções para codificação e marcação de embalagens, a Markem e a Imaje agora formam, oficialmente, uma só empresa, nomeada Markem. Imaje. A fusão já era esperada desde o fim do ano passado, quando a americana Dover Corporation, que adquirira o controle da francesa Imaje em 1995, fechou a aquisição de sua conterrânea Markem. Para a Dover, a união vai ao encontro da exigência por one stop shops, ou seja, fornecedores capacitados a atender a variadas necessidades. Juntas, as duas ex-concorrentes terão
um amplo cardápio de soluções em codificação por termotransferência, laser, inkjet e RFID (identificação por radiofreqüência). “Os clientes da indústria de embalagem têm aumentado a busca por parceiros que possam oferecer uma linha completa de soluções ao melhor custo-benefício”, diz Serge Kral, designado presidente da Markem.Imaje. Por ora, o atendimento aos clientes nos países em que ambas as marcas atuam, como o Brasil, não sofrerá mudanças. “O mercado será constantemente informado do processo de integração”, assegura Kral.
Corrida pelo aliviamento Surge uma nova embalagem ultraleve Parece ter sido deflagrada uma corrida mundial para ver quem consegue produzir a mais leve garrafa de PET. Meses após a francesa Sidel ter anunciado a NoBottle, garrafa de PET para 500 mililitros de bebida com peso de 9,9 gramas (veja EMBALAGEMMARCA nº 95, julho de 2007), a rival alemã Krones apresentou na K, feira de plásticos ocorrida na Alemanha no fim de outubro, uma garrafa de PET para o mesmo volume pesando 8,8 gramas. Modelos ultraleves são particularmente interessantes para águas minerais sem gás,
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produtos cujas embalagens podem representar até 70% do custo total. “As garrafas mais leves de PET têm tudo para conquistar o mercado brasileiro porque oferecem grande vantagem de custo”, ressalta Ayrton Irokawa, supervisor de vendas da Krones do Brasil. A novidade é no mínimo 28% mais leve que as garrafas atualmente empregadas e, cheia, resiste a uma carga de 33 quilos, oferecendo boa estabilidade de paletização. O peso menor também atende ao clamor por embalagens ambientalmente menos impactantes.
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PLÁSTICOS
O potencial do dragão Na China, CVC investe no negócio de embalagens A expectativa de um salto no consumo de bebidas na China, e conseqüentemente de um aumento expressivo da demanda por embalagens, seduziu a inglesa CVC Capital Partners, reconhecida com um dos mais arrojados fundos de investimento privado do mundo. A firma de private equity anunciou a aquisição de 29% do con-
trole da chinesa Zhongfu, em volume a maior fabricante asiática de garrafas de PET, por 225 milhões de dólares. Principal fornecedora de garrafas da CocaCola na China, a Zhongfu emprega mais de 8 000 pessoas, e também produz e distribui embalagens para chás, sucos e águas minerais em suas sessenta filiais.
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Edição: GUILHERME KAMIO
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Óptica de inclusão Anvisa quer bula para deficientes visuais Muitos medicamentos já contam com informações em braile gravadas em seus cartuchos de papel cartão, mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) agora estuda formas de oferecer bulas completas para os deficientes visuais. Além da simples transposição para o braile, uma versão de bula sonora, “cantada” por CD, é uma das possibilidades aventadas pelo órgão governamental. “Estamos definindo
os critérios que as indústrias devem seguir para oferecer as bulas aos pacientes, inclusive por meio do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC)”, diz Pedro Ivo Ramalho, assessor-chefe da Assessoria Técnica da Anvisa. Segundo os mais recentes levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 16,5 milhões de deficientes visuais no Brasil, ou cerca de 9% da população.
Braile: uma das prossibilidades de levar bula aos deficientes visuais
BIOPLÁSTICOS
BA e RS na briga por PE verde Fábrica de plástico de cana-de-açúcar gera interesse Depois de investir cerca de 5 milhões de dólares em pesquisa e desenvolvimento e na instalação de uma planta-piloto em Triunfo (RS) para seu polietileno verde – derivado de etanol de canade-açúcar –, a Braskem estuda onde construirá a fábrica dedicada ao produto. Bahia e Rio Grande
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do Sul estão no páreo, e a escolhida, de acordo com a petroquímica, deve ser anunciada dentro de três meses. A nova unidade consumirá 150 milhões de dólares e produzirá 200 000 toneladas por ano da bioresina, grande promessa para a produção de embalagens.
INOVAÇÃO
Um providencial apoio Subvenção promete facilitar criação de embalagens de alta tecnologia A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do Ministério da Ciência e Tecnologia divulgou, no fim de novembro, a lista final dos projetos selecionados para receber recursos da segunda edição do Programa de Subvenção Econômica à Inovação. Fruto das aprovações da Lei da Inovação e da Lei do Bem, a
modalidade prevê a concessão de 450 milhões de reais não-reembolsáveis para o desenvolvimento de processos e produtos inovadores por empresas. Entre os 174 projetos aprovados, sete fazem menção direta ou tendem a influir em embalagens. Veja abaixo quais são essas idéias.
PROPOSTA
PROPONENTE
Nanocompósitos de polipropileno para desenvolvimento de embalagens ativas e inteligentes
Suzano Petroquímica
Resinas de alta performance baseadas em nanotecnologia
Braskem
Produção de protótipos de embalagens inteligentes para indústria de alimentos a partir do desenvolvimento tecnológico de filmes de polipropileno com extratos naturais indicadores de pH
Suzano Petroquímica
Desenvolvimento de embalagem inteligente de poliolefinas
Braskem
Desenvolvimento de processo de produção de propeno a partir da glicerina oriunda da produção do biodiesel, visando à obtenção de polipropileno verde
Suzano Petroquímica
Desenvolvimento de embalagens com foco na redução do consumo de combustíveis fósseis através do uso de materiais reciclados e/ou uso de biopolímeros
Natura
Desenvolvimento de embalagens inteligentes para materiais odontológicos
Angelus Produtos Odontológicos
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FONTE: FINEP
MEDICAMENTOS
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REPORTAGEM DE CAPA
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Os rumos do setor Por Wilson Palhares e equipe EmbalagemMarca
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nte um conjunto de fatos positivos, capazes até de compensar problemas de infra-estrutura e tradicionais mazelas econômicas do Brasil, o sentimento generalizado sobre o andamento dos negócios no ano que vem, inclusive no setor de embalagem, é de otimismo (com as cautelas de sempre). Nesta nona versão de Tendências e Perspectivas, que
EMBALAGEMMARCA oferece todos os anos a seus leitores com vistas a indicar direções que ajudem no planejamento das atividades dos profissionais do packaging para os doze meses seguintes, são apresentados o panorama macroeconômico; uma entrevista exclusiva com o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, além do cenário e das oportunidades possíveis para o setor. O comportamento do consumidor, essencial em qualquer projeção deste tipo, permeia toda a reportagem, que é complementada por uma sondagem de tendências internacionais de consumo. Esta foi feita especialmente para EMBALAGEMMARCA pelo Global New Products Database (GNPD) da Mintel, do Reino Unido, que acompanha lançamentos de produtos no mundo inteiro.
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ILUSTRAÇÃO: HENRIQUE OKUDA / INLAB DESIGN
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“Agora vai” Investimentos produtivos, atividade econômica aquecida, crédito farto e consumo e oferta de produtos em alta desfraldam oportunidades para a cadeia produtiva em geral e para a área de embalagem em particular
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o contrário de 2006 e na mão inversa de expectativas que predominavam no início de 2007, o conjunto da economia brasileira encerra o ano em ritmo quente e com fundamentos em boa parte consolidados, de modo a permitir prognósticos de desempenho positivo em 2008. O panorama se revela bastante favorável para as indústrias de bens de alto consumo, e isso, para uma análise pelo prisma do interesse de fornecedores e usuários de embalagens, deve ser visto como uma abertura de boas oportunidades. Se fosse necessário sintetizar em duas palavras as projeções feitas por profissionais consultados pela equipe de EMBALAGEMMARCA para a elaboração desta reportagem de Tendências e Perspectivas, a nona da série iniciada em 1999, as mais adequadas talvez fossem “agora vai”. Com emprego e renda do consumidor em alta, novos contingentes de compradores, massa salarial adensada, fortes entradas de capitais e investimentos produtivos no país, crédito farto (para o consumidor) e inflação controlada, a demanda interna e as exportações deverão permanecer aquecidas e a oferta de produtos continuar se ampliando
em volume e em variedade. Tanto nas entrevistas feitas especificamente para a produção deste serviço quanto no acompanhamento diário dos acontecimentos registrados na cadeia produtiva, EMBALAGEMMARCA captou um sentimento generalizado de crença na estabilidade, no fim do sobe-e-desce que sempre marcou o andar da carruagem dos negócios no Brasil.
O panorama se revela bastante favorável para as indústrias de bens de alto consumo, e isso, pelo prisma do interesse de fornecedores e usuários de embalagens, deve ser visto como uma abertura de oportunidades
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FOTOS: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY
O PANORAMA MACROECONÔMICO
Rentabilidade cresce
No que se refere às embalagens, dando mais um aval a esse sentimento, na apresentação do último estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas para a Associação Brasileira de Embalagem (Abre), relativo ao primeiro semestre de 2007, o economista Salomão Quadros lembrou que o desempenho do setor registrou crescimento de 2,71% em sua produção física, no primeiro resultado positivo desde o quarto trimestre de 2004. Apoiado nesse desempenho e sobretudo no andamento promissor da demanda interna de bens de consumo, Quadros sentiu-se seguro para afirmar que “o cenário deste ano mostra perspectivas positivas” para o setor. Nem mesmo os elevados juros cobrados das empresas, que colocam na esfera da quase insensatez o recurso a financiamen-
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tos, parecem assustar a indústria. Segundo recente Sondagem Especial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 42% delas planejam aumentar investimentos em 2008, enquanto 45% manterão inalterados seus níveis de aplicação em itens produtivos. Somente 13% os reduzirão. Na verdade, investir é inevitável para quem quiser permanecer no mercado e crescer, já que o uso da capacidade instalada da indústria chegou ao nível recorde de 82,8% no final de outubro, de acordo com a CNI. Ao mesmo tempo, a previsão é de que os investimentos estrangeiros para a produção de bens e serviços deveriam superar em 2007 a marca dos 35 bilhões de dólares, batendo o recorde de 2000 (32,779 bilhões de dólares), ano das privatizações. O resultado disso tudo é que a rentabilidade da indústria cresceu.
Fator de atração A questão cambial, com o real valorizado em relação ao dólar, prejudica por um lado os exportadores, que perdem competitividade perante concorrentes estrangeiros, mas em contrapartida os obriga a buscar nos processos e na tecnologia aquele fator diferencial. Na balança comercial, mesmo com as importações superando as exportações, a leitura é em geral positiva, já que a composição de itens internados é muito robusta em bens de capital – em duas palavras, em tecnologia e em produtividade. Ademais, o real valorizado e a elevação do poder de compra estimulam fortemente o consumo interno. Registre-se que isso ocorre em todas as faixas sócio-econômicas, compondo forte fator de atração de investimentos de multinacionais, muitas das quais passaram a ter no Brasil uma de suas bases mais rentáveis. As sondagens e análises não especificam como esses movimentos se traduzem no setor de embalagem. No entanto, com base na observação cotidiana desse universo, EMBALAGEMMARCA não hesita em afirmar que nele as coisas não são muito diferentes do quadro geral. São constantes as manifesta-
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ções de intenções – e as ações concretas – de investimentos em ampliações, equipamentos e contratações. Afora o costumeiro choro destinado antes de tudo a “esconder o jogo” de concorrentes, não se prenunciam nas empresas do setor temores contundentes no horizonte, com óbvias e sérias ressalvas.
Deveres do governo Se de um lado prevalece o otimismo, é praticamente unânime, na outra ponta, o entendimento de que, para o bom ritmo se manter, precisam ser atendidas certas premissas, situadas acima de tudo na lista de deveres do governo. O que se espera são garantias de melhora na infra-estrutura de transportes, de suprimento de energia, de manutenção (ou, preferivelmente, queda) das taxas de inflação e de juros e que não haja guinadas surpreendentes na política econômica. Na tentativa de obter uma indicação por parte de quem melhor pode responder a tais inquietações, E MBALAGEM M ARCA ouviu, com exclusividade, o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. Como pode ser visto na entrevista publicada a partir da página 46 desta edição, ele garante que não haverá apagões e cita ações em andamento, pesados investimentos do setor público e da iniciativa privada – para aumentar a capacidade de produção – e outros elementos que autorizam a projeção de um quadro de crescimento sustentado. Por mais que se queira descontar da palavra oficial a visão obrigatoriamente otimista quanto ao futuro, a maior parte dos indicadores aponta para um momento favorável
ao Brasil, que parece estar finalmente se ajustando aos trilhos do capitalismo moderno. Ao lado do aparente quadro de virtudes da economia, o país se beneficia da conjuntura internacional favorável a ganhos e da conquista de uma imagem política estável e equilibrada. É verdade que há sérios inibidores a um avanço maior, como as taxas tributárias perversas, a corrupção e a pirataria generalizadas, a ainda péssima distribuição de renda e tudo mais de ruim que os brasileiros conhecem melhor do que ninguém. Ainda assim o país caminha, e agora melhor do que não se via há muito tempo. Se em futuro próximo não se registrarem imprevistos em âmbito global ou mesmo continental, sempre mais difíceis de prever do que nos limites de nossas fronteiras, dificilmente haverá dúvidas de que 2008 será um ano bom. Para antever com alguma margem de acerto como esse quadro de estabilidade e confiança poderá ressoar em 2008 sobre a cadeia produtiva de embalagem, caberá aos profissionais do setor fazer a análise cruzada de seus componentes e do impacto que têm sobre o consumidor final e sobre a cadeia de embalagem em si. Provavelmente concluirão que as oportunidades que se abrem justificam o otimismo quanto a 2008. É reconfortante notar que a economia mundial, não obstante sua ainda forte relação de dependência dos humores da economia americana, hoje não se subordina tão intensamente a eles. O comércio mundial está menos unipolar no sentido das vendas, tendo-se espraiado de forma a equilibrar trancos inesperados.
Se de um lado prevalece o otimismo, na outra ponta há o entendimento de que, para o bom ritmo se manter, precisam ser atendidas certas premissas, situadas acima de tudo na lista de deveres do governo
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ENTREVISTA MIGUEL JORGE
“Não haverá apagões” Ministro do Desenvolvimento garante que não haverá apagões, e cita ações em andamento iniciativa privada como base para projeção de um quadro de crescimento sustentado
N
a abordagem das questões básicas da infraestrutura do país, como a situação de estradas e portos, matérias-primas, energia e aspectos da macroeconomia, imprescindíveis neste estudo de Tendëncias e Perspectivas, EMBALAGEMMARCA foi direto à fonte mais adequada para responder: o governo. Nesta entrevista, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, prevê um quadro de otimismo para 2008. Com que perspectiva de crescimento da economia o governo trabalha para 2008? Segundo o IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), passa de 5%. Acredito que chegue a 5,5%. É um bom número, mas precisaríamos de 7%. Tem coisas interessantes acontecendo. O país vem tendo crescimento econômico há muito tempo, com produtividade e com aumento de emprego, ao contrário do que aconteceu nos anos 90. Como a economia era muito pouco produtiva, o crescimento se deu com perda de emprego. Agora temos crescimento do emprego e da produtividade, ou seja, estáse produzindo por hora/homem mais do que se produzia antes, e há contratações, ou seja, aumentou o número de empregos formais. O último dado que temos mostra a criação de 1,52 milhão de empregos em doze meses. Isso quer dizer que o quadro para o próximo ano é de otimismo e de crescimento contínuo da economia. Historicamente o crescimento da economia brasileira tem se caracterizado pelo movimento de “stop-and-go”. Pode-
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FOTOS: YURI ZOUBAREF
e investimentos do setor público e da
se dizer que a atual fase não é mais um “vôo de galinha”? E com base em que se poderia afirmar isso? Os números e o comportamento da economia nos últimos três anos, principalmente, têm mostrado que o processo de subida e descida da economia acabou. Pode-se afirmar isso porque, se avaliarmos o que aconteceu nos últimos 23 trimestres, tem havido constante crescimento da economia. Não houve até agora um processo em que tivéssemos crescido durante tão longo período de tempo. Se avaliarmos as previsões de crescimento das companhias, veremos investimentos suficientemente grandes para prever que estamos fora do processo de “stop-and-go”. Avaliando historicamente os investimentos, depois da chamada década perdida (anos 80) praticamente não houve investimentos das empresas no país. A conseqüência dessa falta de investimento foi a falta de rentabilidade nas empresas. Esta levava à falta de investimentos, que levava à falta de rentabilidade, à falta de emprego, à falta de consumo. Era um círculo vicioso. De vez em quando ocorriam alguns suspiros, mas eles vinham durante os planos econômicos com mágicas heterodoxas na economia, de controle e de preços estáveis, que no entanto não se sustentavam. Desde que se consolidou o processo de estabilidade econômica, de redução da inflação a níveis ainda altos, mas muito mais civilizados, firmou-se o processo de previsão que leva as empresas a poder investir com segurança. Investimento com segurança leva a mais produção, que leva a mais geração de renda, porque há emprego. Pelo último número que temos, o comércio espera, neste ano, ter crescimento de 9,5%. É um crescimento, digamos, chinês.
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De modo geral, o setor de embalagem trabalha com boas perspectivas para o ano que vem, e tem consciência de que é preciso investir para atender aumentos de demanda. No entanto, registram-se temores com problemas sem soluções claramente definidas pelo governo para questões de infra-estrutura – nominalmente, para citar alguns pontos, energia elétrica, abastecimento de gás natural, estradas de rodagem, ferrovias e portos. Temem-se “apagões” nesses campos. O senhor pode tranqüilizar quem tem esses temores? Desde a formulação do PAC, o Plano de Aceleração do Crescimento, que o governo tem coordenado desde o início do ano, pode-se prever que a situação da infraestrutura vai melhorar. Há uma idéia de que o PAC não anda, de que as coisas não caminham, porque temos uma série de limitações no país. São necessárias, por exemplo, licitações públicas para tudo. Existem novas leis de preservação ambiental que dificultam o andamento de projetos como estradas, usinas. O exemplo da usina no rio Madeira é sintomático. Já deveria ter começado, mas esse processo ainda não começou devido a dificuldades para obter a licença ambiental, de modo que é preciso refazer o projeto. De qualquer forma, as coisas estão sendo encaminhadas para que não haja “apagões”. Fora a usina do rio Madeira, talvez a maior obra de infra-estrutura anunciada pelo atual governo, o que o senhor pode dar como exemplo de encaminhamentos? Devemos pensar em duas vertentes. A primeira é a infra-estrutura que já existe e que está comprometida, como as estradas, os portos etc. A segunda é o aumento da infra-estrutura do país, ferrovias novas, estradas novas, portos novos, usinas novas. No caso do que já existe, o processo começa a andar mais rapidamente. Por exemplo, as recentes concessões de rodovias, com a participação de grupos estrangeiros, vão
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“Há uma idéia de que o PAC não anda, porque temos uma série de limitações. Há novas leis de preservação ambiental que dificultam o andamento de projetos”
dar uma perspectiva muito boa no caso das estradas. Há uma discussão com relação ao transporte marítimo, à navegação de cabotagem, que também tem influência nos custos. Temos de sair um pouco da matriz de transporte rodoviário. Hoje 70% do transporte do país são feitos por rodovia, o que é muito caro. Quando as rodovias estão no estado em que as nossas estão hoje, há um custo adicional para o produto transportado. Dou outro exemplo: a mudança na lei de dragagem dos portos, que passou despercebida. Ela permite que empresas estrangeiras possam participar da dragagem, que era feita por poucas empresas brasileiras num cartel que não resolvia o problema. Essas são medidas que em curto prazo vão ajudar. O cargo de ministro do Desenvolvimento me confere a presidência do Conselho Nacional de Desestatização, condição na qual recentemente autorizei a concessão de novos trechos rodoviários. Dei também autorização para o BNDES começar a fazer os estudos para a construção do trem-bala entre o Rio de Janeiro e São Paulo. Esses são sinais de que vamos avançar mais rapidamente. Mas são iniciativas isoladas, não integradas num projeto mais amplo. . . Temos dificuldade em relação à infraestrutura. Cada projeto tem de ter uma concorrência, e isso complica. Como a lei obriga a aprovar o menor preço, há o risco de o projeto ser ganho por uma empresa de menor capacidade. É aquela história: “O Brasil não tem projeto”. Não tem porque há o temor de que este seja mal executado. Por isso o Ministério do Desenvolvimento e o BNDES, que fica em seu âmbito, estão criando um fundo para que os projetos possam ser feitos por escolha de empresas de capacidade reconhecida, inclusive internacionalmente. Existe a possibilidade de criação de um banco de projetos, para que possamos acelerar o processo de melhoria da infra-estrutura.
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Isso responderia a quem afirma que o Brasil não tem política industrial? A política industrial está praticamente pronta, e devemos apresentá-la ao presidente da República em breve. Foi desenvolvida por técnicos da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, que é ligada ao Ministério do Desenvolvimento, e pelo BNDES, também ligado ao ministério. A política industrial, funcionando bem, teria problemas com essa questão da infra-estrutura. Ainda carecemos de uma visão holística do país, para podermos tratar as questões que afetam o desenvolvimento de maneira muito mais integrada, muito mais coordenada. No passado, o governo incentivou a indústria a mudar sua matriz energética. Na área de embalagem, setores inteiros substituíram o diesel pelo gás, e hoje estão sendo penalizadas. Cogita de alguma forma de compensar essa penalização? Embora não seja uma questão afeita propriamente à área do ministério do Desenvolvimento – esse processo afeta mais Minas e Energia e a Casa Civil – posso responder que o governo tem preocupação com isso. Houve de fato a derivação de energia hidrelétrica para energia a gás, e hoje temos um problema, que eu diria circunstancial, de abastecimento desse tipo de energia. Mas a partir daí se intensificaram as negociações do governo com países fornecedores, como a Bolívia, para que se possa estabelecer um fluxo de fornecimento mais constante de gás. No fundo, é um problema que decorre das questões abordadas antes: o país está num momento de crescimento impensável, que não se imaginava há três anos. Pode-se chamar isso de várias coisas, de falta de previsão, de falta de cuidado, de falta de planejamento, mas realmente não se imaginava que houvesse um crescimento tão acentuado. Dele derivaram o que eu chamaria de bons problemas, que obviamente precisam de soluções. É o caso do
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abastecimento, que surgiu com a inclusão de grande quantidade de pessoas no processo de consumo. A entrada desse enorme contingente que estava fora do mercado causou sem dúvida problemas, que afetam os mais diversos setores da economia.
“Carecemos de uma visão holística do país, para podermos tratar as questões que afetam o desenvolvimento de maneira muito mais integrada, mais coordenada”
A que o senhor atribuiria a origem disso? Acho que as políticas sociais adotadas pelo governo, como o Bolsa Família, tiveram um efeito que não se imaginava. É efeito daquilo que o presidente Lula dizia, de as pessoas comerem três vezes por dia. Como o país não tinha as pessoas comendo três vezes por dia, as prateleiras dos supermercados não tinham a comida para elas. A partir do momento que se precisou colocar essa comida nos supermercados, tivemos o que eu chamo de um bom problema. No Ministério detectam-se iniciativas expressivas, de parte dos setores afetados, para tirar proveito dessa situação? Conversando com os presidentes de duas grandes cadeias de supermercados recentemente, ambos diziam que fariam fortes investimentos que nunca haviam sido feitos, próximo a 2 bilhões de reais, com abertura de quase 100 lojas. (Obs.: a entrevista foi concedida antes de 27 de novembro, data em que a rede Wal-Mart anunciou plano para investir R$ 1,2 bilhão no Brasil, em 2008, montante 20% maior que o de 2007. O grupo quer construir 36 novas lojas e um centro de distribuição, além de concluir a reforma de mais de 100 lojas. No dia 6 de novembro o Carrefour anunciou a intenção de investir 1 bilhão de reais até 2020, e abrir setenta lojas de todas suas marcas em 2008). No Nordeste, o consumo em supermercados vem tendo aumentos próximos de 15% ou 16%. Como em outros setores, no de embalagem a valorização do real tem dificultado as exportações e favorecido as importações. Uma das saídas para isso tem sido aumentar a produtividade, o que acaba refle-
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tindo na entrada de máquinas com mais tecnologia. Aumentar a produtividade é bom, mas em muitos casos isso se dá com dispensa de mão-de-obra. Seu ministério, ou o governo de modo geral, está encaminhando soluções para esse dilema? Hoje, com o aumento da produtividade, está havendo também o aumento do consumo e um aumento de vendas muito grande – e não está ocorrendo a substituição do emprego. Cito um fato que não ocorria no Brasil há mais de vinte anos: de acordo com o registro do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho, de setembro de 2006 a setembro de 2007, tivemos 1,5 milhão de novos empregos. Estamos num chamado círculo virtuoso, isto é, de crescimento com ganho de produtividade, portanto mais competitivos e com o aumento do nível de emprego. Isso não acontecia no Brasil há décadas. É evidente que em alguns setores isso pode acontecer com mais intensidade, mas essa mão-de-obra tem sido absorvida, porque há falta de mão-de-obra, principalmente qualificada. Na área de engenharia, as empresas têm reclamado muito que não encontram mais engenheiros. Nas áreas de geologia e topografia não se encontram profissionais para fazer os levantamentos que têm de ser feitos no país. Fala-se até na possibilidade de importar profissionais para que possamos passar por essa fase. No entanto, não deve haver quem não conheça pelo menos um profissional qualificado que não esteja desempregado. Imagino que haja profissionais sobrando em áreas não técnicas, continuamos formando muitos bacharéis. É mais fácil abrir um curso na área de Ciências Humanas – Direito, Jornalismo, Geografia, Publicidade – porque bastam o professor e a sala de aula. Para uma faculdade de Medicina, de Geologia, de Engenharia de Minas ou de Engenharia Civil é preciso de mais do
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que isso. São necessários laboratórios, o que torna mais caro e, portanto, mais difícil abrir esse curso.
“Imagino que haja profissionais sobrando em áreas não técnicas, continuamos formando muitos bacharéis. É mais fácil abrir um curso em Humanas”
Assim o país perde espaço para aqueles que investem em educação e desenvolvem tecnologia. Há também a concorrência desigual. Alguns setores da indústria de embalagem se queixam de falta de amparo do governo ante a concorrência predatória de importados. No caso dos aerossóis, segundo o presidente da associação industrial desse setor, desde que, há uns cinco anos, a Argentina congelou os preços do gás propelente, importante componente dos aerossóis, “a aniquilação da indústria brasileira vai de vento em popa”. Na área de embalagens flexíveis, convertedores enfrentam a concorrência de produtores de países vizinhos, que entram no mercado brasileiro a preços imbatíveis graças à compra de resinas de origem brasileira, vendidas mais baratas devido a incentivos às exportações. O que está sendo feito para que os mecanismos de salvaguardas funcionem com reciprocidade? Essa questão já chegou ao ministério. Já houve reunião do pessoal da Associação Brasileira de Embalagem comigo, e um dos assuntos foi justamente o caso dos aerossóis. A Comissão de Monitoramento de Comércio Bilateral tem acompanhado essa questão, mas nós ainda não conseguimos uma solução. Há certo controle de preços do aerossol, o que tem feito esse produto ficar muito mais barato na Argentina, levando as empresas usuárias brasileiras a procurarem o produto lá. Hoje a grande maioria dos aerossóis vem da Argentina. Mas a questão não pode ser vista isoladamente. Evidentemente, para o setor de produção de aerossol o que eu vou falar não tem a menor importância. Mas, na linha branca, hoje o Brasil praticamente domina na Argentina, temos mais de 60% do mercado. Imagino que os fabricantes de linha branca de lá levem as mesmas
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Como o produtor nacional pode acionar esses mecanismos? Demonstrando que o preço internacional desse produto é “X”, mas aquele país está praticando um preço muito inferior. O produtor nacional sabe qual a formação de custos do mesmo produto aqui no Brasil. Deve ser feito o pedido de investigação de dumping, e o ministério tem condições de avaliar. Isso vai para a Camex, a Câmara de Comércio Exterior, que é formada por vários ministérios. Se a denúncia for comprovada, aplica-se o direito de antidumping, o que faz o preço do produto em questão subir. O ministério tem aplicado isso com certa rapidez. Antes demorava muito, até um ano, para avaliar um processo. Hoje se aplica o direito provisório de dois meses, o que protege a indústria. A exportação de produtos brasileiros de consumo acondicionados no país – ou seja, com valor agregado – é inexpressiva. Para citar um produto emblemático, a maior parte da cachaça exportada para a Europa, o maior importador, vai a granel e é engarrafada lá fora. Enquanto isso, produtos importados, como o vinho, entram no Brasil, praticamente na totalidade, em
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“Se há um custo falso que está prejudicando os produtores nacionais, temos ferramentas que podem ser acionadas por eles quando se sentirem prejudicados”
suas embalagens originais. Pensa-se em alguma contrapartida? Essa questão se deve muito mais ao fato de o próprio produtor brasileiro ter uma visão um pouco atrasada do processo de negociação e venda. Para ele é mais fácil exportar quase que na matéria-prima a cachaça, em tonel, do que exportá-la já engarrafada. Para exportar a cachaça já acondicionada, ele tem de investir num negócio chamado marca. Ele deveria investir na marca, mas no país ainda não há consciência dessa necessidade. Até na “Marca Brasil” o governo investe pouco. A Apex (Agência de Promoção de Exportações e Investimentos) está neste momento desenvolvendo uma nova “Marca Brasil” para que possa, nas feiras de que tem participado no mundo inteiro, investir nela, porque essa marca é pouco conhecida. Os produtores de cachaça deveriam mirar-se nos produtores do vinho que importamos. Embora aspectos da legislação sanitária não tenham a ver diretamente com sua pasta, cabe abordar a questão da taxação na área de recicláveis, que causa impacto na indústria de embalagens e afeta o conjunto da economia. O setor se queixa de que recipientes descartados utilizados na produção de novas embalagens são taxados como matérias-primas virgens, de modo que estariam sendo bitributados. No caso específico do PET, a queixa é de que a legislação brasileira impede o uso de recipientes já usados, quando se destinam a produtos para consumo humano. Isso iria na contramão do que ocorre em países onde as leis de controle sanitário são, de modo geral, muito mais rígidas que as do Brasil. Essa questão está em análise? Essa legislação está mais afeta ao ministério da Saúde. Há conversas entre os ministérios para ver se pode ser feita alguma coisa com relação a essa questão. Eu diria que o problema só não é mais grave porque a reciclagem é pequena no país.
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reivindicações para o ministro da Indústria deles. Acredito que, com a eleição de Cristina Kirchner para a presidência da Argentina, essa questão possa ser revista, pois se coloca muito em pauta o debate sobre a questão de que a Argentina teria uma inflação embutida. Já disse e sempre repito: se há um custo falso que está prejudicando os produtores nacionais, temos ferramentas que podem ser acionadas por eles quando se virem prejudicados. Pode-se acionar no ministério a questão do dumping. Se o preço está sendo mantido de maneira artificial por qualquer produtor – argentino, alemão, espanhol, americano, chinês – os produtores devem usar esses mecanismos. Mas normalmente não usam.
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COMO FICA O SETOR
Os motores de tudo Substituição e segmentação são as palavras centrais a considerar na previsão dos rumos do setor para 2008. Consumidores se multiplicam, compram mais e querem produtos melhores
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ois fatores se entrecruzam e definem os rumos da cadeia produtiva de embalagem no futuro próximo. De um lado, além de estarem comprando mais devido a um quadro econômico robusto, os consumidores apuram seus gostos e estreitam exigências por produtos variados, dotados de inovação, mais eficazes em seus fins e mais convenientes para usar – e que ademais tenham bom preço. De outro, a tecnologia e a criatividade na produção e nos serviços se intensificam para atender essas aspirações. A movimentação perpassa todos os setores da indústria de embalagem, que sem exceção registraram crescimento em 2007 e deverão manter o ritmo em 2008. Sendo impraticável abordar absolutamente tudo que ocorre na área, este serviço se limita a apontar as principais tendências detectadas. Dentre elas, as palavras centrais, os motores da movimentação do setor, são “segmentação” e “substituição” – e não só na tradicional “guerra dos materiais”, que continuará ocorrendo. Os esforços para ocupar lugares já tomados terá de se dar em inovações nos próprios materiais, em tecnologia de equipamentos, na diversificação da oferta de produtos, em criatividade no design e em processos mais ágeis e mais econômicos. A par do aumento do consumo de alimentos impulsionado por benefícios de renda do público C, D e E, exacerba-se a diversificação de oferta de produtos, em linhas que se sofisticam e se ampliam interminavelmente para satisfazer
necessidades das classes A e B, também bafejadas pelos ares do crescimento econômico. Na segmentação, nenhuma indústria pode ignorar, entre outras, a dimensão da população com mais de 65 anos, hoje de 32 milhões de pessoas. Tal quadro pressiona em direção ao parodoxo, a ser sempre levado em conta, de universalizar apresentações no mercado globalizado e ao mesmo tempo ter de personalizá-las ao máximo, já que os públicos têm exigências mais específicas. Dentro dessa tendência, as empresas fornecedoras terão de empenhar-se para atender clientes que solicitarão crescentemente pequenas tiragens de embalagens.
Necessidade de personalizar apresentações de produtos continuará recrudescendo, e as empresas fornecedoras deverão se empenhar para atender clientes que solicitarão crescentemente pequenas tiragens de embalagens
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Fora das linhas
Naquelas em que a produção não comporta rodadas moderadas, como a indústria do vidro e em escala menor as metalgráficas, uma das saídas, já em prática e se intensificando, é a decoração fora de linhas. Beneficiam-se diretamente os segmentos de rótulos auto-adesivos e termoencolhíveis, que vêm tomando espaço da serigrafia e dos rótulos com cola. Ambos vêm crescendo com expectativas de registrar dois dígitos de avanço, apoiados, justamente, na necessidade de valorização dos produtos e de pequenas tiragens. Deve-se esperar a continuidade do crescimento da impressão digital, que permite obter edições reduzidas a ponto de viabilizar a decoração de baixos lotes de bisnagas plásticas extrudadas para cosméticos e de stand-up pouches para líquidos e produtos pastosos. Quanto a especulações sobre potenciais
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Desde a sua fundação, em 1984, a Colacril se orgulha de ter contribuído para a consolidação e o crescimento do mercado de
100%
brasileira
pontualidade na entrega
auto-adesivos no Brasil. Com investimentos constantes em tecnologia, seja em equipamentos,
investimento
seja em capital intelectual,
constante
a Colacril sempre esteve à frente das evoluções do segmento. Fincada em parcerias com
visão
de futuro
fornecedores de primeira
respeito ao
linha, a empresa, nascida
ambiente
em Ribeirão Preto (SP), hoje produz em sua moderna fábrica de 50.000m² na cidade
amplo leque de
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de Campo Mourão (PR) mais de 100 itens dirigidos às mais diversas aplicações, e exporta para mais de vinte países espalhados pelos quatro cantos do mundo.
regularidade no fornecimento
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migrações ou ingresso maciço de convertedores de auto-adesivos no explosivo segmento dos termoencolhíveis, parecem ser basicamente isso – especulações. Na área, ainda que se queixem da redução de margens, a lucratividade dos sleeves demove a maioria dos curiosos. “Estão arrasando nos preços, não vale a pena entrar”, observa um desistente de ingresso no segmento. A rigor, a migração tem se dado mais por parte de fabricantes de formulários contínuos, acostumados a trabalhar com margens ainda mais estreitas e, portanto, aptos a fazer dos termoencolhíveis um negócio lucrativo. Ainda no campo das flexíveis, não está distante a possibilidade de início de pequenas tiragens (em torno de 300 quilos) em impressoras de banda estreita, tendência em marcha em países de economia mais avançada. Como já existe tecnologia disponível e testada lá fora, ninguém deverá se surpreender se em breve encontrar nas gôndolas de supermercados snacks, cereais e outros produtos acondicionados em flow packs e pouches impressos em máquinas flexográficas de banda estreita. Com menores perdas de material e setup mais rápido do que as impressoras de banda larga, as máquinas de boca estreita mostram-se altamente interessantes para convertedores de embalagens flexíveis nos pequenos lotes. Como benefício adicional, pode-se citar um potencial ganho de qualidade, já que os equipamentos em questão podem incorporar estações de impressão offset e acabamentos diferenciados, como hot stamping e cold foil.
rar que 2008 seja o início de uma nova era. Tem-se notícia de que um importante player do mercado de flexíveis passará a operar uma máquina de banda estreita em janeiro, com planos de colocar um segundo equipamento, a depender do volume de serviços atraídos. Não só na área de flexíveis, mas em toda a cadeia dependente de derivados de petróleo, os convertedores de resinas plásticas encontravam-se no desfecho de 2007 ante um panorama que recomenda atenção a movimentos estratégicos de grandes agentes, locais e globais. Como vem ocorrendo nos últimos meses, os próximos deverão ser marcados pelo anúncio de ampliações, fusões e aquisições, por grupos nacionais e estrangeiros. Para estes últimos, o fascínio pelo Brasil se deve ao mercado aquecido, à convicção de crescimento sustentado e às perspectivas de lucro acima da média internacional.
Em toda a cadeia de valor dos plásticos, os próximos meses, como os últimos, deverão ser marcados por novas ampliações de parques produtivos, fusões e aquisições, por grupos nacionais e estrangeiros
Início de uma nova era A difusão dessa tecnologia esbarra no custo dos equipamentos, similar ao das máquinas de banda larga, o que tem levado alguns convertedores a optar por ampliar sua capacidade produtiva na tecnologia que já dominam. Mas o problema dos pequenos lotes permanece. Se a quebra desse paradigma depender de alguém dar o primeiro passo, entretanto, pode-se espe-
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Biopolímeros e nanotecnologia
Nesse quadro, a concentração recémregistrada no setor petroquímico brasileiro, com a redução dos provedores a praticamente dois (Braskem e Nova Petroquímica), é vista por analistas como “natural”, por mais que cause sobressaltos e temores em quem deles depende. É fato que a pressão dos preços do petróleo contribui para que essa preocupação seja levada em conta, mas deve-se considerar que despontam alternativas – e partindo com grande força do Brasil. Trata-se dos biopolímeros, as resinas “verdes”, obtidas a partir de cana de açúcar. Aí, 2008 promete ser um ano de grandes realizações. Na segunda geração da cadeia do petróleo não se pode deixar de considerar, ainda, possíveis lançamentos em nanotecnologia, onde as petroquímicas investem pesado. Essa compensação pelo viés de produtos de ponta adensa a argumentação de especialistas de que mesmo em países de economia mais aberta, nesse estratégico setor o modelo de duopólio e até de monopólio, é “inevitável”.
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O caminho adotado seria a única forma de ser competitivo no mercado global das commodities. De resto, a concentração pode ser considerada uma tendência comum a todos os ramos de atividade, e outros exemplos expressivos ocorrem na siderurgia e em papel cartão. Uma das conseqüências dessa realidade é a concentração no elo seguinte. Assim, mal havia passado uma semana do anúncio da reestruturação da petroquímica brasileira sob a mão forte da Petrobrás, deu-se uma bombástica fusão no âmbito da escala imediata da cadeia. A Piramidal, uma das maiores distribuidoras de resinas termoplásticas no país, anunciou sua união com duas outras empresas do setor, a Ruttino e a Polimarketing. A Nova Piramidal, nome da empresa resultante, passa a operar com a distribuição média projetada para 2008 de 9 mil toneladas/mês, mais do que o triplo das distribuidoras situadas no patamar imediato, vistas individualmente. Assume, assim, o posto de maior empresa de distribuição de resinas da América Latina. Prenúncios registrados na oportunidade dessa fusão apontavam para prováveis outras uniões na distribuição e também no fragmentado universo dos transformadores de resinas. É possível que essa venha a ser uma alternativa para as indústrias, especialmente as de pequeno e médio porte, ganharem escala e condições de investir em tecnologia e processos que compensem a pressão de custos que se irradia a partir da primeira geração da cadeia até a das distribuidoras e transformadoras.
Dança de elefantes Nada a estranhar, considerando que cada vez mais o jogo do mercado se dá entre gigantes, em duas pontas. Numa delas, os agentes são poderosos fornecedores, com freqüência empresas globalizadas. Na outra, igualmente densas e também compradoras globais, ficam as indústrias usuárias. É sensato acreditar que o espaço tende a encolher para transformadores/fornecedores sem porte para entrar nessa espécie de dança de elefantes, em que uma das manadas força os preços das matérias-primas
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para cima enquanto a outra procura ditar os valores a pagar pelo material transformado em embalagens. Para as indústrias transformadoras, um respiro foi brindado pelo governo paulista pouco antes do Natal, na forma de redução do ICMS. Independentemente de problemas tributários e de outras mazelas que persistem, o ambiente de negócios no Brasil passa por uma fase de robustecimento, e há chances para quem quiser garantir e ampliar seu espaço. E, de fato, em todos os setores há manifestações de intenção em investir. Na área gráfica, por exemplo, convém anotar um redirecionamento de holofotes de fornecedores de impressoras offset, de seu histórico core business (as áreas editorial e promocional) para o campo do acabamento de embalagens celulósicas, majoritariamente de papel cartão. Chama a atenção como alavanca desse giro, primeiro, o notável desempenho da indústria de cosméticos, perfumaria e higiene pessoal, que acaba de colocar o Brasil no terceiro posto do ranking mundial do setor, atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão.
Estímulo ao aprimoramento
Na indústria de embalagens o jogo do mercado cada vez mais se dá entre gigantes, em duas pontas. Desse modo, é sensato acreditar que o espaço tende a encolher para transformadores e fornecedores sem porte
Um parêntese deve ser feito para destacar que a performance da indústria de cosméticos estimula o aprimoramento das embalagens e complementos a ela direcionados. Enquanto as vidrarias investem em tecnologia para a produção e a decoração de frascos e potes com qualidade para exportação aos mercados mais exigentes, fornecedores de resinas termoplásticas acenam com polímeros de altíssimo desempenho e adição de valor. Por sua vez, fabricantes de complementos, como tampas, válvulas spray e dispensadores com tecnologia de ponta, preparam lançamentos que consolidarão o já reconhecido bom nível de qualidade da embalagem brasileira para beleza e cuidados pessoais. Na extensão, os impressores de cartuchos vão se ver obrigados a disponibilizar produtos com acabamentos mais e mais diferenciados,
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resultantes da aplicação de múltiplos recursos. Não será feita aqui uma radiografia de cada categoria de produto de perfumaria, higiene pessoal e cosméticos, mas é oportuno destacar que para 2008 a aposta principal da Abihpec, a associação do setor, é feita num esperado crescimento espetacular dos desodorantes. Desperta o interesse da indústria de equipamentos, insumos e serviços gráficos, também, o avanço formidável da indústria farmacêutica. O cacife de apostas no crescimento deste último setor pode ser medido pela declarada colocação de grandes redes brasileiras de distribuição de remédios na mira do departamento de aquisições das duas maiores norte-americanas da área, a Walgreeens e a CVS.
Genéricos “bombando”
Como nos cosméticos, os fármacos “estão bombando”, na esteira da liberação de inúmeras patentes e na entrada de diversos novos fabricantes de medicamentos genéricos no mercado. Vale a lembrança de que estes registraram aumento recorde de 41% nas vendas do terceiro trimestre de 2007 em relação ao mesmo período do ano anterior, o dobro do obtido pelo conjunto da indústria farmacêutica no período. O balanço pode ser traduzido em ampliação da demanda de frascos, potes, bisnagas, blisters, rótulos, dispersores, tampas – e embalagens secundárias. Por isso tocam sinos nas fábricas dos provedores, e o pessoal de equipamentos gráficos de impressão e acabamento não quer ficar de fora. Não é diferente no que se refere a alimentos e bebidas, áreas que no Brasil respondem por cerca de 60% do uso de embalagens, como nos países em geral. A explosão de consumo induz ao anúncio, diariamente noticiado, de investimentos e aquisições quantificados em milhões e bilhões de dólares. Na defesa de espaços já conquistados, simultaneamente com o reforço dos atributos de seus produtos, poderão ocorrer práticas de vendas a preços convidativos abaixo da conta. No entanto
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essa não será uma prática corriqueira, já que a estabilidade de preços e os altos custos das matérias-primas não abrem muito espaço para aventuras de suicidas. Mais sensato e produtivo é investir em tecnologia, em inovação e em regionalização da produção. Nesse sentido, mantendo a atual análise na fase em que vinha correndo, isto é, na área de alimentos e bebidas, merecem registro intenções anunciadas na indústria de embalagens de aço – que mantém o uníssono dos bons ventos da demanda forte e das boas previsões para 2008. No setor, além de investimentos em tecnologia para difundir mais a produção de latas expandidas e com formatos diferenciados, há rumores sobre a possível instalação de uma fábrica de latas para bebidas no Sudeste. Ao mesmo tempo, ainda em metálicas, estaria programada para o primeiro semestre do ano a produção, na região, de latas delgadas
(slim) de alumínio para sucos, energéticos e refrigerantes, tendência de consumo que se fortalece na Europa, nos Estados Unidos e no Japão. Na finalização deste sobrevôo pela área de embalagens, sobressai a provável contundência a se registrar, em 2008 e nos anos imediatos, no embate entre dois gigantes mundiais das cartonadas assépticas. É previsível que a Tetra Pak, hoje praticamente dona no segmento, com 98% do mercado, não permanecerá indiferente às incursões da rival SIG Combibloc. Esta lançou importante cabeça de ponte na área de manobras, com a conquista de seu primeiro cliente em leite, a mineira Cemil, prometendo anunciar um segundo de mesmo porte em outra região do país (ver na pág. 58). Enfim, como se pode observar, 2008 promete ser um ano promissor em todos os sentidos para a área de embalagem.
SONDAGEM AS INFORMAÇÕES APRESENTADAS NESTA SEÇÃO SÃO PROVENIENTES DE LEVANTAMENTOS E ANÁLISES DA MINTEL E SÃO PROTEGIDAS POR DIREITOS AUTORAIS. EMBALAGEMMARCA NÃO SE RESPONSABILIZA PELO CONTEÚDO.
Cinco promissores drivers Quais fatores, em nível global, estão emergindo como influenciadores dos hábitos de consumo e, conseqüentemente, poderão causar impactos nos desenvolvimentos de produtos e de embalagens em 2008? Os analistas do Global New Products Database, departamento de monitoramento de lançamentos e inovações mundiais da consultoria multinacional Mintel, identificam cinco deles a seguir, num trabalho exclusivo realizado para a revista EMBALAGEMMARCA.
Grupos ativistas descrevem “junk” como quaisquer aditivos, preservativos, corantes, flavorizantes ou outros ingredientes desconhecidos que aparecem no rótulo do produto. Consumidores estão, cada vez mais, exigindo que esses ingredientes sejam retirados dos produtos que eles utilizam. Fique atento ao aumento de empresas que expandem sua rotulagem “junk free”, optando por rótulos limpos, que listam ingredientes que podem ser facilmente compreendidos pelo consumidor.
Huile Sublime Corps País: França Esse cosmético orgânico da Oliviers & Co. para cuidados com a pele enfatiza em sua comunicação o fato de ter 100% de ingredientes naturais, 70% dos quais orgânicos. Aprovado em testes dermatológicos, o produto vem acondicionado em tubos plásticos com 75 mililitros.
Sabonete Barbatimão MilNat País: Brasil Sabonete de barbatimão com óleo de menta e extratos naturais, cujo apelo é tratar acnes, caspas e peles irritadas. A barra de 110 gramas é vendida em embalagem de papel cartão. O fabricante é a Milene Cosméticos.
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Instant Multigrain Hot Cereal País: Estados Unidos Os produtos da linha Simple Harvest Instant Multigrain Hot Cereal, da Quaker Oat, podem ser aquecidos no microondas ou fervidos da maneira tradicional. Com certificação kosher, a linha não possui conservantes ou flavorizantes artificiais, e é encontrada em três versões: Açúcar Mascavo de Bordo (Maple) com Pecãs, Maçã com Canela, e Baunilha, Amêndoa e Mel. A Quaker incluiu ainda um elemento ético no posicionamento do produto, assumindo o compromisso ambiental de que a casca da aveia é utilizada como fonte renovável de energia. A empresa escolheu uma embalagem diferenciada em relação a sua linha tradicional, ao incluir no cartucho uma janela que permite visualizar o produto (dentro da caixa há oito porções de 42 gramas em embalagens flexíveis transparentes).
2. Compromissos éticos e ambientais Pela dificuldade de compreensão embutida no conceito de emissão de carbono, acreditamos que a indústria vai discutir iniciativas ambientais que abranjam toda a empresa, e não se restrinjam às emissões de carbono de um produto específico. Como resultado, apelos ambientais aparecerão nos sites das empresas, e não nos produtos em si. Paralelamente, alimentos e bebidas ligados aos padrões do Fairtrade (organização mundial, sem fins lucrativos, voltada ao incentivo do comércio justo), já bastante difundidos na Europa, vão se espalhar pelos Estados Unidos, América Latina e Ásia, tornando o selo de Fairtrade mais familiar (mais informações em www.fairtrade.net).
Breakfast/Blend Coffee País: Estados Unidos Café da Equal Exchange que enfatiza a prática do comércio justo com os produtores do grão. Com certificações kosher e de agricultura orgânica, está disponível em embalagens flexíveis de 340 gramas.
Shiraz 2006 País: Austrália As garrafas de vidro de 1 litro do vinho Shiraz 2006, da Returnable Wine Bottle, materializam o espírito dessa empresa australiana que se posiciona como empenhada em reduzir o volume de resíduos sólidos gerados por embalagens no mundo. Se o consumidor levar a garrafa vazia ao lugar em que a comprou, ganha um desconto na seguinte compra.
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1. Alimentos “junk free” e rotulagem limpa
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No ano que vem, antevemos que alguns grãos antigos, como amaranto, quinua, tef (Eragrostis tef), painço (Setaria italica) e kamut, sairão dos nichos de mercado para o consumo mais generalizado. As empresas devem enfatizar o aspecto integral desses grãos e também o fato de que muitos deles são livres de glúten. Espere ver mais produtos do dia-a-dia surgindo com esses novos – apesar de antigos – grãos. As embalagens provavelmente darão foco à história e aos benefícios desses produtos.
Organic Wholegrain Kamut País: Finlândia Kamut é um grão originalmente cultivado no antigo Egito, que foi “redescoberto” pela finlandesa Lima. Diz-se que o cereal é ideal como acompanhamento, e que também pode ser utilizado em saladas, sopas e cozidos. Oferecido no mercado em embalagens flexíveis de 500 gramas.
Galletas Sofia País: México As galletas (biscoitos doces) mexicanas da marca Sofia são comercializadas em pacotes de 250 gramas (os biscoitos vêm acondicionados em embalagens flexíveis transparentes, que são acomodadas num berço de papel cartão). Feitas com trigo integral, são descritas na embalagem como sendo energéticas e nutritivas. Há versões de amaranto, aveia e farelo de cereais.
4. Ingredientes de alimentos em produtos não alimentícios Familiaridade instiga satisfação e confiança, o que nos leva a crer que ingredientes de alimentos aparecerão cada vez com maior freqüência em cosméticos e até em produtos de limpeza doméstica. Como um benefício adicional, alguns ingredientes de alimentos mantêm seus atributos funcionais em aplicações não alimentícias, tais como as superfrutas e seus conteúdos antioxidantes. Muitas embalagens para produtos não alimentícios com esses ingredientes exaltam os alimentos em seus layouts.
Night Cream País: Estados Unidos A marca desse creme noturno já diz a que veio: Be Fine Food Skin Care (numa tradução livre, algo como Esteja Bem Alimentos de Cuidado com a Pele). O produto contém cacau, painço e farelos de arroz. As vitaminas e proteínas do farelo de arroz melhoram a elasticidade da pele e amparam o crescimento de colágeno. Enquanto a consumidora dorme, a cafeína do cacau aumenta a circulação. O produto, para pescoço e rosto, possui uma fragrância livre de alérgenos e de parabenos, e contém apenas proteínas vegetais. É clinicamente testado, e não faz estudos com animais. É o que informa a embalagem – frasco plástico de 50 mililitros com cartucho de papel cartão.
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3. A nova face de velhos grãos
5. Produtos de luxo para cuidados com o lar Em 2008, veremos mais consumidores buscando produtos de home care exclusivos, caros e luxuosos. O leque de ofertas vai de velas perfumadas criadas por designers a detergentes para louças e limpadores de superfícies com fragrâncias exóticas e embalagens maravilhosas. Apesar de já podermos ver alguns desses produtos no mercado, até agora as vendas se dão eminentemente em lojas de nichos e especialidades. Atente para uma mudança nesse aspecto com a entrada de empresas de massa abraçando essa tendência com a criação de marcas de luxo para atividades domésticas comuns.
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País: Estados Unidos
País: Estados Unidos
A Spa Escapes oferece um purificador de ar inspirado em ingredientes como raiz de gengibre e emblica (fruta do Sudeste Asiático bastante utilizada na medicina ayurvédica), além de extrato de sândalo, que remete aos blends aromaterapêuticos de óleos essenciais marroqui-
Velas aromatizantes são uma febre de consumo nos Estados Unidos, e muitos apostam que o fenômeno engrene em outros países. Um atual destaque desse mercado é a Arbonne Luxurious Almond Candle, vela aromatizante que vem num frasco de vidro e com uma sobre-embalagem de papel cartão, num claro posicionamento como artigo de luxo. O produto leva até sessenta horas para queimar seus 180 gramas.
nos. Comercializado em frasco plástico de 200 mililitros, com válvula spray.
O Global New Products Database (GNPD) da Mintel acompanha lançamentos de produtos, tendências e inovações. Para mais informações, visite www.gnpd.com ou ligue para a Mintel Internacional (+ 1 312 932-0600)
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Em 2007, o setor de embalagens ganhou uma premiação diferente. Em 2008, você não pode ficar de fora. Inscreva seus projetos na segunda edição do PRÊMIO EMBALAGEMMARCA – GRANDES CASES DE EMBALAGEM. Poderão concorrer embalagens lançadas no mercado entre 1/7/2007 e 30/6/2008. Mais informações:
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BEBIDAS
Vazão acelerada Nova tampa de Velho Barreiro aumenta escoamento de cachaça em 30% Por Flávio Palhares
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FOTOS: CARLOS CURADO BLOCO DE COMUNICAÇÃO
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mbalagem sempre foi um diferencial da aguardente Velho Barreiro, uma das mais tradicionais do mercado nacional, produzida desde 1873. Tanto que na década de 1980 a bebida ressaltava em seus comerciais a garrafa diferenciada, ícone da marca até hoje, com o slogan “Velho Barreiro. Até a garrafa é coisa fina”. Pois a embalagem da bebida mudou – mas sem que os mais conservadores admiradores da marca precisem se preocupar: a alteração é no sistema de fechamento. A garrafa de vidro âmbar de 910 mililitros continua a mesma. A tampa dosadora anterior foi substituída por uma maior, que segundo o fabricante proporciona 30% a mais de vazão à bebida. “O objetivo da mudança foi agregar valor ao produto e melhorar a vazão, uma reivindicação dos consumidores”, afirma César Rosa, presidente da IRB Tatuzinho 3 Fazendas, que produz a Velho Barreiro. A modificação principal foi feita no conta-gotas, que antes era de polipropileno, opaco, e agora é de poliestireno comum não modificado, caracterizado pela dureza e pela transparência cristalina e brilhante (PS Cristal). Outra novidade na tampa, anteriormente dotada apenas de encaixe, é a rosca. “Com o novo sistema de fechamento, a bebida fica mais protegida, principalmente em bares, onde o manuseio é maior”, considera o presidente da Tatuzinho. A cor também mudou, de preto para vermelho, harmonizando com o gargalo. Para o consumidor, a comunicação de que a Velho Barreiro tem nova tampa vem no contra-rótulo da garrafa, “uma ótima mídia, que fala diretamente com o consumidor”, ressalta César Rosa. Ele conta que o projeto para adoção da nova
Mudança no sistema de fechamento é anunciada no contra-rótulo da garrafa: comunicação direta com o consumidor
Nova tampa de Velho Barreiro ficou maior e trocou o preto pelo vermelho. O conta-gotas, que era de polipropileno, agora é de PS cristal
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tampa começou há três anos. “Era uma proposta complexa em termos de logística, devido ao alto volume que produzimos – 4 milhões de litros por mês”, destaca. O design do novo sistema de fechamento foi desenvolvido pela própria Tatuzinho, que em seguida chamou os fornecedores. Na primeira etapa, compareceu a Isa Embalagens, que começou a produzir o acessório. A Plastamp ficou encarregada de continuar fornecendo as tampas antigas, e depois migrou para as novas. “Precisávamos criar um ‘pulmão’, a fim de termos fôlego durante a mudança”, explica o presidente da Tatuzinho. “A transição foi perfeita. Quando acabou a última tampa antiga, já entrou na linha de produção a primeira tampa nova.” Desde novembro, todas as garrafas de Velho Barreiro chegam ao mercado com o novo sistema de fechamento. Isa Embalagens (19) 3582-9500 www.isaembalagens.com.br
Plastamp (11) 4584-2020 www.plastamp.com.br
Litro da discórdia
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Justiça libera garrafa de 51 O Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu efeito suspensivo à determinação de recolhimento de vasilhames da Cachaça 51 com a logomarca em relevo. O recolhimento fora determinado pela Vara Única de Santa Rita do Passa Quatro (SP). O processo contra a Companhia Müller de Bebidas, que produz 51, é movido pela Caninha Oncinha e pela Missiato Indústria e Comércio. Ambas dizem que a impressão em relevo na garrafa da 51 prejudica as demais fabricantes, que não podem usar o vasilhame. Alegam que a colocação da marca inviabiliza o processo de produção, com o argumento de que é “praticamente impossível” a separação manual dos litros com a logomarca em relevo daqueles sem o adereço, pois o processo é automatizado. Argumentam ainda que “a embalagem diferenciada prejudica a livre concorrência”. A Müller diz que não adotou procedimento incorreto algum, já que a alteração na embalagem “representa um direito do fabricante”. Segundo a Oncinha e a Missiato, a Müller descumpriu acordo de não mais utilizar vasilhames com a logomarca.
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PAINEL GRÁFICO
Bom em 2007... A indústria brasileira de celulose e papel encerra 2007 com a produção de 11,8 milhões de toneladas de celulose. Com este resultado, o setor registra crescimento de 5,5% em relação às 11,1 milhões de toneladas de celulose produzidas em 2006, segundo dados divulgados em dezembro pela Bracelpa – Associação Brasileira de Celulose e Papel. Os números de produção de papel de 2007 projetam alta de 2,8% em relação ao ano anterior. As empresas fecham o ano com a fabricação de 8,97 milhões de toneladas de papéis de todos os tipos, volume que supera as 8,7 milhões de toneladas de 2006. ...melhor em 2008 De acordo com a Bracelpa, a entrada em operação de novas máquinas e a maturação de vários projetos de expansão, as perspectivas para 2008 são positivas. No ano que vem, as indústrias do setor deverão produzir 12,8 milhões de toneladas de celulose e obter um crescimento de 8,5% no período. Dados computados pela Bracelpa indicam que, em 2008, os fabricantes de papel produzirão 9,2 milhões de toneladas de papéis, volume 3,1% maior do que o alcançado em 2007. Primeiro bilhão A Aracruz Celulose realizou no dia 23 de novembro, em seu viveiro florestal no Espírito Santo, a cerimônia de plantio da muda de árvore número 1 bilhão produzida pela companhia em seus 40 anos de atuação.
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DE CONVERSÃO E IMPRESSÃO DE RÓTULOS E EMBALAGENS Edição: Edição:Guilherme Leandro Haberli Kamio
Corte de qualidade Precisão e velocidade andam juntas em cortadeira No início de dezembro, a Arco Convert, convertedora de embalagens flexíveis focada na prestação de serviços, abriu as suas portas para mostrar a nova cortadeira Proslit, da Comexi, instalada na sede da empresa, em São Paulo. O equipamento possui desbobinador shaftless (sem eixos) e tabalha em velocidades de até 500 metros por minuto, garantindo precisão e homogeneidade na pressão de rebobinamento. O posicionamento dos mandris é auxiliado por um jogo de laser, e
o operador tem rápido acesso à área de corte. A Proslit junta-se à impressora flexográfica FW 1508, também da Comexi, mostrada pela Arco Convert em maio deste ano (ver EmbalagemMarca 94), num investimento do convertedor para aumentar qualidade e produtividade.
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FOTO: MARCOS PALHARES
Distribuição ampliada A KSR Distribuidora, unidade de negócios da VCP, amplia a recém-criada Rede de Revendas Credenciadas (RRC), com o objetivo de atender micro, pequenas e médias empresas, e consumidoras de pequenos volumes de papel, em diferentes regiões do Brasil. As RRC´s têm condições de abrigar estoques para atendimento de pedidos de pronta entrega pouco volumosos, solicitados por gráficas, convertedores e editoras.
MERCADO
Catecismo em RFID, versão 2.0 Guia sobre identificação por radiofreqüência ganha nova edição Enorme promessa para a produção, a distribuição e o comércio dos mais variados produtos, a identificação por radiofreqüência (RFID) é uma tecnologia que já não pode ser negligenciada por nenhum profissional do setor de embalagens. Para quem não tem muita intimidade com o assunto ou deseja aprofundar o conhecimento, e domina a leitura em inglês, a segunda edição do RFID Smart Labels – a ‘how to’ guide for the label converter (88 páginas, Tarsus Exhibitions and Publishing) vem em boa hora. Escrito pelo inglês Michael Fairley, tido como um guru da indústria de rótulos e etiquetas, o livro foi revisado e atualizado, agora abordando inclusive as novidades apresentadas na recente Labelexpo Europe 2007. Para os leigos, o bê-a-bá sobre a tecnologia continua no volume. Mais informações em www.labelsandlabeling.com.
Oportunidades em auto-adesivos na América Latina Perspectiva de crescimento do mercado une fornecedores de matérias-primas A joint-venture entre a Ahlstrom e a VCP, cuja operação iniciou em setembro, criando uma potência no fornecimento de papéis para frontais e bases de etiquetas e rótulos autoadesivos, traz nas entrelinhas a boa perspectiva de crescimento que o mercado tem no Brasil. Grandes fornecedores mundiais dessa indústria movimentam-se para pegar carona
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no crescimento – estimado em cerca de 15% ao ano – registrado na América Latina, e capitaneado pelo Brasil. Para mostrar a seus clientes as tendências do setor, a Ahlstrom-VCP juntou-se à Basf (fornecedora de adesivos) e à Dow Corning (fabricante de silicones) para organizar, no hotel Blue Tree Towers Morumbi, em São Paulo, o seminário
“Tecnologias Avançadas para a Indústria de Laminados Sensíveis à Pressão”. Foram passados dados de mercado, projeções de crescimento, oportunidades que se apresentam e os rumos da tecnologia em substratos para essa indústria.
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Edição: FLÁVIO PALHARES
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Investimento em variedade
Design valorizado
Máquina banda estreita alarga o cabedal de convertedora americana
Suzano anuncia vencedores do Prêmio Max Feffer
Formadora de opinião em rotogravura, serigrafia e acadecoração de embalagens, bamentos metalizados em dispondo de oito parques linha. “Com a nova tecnologia, gráficos e 650 funcionários, podemos prover grafismos a americana Multi-Color é complexos e intrincados de a nova integrante do grupo modo eficiente sob o ponto das convertedoras de rótulos de vista dos custos”, diz Don seduzidas pelas promessas Kneir, presidente da divisão da impressão em banda de Soluções Decorativas da estreita. A empresa acaba Multi-Color. Em fevereiro, a de instalar uma Varyflex, da Multi-Color receberá uma italiana Omet, em sua matriz segunda Varyflex, atualmente de Sharonville, Ohio, historiem construção na Itália. A camente um reduto da banda Omet é representada no Brasil larga. A impressora permite pela Gämmerler. intercambiar flexografia, OMET GÄMMERLER (11) 3846-6877 (11) 3846-6877 www.omet.it www.gammerler.com
Os vencedores da 6ª edição do Prêmio Max Feffer de Design Gráfico, promovido pela Suzano Papel e Celulose, foram anunciados no dia 22 de novembro. Neste ano a premiação passou a incluir a categoria Estudante. Os três primeiros colocados de cada categoria (Embalagem, Promocional, Editorial e Miscelânea) receberam prêmios em dinheiro. Os autores da “Peça Destaque” (Ana Laet, Cecília Costa e João Doria, pelo relatório anual “Light 2006”) ganharam uma viagem para evento internacional de design gráfico. João Roberto Neto e Rafael Cerullo foram os vencedores na categoria Embalagem, com a peça “Paisagem, Aroma e Poesia” (foto 1). Em segundo lugar ficou o convite da peça “Festa do Mídia” (2), de Rodrigo Sushi e Lucídio Leão. A embalagem do livro “Mulheres, Chapéus Voadores e Outras Coisas Legais” (3), criada por Rafael Silveira, levou o terceiro prêmio. Veja os outros premiados em www. embalagemmarca.com.br
Festa da indústria gráfica Prêmio Fernando Pini reúne gráficas e fornecedores Prix Atributos Técnicos do Processo – foram conquistados pela Burti, na categoria melhor impressão; Pancrom, em Melhor Acabamento Editorial; e Magistral, em Acabamento Cartotécnico. Na cadeia de embalagens, entre convertedores e fornecedores, foram premiadas as seguintes empresas:
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2 ULG AÇÃ
Fornecedores: • Henkel • Day Brasil • AGFA • HP • Heidelberg • Suzano • Sunchemical
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Convertedores: • Peeqflex Embalagens • Prada • Plasc • Midiograf • Magistral Impressora • Brasilgrafica • Gráfica Cometa • Aquarela • Grafitusa • Rosset • Ibratec • Caeté
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O 17º Prêmio Fernando Pini, criado em 1991 pela Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG) e Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), foi entregue no último dia 27 de novembro, no Expo Barra Funda, em São Paulo. Os prêmios principais – O Grand
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Dia de comemoração Fundada em 1967, a Confederação Latino-Americana da Indústria Gráfica – Conlatingraf comemorou quatro décadas de atividades no dia 23 de novembro. A entidade congrega associações de 15 países da América Latina, representando cerca de 42 mil empresas gráficas e 480 mil trabalhadores. Fim da informalidade A Suzano Papel e Celulose ampliou sua política comercial ao mercado de embalagens. Além de estabelecer a relação de preços entre os produtos da empresa, a iniciativa tem como objetivo adotar a transparência nas relações comerciais. A nova política significa o fim da informalidade nas atividades comerciais da Suzano. A prática já havia entrado em vigor para os segmentos de distribuição, promocional e de convertedores. Sob nova direção No dia 11 de dezembro tomaram posse os novos presidentes da Abigraf Regional São Paulo, Fabio Arruda Mortara; da Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG), Reinaldo Espinosa; e do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo (SindigrafSP), Mário César de Camargo (2ª mandato), eleitos para o triênio 2007/2010. MD encampa fábricas da Ripasa A MD Papéis assumiu em novembro a gestão das fábricas de Cubatão e de Limeira que pertenciam à Ripasa S/A Celulose e Papel. Essas unidades, juntamente com as de Caieiras e Osasco, passaram a integrar a Divisão de Papéis da MD Papéis. Celulose reajustada A Votorantim Celulose e Papel (VCP) aumentou em novembro o preço da celulose de eucalipto em 30 dólares por tonelada. O mercado europeu agora paga US$ 780, o norte-americano US$ 805 e o asiático US$ 720. De acordo com a empresa, o reajuste foi conseqüência do aumento da demanda internacional e do fechamento de fábricas na Europa e na América do Norte.
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FOTO: CARLOS CURADO – BLO CO DE
COMUNICAÇÃO
LEITES
Porteira aberta Cemil inaugura presença de embalagens da SIG Combibloc no segmento de leites regulares
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mercado de leites longa vida tem andado agitado. De um lado, ainda se ressente dos efeitos da operação “Ouro Branco”, realizada em outubro pela Polícia Federal. Na ocasião, foi desvendado um esquema de adulteração do produto que, segundo os jornais televisivos, levou alguns consumidores a buscar leite refrigerado em vez do acondicionado em caixinhas. O epicentro da crise foi o Estado de Minas Gerais, onde o leite “batizado” foi encontrado em maior abundância. Curiosamente, a região foi palco também de outro fato relevante para esse segmento. Líder regional de vendas na área que engloba Minas Gerais, Espírito Santo e o interior do Rio
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bilhões de litros/ano é o tamanho estimado do mercado de leite longa vida
Cemil investiu US$ 5 milhões na adoção de caixinhas, cujos atributos são destacados no grafismo
de Janeiro, onde tem 15,7% de participação, e uma das dez maiores produtoras de leites do Brasil, com cerca de 2,5% do mercado, a Cemil (Cooperativa Central Mineira de Laticínios), de Patos de Minas, anunciou no início de novembro a adoção de embalagens cartonadas assépticas da SIG Combibloc para todos os seus produtos acondicionados em caixinhas de 1 litro, iniciando pelos leites UHT regulares. O modelo adotado foi a combiblocMidi, de formato mais alongado que as embalagens cartonadas assépticas predominantes no mercado – as Tetra Brik Aseptic, da concorrente Tetra Pak. “Isso vai diferenciar nossos produtos nos pontos-de-venda”, acredita João Bosco Ferreira, presidente da Cemil. A tampa adotada, batizada de combiLift, é anuncia-
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FOTOS: CARLOS CURADO / BLOCO DE COMUNICAÇÃO
da na própria embalagem como sendo “mais fácil de abrir e fechar”, graças a um pré-corte feito com laser (ver seqüência de fotos ao lado). Trata-se do primeiro cliente da SIG no Brasil nesse mercado, cujo volume é estimado em cerca de 5 bilhões de litros anuais, com crescimento esperado na casa de 5% ao ano até 2010. “É um momento muito importante para nós”, destaca Ricardo Rodriguez, diretor geral da SIG Combibloc América do Sul, “pois entramos num mercado de grandes volumes, com um parceiro estratégico”. A porteira parece ter-se aberto. “Em breve, outro cliente com o mesmo perfil da Cemil será anunciado”, confidencia Luciana Galvão, gerente de marketing da SIG Combibloc para a América do Sul. O alinhamento com clientes com boa participação de mercado e perspectivas de crescimento faz parte das premissas de negócios da SIG Combibloc no Brasil. “Oferecemos exclusividade nesse formato de embalagens na região, o que garante diferenciação total frente aos concorrentes diretos da Cemil”, explica o diretor da SIG.
Injetada em polietileno de alta densidade (PEAD) e polipropileno (PP), a tampa combiLift presente nos leites da Cemil baseia-se num conceito de alavanca semelhante ao das latas de cerveja: ao se puxar uma extremidade, a outra perfura o cartão pré-cortado com laser
“Fábrica virtual” Impressas em rotogravura, as embalagens vêm da Alemanha já cortadas, prontas para envasamento. “Trabalhamos com um conceito de ‘fábrica virtual’, pelo qual fazemos todo o processo de nacionalização para o cliente, com quem desenvolvemos uma política de formação de estoques, obviamente com boa margem de segurança”, conceitua Rodriguez. “Nossa fábrica em Campo
Presença também no segmento premium
DIVULGAÇÃO
Leite especial chega em caixa com tampa de rosca A SIG Combibloc também estréia no mercado de leites especiais, com o lançamento do Batavo Origem. O novo leite UHT integral, produzido em Carambeí, no Paraná, é acondicionado em embalagens cartonadas assépticas combifit de 1 litro com tampa de rosca. “A ergonomia da embalagem agrega valor ao produto, pois garante maior praticidade no manuseio e melhor conservação do leite na geladeira após aberto”, afirma Regina Boschini, gerente-executiva de marketing da Batávia, dona da marca Batavo.
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SIG Combibloc (11) 2107-6744 www.sigcombibloc.com.br
Largo (PR) será inaugurada em 2009, e até lá damos total garantia de fornecimento.” “A Cemil sempre primou pela inovação, e terá uma embalagem que vai saltar nas gôndolas, com um sistema de abertura realmente muito prático e eficiente, valorizado pelo consumidor”, comemora João Bosco Ferreira, animado com os resultados favoráveis de uma pesquisa que avaliou a nova caixinha. No total, a Cemil investiu cerca de 5 milhões de dólares para colocar duas linhas da SIG Combibloc em sua planta, e já anunciou que investirá mais 90 milhões de reais nos próximos dois anos, “metade em uma fábrica no Nordeste, metade em uma planta para produzir leite em pó”, detalha Ferreira. Ante a inevitável dúvida sobre o impacto da “crise do leite” na época em que as novas embalagens seriam lançadas, o executivo da Cemil é taxativo. “Para nós, que temos uma marca em que as pessoas confiam, o momento é extremamente positivo, pois o consumidor deixa de lado as marcas que só oferecem preço”, explica Ferreira. “Assim que surgiram as denúncias, nossas vendas dispararam.” (MP)
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INTERNACIONAL
Agora, o aço também avisa Antes uma exclusividade das latas de alumínio, indicador de temperatura também já pode ser aplicado a latinhas de folhas-de-flandres
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opularíssima cerveja britânica, a Carling, da Molson Coors, tem feito sucesso nos últimos meses com a campanha “Cold you can see!” – ou “frio que você pode ver!”, em tradução livre para o português. Lançada em agosto, em sintonia com o verão do hemisfério norte, a ação lastreia-se naquela que é brandida como a primeira lata de aço no mundo a dispor de um sistema indicador de temperatura. Impresso no corpo da latinha, um ícone, branco sob temperatura ambiente, torna-se azul quando a bebida atinge um nível de resfriamento considerado ideal para consumo. Conforme explica a Ball Packaging Europe, fabricante da inovadora embalagem, sistemas de indicação de temperatura desse tipo até hoje foram exclusivamente aplicados em latinhas de alumínio. O motivo é técnico. Ocorre que, nas embalagens de alumínio, as sofisticadas tintas termocrômicas, que mudam de coloração sob variações de temperatura, podem ser facilmente protegidas da abrasão, inerente ao processamento industrial, por vernizes transparentes. Esses mesmos envernizamentos não são costumeiros na produção de latinhas de aço. O que a Ball
Termômetro da lata de aço da Carling avisa ao consumidor para “gelar até azular”
Ball Packaging Europe www.ball-europe.com
Packaging Europe fez foi desenvolver uma nova tinta para embalagens de aço com o efeito camaleão, porém com resistência superior à abrasão, dispensando assim a necessidade do escudo especial de verniz. “O dispositivo termocrômico na lata aumenta a percepção de valor pelo consumidor ao permitir que ele rapidamente identifique qual cerveja está pronta para ele beber”, comenta Tom Feinson, diretor de marketing da Molson Coors, que no passado comercializou as cervejas Coors Fine Light e Grolsch em latinhas de alumínio com indicadores de temperatura. “Uma pesquisa nossa mostrou que 86% dos consumidores consideram importante beber a cerveja gelada, e que estão dispostos a pagar por isso”. (GK)
Finesse a todo vapor
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Alta e estreita, latinha sleek ganha espaço na Europa Lançada em 2004, a lata de alumínio para bebidas com perfil sleek transformouse numa menina-dos-olhos para a Ball Packaging Europe. Com o mesmo volume das latas convencionais utilizadas na Europa (330 mililitros), porém 30 milímetros maior, e portanto mais fina, a embalagem caiu nas graças das indústrias de bebidas e dos consumidores europeus. A Coca-Cola, por exemplo, vem substituindo as tradicionais latinhas bojudas de seus refrigerantes pela
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versão delgada na França, na Alemanha e na Itália. “A lata sleek é mais fácil de transportar e mais conveniente para segurar”, diz a Coca-Cola. Com a boa receptividade, a produção da latinha sleek saltou de 30 milhões de unidades, em 2004, para 600 milhões de unidades em 2007. Na expectativa de que o consumo se mantenha aquecido, a Ball Packaging Europe prepara a abertura de uma nova linha de produção na fábrica de Weissenthurm, na Alemanha.
Latinha delgada vem substituindo as latas de formato convencional, como na Coca-Cola
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DISPLAY
LANÇAMENTOS
E NOVIDADES – E SEUS SISTEMAS DE EMBALAGEM
Tem frango em perua escolar Iscas de frango ganham caixa com formato de van As gôndolas de congelados recebem a nova embalagem do Chicken Friends Batavo, produto destinado ao público infantil. Com formato de uma perua escolar, as caixas de 300 gramas de papel cartão duplex são impressas em offset pela Rigesa e ganharam laminação plástica. O design é assinado pela SPO+Pantani.
Rigesa (19) 3881-8800 www.rigesa.com.br SPO+Pantani (11) 3168-9166 www.pantanidesign.com.br
Travesseiro com palha Farofa com batata frita surge em pillow-pack
Santa Rosa Embalagens (11) 3622-2300 www.santarosaembalagens. com.br Zauberas e Associados (11) 3977-1132 www.zauberas.com.br
A Yoki Alimentos apresenta ao consumidor mais uma novidade, a Farofa Palha. O produto reúne em uma única embalagem dois ingredientes consumidos freqüentemente na culinária brasileira: farofa pronta e a batata. A novidade é acondicionada em pillow-pack com estrutura de PET metalizado laminado com polietileno (PE) e aplicação de verniz fosco, produzida pela Santa Rosa Embalagens. O verso da embalagem traz dicas de uso do produto. O design gráfico é da Zauberas e Associados.
Europa por dentro, Brasil por fora Projeto nacional adapta estojo de licor espanhol ao mercado Como resultado de um alinhamento internacional da marca, o licor espanhol 43 (“Cuarenta y Tres”) agora é vendido no Brasil em novas embalagens secundárias. Num trabalho da Speranzini Design, os estojos de papel cartão ganharam cores fortes e estampam no verso receitas com o licor. Os estojos, produzidos pela Box Print, apresentam uma janela frontal e acabamento em laminação fosca.
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Box Print (11) 5505-2370 www.boxprint.com.br Speranzini Design (11) 5685-8555 www.speranzini.com.br
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Dentro da almofada “Balão” de PVC valoriza espuma para banho
Tatabrás (11) 4701-4336 www.tatabras.com.br
Almofadas transparentes acondicionam a nova espuma para banho Bubble, da linha Spa da Weeze Bath and Body. As embalagens são feitas em PVC e levam tampas do mesmo material. Confeccionadas pela Tatabrás, as almofadas estampam design gráfico da própria Weeze.
Família encorpada Molhos ampliam o uso de stand-up pouches A Saúde, marca da Siol, conta com uma nova linha de extratos e molhos de tomate em standup pouches da Itap Bemis. As embalagens têm versões nos tamanhos 140, 200, 340, 350 e 500 gramas. O layout é assinado pela DBox Design.
DBox Design (11) 3721-4509 www.dboxdesign.com.br Itap (11) 5516-2000 www.dixietoga.com.br
DISPLAY LANÇAMENTOS
E NOVIDADES – E SEUS SISTEMAS DE EMBALAGEM
Fibras na caixinha
Sextavada e transparente
Suco funcional é novidade da Wow!
Nova embalagem deixa boneca em destaque
O Sufresh Fibras, novo suco pronto para beber light e enriquecido com fibras da Wow!, chega ao mercado em embalagens cartonadas assépticas Tetra Prisma de 200 mililitros, da Tetra Pak. O projeto gráfico das embalagens é da Tônica Comunicação.
A Rigesa desenvolveu para a Estrela a embalagem para o relançamento da linha de bonecas Susi Princesas Tropicais. A coleção, composta por três modelos diferentes do brinquedo, faz uma homenagem ao Brasil, lembrando águas, florestas e flores. “A embalagem foi produzida em PVC, com formato sextavado, permitindo a inserção de uma cartela com motivos exclusivos”, diz Rosane Stopiglia, Analista de Desenvolvimento de Negócios da Divisão de Embalagens ao Consumidor da Rigesa.
Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br Tônica Comunicação (11) 3572-0990 www.tonica.com.br
Rigesa (19) 3869-9012 www.rigesa.com.br
A embalagem do lacre para embalagem Luva cartonada busca destacar utensílio para preservar rações
FAZdesign (47) 3027-2298 www.fazdesign.com.br Gráfica Ouro Verde (47) 3435-3529
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O Zipdog, lacre em formato de osso para fechamento de pacotes de ração chega aos pet shops com nova embalagem. Trata-se de uma luva de papel cartão impressa pela gráfica Ouro Verde com brilho e laminação, que dá maior destaque ao produto no pontode-venda. A agência responsável pelo layout das embalagens foi a FAZdesign.
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Em traje de gala Garrafa e rótulo enobrecem espumante A linha de espumantes finos Marcus James Reserva Especial, da Vinícola Aurora, teve suas embalagens repaginadas. As novidades começam pelas garrafas de vidro da Saint-Gobain, que ganharam tom verde claro e formato mais alongado. Os rótulos auto-adesivos transparentes de polipropileno biorientado (BOPP), que produzem o efeito “no-label look”, são impressos pela Igel. As rolhas de cortiça são supridas pela Trianon e pela Juvenal Brasil e contam com uma cápsula de alupoli (um sanduíche de duas camadas de alumínio envolvendo uma de PVC), fornecida pela Contrátil Embalagens. A criação das embalagens é da Bendito Design.
Bendito Design (51) 3333-2022 www.benditodesign.com.br Contrátil Embalagens (11) 6842-1199 www.contratil.com.br Igel (51) 3041-8300 www.igel.com.br Juvenal Brasil (54) 3463-8501
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Brinquedo de comer Rotogravura realça formato de massas infantis A Adria amplia a família de massas direcionadas aos consumidores mirins e lança as variantes Turminha Animal e Caixa de Brinquedos, que têm os formatos de animais e de brinquedos, respectivamente. As embalagens de polipropileno (PP), com desenhos alusivos aos formatos dos macarrões, são impressas em rotogravura pela Itap Bemis. A arte é da B+G Designers. B+G Designers (11) 5051-1446 www.bmaisg.com.br Itap Bemis (11) 5516-2280 www.dixietoga.com.br
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CALENDÁRIO 2008
Eventos – Primeiro semestre de 2008
Janeiro WestPack 29 A 31 Feira de embalagem para a Costa Oeste americana Anaheim, Estados Unidos www.westpackshow.com fevereiro Packaging 20 E 21 Innovations Exposição de inovações em embalagem – Barcelona, Espanha – www.easyfairs.com março SinoPack 4 A 7 Exibição internacional de materiais e máquinas de embalagem – Cantão (Guangzhou),China www.2456.comJasperWebShows/sid-218/lang-eng/ Details.aspx
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Propak Vietnam 5 4ª exibição internacional de processamento e embalagem Ho Chi Mihn, Vietnã www.propakvietnam.com Brasilpack 10 A 14 6ª feira internacional da embalagem – São Paulo, Brasil www.brasilpack.com.br abril Embala Minas 8 A 10 Feira internacional de embalagens – Belo Horizonte, Brasil www.greenfield-brm.com Plastimagen 8 A 11 Exibição e conferência internacional sobre plásticos Cidade do México, México www.plastimagen.com.mx Cosmopack 10 A 13 Exibição de embalagens para cosméticos – Bolonha, Itália – www.cosmoprof.it
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Label Summit 15 E 16 Latin America 2008 Encontro sobre conversão e impressão de rótulos e etiquetas – Cidade do México, México mexico.labelsummit.com Metpack 22 A 26 Mostra internacional de embalagens metálicas Essen, Alemanha www.metpack.de Interpack 24 A 30 Feira internacional de embalagem, máquinas para embalagem e máquinas para confeitaria – Düsseldorf, Alemanha – www.interpack.com Hong Kong 28 A 1º DE MAIO Printing & Packaging Feira internacional de impressão e embalagem Hong Kong, China hkprintpackfair.tdctrade.com maio Embalagem 7 A 10 Porto Feira de alimentação e tecnologias de embalagem Porto, Portugal www.alimentacao.exponor.pt
PlastiPack 13 A 16 Pakistan Mostra internacional de plásticos e embalagem Karachi, Paquistão www.plastipacpakistan.com Luxe Pack 21 E 22 New York Exibição de materiais e soluções para embalagens de produtos de prestígio Nova York, Estados Unidos www.luxepacknewyork.com Drupa 29 A 11 DE JUNHO Feira mundial de tecnologias de impressão e conversão Düsseldorf, Alemanha www.drupa.de junho EastPack 3 A 5 Mostra de técnicas, tendências e soluções em embalagem Nova York, Estados Unidos www.eastpackshow.com Fispal Tecnologia 3 A 6 Feira internacional de embalagens e processos para as indústrias de alimentos e bebidas São Paulo, Brasil – www.fispal.com
Pack & Gift 11 E 12 1º salão de embalagens promocionais e edições especiais de produtos Paris, França – www.idice.fr Alimentec 11 A 14 Feira para a indústria de alimentos, equipamentos, embalagens, tecnologias e serviços – Bogotá, Colômbia Rosupak 23 A 27 Exibição de embalagens, equipamentos, tecnologias e materiais – Moscou, Rússia www.rosupak.ru/2008/eng Expo Pack Mexico 24 A 27 Mostra internacional de embalagem Cidade do México, México www.expopack.com.mx Expo Scan-Tech 24 A 27 Exposição internacional de soluções para identificação e captura automática de dados Buenos Aires, Argentina www.expotrade.com.ar
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Eventos – Segundo semestre de 2008
Taropak 15 A 18 Feira internacional de tecnologia de embalagem e logística – Poznan, Polônia www.taropak.pl
agosto Índia 7 A 10 Packaging Show Salão internacional de embalagem, impressão, máquinas e processamento Nova Deli, Índia www.indiapackagingshow.com
Abre 24 E 25 Congresso da Associação Brasileira de Embalagem São Paulo, SP www.abre.org.br
Embala Nordeste Centro de Convenções de Pernambuco Olinda, PE www.greenfield-brm.com
DIAS 18 A 21
PPMA 30 A 2 DE OUTUBRO Show Mostra de processamento e máquinas de embalagem Birmingham, Inglaterra www.ppmashow.co.uk
setembro Labelexpo 8 A 11 Americas Mostra internacional de rótulos e etiquetas Chicago, Estados Unidos www.labelexpo-americas.com Tecnobebida DIAS 9 A 11 Feira Internacional de Soluções e Tecnologia para a Indústria de Bebidas São Paulo, SP www.tecnobebida.com.br
Macropak 30 A 3 DE OUTUBRO Feira de embalagens, máquinas e automação logística –Utrecht, Holanda www.macropak.nl outubro Tokyo Pack 7 A 11 Feira internacional de tecnologia de embalagem Tóquio, Japão www.tokyo-pack.jp Propak Cape 14 A 16 Exibição de embalagem e processamento – Cidade do Cabo, África do Sul www.propakcape.co.za
DIA 1º DE OUTUBRO
Fispal Nordeste 28 A 31 Centro de Convenções de Pernambuco – Olinda, PE www.fispal.com
Prêmio EmbalagemMarca
Pack Expo 9 A 13 International Feira internacional de tecnologia de embalagem Chicago, Estados Unidos www.packexpo.com
novembro
Grandes Cases de Embalagem 2008 São Paulo, SP
Emballage 17 A 21 Salão Internacional de Embalagem – Paris, França www.emballageweb.com Pack&Move 18 A 21 Feira internacional de embalagem e movimentação de produtos –Basiléia, Suíça – www.packmove.ch Ipack 19 A 22 Exibição internacional de embalagem Istambul, Turquia www.itf-exhibitions.com dezembro India Label Show 3 Conferência sobre tecnologias para a produção de rótulos e etiquetas Nova Deli, Índia www.labelexpo.com *ESTÃO LISTADOS SOMENTE OS EVENTOS CUJAS DATAS ESTAVAM CONFIRMADAS ATÉ O FECHAMENTO DESTA EDIÇÃO
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ÍNDICE DE ANUNCIANTES
Anunciante 43 SA Gráfica Abal Abeaço Alcoa Ápice BIC Label Brasil Multimídia Braskem Catuaí Print CIV Cobrirel Colacril Comprint Congraf Easy Pack Emballage Flexoprint Gumtac Imaje Indexflex inLab Limer-Cart Metalgráfica Renner Moltec Novelprint Owens-Illinois Plastamp Propack Qualy Print Rio Polímeros Set Print SIG Combibloc Simbios-Pack SPL Dessecantes Starpac TD Color Technopack Tetra Pak Wheaton
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dezembro 2007
Página 43 3ª capa 49 23 13 11 65 35 25 4ª capa 65 45 17 4e5 67 71 15 33 31 21 69 7 9 67 65 19 55 47 61 59 67 41 65 55 2ª capa 67 25 38 e 39 63
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Para nós, da Design Inverso, EmbalagemMarca é mais que uma revista: é um instrumento de trabalho. As reportagens e novidades trazidas a cada mês são utilizadas como fonte de pesquisa e de apoio. Como sempre buscamos oferecer inovação em termos de design e tecnologia para nossos clientes, EmbalagemMarca é uma das ferramentas que utilizamos em nosso dia-a-dia como forma de nos mantermos atualizados com o que acontece no mundo das embalagens, no Brasil e no exterior. Para se ter uma idéia, cada exemplar da revista passa pelas mãos de pelo menos dez pessoas de nossa equipe. Além de bem diagramada, a revista traz matérias interessantes e bem fundamentadas, o que é importante para quem trabalha com embalagens.
Marcos Sebben, Diretor
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Almanaque Gatilho Popular
Bebês coroados Retomado pela Johnson & Johnson neste ano, o concurso Bebê Johnson’s teve sua primeira edição em 1957 e se popularizou nos anos seguintes. No primeiro concurso, fotógrafos contratados pela empresa percorriam as maternidades de São Paulo e as fotos dos recém-nascidos eram submetidas a um júri. A menina Magda Solange Ferreira, hoje com 50 anos de idade, foi o primeiro Bebê Johnson do Brasil. O vencedor recebia uma coroa dourada. Na
década de 1960, a escolha do bebê Johnson’s foi feita através de cartas com fotos enviadas pelas mães. Hoje as inscrições e a votação se dão pela internet. O bebê Johnson’s 2007 será conhecido no final deste mês.
Figurinhas salvadoras Em 1924, os imigrantes alemães Paul e Richard Stern lançaram no Rio de Janeiro o sabonete Eucalol. Por ser derivado do eucalipto, o produto era verde, fugindo do padrão dos sabonetes da época, que eram brancos ou cor de rosa.
Houve grande rejeição por parte dos consumidores. Em 1930, com o encarte de figurinhas colecionáveis nas embalagens, as vendas do produto tiveram forte impulso. Eram as famosas Estampas Eucalol, que circularam até 1957. Ao todo foram lançadas 2 400 figurinhas, sobre os mais variados temas. Em 1980, o sabonete Eucalol saiu do mercado, devido à falência da Perfumaria Myrta. As estampas são até hoje objeto de desejo de colecionadores. Mais no site: www.embalagemmarca.com.br/almanaque
Em 1946, Andrew Martin, fundador da Calmar, na Califórnia, Estados Unidos, ouvia amigos que trabalhavam em indústrias de perfumes e produtos de limpeza se queixarem de que as válvulas metálicas utilizadas nos frascos dos produtos eram caras, ineficientes e sujeitas a corrosão. Criou então a primeira válvula plástica de pulverização. Daí em diante foram apresentados aos mercados inúmeros modelos, incluindo o TS800, hoje o pulverizador de gatilho mais popular do mundo. Depois de integrar-se à francesa SaintGobain, em 1998, em 2006 a Calmar foi adquirida pela Meadwestvaco, uma das maiores empresas mundiais de embalagem.
Você sabia? Que a embalagem spray para desodorantes foi inventada no Brasil, já dominou mais de 90% do mercado e hoje acondiciona 39% dos desodorantes no país?
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