Revista Embalagemmarca 076 - Dezembro 2005

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  • Words: 18,671
  • Pages: 60
www.embalagemmarca.com.br

Sobre o bom uso da tecnologia

O

Wilson Palhares

Apesar dos problemas vividos nos últimos meses pelo país, que acabaram pertubando os negócios, os anunciantes e os leitores mantiveram o apoio que nos permitiu ir em frente

ano, que a certa altura parecia estar abrindo finalmente as cortinas de um bom futuro para o país, acabou sendo muito chocho. Mas, fazendo coro com os otimistas e com os conformados, penso que devemos esquecer tudo o que ocorreu na economia e na política, lembrar que já houve tempos piores e acreditar que as coisas vão melhorar. De nossa parte, temos razões para não perder a crença. Não obstante os conhecidos problemas vividos nos últimos meses pelo país, que de alguma forma acabaram perturbando os negócios,

nossos anunciantes e leitores mantiveram o apoio que nos permitiu ir em frente e crescer 50% em relação ao ano anterior. Ainda que a conjuntura reduzisse parcialmente nossos planos de investimentos destinados a manter EMBALAGEMMARCA como a revista mais completa do setor de embalagem no Brasil, não ficamos parados. Investimos na equipe, em viagens internacionais e em pesquisa, e não deixamos arrefecer o ânimo de inovar permanentemente. Neste campo, para constrangimento de concorrentes, no início de novembro colocamos a revista em formato

virtual na internet, fazendo de EMBALAGEMMARCA efetivamente a primeira revista do setor a utilizar esse recurso no país. Nem por isso nos vangloriamos. Afinal, trata-se de um pioneirismo relativo, já que essa tecnologia existe há bom tempo no exterior e há mais de um ano em outros segmentos no Brasil. Para nós, importante é o uso que se faz da tecnologia. Por isso, vamos nos empenhar permanentemente, como é de nosso feitio, para que o site www.embalagemmarca.com.br ofereça aos leitores conteúdo atraente e útil para seu trabalho. Até janeiro.

nº 76 • dezembro 2005

14 15 16 18

Fechamentos

Tampa de abertura facílima para garrafas long neck é mais uma novidade em embalagem da Skol

32

Plásticas

Embalagem de roupas de banho, inflável, transforma-se em travesseiro para o relax ao sol

Em sua sétima edição, reportagem especial sobre possíveis cenários econômicos para 2006 traz sete pontos aos quais os profissionais de embalagem deverão estar atentos nos próximos meses

Marcas

Making Of

Reckitt Benckiser aposta em blister versátil no lançamento de depilatório inovador no país

Feira

Terceira edição da Fispal Nordeste evidencia oportunidades de negócios e relevância econômica da região

[email protected]

Guilherme Kamio [email protected]

Leandro Haberli Silva [email protected]

[email protected]

42

50 52

Entrevista: Salomão Quadros

Economista da FGV traça cenários para a macroeconomia e para o negócio de embalagens no exercício que se inicia

Artigo

A estagnação brasileira, segundo Alfried Karl Plöger, presidente da Abigraf – Regional SP

Metálicas

Depois dos cães, gatos ganham uma opção de ração seca em embalagem de aço

Conversão e Impressão

Manual com dicas práticas sobre aplicações de radiofreqüência em etiquetas e rótulos

Administração Marcos Palhares (Diretor de Marketing) Eunice Fruet (Diretora Financeira) Departamento Comercial [email protected]

Karin Trojan Wagner Ferreira Circulação e Assinaturas Marcella de Freitas Monteiro [email protected] Assinatura anual: R$ 99,00

Público-Alvo EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que ocupam cargos de direção, gerência e supervisão em empresas integrantes da cadeia de embalagem. São profissionais envolvidos com o desenvolvimento de embalagens e com poder de decisão colocados principalmente nas indústrias de bens de consumo, tais como alimentos, bebidas, cosméticos e medicamentos.

Filiada ao

Índice de Anunciantes Relação das empresas que veiculam peças publicitárias nesta edição

Editorial Espaço Aberto Opiniões, críticas e sugestões de nossos leitores

8

Reportagem Flávio Palhares

José Hiroshi Taniguti (Assistente)

A essência da edição do mês, nas palavras do editor

6

[email protected]

Departamento de Arte Carlos Gustavo Curado (Diretor de Arte)

Ao completar 45 anos, cereal infantil Mucilon lança edição especial que resgata em latas litografadas a história da marca

56 3

Tendências e Perspectivas

Livia Deorsola

48 24

Diretor de Redação Wilson Palhares

Display Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens

22 Internacional

Impressão: Congraf Tel.: (11) 5563-3466 EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SP Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463 Filiada à

Destaques e idéias de mercados estrangeiros

28 Panorama Movimentação no mundo das embalagens e das marcas

54 Conversão e Impressão Produtos e processos da área gráfica para a produção de rótulos e embalagens

58 Almanaque Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens

www.embalagemmarca.com.br O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é resguardado por direitos autorais. Não é permitida a reprodução de matérias editoriais publicadas nesta revista sem autorização da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.

LACUNA PREENCHIDA

P

arabéns pela revista EMBALAque melhora a cada edição. Estou acabando de ler o nº 75, de novembro 2005, que está excelente. Estou há muitos anos envolvido no setor de embalagens flexíveis, tendo sido diretor gerente da Toga (antes da fusão com a Dixie, que deu origem à Dixie Toga) e presidente da Polo Films. Atualmente tenho minha própria empresa, dedicada à representação de matérias-primas e equipamentos para a indústria de embalagens flexíveis. Sempre me queixei muito de que no Brasil não havia uma boa revista de embalagens, que valesse a pena ler. Esta lacuna está sendo muito bem preenchida por EMBALAGEM M ARCA . Continuem neste caminho porque vocês estão na direção certa. Marcello P. Brasil Diretor Charles/Brasil Importação e Exportação São Paulo, SP GEMMARCA,

NÓ GÓRDIO

A

s edições de EMBALAGEMMARCA se sucedem, mas a qualidade, a profundidade e a abrangência dos temas se mantêm. A revista tornou-se um importante instrumento na tomada de decisão para quem trabalha no segmento da emba-

6 >>> EmbalagemMarca >>> dezembro 2005

lagem. As informações da edição de novembro foram abrangentes, instigando à reflexão e identificação de novas oportunidades de negócio. No segmento em que atuo – conversão e aplicação de rótulos termo encolhíveis (heat shrink sleeves) – diversos cases, novidades e tendências foram citadas. Foram cinco citações, nas páginas 18, 19, 42, 43 e 58, reforçando com dados objetivos a opinião dos que conhecem este mercado: o segmento de sleeves continua crescendo muito. Sinto-me à vontade para afirmar que o mercado está se movimentando, com expressivos convertedores investindo em máquinas e equipamentos, procurando marcar posições. Grandes empresas consumidoras de rótulos têm projetos em andamento, aguardando apenas a entrada desses novos fornecedores. O nó górdio deste mercado, o fornecimento seguro e confiável de filmes mono orientados transversalmente de boa qualidade, está prestes a se desfazer. Sem dúvida o ano de 2006 trará grandes novidades nesse setor. Com certeza verei tudo isso nas páginas de EMBALAGEMMARCA. Carlos Rosa Diretor Gesmat Assessoria em Negócios Alphaville, SP

JORNALISMO COERENTE

S

e a Playboy mostra o melhor conteúdo, EMBALAGEMMARCA mostra a melhor embalagem. O mínimo que posso dizer da edição de outubro é: BRILHANTE. Aproveitei o fim de semana prolongado para colocar a leitura em dia. Só consegui ler a revista, do começo ao fim. Até uma simples nota sobre um singelo pacote de biscoitos consegue ser completa, informando do design ao fabricante da embalagem. As matérias, então, vão muito além da informação direta, são analíticas e sempre chegam a uma conclusão. É o mais coerente jornalismo interpretativo e ético, em um texto fluente e gostoso de se ler, aplicado

com a segurança de quem conhece o mercado. Confesso que fiquei muito feliz de ver a evolução da revista. Está madura e segura. Em uma palavra, confiável. Parabéns. Antonio Carlos Yazbek Diretor Editora Supergiro São Paulo, SP

CORREÇÕES WHEATON, 1 000 VEZES MAIS Na reportagem de capa da edição nº 75 (novembro de 2005), a informação de que a Wheaton Brasil tem um forno de reserva, capaz de aumentar em 25% sua produção, citada na página 18, no quadro intitulado “Não haverá demanda reprimida, garantem vidrarias”, está errada. Onde se diz que essa produção é 800 000 frascos devese ler 800 milhões. O CERTO É SEALED SAFE Na página 6 da edição de outubro último, o nome do sistema de fechamento da lata do Café Iguaçu, fornecido pela Sonoco For-Plas, foi citado erroneamente como Sealed Life, na nota sobre a inovação da embalagem do produto. O nome correto é Sealed Safe.

Mensagens para

EMBALAGEMMARCA Redação: Rua Arcílio Martins, 53 CEP 04718-040 • São Paulo, SP Tel (11) 5181-6533 Fax (11) 5182-9463

[email protected] As mensagens recebidas por carta, e-mail ou fax poderão ter trechos não essenciais eliminados, em função do espaço disponível, de modo a dar o maior número possível de oportunidades aos leitores. As mensagens poderão também ser inseridas no site da revista (www.embalagemmarca.com.br).

Estímulo à tomada de novas atitudes

Mudanças de cor sem afetar equities As embalagens dos bombons Surreal, da Garoto, ganharam cores que diferenciam os sabores de amendoim, chocolate e avelã. Antes, os filmes de BOPP (polipropileno biorientado) laminado com polietileno, fornecidos pela Zaraplast, apresentavam variados tons de marrom. Após consultoria da FutureBrand, responsável

pelo novo design da linha, o sabor amendoim passou a ser identificado pela cor vermelha, e o sabor avelã, pela cor branca. A cor marrom ficou reservada para os bombons de chocolate puro. Na reformulação visual, a empresa afirma ter preservado os principais equities da marca, como o logotipo e o formato da embalagem twist.

Lata introduz o leite condensado de soja A Olvebra, empresa gaúcha sediada em Eldorado do Sul, está lançando um produto que afirma ser pioneiro no mercado nacional: leite condensado à base de soja, com a marca Soymilke. O produto mira as pessoas alérgicas ao leite animal e a seus derivados. As latas de aço são fabricadas pela também gaúcha Bertol, e trazem projeto gráfico desenvolvido pela agência A 17. 8 >>> EmbalagemMarca >>> dezembro 2005

Em paralelo ao lançamento de campanha publicitária para comunicar mudanças de sabor, a Coca-Cola Light lançou no final de outubro uma lata comemorativa que permanecerá no mercado por quatro meses. Fornecidas pela Crown Cork e pela Rexam, as embalagens foram concebidas pela agência Oz Design. Ferramenta de apoio à campanha de estímulo à tomada de atitudes lançada pela marca, o novo visual traz um homem recebendo aplausos. Na parte de grafismo, a onda de CocaCola ganhou novas cores, e foi deslocada para frente, enquanto a palavra “light” aparece menor e centralizada. As mudanças também foram impulsionadas pela expansão do segmento de refrigerantes de baixa caloria no Brasil, estimada em 29% em 2004. Líder na categoria, a marca Coca-Cola Light quer aumentar sua participação no nicho formado por jovens adultos, principal público desse tipo de produto, segundo pesquisas de mercado.

Alto relevo e um novo dourado Reformulados em conjunto pela agência R1234 Art Design e pelo departamento de marketing da fabricante Unisoap, os cartuchos das versões clássicas do sabonete Francis agora trazem o logotipo do produto em alto relevo e uma nova tonalidade dourada, mais viva. Ademais, passam a estampar dese-

nhos do ingrediente principal de cada fragrância da linha, ampliada com dois novos aromas – Bouquet de Flores e Extratos Vegetais. É a terceira vez que as embalagens de Francis, há 33 anos no mercado, são redesenhadas. Quem produz os cartuchos é a Romiti, com papel cartão da Suzano.

Maionese Saúde adota stand-up pouch A Siol Alimentos está incrementando sua linha de maionese Saúde com o lançamento de stand-up pouches de plástico flexível, nos quais a imagem de legumes e verduras ocupa quase toda a parte frontal e dá mais destaque à marca e ao nome do produto. O visual segue o mesmo padrão dos rótulos dos produtos da linha Saúde. O design da embalagem foi desenvolvido pela SPO Pantani, com suporte técnico da Embalarte. O filme de plástico flexível é fornecido pela Inapel.

Dias quentes mais protegidos A aproximação das férias de verão aumenta os negócios no segmento farmacêutico, como indica

o recente lançamento da linha Calamed Kids, de produtos para tratamento de queimaduras solares e antialérgicos indicados para picadas de insetos. Fabricada pelo Grupo Cimed, de São Paulo, a linha é composta por loção, vendida em frasco de PEAD, e creme acondicionado em bisnaga de alumínio. No primeiro caso, a embalagem leva rótulos de BOPP da Interpack, e é fornecida pela BMP Plásticos, que desenvolveu moldes com bordas onduladas, facilitando o manuseio na hora do consumo. Já as bisnagas, vendidas em cartuchos cartonados, são fabricadas pela Impacta. O projeto gráfico foi desenvolvido por Moisés Carlos, responsável, na ocasião, pelo departamento de criação do Grupo Cimed.

Garrafinhas com missão de ampliar consumo fora do lar Líder do mercado nacional de chás prontos para beber, com share de 44,6%, a Leão Junior ampliou as linhas Matte Leão e Iced Tea com o lançamento de garrafas de PET de 330ml. As novas embalagens completaram o portfólio das marcas,

Caixa reúne os nobres da Nestlé Quase dois anos após o polêmico veto à sua intenção de adquirir a Garoto, a Nestlé lançou uma sofisticada caixa de bombons no mercado brasileiro. Batizado de Nestlé Noblesse, o produto é vendido em cartuchos de papel cartão produzidos pela Brasilgráfica. As agências FutureBrand e JWT foram responsáveis pelo projeto gráfico, que conta com detalhes em alto relevo nas ilustrações e logotipos. Segundo a empresa, os produtos oferecem qualidade e preço acessível, trazendo novidades como bombons de avelã, amêndoa e damasco, além de marcas já conhecidas, como Alpino, Suflair, Prestígio, Diplomata, Classic ao Leite e Charge. Pesando 300g, a Caixa Nestlé Noblesse será comercializada nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. 10 >>> EmbalagemMarca >>> dezembro 2005

formado ainda por garrafas plásticas de 500ml e de 1,5 litro. As novas versões foram concebidas para facilitar o consumo fora do lar no verão. As garrafas são sopradas pela RioPet, e decoradas com rótulos wrap-around de papel da Gráfica Serena.

Minas Bom agora tem vaquinha A RPC Laticínios, do Grupo Casa Branca, apresentou ao mercado o Queijo Minas Bom com nova identidade visual. As cores vermelha e azul ganharam destaque no selo frontal do rótulo e foi criado um ícone para a embalagem, uma vaquinha. Na versão light, esta é substituída pela imagem de um campo

verde com um pequeno cercado. Nesta embalagem, predominam as cores azul e prata, diferenciando-a da versão convencional do produto. As embalagens, tradicionais sacos plásticos, são produzidas e impressas pela Indústrias Reunidas Maravilha. O nome, a logomarca e a embalagem foram criados pela Fullpack Design.

Lancheiras nas pizzinhas infantis As minipizzas da linha infantil

caixas trazem um brinde de choco-

Clubinho Sadia ganharam novas

late. O frango Lequetreque, mascote

embalagens: caixinhas de papel

da Sadia, está presente nas caixas,

cartão com alça, produzidas pela

que trazem ilustrações dos ícones

Brasilgráfica, que simulam o formato

de cada sabor, facilitando a identifi-

de lancheiras. Em seu interior as

cação das variantes nas gôndolas.

Catorze fórmulas de Garnier A L’Oréal anunciou o lançamento de novos xampus da linha Garnier Colorama Ultra Natural, com novas embalagens. São catorze fórmulas diferentes, para vários tipos de cabelos. Os frascos de

polietileno de alta densidade são fornecidos pela Igaratiba, assim como as tampas. Os rótulos autoadesivos, de papel couché, são da Prodesmaq. O projeto é da Ana Couto Branding & Design.

Leite condensado para singles A Parmalat Brasil traz ao mercado das regiões Sul e Sudeste a versão inédita para leite condensado da embalagem Tetra Pak de 270g. O produto, nas marcas Glória e Parmalat é o mesmo encontrado nas embalagens em lata

Sabonetes em kits no baleiro Como opção de presente no fim do ano, a OX Cosméticos oferece kits de mini-sabonetes em embalagens com quatro opções de cores. O baleiro com miniaturas do OX Sabonete Máxima Hidratação propõe levar o colorido das balas e confeitos para as prateleiras dos supermercados, farmácias e perfumarias. Os baleiros de vidro, fornecidos pela Wheaton, vêm armazenados em uma embalagem especial, no formato de mini-sacola de polipropileno, produzida pela Forma Pack, em quatro diferentes opções de cores: lilás metalizado, jade, turquesa e azul safira. O kit é composto por oito mini sabonetes de 10 gramas, sendo dois de cada versão: Lavanda e Vanilla, Oliva e Aloe, Amêndoas e Castanha do Pará e Leite e Mel.

ou caixinha de 395g, só que em uma porção menor, destinada aos consumidores que moram sós (singles). O leite condensado em novo tamanho já vinha sendo comercializado na região Nordeste.

Correção: Fragrâncias trocadas Na nota “Grupo Suissa moderniza rótulos”, veiculada na página 7 da edição de novembro último de EMBALAGEMMARCA, a informação sobre as fragrâncias das linhas de desodorantes squeeze saiu com nomes errados, conforme chegaram à redação. Na realidade, os produtos, que adotaram rótulos heat transfer impressos pela Technopack, estão à venda nas versões New Musk, Citrus Green, Audace, Alfazema, Savage, Topper Sense, Explosion, Special Sports e Athletics. 12 >>> EmbalagemMarca >>> dezembro 2005

Doses precisas contra o chulé Pesquisas indicaram à Baruel um inconveniente das embalagens de seu talco Tenys Pé: o consumidor desperdiçava considerável quantidade do produto, que se espalhava na hora da utilização. Após dois anos de estudos, foi desenvolvido um bico dosador para as diversas variantes do produto, de modo a permitir o controle de quantidade dispensada. Como as embalagens do produto, o novo bico dosador é produzido pela Vibraço.

Misoginia quebrada Um casal protagonizando cenas tórridas é o destaque das caixas da nova linha de cuecas da Mash, a Sensual. De acordo com Otávio Nazareth, da Len Design Comunicação, a inclusão do par visa quebrar o padrão que permeia os projetos visuais da categoria de cuecas, que preconizam figuras masculinas solitárias nas embalagens. Afora a inclusão das imagens do casal, tons de prata foram empregados como pano de fundo, com o propósito de conferir apelo de nobreza aos produtos. As caixas também trazem estampados desenhos dos diferentes modelos de cuecas que compõem a nova linha. Quem produz as embalagens é a Gráfica Josar, com papel cartão Art Premium de 330g/m², da Ripasa. Segundo Marcela Hara Furmanovich, diretora de marketing da Mash, as novas embalagens agregam valor pesando apenas 0,2% no custo industrial unitário dos produtos.

fechamentos >>> cervejas

Agora ela abre redondo Mais um pioneirismo da Skol: tampa de facílima abertura para long neck

E

Maior comodidade “Essa construção diminui a área de impacto, facilitando a abertura da garrafa”, explica Vivian Serebrinic, gerente nacional de Inovações da AmBev. Segundo ela, modelos similares estão começando a ser utilizados em outros países, mas o mercado brasileiro

14 >>> EmbalagemMarca >>> dezembro 2005

ESTRATÉGIA – Com o diferencial da tampa abre fácil, AmBev deseja aumentar a liderança de Skol no segmento de long necks, hoje em 42% desse mercado DIVULGAÇÃO

mbora tenham representado um inegável avanço em conveniência para as long necks de cervejas, as tampas do tipo twist-off, também conhecidas como rolhas metálicas, protagonizavam cerca de 30% das reclamações registradas mensalmente pelo Serviço de Atendimento ao Consumidor da Skol. Se as queixas não apontavam o cúmulo da utilização do abridor numa garrafa planejada para ser aberta só com as mãos, relatavam inconvenientes como o uso da barra da camiseta e o pedido de auxílio de outras pessoas para o acesso à bebida. Esse feedback motivou a AmBev a promover mais um pioneirismo de mercado com a Skol, primeira cerveja do mercado nacional a utilizar a lata de aço e a lata de alumínio. As long necks dessa marca chegam ao mercado com uma nova tampa, batizada de abre fácil, em substituição à twist-off – que, a propósito, ela mesmo introduzira no país, em 1993. Sem encontrar uma opção de migração satisfatória entre as fornecedoras locais de tampas, a AmBev resolveu apelar ao santo de casa. A partir de tecnologia européia, uma equipe de desenvolvimento da cervejaria elaborou um modelo exclusivo de tampa, com 29 corrugações, oito a mais que nas twist-off convencionais.

MENOR IMPACTO – Elaborada a partir de tecnologia européia, a abre fácil (abaixo, à esq.) apresenta 29 corrugações, oito a mais do que a tampa antiga (abaixo, à dir.)

favorece esse tipo de solução pelo alto consumo de cervejas em apresentações individuais. “Sabemos que qualidade e novidade em embalagem são atributos muito valorizados pelo consumidor, principalmente numa categoria de bebidas na qual o consumo se realiza num momento de relaxamento, que pede conveniência e comodidade”, entende a executiva. A troca do fechamento das garrafas single serve da líder de mercado Skol é uma ação estratégica da AmBev. Segundo dados da própria fabricante, a participação da embalagem long neck nas vendas consolidadas da marca cresceu 8% de janeiro a julho de 2005, comparando-se com o mesmo período do ano anterior. Com 32% de share no mercado doméstico de cervejas, a Skol tem uma liderança mais folgada quando se fala exclusivamente no segmento de long necks. Nesse nicho, sua participação é de 42%.

plásticas >>> confecção

Mídia de verão FOTOS: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

Após exibir roupas de banho nas lojas, embalagem de PVC vira minitravesseiro

MAIS TEMPO – Reutilização da embalagem prolonga a exposição da marca na praia e na piscina

O

calor, os 7 000 quilômetros de costa e a presença de talentosos estilistas compõem um mosaico que explica por que o Brasil é formador de opinião quando o asssunto é vestuário de banho. Extrapolando questões de modelitos e tecidos, uma forte marca dessa praia, a Poko Pano, mostra que também há espaço para ditar inovações no mercado de biquínis, maiôs e sungas através da embalagem. Sua coleção 2005/2006 está chegando às lojas acondicionada numa embalagem flexível de PVC que permite uma inventiva reutilização: quando inflada, transforma-se num minitravesseiro para os momentos de relax junto ao mar ou à piscina. Além de proporcionar um extra ao consumidor e de ajudar a impedir o descarte da embalagem, essa fun-

cionalidade ainda traz como benefício a maior exposição da marca. A almofada reverte numa valorosa mídia na beira-mar e nos deques das piscinas. “É um investimento que oferece resultados duradouros”, comenta a estilista Paola Robba, proprietária da Poko Pano. Aventada pelo departamento de marketing da confecção, a idéia do invólucro-travesseiro ganhou corpo graças à Taiyo Embalagens e Serigrafia, de Taboão da Serra (SP), especializada em embalagens infláveis de PVC. Pausa para uma coincidência: “taiyo”, em japonês, significa sol. Tem-se aí um caso de produto cujo perfil se afina ao da fornecedora da embalagem. Taiyo Embalagens e Serigrafia (11) 4137-1484 www.taiyoserigrafia.com.br

marcas >>> memória

Pioneiro das papinhas Celebrando 45 anos, cereal infantil ganha latas comemorativas litografadas

16 >>> EmbalagemMarca >>> dezembro 2005

FOTOS: DIVULGAÇÃO

E

m 1960 a Nestlé lançou com a marca Mucilon um cereal à base de arroz que acabou desempenhando papel estratégico na trajetória da empresa no Brasil. Elaborado para crianças com a partir de seis meses de idade, o produto é apontado como um dos responsáveis pela consolidação da categoria baby food no país. Antes de papinhas e outros alimentos infantis serem industrializados em alta escala, os cereais Mucilon já ajudavam pais e mães em tarefas como estimular a mastigação de seus bebês, ensiná-los a comer com colher, ou mesmo introduzir novos sabores e texturas em seus cardápios. Para celebrar seus 45 anos, a linha ganhou recentemente três latas de aço comemorativas que evocam parte de sua trajetória. Com plantas próprias que lhe conferem o status de um dos maiores fabricantes de latas de aço para alimentos do país, a Nestlé optou por encomendar as embalagens comemorativas à Companhia Metalúrgica Prada. Graficamente as latas exploram ilustrações antigas já usadas em campanhas promocionais, e ainda trazem o layout da primeira embalagem de Mucilon, marca que hoje representa sete cereais infantis. Em termos de processo produtivo, porém, as latas comemorativas são bastante diferentes daquelas utilizadas na década de 60. A começar pelo sistema de fechamento, formado por sobretampa plástica e película de alumínio. Empregada nas edições atuais de Mucilon e em diversos outros produtos secos enlatados da própria Nestlé, como o achocolatado Nescau, a solução é fornecida pela Sonoco For-Plas. “Mas a principal diferença em relação às latas originais é a espessura do aço, hoje menor”, acredita Djalma Carlos, gerente comercial

REEDIÇÃO – Imagem da primeira lata de Mucilon e ilustrações antigas que decoram as embalagens

da Prada. Outro destaque das latas comemorativas é a impressão litográfica, que, em contraste com as embalagens atuais, decoradas com rótulos de papel, ajuda a destacar o apelo de edição especial.

A origem da marca As latas comemorativas estão sendo produzidas em três tons (ouro, prata e bronze). A distribuição será pontual, mas a duração do projeto e a quantidade de embalagens não foram confirmadas pela Nestlé. A ação, no entanto, permite supor a origem do nome Mucilon. Ocorre que, reeditadas agora, as primeiras ilustrações do cereal traziam a definição: “Produto especial para o preparo rápido de mucilagem de arroz”. Compartilhando suas cinco primeiras letras com as da marca de cereais, a palavra mucilagem é definida nos dicionários como “substância gelatinosa que contém proteína e polissacárides, obtida especialmente de invólucros de sementes”. MODERNIZAÇÃo – Aço mais fino e tampa conveniente reforçam comemoração

Companhia Metalúrgica Prada www.prada.com.br (11) 5682-1000

Sonoco For-Plas www.sonofor-plas.com.br (11) 5097-2750

AMBIVALÊNCIA – Blisters do Kit Rasera podem ser expostos tanto em gancheiras quanto nas prateleiras, em pé

Regionalização sem dor Blister adapta inovação mundial para depilação aos padrões do mercado local

A

s rotinas atribuladas, ponteadas pela opressora escassez de tempo, já não são alavancas exclusivas dos negócios em delivery e em fast food. Fora das raias da alimentação, o consumo prático e rápido tem inspirado até a criação de produtos para a vaidade. Exemplo é dado pelo Veet Kit Rasera, um inovador lançamento mundial da Reckitt Benckiser para depilação. Desenvolvido para contornar situações emergenciais, quando a mulher não encontra tempo para programar sua depilação em salões de estética, o kit consiste numa loção de ação rápida acompanhada por uma espátula plástica, que remove os pêlos sem utilizar lâminas. “Iremos preencher uma lacuna do mercado nacional, com a oferta de um depilatório rápido, prático, seguro e de ação tônica para a pele”, comenta Alexandre Moreno, geren18 >>> EmbalagemMarca >>> dezembro 2005

te de marketing da Reckitt Benckiser brasileira. Apostando no sucesso dessa novidade junto à consumidora daqui, a multinacional angloholandesa decidiu lançá-la numa embalagem exclusiva, adaptada aos gostos e convenções do mercado interno. Quem amealhou o briefing dessa tarefa foi a DIL Brands. Marina Sanchez, diretora de atendimento da agência, rememora que três premissas básicas foram estabelecidas como guias para o projeto. Primeiro, a utilização da transparência, objetivando a assimilação do caráter inovador do lançamento pelo público. Para garantir empatia com o alvo do produto, determinou-se o uso de linhas arredondadas, de modo a obter uma peça com formato feminino e compacto. A versatilidade para exposição foi uma última exigência. Somadas às questões de custos industriais, faci-

FOTOS: DIVULGAÇÃO

making of >>> higiene e beleza

lidade de fornecimento, praticidade e segurança, tais coordenadas levaram a DIL a conceber a idéia de um blister do tipo cartela e skin com furações para gancheiras, mas capaz também de ficar em pé nas prateleiras graças a um apoio em sua base. “Concluímos que assim o kit poderia ser colocado tanto em gancheiras próximas às das lâminas femininas quanto nas gôndolas de depilatórios, junto a outros cremes, loções e ceras”, explica Marina. “E essa ambivalência garantiria conformidade a qualquer canal de vendas, pois o produto não só seria distribuído ao grande varejo, mas também às farmácias e a outros pontos-de-venda menores.”

Ajudas do CAD e da mulher Com essa idéia, a DIL iniciou a criação estrutural da embalagem, num trabalho conjunto de seus escritórios de São Paulo e de Santiago, no Chile. As idéias evoluíram para croquis virtuais com o auxílio de duas afamadas suítes de softwares para modelagem tridimensional, o Alias Studio e o PTC Pro/ENGINEER. Variadas propostas de formatos foram criadas, das quais o marketing da Reckitt Benckiser pinçou as quatro que mais lhe agradaram. “Partimos então para a construção de mock-ups”, conta Marina. Valorizando o adágio do manda quem pode, obedece quem tem juízo, a Reckitt Benckiser escalou um grupo de consumidoras para opinar sobre os protótipos. Os resultados da pesquisa acenaram a uma estrutura que dispõe bisnaga e espátula lado a lado, sem alinhá-las. A DIL refinou o conceito até chegar ao formato definitivo do blister.

20 >>> EmbalagemMarca >>> dezembro 2005

LEQUE – DIL Brands criou série de opções de estruturas para o blister

C-Pack (11) 5564-1299 www.c-pack.com.br DIL Brands (11) 4191-9711 www.dilbrands.com Ibratec (11) 4789-4200 www.ibratecgrafica.com.br

IMPACTO – Farto material de apoio no PDV completou o projeto

Definida a forma, a agência encetou os projetos gráficos da cartela e da bisnaga da loção. O desafio, nessa etapa, foi estabelecer visuais personalizados a partir dos padrões de identidade que controlam uma marca global como Veet. “Fizemos uma transposição utilizando cores mais chamativas que as das embalagens internacionais do produto, mais afeitas aos códigos visuais presentes no Brasil”, conta Marina. A regionalização influenciou na predominância de tons avermelhados, próximos ao magenta, para a versão Floral, e na de tons de verde para a variante Aloe Vera. Na impressão das cartelas de papel cartão dos blisters, a Ibratec, de Barueri (SP), emprega off-set quatro cores no frontal e uma no verso. Já as bisnagas plásticas, coextrusadas com polietileno de baixa densidade (PEBD) e EVOH (copolímero de etileno e álcool vinílico), são decoradas em dry off-set, com cinco cores mais verniz brilhante, nas linhas da fornecedora, a C-Pack, de São José (SC). Detalhe inovador: esses tubos são fechados com tampas flip-top de orientação definida, ou seja, o orifício de abertura fica sempre alinhado ao painel frontal da embalagem. “Isso transmite uma sensação de uniformidade do produto nas gôndolas”, divulga Fabio Yassuda, diretor comercial da C-Pack. A chave de ouro do projeto foi a criação de material gráfico de apoio para ponto-de-venda. A DIL Brands projetou broadsides, lâminas de vendas, folhetos informativos, displays, faixas de gôndola e stoppers com take one e gancheiras para escoltar o Kit Rasera nas lojas. Todas essas peças destacam imagens da garota Veet, modelo vencedora de um concurso de fotogenia recentemente promovido pela Reckitt Benckiser.

Mistura na hora exata

Lata inteligente viabiliza bebida antigripal ao formulá-la no momento do consumo

22 >>> EmbalagemMarca >>> dezembro 2005

FOTOS

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AÇÃO

E

m desabalada evolução, o mercado americano de bebidas funcionais acaba de abrir espaço a uma novidade cuja embalagem, uma lata de alumínio, desempenha papel crucial em sua função, a de prevenir o consumidor de gripes e resfriados. Acontece que a Defense, da Brain Twist, é a primeira bebida a ser lançada na latinha inteligente FreshCan, criada pela Ball Europe (antiga Schmalbach-Lubeca). Detalhada numa edição anterior de EMBALAGEMMARCA (nº 70, junho de 2005), essa embalagem permite que indústrias de bebidas driblem a comprovada perda gradual de eficácia que vitaminas e minerais sofrem em soluções aquosas. Uma cápsula plástica impermeável no interior da latinha, chamada FreshCan Wedge, faz com que o coquetel antigripal efervescente da Defense – composto por vitaminas C, A, B2 e E, zinco, pectina e cálcio – se misture ao líquido somente no momento do consumo. O segredo do funcionamento da FreshCan é a diferença de pressão. Quando o consumidor abre a latinha, a queda da pressão em seu interior aciona a tampa do compartimento plástico, liberando os ingredientes funcionais, sensíveis à água. Segundo a Brain Twist, é necessário esperar trinta segundos até o suplemento vitamínico dissolver-se adequadamente dentro da latinha. “O som da cápsula batendo nas paredes da lata e o barulho da efervescência, na abertura, criam verdadeiras referências para nossa marca”, comenta Larry Trachtenbroit, presidente e CEO da Brain Twist. Para comunicar a inovação ao consumidor, as laterais das latinhas das duas versões da Defense – Laranja e Limão – estampam ilustrações da cápsula em ação. Para os Estados Unidos, a Ball licenciou a tecnologia FreshCan para a gigante química alemã Degussa, que criou uma divisão especial para prospectá-la ao mercado, a FreshTech Beverages (a propósito, no site dessa empresa – www.freshcan.com – há um vídeo mostrando a latinha inteligente em ação). No Brasil, informações sobre a tecnologia podem ser obtidas através da Latapack-Ball.

ATIVAÇÃO – Tecnologia FreshCan garante que as vitaminas da Defense sejam misturadas ao líquido somente na abertura da latinha; uma cápsula plástica, no interior da embalagem, libera os ingredientes efervescentes (ao lado)

Ball Europe www.ball-europe.com Degussa FreshTech Beverages www.freshcan.com Latapack-Ball (11) 3040-2800 [email protected]

feira >>> fispal nordeste

Nordeste, um país a ser de Com crescimento superior ao do conjunto do país, a região tem PIB próximo ao da Argentina e situação geográfica favorável às exportações. E está recebendo fortes investimentos em infra-estrutura Por Wilson Palhares, de Recife

U

m país ainda não descoberto totalmente pelo próprio país. Esse é o nordeste do Brasil, na definição do secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Esporte de Pernambuco, Alexandre Valença, ao referir-se ao potencial de negócios representado por uma região que tem, segundo suas palavras, “um produto interno bruto e uma população quase do tamanho dos da Argentina, com localização que a coloca como privilegiada plataforma de exportação e importação para a Europa e para os Estados Unidos”. É uma descrição cujos reflexos puderam ser conferidos de forma concreta na terceira edição da Fispal Nordeste, realizada de 8 a 11 de novembro último no Centro de Convenções de Olinda (PE). Segundo Marco Mastrandonakis, diretor comercial da Fispal, o evento, maior nesta do que em suas duas edições anteriores, reuniu 250 expositores fabricantes de equipamentos, embalagens e insumos para a cadeia alimentícia, em 10 000m² de área ocupada, gerou estimados 770 milhões de reais em negócios e recebeu mais 24 >>> EmbalagemMarca >>> dezembro 2005

de 25 mil visitantes. A opinião de componentes desse público, em parte reproduzida a seguir, corrobora a sensação de que a economia do nordeste passa por um momento virtuoso. Dada sua especialização, EMBALAGEMMARCA dá aqui ênfase a empresas representativas da área relacionada a embalagem presentes ao evento. Embora a Fispal Nordeste tenha como componentes tão ou mais expressivos os setores de alimentos e bebidas (o principal), o de cozinhas profissionais e o de processos (que envolve tecnologia de automação, logística e matériasprimas para alimentos), o campo da embalagem demonstra ter muito dinamismo, a ponto de uma feira específica, a Embala Nordeste, estar programada para agosto do próximo ano no mesmo local (ver quadro na página 27). Quanto ao alto potencial exportador da região, fala por ele o fato de estar servindo de mola propulsora ao projeto dos organizadores da Fispal de transformar a empresa, realizadora de feiras, numa agência internacional privada para o desenvolvimento do mercado de alimentos, com

FOTOS: DIVULGAÇÃO

scoberto

o nome de IMA – Instituto Mercadológico das Américas (ver quadro na página 26). De resto, as boas perspectivas de crescimento da região são ilustradas pelos expressivos investimentos que vêm sendo feitos em infraestrutura nos Estados nordestinos, especialmente em Pernambuco, e que trazem em si alto poder gerador de novos negócios. Nos últimos vinte meses foram anunciados projetos superiores a 20 bilhões de dólares na região, lembra o engenheiro civil Luiz Moura de Santanna, consultor na área de projetos de infra-estrutura com escritório em Recife. Dentre eles, Moura destaca a construção do estaleiro da Camargo Correia no Porto de Suape e, na vizinhança, do pólo petroquímico da Mossi & Ghisolfi, que a multinacional de origem italiana anuncia como a maior fábrica de resina PET do mundo. A propósito, esses dois empreendimentos foram invariavelmente citados nos depoimentos de expositores ouvidos por EMBALAGEMMARCA. Veja a seguir alguns desses testemunhos. dezembro 2005 <<<

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Tecnologia e inovação “O principal motivo de nossa presença na feira é a parceria que há muito tempo mantemos com os organizadores da feira, cuja sacola oficial é fornecida por nós. Viemos como apoiadores. Viemos também fazer prospecção de possíveis clientes e ver como trabalham. Percebemos que os fornecedores são conservadores no atendimento regional, nota-se que há espaço para diferencial tecnológico e inovação. Essa situação pode representar uma oportunidade, mas não foi possível identificar se o cliente potencial percebe e paga por isso. A maioria dos produtos de consumo é apresentada em embalagens flexíveis, devido certamente ao baixo poder aquisitivo e de consumo da população da região. No entanto, percebe-se que, criando-se diferenciais, produtos locais têm oportunidade de ganhar outros mercados. É o que busca a Antilhas, que não tem por alvo o mercado de commodities.” Maurício Groke, diretor comercial da Antilhas

Aposta na região Uma empresa que investe em diferenciais e aposta na região é a Norvinco, moderníssima indústria de caixas de papelão com sede em Maceió, Alagoas. Seu diretor comercial sintetiza a filosofia de trabalho da empresa: “Trabalhamos com o foco do cliente, compreendendo as particularidades de seus produtos e desenvolvendo embalagens com soluções inovadoras e econômicas, raciona-

NORVINCO Modernidade e investimento em diferenciais

lizando os custos de logística e distribuição. Gerenciamos o estoque do cliente, garantindo uma reposição ágil, graças a reservas estratégicas de matéria-prima. Com isso, embora convivamos com a super oferta que se nota em todas as áreas, a empresa cresce ao ritmo do nordeste, que mostra níveis superiores aos dos índices nacionais. Os investimentos que vêm sendo feitos na região vão gerar mais empregos e, conseqüentemente, mais consumo. Dá para notar esse clima nesta feira.” Jurg Hassenstein, diretor comercial da Norvinco – Indústria de Embalagem Nordeste Ltda.

Porta de entrada “O mercado do nordeste cresce cada vez mais. É a terceira vez que a Caeté (de Campo Bom, RS) vem para a Fispal Nordeste, além de participar da Fispal de São Paulo. Atendemos o

Nova força para as exportações com alto valor agregado Além de mostrar o vigor econômico da região, a Fispal Nordeste serviu como plataforma de lançamento do projeto de criação do Instituto Mercadológico das Américas (IMA). Sintonizada com a meta da Fispal de ir além do negócio de organização de feiras, reposicionando-se como uma agência privada de desenvolvimento do mercado de alimentos, a entidade visa contribuir para que o Brasil consolide-se como um exportador de manufaturados com valor agregado. Segundo o

criador da iniciativa e também fundador da Fispal, Ricardo Santos Neto, um dos alvos iniciais do IMA será o mercado étnico representado por latinos e negros que moram nos Estados Unidos. Durante a Fispal Nordeste, a idéia foi apresentada ao Secretário de Produção Rural de Pernambuco, Ricardo Rodrigues, que a avaliou positivamente, destacando a possibilidade de abertura de novos mercados para os produtores locais. O economista Sérgio Iunis, que

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nos últimos cinco anos esteve na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), foi escolhido como diretor de integração e desenvolvimento comercial do IMA. Entre suas atribuições há o desafio de contribuir para o desenvolvimento de novos parques industriais no Brasil, integrando-os ao mercado externo, principalmente com os Estados Unidos. “Queremos que o Brasil deixe de ser um fornecedor de commodities e as transforme industrialmente, com valor agregado e qualidade”, ele resume.

mercado regional com papel cartão há cinco anos, sobretudo em camarão, que foi nossa porta de entrada no mercado. A empresa é bem sucedida devido à qualidade e à logística que oferece. Com a parceria que mantemos com a Ripasa, estamos abrindo novos mercados na área, em cujo crescimento apostamos firmemente.” Jorge Luiz de Oliveira, diretor comercial da Caeté Embalagens

Valor agregado “O Nordeste já é realidade em si e para a Narita, que já tem máquinas roll label colocadas na região. A indústria da região está agregando valor, por isso estamos lançando aqui nossa linha MZ. Participamos sempre da Fispal Nordeste.” Alessandro Carlo Angeli, diretor presidente da Narita Indústria e Comércio Ltda.

Mais uma fábrica “Já estamos muito presentes no Nordeste, cujo mercado, principalmente no setor de alimen-

tos, vem crescendo. Tanto é que a empresa está estudando a possibilidade de montar uma planta na região, possivelmente no sul da Bahia.” José Djair dos Santos Lima, gerente de vendas da Zaraplast S/A.

Sul-sudeste saturado “Hoje, cerca de 25% de nossa capacidade de produção é voltada para o nordeste. Percebemos que o potencial da região está crescendo, ao contrário do que ocorre no mercado do Sul-sudeste, que está de certa forma saturado. A cada ano mais indústrias se estabelecem na região. Está ocorrendo uma descentralização das indústrias usuárias de embalagens e de fabricantes de embalagens, entre elas as de flexíveis, razão por que a Abief criou coordenadorias regionais, uma delas no Nordeste.” Rogério Mani, diretor comercial do Grupo Sol e presidente da Abief – Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis

Mira no embalo Um coquetel realizado no dia 27 de setembro num espaço de eventos na praia de Boa Viagem, no Recife, serviu de tiro de largada para uma feira que também irá mirar a dinamização dos negócios em embalagens no Nordeste brasileiro, a Embala Nordeste. O evento acontecerá de 14 a 17 de agosto de 2006 no Centro de Convenções de Pernambuco, e conta com apoio do governo daquele Estado. Segundo André Mozetic, diretor da Greenfield Business Promotion, empresa organizadora da feira, a Embala Nordeste será uma chance de modernização de linhas de embalagem para as indústrias da região. “Cerca de 68% dos principais grupos industriais já aportaram na região, que é a segunda maior consumidora de embalagens do país”, afirma o profissional. A expectativa é que o evento gere negócios da ordem de 350 milhões de reais. Maiores informações podem ser obtidas em www.embalaweb.com. br ou pelo telefone (11) 5184-1515. dezembro 2005 <<<

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Grande marca A consultoria de estratégia e gestão de marca FutureBrand BC&H anunciou que irá fechar 2005 com crescimento 24% maior que o do ano passado. A agência, que em 2002 era formada por 42 pessoas, hoje conta com 84 colaboradores, e é a subsidiária da FutureBrand, companhia controlada pelo grupo IPG presente em mais de vinte países, que mais cresce – já responde por 7% das receitas líquidas da multinacional.

Cargas perigosas em questão Motivo de apreensão de setores como o de tintas e vernizes (ver EMBALAGEMMARCA nº 72, agosto de 2005), a Resolução 420 da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), órgão vinculado ao Ministério do Transporte, foi tema de um evento realizado no fim de outubro em São Paulo. Organizado pela Concepta, até agora o único laboratório acreditado pelo Inmetro para a certificação de embalagens de produtos químicos e derivados – que será obrigatória, conforme a nova regulamentação –, o encontro reuniu pessoal do Inmetro e da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) para esclarecer as indústrias. “Para o fabricante da

Bemis muda A americana Bemis, controladora da Dixie Toga no Brasil, anunciou a transferência de sua sede corporativa de Minneapolis, no Estado de Minnesota, para Neenah, no Wisconsin. Jeff Curler, CEO da Bemis, explica que a mudança, a ser consolidada até maio de 2006, visa “manter o time executivo mais próximo das maiores operações da companhia”. Ambiente bom A fabricante de resinas termoplásticas Politeno conquistou, pelo quinto ano consecutivo, o Prêmio Sesi de Qualidade no Trabalho (PSQT-categoria regional), em 2005. A premiação é baseada em pesquisa sobre o grau de satisfação dos funcionários, segurança e relacionamento. Nos últimos cinco anos a petroquímica aplicou 1,3 milhão de reais em programas de treinamento e qualificação profissional de seus empregados. Aniversário A subsidiária brasileira da fabricante japonesa de rolamentos NSK está completando 35 anos. Entre outros setores, a empresa fornece soluções para indústrias petroquímicas, de papel e celulose e de vidro e cerâmica.

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FONTE: CETESB

Presença ao lado A Braskem irá abrir uma filial na Argentina em 2006. Sob o nome Braskem SRL, a empresa irá comercializar resinas termoplásticas no país vizinho, que hoje é atendido por um distribuidor, a Altaplastica. “Queremos melhorar a margem na venda internacional”, afirmou José Carlos Grubisich, presidente da Braskem.

embalagem, fazer a certificação agora significa sair de uma fila e chegar aos seus clientes antes da concorrência”, argumentou Sérgio Couto, sócio-diretor da Concepta. Marcos Barradas, responsável pela área de produtos perigosos do Inmetro, informou que outros laboratórios, além da Concepta, irão realizar a certificação de embalagens. Segundo ele, a publicação oficial da Resolução 420 deveria ocorrer até o fim de novembro, com o estabelecimento de um prazo para as empresas certificarem suas embalagens para cargas perigosas. Esse prazo ainda não havia sido definido. A tendência é que ele varie de 12 a 18 meses.

(11) 6604-7106 • www.concepta.com.br

37,4% das emergências ambientais envolvem acidentes no transporte rodoviário de carga perigosa

Fusão cria Sidel mais abrangente Após concluir a aquisição da fabricante de máquinas de enchimento Simonazzi junto ao grupo suíço SIG, a Tetra Laval iniciou em outubro a fusão desse negócio com outra importante marca de equipamentos de embalagem de seu portfólio, a Sidel. “A união permitirá aos clientes dirigir-se a um único fornecedor para satisfazer as necessidades de envase de todos os tipos de líquidos alimentares, em garrafas de plástico, de vidro ou em latas”, afirma Gérard Stricher, presidente da nova companhia, que manterá o nome Sidel.

Ela terá 5 000 funcionários, escritórios em trinta países e sedes em Le Havre (França) para o sopro de embalagens e em Parma (Itália) para enchimento. Cinco marcas serão trabalhadas pela nova empresa: Sidel (sopro), Simonazzi (enchimento), Gebo (transportadores), Alfa (etiquetadoras) e Cermex (empacotadoras e encaixotadoras). “Através delas nós cobrimos, com tecnologia de ponta e renome, todos os equipamentoschave das linhas de envasamento”, diz Stricher.

(11) 3783-8814 • www.sidel.com

Caixinha, nova vítima de e-mail apócrifo Meses atrás fora a latinha de alumínio culpada por casos fatais de leptospirose. Agora, quem estrela uma sinistra história que circula por correio eletrônico é a embalagem longa vida de leite. Segundo o e-mail, caixinhas de leite encalhadas nas lojas retornam às fábricas para uma “repasteurização”, sendo então distribuídas novamente ao varejo. O autor, anônimo, avisa: um

número estampado na base das caixinhas indicaria a quantidade de “recauchutagens” do produto, numa escala que vai até 5 – quão maior o número, maior seria o risco de o leite coalhar e menor o seu teor nutricional (veja a imagem). Ofertas atraentes nos supermercados, diz a mensagem, seriam de leites de número 4 e 5. Em resposta, a Tetra Pak esclarece que o alerta não passa de um hoax, ou seja, uma lenda urbana popularizada pela internet. “Tal operação seria impossível, até porque o preço da embalagem é bem maior que o do produto”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Leite, Jorge Rubez. A Tetra Pak informa: o número de 1 a 5 acima do seqüencial é impresso na ocasião da produção da embalagem e refere-se ao seu posicionamento na bobina a partir da qual ela é formada.

(11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br

“O tempo médio do design dos produtos, que

antes era de dez anos, diminuiu para quatro ou cinco anos. A concorrência cresceu e a toda hora há novidades, o que exige renovação periódica das embalagens para a manutenção da competitividade”

Wal-Mart abraça bandejas verdes Em mais um reflexo da alta dos preços do petróleo, o Wal-Mart anunciou que bandejas termoformadas com a resina NatureWorks PLA, produzida a partir de amido de milho, serão utilizadas nas lojas de sua cadeia Sam’s Club. Inicialmente essas embalagens irão acondicionar frutas e hortaliças. “Com a mudança iremos economizar o equivalente a 800 000 galões de gasolina por ano e diminuir as emissões de gases danosos ao ambiente”, diz Matt Kistler, vice-presidente de marcas próprias do Sam’s Club. “Além de ser uma fonte natural renovável a cada ano, o milho tem um preço estável há décadas”, afirma Dennis McGrew, vice-presidente de marketing da NatureWorks LLC, empresa originária da parceria que a Cargill e a Dow costuraram no início de 2000 para a comercialização da resina verde.

www.natureworksllc.com

De Ricardo David, gerente de engenharia da Sinimplast, sobre a atualização das embalagens dos xampus Seda, da Unilever, uma das principais marcas atendidas pela transformadora, com 20 milhões de frascos de polietileno de alta densidade fornecidos por mês

Estímulo a projetos do bem A Abief – Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis anunciou a criação de uma parceria com o Plastivida – Instituto Sócio-ambiental do Plástico durante um evento de fim de ano, realizado no dia 16 de novembro em São Paulo. Segundo Rogério Mani, presidente da Abief, a idéia é estimular a

criação de projetos sócio-ambientais específicos para a indústria de embalagens plásticas flexíveis. A Abief também apresentou, no mesmo evento, um vídeo institucional do setor, que traça um panorama da indústria de flexíveis no Brasil dos pontos de vista mercadológico e tecnológico.

(11) 3032-4092 • www.abief.com.br dezembro 2005 <<<

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tendências e perspectivas 2006

A roda produtiva tende Além de uma análise conjuntural favorável ao desempenho do varejo, EMBALAGEMMARCA Por Leandro Haberli (*)

A

cada ano, particularmente neste período em que as empresas se dedicam a organizar os passos a dar no exercício seguinte, reforçase a convicção de que os homens de negócios no Brasil são mesmo grandes especialistas em administração. Afinal, mais para bem do que para mal, eles conseguem levar adiante seus empreendimentos, num país em que as crises políticas desabrocham espontaneamente ou por semeadura de protagonistas interessados acima de tudo na própria carreira e na própria bolsa; em que as garantias jurídicas a investimentos ficam à mercê dos humores, não do reto julgamento, de altos magistrados; e em que os comandantes do barco têm – quando têm – precários planos de navegação. Ante tal quadro, não podendo definir direções com base em diretrizes, números e estatísticas confiáveis, resta aos empresários e executivos tentar detectar movimentos e estabelecer possíveis ações para quando eles ocorrerem. A fim de ajudá-los nessa tarefa, identificando inclinações e oportunidades para a cadeia de embalagem, esta sétima edição sucessiva

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da reportagem especial sobre Tendências e Perspectivas na área, elaborada regularmente nesta época do ano, listou alguns pontos aos quais será interessante estar atento em 2006. Relacionados antes ao universo dos profissionais de marketing do que ao dos economistas, esses fatores muitas vezes refletem uma das principais preocupações de quem atua no ramo de embalagem: as mudanças de comportamento do consumidor. Porém, os possíveis cenários do ano vindouro não são traçados apenas com base em eventuais ou já confirmados desempenhos de produtos nas gôndolas. Esta edição de Tendências e Perspectivas também pretendeu buscar nos indicadores econômicos algum embasamento para suas análises. Longe de querer prever com precisão decimal o desempenho do país em 2006, a escolha dessa metodologia justifica-se pela possibilidade de ajudar na sinalização de caminhos e na identificação de oportunidades de negócios. A partir das diferentes projeções e expectativas macroeconômicas levadas em consideração, pode-se concluir que, da mesma forma que

a girar com mais força traz a seguir sete pontos aos quais será interessante estar atento em 2006 no final do exercício anterior era esperado um 2005 sem grandes surpresas e com crescimento, o panorama para o próximo ano é positivo. Isso também fica claro na entrevista da página 42, com o economista Salomão Quadros, da Fundação Getúlio Vargas. A reforçar o otimismo há um conjunto de indicadores econômicos que, a despeito da crise política com a qual o Brasil convive há mais de seis meses, está entre os melhores desde que o serviço Tendências e Perspectivas foi publicado pela primeira vez, em dezembro de 1999.

Enfim uma base Apesar do balanço favorável, soa extravagante a idéia de que “nunca tivemos uma conjugação de fatores tão positivos neste país desde a época de JK”, como declarou recentemente o presidente Lula. Mas, descontados com generosidade os abalos de credibilidade, as incertezas de sempre e as que ganharam força com as denúncias de corrupção, pode-se até dizer que o país começou a construir uma base para deixar de ser “eternamente emergente”, tomando emprestada outra declaração presidencial. A se

considerar que em 2006 teremos eleições, também essa afirmação parece demasiada. Mas os dados que a nutrem são variados, e, à medida que indicam projeções relativas ao desempenho do varejo, podem ser significativos também para o mercado de embalagem. No campo conjuntural as boas notícias começam pela inflação, que fecha 2005 girando em torno de 5%, com previsões de que não ultrapassará 4,5% em 2006. No universo das gôndolas, esse panorama não favorece apenas idas mais freqüentes aos supermercados, dado o fim da necessidade de fazer compras em grandes volumes como forma de blindar-se contra a rápida desvalorização da moeda. O controle inflacionário também tende a apadrinhar a disseminação de embalagens menores e produtos fracionados. Num outro flanco da conjuntura macroeconômica, é digno de comemoração o início da queda dos juros, ainda que a velocidades bem menores do que as desejáveis. De todo modo, as taxas estavam a 25% dois anos atrás, e agora orbitam ao redor de 18%. Ainda são altas, mas a perspectiva é de queda progressi-

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tendências e perspectivas 2006 va. No mercado de embalagem esse processo venda de bens semiduráveis e não duráveis, pode refletir-se de forma mais visível no nicho para os quais as embalagens representam de de equipamentos. Os fabricantes nacionais forma efetiva o tão comentado papel de venpoderão concorrer de forma mais competitiva dedor silencioso. Se tudo der certo, a massa com as máquinas de embalagem asiáticas, que salarial crescerá 5% em 2006. Tal desempenho, chegam a ser compradas por aqui pelo preço somado ao crescimento do emprego formal do aço fundido no Brasil. O panorama de juros em níveis superiores ao do emprego informal, em queda poderá refletir ainda nos índices de resultaria no terceiro ano de crescimento conconsumo, puxando para cima o desempenho secutivo da massa salarial, algo que não ocorria do varejo em geral. desde os primeiros anos do Plano Real. Infelizmente as boas notícias são acomNo balanço de perdas e ganhos, é corrobopanhadas por conhecidos aspectos negativos. rada a tese de que teremos um ano melhor. É É o caso do nada animador desempenho do claro que celebrações antecipadas sempre exiPIB. Poderá fechar o ano próximo a módicos gem grandes doses de cautela. O alto custo do 2,5%, 3%, depois de ter sido redimensionado crédito, por exemplo, poderá continuar reprepara baixo em decorrência de um desenrosando investimentos. Porém, nesse campo deslar econômico negativo no terceiro trimestre. pontou outra aparente boa notícia: no ranking Para muitos analistas não há motivos dos países preferidos pelas empresas para vislumbrar desempenho muito estrangeiras para investimentos direEmbora o PIB de 2005 superior em 2006. É algo indiscutiveltenha sido redimensionado tos, o Brasil ocupa o quinto lugar. mente decepcionante quando se pensa Fica a esperança de que isso favoreça para baixo em decorrência que países também classificados como investimentos na área de embalagem. emergentes, como a Índia e a próVenha de onde vier o dinheiro, é de um desenrolar pria vizinha Argentina, conseguiram desejável que diminua a distância econômico negativo no converter a abundância de liqüidez que separa o Brasil da China, país terceiro trimestre, em 2006 que no mesmo levantamento ocupa a internacional em fortes taxas de crescimento de seus produtos internos, primeira posição, seguido de Estados a massa salarial poderá superando a barreira dos 8%. Unidos, Índia e Rússia. crescer pelo terceiro ano Outro aspecto que preocupa é a A despeito de todas as adversidaconsecutivo, algo que não valorização do real, com o comportades, se não há no ar motivos para altas ocorria desde os primeiros doses de otimismo, na análise fria dos mento do câmbio começando a minar uma das principais forças motrizes da números os indícios de que a roda anos do Plano Real economia brasileira. Recorde-se que produtiva irá girar com mais força nos últimos meses o ritmo de crescimento das em 2006 são inequívocos. Compartilhando exportações diminuiu. Como resultado, depois essa esperança, a seguir são destacados difede acumular alta de 90% nos últimos três anos, rentes fatores que no entendimento da equipe as exportações poderão estacionar em 2006. de EMBALAGEMMARCA merecem atenção dos Tal estagnação tem potencial para influir profissionais de embalagem no decorrer dos negativamente na indústria de embalagem, que próximos meses. Obviamente, eles não chevinha aproveitando a onda de exportação para gam perto de encerrar todas as oportunidades aumentar as vendas de sistemas com maior que o próximo ano trará. valor agregado e até de embalagens vazias já Outra ressalva é que muitos desses pontos acabadas para o exterior. De modo particular, já são bem conhecidos pelos leitores, e até o setor de papelão ondulado, responsável pela foram temas de reportagens recentes publicaprodução de boa parte das caixas de despacho das pela revista. No entanto, dada a possibiusadas em ações de exportação, também pode lidade de se tornarem potenciais geradores de ser afetado na eventualidade de um arrefecinegócios em 2006, o reforço à memória pode mento das vendas lá fora. ser útil. Para facilitar, o trabalho foi organizado A contornar esses e outros malogros há a agrupando-se situações, ou “pontos”, aos quais expectativa de maior recuperação do empreconvém dedicar especial atenção – sem, é go e da renda, que beneficiaria diretamente a claro, descuidar do trivial.

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 Contract packaging Se ainda não obteve êxito em sua consagração como importante voz política mundial, um objetivo governamental dos últimos cinco anos, o Brasil se alinhou definitivamente, nesse mesmo período, ao cenário global do negócio de embalagens. Prova disso é que hoje dezoito dos vinte maiores grupos mundiais de embalagem estão presentes no país. Em 1999, eles eram dez. Dada essa inserção, as tendências de embalagem dos grandes centros têm pousado por aqui com maior velocidade. Nessa medida, o próximo ano poderá ser decisivo para um movimento ruidoso nos países mais industrializados, mas que no Brasil dá seus primeiros passos: a terceirização dos serviços de embalagem. Não se fala em outra coisa nos Estados Unidos. Motor de um negócio denominado contract packaging pelos americanos, o outsourcing em embalagem (não só prestações de serviços, mas até a alienação temporária de linhas inteiras de acondicionamento de produtos) já movimenta mais de

ALVO DAS ATENÇÕES – Visitantes da Pack Expo Las Vegas no pavilhão dedicado ao outsourcing

20 bilhões de dólares por ano em solo ianque, conforme situa a consultoria Packaging Strategies. Diante da expectativa de que essa prática cresça a taxas médias de 15% pelo menos nos próximos cinco anos, a edição de 2005 da feira americana de embalagens Pack Expo Las Vegas até inaugurou um espaço exclusivo para ela, o Contract Packaging Pavillion. Para os especialistas do PMMI – Packaging

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tendências e perspectivas 2006

 A força da Copa Ações promocionais representam um dos movimentos mais previsíveis no varejo em 2006, ano em que será realizada a Copa do Mundo da Alemanha, em junho próximo. Visando ao aumento da visibilidade de suas marcas, principalmente fabricantes de bebidas

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PROMOCIONAIS – Embalagens alusivas à Copa da Alemanha: grandes oportunidades em 2006

FOTOS: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

Machinery Manufacturers Institute, a entidade organizadora da Pack Expo, a onda da terceirização de serviços de embalagem faz todo sentido. “As indústrias entregam todas as preocupações com acondicionamento e produção de recipientes e envoltórios às contratadas, podendo dedicar maior tempo àqueles que devem ser seus verdadeiros focos, a pesquisa, o desenvolvimento e o fortalecimento de marcas”, entende Bob Risley, presidente do conselho consultivo do PMMI. Certos sinais de que 2006 pode ser o ano do tapete estendido ao contract packaging vêm sendo dados nos últimos meses. A paulistana Arco Convert, conhecida prestadora de serviços da área de embalagens flexíveis, acaba de inaugurar seu sistema “a fasson” (do francês “sob encomenda”) de impressão em rotogravura, capaz de atender altas tiragens em até oito cores. Meses atrás outra empresa, a Extol, de Salto (SP), estreou na área de terceirização de acondicionamento de cosméticos e de itens de higiene pessoal, como cremes dentais. Como não poderia deixar de ser, essa tendência já tem seus reflexos na área de hardware. O contract packaging faz crescer a demanda por equipamentos mais enxutos e flexíveis – principalmente impressoras e rotuladoras versáteis, capazes de trabalhar com múltiplos substratos, formatos e sistemas, adaptadas a pequenas tiragens, que garantam ligeiras configurações e trocas de serviço e cujo desembolso seja amortizável em curto prazo. Para as prestadoras de serviço, essas máquinas significam a aptidão para atender as variadas necessidades da clientela. Outro fator que sorri ao outsourcing em embalagem diz respeito aos serviços temporários e sob demanda. Assim, embalagens promocionais também poderão impulsionar de modo efetivo o contract packaging no Brasil.

já começaram a intensificar as promoções comerciais associadas às partidas, tendo nesse tipo de ação a embalagem como mídia fundamental, que fala diretamente com o consumidor. As empresas que querem colocar a estratégia em prática podem ser ajudadas por algumas recomendações. Segundo especialistas, os prazos envolvidos na viabilização de uma ação dessa natureza constituem fator determinante para alcançar bons resultados. Nesse sentido, as empresas que pretendem explorar visualmente a Copa do Mundo nas embalagens de seus produtos devem se apressar. Muitas, por sinal, já fizeram isso. A Gerência Nacional de Promoções Comerciais (GEPCO), órgão da Caixa Econômica Federal (CEF) responsável pela expedição da autorização de promoções comerciais, já estaria analisando um número de processos consideravelmente elevado para esta época do ano. Conseqüentemente, muitos integrantes da cadeia do packaging, especialmente nas áreas de rótulos, latas de alumínio, tampas e frascos plásticos, já iniciaram a produção de edições comemorativas à Copa do Mundo. Materiais, efeitos e acabamentos especiais, como hot-stamping e tintas iridescentes, podem ser uma boa maneira de diferenciar produtos e sistemas de acondicionamento destinados a promover a distribuição de prêmios, por exemplo. Em termos de decoração de embalagem, o uso de heat shrink labels também deve continuar crescendo em 2006, apoiado não apenas

pelas promoções ligadas à Copa do Mundo, mas também pelo aumento da produção e da importação de filmes termoencolhíveis, num movimento que foi visível também em 2005. Outra dica para as empresas usuárias de embalagem é que, além do prazo, é preciso considerar o que pode e o que não pode ser feito, em matéria legal, na concepção de uma promoção comercial. “Se as questões legais não forem observadas na ponta do lápis a empresa poderá não obter a autorização da CEF”, declarou a advogada Vanessa P. B. Fonseca, especialista no tema.

 Perfis específicos A importância de públicos diferenciados no faturamento das empresas explodiu nos últimos anos, e tende a crescer ainda mais em 2006. Tudo indica que a disseminação de consumidores com perfis específicos, a exemplo dos acima de 50 anos, ou mesmo daqueles que moram sós, os chamados singles, irá demandar quantidades crescentes de embalagens com características especiais. Nesse cenário, um movimento de mercado que tende a recrudescer no ano que vem é o de bebidas e alimentos orgânicos. O consumo desses produtos, que hoje vão de vinhos e cervejas a óleos, carnes, ovos e sucos, aumenta 30% a cada ano, apesar de o preço ser a partir de 30% mais caro que o dos

ORGÂNICOS – Vidro e rótulos termoencolhíveis pegam carona no crescimento do setor

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tendências e perspectivas 2006 produtos convencionais. O fenômeno poderá abrir mais espaço para embalagens elaboradas a partir de materiais ambientalmente corretos, a exemplo dos plásticos de rápida degradação e dos cartões reciclados. Na parte de flexíveis, a onda natural também pode favorecer ainda mais os filmes de BOPP fosco, que estão em evidência no mercado de snacks. No caso de bebidas orgânicas, nota-se ainda uma clara preferência por embalagens de vidro, que pode significar mais fôlego para o material na disputa com garrafas plásticas e latas. Outro importante nicho que deve demandar produtos e embalagens com características especiais é o de consumidores maduros. No Brasil já há mais de 27 milhões de pessoas acima de 50 anos, com perspectivas de aumento nos próximos anos. Estima-se que esses consumidores injetam na economia até 30 bilhões de reais por mês. Mercados como o de cosméticos já perceberam a importância do filão, e vêm apostando, por exemplo, em cremes anti-sinais específicos para quem já atravessou a barreira dos 50. Um dos aspectos que deve pesar cada vez mais no desenvolvimento de embalagens voltadas a públicos maduros é a maior conveniência de consumo. Boa parte da responsabilidade cabe aí a sistemas de fechamento de fácil abertura. Aliás, além de ampliarem espaço para licenciamentos de marcas e personagens, os lançamentos que miram as crianças também poderão dinamizar esse

CONVENIÊNCIA – Públicos cada vez mais segmentados abrem caminho para fechamentos mais práticos

MIRINS – Além de movimentar licenciamentos, produtos infantis favorecerão ainda mais as porções menores

INSTANTÂNEOS Mercado de refeições rápidas sinaliza oportunidades para cadeia de embalagens

tipo de solução, da mesma forma que as mudanças na maneira como as pessoas consomem possivelmente farão os fabricantes de bens de consumo buscar tampas e selos mais e mais convenientes. Essa tendência deve ser impulsionada ainda pelo crescimento das vendas de produtos fracionados, que podem ser mais difíceis de abrir porque em seus sistemas de fechamento há menos área de superfície para agarrar. A multiplicação de pequenas e rápidas refeições e a consolidação do chamado consumo nômade também merecem atenção. Tudo indica que tais mudanças aumentarão a busca por embalagens que sejam fáceis de abrir enquanto se dirige um carro ou se caminha pela rua, por exemplo. Outra tendência auspiciosa está ligada à chamada “geração canguru”. Trata-se de jovens adultos que, a despeito de terem alcançado independência financeira, ainda moram com os pais. Sem a responsabilidade de arcar com as despesas de uma casa, têm a possibilidade de gastar boa parte do que recebem em supérfluos, de alimentos e bebidas a eletrônicos e roupas. Portanto, estratégias voltadas a esse crescente nicho poderão render bons negócios.

 Varejo baixa renda A despeito das expectativas de que o cenário formado por juros mais baixos, inflação sob controle e expansão do PIB acima de 3% favo-

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FOTOS: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

recerá o aumento da massa salarial em 2006, o interesse das empresas pelos consumidores com menor poder aquisitivo deve continuar crescendo. Representando 77% da população brasileira, as classes C, D e E têm confirmado para muitas empresas a tese de que as camadas de baixa renda concentram hoje as melhores oportunidades de crescimento. Convém olhar com crescente atenção o mercado nordestino, que definitivamente parece estar entrando numa fase promissora, como foi possível observar durante a terceira edição da Fispal Nordeste, realizada em Olinda (PE), em novembro último (ver reportagem na página 24). A população da região, sempre classificada como “grande potencial de consumo”, vem sendo beneficiada por novas realidades econômicas e acostumando-se a hábitos de consumo bem diferentes dos vividos dez anos atrás, embora o poder aquisitivo da maioria ainda esteja distante do desejável. Nesse quadro, o setor que tem possivelmente mais motivos para celebrar a crescente importância do varejo de baixa renda é a cadeia de flexíveis. Compensando a ressalva do aumento de preço dos filmes num cenário de agravamento da crise do petróleo, as embalagens flexíveis mantêm o apelo de alternativa mais econômica a outros materiais de acondicionamento. Pegue-se o exemplo dos cereais matinais que nos últimos anos foram lançados sem os tradicionais cartuchos cartonados. Apresentando-se aos consumidores apenas com invólucros plásticos flexíveis, esses produtos multiplicaram-se nas gôndolas, e tendem a crescer ainda mais no campo das marcas intermediárias. Outro caso a reforçar

CONTENÇÃO – Renda espremida favorece setor de flexíveis (foto no alto da página), e também amplia espaço para embalagens com menos produto acondicionado

MAIS EM CONTA – Apelo de venda dos invólucros do tipo refil também pode ganhar força

a percepção de que os filmes plásticos podem ser favorecidos pela relevância das camadas de menor poder aquisitivo é visto nas gôndolas de achocolatados. A versão pouch de alguns desses produtos destaca a economia em relação aos potes plásticos. No caso de marcas líderes, estratégias semelhantes também poderão ganhar força como forma de frear as investidas dos chamados produtos de combate. A atividade do setor de flexíveis ainda pode ser puxada pelo aumento da produção de embalagens do tipo refil, outra forma de oferecer ao consumidor produtos mais em conta. Um dos sistemas beneficiados por esse movimento é o de stand-up pouches. As estruturas flexíveis com base sanfonada vêm sorrindo ao aumento do uso de embalagens do tipo refil, como provam algumas marcas de ceras líquidas. Do mercado de home care, aliás, vem outra demonstração da necessidade de oferecer produtos mais econômicos, mesmo em se tratando de marcas líderes. Na área de limpeza doméstica embalagens plásticas rígidas também são vendidas como invólucros do tipo refil, cuja diferença em relação às apresentações tradicionais pode restringir-se à ausência de acessórios como gatilho de aplicação. Somado à renda espremida, um leque de oferta de bens de consumo e serviços cada

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tendências e perspectivas 2006 vez maior também pode acelerar novidades de embalagem. Um dos desafios dos fabricantes de produtos não duráveis é manter cativos consumidores que abrem mão de determinados alimentos e bebidas para custear gastos crescentes com telefonia, tevê por assinatura e internet. Para lidar com esse público, as empresas têm buscado reduzir custos, apostando no barateamento do preço unitário de seus produtos. Tem ficado claro, no entanto, que ações dessa natureza nem sempre ocorrem em detrimento da qualidade. Nessa medida, tal tendência torna ainda mais promissoras as embalagens individuais e as porções menores.

mais e mais sofisticação. Por sinal, esses produtos alcançaram no Brasil um estágio que especialistas vêm definindo como “segunda geração das marcas próprias”. Além de itens com vários posicionamentos de preço, fabricados também pelas grandes indústrias, e não apenas por pequenos fornecedores, essa condição inclui o incremento de novas categorias de produtos. Entre elas, Roberto Nascimento, diretor nacional de marcas próprias da rede americana Wal Mart, que recentemente lançou um livro sobre o assunto, aponta o segmento de beleza e higiene pessoal como um dos que apresentam maior campo de crescimento para os rótulos das redes de varejo. Para ele, com a multiplicação e a profissionalização das redes de drogarias, as cestas de produtos de higiene pessoal com marcas próprias tendem a ter aceitação crescente entre os consumidores brasileiros.

 Rótulos los do varejo

STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

Ao lado do crescente foco na qualidade e nos investimentos em marketing como forma de fidelizar clientes, a progressiva participação das marcas próprias no faturamento das redes varejistas só tende a aumentar ainda mais a importância desse filão. Nos próximos dois anos é previsto que as marcas próprias representarão 10% da receita dos supermercados no país. É um salto e tanto, considerando que em 2003 a participação desse tipo de produtos no varejo brasileiro girava em torno de 5%. A continuidade da evolução dos rótulos de redes de varejo, que lá fora têm sido importantes estimuladores dos serviços de terceirização de embalagem, também poderá sorrir ao crescimento do contract packaging no Brasil. Terceirizadas ou não, as embalagens das marcas próprias do varejo buscarão transmitir

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 Fracionáveis

SINAL VERDE – Laboratórios estão autorizados a produzir medicamentos fracionados

TENDÊNCIA – Para especialista, marcas próprias devem multiplicar-se nas redes de drogaria

No campo de embalagens farmacêuticas, um movimento ao qual convém ficar atento em 2006 diz respeito à venda de remédios fracionados no Brasil. No final do segundo trimestre deste ano a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o comércio de medicamento em embalagens unitárias. Apenas recentemente, no entanto, os remédios fracionados começaram a ser produzidos no Brasil, a princípio por uma única empresa far-

macêutica. Em novembro último o laboratório Medley lançou o antibiótico cefalexina, tradicionalmente vendido em embalagens mínimas de oito comprimidos, em blisters fracionáveis. Pioneira no Brasil, a estratégia abarcou inicialmente a produção de 2 000 unidades. O teste não vai servir só para analisar o perfil do consumidor, mas também a capacidade de as farmácias se adaptarem à venda do fracionado. A comercialização de medicamentos em embalagens com menos unidades tem sido feita em pouquíssimos lugares. Enquanto os laboratórios têm de pedir autorização para a Anvisa, o aval às farmácias é concedido pelas vigilâncias sanitárias locais. Apesar das dificuldades para se obter o sinal verde das autoridades, a expectativa é que esse modelo de negócios cresça no Brasil, dinamizando a demanda de embalagens, especialmente de blisters, pela indústria farmacêutica.

 Smart packs

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Se há no mercado de embalagens previsões que não envolvem risco de erro, a de que o futuro sorri aos acondicionamentos inteligentes é provavelmente uma delas. Numa visão abrangente, o conceito pode abarcar desde microchips aplicados em rótulos a materiais de acondicionamento capazes de prolongar o prazo de validade de um alimento, ou ainda indicar quando o produto acondicionado encontra-se com alguma característica não desejável. No caso da rotulagem, a expectativa é de que as etiquetas dotadas de sistemas de iden-

LÁ FORA JÁ É REALIDADE – Etiquetas inteligentes tendem a tornar-se comuns nas caixas de despacho

IMINENTES – Nova geração de rotuladoras pode dinamizar adoção de sistemas RFID na cadeia logística

tificação por radiofreqüência (RFID, na sigla em inglês) comecem a ser adotadas de modo gradual nas caixas de despacho, tornando-se um instrumento de apoio aos profissionais de logística. O movimento já foi iniciado lá fora, especialmente na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil espera-se que o RFID finalmente ganhe algum fôlego em 2006. Fabricantes de rotuladoras, por sinal, já começaram a oferecer equipamentos capazes de aplicar os circuitos nas etiquetas, o que pode acelerar a adoção da tecnologia na cadeia de embalagens. Quanto a novos materiais de acondicionamento, pairam expectativas promissoras em torno da nanotecnologia. O desenvolvimento de produtos baseados em técnicas capazes de manipulações no nível molecular promete revoluções impensáveis até pouco tempo atrás. Nessa perspectiva, é aguardada a adoção no Brasil das chamadas embalagens ativas, isto é, que podem mudar de cor, absorver oxigênio, eliminar odores ou mesmo monitorar modificações de umidade e temperatura no ambiente. A reforçar essa expectativa há diferentes lançamentos nacionais de tintas e plásticos elaborados com nanotecnologia, na maioria das vezes como resultado de parcerias tecnológicas entre empresas e universidades. As aplicações industriais desse tipo de material podem começar a acontecer em 2006, mesmo que em pequenas escalas.

PRECISÃO MOLECULAR – Oferta de materias de embalagem elaborados com nanotecnologia deve crescer em 2006

(*) Colaborou Guilherme Kamio

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tendências e perspectivas 2006 >>> entrevista

“Tudo aponta para a expansão, mas sem motivo para euforia”

O

ito anos atrás, a Abre – Associação Brasileira de Embalagem costurou um convênio com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para que esta passasse a realizar acompanhamentos regulares do desempenho econômico do setor de embalagens. A parceria deu início a uma tradição: a divulgação dos balanços do instituto de economia em cafés da manhã promovidos pela entidade de classe. Esses eventos adquiriram caráter obrigatório para os grandes tomadores de decisão da indústria de embalagem e, em conseqüência, começaram a atrair também altos executivos das indústrias usuárias de embalagens. Para se ter idéia, a mais recente edição desse encontro, realizada em agosto num hotel em São Paulo, contava com lotação total de suas cadeiras. Quem costumeiramente comanda essas apresentações é o economista Salomão Quadros. Há 25 anos na FGV, na qual hoje ocupa o posto de coordenador de Análises Econômicas, Quadros desenhou para EMBALAGEMMARCA um quadro dos prováveis rumos macroeconômicos para 2006, ilustrando como eles poderão incidir sobre o negócio de embalagens no Brasil. Vacinado pelo desempenho ciclotímico de 2005, o profissional repele qualquer euforia para o próximo ano, mas crê num cenário melhor. “O clima é de ceticismo, mas um 2006 mais favorável é exeqüível”, ele entende. Uma recente sondagem conjuntural realizada pela FGV junto a 1 015 indústrias revelou pouco otimismo em relação ao próximo ano. A maior parte do empresariado mostra-se menos confiante que no fim de 2004, e não espera mais que um crescimento moderado dos negócios em 2006. O senhor compartilha dessa sensação quanto ao provável desempenho do exercício que se aproxima?

De fato, a pesquisa prevê um 2006 menos favorável. O otimismo empresarial realmente diminuiu. No entanto, acho que é preciso levar em conta que essas impressões foram colhidas num momento péssimo, logo após uma produção muito fraca no terceiro trimestre e ainda sem indicativos de grande progresso e compensações no quarto trimestre. A situação empresarial foi fotografada num momento ruim, e entendo que um pouco do sentimento momentâneo pode estar sendo projetado para o futuro. Se as condições atuais prevalecerem, realmente poderemos não ter um ano melhor. Mas tudo indica que elas não irão se prolongar em 2006. Primeiro, porque o Banco Central sinaliza que os cortes na taxa de juros irão prosseguir. Embora eu não acredite que o BC será mais audacioso, cortando mais que meio ponto por vez, como muita gente pede, também acho que o ritmo dos cortes não irá desacelerar. Mesmo com o conservadorismo dessa gestão econômica, acho que poderemos chegar ao meio de 2006 com uma taxa até três pontos abaixo da atual. Isso fará diferença, irá melhorar o clima entre o empresariado e irá ajudar um pouco mais nos investimentos. A política de juros transformou-se num emblema das discussões sobre política econômica, mas outras variáveis parecem caminhar num sentido positivo para a conjuntura em 2006, não é? Sim. Além da questão dos juros, teremos inflação em queda e, quiçá, uma política fiscal que, sem afetar a credibilidade que tem dado ao país, consiga gerar alguma expansão com uma gestão melhor dos gastos, com definição de projetos. O nível de emprego, sobretudo o emprego formal, não sofreu nenhuma interrupção, a massa salarial continua crescendo... O petróleo, depois de subir boa parte do ano,

Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas, antevê as possibilidades macroeconômicas e

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DIVULGAÇÃO

da cadeia de embalagem para o próximo ano

tendências e perspectivas 2006 >>> entrevista no último mês e meio já vem numa fase de ligeiro recuo, mostrando que não vive uma escalada sem fim, ininterrupta. No cenário internacional as coisas estão bastante razoáveis. Muitos países emergentes estão em situação melhor que a do Brasil. Com a alta do petróleo e um superávit no balanço de pagamentos fantástico, a Rússia está muito bem. A China não pára de crescer. No outro córner, os Estados Unidos estão conseguindo tourear a situação do petróleo subindo gradativamente sua taxa de juros. Em suma, os planos interno e externo mostram condições favoráveis, embora sempre tenhamos de levar em conta imprevisibilidades, fatores que podem surpreender.

de. Mesmo que se compensem as quedas de volume com preço, a tendência é que a coisa não cresça muito, ou que até termine empatada. Para o mercado interno, porém, o câmbio valorizado afetou os custos de matérias-primas de modo geral, e nisso o setor de embalagens teve um alívio importante neste ano. Então, o câmbio depreciado não impacta decisivamente o negócio de embalagens pelo lado das exportações diretas e barateia os insumos, mas em contrapartida estreita o canal indireto de vendas de embalagens que são as exportações em geral. Há vantagens e desvantagens, mas, num balanço final, uma certa desvalorização cambial acaba sendo melhor para o setor de embalagens, como para o grosso das grandes atividades industriais.

“A taxa de juros tende a recuar ainda mais, a

inflação está em queda, o

câmbio tende a desvalori-

Se de fato o viés de queda da taxa de juros se mantiver, é possível prever uma desvalorização cambial, o que muitos setores produtivos estão rezando para que aconteça... Diversos setores vêm se queixando, e com razão, da forte apreciação do câmbio. O câmbio está bom para determinadas atividades, mas está influindo em baixa competitividade dos manufaturados. Há uma ligação imediata entre taxa de juros e taxa cambial. Os juros internos estão recuando e as taxas internacionais estão subindo, ainda que moderadamente. Com o diferencial em queda, a atratividade do capital, sobretudo o de curto prazo, arrefece. Se as coisas caminharem nos parâmetros atuais, a tendência é que os investidores estrangeiros mais conservadores passem a considerar que o esgarçamento do diferencial da taxa brasileira e da americana não faça valer a pena correr riscos. Acredito que vamos sentir nos primeiros três meses do ano que vem uma pequena mudança da taxa de câmbio. No entanto, quando as eleições se aproximarem, com todas as incertezas que ela traz, podemos ter alguma surpresa na área cambial.

zar, o nível de emprego se

Muita gente entende que o dólar baixo foi o fiel da balança para o desempenho do segmento de embalagens plásticas neste ano, compensando os preços em alta do petróleo, já que as resinas são cotadas na moeda americana. O senhor interpreta a situação dessa maneira? Nos últimos três meses os preços das resinas voltaram a subir, mas, se olharmos desde o início do ano, os preços desses materiais caíram. Mesmo com a alta do petróleo, a performance das embalagens de plástico em 2005 é uma surpresa positiva. É difícil explicar, até porque ainda não fizemos uma análise rigorosa do ano inteiro, mas acho que os desempenhos em baixa de outros setores podem ajudar a entender o bom ano para os plásticos. O setor de embalagens metálicas, por exemplo, vem caindo o ano todo. Já estava fraco o ano passado e este ano sua situação se agravou. Segundo nossas previsões, a produção de metálicas será 6% menor que a de 2004. Daí ser possível que o plástico venha se favorecendo de espaços não cobertos pelas latas, de migrações de apresentação em linhas de produtos. O setor de plásticos fechará o ano com o melhor desempenho na indústria de embalagens. Embalagens de madeira também terão bom resultado, mas madeira é residual, pesa 2% na receita do setor. O setor mais importante, o que mais vende, representativo de 35% da indústria de embalagens, é o de plástico. Esperamos um crescimento consolidado de 5% para esse setor neste ano.

manteve e a massa salarial continua crescendo.

O cenário externo vai

razoavelmente bem e a

alta do petróleo arrefeceu. Os sinais são bons”

Falando especificamente do setor de embalagens, essa esperada depreciação cambial será mais benéfica ou prejudicial? Convém observar que embora as exportações sejam importantes e estratégicas, elas ainda pesam muito pouco no desempenho do setor de embalagens. O setor exportou no ano passado perto de 300 milhões de dólares, e neste ano talvez exporte até um pouquinho menos, porque todas as manufaturas estão sofrendo com falta de competitivida44 >>> EmbalagemMarca >>> dezembro 2005

Continuemos a falar da indústria de embalagens. No evento de apresentação do balanço do desempenho dessa

área no primeiro semestre, feita em agosto, em São Paulo, sob encomenda da Abre – Associação Brasileira de Embalagem, o senhor disse que o setor provavelmente fecharia o ano de 2005 com um crescimento tímido, abaixo dos 2%. Aquela estimativa será concretizada? O segundo semestre de 2004 havia sido muito bom, com o setor de embalagens crescendo a taxas de dois dígitos em alguns meses, e por isso esperávamos uma desaceleração da atividade neste ano. Eu já alertava, no início do ano, que aquelas taxas eram insustentáveis. Só que imaginávamos que o ano iria começar com 4,5%, desacelerando gradativamente. Aí veio um primeiro semestre com crescimento muito baixo, de pouco mais de 1% em relação ao período anterior. Soubemos que as projeções mais positivas não iriam se verificar, e aí surgiu uma dúvida: o primeiro semestre era uma decorrência normal posterior a um período de muito aquecimento, antecedendo um ajuste e a retomada da trajetória, ou a coisa já entrava numa área de turbulência? Em agosto eu achava que a coisa estava mais para o primeiro cenário, até porque eu já dispunha dos dados do segundo trimestre apontando uma melhora, um crescimento de 2,6% – a impressão era de que depois dessa freada meio brusca nós já estaríamos voltando à vida um pouco melhor. Mas o terceiro trimestre foi terrível, e

até por isso as estimativas para o PIB foram revisadas. O setor de embalagens voltou a cair depois de quatro trimestres consecutivos de crescimento. Os bens não duráveis, que se utilizam muito de embalagens, tiveram forte desaceleração em setembro e outubro. Mas a desaceleração de embalagens foi muito mais forte que a da maioria dos outros setores. Então, aquela previsão de que o setor poderia fechar o ano ainda com evolução na faixa de 1,5%, por exemplo, já não vai se verificar. Não vai haver tempo, mesmo que possamos ter no último trimestre do ano uma nova recuperação. Vivemos nesse ziguezague. Se a maior consumidora de embalagens, a indústria de alimentos, vive uma retração, como mostram as pesquisas da FGV, é certo esperar a continuidade de bons ventos para os setores de farmacêuticos e cosméticos e perfumaria, que seguraram em boa parte a receita da indústria de embalagens em 2005? Tudo indica que esses desempenhos irão continuar. Mas uma coisa vem me chamando a atenção. Como todas as atividades da economia, o desempenho dos principais usuários de embalagem sofreu com o terceiro trimestre, mas criou-se um descolamento muito grande entre esses setores e o setor de embalagens. Veja só: enquanto a área

dezembro 2005 <<<

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tendências e perspectivas 2006 >>> entrevista de embalagens teve uma queda de 3,4%, alguns setores de não duráveis experimentaram um crescimento de 2,5%, 3%. Grosso modo, enquanto usuários crescem três pontos, os fornecedores caem três pontos. É difícil entender. Embora ambos andem no mesmo sentido, o da desaceleração, as magnitudes são muito diferentes. Uma possível interpretação para isso é que, com o desaquecimento do primeiro trimestre, que o pegou no contrapé, é possível que o setor de embalagens tenha ficado excessivamente estocado. Então, no decorrer do ano, em vez de atender à demanda com nova produção, tentou-se atendê-la utilizando um pouco dos estoques que foram se acumulando no primeiro trimestre. Observei que várias empresas de embalagem utilizaram essa estratégia de ir baixando os estoques antes de retomar a produção. Por isso, creio que a demanda um pouco maior no quarto trimestre já irá pegar os fornecedores de embalagem numa posição mais ajustada de estoques. Como dois terços da indústria usam estoques, a variável estoque é muito importante para explicar esse tipo de descasamento que às vezes acontece entre o setor que demanda com o setor que fornece.

ter expansão das operações de crédito consignado, ou seja, de venda de não duráveis, pois a renda da população continua crescendo – meio que vegetativamente, é verdade, porque o país cresce devagar. Nessa medida, o negócio de embalagens não viverá nada de extraordinário no ano que vem. Podemos dizer assim: em 2005 poderemos ficar mais que num zero a zero, com crescimento positivo, porém muito pequeno. No ano que vem poderemos ter um cenário expansivo, mas sem espetáculo.

“O negócio de embalagens não viverá nada de

O senhor já abordou, rapidamente, uma outra componente que irá influenciar o desempenho econômico em 2006, ainda que não seja estritamente da área econômica: as eleições. Observa-se que uma parcela considerável do empresariado já se mostra apreensivo, lembrando das turbulências ocorridas em 2002. O senhor acredita que o processo eleitoral de 2006 poderá refletir na conjuntura econômica de modo tão pesado e negativo como sucedeu quase quatro anos atrás? Todo ano eleitoral traz incertezas que podem refletir em um pouco de risco para a economia. Mas este ano proporcionou um bom teste para 2006. Não temos uma instabilidade política própria de uma véspera de eleição, mas pôde-se fazer um ensaio, até porque o que está acontecendo já tem a eleição como motivação. E a economia está aí. Não podemos dizer que ela passou totalmente incólume, pois não há capacidade para saber se a desaceleração que aconteceu no terceiro trimestre deu-se totalmente independente da política ou se as incertezas políticas contaminaram de algum modo as decisões econômicas. É possível, embora não tenhamos uma medida muito precisa e saibamos que houve razões econômicas para essa desaceleração. Mas, em suma, não há motivo para enfrentarmos nada parecido a 2002, porque lá o país enfrentou uma incerteza política sem um embasamento econômico. Ainda tínhamos déficit no balanço de pagamentos e o ajuste que tinha começado tempos atrás, com a flexibilização do câmbio, foi parcial. Já tivemos um mega-déficit em transações correntes. Agora não. O Brasil vai entrar no ano eleitoral com um resultado em conta corrente sem precedente, de pelo menos 10 bilhões de reais. Mesmo que enfrentemos uma turbulência, uma fuga de capital, a repercussão será menor. Óbvio que não poderemos baixar a guarda. Fiquemos atentos.

extraordinário no próximo ano. Em 2005 poderemos ficar mais que num zero a zero, com

crescimento positivo,

porém muito pequeno.

No ano que vem é provável um cenário expansivo, mas sem espetáculo”

De qualquer forma, parece que os setores de medicamentos e de produtos de beleza estão mais blindados à crise. Nesse sentido, o setor de embalagens pode seguir tentando equilibrar a equação produção e receita explorando ainda mais esses mercados? O investimento em embalagens de maior valor agregado pode ser uma saída para os negócios dos grandes grupos de embalagem? Acredito que sim. Estamos vindo de dois anos de expansão da renda, de expansão do emprego. Com isso, as possibilidades de consumo também vão melhorando, as pessoas vão colocando em dia seus atrasos de consumo, adquirem produtos de maior valor adicionado. Veja, estou fazendo uma análise estritamente qualitativa, desprovida de números como alicerces e sem base para cálculos, mas entendo que esse raciocínio é correto. Na verdade, é impossível esperar uma explosão no consumo de bens não duráveis, porque eles não são alavancados por crédito. As vendas de bens duráveis, os investimentos e todos os mercados de produtos de consumo planejado sofrem oscilações, mas o consumo de não duráveis é distribuído. Continuaremos a 46 >>> EmbalagemMarca >>> dezembro 2005

tendências e perspectivas 2006 >>> artigo

O alerta das embalagens Alfried Karl Plöger*

48 >>> EmbalagemMarca >>> dezembro 2005

ILUSTRAÇÃO: HIROSHI TANIGUTI

O

mercado mundial de embalagens movimentou 459 bilhões de dólares em 2004, devendo crescer cerca de 4% ao ano até 2009, quando, estima-se, atingirá 556 bilhões de dólares. Os dados constam de estudo mercadológico que acaba de ser divulgado pela Pira International e a World Packaging Organization (WPO). Chamam atenção, no relatório, as previsões relativas ao crescimento na Índia (14,2% ao ano, chegando a 13 bilhões de dólares em 2009) e à China (8,2% e 51 bilhões de dólares, respectivamente). Na Europa Central e Oriental, o mercado de embalagens da Polônia é o que deverá ter crescimento mais rápido (11% ao ano), galgando ao patamar de 6 bilhões de dólares em 2009. A Rússia, porém, continuará liderando o segmento na região, com 18,5 bilhões de dólares naquele ano. No Brasil, que não aparece no documento da Pira divulgado em seu site mundial, o crescimento do setor de embalagens em 2004 foi de aproximadamente 19%. No caso específico das embalagens de papel e cartão, produzidas pela indústria gráfica, o faturamento subiu de 920 milhões de dólares, em 2003, para 1,15 bilhão de dólares em 2004. Em todo o mundo, segundo o estudo internacional, o papel e o cartão são os materiais mais utilizados para a produção de embalagens e seu consumo com esta finalidade, em 2004, movimentou 176 bilhões de dólares. O crescimento médio previsto é de 4,2% ao ano, com resultado estimado em 216 bilhões de dólares em 2009. Considerando que a indústria gráfica brasileira como um todo e a de embalagens, em particular, não deverão repetir neste e nos próximos exercícios os resultados de 2004, torna-se preocupante a previsão de crescimento, neste segmento, dos mercados da China e da Índia. Primeiramente, porque as embalagens são termômetros de toda a economia. Ou seja, sua produção cresce na proporção em que se expande o consumo de

alimentos, produtos de higiene, eletroeletrônicos e todos os itens que precisam de invólucro para chegar ao consumidor final. Então, é inevitável perguntar: será que, diante das mazelas político-econômicas da Nação, continuaremos crescendo menos do que nossos concorrentes na economia global? Vejamos o que nos dizem os números mais recentes da produção industrial como um todo: o Indicador do Nível de Atividade (INA) da Fiesp e do Ciesp registrou, em julho último, na comparação com junho, recuo de 1,4%, sem ajuste, e 2,5%, com ajuste. O mesmo índice, em agosto, foi pífio, apontando crescimento, em comparação ao mês anterior, de 4,4%, sem ajuste, e de apenas 0,9%, com ajuste. Contudo, há outras razões mais específicas para nos preocuparmos ao comparar alguns dados do estudo da Pira e da WPO com estatísticas da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf). Tal análise sugere que se acendam as luzes de alerta. O primeiro documento aponta aumento

expressivo da produção de embalagens na China; na análise de desempenho do setor no primeiro quadrimestre de 2005, a Abigraf registra significativa redução das vendas externas de embalagens, um dos principais produtos da pauta de exportação da indústria gráfica brasileira, em especial caixas e cartonagens dobráveis de papel ou cartão. No primeiro quadrimestre de 2005, as exportações desses itens totalizaram 4,8 milhões de dólares, ante 19,7 milhões de dólares em igual período de 2004, com recuo de 75,4%. Uma das principais causas dessa queda foi o aumento da participação da China no promissor mercado. Evidencia-se, no caso, um efeito direto da política de câmbio sobrevalorizado, que não atinge as commodities e os produtos com preços internacionalizados, mas prejudica muito alguns segmentos específicos. Também fica claro o quanto é difícil competir com economias artificialmente reguladas, manejadas pelo orçamento estatal, poluídas por subsídios e estimuladas por salários simbólicos. Afinal, a análise correta de estudos e estatísticas permite delinear com clareza o movimento dos mercados, diagnosticar causas e identificar onde o Brasil está perdendo espaço e competitividade. No caso das embalagens, particularmente as produzidas pelo setor gráfico, o cruzamento de todos os dados não deixa dúvida de que a indústria chinesa do segmento já está no vácuo das concorrentes brasileiras, beneficiando-se de seus “diferenciais competitivos” e de nossas fraquezas, como o câmbio, os juros altos, os impostos exagerados, o mensalão, o mensalinho e a eterna dificuldade de realizar as reformas necessárias ao estabelecimento de um duradouro ciclo de crescimento. A Nação, em especial nos momentos em que o Estado encontra-se mais frágil no plano moral e ético, tem de impor as virtudes da democracia, reivindicando com legitimidade que as instituições voltem-se

à defesa dos interesses dos cidadãos, dos setores produtivos e da sociedade. Não se pode tolerar um hiato de governabilidade de 15 meses, até a posse do novo governo e instalação da próxima legislatura federal, em janeiro de 2007. É muito tempo de paralisia para um país que ainda não venceu a batalha do desenvolvimento. A rotina nacional não pode limitar-se à displicência, à chanchada brasiliense e ao constrangimento com os quais corrompidos e corruptores expõem este país ao mundo. Que se apurem rigorosamente os fatos e se punam os culpados, mas que se mantenha a agenda mínima de governança e trabalho parlamentar. É preciso auscultar o conteúdo dos estudos econômicos e os diagnósticos dos setores de atividade. A embalagem é, hoje, item de imensa importância nas distintas cadeias produtivas. Além de facilitar o fluxo do consumo, contribuir para toda a operação logística e garantir a qualidade dos produtos, ainda agrega valor e é importante como ferramenta de marketing e fator de decisão de compra na ponta do varejo. Além de tudo isso, as embalagens veiculam agora, a quem interessar possa, importante mensagem de alerta, alusiva aos números e estatísticas nacionais e internacionais. A propósito: quem é mesmo que queria reconhecer a China como economia de mercado?

“No caso das embalagens produzidas pelo setor gráfico, não há dúvida de que a indústria chinesa do segmento já está no vácuo das concorrentes brasileiras, beneficiando-se de seus ‘diferenciais competitivos’ e de nossas fraquezas”

*Alfried Plöger é presidente da Abigraf Regional São Paulo (Associação Brasileira da Indústria Gráfica) e da Associação Brasileira das Companhias de Capital Aberto (Abrasca).

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metálicas >>> pet food

A hora dos gatos Depois dos cães, felinos ganham ração seca em lata de aço com fechamento especial

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FOTOS

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e a primazia foi canina, a vez é felina. Que se explique. Nos últimos quatro anos algumas rações secas para cães ganharam o mercado em latas de aço. Agora, pela primeira vez, uma opção dessa natureza chega para atender os gatos adulados pelos brasileiros. A novidade em questão é a linha de rações secas super premium Ciclos Gatos, da Socil, empresa pertencente ao grupo francês Evialis. Ela chega aos supermercados e ao chamado varejo pet acondicionada na lata de aço com sistema de fechamento Bat-plus, da Brasilata. Conforme explica a fabricante, a comercialização de alimentos para felinos de estimação em latinhas faz todo sentido. “Gatos são animais muito seletivos e enjoam dos alimentos com facilidade”, afirma a coordenadora de veterinária da Socil, Daniela de Brito. “Como a lata propicia alta proteção contra a umidade, a ração se mantém sempre seca e crocante, o que é importante para esses animais no quesito palatabilidade.” João Vicente Tuma, diretor da Divisão Alimentícia da Brasilata, lembra ainda que a lata oferece conveniência na hora de servir o produto. Um anel em formato de funil direciona a saída da ração, ajudando a evitar desperdícios. Além disso, a tampa plástica com alça incorporada permite abrir e fechar a lata repetidamente, preservando o alimento após sua abertura. Decorada em litografia, as embalagens são apresentadas em três versões que distinguem as fases da vida do animal: Croissance, de cor lilás e impressão em cinco cores, para filhotes com até um ano de idade; Adulto, de cor pink e impressão também em cinco cores; e Senior, de cor amarela e impressão em seis cores, para gatos a partir

EXIGÊNCIA – Segundo a Socil, lata de aço ajuda a preservar o sabor e a textura da ração seca, fator importante para gatos, animais de paladar aguçado

Brasilata (11) 3871-8500 www.brasilata.com.br

dos sete anos. Todas trazem informações nutricionais em quatro idiomas (português, espanhol, inglês e francês), uma vez que a linha é exportada para o Chile, a Venezuela e alguns países europeus. Segundo a gerente de exportação da Brasilata, Camila Trujillo, algumas amostras, com a marca Socil, já foram enviadas aos Estados Unidos e as negociações com atuantes do mercado de pet food desse país “são promissoras”. Lançada em meados de 2004, a Bat-plus já acumula uma série de prêmios de embalagem, tendo sido utilizada no acondicionamento de detergente em pó, lava louças e alimentos. A própria Socil já a adotara numa ração para cães, a Croc Baby Vegetais, em maio deste ano (lançamento detalhado em EMBALAGEMMARCA nº 71, julho de 2005), com capacidade de 900g. Atualmente ela é a única usuária dessa lata no segmento de pet food.

celulósicas >>> pet food

Ceia dos cachorros Edição natalina de ração inova com cartucho “para presente”

O

s cães – por que não? – também merecem seu repasto de Natal. É o que propõe a fabricante paulista de rações premium Premier Pet. Acontece que a empresa está lançando uma edição especial natalina de sua família de rações Premier Ambientes Internos, dirigida a cães que vivem dentro dos domicílios, em contato íntimo com seus donos (os componentes nutricionais dessa linha prometem uma pelagem mais saudável e fezes em menor volume e com odor reduzido). E, sob o espírito de regalo de fim de ano, ainda que para animais de estimação, a novidade chega às lojas num cartucho de papel cartão de formato inovador, que faz as vezes de um verdadeiro embrulho de presente. Confeccionado pela Gonçalves Indústria Gráfica, de Barueri (SP), o recipiente cartonado, para 1,5 quilo de alimento, é fechado no topo por uma série de arqueamentos de suas paredes. Essa construção alude ao desenho de uma pétala. Em tempo: para não deixar os cães só na vontade diante da ceia dos humanos, a Edição de Natal da ração contém em sua fórmula peru e frutas cristalizadas.

PÉTALA – Topo do cartucho lembra o desenho de uma flor

Gonçalves (11) 4689-4700 www.goncalves.com.br

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EmbalagemMarca <<< 51

Cartilha de RFID

Dicas sobre conversão e impressão úteis para leigos e especialistas

I

nteressada em divulgar suas soluções destinadas a impressão e codificação de rótulos com sistemas de identificação por radiofreqüência (RFID), a Zebra Technologies elaborou uma lista de recomendações e dicas para convertedores e usuários de embalagens interessados na tecnologia. Os diferentes

tópicos trazem informações e conselhos que podem ser úteis a todos, de leigos a conhecedores avançados. Junto à cartilha, a empresa aponta a ratificação de novos protocolos para a identificação por radiofreqüência, afirmando que tal processo já começou a acelerar a adoção da tecnologia em diferentes cadeias de suprimentos.

1) Escolha adequada. Para obter bons resultados, é importante que a etiqueta RFID seja compatível com a impressora/codificadora. A velocidade de transmissão de dados, a memória, o formato da antena e as características de impressão também necessitam de uma análise prévia, para garantir o desempenho do projeto. 2) Testes prévios. É importante que o convertedor obtenha as especificações de colocação do transponder do fabricante da impressora/ codificadora antes da produção das etiquetas. Os testes ajudam a garantir que as etiquetas atendam às especificações solicitadas. 3) Armazenagem apropriada. As etiquetas RFID devem ser mantidas em ambientes com temperatura preferencialmente estável, entre 15,5 e 95 graus Celsius. Evitar exposições a descargas eletro estáticas (ESD), que podem afetar o desempenho do produto. Em local com baixo nível de umidade, tapetes ou roupas antiestáticas são recomendadas para contrabalançar os níveis de ESD. 4) A importância dos treinamentos. Treinar as pessoas para que conheçam as configurações opcionais da impressora/codificadora, assim como as características e requisitos especiais da tecnologia RFID em seu ambiente de trabalho, ajuda a eliminar possíveis erros no momento de imprimir etiquetas RFID. 5) Ajuste de precisão. É importante que a impressora/codificadora armazene as medidas corretas da distância entre etiquetas antes do processo de codificação. Sempre que se carrega a impressora/codificadora com um novo lote ou rolo de etiquetas inteligentes – a menos que as mesmas venham com especificações do for-

necedor para operar nesse modelo e a impressora/codificadora esteja configurada com essas especificações – as etiquetas devem ser ajustadas para garantir um alinhamento adequado. Nas impressoras/codificadoras com funcionalidade de ajuste automático, esta operação será realizada de forma mais rápida. 6) Componentes indesejados. Refletores dos sinais de radiofreqüência e fontes de interferência RFID, materiais metálicos devem ser evitados. As etiquetas que contêm tinta metálica podem impedir que a codificação seja bemsucedida, além de limitar a faixa de leitura. 7) Cuidados com os líquidos. Água e outros líquidos constituem obstáculo para o desempenho satisfatório do sistema RFID. Os líquidos podem absorver os sinais de radiofreqüência, limitando a faixa ou impedindo totalmente as operações de leitura/escrita. Os adesivos das

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Embora a necessidade de etiquetas dotadas de chips e antenas ainda constitua uma barreira de custo, mesmo em países como o Brasil a adoção da tecnologia é vista pela empresa como uma questão de tempo. Abaixo segue um resumo das recomendações feitas pela Zebra para auxiliar a impressão e codificação de etiquetas RFID. etiquetas também podem se transformar em uma fonte inesperada de líquido. Certos tipos de adesivos ou materiais das etiquetas absorvem a umidade do meio ambiente, podendo gerar problemas de desempenho. 8) Isolamento. Poderá ocorrer interferência se o equipamento de radiofreqüência estiver muito próximo. Deixe espaço suficiente entre a impressora/codificadora e outros produtos de radiofreqüência que compartilhem a mesma largura de banda, como antenas, leitoras, redes sem fio ou outras impressoras/codificadoras. 9) Software de gestão. Teoricamente, a operação de codificação e impressão é realizada em uma única ação da impressora/codificadora. No entanto, não é incomum que uma entrada de dados não seja codificada numa primeira tentativa. Se as falhas acontecem de forma freqüente, pode ser um indício de um problema maior. Incorporar um aplicativo robusto de gestão de impressora-servidor à sua arquitetura RFID pode evitar que problemas menores gerem conseqüências mais sérias. 10) Caixas e paletes. Em processos automatizados, a colocação de etiquetas inteligentes é um fator-chave para garantir a leitura precisa e consistente das embalagens de transporte. Assim, a colocação das etiquetas é determinada por diversos fatores, incluindo-se a localização dos leitores. Faça testes de colocação de etiquetas com os leitores existentes para ajudar a identificar em qual posição as etiquetas devem ser afixadas nas caixas, de forma a garantir altas velocidades de leitura. Mais informações: www.rfid.zebra.com

Novo canal A Esko-Graphics, empresa belga fornecedora de soluções de préimpressão, e a IPP, grupo que a representava no Brasil, terminaram a parceria comercial. O fim do acordo abre caminho para o surgimento da EGService Comércio e Serviços de Equipamentos Gráficos, empresa que será a nova parceira da Esko-Graphics no Brasil e na América Latina.

Acúmulo de função Presidente e diretor-executivo da International Paper do Brasil, Maximo Pacheco passou a acumular o cargo de vice-presidente sênior da empresa. A mudança faz parte da estratégia de foco nos mercados de papéis para imprimir e escrever e de embalagens. “Maximo teve êxito em conduzir a International Paper do Brasil durante a transição de gestão”, diz o presidente mundial e CEO da companhia, John Faraci.

Debruçados na flexo A Gutenberg e a XSYS realizaram em São Paulo, no final de outubro, um seminário técnico sobre flexografia. Voltado a profissionais de clicheria e convertedores, o evento discutiu a tendência de gravação direta de chapas polímeras, além das perspectivas do mercado de gravação digital. Também participaram do seminário a Artwork Systems, do mercado de préimpressão, e a Praxair Surface Technologies, fabricante de cilindros. Chapas convencionais, tintas para impressão flexográfica, sistemas de pré-impressão e tecnologia de cilindros anilox também foram objeto de discussão.

Distribuindo mesas Fabricante de mesas gráficas, a Wacom fechou no Brasil um acordo de distribuição com a Cadritech Computação Gráfica. Especializada nas áreas de animação 2D e 3D, multimídia, edição de vídeo, pósprodução e efeitos especiais, a empresa passou a comercializar as linhas de mesas gráficas Graphire e Intuos no mercado nacional.

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O ano da embalagem no Max Feffer A edição 2005 do Prêmio Max Feffer de Design Gráfico, cujos resultados foram divulgados no dia 23 de novembro último, teve como grande vencedor um projeto de embalagem. Trata-se do cartucho do sabonete vegetal EST, de autoria de Ciro Girard, da EST. Produzido em papel Supremo Duo Design e impresso pela Congraf, o trabalho ganhou o primeiro lugar na categoria Embalagem e ainda foi escolhido como Peça Destaque. Em segundo lugar ficou o Disco Banda Pau D’Água, produzido pela Diorama Casa de Produção para a Banda Pau D’Água e, em terceiro, o LP Biscoito em Bolacha, de Ruth Freihof para a Biscoito Fino. Os primeiros colocados de cada categoria receberam 13 000 reais, os segundos, 5 500 reais e os terceiros, 2 000

reais. O ganhador do prêmio Peça Destaque conquistou também uma viagem internacional para participar de evento do mercado de design gráfico no exterior, à sua escolha. Em sua 4ª edição, o evento registrou recorde de inscrições, com 780 participantes. No ano passado, o concurso, lançado em 2002 pela Suzano Papel e Celulose, teve 650 inscrições, contra 450 na segunda edição. Neste ano, a Suzano abriu as inscrições para trabalhos realizados com toda a linha de papel cartão Supremo e também com o off-set Reciclato. As peças inscritas no 4º Prêmio Max Feffer variaram desde cartões de visitas e convites de eventos até cardápios, catálogos de lojas, anuários, livros e embalagens. www.suzano.com.br/premiomaxfeffer

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A qualidade da revista EmbalagemMarca chama a atenção de todos os profissionais do setor de embalagem. Seja no conteúdo das matérias que trazem informações relevantes para quem produz e para quem compra embalagem, como na excelente impressão em papel diferenciado, a revista vem conquistando leitores fiéis. A Brasilata acompanha e participa com satisfação da EmbalagemMarca, veículo que divulga em profundidade as inovações em latas de aço. Afinal, a nossa marca também aposta na qualidade em todas as fases do processo produtivo.

Almanaque

Manifesto ambiental de 150 anos Este ano completou 150 anos a carta que o chefe indígena Seattle, da tribo Squamish, do Estado de Washington, enviou ao então presidente dos Estados Unidos, Franklin Pierce, em resposta à proposta do governo americano de comprar o território ocupado pelos índios daquela tribo. Há quem considere o texto o primeiro manifesto ambiental

do mundo ocidental. A certa altura, referindo-se ao homem branco, diz o chefe índio em sua longa carta: “Trata a sua mãe, a terra, e a seu irmão, o céu, como coisas a serem compradas ou roubadas, como se fossem peles de carneiro ou brilhantes contas sem valor. Seu apetite vai exaurir a terra, deixando atrás de si só desertos. Isso eu não compreendo. Nosso modo de ser é completamente diferente do vosso. A visão de vossas cidades faz doer os olhos do homem vermelho”. (Veja a íntegra da carta no site www.embalagemmarca.com.br )

O confeito que grudou na orelha Ao completar este ano seu sexagésimo aniversário de fundação, as Balas Juquinha têm em seu patrimônio, ainda que em valores não quantificados, dois dos maiores êxitos de marketing do Brasil: a guloseima em si e o jingle de rádio e TV de sua divulgação. Embora não se fundamentasse em elaboradas teorias de

comunicação, o jingle era um sucesso entre a criançada que assistia a um programa infantil de TV comandado por Sílvio Santos nos anos 80. Quanto às balas em si, ainda hoje respondem por cerca de 50% das 13 toneladas de caramelos produzidas diariamente pela fábrica da empresa, em Santo André (SP).

Crocodilos turbinados A marca do isotônico Gatorade vem da junção de sílabas de parte do nome do time de futebol americano Florida Gators com parte do sobrenome do médico da equipe nos anos 1960, Robert Cade. Tratava-se de um “time de segundo tempo”, pois geralmente ganhava na primeira etapa e entregava o jogo na final, quando os jogadores estavam desgastados. Ao estudar como reidratá-los, o dr. Cade formulou uma bebida que repunha rapidamente vitaminas e sais minerais. Os Gators, forma sintética de referência ao crocodilo americano (alligator, ( em inglês), passaram a engolir os adversários. Por isso, o nome do isotônico também é associado à palavra aid, que significa ajuda em inglês. Com o interesse de outros times pelo produto, o dr. Cade patenteou a marca Gatorade, que foi comprada na década de 80 pela Quaker. 58 >>> EmbalagemMarca >>> dezembro 2005

O lado bom de uma dor no rim Também no mundo dos negócios há males que vêm para bem. Consta que a água mineral Evian, engarrafada na França, deve sua origem aos problemas de saúde enfrentados por um nobre do século 18. No ano da Revolução Francesa, 1789, o então marquês de Lessert preteriu os ideais de liberdade, fraternidade e igualdade por um período de convalescença nas montanhas. Foi para Evian-lesBain, estância de águas situada numa região dos alpes franceses conhecida como Haute Savoie. O consumo regular da água local aliviou as dores de rins que o afligiam. A melhora do marquês teria bastado para que diferentes médicos da época receitassem a água a seus pacientes. A primeira licença oficial para engarrafamento da água Evian, hoje uma das mais vendidas na Europa, foi concedida em 1826. Anos depois foi criado seu logotipo, inspirado nas montanhas de Haute Savoie. Em tempos mais recentes a marca virou símbolo de criatividade no campo da embalagem, já tendo sido lançada em garrafas de vidro com forma de gota d’água e de gelo dos Alpes.

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