Revista Embalagemmarca 096 - Agosto 2007

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  • Pages: 76
www.embalagemmarca.com.br

Confraternização e negócios

Q

Wilson Palhares Nada impede que uma festa seja alegre, não entre em delongas desnecessárias e se constitua numa chance de aproximar clientes e fornecedores

uando os leitores receberem esta edição da revista, provavelmente terá se encerrado o prazo de inscrições para o PRÊMIO EMBALAGEMMARCA – GRANDES CASES DE EMBALAGEM, mas no momento em que esta mensagem é escrita elas ainda estão em andamento. É hora de registrar nossos agradecimentos às pessoas e às empresas que nos apoiaram com patrocínios, inscrições e palavras de incentivo. Enaltecemos de maneira especial a compreensão e a paciência dos interessados em inscrever seus cases de embalagem mesmo ante o

nível um tanto inusitado de solicitações de informação no preenchimento das fichas. Cabe ressaltar, porém, que os critérios estabelecidos destinaramse a concretizar uma premiação seletiva e estimulante à integração do setor. No momento em que esta mensagem é escrita ainda não se iniciou a importantíssima etapa do julgamento dos cases inscritos. Enquanto isso, empenhamo-nos na organização da não menos importante etapa final, a dos preparativos para a cerimônia de premiação. Nossa expectativa é que o

apoio que o setor sempre deu à revista se reflita na presença de seus representantes no evento, de forma maciça. Acreditamos que seja uma oportunidade de confraternização e um verdadeiro encontro de negócios para todos. Afinal, nada impede que uma festa seja alegre, não entre em delongas desnecessárias e se constitua numa chance de aproximar possíveis clientes e fornecedores. Como ninguém é de ferro, a idéia é que tudo isso ocorra em local agradável e clima descontraído, com boa comida e boa bebida. Até setembro.

nº 96 • agosto 2007

22 12 16 32 34 36 40 3

Margarinas

Perdigão compra marcas da Unilever após Doriana e Becel estrearem novo visual

46

Diretor de Redação Wilson Palhares [email protected]

Reportagem de capa: caixas-display

Reportagem [email protected]

Embalagens prontas para gôndola começam a ganhar espaço nos supermercados brasileiros

Flávio Palhares

[email protected]

Guilherme Kamio

[email protected]

Leandro Haberli Silva

Plásticas

[email protected]

Marcella de Freitas Monteiro

Sadia lança linha de sanduíches prontos em envoltórios plásticos microwavable

[email protected]

Departamento de Arte [email protected]

Making Of

Em estratégia de marca, laboratório EMS renova embalagens

Carlos Gustavo Curado José Hiroshi Taniguti

Mercado

48

Sondagem GNPD

52

Pipocam lançamentos de águas com embalagens semelhantes à da H2OH! Painel da Mintel apresenta novidades internacionais em águas com sabor

Administração Eunice Fruet Marcos Palhares

Farináceos

Apesar da adesão de grandes moinhos a embalagens de PE, sacos de papel seguem fortes

Departamento Comercial [email protected]

Fechamentos

Karin Trojan Wagner Ferreira

Álter lança tampa com trava diferenciada para bebidas gasosas. Alcoa amplia mix

Circulação e Assinaturas [email protected] Assinatura anual: R$ 99,00

Prêmio EMBALAGEMMARCA Na cerimônia de entrega dos troféus, cases vencedores e uma viagem a Paris

Entrevista: Luiz Rogério Wittman

Um estudo sobre a importância do ecodesign em projetos de embalagens

Público-Alvo

54 56

EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que ocupam cargos de direção, gerência e supervisão em empresas integrantes da cadeia de embalagem. São profissionais envolvidos com o desenvolvimento de embalagens e com poder de decisão colocados principalmente nas indústrias de bens de consumo, tais como alimentos, bebidas, cosméticos e medicamentos.

Iogurtes

Activia elimina rótulos em versão popular e Polipaper quer substituir selos de alumínio

Artigo

A embalagem sob o ponto de vista do consumidor, por Victor Basso

Filiada ao

Editorial A essência da edição do mês, nas palavras do editor

6

Espaço aberto

Impressão: Margraf Tel.: (11) 4689-7100

Opiniões, críticas e sugestões de nossos leitores

8

Display

20 Internacional Destaques e idéias de mercados estrangeiros

28 Panorama Movimentação no mundo das embalagens e das marcas

58 Conversão e Impressão Produtos e processos da área gráfica para a produção de rótulos e embalagens

72 Índice de Anunciantes Relação das empresas que veiculam peças publicitárias nesta edição

74 Almanaque Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens

CAPA: FOTOMONTAGEM DE CARLOS GUSTAVO CURADO

Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens

EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo Antonio • CEP 04718-040 • São Paulo, SP Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463 Filiada à

www.embalagemmarca.com.br O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é resguardado por direitos autorais. Não é permitida a reprodução de matérias editoriais publicadas nesta revista sem autorização da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.

cadeia importante de supermercados e posso dizer que analisar o consumidor como se fosse um ente diferente de sua individualidade como pessoa não é um caso típico do Brasil, mas ocorre também aqui na Argentina. Felicitações pela revista, que se supera a cada mês. Todo seu conteúdo é muito interessante e educativo. Ricardo Blanco Buenos Aires, Argentina

Canguru é flexo digital

F PRÊMIO EMBALAGEMMARCA

É

com grande apreço que venho agradecer a atenção disponibilizada por vocês e mais uma vez dar os parabéns pela iniciativa de instituir o PRÊMIO EMBALAGEMMARCA – GRANDES CASES DE EMBALAGEM. Everton Visentini Designer/Projetista Injeta Acessórios/Novapack Bento Gonçalves, RS

P

arabéns pela decisão de instituir um prêmio que nasce com a credibilidade de EMBALAGEMMARCA, num mercado tão confuso e competitivo como o das embalagens. É muito gratificante ver surgir uma premiação em que se poderá comprovar quem são os verdadeiros destaques e as inovações do setor, avaliadas de forma séria por pessoas sérias. Isso posso garantir, e assino em baixo por essa revista.

Marco Antonio Dias de Oliveira Diretor comercial Marpac Soluções Integradas para Indústria São Paulo, SP

Na Argentina como aqui

E

xcelente a entrevista com o publicitário Dennis Giacometti, intitulada “O indivíduo, não o consumidor” (EMBALAGEMMARCA nº 95, julho de 2007). Trabalho como gerente geral de uma

6 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2007

icamos muito felizes por termos sido mencionados na seção Display dessa importante revista (“Absorventes de cara nova”, EMBALAGEMMARCA nº 95, julho de 2007). Mas registramos a ocorrência de um erro ao informarem que a Canguru imprimiu a embalagem para a empresa Mili em processo de rotogravura, já que somos 100% flexo digital. Aliás, somos verticalizados em flexo digital, desde o processo de entrada das imagens na empresa, acompanhamento, clichês digitais e a novíssima máquina digital de impressão (sem engrenagens) recentemente adquirida e já em operação. Gostaríamos de ver essa informação difundida corretamente, pois o alcance da revista é muito grande. Mauro Albuquerque Departamento Comercial Canguru Embalagens

Color como fabricante dos rótulos auto-adesivos. Marilis Marrão Ferreira Departamento de Marketing Mack Color Etiquetas Adesivas São Paulo, SP A redação responde Ao inaugurar no segmento de revistas especializadas em embalagem o critério depois copiado pela concorrência de citar todos os fornecedores envolvidos na criação e na produção das embalagens abordadas, bem como seus telefones e endereços eletrônicos, EMBALAGEMMARCA apenas deu mais um passo em seu dever de fornecer informação realmente útil aos leitores. O procedimento padrão da redação é buscar e divulgar o maior número possível de informações, mas nem sempre as consegue. Muitas empresas não revelam quem são seus fornecedores, e quando se trata de matérias-primas a identificação às vezes é particularmente difícil. No caso do produto Assolan, a matéria abordou especificamente a questão do design das embalagens, sem ater-se a fornecedores. EMBALAGEMMARCA reitera que as portas da redação estão abertas para receber informações relacionadas à cadeia produtiva de embalagem, divulgandoas com sempre que entender serem de interesse dos leitores da revista.

Quem faz o quê

N

a edição de EMBALAGEMMARCA nº 95, de julho último, foi publicada uma nota na seção Display sobre as embalagens multipack da cerveja Itaipava, feitas de cartão laminado. O cartão laminado utilizado, no caso, foi o nosso, mas não foi dado crédito. Ana Paula Martins Departamento de marketing Brasilcote Indústria de Papéis Diadema, SP

N

a edição nº 95 de EMBALAGEMMARCA, sob o título “Cadê a ousadia?”, sobre o produto Assim, da Assolan, não foi indicado o nome da Mack

Mensagens para

EMBALAGEMMARCA Redação: Rua Arcílio Martins, 53 CEP 04718-040 • São Paulo, SP Tel (11) 5181-6533 Fax (11) 5182-9463

[email protected] As mensagens recebidas por carta, e-mail ou fax poderão ter trechos não essenciais eliminados, em função do espaço disponível, de modo a dar o maior número possível de oportunidades aos leitores. As mensagens poderão também ser inseridas no site da revista (www.embalagemmarca.com.br).

Edição: Flávio Palhares

Mais personalidade Garrafa arredondada, relevo e novo símbolo modernizam o Dreher CIV (81) 3272-4484 www.civ.com.br DPZ (11) 3048-4000 www.dpz.com.br Gesa (54) 3332-4005 [email protected] Gráfica 43 (47) 3221-1200 www.43sagrafica.com.br Indeplast (11) 6806-5000 www.indeplast.com.br Owens Illinois (11) 6542-8000 www.oidobrasil.com.br Plastamp (11) 4584-2020 www.plastamp.com.br

Líder do mercado brasileiro de conhaques, o Dreher estréia nova embalagem, remodelada com o auxílio de pesquisas. As garrafas de vidro de 900 mililitros são produzidas pela Owens-Illinois do Brasil, pela CIV e pela Saint-Gobain. A garrafa ganhou forma mais arredondado e gravações em relevo do ícone da marca, o cavaleiro medieval encilhado (que foi redesenhado pela DPZ). O ícone agora aparece com mais destaque no rótulo e na gargalheira de papel auto-adesivo, fornecidos pela Gesa e pela Gráfica 43. A tampa plástica, produzida pela Indeplast e pela Plastamp, também traz novidade, passando a ostentar o logotipo de Dreher gravado em dourado.

Família Fondor em expansão

B+G Designers (11) 5051-1446 www.bmaisg.com.br

Rótulos auto-adesivos enfeitam embalagens

Gráfica 43 (47) 3221-1200 www.43sagrafica.com.br

A linha de temperos prontos Fondor, da Maggi, é ampliada com o sabor Limão. O produto é acondicionado em frascos de vidro fornecidos pela Owens-Illinois, com tampas de polipropileno supridas pela Mondicap. Os rótulos auto-adesivos de papel são impressos em off-set pela Gráfica 43. O layout é da B+G Designers.

Mondicap (15) 3225-1650 www.mondicap.com.br Owens-Illinois (11) 6542-8000 www.oidobrasil.com.br

Passado resgatado nas embalagens

Aldaba Diseño & Publicidad + 34 9 4824-8344 www.aldabadis.com Brasilgrafica (11) 4133-7777 www.brasilgrafica.com.br

A Kellogg’s aposta em uma volta ao passado com as embalagens do floco de milho Corn Flakes, primeiro cereal comercializado pela empresa. As caixas de papel cartão receberam ilustrações que fizeram sucesso nas embalagens na década de 1910 nos Estados Unidos. São quatro gravuras que decoram os cartuchos impressos pela Brasilgrafica. Além da degustação com

8 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2007

leite, a Kellogg’s propõe outras formas de consumo. Para isso, a equipe de nutrição da empresa preparou nove receitas deliciosas que são impressas

no verso das embalagens. A agência que assina o layout das embalagens é a espanhola Aldaba Diseño & Publicidad.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Kellogg's utiliza ilustrações de 1910 nas caixas de Corn Flakes

Produto é lançamento da Oris Alimentos A Oris Alimentos, que estréia no mercado de snacks, lança sua linha Lambisk, composta por seis tipos de batatas fritas: lisa natural, lisa chilli pimenta, lisa costela grelhada, lisa queijo, ondulada original teen e palha. O diferencial é que o tubérculo é frito em óleo de palma, extraído do dendê. A a10 Design assina a criação da logomarca e das embalagens, que são produzidas em BOPP transparente + BOPP metalizado pela própria Oris.

Aposta no vermelho CIV (11) 2172-7400 www.civ.com.br Contrátil (11) 6842-1199 www.contratil.com.br Íntegra (85) 3248-4488 Isa Plásticos (19) 3582-9500 www.isaembalagens.com.br NewGraf (85) 3224-0471 Plastamp (11) 4584-2020 www.plastamp.com.br

Chega ao mercado a Ypióca Red Fruits Em garrafas de vidro da CIV de 960 mililitros chega às gôndolas a Ypióca Red Fruits, bebida que mistura a cachaça Ypióca Prata e as frutas morango, cereja e framboesa. As tampas de polipropileno, acrílico e alumínio são fornecidas pela Isa Plásticos e pela Plastamp. O rótulo de papel é impresso pela NewGraf. A embalagem é completada por um lacre dourado na tampa confeccionado em PVC pela Contrátil. O design das embalagens, que prioriza as cores vermelha e dourada, é da Íntegra.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Batata frita em óleo de Palma

A10 Design (11) 3845-3503 www.a10.com.br

Baumgarten (47) 3321-6666 www.baumgarten.com.br Gráfica Gonçalves (11) 4689-4700 www.goncalves.com.br Interbrand (11) 3707-8500 www.interbrand.com

Embalagem do analgésico é reformulada O analgésico Anador, da Boehringer Ingelheim, presente há 51 anos no Brasil, moderniza sua identidade visual, com mudança de cores e de logomarca e a introdução de um ícone que remete à indicação do produto: combate a dores em geral. A embalagem ganhou a cor laranja mais viva e detalhes em amarelo, além do contorno de um corpo humano envolvido em uma espiral. Os cartuchos de papel cartão são impressos pela Gráfica Gonçalves e pela Baumgarten. O layout ficou a cargo da Interbrand.

Acqua Hidrat em frascos de PE Auto-adesivos decoram embalagens A Doctor Hair coloca no mercado o xampu e o condicionador da linha Acqua Hidrat Elements. Os produtos são comercializados em frascos de polietileno da Embaclass e contam com a decoração de rótulos auto-adesivos de BOPP impressos pela Technolabel e pela Gráfica Supremax. Os frascos dos dois produtos têm tampas de polipropileno produzidas pela Embaclass. O design das embalagens é da agência Vector.

Formatos diferentes para agradar a garotada Sukest amplia família de chicles Celocorte A Sukest aumenta seu portfólio (11) 4156-3011 www.celocorteembalagens.com.br de gomas de mascar. A linha

Festball chega com chicletes

Embalagens Flexíveis em formato de doce e conta Diadema com as variantes brigadeiro (11) 4066-9000 www.embalagensdiadema.com.br e tutti-frutti. As embalagens

flexíveis de BOPP são produzidas pela Celocorte. A linha Splow, que ganhou as versões sundae de chocolate e sundae de amora, tem embalagens de BOPP também fornecidas pela Celocorte. Outra novidade é o Chicle Tatoo, da linha Cicatriz.

10 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2007

Embalado em papel parafinado coberto com papel cromopel, fornecidos pela Embalagens Flexíveis Diadema, o chicle traz tatuagens de cicatrizes. O layout das embalagens foi desenvolvido pelo departamento de arte da Sukest.

Embaclass (11) 6875-2100 www.embaclass.com.br Gráfica Supremax (12) 3681-4065 Technolabel (11) 6954-2242 www.technolabel.com.br Vector (12) 3022-0739 www.vector.com.br

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Anador de cara nova

Dona Benta brilha Papel cartão com verniz UV embala produtos Seragini Farné (11) 2101-4300 www.seraginifarne.com FOTOS: DIVULGAÇÃO

A marca Dona Benta, da J. Macêdo, apresenta sua nova linha Chocolatíssimo de misturas para bolo, que tem as variantes Brownie, Chocolate Tipo Suíço e Chocolate Cremoso. Os produtos são acondicionados em caixas de papel cartão, que recebem aplicação de verniz UV alto brilho e são impressas pela própria J. Macêdo. O layout das embalagens é assinado pela Seragini Farné.

Niely em estojos de cartão Empresa lança kit de relaxamento capilar Chega ao mercado o RelaxHair Guanidina, novo conjunto de produtos da Niely para amaciar e relaxar os cabelos. O kit, composto por cinco itens, é acondicionado em caixas de papel cartão duplex impressas pela Jorgon. O design dos cartuchos é da própria Niely. No interior da caixa há frascos de 50 mililitros (xampu, condicionador e

loção ativadora) de polietileno de alta densidade com tampas de polipropileno, produzidos pela Indubrascom (Niely) com rótulos auto-adesivos impressos pela Printek. O balde de polipropileno de 200 gramas do creme relaxante é fornecido pela PJ Plastika. O sachê de 5 gramas do protetor de fios e peles tem impressão da Viva Embalagens.

Indubrascom (21) 2667-2800 Jorgon (21) 3151-9416 www.graficajorgon.com.br PJ Plastika (21) 2676-3407 www.pjplastika.com.br Printek (27) 3245-4566 www.printek.com.br Viva Embalagens (21) 3515-6161 www.vivaembalagens.com.br

plásticas >>> margarinas

Sinuosos e multicolores

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Potes com formato de “onda” e mais de dez pigmentos diferentes para cada tipo de tampa destacam marcas Doriana e Becel nas gôndolas de cremes vegetais

C

onsolidada como o principal mercado de potes termoformados do país, a categoria de margarinas abriga desde maio último um case de embalagem interessante dos pontos de vista da diferenciação frente à concorrência e do destaque nas gôndolas. Trata-se das novas apresentações das marcas Becel e Doriana, que estrearam no país após terem surgido no mercado chileno no início deste ano. Feito em polipropileno (PP), o novo conjunto de pote e sobretampa plástica transparente chama atenção pela diversidade de cores e pelo uso de um formato inédito na categoria. Resultado de três anos de desenvolvimento, o projeto foi encabeçado pela Dixie Toga, que fornece as tampas e os potes termoformados usados tanto aqui como no Chile. No total, a empresa fabrica cerca de 8 milhões de unidades das novas embalagens por mês. Toda a produção ocorre na fábrica de Votorantim (SP). “O cliente buscava formatos diferenciados, e nós apresentamos quatro opções dentro desse espírito”, lembra Regis Sá, supervisor 12 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2007

CRIADORES E CRIATURAS Embalagens são produzidas pela Dixie Toga com tecnologia de pigmentação da Cromex

de marketing da Dixie Toga. A escolha recaiu sobre o formato “onda”, como vem sendo chamada a silhueta sinuosa das tampas e potes. A despeito do shape inovador, a boca do pote segue o design das antigas embalagens, que também eram fornecidas pela Dixie Toga. “Isso evitou maiores mudanças nos equipamentos de embalagem”, explica Sá. Ademais, por compartilharem o mesmo formato, o fundo do pote e a parte superior da tampa são encaixáveis, não comprometendo o empilhamento do produto. Tal detalhe foi pensado para facilitar o transporte, o armazenamento e a exposição no ponto-de-venda. A tecnologia de pigmentação das tampas também exigiu análise laboriosa. A criação e as adequações das diferentes tonalidades levaram cerca de um ano. Os aditivos utilizados são fornecidos pela Cromex, empresa especializada em pigmentos especiais usados pela indústria de transformação plástica. No total foram criadas mais de dez tonalidades diferentes, uma para cada tipo de produto. As segmentações da linha Doriana, por exem-

plo, incluem as versões iogurte e azeite de oliva, cujas embalagens têm predomínio das cores azul e verde, respectivamente. A decoração das novas embalagens ocorre no tradicional sistema dry offset, em que a impressão é feita diretamente na parede da embalagem. Mas, a julgar pelo que se vê lá fora, mudanças podem ocorrer. No Chile, onde a marca Doriana é chamada de Dorina, as novas embalagens vestem rótulos termoencolhíveis aplicados pela própria Dixie Toga. É difícil saber se a tecnologia será adotada por aqui. Mas muitos apontam os heat shrink sleeves, já vistos nos potes das margarinas Leco, da Vigor, entre outras, como forte tendência de decoração do mercado brasileiro de margarinas.

Perdigão avança Sistemas de decoração e formatos de embalagem à parte, nos últimos meses o mercado de margarinas também atraiu holofotes graças a uma negociação inédita. Enquanto a onda da Dixie Toga causava impacto nas gôndolas, a Unilever, cliente da empresa nesse projeto, anunciou um acordo com a Perdigão. Esta pagou 77 milhões de reais pelas marcas Doriana, Delicata e Claybom, e por ativos (máquinas e equipamentos) de uma fábrica da Unilever em Valinhos (SP). As duas empresas

RADICAL MAS NEM TANTO A boca do pote segue o mesmo design da embalagem anterior: menos mudanças nas linhas de produção

14 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2007

O

S:

TO

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VERTICALIZANDO Shape da parte superior das tampas encaixa no fundo dos potes para facilitar o empilhamento

Cromex (11) 3856-1000 www.cromex.com.br Dixie Toga (11) 5516-2000 www.dixietoga.com.br

acertaram ainda a criação de uma joint venture que passará a administrar a produção, distribuição e venda das marcas Becel e Becel ProActiv. A Unilever continuará responsável pelo desenvolvimento de produtos da linha. Já a Perdigão cuidará das áreas de distribuição e venda. O negócio começou a ser aventado no início do ano. No lado da Perdigão, o objetivo é ganhar força num segmento dominado pela rival Sadia. No ano passado, o mercado de margarinas movimentou cerca de 1,5 bilhão de reais no país. Deste total, cerca de 30% foram embolsados pela Sadia, e 20% pela Unilever, com destaque para a fatia de 12% de Doriana. As duas empresas anunciaram ainda a disposição de identificar novas oportunidades de sinergia em outros segmentos. A joint venture terá um conselho executivo, que vai administrar a transição inicial de produção da Becel e avaliar outros produtos que podem ter acordo semelhante. A produção de margarinas da Unilever está concentrada hoje na fábrica de Valinhos. Pelo acordo, a Perdigão comprou apenas os equipamentos, mas terá prazo de até 15 anos para utilizar o espaço físico da fábrica que pertence à Unilever. Os funcionários (cerca de 300) também continuarão ligados à multinacional, mas vão passar a trabalhar para a Perdigão. (LH)

ÇÃ

GA

UL

V DI

making of >>> medicamentos

Uma injeção de marca EMS investe em branding e em novas embalagens para seus medicamentos éticos FOTOS: DIVULGAÇÃO

Por Marcella Freitas

V

igiadas por questões normativas, encabrestadas pelas indefectíveis tarjas pretas, vermelhas ou amarelas e “expostas” atrás dos balcões das farmácias, as embalagens dos medicamentos éticos, aqueles vendidos sob prescrição, não são muito afáveis a carismáticas estratégias de marca. Querendo, mesmo assim, dar personalidade aos seus produtos, tornando-os mais familiares ao consumidor, o laboratório EMS recentemente decidiu investir em branding, para modernizar sua identidade visual e sua apresentação nas drogarias. Produzidos em papel cartão triplex TP HiBulky, da Suzano, e impressos em offset (pelas gráficas Box Print, Sarapuí, São Luiz Gonzaga e Paulusgraf), os cartuchos utilizados pela EMS como embalagens secundárias dos seus medicamentos ganharam novos layouts. Agora ostentam tons de azul e, na parte superior, traços curvilíneos que transmitem a idéia de uma onda. Quando as caixas são dispostas lado a lado, nas 16 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2007

TUDO AZUL Novas embalagens dos medicamentos vendidos sob prescrição da EMS incorporam o novo logotipo do laboratório e “ondas” em tons de azul

prateleiras, as curvas se encaixam e criam composições harmoniosas, ou wall displays. A idéia dos desenhos em encaixe partiu da consultoria Gad’ Branding & Design, contratada para injetar personalidade na EMS. Para reformular as embalagens, trabalho auxiliado por uma equipe interna do laboratório, a Gad’ iniciou no primeiro semestre do ano passado uma pesquisa com o próprio cliente, com pontos-de-venda e com consumidores. O estudo abrangeu questões como compreensão dos valores e atributos da farmacêutica, análise do segmento e visitas a drogarias, para entender a forma com que os medicamentos eram expostos. “A marca não tinha um padrão, e essa ausência enfraquecia a percepção da marca e dos produtos”, conta Hugo Kocadloff, diretor de criação da Gad’. O ponto de partida do projeto foi a renovação do logotipo da EMS. A figura ganhou um elemento cheio de curvas que alude a uma molécula, importante componente das pesqui-

sas feitas pelo setor farmacêutico. Esse formato orgânico, segundo Kocadloff, associa a marca ao produto ou ao serviço oferecido por sua portadora. “Como um dos principais valores da empresa é a simplicidade”, explica o profissional, “procuramos utilizar formas mais simples, redondas, letras mais claras.”

RETOQUES Consagradas, embalagens dos medicamentos de venda livre sofreram apenas adequações à nova identidade visual

Sob qualquer ângulo No segundo semestre do ano passado começaram os estudos para a padronização das embalagens, partindo-se do princípio de que elas deveriam conter aspectos gráficos curvilíneos para acompanhar o novo logotipo. O time criativo criou um elemento gráfico, uma onda, para promover reconhecimento à linha de embalagens. Com todo o trabalho respeitando as normas estabelecidas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o lettering das informações contidas nas embalagens também foi uniformizado. O redesign buscou trabalhar todas as faces dos cartuchos, de modo que, mesmo que o consumidor os visualize pelas laterais, por cima ou pela parte traseira, a onda e o logotipo da EMS sejam imediatamente percebidos. “Nós procuramos projetar as embalagens com elementos que pudéssemos aplicar em qualquer formato”, detalha Kocadloff, que não deixa de discorrer a respeito de um aspecto dos medicamentos éticos que interfere no layout das embalagens e dificulta o trabalho do designer. “As tarjas vermelhas, amarelas ou pretas ocupam, às vezes, até 50% da face principal e não têm um cuidado gráfico muito grande, são bastante agressivas na sua comunicação”, diz o profissional.

Box Print (11) 5505-2370 www.boxprint.com.br Gad’ Branding & Design (11) 3040-2222 www.gad.com.br Gráfica São Luiz Gonzaga (11) 4181-5655 www.graficaslg.com.br Gráfica Sarapuí (11) 6115-3400 www.graficasarapui.com.br

Finalizado, o novo projeto visual já pode ser visto nas farmácias, esperando a resposta do público. Como a EMS entendeu que seus medicamentos isentos de prescrição (MIP, também conhecidos como OTC – sigla em inglês que significa over the counter, ou “fora do balcão”) já contavam com identidades consolidadas, reconhecidas pelos consumidores, as embalagens dessa linha não foram radicalmente alteradas. Mesmo assim, elas receberam adaptações e contam agora com o novo logotipo e com os traços curvilíneos em sua parte superior.

Paulusgraf (11) 4056-8011 www.paulusgraf.com.br Suzano 0800 055 5100 www.suzano.com.br

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COMPOSIÇÃO – Ondulação é visível em todas as faces dos cartuchos e cria um desenho contínuo nas prateleiras. À dir., o novo lettering das embalagens da EMS

18 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2007

Helvetica Neue 75 bold Helvetica Neue 55 Roman Helvetica Neue 75 bold Helvetica Neue 46 Light Italic Helvetica Neue 55 Roman N°: Helvetica Neue 75 bold

FOTOS: DIVULGAÇÃO



Engarrafado na lata

Simples, porém original, lata de aço de três peças com formato de garrafa é aposta de metalúrgica italiana para combater o vidro no mercado de azeites

Rival emulada Basicamente, a Colombo consiste numa lata de aço de três peças – base, corpo e gargalo. Inicialmente produzido com perfil cilíndrico, o corpo da embalagem é expandido a fim de ganhar linhas retas e permitir que a lata emule o formato Marasca, aquele mais utilizado pelas garrafas de vidro para azeite. “Com isso, a Colombo torna-se compatível com as linhas de envase de azeite em vidro, com a vantagem 20 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2007

de não quebrar, e, portanto, sem ocasionar paradas de produção”, comenta Francesco Amati, gerente de P&D do Gruppo ASA. Topo e base da embalagem preservam a construção tubular, “pois ela agiliza e garante economia na montagem da embalagem”, explica Amati, acrescentando ser viável trabalhar com formatos diferentes do padrão já oferecido. A Colombo estará inicialmente disponível nos volumes de 500 mililitros, 750 mililitros e 1 litro, com variadas possibilidades de decoração litográfica no corpo. No cotejo com a garrafa de vidro, a Colombo é propagandeada como mais segura, por não quebrar, e mais protetora, pelo fato de sua opacidade evitar a oxidação provocada nos óleos comestíveis pela exposição aos raios ultravioleta. De acordo com o Gruppo ASA, a barreira à fotodegradação prolonga a vida-de-prateleira e preserva as propriedades organolépticas do azeite, fator especialmente crucial para as versões do produto com apelo premium. Como a Colombo é cerca de 75% mais leve que garrafas de vidro para mesmo volume, o Gruppo ASA bate na tecla de que a garrafa de aço é uma alternativa vantajosa para os exportadores de azeite. Assim, os principais focos de prospecção da Colombo serão Espanha, Itália e Grécia, respectivamente os três maiores produtores mundiais de oliveiras. Como o consumo de azeite no Brasil é largamente abastecido por esses países, não será surpresa se a Colombo der o ar de sua graça por aqui em breve, na prateleira de algum entreposto. (GK) Gruppo ASA (+378) 0549 94 08 11 www.gruppoasa.com

DIVULGAÇÃO

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eza a lenda que, em certa ocasião, ao ser questionado por um cortesão se a descoberta da América não ocorreria de qualquer jeito, à revelia de seus esforços, Cristóvão Colombo lhe teria respondido com um desafio: colocar um ovo de galinha em pé. Após tentativas malogradas do desafiado, Colombo “matou” a tarefa quebrando um extremo do ovo, solução tratada com desdém pelo cortesão. Popularizada para ilustrar a coisa que não se soube fazer e que se acha fácil depois de vê-la realizada pelos outros, a expressão “ovo de Colombo” cai bem a uma nova embalagem: a garrafa de aço para óleos. Diante da renhida disputa entre a lata e a garrafa de vidro no mercado de azeites extra-virgens e de alta nobreza, o lançamento, à primeira vista uma idéia simples, demonstra originalidade e inovação. Não à toa, a embalagem foi batizada de Colombo por seu criador, o Gruppo ASA – maior fabricante independente de embalagens metálicas da Itália, com seis fábricas espalhadas pela “bota”. O nome também vem a ser uma sigla para Customized OLive Oil Metallic BOttle (“garrafa metálica personalizada para óleo de azeite”, vertendo-se do inglês).

SEM MUDANÇA – Colombo pode ser envasada com azeite nas mesmas linhas dedicadas às garrafas de vidro

“Shots” em flexíveis Empresa americana investe em miniaturas de pouches para uísque, rum, vodca, tequila e gim

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DIVULGAÇÃO

arrafinhas de vidro dominaram por muito tempo o acondicionamento de destilados alcoólicos (spirits) em miniatura, geralmente oferecidos em hotéis, aviões, serviços de catering e lojas de conveniência. Alguns anos atrás, as garrafinhas de PET entraram na parada. Agora, uma empresa californiana, a Pocket Shot, quer popularizar nesse mercado o que se pode definir como “flaconetes flexíveis”: pequenas bolsas plásticas que ficam em pé (stand-up pouches), dotadas de um “gargalo” com sistema de fácil abertura por rasgo e que facilita o derramamento das bebidas em copos. As embalagens, com volume de 50 mililitros, já podem ser vistas em alguns Estados americanos, acondicionando uísque, rum, vodca, tequila e gim. “A intenção foi desenvolver uma maneira divertida e funcional de consumir destilados, uma cisão com as garrafas que combina com um estilo de vida moderno, ativo e oportuno para o consumo em movimento”, diz Jarrold Bachmann,

fundador e presidente da Pocket Shot. Os destilados em flexíveis são comercializados em displays de papel cartão para doze unidades, desenhados e impressos em offset cinco cores pela PackagingARTS. A mesma empresa desenvolveu o design dos pouches.

Camada tripla Para evitar furtos nas lojas, um problema devido às pequenas dimensões das novas embalagens, a Pocket Shot sugere que os displays sejam posicionados próximos dos caixas. Cada unidade da linha Pocket Shot é vendida por cerca de 1,79 dólar. Na fabricação das embalagens, uma estrutura de PET/PET revestido com óxido de alumínio/polietileno é produzida e convertida em bolsinhas pré-formadas pela Amcor Flexibles Europe, em plantas industriais na Suíça e na Dinamarca. A decoração é em rotogravura três cores. O envasamento dos destilados é feito pela americana Frank-Lin Distillers Products, numa enchedora/seladora alemã Laudenberg. (GK) DOSES – Flaconetes flexíveis da Pocket Shot ficam em pé e carregam 50 mililitros de destilados

Amcor Flexibles +41 (62) 209-0111 www.amcor.com Laudenberg +49 2267-6990 www.laudenberg.com PackagingARTS +1 (707) 562-2787 www.packagingarts.com

reportagem de capa >>> embalagens prontas para gôndola

Elas vieram para ficar Já disseminadas lá fora, caixas-display começam a ganhar espaço no Brasil Por Leandro Haberli

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m conceito simples, mas capaz de aperfeiçoar os modelos de abastecimento do varejo. Assim podem ser definidas as caixas-display, embalagens de transporte especialmente desenvolvidas para exposição nos pontos-devenda. Tendência mundial, essa idéia já está disseminada nos supermercados americanos e europeus, onde é conhecida como shelf-ready package (SRP), ou embalagem pronta para a gôndola. Uma de suas características é a utilização de sistemas de fácil abertura, como serrilhados, picotes ou fitas plásticas. Com eles, em poucos segundos as SRPs deixam de ser caixas de despacho comuns, transformando-se em módulos de exposição no ponto-de-venda. Assim, além de proteger e unitizar as embala-

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MUTAÇÂO EM SEGUNDOS Sistemas de fácil abertura (foto menor) transformam caixas de despacho aparentemente convencionais em módulos de exposição no ponto-de-venda

gens primárias durante as operações de despacho e armazenamento, caixas de transporte do tipo shelf-ready ajudam a padronizar a disposição das mercadorias nos supermercados. Num modelo de reposição baseado na retirada dos produtos das caixas de papelão para posterior acomodação nas gôndolas, as SRPs têm entre seus apelos a facilitação desse quebra-cabeça. Os ganhos não se limitam aos proporcionados à cadeia de abastecimento e aos repositores do varejo. Na crescente disputa por espaço de exposição, as caixas-display também trazem benefícios às marcas, funcionando como uma espécie de escudo de proteção, demarcando e mantendo a área de gôndola. “Dificilmente um produto concorrente é colocado no display de outra marca quando ele está vazio ou incompleto”, salienta Paulo Berbel, gerente de engenharia de embalagem da 3M, empresa que usa caixas-display em diversas linhas de produtos, incluindo esponjas para lavar louça e fitas adesivas.

Quem também vem dando votos de confiança nas SRPs é a Unilever, que adotou embalagens-display desenvolvidas pela Rigesa, grande fomentadora de projetos do gênero no Brasil. Com impressão flexográfica em cinco cores combinada com uso de papel branco do tipo coating com gramatura de 190 g/m² e acabamento com verniz, as embalagens foram feitas para a linha de capilares das marcas Dove e Seda. As tintas e o verniz são aplicados diretamente sobre a chapa de papelão. “Conseguimos cortes e vincos sem variação dimensional, característica imprescindível nesse tipo de embalagem”, ressalta Fernando Maria, especialista de produto da Rigesa. A própria empresa desenvolveu no mercado de pescados industrializados uma embalagem-display para a nova linha de patês de atum da Gomes da Costa. Os produtos são vendidos em latinhas dotadas de abertura formada por selo de alumí-

nio e sobretampa plástica, que causou grande impacto no mercado de embalagens de aço. Também impressa em flexografia cinco cores mais verniz, a SRP da Gomes da Costa se destaca pela boa qualidade de impressão e por encaixes internos que mantêm os produtos alinhados nas gôndolas. “A possibilidade de empilhamento e a profundidade das caixas otimizam a utilização dos espaços nas gôndolas”, acrescenta o especialista de produto da Rigesa.

ESCUDO DE PROTEÇÃO Na visão da 3M, caixas de papelão do tipo shelf-ready demarcam área de gôndola

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Para Luis Manglano, diretor de marketing da Gomes da Costa, além de valorizar a exposição do produto, que fica com a tampa virada para o consumidor, esse tipo de embalagem oferece um “grande diferencial aos supermercadistas”. A menção aos apelos das SRPs na ponta da cadeia torna necessário um parêntese. Acontece que, ao contrário do que se dá lá fora, o custo da mão-de-obra dos repositores de mercadorias nos supermercados brasileiros é baixo. Talvez por isso as redes varejistas daqui nem sempre explorem as caixas-display em sua plenitude. Na apuração desta reportagem, por exemplo, a equipe de EMBALAGEMMARCA se deparou com repositores descartando embalagens prontas para gôndola como se fossem embalagens de despacho comuns, isto é, antes de sua devida exposição no ponto-de-venda. “Somente investimentos isolados em embalagens não bastam”, alerta Paulo Sérgio Peres, presidente da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO). Para ele, para uma maior difusão das caixas-display, o conjunto logístico como um todo precisa ser readequado. “É preciso haver uma mudança de postura principalmente na ponta da cadeia, no varejo”, ele diz, acrescentando que já presenciou em seções de

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SOFISTICAÇÃO Impressão flexográfica em cinco cores ajuda a destacar caixas-diplay desenvolvidas pela Rigesa para a Unilever

OTIMIZADO Possibilidade de empilhamento e profundidade das SRPs adotadas pela Gomes da Costa melhoram aproveitamento do espaço de gôndola

frutas caixas de papelão ondulado do tipo SRP sendo descartadas sem cumprir sua função de exposição no ponto-de-venda. “É algo a se pensar, especialmente quando consideramos que as perdas geradas pelas pirâmides de frutas em supermercados chegam a 17%”, informa o presidente da ABPO. Esse tipo de postura do varejo explica em parte a participação ainda tímida das embalagens prontas para gôndola no varejo nacional. Mas os motivos dessa baixa adesão não se restringem aos supermercadistas. Mais eficientes para o modelo logístico, as SRPs também são mais sofisticadas, e, portanto, apresentam custo unitário superior. Enquanto as caixas de papelão ondulado convencionais são normalmente impressas em uma só cor sobre papel kraft comum, as caixas-display costumam ser produzidas com várias cores. Além disso, a impressão pode ser feita sobre materiais de maior nobreza, que normalmente são acoplados ao papelão ondulado. “A simples comparação entre os custos de uma e outra continua sendo uma equação não resolvida no Brasil”, comenta Ailton Pupo, gerente de novos negócios da Rigesa. O executivo defende que a análise de custos das caixas de papelão do tipo shelf-ready deve contemplar toda a cadeia de abastecimento, e não apenas o preço unitário da embalagem. “Há reduções de custo e de tempo em diferentes etapas, mas elas ainda não foram totalmente mensuradas”, aponta o gerente da Rigesa. No campo da comunicação de ponto-devenda, por exemplo, as caixas-display podem reduzir investimentos em materiais de merchandising, como painéis, frentes de gôndola e cartazes. Ademais, seu uso costuma ser positivo do ponto de vista da comunicação

MODELO A SER COMBATIDO Na foto de celular feita em supermercado de São Paulo, amostra do que ausência de SRPs pode causar

da marca, que pode ser colocada em tamanho maior, potencializando sua visualização e facilitando a localização do produto em meio às marcas concorrentes. Por fim, mas não menos importante, é preciso considerar que, na ausência de embalagens de transporte prontas para as gôndolas, muitas vezes os repositores dos supermercados improvisam, e acabam cortando os frontais das caixas de papelão ondulado convencionais com facas e estiletes. Além de produzir caixas-display capengas ou mal-ajambradas, tal procedimento pode causar danos aos produtos. Avariados, estes acabam inclusos nos cálculos de perdas dos fabricantes. “Apenas apontar esse tipo de embalagem

FECHANDO O RALO Caixas prontas para PDV podem estancar perdas de até 17% provocadas por pirâmides de frutas em supermercados

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como mais caro não é justo”, sublinha Robson Alberoni, gerente de novos desenvolvimentos da Klabin, importante nome do mercado de papelão ondulado que também tem investido em projetos de SRP. A empresa, aliás, aprimorou no ano passado sua linha de caixas-display dotando-as de fitas de fácil abertura, que prometem agilizar ainda mais as reposições de ponto-de-venda. No plano das vantagens das SRPs, Alberoni ressalta que, somados à demarcação da área de exposição, essencial quando o giro é alto ou quando ocorre falha ou falta de reposição, os benefícios podem resultar em aumento de vendas. “Nessa conta, a caixa-display começa a ficar mais barata e vantajosa”, concorda Paulo Berbel, da 3M. Assim como o aspecto das perdas, cabe lembrar que, ainda que ínfimos, os recursos economizados com repositores poderiam ser alocados em atividades de promoção e estímulo de vendas. Também vale como argumento o fato de que, segundo pesquisas, em média as frotas de veículos de carga trafegam no Brasil com apenas dois terços da capacidade permitida. Com os vários formatos de caixas de papelão existentes, uma vez que na maioria das vezes essas embalagens são fabricadas sem padrões e sob medida para cada produto, nem sempre é possível aproveitar todo o espaço útil do caminhão. Estaria aí outra vantagem das SRPs, que podem diminuir a falta de padrão prejudicial a toda a logística dos produtos Com origens que remontam ao hard discount, como são chamados lá fora os supermercados baseados em operações e preços enxutos, as caixas-display também podem ser muito úteis no pequeno varejo. “Nas lojas de vizinhança, os espaços são reduzidos, e o uso desse tipo de embalagem pode ajudar na disposição dos produtos”, lembra Eduardo Baltazar, responsável pelo setor de display da Celulose Irani. Vale observar também que os atacadistas e distribuidores que atendem esse canal costumam prestar serviços de desmontagem das embalagens de despacho, montando paletes e até caixas de entrega com sortimento misto. Com SRPs, esse trabalho poderia ser evitado. No cômputo geral, a viabilidade das embalagens-display não se justifica apenas pela redução de custos operacionais, mas por um conjunto de fatores que inclui preservação dos produtos, estancamento de perdas e otimização do gerenciamento logístico. 26 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2007

Bem-vinda m Tradicionais nos balcões de padarias e papel cartão se consolidam no grande Abpo (11) 3831-9844 www.abpo.org.br Box Print (11) 5505 2370 www.boxprint.com.br Igel (51) 3041-8300 www.igel.com.br Irani (11) 4154-8200 www.irani.com.br Klabin (11) 3046-5800 www.klabin.com.br Rigesa (19) 3869-9330 www.rigesa.com.br

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conceito de embalagens prontas para gôndolas (SRPs, na sigla em inglês) é normalmente associado a caixas de papelão ondulado. No entanto, embalagens-display podem ser feitas de diferentes materiais, inclusive de plásticos rígidos. Estes são muito usados, por exemplo, no mercado de doces, principalmente sob a forma de berços e bandejas, que servem como base de fixação das embalagens primárias de diferentes guloseimas. Mas as grandes oportunidades do mercado de SRPs parecem mesmo reservadas à cadeia de celulósicas. É o que mostra a força desse conceito no mercado de cartuchos de papel cartão. Tradicionais fornecedores de caixas-display vistas nos balcões de padarias e mercearias, nos últimos anos os convertedores de estojos de papel cartão assistiram à difusão desse tipo de embalagem no grande varejo. “As embalagens-display se tornaram uma ferramenta indispensável em diferentes perfis de varejo, inclusive nos FORÇA EM GULOSEIMAS Associados a berços plásticos, estojos cartonados do tipo SRD foram incorporados à categoria de candies nos supermercados

igração mercearias, caixas-display feitas de varejo e movimentam cartonagens grandes supermercados”, fala Léo Mussulini Machado, coordenador de marketing da Igel. Grande convertedora de cartuchos cartonados do Sul do país, no ramo de caixas-display a empresa tem explorado mercados como o de barras de cereal, medicamentos e candies. “Temos notado uma crescente demanda por SRPs para a venda de pequenas porções de alimentos em estruturas flexíveis”, aponta Machado. A força das caixas-display feitas de papel cartão também pode ser observada na estratégia da Box Print, outro grande nome do mercado brasileiro de embalagens cartonadas. Segundo Sergio Damião, administrador de contas da empresa, a unidade de microondulados vem se dedicando mais e mais a esse tipo de produto. “Formamos uma equipe especializada no desenvolvimento de layouts e nas configurações de facas, travas e outros acessórios que fazem grande diferença no desempenho das caixas-display”, conta Damião, acrescentando que a Box Print tem a “maior planta de microondulado da América Latina”. (LH)

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Edição: Guilherme Kamio

Latinhas em ebulição Fabricantes de embalagens de alumínio para bebidas investem diante de bom cenário O negócio de latinhas de alumínio para bebidas está aquecido, com o primeiro semestre tendo batido um recorde histórico na venda de latinhas (5,5 bilhões de unidades, 13,3% a mais que no mesmo período do ano passado). Com isso, os três fabricantes de latinhas instalados no Brasil – Rexam, Crown e Latapack-Ball – iniciaram um programa de aceleração para o setor. A Crown já começou a produzir tampas na nova unidade de Manaus, ainda não inaugurada, e anun-

ciou que irá construir uma nova fábrica de latinhas no Nordeste, em local ainda não revelado. A expectativa é que a nova planta industrial, com investimentos previstos de 48 milhões de dólares, entre em operação no quarto trimestre de 2008, com uma capacidade inicial de 700 milhões de latinhas/ano. A Rexam, que recentemente inaugurou uma nova linha em Jacareí (SP), apta à produção de latas de volumes diferentes dos tradicionais 350 mililitros, vê as exportações

aumentarem. A empresa espera totalizar 400 milhões de tampas para latinhas exportadas para a Europa ao fim deste ano. Em maio, a empresa foi certificada como fornecedora “world class” pela cervejaria sueca Carlsberg, abastecida com tampas da unidade de Recife da Rexam. Por sua vez, a LatapackBall também pretende produzir latinhas diferenciadas a partir de 2008. Para tanto, sua fábrica de Jacareí (SP) já está sendo reformulada.

Latinha de alumínio: programa de aceleração

Adesivo retort feito aqui mesmo Coim Brasil nacionaliza insumo para embalagens plásticas flexíveis avançadas A multinacional italiana Coim acaba de lançar um adesivo para laminação de embalagens plásticas flexíveis do tipo retortable, brandindo ser a primeira a fabricar tal produto no Brasil. Capazes de suportar esterilização em autoclave sob temperaturas acima dos 130º C, disputando o acondicionamento de alimentos sensíveis e de alta acidez com vidro, latas e outras embalagens, as embalagens retortable são uma Algumas das possíveis aplicações do adesivo retortable

promessa do setor de flexíveis. José Paulo Victorio, gerente geral de negócios da Coim Brasil, conversou com EMBALAGEMMARCA sobre o lançamento. Embalagens retortable são apontadas como grande promessa para o Brasil há alguns anos, mas ainda não deslancharam. Dito isso, o lançamento do adesivo Retortable pode ser definido como uma aposta?

Na verdade já existe demanda local pelo produto. Uma das barreiras para a difusão do retortable na América Latina é custo. Com a produção local do adesivo, destravaremos essa barreira. Em linhas básicas, quais as especificidades do adesivo para o processo retort? Basicamente, elevada resistência térmica e química, além de formulação especial para que atenda ao FDA (certificação do órgão americano de vigilância sanitária) especifico para migração de aminas aromáticas após o processo retortable. A Coim é a única a produzir esse tipo de adesivo no Brasil. Nacionalizamos tecnologia européia. O alvo da novidade será exclusivamente o mercado nacional? Os focos serão o mercado local e o latino-americano em geral.

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No rastro de Suape O grupo italiano M&G (Mossi & Ghisolfi) anunciou que construirá uma nova planta industrial de PET de nova geração nos Estados Unidos, em local a ser confirmado. Com inauguração prevista para 2009, a linha terá capacidade para produzir 800 000 toneladas/ano da resina e empregará a mesma tecnologia utilizada na unidade de Suape (PE), inaugurada neste ano. Projetos especiais Tendo gerenciado os negócios da área de Plásticos Especiais da química Eastman para o Mercosul, Peru e Chile nos últimos sete anos, Gabriel Crosta foi designado para tocar projetos especiais da empresa na América do Sul. Em seu lugar entra Roberto Ribeiro, ex-SPP Resinas. Sob nova direção Produtora de embalagens plásticas e de papel com quarenta anos de mercado, a Vetorpel foi adquirida pela Buffalo Investimentos. A negociação envolveu 45 milhões de reais, incluindo dívidas, e foi concretizada em 45 dias. Com uma carteira de 250 clientes ativos, a Vetorpel atende a rede de fast food McDonald’s (embalagens para viagem e saquinhos de batatas fritas) e a CocaCola (rótulos), entre outros. Bini na Imaje Egresso da área comercial do braço local da fabricante francesa de máquinas de embalagem Sidel, Américo Bini foi contratado para a gerência nacional de vendas da fabricante de codificadoras e marcadoras Imaje. Bini coordenará uma equipe de onze colaboradores, buscando criar ferramentas para efetivar inovações comerciais. Jackpot O Packaging Machinery Manufacturers Institute (PMMI), organizador da Pack Expo Las Vegas 2007, sorteará 40 cartões-presente da Visa, no valor de 250 dólares, entre as inscrições antecipadas, feitas pela internet. A Pack Expo Las Vegas 2007 será realizada de 15 a 17 de outubro.

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Uma sacola de polêmicas Embalagens de boca-de-caixa geram discussões aqui e lá fora Em julho, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, vetou na íntegra o Projeto de Lei 159/07, que visava obrigar estabelecimentos comerciais do município a adotar sacolas plásticas de biodegradabilidade acelerada (oxi-biodegradáveis) em suas saídas de caixa. De autoria dos vereadores Arselino Tatto e Lenice Lemos, o projeto havia sido preliminarmente aprovado em maio pela Câmara Municipal. Kassab defendeu uma posição prudente a respeito, alegando falta de conclusões científicas sobre os efeitos da utilização dos materiais oxi-biodegradáveis nas embalagens e nos produtos acondicionados, posição apoiada pelo Plastivida – Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos.

Um debate sobre alternativas mais ecológicas para as sacolas plásticas utilizadas no varejo também mobiliza os Estados Unidos. Segundo o The New York Times, há Sacola uma pressão crescenplástica: te para o uso de sacos oposição ferrenha de papel reciclado nas lojas americanas. Em abril, um projeto de lei a favor das sacolas de papel foi sancionado em São Francisco, e medidas semelhantes já são aventadas em Boston, Baltimore, Oakland, Portland, Santa Monica e em Annapolis, entre outras cidades americanas. Em meio ao fogo cruzado, entre críticos e defensores das sacolas plásticas, o uso de sacolas reutilizáveis – como aquelas populares nas feiras livres brasileiras – começa a ganhar respaldo de autoridades e de varejistas.

Mudanças internas e de controle Suzano Petroquímica é vendida à Petrobras e mexe em organograma Líder nacional na produção de polipropileno, resina cada vez mais utilizada na fabricação de embalagens plásticas rígidas e flexíveis, a Suzano Petroquímica teve a totalidade de suas ações adquiridas pela Petrobras, em contrato assinado no início de agosto. O acordo prevê o pagamento de 2,7 bilhões de reais pela Petrobras, sendo 2,1 bilhões de reais para os controladores e 600 milhões de reais de oferta pública de ações para os sócios minoritários. A operação está

sujeita ao processo de due diligence, à conclusão de procedimentos e a ratificações pelos sócios e credores. A Suzano Petroquímica também passou por reorganização em julho. Com vinte anos na empresa, Aparecido Luiz Camacho foi guindado do departamento de Marketing para o setor de Exportação. Egresso da área comercial da petroquímica, Gustavo Sampaio de Souza será o novo coordenador de Marketing.

mercado >>> águas

Multiplicação das águas Sucesso da H2OH! faz brotarem lançamentos análogos ao produto da AmBev

A

explosão causada pela AmBev/ Pepsi no mercado de bebidas não alcoólicas com o lançamento da água saborizadas, ou “preparado líquido aromatizado” com gás, a H2OH! – segmento do qual, a propósito, se tornou líder absoluta –, não chegou a surpreender o fenômeno do mercado entrando de cabeça nesse que é um dos filões de maior crescimento no Brasil e no mundo. O fato é que, na esteira dessa marca que lembra a fórmula do mais natural dos líquidos, não pararam mais de pipocar lançamentos de águas saborizadas, aromatizadas, flavorizadas e funcionais (adicionadas de sais, fibras ou outros ingredientes que fazem bem ao organismo). Nada mais natural. É uma acomodação do mercado, que aproveita as oportunidades abertas pela concorrência, levando outras empresas a explorar o segmento. Segundo a AmBev, desde que a bebida foi lançada, em setembro de 2006, todas as expectativas foram superadas. Tanto que, em oito meses, a produção que era feita em uma unidade, passou a ser tocada em seis fábricas. Ocorreu então uma espécie de multiplicação dos pães, ou melhor, das águas saborizadas. Na esteira da H2OH!, surgiu uma série de bebidas que se aproveitaram do sucesso da marca da AmBev para entrar no mercado com embalagens, rótulos e até nomes muito parecidos, ou praticamente iguais, na visão mais rigorosa da líder do segmento. O maior exemplo é a H2X, da refrigerantes Xereta, de Tietê (SP). Além da cor da garrafa, de PET como a da H2OH!, o rótulo também lembra o do produto da AmBev/Pepsi. “Eles criaram um conceito novo, e vimos uma chance de entrar nesse mercado”, diz Cid Gallo, diretor comercial da Xereta. A Pepsi recorreu à justiça contra a empresa do interior paulista. O caso não entrou nas costumeiras delongas dos litígios brasilei32 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2007

FILHOTES Fabricantes menores aproveitam o caminho aberto pela AmBev para matar a sede do mercado

ros porque as duas companhias chegaram a um acordo: a Xereta vai mudar o nome do refrigerante para HX, e as embalagens (basicamente os rótulos) serão reformuladas. Não foi possível apurar se as alterações que vierem a ser feitas implicarão em colocar o HX num patamar de diferença suficiente para que o consumidor o veja como outro produto que não a H2OH!, ainda que na mesma categoria.

Águas agitadas A propósito, como observa um dos profissionais do segmento, que não autoriza revelar seu nome, enquanto as águas continuam agitadas (ou tranqüilas, dependendo do ponto de vista do fabricante de cada marca), uma questão que se coloca é a da semelhança das embalagens em categorias de produtos. Um ponto básico a definir é em que medida a apresentação de uma marca numa embalagem com as mesmas cores, o mesmo formato porém com uma curva ou um traço levemente diferentes – enfim, a mesmice que caracteriza gôndolas e prateleiras nos pontos-de-venda – é própria de uma categoria de produto. Outro é: em que medida é cópia da embalagem – e do conteúdo – do produto líder do segmento. Enquanto isso não se resolve, surgem outras pedras no caminho da Ambev/Pepsi. A Refriso, de Rio das Pedras, no interior de São Paulo, dona da marca de refrigerantes Vedete, deu no campo específico das águas

saborizadas mais um exemplo de como os fabricantes de tubaínas se transformaram num renitente incômodo para as grandes indústrias do ramo de refrigerantes. A empresa se baseia numa operação enxuta, o que facilita rápidas tomadas de decisão, e é autosuficiente em embalagens, possuindo linhas modernas e totalmente automatizadas de produção e envasamento de garrafas de PET. Desse modo, pode replicar com rapidez as tendências de mercado – basicamente aquelas lançadas pelas gigantes do setor. É o caso da linha Cachoeira Limão, comercializada em garrafas de PET de 350 mililitros, 600 mililitros e 2 litros, com rótulos muito parecidos com os da H2OH!. A AmBev recorreu novamente à justiça comum, pedindo liminar que impedisse a venda da Cachoeira, mas sofreu um revés. O pedido foi negado, a cervejaria recorreu e agora aguarda nova decisão judicial. Enquanto isso, as vendas do produto da Refriso vão de vento em popa. De acordo com Fábio Pleins, diretor comercial da empresa, a receptividade à linha Cachoeira Limão, que tem o preço um pouco mais baixo que a líder de mercado, “foi um sucesso”. Outras tantas entraram no vácuo da H2OH!, como a Refrigerantes Piracaia, baseada na cidade de mesmo nome, no interior paulista. Além do líquido, da embalagem e do rótulo, o nome também é baseado no da bebida da Pepsi: PiraH!Zero. E assim as águas vão rolando. (FP)

Sondagem GNPD*: águas aromatizadas Todos os meses, EMBALAGEMMARCA seleciona alguns cases internacionais de um dos mercados analisados por nossa reportagem, para que os leitores possam compará-los com o que se produz no Brasil

Embalagem: Garrafa de vidro de 414 mililitros

A Clearly Canadian redesenhou em julho a embalagem de sua água gaseificada Strawberry Melon Sparkling Water, com sabores de morango e melão. O produto não contém conservantes.

País: México Embalagem: Garrafa de PET de 420 mililitros O Herdez Equilibrio Fresa + Kiwi Agua Strawberry & Kiwi Flavored Water é uma água antioxidante enriquecida com aloe vera, chá branco e fibras.

Ramlösa Jana Eper Persimon/Grape Guava Light País: Suécia Embalagem: Garrafa de vidro de 500 mililitros A sueca Ramlösa ampliou sua linha de águas com sabor com a introdução das variantes Caqui & Uva e Cacto.

País: Hungria Embalagem: Garrafa de PET de 500 mililitros A Jana Eper Guava Light é uma água mineral natural da Jamnica que combina os sabores de morango e de goiaba. A garrafa possui tampa esportiva, para consumo direto.

Aroma Rose Water País: Taiwan Embalagem: Garrafa de PET de 500 mililitros A Itoen lançou em julho uma nova água com aroma de rosas em Taiwan.

Jostabeere Josta Berry Flavoured Water País: Áustria Embalagem: Garrafa de PET de 500 mililitros O Jostabeere Josta Berry Flavoured Water é a nova água saborizada da Römerquelle Emotion. A josta berry é um híbrido de groselha e framboesa silvestre.

Blueberry & Pomegranate Sparkling Water País: Reino Unido Embalagem: Garrafa de PET de 1 litro Romã e arando estão na extensão de linha das águas gaseificadas com sabores da varejista britânica Marks & Spencer.

Vital Calm Vitamin Enhanced Water with Guava País: Canadá Embalagem: Garrafa de PET de 591 mililitros O Vital Calm Vitamin Enhanced Water in Calm, com leve sabor de goiaba, é uma bebida natural com propriedades relaxantes da Vital Lifestyle Water. Contém camomila, bálsamo de limão e valeriana em sua fórmula. Há uma versão do produto com sabor de açaí.

As informações apresentadas nesta seção são provenientes de levantamentos e análises da Mintel e são protegidas por direitos autorais. EMBALAGEMMARCA não se responsabiliza pelo conteúdo. O GLOBAL NEW PRODUCTS DATABASE (GNPD) DA MINTEL ACOMPANHA, INTERNACIONALMENTE, NOVOS LANÇAMENTOS DE PRODUTOS, TENDÊNCIAS E INOVAÇÕES. PARA INFORMAÇÕES ADICIONAIS SOBRE O GNPD, VISITE WWW.GNPD.COM OU LIGUE PARA A MINTEL INTERNACIONAL (+ 1 312 932-0600)

34 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2007

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Herdez Strawberry Melon Sparkling Equilibrio Fresa + Water Kiwi País: Malásia

incentivo >>> premiação

O melhor da festa é ela Para quem esperou o dia do PRÊMIO EMBALAGEMMARCA valeu a pena. Nele, terá boa companhia, boa bebida e boa comida. E poderá ir de graça a Paris

NETWORKING – Um dos destaques da premiação será

a cerimônia em si. Os organizadores estão elaborando uma programação que, sem deixar de dar o devido realce aos cases premiados, se caracterizará pela objetividade e pela 36 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2007

SÍNTESE Os componentes do troféu do Prêmio simbolizam as formas básicas das embalagens

BONNE CHANCE Um pacote completo, com passagem aérea São Paulo-Paris-São Paulo, hospedagem por cinco noites e ingressos para o salão Emballage 2008, em Paris, será sorteado entre os presentes ao jantar

FOTO: BLOCO DE COMUNICAÇÃO

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rosseguem dentro do cronograma os preparativos para que a cerimônia de entrega dos troféus do PRÊMIO EMBALAGEMMARCA – GRANDES CASES DE EMBALAGEM, a mais seletiva premiação do setor no Brasil, fique à altura da qualidade dos cases inscritos e do rigor do julgamento pelos jurados. Como estão empenhados em que a festa seja agradável e ao mesmo tempo proveitosa para quem dela participar, a Bloco de Comunicação e a SPR International, empresas organizadoras do evento, julgam conveniente destacar alguns pontos para que os profissionais do setor anotem em suas agendas a data do evento – 12 de setembro – e façam desde já a reserva de seus convites. Entre outros bons motivos para comparecer, sobressai a iniciativa de um dos patrocinadores master do Prêmio: tratase do salão Emballage, feira internacional especializada em embalagens que se realiza a cada dois anos em Paris e que decidiu oferecer um pacote completo (passagem, cinco dias de estadia e ingressos) a ser sorteado entre os presentes ao jantar de premiação, para a edição de 2008 daquele evento na capital francesa. Na premiação do próximo ano, que ocorrerá antes da realização do Emballage 2008, será sorteado mais um pacote. Outro motivo de satisfação para os organizadores é informar que já estão sendo produzidos pela Wheaton do Brasil os troféus destinados a homenagear materialmente todas as empresas integrantes dos cases escolhidos pelo júri como ganhadores. Vale dizer que serão entregues troféus e diplomas a todas aquelas que forem citadas nas fichas de inscrição que vierem a ser vencedoras – desde as agências de design aos fornecedores das embalagens e de seus complementos até e principalmente as empresas usuárias. Cabe lembrar que o troféu do PRÊMIO EMBALAGEMMARCA – GRANDES CASES DE EMBALAGEM é conceitual, sintetizando em seus contornos as formas consideradas básicas em embalagens. E cabe ainda destacar que a premiação de todos os integrantes de um case vencedor não significa distribuição indiscriminada de peças. A orientação do júri é no sentido de rigidez na escolha.

Patrocínio Master

Patrocínio Especial

brevidade. Afinal, num encontro entre os principais nomes do setor, entende-se que um bom espaço de tempo deve ser destinado à troca de informações e experiências. De preferência, esse networking de alta qualidade deve ocorrer em ambiente de bom gosto e em clima descontraído, aspectos em que seguramente não haverá motivos para reparos, como pode ser visto mais adiante.

AMBIENTE AGRADÁVEL – O local contratado fica

na região central da capital paulista (ao lado da Fundação Getúlio Vargas), de fácil acesso, arquitetura moderna e acabamento requintado, ideal para a realização de grandes eventos. O coquetel e o jantar ficarão a cargo da Renovação da Gula, conhecido como “o buffet dos gourmets”, fornecedor habitual de grandes corporações do país. Fotos do local, a programação completa e os cardápios podem ser vistos no site www.embalagemmarca.com.br

Cobertura especial em edição didática A festa de premiação e os cases finalistas (não apenas os vencedores) do PRÊMIO EMBALAGEMMARCA – GRANDES CASES DE EMBALAGEM serão apresentados em cobertura especial da revista EMBALAGEMMARCA em outubro, mês seguinte ao evento, quando a tiragem será ampliada. O objetivo é estender da área do merecido reconhecimento para o campo do didatismo a história e o contexto em que embalagens transformam verdadeiros cases de sucesso os produtos nelas contidos. A edição contará por que e como isso acontece e quem foram os profissionais e as empresas responsáveis pelo êxito alcançado.

agosto 2007 <<<

EmbalagemMarca <<< 37

o grande encon 12 de setembro

reserve agor (11) 5181-6533 • Está se aproximando a data da cerimônia de entrega do PRÊMIO EMBALAGEMMARCA – GRANDES CASES BALAGEM.

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Será um momento de confraternização e, acima de tudo, de muito relacionamento. Sabendo que

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ntro do setor. o, em são paulo.

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ra seu lugar • (11) 5521-4325

entrevista >>> Luiz Rogério Wittmann

O dilema da embalagem

O

público single, termo inglês largamente utilizado para definir consumidores urbanos que vivem sozinhos, trabalham fora e têm pouco tempo ou falta de disposição para preparar suas refeições, contaria no Brasil com cerca de 4 milhões de pessoas, crescendo em média 6% ao ano, segundo medição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2000. Atualizado por aquele índice, o total deve estar hoje próximo a 6 milhões, na maioria situados nas faixas de bom poder de consumo. Do que consomem, destaca-se a alimentação em porções individuais, em especial alimentos congelados, a lasanha na liderança. As estatísticas do IBGE abrangem, no caso específico, apenas pessoas que declaram viver sozinhas. Não são contadas as que, embora convivendo na mesma habitação com outras, não compartilham seus hábitos alimentares. Cada um consome o que lhe apetece, na hora que lhe convém. Daí pode-se supor que o universo single pode ser muito maior, não sendo apenas aqueles que vivem sozinhos os responsáveis pelo consumo brasileiro de estimadas 200 mil toneladas anuais de pratos prontos congelados. O impacto ambiental causado pelo descarte das embalagens de tanta comida inspirou a dissertação de mestrado de Luiz Rogério Wittmann, mestre em engenharia de processos químicos e bioquímicos na área de pesquisa de embalagem, pelo Instituto Mauá de Tecnologia, defendida em junho último, naquela instituição. Com orientação do prof. Antonio Carlos Dantas Cabral, doutor em engenharia de produção pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e bacharel em engenharia de alimentos pela Unicamp, Wittmann dissertou sobre a Avaliação Crítica do Ecodesign Aplicado no Projeto de Embalagem de Lasanha Congelada para Consumidores Single.

Embora de grande interesse do ponto de vista acadêmico, o foco do trabalho sem dúvida é útil aos leitores de uma revista de negócios como EMBALAGEMMARCA, por buscar aplicar a embalagens a metodologia de projeto do ecodesign (ou design for environment, como é também conhecido). Sinteticamente, esta se destina a otimizar o desempenho dos produtos e, dessa forma, diminuir seu impacto no ambiente. Nos escassos trabalhos existentes sobre o tema, o foco não são as embalagens mas, em geral, bens duráveis. Na dissertação de Wittmann, a metodologia tem por eixo o chamado “dilema da embalagem”, cuja indagação básica é definir qual a melhor alternativa: embalagens menores, com quantidades adequadas para o público single, com risco de aumentar o impacto ambiental, ou embalagens maiores, com maior peso líquido, com risco de aumentar o desperdício de alimentos. Ele comparou, nesse dilema, o desempenho ambiental das embalagens de lasanha congelada de 350 gramas e de 650 gramas, de um fabricante brasileiro. Por favor, defina ecodesign e indique sua importância em projetos de embalagem dentro de uma indústria. O ecodesign consiste em projetar produtos considerando seus aspectos ambientais ao longo do ciclo de vida. Estes aspectos deixam de ser secundários e ganham a mesma importância de fatores como custo e qualidade. Em projetos de embalagens pode contribuir para melhorar a qualidade, estimular a inovação e desenvolver o senso de responsabilidade ambiental na empresa. Ou seja, ele deixa de ser um mero componente, ou um enfeite mercadológico, como ocorre em alguns casos? Exatamente. Muitas vezes as empresas projetam um produto, uma embalagem, sem nenhuma preocupação ambiental,

Em dissertação no Instituto Mauá de Tecnologia, o implantação de metodologia para uso de ecodesign em embalagens nas empresas – inclusive nas pequenas 40 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2007

DIVULGAÇÃO

mestrando Luiz Rogério Wittmann sugere passos para a

entrevista >>> Luiz Rogério Wittmann mas no final encontram um pretexto para fazer o chamado “marketing verde”. Já o ecodesign como metodologia de projeto resulta em benefícios verdadeiros. Ele considera as implicações ambientais tanto na extração de matéria-prima, na transformação daquele material, na logística, durante o uso e também no final da vida útil, quando a embalagem perde sua função. Dentro dessa visão, o destino final da embalagem deve ser previsto no início do projeto. Exemplo: quando surgiram no mercado, as garrafas de PET possuíam um base-cup de material diferente, para dar sustentação. Isso, além de encarecer o produto, adicionava um material que deveria ser separado, dificultando a reciclagem. Com o aprimoramento do projeto das garrafas, a base foi eliminada. Isso reduziu custos, o peso das embalagens e a emissão de resíduos sólidos no pós-consumo, facilitando a reciclagem.

prazo, são as barreiras comerciais não-tarifárias a que produtos brasileiros podem estar sujeitos. Há casos concretos de empresas no Brasil que utilizem o ecodesign como premissa no projeto de embalagem? A Natura é um exemplo. Seus produtos são projetados com base na responsabilidade ambiental e social. Ela oferece várias opções de refil e usa ingredientes menos agressivos ao ambiente e à comunidade de onde são extraídos.

“O ecodesign pode

otimizar a embalagem, levando a empresa a

gastar menos material, menos energia e, com

menos recursos, obter

Há outros exemplos? Podemos citar dois casos de estratégias para diminuir o peso das embalagens. A primeira é a de Nescafé, da Nestlé, que oferece o produto em vidro e embalagem flexível refil. Outra, as latas de alumínio para bebidas, que tiveram o peso reduzido de 18g para 13,5g nos últimos trinta anos. Nos dois casos foram otimizados os materiais e reduzidos os resíduos pós-consumo, mantendo a integridade dos produtos.

um produto com a mesma qualidade, ou até melhor. Tem também ganhos em imagem, pois a educação ambiental das pessoas vem aumentando”

Empresas têm como objetivo principal o lucro. Como o ecodesign pode auxiliá-las na busca desse objetivo? É a mesma questão do desenvolvimento sustentável. Há algum tempo, os investimentos em melhoria ambiental eram mal vistos nas empresas, pois aumentavam os custos de capital para investir na melhoria dos processos. Hoje as empresas percebem que, ao caminhar na direção do desenvolvimento sustentável, com práticas ecoeficientes, ganham mais dinheiro, porque em vez de remediar os problemas elas os previnem. O ecodesign pode, de certa forma, otimizar a embalagem, levando a empresa a gastar menos material, menos energia e, com menos recursos financeiros, obter um produto com a mesma qualidade, ou até melhor. Isso sem contar os ganhos em imagem, pois cada vez mais aumenta a educação ambiental das pessoas. Outro fator, este de longo

42 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2007

Se tivesse que destacar um único aspecto da importância do ecodesign, qual seria? A oportunidade de se repensar o projeto de produtos e embalagens, de forma a se considerar todo seu ciclo de vida, suas implicações ambientais, seu relacionamento com o consumidor. O mais importante é mudar o paradigma de projeto. Qual o método adequado para a aplicação do ecodesign? Baseei-me principalmente na metodologia de Brezet e Hemel, que por sua vez influenciou vários manuais de ecodesign. No meu trabalho, adaptei especificamente a metodologia para o desenvolvimento de embalagens, sobretudo de alimentos.

Quais os passos da metodologia? São seis. Primeiro, formar uma equipe multidisciplinar dentro da empresa para trabalhar no projeto. Segundo, definir qual o item dentro do mix da empresa que oferece a maior oportunidade de redução do impacto ambiental. O passo seguinte é levantar seu perfil ambiental, isto é, conhecer os impactos ambientais inerentes a ele, ao longo do ciclo de vida. A quarta etapa é selecionar as estratégias mais adequadas para diminuir esses impactos, como utilizar materiais reciclados, reduzir o peso dos materiais, eliminar acessórios desnecessários, projetar embalagens reutilizáveis etc. A metodologia do ecodesign organiza essas estratégias e torna possível a escolha de qual ou quais são as mais adequadas ao projeto. O quinto passo é a especificação do produto, ou seja, a transformação daquelas estratégias num conjunto de ações detalhadas tecnicamente. Por último vem o benchmark, ou uma comparação do produto novo com o projeto anterior e até com concorrentes no mercado para verificar o

Desde a sua fundação, em 1984, a Colacril se orgulha de ter contribuído para a consolidação e o crescimento do mercado de

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entrevista >>> Luiz Rogério Wittmann sucesso desse produto, para ver se ele cumpriu a função de causar menos impacto no meio ambiente. Espera-se que a metodologia torne-se padrão na empresa. Aparentemente, não é fácil implantar isso numa empresa. Antes de tudo é necessário o apoio da alta gerência da empresa. A empresa precisa mudar a maneira de enxergar seus produtos e seus projetos. O segundo desafio é promover o trabalho integrado, porque parece corriqueiro falar “vamos trabalhar juntos”, mas na prática, em grandes empresas, isso não é tão simples. Superadas essas dificuldades, talvez o maior desafio seja medir o impacto ambiental dos produtos sem ser tendencioso. Para isso, seria de grande auxílio a utilização da análise de ciclo de vida, para o que já existe a norma ISO 14040, publicada em português pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

organizadas têm condições de adotar o ecodesign. A metodologia é simples e pode ser aplicada por pequenas e médias empresas sem recursos para pesquisas. Para ter sucesso, o primeiro passo é se comprometer com a questão ambiental. É uma mudança na cultura, na forma de se ver os produtos e processos internos. Isso independe do tamanho da empresa. Até acredito que empresas pequenas e médias tenham mais flexibilidade para implementar essas medidas, desde que haja comprometimento da alta direção. Para as empresas que não têm sistema de gestão ambiental, a adoção dessa metodologia pode ser um primeiro passo para se prepararem para futuramente reproduzirem esses conceitos ambientais em todos os aspectos da empresa.

“Dentro do seu

contexto de consumo, a embalagem single

pode evitar desperdício de produto, reduzindo

Em geral, a legislação não atenta para tais minúcias, que são fundamentais. Projetos surgidos sobretudo em diferentes instâncias do Poder Legislativo, costumam generalizar nas restrições à embalagem, pois isso “dá ibope”, como se diz. . . Atribui-se injustamente impacto exagerado à embalagem. Considerese que ela contribui para evitar o desperdício, a quebra num sistema de abastecimento. Na fabricação de um produto há uma série de processos produtivos além da embalagem. Quando ela é mal dimensionada, pode comprometer o conteúdo, jogase fora muito trabalho. A embalagem é importante para evitar o impacto ambiental, mas é o que sobra na mão do consumidor. É ela que vai para o lixo, para o aterro. É o “mal visível”, daí a grande atenção sobre ela. É a grande vilã.

o impacto no

ambiente. E, através

Existem outras ferramentas? Entre outras, tem a chamada Matriz de Inventário, ou Metmatrix – Material, Energy and Toxic Emission, onde os estágios do ciclo de vida são divididos em etapas principais. Depois são contabilizados os gastos mais significativos de material e energia, e as emissões do produto de cada etapa. No meu trabalho, fiz uma adaptação dessa matriz para ser utilizada em sistemas de embalagem.

da metodologia do

ecodesign, pode-se

criar uma embalagem single que cause

impacto ainda menor”

Uma das conclusões do seu trabalho é que a embalagem single pode ser ambientalmente melhor. Como se explica? No caso, a função é atender a necessidade de um consumidor individual. Se não existisse a embalagem single, o consumidor compraria a embalagem maior. Descartaria quantidade maior de embalagem e poderia desperdiçar produto, jogando no lixo o excedente, gerando aumento dos resíduos orgânicos. Para cada perfil de consumidor tem de existir um tipo de embalagem. Dentro do seu contexto de consumo, a embalagem single pode evitar desperdício de produto, reduzindo o impacto no ambiente. E, através da metodologia do ecodesign, pode-se criar uma embalagem single que cause impacto ainda menor. A impressão que se tem é de que só empresas altamente

44 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2007

O ecodesign seria suficiente para resolver essa questão? Seria preciso um sistema de responsabilidade compartilhada, para minimizar o problema. O consumidor deve ser responsável pela separação das embalagens; o governo, pela coleta; e as indústrias devem investir na reciclagem, no reaproveitamento. Com o ecodesign já se projetariam as embalagens pensando nesse dilema. A dissertação completa de L. R. Wittmann estará disponível em breve no site do Instituto Mauá de Tecnologia (www. maua.br). Os interessados podem também contatar o autor no email: [email protected]

plásticas >>> alimentos

X-conveniência Embalagem flexível especial, para ir ao microondas, tempera estréia de sanduíches congelados da Sadia

F

uncionais e convenientes, os recipientes e envoltórios que possibilitam o preparo direto de alimentos resfriados ou congelados em fornos de microondas se popularizam cada vez mais, mostrando como embalagens inteligentes podem modernizar o perfil de produtos. Uma novidade, nesse campo, acaba de ser bancada pela Sadia. A poderosa agroindustrial ampliou sua linha Hot Pocket com sanduíches prontos congelados, cujo aquecimento no microondas ocorre no interior de embalagens flexíveis (flow packs) – e não com o envolvimento por cartuchos especiais de papel cartão, utilizados nos snacks da mesma marca, lançados há cerca de dois anos. A extensão de linha conta com X-Burguer e X-Frango, além da edição limitada X-Calabresa, lançada para os Jogos Pan-americanos do Rio. Para aquecer os sanduíches não é preciso abrir a embalagem plástica. A flow pack, transparente, permite a “respiração” do alimento acondicionado, não retendo o vapor liberado com a ação das microondas. “O preparo continua muito fácil: em cerca de 1 minuto e 30 segundos, você prepara no microondas um sanduíche com pão macio, delicioso queijo derretido e com o tradicional hambúrguer Sadia”, resume a fabricante em materiais de promoção do lançamento.

LANCHEIRAS Sanduíches Hot Pocket são expostos no varejo em flow packs de BOPP. X-Calabresa é edição comemorativa ao Pan

Brasilgrafica (11) 4133-7777 www.brasilgrafica.com.br Celocorte (11) 4156-8822 www.celocorteembalagens.com.br

nologia empregada nos sanduíches Hot Pocket. Procurada por EMBALAGEMMARCA, a empresa alegou “questões estratégicas” para não divulgar a informação. Os sanduíches Hot Pocket são envolvidos por mais duas embalagens para serem comercializados. A flow pack inteligente é envolvida por uma embalagem intermediária do tipo concha (clamshell), feita com papel cartão triplex da Suzano e impressa em offset pela Brasilgrafica. Por fim, outra flow-pack, confeccionada em polipropileno biorientado (BOPP) pela Celocorte, recobre a concha semi-rígida, protetora – e é a embalagem que se apresenta ao consumidor nos pontos-de-venda. O design gráfico das flow packs externas do X-Burguer e do XFrango são dominadas pelo amarelo, seguindo a identidade visual da Sadia. Já o X-Calabresa destaca o laranja em sua embalagem. Os layouts foram projetados pela Team Créatif Find, braço brasileiro da agência de design francesa Team Créatif, parceira de longa data da Sadia. (MF)

Suzano 0800 055 5100 www.suzano.com.br Team Créatif Find (11) 3704-6248 www.find.com.br

Flexíveis adequadas para suportar o ambiente do forno de microondas, do tipo self-venting (“auto-ventiladoras”), vêm se popularizando em todo o mundo, a reboque de pesquisas e desenvolvimentos de fornecedores de embalagens americanos, europeus e asiáticos. A Sadia, no entanto, não divulga a origem da tec46 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2007

PRIMÁRIA Flow pack transparente, revelada com a abertura da concha cartonada, é a embalagem que vai ao forno de microondas

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Segredo guardado

celulósicas >>> farináceos

Os SOS não pedem socorro A despeito do crescente avanço dos filmes de PE, sacos de papel do tipo sack open square mostram força nas gôndolas de farinhas

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U

FORÇA DA TRADIÇÃO No segmento de embalagens de um quilo de farinhas de trigo, celulósicas acondicionam 35% das 250 milhões de unidades vendidas por ano no Brasil

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m tradicional sistema de acondicionamento não cede a mudanças nos hábitos de consumo nem ao avanço de competidores considerados mais modernos e práticos. Assim poderia ser resumida a situação dos sacos de papel conhecidos no mercado brasileiro de farinhas pela sigla SOS (do inglês sack open square, ou saco aberto quadrado, numa tradução ao pé da letra). Apesar do gradual avanço dos filmes de polietileno (PE) no setor, essa clássica embalagem celulósica continua dando demonstrações de força. Segundo o Sindicato da Indústria do Trigo (Sindustrigo), entre os sacos de farinha de trigo de 5 quilos as embalagens de papel acondicionam dois terços das mais de 100 milhões de unidades vendidas por ano no Brasil. No caso das farinhas de trigo de 1 quilo, que movimentam 250 milhões de unidades por ano no país, os sacos de papel estão em desvantagem, acondicionando por volta de 35% da produção. Mesmo assim, não dão sinais de intimidação frente à adesão de grandes moinhos aos filmes plásticos. Essa idéia de resistência ganha nitidez no mercado de fubás e farinhas derivadas de milho. Embora sacos de PE também tenham avançado na área, fabricantes de papéis especiais estimam que nesse setor as embalagens celulósicas respondam por cerca de 70% da produção voltada ao consumo doméstico. Enraizada nos hábitos alimentares de diferentes regiões do país, farinha de milho é especialmente consumida no Nordeste, onde é comum sua distribuição em cestas básicas. “O fubá é um produto barato, que nem sempre comporta uma embalagem de alto

valor agregado”, diz Robertson Nóbrega, supervisor de compras da Felinto, grande fornecedora de sacos SOS de Campina Grande (PB). Apesar do eminente apelo popular, ele diz que o patamar de qualidade das embalagens celulósicas para farinhas derivadas de milho evoluiu muito nos últimos anos. “Hoje os sacos de fubá são impressos em modernas máquinas de rotogravura, apresentando excelente qualidade gráfica”, fala Nóbrega. No acabamento, o profissional da Felinto chama atenção para laminações externas com BOPP, que aumentam a proteção e melhoram o visual das marcas. Na parte estrutural, o destaque dos sacos SOS de farináceos fica por conta do uso de modernos materiais mono ou bifoliados, além de forros internos que, no Nordeste, muitas vezes são reaproveitados como papel de cigarro pelos consumidores. Uma das principais fabricantes desse tipo de produto é a MD Papéis, que destaca o desenvolvimento de linhas como a Cromopack, bem disseminada em sacos SOS de derivados de milho.

“É um produto resistente, com pouco peso por metro quadrado e que apresenta ótimo desempenho em rotogravura,”, descreve Rubens Bambini Jr., diretor de negócios da MD Papéis, que lista ainda outras vantagens dos sacos SOS. Uma delas seria a base retangular, que permite exposição dos produtos em pé, propiciando maior visibilidade nos pontos-de-venda. “Além disso, o papel tem poros, ajudando o alimento a respirar”, diz Bambini. Ele lembra que esse tipo de embalagem é forte também no mercado de erva mate.

Símbolo da marca No lado dos fabricantes de farinhas, os sacos SOS começam também a representar muito mais do que mera opção de primeiro preço. “Temos consciência de que na cozinha esse nem sempre é o material de embalagem mais prático”, sublinha Graciela Ortiz, responsável pela área de marketing do Pastifício Selmi. “Mas o papel está diretamente ligado à imagem de tradição de nosso produto”, ela

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diz, em referência à farinha de trigo Renata. Com quase cinqüenta anos de história, a marca voltou a apostar em sacos SOS após uma experiência com filmes plásticos anos atrás. “Retornamos ao papel em função de apelos dos próprios consumidores”, relembra Graciela Ortiz. Atualmente, os sacos SOS utilizados na embalagem de 1 quilo da farinha de trigo Renata são fornecidos pela convertedora Romiti.

Barreiras à migração Entre indústrias de farinha de menor porte, Robertson Nóbrega, da Felinto, lembra ser comum o empacotamento manual dos produtos. Estaria aí outro fator favorável aos sacos SOS, já que migrações para embalagens plásticas exigem investimentos em automação distantes da realidade dos pequenos fabricantes. “Em função da consolidação do papel na categoria, uma eventual mudança para plástico também exigiria investimento em marketing para explicar aos consumidores que se trata do mesmo produto”, acredita Nóbrega. Sobre a disputa com os filmes de PE, as empresas envolvidas no mercado de sacos SOS ressaltam que em outros países, em especial na Europa, está se dando o contrário do que aqui, com as embalagens de papel substituindo o plástico em diferentes aplicações para 50 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2007

Felinto (83) 3315-1515 www.felinto.com.br MD Papéis (11) 4441 7800 www.mdpapeis.com.br Romiti (11) 6165-1514 PUXANDO A FILA Dona Benta iniciou movimento rumo a filmes plásticos no nicho das farinhas de trigo

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NONONONON Nonononononononononon onononononononononono nonononononon AVANÇOS Novos substratos e laminação externa de BOPP enobrecem sacos SOS no mercado de farinhas de milho

alimentos. “Papéis especiais de alta barreira e seláveis a quente já são capazes de substituir materiais como poliéster e até alumínio”, explica o supervisor da convertedora nordestina, com esperança de que esse movimento também se consolide no Brasil. “Lá fora, o mercado de farinhas de trigo de fato é dominado por sacos de papel”, reforça Vicente Genícola, consultor do Sindustrigo. Para ele, o avanço dos filmes plásticos no cenário brasileiro pode ser explicado por três fatores. Em primeiro lugar, a praticidade e a resistência desse tipo de material, que se adapta melhor ao armazenamento em ambientes úmidos como a geladeira. “Em segundo lugar, a máquina de empacotar com embalagem de PE custa bem mais barato do que o mesmo equipamento que trabalha com papel”, compara Genícola. Por fim, mas não menos importante, o consultor do Sindustrigo lembra que a J. Macêdo, controladora da marca Dona Benta, líder da categoria, decidiu migrar para embalagens plásticas há mais de uma década, influenciando todo o setor. Em última análise, lances como o protagonizado pela marca Dona Benta mostram que há no mercado de farinhas espaço e oportunidades para diferentes sistemas de embalagem. A tradição e a força mostradas pelos sacos SOS frente ao avanço das embalagens plásticas constituem outra prova disso. (LH)

fechamentos >>> bebidas

Segurança e gás total Nova tampa slim de polipropileno promete impedir a exploração de brecha na vedação de refrigerantes e de outras bebidas carbonatadas emgarrafadas em PET

G

erente de comércio exterior e marketing da Álter Embalagens, divisão de tampas para bebidas do grupo Védat, Paulo de Castro afirma que uma discreta rotação nas tampas convencionais de refrigerantes, mesmo sem o rompimento do lacre que a elas é tradicionalmente conjugado, já é capaz de liberar o gás da bebida – o que pode ser comprovado pelo som característico de vazamento que o ato produz. Explorada com má-intenção, essa folga pode comprometer a integridade do produto. De modo a debelar essa brecha, a Álter desenvolveu um sistema de trava inviolável para a sua nova tampa de rosca K.27, para garrafas de PET. “É uma inovação sem igual no mundo”, diz Castro. Projetada com um desenho de rosca diferenciado, de duas entradas, que segundo a fabricante garante uma abertura mais fácil e rápida, a K.27 é dotada de um sistema de lombadas próximo à borda que elimina a folga na tampa. “Assim, a degasagem só ocorre após o rompimento do lacre”, explica o executivo da Álter. Como seu nome denuncia, a K.27 se enquadra na tendência de gar52 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2007

Alcoa CSI (11) 4134-2500 www.alcoa.com.br Álter Embalagens (11) 2133-1212 www.alterbr.com.br Sacmi (19) 3806-2557 www.sacmidobrasil.com

DÉBUT – K.27 já começa a ser utilizada por uma grande indústria de bebidas

galos menores para garrafas de PET, com 27 milímetros de diâmetro, proporcionando uma economia de 2 gramas de PET por préforma em relação ao popular padrão PCO 28. A novidade é moldada em polipropileno e acopla vedante de EVA, como as tampas do mesmo gênero.A tampa está começando a ser adotada por um grande fabricante de refrigerantes, que prefere não alardear a ação.

Pré-formas também Embora o sistema de travas mire as bebidas carbonatadas, Castro garante que a K.27 tem preço competitivo também para bebidas sem gás, como águas minerais. Além da K.27, a Álter tem outra novidade. Estimulada, segundo Castro, por pedidos de clientes, a empresa estreou no negócio de pré-formas para garrafas de PET. Para isso investiu um valor não-revelado numa nova linha de injeção, da italiana Sacmi, e passa a oferecer ao mercado pré-formas standard para o sopro de garrafas de 2 litros e de 600 mililitros (com gargalo PCO 28), e de 2 litros com os gargalos de 28 e de 27 milímetros. (GK)

FOTOS: DIVULGAÇÃO

FIRMEZA Nova K.27 da Álter é dotada de rosca desenhada com travas (tampa à esquerda). À direita, a tampa 28 convencional da empresa, que também estréia na distribuição de pré-formas

Mini a mil Alcoa CSI amplia família de tampas short height com versões para grandes volumes Uma das líderes do movimento de tampas de altura reduzida, para garrafas de PET com gargalo mais curto, a Alcoa CSI amplia sua linha de tampas mini. As novas Xtra-Lok mini e MB-Lok mini são anunciadas como as primeiras tampas short height capazes de trabalhar com embalagens de PET para volumes de até 2,5 litros. Ambos os modelos são moldados por compressão em polipropileno, têm diâmetro de 28 milímetros e são adequados ao gargalo 1873, que propicia economia de quase 2 gramas de resina PET por garrafa. A Xtra-Lok mini é voltada a refrigerantes, enquanto a MB-Lok mini é especialmente formulada para cervejas em PET. “As tampas possuem vedante especial, capaz de absorver oxigênio, evitando assim a degradação do produto”, diz Rodolfo Haenni, gerente de marketing da Alcoa CSI na América do Sul. Haenni explica que os dois novos modelos são lançamentos mundiais, disponíveis para clientes nacionais. Ainda não existem empresas brasileiras utilizando-as. MAIORES Xtra-Lok mini (à esq.) agora pode fechar garrafas de até 2,5 litros. MB-Lok mini (à dir.) foi formulada para cervejas

julho 2007 <<<

EmbalagemMarca <<< 53

estratégia >>> lácteos

Custos em queda Novidades de embalagem prometem jogar para baixo preços de iogurtes

V

êm do mercado de iogurtes duas demonstrações de como novas idéias e tecnologias de embalagem podem tornar empresas e produtos mais competitivos. No primeiro caso, a multinacional francesa Danone promoveu o que se poderia chamar de mudança radical nas embalagens da sua linha de iogurtes funcionais Activia, que promete estimular o intestino e o combate à prisão de ventre. A empresa decidiu lançar uma versão do produto sem rótulos, transferindo todas as informações nutricionais exigidas por lei para o selo de alumínio. A estratégia integra o esforço de ampliação do alcance da marca Activia entre consumidoras das classes C e D. Em setembro de 2006, os frascos desnudos começaram a ser oferecidos em bandejas de seis unidades, com preço sugerido de 4,74 reais impresso no selo de alumínio. A economia é de cerca de 20% em relação ao Activia tradicional, encontrado em bandejas de quatro unidades (com rótulos), ao preço médio de 3,95 reais. Com a retirada dos rótulos, a Danone afirma ter economizado aproximadamente 10 centavos por quilo de produto acondicionado. Além de suprimir o acessório, a empresa decidiu apostar em embalagens individuais, com preço sugerido de 79 centavos cada. A idéia é disseminar essa apresentação no pequeno varejo. “Queremos que cada vez mais pessoas com problema de intestino pre-

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VERSÃO ESPARTANA Activia eliminou rótulos nos potes: em versão individual ou em bandejas de seis unidades, esperança é conquistar classes C e D

Alcan Packaging (11) 4512-7000 www.alcan.com.br Mikrobiológiko (11) 4521-6589 www.mikrobiologiko.com.br Polipaper (11) 6412-3550 www.polipaper.com.br SUBSTITUIÇÂO Com selo plástico, Polipaper quer desbancar películas de alumínio, prometendo redução de 33% no custo do acessório

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guiçoso possam consumi-lo de forma regular”, conta Leonardo Lima, gerente de marketing de Activia. Ele diz que no nicho das padarias, mercearias e mercados de bairro, a opção de compra dos consumidores é por unidades fracionadas, e o tíquete médio, menor. “As compras ocorrem com freqüência semanal”, completa Lima. Na estimativa da ACNielsen, 32% das brasileiras sofrem de intestino preguiçoso. Para o gerente de Activia, a oportunidade é grande, pois “a penetração da marca é de apenas 4,8% por mês”. Os potes usados na versão popular da linha de iogurtes funcionais são termoformados pela própria Danone. A tampa de alumínio é fornecida pela Alcan.

Uma alternativa ao alumínio Aliás, os selos metálicos das embalagens de iogurte estão na mira da outra estratégia de embalagem citada no início desta reportagem. Trata-se de uma tentativa de substituir o alumínio usado nas tampas de iogurte por uma estrutura plástica que diminua o custo desse acessório. Quem está por trás da ação é a Polipaper. Especializada em sistemas de selagem e vedação de embalagens, a empresa desenvolveu a tecnologia Foil Less Sealing, que dispensa a selagem com película de alumínio. Trata-se de uma tampa para potes de iogurte impressa sobre uma resina especial e recoberta com uma camada de PET. O projeto começou em 2002, quando a Polipaper desenvolveu um sistema em que a impressão era feita sobre filme de PET e recoberta com o mesmo material. Apesar da boa qualidade gráfica e do custo menor em relação aos selos de alumínio, durante testes o produto apresentou dificuldades de corte, levando à busca por novas alternativas. Em 2005 foi desenvolvida uma estrutura com uma camada de poliéster e uma de PE aditivado. O surgimento de sujidades na linha do envasador acabou levando à reprovação dessa alternativa também. Partiu-se então para a estrutura atual, cuja impressão é feita sobre uma resina desenvolvida e patenteada pela própria Polipaper. A empresa prefere manter suas características técnicas em sigilo, mas informa que a tecnologia permite reduzir o custo dos selos de potes de iogurte em até 33%. Considerando que o acessório representa entre 15% e 25% do custo total de uma bandeja de iogurte, a substituição do alumínio pela estrutura plástica acarretaria para o envasador redução de cerca de 5% no valor total do produto. Segundo a Polipaper, a tecnologia Foil Less Sealing foi aprovada em exames de odor, blocagem e resistência a furo. O produto também foi avaliado numa linha experimental da Frutap, fabricante paulista de iogurtes e bebidas lácteas. A Polipaper afirma ter produzido 200 quilos de filme para uso em produtos da marca. O material teria servido para acondicionar aproximadamente 5 toneladas de produto. “Nenhuma irregularidade foi observada”, assinala Edélcio Foratori, diretor da Mikrobiológiko, empresa contratada para fazer a análise microbiológica dos produtos. (LH) agosto 2007 <<<

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artigo >>> série temas estruturais

A embalagem vista sob a ótica do consumidor Em países avançados, a funcionalidade é atualmente o atributo mais presente nos recipientes para estimular a percepção de valor dos produtos e aumentar a diferenciação iniciada a partir da função estética Por Victor Basso (*)

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COPYRIGHT VICTOR BASSO CONSULTORIA LTDA.

objetivo deste artigo e de outros que se seguirão é criar algumas estruturas de pensamento para, posteriormente, aprofundar a reflexão sobre alguns conceitos relacionados aos sistemas de embalagem. Não nos interessa comentar neste espaço o cotidiano isoladamente. Este somente será alvo de atenção quando puder contribuir com novos enfoques para facilitar a compreensão da ontologia (natureza essencial) dos conceitos de que tratamos. Tradicionalmente, os designers abordaram a embalagem como elemento estético, enquanto outros viam o packaging (1) como ciência da engenharia. Hoje, podemos integrar visões muito diferentes que preocuparam muitos especialistas e integrá-las

ATRAÇÃO E PERSUASÃO – O design “agarra” o consumidor, e as funções protetoras e a funcionalidade da embalagem o levam a decidir

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em um esquema lógico. Na ilustração abaixo pode ser observado um esquema de como é articulado o conceito da embalagem segundo a enxerga o consumidor. O principal valor, sem dúvida nenhuma, é a capacidade estética de comunicar e de gerar um vínculo que desenvolva uma sedução, incitando à compra. O valor que suplementa essa percepção é a funcionalidade, entendida como o valor de uso de uma embalagem e que representa todos os atributos funcionais que ela deve ter. O fator que equilibra e complementa os anteriores é a higiene, ou conservação. Este se refere à capacidade da embalagem de conservar ou manter os atributos do produto com o passar do tempo, independentemente da distância a que é transportado. São incluídos aqui tanto conceitos de integridade da embalagem quanto de barreira e de processos de conservação. É interessante ressaltar que a função estética é a que utiliza elementos subliminares e de metalinguagem que não podem ser explicitados ao consumidor. Por outro lado, a funcionalidade é a parte racional ou de engenharia da função. O aspecto higiene é o que mais evoluiu nos últimos cinqüenta anos, até um ponto em que já é certo que a embalagem deva cobrir os requisitos dessa função. Assim, a funcionalidade é atualmente um tema em crescimento, pois ainda devemos fazer muito por ela em nossas embalagens. Trata-se da função mais presente hoje em países avançados para estimular a percepção de valor pelos consumidores e aumentar a diferenciação iniciada a partir da função estética. Os três conceitos principais da embalagem vista pela óptica do consumidor não funcionam como uma soma, mas obedecem às leis de uma lógica mais elaborada. Obviamente, existem outras visões da embalagem. Uma delas é a visão da empresa, que pode estar vendo a possibilidade de aumento de mercado através do domínio de uma nova tecnologia que se apóia em seu plano de negócios. Há também a visão da sociedade em geral, por intermédio de suas organizações não governamentais

(ONGs) e das agências governamentais de controle, onde é estudada mais a fundo a responsabilidade da embalagem com o público, com o meio ambiente e, em geral, com o cumprimento de todas as leis ou normas existentes. Como vemos, a embalagem pode ser vista de diversos ângulos, todos eles válidos e justapostos, pois os consumidores também fazem parte da sociedade. E aqui entramos num tipo de problema que, por sua natureza, é denominado: “problema complexo”, ou seja, aquele no qual as relações causais não são diretas, mas múltiplas, às vezes não proporcionais, outras vezes realimentadas. Para a abordagem deste tipo de problema, são necessárias técnicas especiais e incomuns, como é demonstrado pelo fato de que 50% ou mais dos lançamentos de novos produtos, depois de anos de estudo nos países mais avançados, redundam em retumbantes fracassos. Para a abordagem de problemas complexos recomendamos, entre outras sugestões em que deve preponderar a flexibilidade de raciocínio: sair da lógica das engenharias ou ciências duras; formar realmente grupos com disciplinas muitos diferentes (por exemplo, engenheiros com biólogos, antropólogos, psicólogos etc).; aceitar todas as visões e integrá-las, pois todas são válidas; fundamentar

cada ponto, e não basear-se em opiniões, especialmente de quem fala só com base na experiência; ter muito claro e provado qual é a estrutura do problema a resolver. Em suma, é essencial entender que a embalagem pode ser avaliada a partir de perspectivas muito diferentes e que o pesquisador forma parte do grupo de opinião que está sendo pesquisado. Em sintéticas palavras, sua objetividade não pode ser completa. (1) O termo “packaging” é aqui utilizado pois seu uso é generalizado, tanto como “marketing”, e será aplicado para expressar conhecimentos ou ciência das embalagens. Quando a referência for à embalagem de um produto será utilizado o termo “embalagem”.

*) Victor E. Basso, diretor da EasyPack Ltda. e de Victor Basso & Associados Consultoria Ltda, e ex-presidente da Emzo S/A, é engenheiro mecânico formado pela Universidad del Sur, da Argentina. Atua há 36 anos no mercado de embalagens. Mora no Brasil desde 2002. Para saber mais, acesse www.victorbasso.com

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Um promissor papel

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Consagrado pela qualidade de impressão sobre materiais porosos, como estas páginas, offset agora assedia o mercado de rótulos plásticos termoencolhíveis

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om dez anos de experiência na impressão de documentos e formulários, a Metroprint, de Osasco (SP), lançou-se em meados de fevereiro no comércio de rótulos termoencolhíveis – aqueles que, na forma de tubos (mangas) de filmes plásticos impressos, se contraem quando submetidos ao calor, ajustando-se aos corpos de frascos, potes e garrafas. A empreitada da gráfica osasquense poderia ser mais uma entre tantas outras, estimuladas pela recente e expressiva difusão desse método de decoração de embalagens entre os mais variados produtos nacionais, de alimentos e bebidas a cosméticos e itens de limpeza doméstica. Não é. Em vez de utilizar flexografia ou rotogravura, sistemas dominantes nas reproduções em materiais plásticos flexíveis, a Metroprint imprime seus rótulos em offset, um método mais complexo de transferência da tinta para o substrato, consagrado para a impressão de qualidade em materiais porosos, como as páginas desta revista. Por um conjunto de progressos tecnológicos em máquinas impressoras, 58 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2007

ADESÃO Produzidos numa máquina antes voltada à impressão de documentos e formulários, termoencolhíveis da Metroprint começam a conquistar adeptos, como os limpadores Casa & Perfume, da KM Casa

pré-impressão e insumos, que lhe permitiram avançar sobre a chamada impressão em banda estreita (largura reduzida), o offset prenuncia um redesenho do negócio de heat shrink labels, ou sleeves, como os rótulos termoencolhíveis são também conhecidos. “O velho paradigma do offset, o de não conseguir imprimir com boa performance sobre substratos não-porosos, acabou”, explica Eudes Scarpeta, especialista em impressão, gerente de tecnologia e projetos estratégicos da convertedora de embalagens flexíveis Zaraplast e autor do livro Flexografia – Manual Prático, recentemente lançado pela Bloco de Comunicação. Boa parte do mérito, nessa quebra de limitação, coube às tintas UV (ultravioleta), cuja secagem é instantânea, se dá por cura, e não lenta e condicionada à penetração no material impresso, como ocorre com as tintas offset convencionais. De acordo com Scarpeta, “essas tintas, que já foram caríssimas, vêm barateando gradual e significativamente”. Tudo isso, na prática, como mostra a Metroprint – que para mergulhar no novo

OLHAR 43 – Para 43 SA Gráfica, alta definição propiciada pelo offset “satisfaz as expectativas” da clientela. Em destaque, a capacidade da reprodução de imagens do sistema

FOTO: BLOCO DE COMUNICAÇÃO

negócio simplesmente separou uma das oito máquinas já instaladas em seu parque gráfico para a impressão de documentos (uma avançada Rotatek RK-Perfect NT, capaz de imprimir em até dez cores) –, sugere que fornecedores de rótulos termoencolhíveis já consolidados poderão se ver às voltas com a emergente concorrência de gráficas de offset egressas de outros segmentos de atuação. Tal projeção é reforçada pela 43 SA Gráfica, de Blumenau (SC). Renomada na área de embalagens premium de papel cartão, impressas em offset, a empresa também resolveu entrar no jogo dos rótulos plásticos contráteis. Aproveitando um aparelhamento prévio em pré-impressão, a empresa investiu 5 milhões de euros na montagem da operação que batizou como “Sleeve 43 High Print System”, estrelada por uma impressora zero-quilômetro da germano-holandesa Drent Goebel (representada no Brasil pela Comprint). A máquina, do modelo VSOP, é capaz de imprimir rótulos em até sete cores mais verniz. “Já fornecemos rótulos para alimentos, cosméticos, medicamentos e outros produtos”, conta Paulo Blandino, gerente de produto da 43 SA Gráfica.

Definição, o apelo número um

DIVULGAÇÃO

Obviamente, o offset não é só uma oportunidade para novos players. Provando estar em sintonia com as inclinações de sua atividade, a catarinense Baumgarten, posicionada como uma das principais fornecedoras nacionais de rótulos de alta qualidade para cosméticos e produtos de higiene pessoal, também adquiriu uma impressora Drent Goebel para imprimir termoenco-

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PROPAGAÇÃO Para a Metroprint, sleeve em offset poderá deslanchar em mercados importantes, como o de iogurtes líquidos

lhíveis. Tendo estreado em sleeves há mais ou menos três anos, com flexografia (rótulos auto-adesivos já eram produzidos), a empresa decidiu investir em offset para o negócio após estudar o tema por quase 18 meses. De acordo com Hercílio Celso Baumgarten, presidente da Baumgarten, a tecnologia “casa” com o perfil de atuação da gráfica catarinense. “O offset propicia impressões com resolução significativamente maior, e o aumento de definição resulta em imagens mais realistas”, afirma. “O resultado é um rótulo com alto valor agregado.” Sem rodeios, Baumgarten, 43 SA Gráfica e Metroprint concordam que a alta e reconhecida qualidade de reprodução é o principal trunfo do offset. “É uma garantia da satisfação das expectativas dos clientes”, entende Blandino, lembrando da maior familiaridade do mercado em geral, inclusive dos projetistas de embalagens, com o processo offset. Num forçoso cotejo com flexografia, o sistema de impressão mais arraigado na produção nacional de termoencolhíveis, vale destacar que o offset proporciona setups (configurações de máquina) mais rápidos, por não exigir trocas completas de cassetes. “Têm-se trocas de trabalho com uma rapidez que não temos com a flexo”, lembra Baumgarten, traçando comparações de uma posição insuspeita, pois sua gráfica continuará oferecendo simultaneamente rótulos em offset e em flexo. Jorge Luiz Salvador, diretor comercial da Metroprint, acrescenta que o offset assegura a manutenção da qualidade nas reimpressões de lotes, por consumir tintas pastosas. “As tintas líquidas e baseadas em solventes, como as

da flexo, têm desempenho muito suscetível a fatores climáticos, como variações de temperatura e de umidade”, argumenta. “Além disso”, prossegue Salvador, “a pré-impressão de offset sai muito mais em conta que a de flexografia”. Segundo o diretor da Metroprint, apesar de a matriz para offset (chapa) ter durabilidade relativamente menor que a de flexo, ela é gravada por um custo cerca de dez vezes menor que o de um clichê (chapa flexível de fotopolímero que serve de forma na impressão flexográfica). “Isso não inibe modificações e retoques nas artes dos rótulos, um requisito cada vez mais apreciado pelos departamentos de marketing”, sublinha Blandino, da 43.

ROI equilibra preços Na ponta do lápis, contudo, a pré-impressão mais econômica e flexível do offset não deriva em rótulos mais baratos que os habituais. Uma das razões é o ROI, ou retorno de investimento. Os preços tendem a emparelhar, uma vez que as impressoras offset UV chegam a custar até quatro vezes mais que uma flexográfica. Jorge Luiz Salvador acrescenta que os filmes utilizados também são caros (veja quadro) e julga que, apesar de os clientes prospectados perceberem a alta qualidade do offset, seria inviável oferecê-lo sob precificação diferenciada. “Os preços já estão estipulados no mercado”, diz o dirigente da Metroprint. “Seria contraproducente tentar defini-los.” Embora seja um componente novo e promissor, ainda é cedo para definir qual será o papel

43 SA Gráfica (47) 3221-1200 [email protected] Baumgarten Label (47) 3321-6666 www.baumgarten.com.br Bonset www.bonset.com Comprint (11) 3371-3371 www.comprint.com.br Ineos Films www.ineosfilms.com Klöckner Pentaplast (11) 4613-9999 www.kpfilms.com Metroprint (11) 3603-2323 www.metroprint.com.br Rotatek (11) 3215-9999 www.rotatek.com.br

do offset no mercado nacional de rótulos termoencolhíveis. “Em alguns casos o capital aplicado pode implicar numa hora em máquina mais cara no offset, o que pode favorecer a flexo em produtos menos exigentes”, aventa Blandino. Porém, o próprio executivo da 43 e demais fontes consultadas por EMBALAGEMMARCA entendem ser prematuro vaticinar uma segregação de competências, com o offset dominando produtos de apelo mais nobre. O fato é que a flexografia também tem evoluído em níveis fantásticos, ainda apresenta vantagens técnicas (como a cobertura de tinta no filme plástico) e conta com um parque instalado trabalhando a pleno vapor, com seus termoencolhíveis gerando resultados positivos para as indústrias usuárias. Na verdade, movimentações atuais da indústria gráfica apontam que o futuro, nesse campo, tende a ser dominado pela combinação dos dois (e de outros) sistemas de impressão, que mais e mais conviverão em impressoras de banda estreita híbridas*. O tipo de trabalho a ser realizado e as necessidades do cliente serão os fatores que definirão pelo predomínio de uma ou outra tecnologia. “É como num canivete suíço, em que cada ferramenta desempenha uma função específica, diferente, mas integra um apetrecho que resolve uma série de problemas”, diz Andy Thomas, editor da revista Labels and Labeling. (GK) * NA INTERNET: leia mais sobre impressoras híbridas para rótulos termoencolhíveis em www.embalagemmarca.com.br/upm96rotulos

Material não pode queimar o filme De nada adianta falar mil maravilhas sobre a impressão offset para rótulos termoencolhíveis se, na hora da aplicação nas embalagens, os filmes apresentarem distorções e problemas de contração. Por isso, as três empresas à frente da oferta do offset para heat shrink labels – Baumgarten, 43 SA Gráfica e Metroprint – optaram pelo consumo exclusivo de filmes importados, tidos como topo de linha. “São filmes mais caros, produzidos por extrusão plana, porém mais apropriados

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para o offset que os filmes obtidos por extrusão balão (blown)”, diz Jorge Luiz Salvador, diretor comercial da Metroprint – que utiliza filmes de PVC, de PET ou de OPS (poliestireno orientado), capazes de atingir graus de encolhimento de até 70%, das alemãs Ineos Films e Klöckner Pentaplast e da nipo-americana Bonset. A Baumgarten só utiliza filmes da Klöckner Pentaplast. Por sua vez, a 43 SA Gráfica confirma o uso singular de filmes importados, mas não informa suas marcas.

SUPORTE Filmes planos não comprometem visual do offset

Inclusão digital Com moderna impressora, fornecedora campinense oferece baixas tiragens de rótulos plásticos termoencolhíveis, sem exigências de pedidos mínimos

FERRAMENTA HP Indigo ws4050 é a impressora por trás da ação

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aixos – ou baixíssimos – volumes de produção já não ficam marginalizados da adoção de rótulos plásticos termoencolhíveis. Buscando um nicho diferenciado no mercado dos chamados heat shrink labels, a Vilac, de Campinas (SP), desenvolveu um sistema interno de impressão e selagem desses rótulos numa impressora digital HP Indigo ws4050. Baseada em impressão rotativa (a partir de bobinas) e com qualidade offset, a impressora digital vêm permitindo à Vilac atender ao mercado que Luciane Matiotti, da área de vendas da convertedora, define como “segmento do um ao um milhão de rótulos termoencolhíveis.” Mais conhecida pelo fornecimento de etiquetas e rótulos auto-adesivos, a Vilac já coleciona clientes na nova vocação entre indústrias de cosméticos, laticínios, produtores de inseticidas e na área de suprimentos alimentares. No rol de rótulos já fornecidos pela empresa, Luciane pinça o de um creme de pentear da Somara Cosmetic (KSK Somara), de Jundiaí (SP), comerciali-

CONTEMPLADOS Usuários dos “sleeves digitais” da Vilac. À frente, o rótulo do creme capilar com o acerto do “marrom chocolate”

HP (11) 5502-5521 www.hp.com Furnax (11) 3277-5658 www.furnax.com.br Vilac (19) 3741-3340 www.vilac.com.br

zado no interior paulista num frasco plástico diminuto, para 50 gramas. “Como o produto é formulado com chocolate, o rótulo destaca o ‘marrom chocolate’, difícil de reproduzir em flexografia”, comenta Luciane. Além de atender a tiragens baixas (a Somara, por exemplo, adquiriu no período de quatro meses quatro lotes totalizando cerca de 3 000 unidades), a Vilac aponta a ws4050 também para o atendimento de tiragens maiores com alta qualidade de impressão, inclusive com a inserção de dados variáveis – um trunfo da impressão digital. “A impressora digital também nos possibilita rodar mockups de rótulos, para o cliente poder visualizar produtos antes de seus lançamentos”, destaca Luciane. A Vilac tem utilizado exclusivamente filmes planos importados para a impressão digital de sleeves, a maioria deles distribuídos no Brasil pela Furnax. (GK)

Mais uma nacionalização Nilpeter lança FBR-2500, sua primeira impressora produzida no Brasil

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epois da italiana Gidue anunciar a nacionalização produtiva da impressora S-Combat de oito cores, num projeto que envolveu a distribuidora Comprint e a fabricante fluminense Raeder, outro importante nome do mercado de equipamentos flexográficos de banda estreita iniciou estratégia de produção local desse tipo de máquina. Trata-se da dinamarquesa Nilpeter, que acaba de lançar oficialmente sua primeira impressora produzida no país, a FBR-2500. Modular e com largura máxima de 273mm, o equipamento tem como base oito unidades de impressão flexo. Segundo Rubens Wilmers, diretor da Nilpeter do Brasil, a impressora será fabricada em Ribeirão Preto (SP), numa linha de montagem que fica dentro da fábrica da A. Ulderigo Rossi, indústria gráfica com tradição na produção de dobradeiras e guilhotinas. A FBR-2500 pode combinar unidades de serigrafia rotativa e aplicação de hot e cold stamping, tudo em linha. “Essa máquina tem tecnologia de ponta, com um padrão idêntico ao que a Nilpeter utiliza em suas fábricas na Dinamarca e nos Estados Unidos”, ressalta Wilmers. Com velocidade máxima nominal de 228 metros por minuto, a FBR-2500 é, segundo a Nilpeter, a mais rápida impressora no segmento de banda estreita. O projeto de nacionalização foi iniciado há quatro anos. Antes do lançamento oficial, 66 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2007

VANTAGEM INTACTA Para Wilmers, diretor da Nilpeter do Brasil, compra de equipamento nacional compensa apesar do dólar em baixa

Nilpeter do Brasil (11) 5071-7721 www.nilpeter.com.br A. Ulderigo Rossi (11) 3338-1600 www.aurossi.com.br

dez unidades já haviam sido vendidas, sendo que a oitava será entregue em fevereiro de 2008. Do total, oito foram compradas por indústrias gráficas brasileiras, todas com unidades de verniz UV. “Esses resultados justificam a decisão de dedicar quatro anos ao desenvolvimento de fornecedores locais de partes e componentes”, assinala Rubens Wilmers, informando que a capacidade atual de produção do modelo é de quinze máquinas por ano. O projeto da FBR-2500 é baseado num modelo americano, que sofreu adaptações do sistema em polegadas para o sistema métrico decimal, além de ajustes de recursos, entre eles as unidades UV. A empresa informa que apenas o mecanismo de precisão e os cilindros são importados. O índice de nacionalização seria de 87%. A unidade produtiva da Nilpeter no Brasil conta com 35 pessoas. A empresa calcula que terá 55 funcionários até o final do ano. “Hoje a Nilpeter é uma linha de montagem dentro da A. Ulderigo Rossi”, explica Wilmers. Sobre o atual momento cambial, o executivo avalia que, para o convertedor de rótulos e embalagens, a compra de um equipamento nacional é vantajosa mesmo diante da desvalorização do dólar. “Não há imposto de importação, e os pagamentos são feitos em reais, com possibilidade de financiamento do BNDES, já que é um produto fabricado no Brasil”, sublinha Wilmers. (LH e WP)

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FICHA COMERCIAL – Modelo custa cerca de 650 000 reais, e será produzido numa linha de montagem que fica dentro da fábrica da A. Ulderigo Rossi, em Ribeirão Preto (SP)

Destaque para RFID Mark Andy e Torres esmiuçaram identificação por radiofreqüência durante Label Latinoamerica

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o que depender dos avanços na área de equipamentos de conversão de etiquetas, a tecnologia de identificação por radiofreqüência em breve ganhará mais visibilidade no mercado brasileiro. Com boas chances de se concretizar no ambiente logístico, essa previsão é respaldada por novidades apresentadas durante a terceira edição da Label Latinoamerica, que aconteceu em São Paulo, em julho. Ao destacar duas importantes estratégias envolvendo equipamentos de inserção de chips e antenas em rótulos auto-adesivos, o evento corroborou as previsões de que a RFID irá revolucionar nos próximo anos o gerenciamento das operações de distribuição e abastecimento. Fabricante de etiquetas auto-adesivas especializada na área de automação comercial, a Torres, por exemplo, destacou durante o evento o desenvolvimento da primeira máquina de RFID totalmente brasileira. O modelo foi batizado de T-RFID, e é fruto de quase 10 anos de investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Segundo a empresa, a máquina oferece o melhor custo-benefício em equipamentos de conversão de etiquetas RFID disponíveis no Brasil. Além de inserir a antena, a T-RFID grava e testa a etiqueta. “O equipamento trabalha com antenas flexíveis em rolo, sendo compatível com a maioria dos protocolos RFID utilizados atualmente”, destaca Douglas Miyazato, gerente de tecnologia da Torres. Entre outros mercados, a empresa vislumbra negócios com etiquetas antifurto e de vigilância eletrônica de produtos (EAS, na sigla em inglês). Na parte operacional, o equipamento permite programação através de comandos de toque na tela (touch screen). O sistema de controle de descarga eletrostática, por sua vez, evita potenciais danos ao chip. Durante a feira, a T-RFID foi exposta no estande da Etirama, fabricante de

PIONEIRISMO - Renato Torres (detalhe) aproveitou terceira edição da feira para divulgar primeira máquina de conversão de etiquetas RFID totalmente brasileira. Modelo aplica a antena e faz teste da etiqueta

Etirama (15) 3223-3332 www.etirama.com.br PTC (11) 6194-4220 [email protected] Torres (11) 3346-6900 www.torres.ind.br

impressoras flexográficas que foi licenciada pela Torres para produzi-la em série. “Acompanhamos a evolução da tecnologia RFID desde 1998, quando desenvolvemos e patenteamos a primeira geração da nossa máquina”, lembra Renato Torres, diretor da empresa. O colega Miyazato acrescenta que, quando começou o monitoramento do mercado de RFID, as freqüências eram de 134 Khz. “Com o advento do sistema EPC, a freqüência chegou a 915 Mhz.”, salienta, em referência ao modelo de padronização mundial para tecnologias de código eletrônico de produtos. Quem também aproveitou a Label Latinoamerica para falar sobre RFID foi a Mark Andy. Fabricante de impressoras de banda estreita, a empresa destacou a tecnologia de inserção de sistemas de RFID em linha, graças a módulos que podem ser acoplados aos seus equipamentos. Após a produção dos rótulos, tais módulos podem fazer a aplicação da antena e o processo de delaminação, para, em seguida, colocar o chip, gravar as informações e fazer o teste da etiqueta. Após todas essas etapas, o rótulo, já dotado da tecnologia RFID, é relaminado. “A aplicação da antena e do chip em linha, com altas velocidade e precisão, constitui uma forte tendência do mercado de RFID nos Estados Unidos”, disse Miguel Troccoli, diretor da PTC, empresa que representa a fabricante Mark Andy no Brasil. (LH)

Celulose em alta

Papel cartão A Gallus/BHS, unidade da fabricante suíça de impressoras banda estreita voltada ao mercado de cartonadas, está organizando um evento dirigido a fabricantes de embalagens de papel cartão das Américas do Sul e do Norte. O encontro está previsto para acontecer na Filadélfia, Estados Unidos, no dia 1° de novembro próximo. Os temas centrais serão a adição de valor e o aumento da eficiência desse tipo de embalagem. Mais informações em www.gallus-packaging. com.

Balança comercial I Depois de alcançar crescimento recorde em 2006, a balança comercial de produtos gráficos registrou queda no primeiro semestre de 2007. Segundo o Departamento de Estudos Econômicos (Decon) da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), o principal motivo foi o aumento de 41% nas importações brasileiras, que passaram de 89,64 milhões de dólares no período anterior, para 126,39 milhões de dólares no semestre analisado. Com isso, o saldo da balança comercial do setor caiu de 55,96 milhões de dólares para 22,59 milhões de dólares.

Balança comercial II A valorização da taxa de câmbio, o aumento dos preços do papel e a crescente exportação de cadernos chineses ao mercado norte americano também influenciaram o resultado. Nas exportações, o desempenho foi parecido com o do ano anterior, com as remessas ao mercado estrangeiro somando 148,98 milhões de dólares, frente a 145,60 milhões em igual período de 2006. Os segmentos que tiveram melhor desempenho foram os de cadernos, com exportações de 50,93 milhões de dólares, e de embalagens, que vendeu lá fora 42,68 milhões de dólares.

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Esquentando os cilindros para a Drupa Heidelberg lança campanha de marketing global para a edição 2008 da feira A Heidelberg iniciou os preparativos para a Drupa 2008, que acontece entre os dias 28 de maio e 11 de junho próximos. A empresa lançou mundialmente a campanha “HEI TECH”, na qual busca destacar sua relação com o mundo da alta tecnologia (high technology em inglês). Nas peças publicitárias, o “high” virou “HEI”, escrito com a tipologia do logotipo da Heidelberg. “O slogan é ao mesmo

DIVULGAÇÃO – Peças publicitárias destacam relação da empresa com mundo da alta tecnologia

tempo uma promessa e uma mensagem”, diz Adriana Nuneva, vicepresidente de marketing global da Heidelberg. “Ele comunica os valores da empresa e a nossa paixão pelo impresso”, completa Adriana, informando que a próxima fase da campanha terá temas especiais da Drupa. Heidelberg (11) 5525-4500 www.br.heidelberg.com

Especial para auto-adesivos UPM Raflatac lança papel não revestido de alta resistência Fabricante de papéis e materiais para a indústria de rótulos auto-adesivos, a UPM Raflatac anunciou o lançamento do Direct Thermal Premium Eco. Trata-se de um papel indicado para etiquetas de marcação de preços e outras aplicações no varejo que exijam resistência superior à oferecida por papéis não revestidos convencionais. À prova de manchas e resistente a óleo e água, o proDADOS VARIÁVEIS Identificadores de peso de alimentos estão na mira do Thermal Premium Eco

duto também pode ser usado em identificadores de peso de produtos frescos como carnes e queijos, oferecendo “performance excepcional a um custo econômico”. “É um produto que alia aumento da resistência e preço competitivo”, sintetiza Stacey MacNeil, gerente de produto da empresa. UPM Raflatac No Brasil: (11) 3167-2341 www.upmraflatac.com

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Restrições na oferta, aquecimento da demanda e baixos estoques mundiais levaram a aumentos no preço da celulose no mercado internacional durante o segundo trimestre de 2007. A tonelada da celulose de eucalipto foi reajustada para 735 dólares na América do Norte, 700 dólares a tonelada na Europa e 650 dólares a tonelada na Ásia. Trata-se das maiores cotações desde fevereiro de 2001.

RECONHECIMENTO – Ao todo, 16 trabalhos serão premiados. Inscrições são gratuitas

Max Feffer em sexta edição Inscrições para prêmio de design gráfico da Suzano Papel e Celulose vão até 31 de outubro Foram abertas no dia 16 de julho último as inscrições para a sexta edição do Prêmio Max Feffer de Design Gráfico. Promovido pela Suzano Papel e Celulose, o concurso passou a incluir a categoria Estudante. Gratuitas, as inscrições podem ser feitas até 31 de outubro no site www. suzano.com.br/premiomaxfeffer. Podem concorrer trabalhos desenvolvidos com os seguintes produtos da Suzano: Reciclato, papel cartão Supremo Duo Design e Supremo Alta Alvura. Os três

primeiros colocados de cada uma das quatro categorias tradicionais (Embalagens, Promocional, Editorial e Miscelânea) receberão prêmios em dinheiro, enquanto os estudantes concorrem a “ferramentas que vão permitir o desenvolvimento deles como profissionais”. O autor da “Peça Destaque” ganhará uma viagem internacional. Ao todo, serão premiados 16 trabalhos. Suzano Papel e Celulose (11) 0800-0555100 www.suzano.com.br

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(11) 3842-9512 (11) 3525-5000 (11) 4134-2500 (11) 2164-1900 (11) 4221-7000 (11) 6161-8099 (19) 3876-7600 (11) 4785-2500 (47) 3321-6666 0800 260 434 (11) 3443-9999 (43) 3552-1186 (11)6291-3155 (19) 3876-9600 (44) 3518-3500 (11) 3371-3371 (11) 4582-9188 (11) 3567-1890 (11) 6412-8261 0800 260 434 (11) 5525-4500 (11) 3205-8892 (11) 3618-7100 (11) 5053-9948 (19) 3404-3900 (11) 5641-8949 (11) 5523-4011 (11) 3613-1000 (82) 2121-2300 (11) 3768-4111 0800 015 4888 (11) 3848-1736 (11) 4071-1782 (19) 3881-8800 (21) 2157-7777 (11) 4143-8900 (11) 2133-0007 (11) 2107-6744 (11) 5687-1781 (11) 2119-1230 0800 722 7008 (19) 3271-7146 (51) 3470-6889 (11) 5501-3205 (11) 3089-5333 (11) 4355-1800

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EmbalagemMarca, apesar de sua pouca idade, preencheu uma importante lacuna no cenário brasileiro de embalagens. Muito mais que uma revista especializada, EmbalagemMarca é uma revista conceitual, com um público leitor seleto e com qualidade editorial nos melhores moldes de publicações internacionais na área. Além disso, as abordagens deste veículo são sérias, atuais e extremamente práticas, complementando um campo fértil de pesquisa muito adequado a toda cadeia de embalagem. A Technopack, pelos seus princípios e objetivos estratégicos, não poderia deixar de estar ao lado de uma publicação com tamanha qualidade e responsabilidade.

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Almanaque Cada vez mais bonito Para os japoneses mais ortodoxos, o verdadeiro missô-shiru, a popular sopa de pasta de soja, tem que conter o Hondashi, milenar tempero à base de peixe Bonito desidratado. O produto industrializado chegou ao Brasil

1991

em 1982, pelas mãos da Ajinomoto. De 1991 para cá a embalagem flexível do produto sofreu sucessivas remodelações, sendo a mais recente de meados de 2007. Tudo -- com o perdão do trocadilho -- em nome do bonito.

1994

1998

2007

Dos tempos bíblicos A embalagem do melado de cana-deaçúcar inglês Lyle’s Golden Syrup foi reconhecida pelo livro de recordes Guinness como a mais antiga que ainda se mantém no mercado sem sofrer alterações em seu design. O layout verde e dourado da lata de aço é o mesmo desde a Era Vitoriana, no século 19,

mais precisamente desde 1885. O logotipo da marca – um leão rodeado de abelhas – remete à passagem bíblica em que Sansão mata um leão, em cuja carcaça se forma uma colméia de abelhas repleta de mel. Um dos fundadores da Tate&Lyle, fabricante do produto, era extremamente religioso.

TRADIÇÃO Embalagens criadas em 1885 (à esquerda e em cartaz do início do século 20) permanecem inalteradas até hoje

Barras revolucionárias Às 8h01m da manhã do dia 26 de junho de 1974 foi feita a primeira leitura comercial de um código de barras, fato que logo revolucionaria o varejo em âmbito mundial. O primeiro produto vendido com o novo sistema de leitura de dados

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foi um pacote de 10 unidades da goma de mascar Wrigley’s em um supermercado da rede Marsh, na cidade norte americana de Troy, Ohio. A embalagem histórica está em exposição no Museu Nacional de História Americana do Instituto Smithsonian, em Washington.

Canhão contra a pilhagem “O mundo dos negócios tem seus piratas, tão inescrupulosos quanto os salteadores do mar. Eles são os fabricantes de imitações e de substitutos para os produtos originais. Eles imitaram a aparência de Coca-Cola, mas falharam em imitar sua delícia. Eles imitaram a publicidade de Coca-Cola, mas a imitação não soa verdadeira. Eles imitaram a garrafa e o rótulo de Coca-Cola – até os níveis em que a lei permite. Mas eles não podem imitar a nova garrafa de Coca-Cola – ela é patenteada. Note o formato distintivo – as estrias – o nome de Coca-Cola marcado na garrafa. Grave a imagem em sua mente. Ela é a sua proteção contra imitações e substitutos. No futuro, não aceite bebida engarrafada como genuína Coca-Cola a menos que ela venha nessa garrafa”. Como evidenciam os dizeres desse anúncio da década de 1940, a preocupação da Coca-Cola com os clones é antiga. Mostram também por que a embalagem original, carismática, se transformou num dos ativos mais preciosos da marca, protetora contra as pilhagens como um canhão.

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