Revista Embalagemmarca 090 - Fevereiro 2007

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Wilson Palhares

Com a política de amortizar investimentos em meses, como se vivêssemos ainda os tempos da inflação tresloucada, não há PAC que possa dar certo

Enquanto o PAC não acontece

P

or reconhecermos nossa rasa penetração nas profundezas da economia, eximimonos de entrar na roda dos palpites insensatos sobre o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) recentemente anunciado pelo Governo Federal. Nem por isso vamos nos calar, ante o convite em que o bate-boca se transforma para que também metamos a colher meio pelas bordas. Quanto ao plano propriamente dito, fica aqui registrado que já assistimos muitas vezes a esse filme, mas torcemos para que dê certo e continuamos fazendo o que sempre fizemos, na certeza de que é bom para nós e para o país: trabalhar e investir. É verdade que não somos gigantes em nosso segmento e, mesmo se o fôssemos, jamais teríamos a pretensão de nos pormos como exemplo. Temos, sim, orgulho do que fazemos, mas não pecamos pela soberba. Assim, modestamente nos atrevemos a sugerir a nos-

sos leitores que não se deixem conduzir pelos toques de corneta da turma do venha-a-nós. Sim, referimo-nos ao alarido, ecoado pela mídia, dos que esperam folgadamente que o governo, esse pai que mais tira do que dá, “faça a economia esquentar”. Do PAC alguém já disse que “para dar certo é preciso que tudo mais dê certo”. É nessa premissa que se impõe às empresas tentar ganhar fatias de mercado, para estarem maiores quando, de fato, a economia crescer. O caminho, sem dúvida, é investir. E não vale queixar-se das altas taxas brasileiras de juros, quando, a rigor, muitas empresas no país se recompensam com as mais exageradas margens de ganho do planeta. Enquanto insistirem na política de amortizar investimentos em meses, como se vivêssemos ainda os tempos da inflação tresloucada, não há PAC que possa dar certo. Até março.

nº 90 • fevereiro 2007

14 16

Reportagem de capa: Especial PET Cobertura especial traz panorama das movimentações do setor

Briga comercial

10 12

Uma análise da disputa antidumping que opõe Brasil e Argentina

Diretor de Redação Wilson Palhares [email protected]

Compostáveis

Reportagem

Materiais alternativos aos plásticos tradicionais ganham espaço no mundo

[email protected]

Flávio Palhares [email protected]

Guilherme Kamio

Conveniência

[email protected]

Vinícola australiana aposta na combinação de garrafa e taça de acrílico numa só embalagem

Leandro Haberli Silva [email protected]

Departamento de Arte [email protected]

17

Sucos prontos

18

Fechamentos

22

Parmalat sai na frente em PET asséptico para sucos no Brasil

Carlos Gustavo Curado José Hiroshi Taniguti

28

Mais econômicos, gargalos menores podem revolucionar mercado de refrigerantes

Administração Eunice Fruet Marcos Palhares

Vidro

Cachaça Sagatiba conquista prestígio internacional com embalagem de alta sofisticação

Departamento Comercial [email protected]

Karin Trojan Wagner Ferreira

Entrevista: Alfredo Sette

Circulação e Assinaturas Marcella de Freitas Monteiro Raquel V. Pereira

Presidente da Abipet fala, entre outros temas, sobre perspectivas do PET para cerveja no Brasil

[email protected] Assinatura anual: R$ 99,00

Público-Alvo

32 36

EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que ocupam cargos de direção, gerência e supervisão em empresas integrantes da cadeia de embalagem. São profissionais envolvidos com o desenvolvimento de embalagens e com poder de decisão colocados principalmente nas indústrias de bens de consumo, tais como alimentos, bebidas, cosméticos e medicamentos.

Termoencolhíveis

Depois de comprar Prodesmaq, CCL arremata negócio de sleeve da ITW

Índice de Anunciantes Relação das empresas que veiculam peças publicitárias nesta edição

Filiada ao

Design do envelope (frente) desta edição: Speranzini Design (11) 5685-8555 • www.speranzini.com.br

3

Impressão: Congraf Tel.: (11) 5563-3466 EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SP Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463

Editorial A essência da edição do mês, nas palavras do editor

6

Display

Filiada à

30 Panorama Movimentação no mundo das embalagens e das marcas

32 Conversão e Impressão Produtos e processos da área gráfica para a produção de rótulos e embalagens

38 Almanaque Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens

FOTO DE CAPA: STUDIO AG / ANDRÉ GODOY

Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens

www.embalagemmarca.com.br O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é resguardado por direitos autorais. Não é permitida a reprodução de matérias editoriais publicadas nesta revista sem autorização da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.

Em parceria com a Itap Bemis, a Assolan lança no mercado um produto que é um espetáculo em inovação! A nova lã de aço perfumada da Assolan vem com uma agradável fragrância que dá um toque especial na limpeza do dia a dia. O novo fenômeno vem embalado por um exclusivo filme desenvolvido pela Itap Bemis que mantém o produto seco e perfumado.

Mate em pó é novidade no verão Celocorte (11) 4156-3011 www.celocorteembalagens.com.br Igel (11) 4071-9999 www.igel.com.br Impressora Paranaense (11) 6982-9497 www.dixietoga.com.br Kommdesign (11) 3443-7761 www.kommdesign.com.br

Leão Junior lança mate em pó em embalagem que dá para fazer 1 litro A Leão Junior, fabricante do Matte Kommdesign. As caixas-display de Leão, apresenta uma novidade: o Matte papel cartão são fornecidas pela Igel e Mix – primeiro chá mate em pó do Brapela Impressora Paranaense. sil, nos sabores natural, pêssego, limão e mate+guaraná. A embalagem contém 27 gramas, conteúdo suficiente para se obter 1 litro da bebida. Os sachês de filme laminado são produzidos pela Celocorte, com layout da

Embalagem para facilitar o consumo Frasco de Nescafé Ice tem a tampa como base A Nestlé amplia o portfólio do Nescafé com o lançamento do Nescafé Ice. O produto traz um mix de café líquido já adoçado e pronto para ser misturado ao leite gelado. O frasco de PEAD é fornecidos pela Indeplast. A tampa, produzida pela Garboni, fica na parte de baixo, e serve como base da embalagem, projetada pela FutureBrand. O objetivo é facilitar o consumo, já que o líquido é viscoso. Os rótulos termoencolhíveis são da Sleever. A novidade chega primeiro às prateleiras dos Estados do Sul do país. Com o lançamento, a Nestlé pretende ampliar a base de consumidores do Nescafé, além de rejuvenescer a marca.

6 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2007

Portfólio maior FutureBrand (11) 3821-1166 www.futurebrand.com Garboni (24) 2244-3300 www.garboni.com.br Indeplast (11) 6806-5000 www.indeplast.com.br Sleever (11) 5641-3356 www.sleever.com

Gráfica Romiti (11) 6165-1514 [email protected] Zaraplast (11) 3952-3000 www.zaraplast.com.br

Nutry agora tem sabor banana diet A Nutry, a marca de barras de cereais da empresa paranaense Nutrimental, aumentou seu portfólio e lançou o novo sabor Banana Diet de 25 gramas. As embalagens de filmes laminados são produzidas pela Zaraplast, e as caixas de papel cartão, com inscrições em braile, são impressas pela Gráfica Romiti.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Edição: Flávio Palhares

Del Valle Light renovado Latas e caixinhas acondicionam sucos

FOTOS: DIVULGAÇÃO

As embalagens da linha de sucos light da Del Valle estão de cara nova. Desenvolvido pela Seragini/Farné, o design segue o mesmo conceito já estampado na linha clássica dos sucos em 2006. As embalagens cartonadas assépticas de 1 litro e de 200 mililitros são fornecidas pela Tetra Pak. As latas de alumínio de 325 mililitros são produzidas pela Crown. Os sucos são vendidos nos sabores uva, maracujá, caju, maçã, manga e pêssego.

Crown (11) 4529-1000 www.crownembalagens.com.br Seragini/Farné (11) 2101-4300 www.seraginifarne.com Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br

Pack para vinhos importados Aurora lança embalagem promocional A Aurora Alimentos Finos apresenta uma embalagem promocional para os vinhos Los Vascos (chileno), Bodegas Valentin Bianchi (argentino) e Beronia (australiano). O cartucho de papel cartão microondulado impresso em quatro cores e com acabamento em verniz à base d’água, com corte especial e fechamento automático, inforBoxPrint (11) 5505-2370 www.boxprint.com.br Speranzini Design (11) 5685-8555 www.speranzini.com.br

ma as características, pontuações e prêmios de cada uma das bebidas, além de apresentar outras marcas do portfólio da Aurora. O projeto, criado pela Speranzini Design, considerou uma forma de acondicionar com segurança garrafas de diferentes tamanhos. Os cartuchos são fabricados pela BoxPrint.

Saponáceos Assolan com termoencolhíveis Frascos e tampas dos produtos foram modernizados A Assolan investiu na modernização de suas embalagens e redesenhou os frascos de todos os saponáceos. As tampas que antes eram coloridas, agora ficaram vermelhas para combinar com o design do rótulo e ganhar destaque nas prateleiras.

A principal inovação ficou por conta do rótulo termoencolhível, que envolve os frascos dos saponáceos em pó e cremoso. Os frascos de PEAD são fornecidos pela Plimax, os rótulos pela Propack e as tampas pela Nilplast. A criação é da MDesign.

MDesign (11) 3839-0969 www.mdesign.art.br Nilplast (19) 3468-1991 Plimax (11) 4524-9199 www.plimax.com.br

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Propack (11) 4785-3700 www.propack.com.br

Destaque na gôndola Litográfica Uberlândia (21) 2597-1652 Target Business Design (11) 4688-1432 www.targetbus.com.br

Produtos da Sofruta têm roupa nova A Sofruta mudou a identidade visual de toda a sua linha de vegetais, e já comemora o crescimento de vendas. O novo layout, desenvolvido pela Target Business Design, destaca a embalagem na gôndola, mostrando as fotos dos produtos em conserva. As latas de aço são fornecidas pela Litográfica Uberlândia.

Velho Mundo tem boas nov Embalagens produzidas com alternativas sustentáveis aos plásticos convencionais ga

O

logotipo ao lado, que indica ao consumidor que sua embalagem portadora é compostável, transformou-se numa espécie de brasão da European Bioplastics, recém-criada união de empresas européias interessadas na consolidação dos chamados bioplásticos – alternativas às resinas termoplásticas convencionais obtidas a partir de recursos naturalmente renováveis, como milho, canade-açúcar, mandioca e palma (dendê). Nos dias 21 e 22 de novembro último essa associação realizou sua primeira conferência, em Bruxelas, na Bélgica. O evento atraiu cerca de 300 profissionais, de 27 diferentes países. Os participantes assistiram a palestras sobre variados temas (como mercado, hábitos

de consumo, questões legais e ambientais) e travaram contato com o que há de novo na produção de embalagens com bioplásticos, numa exposição com presença de 25 empresas. “Foi a maior reunião sobre o tema já organizada na Europa e as perspectivas para a segunda edição, a se realizar no fim de 2007, são altamente positivas”, afirma Harald Kaeb, diretor-executivo da entidade. Um retrato do avanço em solo europeu das embalagens baseadas em resinas sustentáveis é mostrado a seguir, através de casos de mercado destacados durante a conferência. Em tempo: um CD-ROM contendo todo o conteúdo das apresentações da conferência pode ser encomendado no site www.european-bioplastics.org.

DUPLO USO NA DM

TUDO ORGÂNICO

Sacolas compostáveis do tipo camiseta começam a se difundir na Europa. A rede varejista alemã DM, por exemplo, incentiva o reuso de suas sacolas de bocade-caixa, produzidas com biopolímero da Basf, para a separação de lixo orgânico nas casas dos consumidores. Desse modo, a embalagem e o conteúdo podem seguir diretamente para os aterros de compostagem.

Maior rede varejista holandesa, a Albert Heijn cada vez mais se vale de embalagens comspostáveis para seus alimentos orgânicos, especialmente frutas e vegetais. As embalagens têm estampado o logotipo de compostabilidade da European Bioplastics, o que garante sua aceitação nas usinas de compostagem. As embalagens são produzidas pela convertedora Natura (homônima da fabricante brasileira de cosméticos).

OFERTA CRESCENTE A cadeia varejista italiana IPER começou a utilizar embalagens flexíveis fabricadas com filmes de ácido polilactídeo (PLA), um biopolímero derivado do milho desenvolvido pela NatureWorks (joint-venture entre a Dow e a Cargill), em 2003. O uso de embalagens desse tipo vem crescendo nas seções de delicatessen e de produtos frescos das 22 lojas da bandeira.

10 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2007

as em biopolímeros nham mais adeptos e até uma conferência própria na Europa ENERGIA NA ALEMANHA

PASTA CORRETA

As primeiras garrafas de rápida degradação produzidas com a resina de milho PLA no mercado alemão foram lançadas em setembro último, para o envase de bebidas funcionais vendidas nas redes de drogarias Ihr Platz e Drospa.

Principal marca de massas orgânicas da Itália, a Biorigin vem acelerando a migração de embalagens termoformadas convencionais para aquelas produzidas com o ácido polilactídeo (PLA) da NatureWorks.

BERÇO ESPLÊNDIDO

DESCARTÁVEIS VERDES Embalagens compostáveis também avançam no canal do catering. Nessa área, a finlandesa Huhtamaki, por exemplo, já disponibiliza há alguns meses sua linha BioWare de copos descartáveis, produzidos com ácido polilactídeo (PLA). Além dos copos, utensílios como potes, pratos e talheres compostáveis oferecem a vantagem de poderem ser descartados junto com as sobras de alimentos.

A australiana Plantic já distribui berços para bombons fabricados com amido de mandioca há quase dois anos em seu mercado local. Os

JANELA DE ACORDO

BANDEJAS DE DENDÊ

O NatureFlex, filme transparente derivado da celulose produzido pela Innovia Films, começa a ganhar utilizações criativas, como na confecção de janelas em sacos para pães e produtos de confeitaria. Como o restante da embalagem é feita de papel, tem-se uma embalagem totalmente compostável.

Bandejas compostáveis, com aparência daquelas produzidas com polpa de celulose moldada, estão sendo produzidas pela Grenidea, empresa de Cingapura com escritórios europeus, com a AgroResin – biopolímero com base no óleo de palma, o popular dendê brasileiro.

berços agora estão sendo utilizados pela Nestlé no Reino Unido. As embalagens começam a se desintegrar em contato com água.

RÁFIA DE AMIDO Grandes fornecedoras de embalagens, como a holandesa NNZ, apostam gordas fichas no potencial da sacaria de ráfia compostável para frutas. Um saco de fibra de amido vegetal, como o mostrado na foto ao lado, suporta carregar até 2,5 quilos de frutas.

fevereiro 2007 <<<

EmbalagemMarca <<< 11

Via da auto-suficiência

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Garrafinha com copo acoplado e tampa de rosca busca novos canais para vinhos

V

em da terra dos cangurus e coalas mais uma amostra de como uma singela idéia em apresentação de produto pode render boas chances de negócios. Buscando um modo eficaz de vender seus vinhos durante exibições da companhia circense Cirque du Soleil, a australiana Hardy Wine Company concebeu uma praticíssima embalagem individual, na qual a garrafa e um copo para o consumo do vinho criativamente se complementam. Moldada em polimetil metacrilato (acrílico), a garrafinha de 187 mililitros acopla a taça, feita com a mesma resina termoplástica, de ponta-cabeça. A garrafa possui parede com desnível para assentar o utensílio, cujo fundo se encaixa firmemente a uma tampa de rosca. Desse modo, a rotação do copo facilita a abertura da embalagem. Apelidado de Shuttle, devido a uma alegada semelhança de seu formato com aquele dos ônibus espaciais, o conjugado já acondiciona varie12 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2007

DOIS-EM-UM Combinação de garrafa e taça de acrílico numa só embalagem visa às vendas em espetáculos e ao consumo ao ar livre

dades Shiraz e Chardonnay da marca Hardys, forte no mercado australiano. Uma versão de 250 mililitros da garrafinha, para exportação, será testada no Reino Unido.

Concorrência ao PET

Singlz International +64 (9) 488-0398

Segundo a Hardy Wine, tal conceito de embalagem é inédito no mundo. “É uma tecnologia com potencial para redefinir o modo de as pessoas beberem vinho, especialmente em espetáculos esportivos, concertos e eventos ao ar livre em geral”, aposta Miriam Leenders, gerente de marketing da vinícola. “São ocasiões em que o vidro sofre cada vez mais restrições por motivos de segurança.” Conforme sustenta a executiva da vinícola, a garrafa de acrílico garante uma vida-de-prateleira de doze meses aos vinhos, “o dobro daquela oferecida pelas garrafas de PET de pequenas dimensões”. A garrafa, a taça e a tampa da embalagem Shuttle são fabricadas pela neozelandesa Singlz International. (GK)

capa: especial PET

Tempos movimentados para a indústria do PET Além da disputa entre Brasil e Argentina, projeção em novos mercados e tecnologias capazes de gerar economia de escala agitam mercado da resina

O

ano começou mais agitado do que o normal na indústria de embalagens de PET. A movimentação extra se deveu em grande parte à recente decisão do governo argentino de contestar a taxa antidumping imposta pelo Brasil à resina PET oriunda do país vizinho. Tal atitude não ecoou apenas na indústria de embalagem. Ao engrossar a lista de disputas comerciais entre países membros do Mer-

14 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2007

Por Leandro Haberli Colaborou Guilherme Kamio

cosul, a questão ganhou ares institucionais, alimentando as rotineiras críticas e especulações em torno do enfraquecimento desse bloco de comércio regional. O embate comercial entre Brasil e Argentina, porém, não é o único fator a movimentar a indústria brasileira de embalagens de PET. Como será possível perceber nas páginas a seguir desta reportagem especial, a cadeia de valor do polietileno tereftalato atravessa um dos ciclos mais férteis desde a massificação da resina entre fabricantes de refrigerante a partir da década de 1990. O avanço do material nos mercados de cosméticos, fármacos e alimentos constitui um ótimo exemplo disso. Nos últimos anos, frascos de xampu, blisters contendo itens de cuidados pessoais e recipientes de condimentos como maionese já começaram a ser produzidos a partir de PET no Brasil. Paralelamente, a indústria do PET se prepara para novas tecnologias de envase asséptico, que prometem disseminar a resina como material de acondicionamento de bebidas sensíveis, a exemplo de sucos e lácteos, e ainda vê com bons olhos a tão esperada disseminação das garrafas de PET no mercado de cerveja. Nas próximas páginas, EMBALAGEMMARCA traz uma cobertura especial em que busca fornecer um panorama dessas movimentações. Entre outras reportagens, o trabalho inclui uma entrevista com Alfredo Sette, presidente da Abipet – Associação Brasileira da Indústria do PET, e uma análise do conflito Brasil vs Argentina, que em dezembro chegou ao âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). Boa leitura.

capa: especial PET

briga comercial

Há solução de curto prazo? Duelo Brasil vs Argentina no mercado sul-americano de PET pode durar meses

C

omo já havia ocorrido na questão das alíquotas de importação de eletrodomésticos, a relação bilateral entre Brasil e Argentina foi novamente chamuscada. Desta vez o desgaste atingiu seu ápice em dezembro último com a demanda da Argentina na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a taxação antidumping imposta pelo governo brasileiro desde agosto de 2005 à resina PET que vem do país vizinho. Antes de abrir um painel de arbitragem, a instituição sugeriu um entendimento entre os países. O problema é que não é fácil chegar a um acordo numa questão dessas. Tal dificuldade ficou evidente durante a Cúpula do Mercosul realizada no início do ano no Rio de Janeiro. Durante o encontro, o secretário da Indústria e Comércio da Argentina, Miguel Peirano, disse ao jornal Valor Econômico que seu país retiraria a queixa contra o Brasil na OMC se os setores privados chegassem a um acordo que garantisse um volume mínimo de exportação para a Argentina a um preço razoável. Não demorou muito para a proposta ser rechaçada no lado brasileiro. Para entender a delicadeza da situação, é preciso considerar que, mais do que envolver Argentina e Brasil, a disputa opõe duas empresas: a argentina Voridian, subsidiária da americana Eastman, e a filial brasileira da companhia italiana Mossi & Ghisolfi (M&G), sendo esta responsável pelo pedido antidumping, e a primeira pela contestação da sobretaxa na OMC. Em 2002, a M&G, que fortaleceu sua expansão no mercado brasileiro ao comprar a Rhodia-Ster, dois anos antes, denunciou ao governo brasileiro que a norte-americana Eastman estava vendendo no Brasil a tonelada de sua 16 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2007

resina por quase a metade dos cerca de 1 200 dólares que o produto valia tanto na Argentina quanto no Brasil. Depois de uma investigação conduzida pelo Departamento de Defesa Comercial (Decom), a Câmara de Comércio Exterior (Camex) chegou à conclusão de que houve dumping e por isso taxou a resina vinda dos Estados Unidos e da Argentina. O direito antidumping implementado foi de 345 dólares por tonelada de resina PET vendida pela Voridian. Antes da aplicação da sobretaxa, a Voridian exportava entre 80 000 e 90000 toneladas de PET para o Brasil. Com a ação, as vendas caíram a praticamente zero, e a empresa foi substituída por produtores asiáticos, aumentando a ira dos argentinos. No Brasil, metade da demanda é atendida por produto nacional e metade por importações. No auge de suas vendas para o mercado brasileiro, a Voridian chegou a atender 25% do consumo de resina PET no país. Como pano de fundo do conflito está um importante investimento em aumento da capacidade instalada de PET no

NA OMC – Disputa antidumping opõe subsidiária brasileira da italiana M&G e argentina Voridian, controlada pela americana Eastman

Brasil. Ocorre que a M&G está prestes a inaugurar em Suape, litoral de Pernambuco, uma fábrica de PET com capacidade de 450 000 toneladas, num investimento de 700 milhões de dólares. Com essa nova planta, a capacidade instalada de PET na Argentina e no Brasil atingirá 900 000 toneladas. A concorrência e a busca por novos mercados deverão crescer, pois a demanda dos dois países é estimada em 650 000 toneladas. A M&G classifica como pressão política a proposta do governo argentino de estabelecer um volume mínimo de exportação para o Brasil. “Reserva de mercado é uma anomalia em um regime de livre comércio”, disse ao jornal Valor Econômico Durval de Noronha Goyos Jr, advogado da empresa. Segundo ele, o pedido de vistas feito pela Argentina é judicialmente muito frágil. Ademais, mesmo que os diplomatas brasileiros e argentinos cheguem a um acordo, este ainda abrangerá a concordância das empresas envolvidas no conflito. “A decisão da OMC neste caso não vai até a esfera privada. Mesmo uma solução entre os países e ratificada pela OMC será apenas uma sugestão de solução, mas sem a concordância das empresas não há obrigatoriedade de que haja um acordo”, disse. Para o advogado da M&G, a forma como a Argentina fez sua reclamação à OMC fere o acordo antidumping entre os países. “Ele não permite que se mude uma sobretaxa, que se revise a decisão da Camex”, disse. “Isso só poderia ser feito judicialmente dentro do Brasil pela empresa prejudicada, no caso a Voridian.” Segundo o advogado, nesse tipo de conflito, uma solução real viria por meio de um acordo “judicial ou extra judicial”. Procurada por EMBALAGEMMARCA, a Eastman não se pronunciou sobre o assunto.

capa: especial PET

sucos prontos

Fruto original

CASEIRA – Parmalat produz as garrafas e também envasa em casa seus sucos em PET asséptico

Parmalat sai na frente em PET asséptico para sucos no Brasil se asséptico a frio, informalmente os chamamos de UHT, pois eles têm longa vida como os de caixinha”, comenta Sérgio Pereira, engenheiro de embalagem da Parmalat. Os sucos em PET têm vida-de-prateleira de doze meses sem refrigeração, garantida por um “acondicionamento campeão, realizado em sala com pressão positiva e numa máquina com câmaras estanques de total assepsia”, assevera Pereira. A Parmalat pede para não ser divulgada a marca da enchedora. A garrafa é outro destaque. Com perfil bojudo, possui o volume de 305 mililitros, incomum para a categoria. É fabricada pela própria Parmalat, na planta jundiaiense, com resina da M&G. A garrafa é fechada com um selo de alumínio mais uma tampa de rosca – moldada em polietileno de alta densidade pela Sonoco For-Plas. Para proteger os sucos da fotodegradação, as embalagens são decoradas com rótulos termoencolhíveis de corpo inteiro, produzidos pela ITW Canguru Rótulos em PVC de alta contração, com impressão flexográfica (seis cores). Os desenhos dos rótulos são da Benchmark.

Por falar nos rótulos, eles destacam aquele que é tido como o principal benefício garantido pelo envase asséptico: a isenção de conservantes nos sucos. Uma campanha publicitária, aliás, deverá explorar esse atributo. Os sucos Santal em PET terão como missão brigar com os sucos em latinha em padarias, bares e lojas de conveniência. “A embalagem de PET é fácil de ser transportada e pode ser fechada depois de aberta”, diz Marcelo Passafaro, gerente de marketing de bebidas e fornos da Parmalat. “Isso vai ao encontro da tendência mundial do drink to go, em que as pessoas consomem o produto enquanto se movimentam”. A expectativa da Parmalat é que as vendas de Santal aumentem 15% nos próximos três meses e que a nova embalagem responda por 30% do total comercializado pela marca. (GK) FOTOS: DIVULGAÇÃO

A

o adquirir o controle da Parmalat brasileira, sete meses atrás, o fundo de investimentos Laep fixou a volta por cima da Santal como um de seus principais objetivos. Baqueada pela fraude fiscal perpetrada pela matriz italiana em 2003, a marca, até então colada nos dois dígitos, caiu para a casa dos 3% de participação no mercado nacional de sucos prontos para beber. Agora, uma extensão de linha promete revigorar a Santal. De quebra, ela torna a Parmalat a precursora no Brasil no envase asséptico de sucos em garrafa de PET, uma tecnologia que vem fazendo barulho mundo afora. Os sucos em PET, num total de doze itens, entre diferentes sabores e variantes light, são engarrafados na fábrica de bebidas da Parmalat em Jundiaí (SP). A linha de PET asséptico já era utilizada nessa unidade há alguns anos para o envase de chás prontos (cuja produção continua), o que garantiu à Parmalat o módico desembolso de 1 milhão de reais no desenvolvimento das novas bebidas. “Embora os sucos sofram um enva-

Benchmark (11) 3057-1222 www.bench.com.br

M&G Fibras e Resinas (11) 2111-1515 www.rhodia-ster.com.br

ITW Canguru Rótulos (11) 3044-2366 www.itw-autosleeve.com

Sonoco For-Plas (11) 5097-2750 www.sonocoforplas.com.br

fevereiro 2007 <<<

EmbalagemMarca <<< 17

capa: especial PET

fechamentos

Tampas mais baixas... Recém-publicado pela ISBT, novo padrão de gargalo para garrafas plásticas pode gerar economia de escala para indústria de bebidas carbonatadas

A

18 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2007

MENOS RESINA – Novo gargalo (acima, à direita) pesa 3,74g, contra 5,05g do atual

LEVEZA – Bericap vem desenvolvendo tampas mais curtas desde 2004. Abaixo, modelo Shorty, especial para garrafas de cerveja

PREVISÃO – No Brasil, mudança pode economizar 60 milhões de reais por ano na indústria de carbonatadas DIVULGAÇÃO

s garrafas de PET usadas pela indústria de bebidas carbonatadas vivem a iminência de uma relevante alteração técnica. É o que informa a Bericap, um dos maiores fabricantes de tampas plásticas do mundo. Segundo a empresa, os principais fornecedores de sistemas de fechamento e de equipamentos de injeção, sopro e envase acabaram de definir, em conjunto, um padrão mundial voluntário de gargalo para garrafas PET. Já publicado pela International Society of Beverage Technologists (ISBT), com sede em Minnesota, Estados Unidos, o modelo, que foi aprovado por 17 dos 19 votos possíveis, estaria prestes a ser adotado na América do Norte (Canadá e Estados Unidos). Sua principal vantagem é gerar economia de escala aos fabricantes de tampas e de garrafas PET, e, por conseqüência, às indústrias usuárias desses produtos. Isso seria possível por que o novo padrão de gargalo é mais curto que o atual, diminuindo o consumo de resina por garrafa e permitindo a utilização de tampas mais leves. Outra vantagem do novo padrão é minimizar o dilema da utilização de dois modelos de gargalo, um para bebidas carbonatadas e outro para bebidas não-carbonatadas, como água mineral natural e sucos. “Além de viabilizar embalagens mais leves, esse novo padrão vai evitar set-ups diferentes da injeção e sopro e posteriormente na linha de envase, como ocorre hoje”, comenta Aurel Forgaci, diretor geral da Bericap. “Não serão necessários ajustes de maquinário de acordo com os diferentes produtos a serem envasados”, ele completa. O executivo informa que o

padrão atual de gargalo é classificado tecnicamente como PCO 1810, mas popularmente conhecido como PCO 28. Ele vem sendo adotado pela indústria de bebidas carbonatadas desde o início dos anos 1990. Por sua vez, o novo padrão de gargalo foi batizado de PCO 1881, mas também vem sendo chamado de Short CSD finish, numa referência a sua extensão curta. Na ponta da balança, um gargalo produzido com as especificações atuais (PCO 1810) pesa 5,05 gramas. Com o novo padrão (PCO 1881), o peso cai para 3,74 gramas. Em linhas com capacidade produtiva de milhares de unidades por dia, essa diferença pode representar economia de dezenas de milhares de dólares. “No Brasil, assumindo-se que há o potencial de adoção desse gargalo para garrafas de até 2 litros, a indústria de bebidas carbonatadas pode economizar até 60 milhões de reais por ano”, calcula o diretor da Bericap. Ele alerta, porém, que no mercado de água mineral sem gás as vantagens do novo gargalo inexistem. “Para esses envasadores, o gargalo atual, com diâmetro de 26,7mm, proporciona a maior economia possível de resina PET”, informa Forgaci. Atenta aos movimentos de mercado que precederam a recente definição da ISBT, a Bericap vinha desenvolvendo um gargalo mais curto desde 2004. “No início deste ano, duas cervejarias de renome na Europa adotarão esse gargalo, em conjunto com a tampa Shorty versão cerveja”, revela o diretor da empresa, referindo-se a um dos modelos do portfólio da empresa desenvolvidos para gargalos mais curtos. A tampa Shorty que será adotada por esses usuários é dotada de fechamento DoubleSeal e de um componente seqüestrante de oxigênio para aumentar a validade do produto. (LH) Bericap No Brasil (15) 3235 4500 www.bericap.com

ISBT +1 651 454 7250 www.bevtech.org

... podem se multiplicar Alcoa prevê disseminação de gargalos curtos em refrigerantes

U

ma mudança de paradigma comparável ao avanço das garrafas de PET no mercado de refrigerantes no início da década de 1990. É assim que a Alcoa, uma das principais fabricantes de tampas plásticas do mundo, avalia o novo padrão de gargalo para garrafas de PET prestes a ser adotado no mercado norte-americano. “Por se tratar de uma inovação tecnológica que traz grande redução de custos ao engarrafador, acreditamos que o conceito irá se expandir rapidamente”, prevê Rodolfo Haenni, gerente de marketing da Alcoa CSI América do Sul. Para gargalos mais curtos, também conhecidos como short height, a empresa já oferece as tampas Xtra Lok mini. O produto ainda não está no mercado, mas sua rápida disseminação é vista como “questão de tempo”. “O gargalo curto que desenvolvemos é basicamente igual ao gargalo PCO, que também foi criado pela Alcoa e virou padrão mundial, porém com uma altura menor”, explica Haenni. Segundo ele, o abaixamento reduz o peso do gargalo em 27%. “Trata-se de algo extremamente significativo, já que o preço da matéria-prima tem alto impacto sobre o custo final da garrafa”, comenta o gerente de marketing, acrescentando que a redução na altura do gargalo não compromete os parâmetros de performance da embalagem. Para Haenni, a mudança no gargalo proposta pela Alcoa possibilita uma integração simples e rápida nas linhas de envase existentes, acarretando pouca necessidade de mudanças. “Nossa tecnologia também permite aplicações em altas velocidades e índices de perdas extremamente reduzidos. Ao reduzir o peso das embalagens, diminuímos o consumo dos recursos naturais, contribuindo para a preservação do meio ambiente”, ele conclui. (LH) Alcoa 0800 159 888 www.alcoa.com.br

DIVULGAÇÃO

BAIXINHAS PODEROSAS – Tampas Xtra Lok, próprias para gargalos 27% mais leves: adoção no Brasil é “questão de tempo”

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capa: especial PET

Entrevista: Alfredo Sette

“Para o PET, o entrave está longe de ser ambiental”

A

despeito das disputas comerciais das últimas semanas, incluindo a decisão da Argentina de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a cobrança de sobretaxa pelo governo brasileiro à resina que vem do país vizinho, as movimentações da indústria do PET não arrefeceram. Os fabricantes continuam trabalhando para ampliar participação na seara das embalagens, num panorama em que determinadas estratégias estão em evidência. Na parte de bebidas, por exemplo, alterações de formato praticamente imperceptíveis ao consumidor prometem gerar enorme economia de escala nas linhas de produção. Por outro lado, os acondicionamentos feitos de PET, que anos atrás só eram vistos nas gôndolas de águas minerais, óleos comestíveis e refrigerantes, continuam avançando sobre novos nichos dos mercados de alimentos, fármacos e cosméticos. Na entrevista a seguir, Alfredo Sette, presidente da Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), comenta esses e outros lances importantes no setor, como reciclagem, novas tecnologias de envase e a eterna expectativa sobre a adoção de embalagens de PET no mercado brasileiro de cerveja. A respeito das brigas comerciais, porém, o porta-voz da Abipet prefere não se pronunciar. “Não nos envolvemos nas disputas entre diferentes setores da indústria”, limita-se a dizer. No esforço de produzir embalagens mais baratas, os fabricantes de garrafas de PET estão apostando na diminuição da altura dos gargalos. Qual a importância desse tipo de avanço para a indústria? A redução do consumo de matéria-prima não é um movimento novo. A gramatura global da garrafa já caiu bastante.

As primeiras, dez anos atrás, tinham 54g/m². Hoje já são fabricadas garrafas para água mineral com gramatura de 45g/m². No corpo da embalagem praticamente não há mais o que reduzir sem prejudicar as qualidades da garrafa. É por isso que as ações estão sendo concentradas no gargalo. As novas tecnologias estão permitindo menos consumo de matéria-prima no gargalo. A diminuição do gargalo não tem relevância de marketing. O sentido é consumir menos resina. Trata-se de um aprimoramento da embalagem, uma sofisticação tecnológica. Esse desenvolvimento também não é novo, vem de algum tempo. Nas embalagens antigas é possível observar que o anel de transporte, situado na altura do gargalo, era bem diferente dos atuais, bem menores. Pode parecer pouco, mas essa mudança já gerou uma grande economia de resina. O novo padrão de gargalo também vai ser menor. É preciso lembrar, porém, que essa é uma alteração tecnicamente complicada, que envolve troca de moldes das injetoras, troca de tampas, enfim, alterações em todo o sistema de fechamento da embalagem. Não é uma alteração simples. Mas é um passo muito natural. A redução da matéria-prima na confecção da embalagem vem sendo buscada ao longo dos anos. Isso já aconteceu no aperfeiçoamento do desenho da embalagem, que gerou recipientes mais rígidos com uso de menos material graças às características do design. Agora a indústria está partindo para atacar os detalhes. É algo muito saudável, que vai ao encontro da tendência de modernização das técnicas de produção, visando a acondicionamentos dinamicamente perfeitos, que comportem e transportem os produtos da melhor maneira possível, com o menor uso possível de matéria-prima. Como curiosidade, lembro que cinco anos atrás houve o desafio do gargalo boca larga para isotônicos, categoria em que os profissionais de marketing entendiam que tinha que

Envase asséptico, gargalos mais curtos e a eterna cervejas. Com a palavra, Alfredo Sette, presidente da Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet) 22 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2007

FOTO: DIVUL GAÇÃO

expectativa da disseminação do PET no mercado de

capa: especial PET

Entrevista: Alfredo Sette

ser boca larga. A indústria investiu tecnicamente em pesquisas e conseguiu atender essa demanda.

atual dos usuários ociosa. Não me parece uma alternativa adequada para o usuário.

Com contribuição de novas tecnologias de clarificação, o polipropileno (PP) vem sendo apresentado em alguns mercados como um material alternativo ao PET para acondicionamento de produtos diversos. Como a indústria do PET planeja reagir a esse assédio? Eu nem chamaria de assédio. O PP tem uma excelente qualidade, que é a resistência térmica. Para certos mercados, nesse aspecto é o material adequado. Só que existem outros aspectos a considerar. O PET tem um brilho maior. Os dois são leves. Acredito que o PP tenha seu espaço em sucos e outros produtos que precisam ser envasados assepticamente. Nesse caso o PET tem um comportamento um pouco diferente do PP. Mas a concorrência é bem-vinda. Não temos restrição alguma, até porque o PET está desenvolvendo tecnologias para aumentar a tolerância à pressão térmica do envasamento asséptico

E quanto a sucos? Com relação a capacidade de barreira, melhor proteção para saída do gás carbônico ou para entrada do oxigênio, é questão de pouco tempo. Do ponto de vista do tempo de prateleira, o PET está atendendo diversas necessidades de mercado (ver reportagem a respeito na pág. 15). As opções incluem paredes mais espessas para permear o gás carbônico mais lentamente. E também há, é claro, as mais leves. O envase asséptico em PET também está se desenvolvendo. A tendência é o PET atender, de forma customizada, às diferentes necessidades de shelf life do usuário. Para o chope é uma demanda, para a cerveja, outra, para bebida carbonatada, uma terceira. Também entre os fabricantes de refrigerantes pode haver demanda por maior tempo de prateleira. A indústria está interessada em atender esse mix de necessidades do cliente.

“A nova fronteira para a

indústria de embalagens de PET é a dos farma-

cêuticos e cosméticos. A Natura já usa fras-

cos de PET para uma de

suas linhas de xampus.

Recentemente a Johnson

& Johnson adotou blisters

Falando em envase asséptico, muito se tem comentado sobre as embalagens de PET longa-vida. Qual a perspectiva desse tipo de tecnologia crescer no Brasil? É algo muito distante? Acredito que sim. É preciso lembrar que há diferentes tecnologias para que a garrafa PET seja considerada, por assim dizer, longa-vida. Uma das possibilidades é a capacidade de barreira diferenciada da própria embalagem. Mas também já há disponíveis rótulos que proporcionam barreira necessária para o “PET longa-vida”. Tenho a impressão que para produtos muito críticos, como leite, apesar de esses desenvolvimentos já estarem na boca do forno, vão demorar um pouco para ganhar mercado.

Quais seriam as novas oportunidades de crescimento para as embalagens de PET? Há dez anos, quando o trabalho da Abipet foi iniciado, praticamente 100% do PET produzido no país se destinava a acondicionamento de refrigerantes. Com o tempo surgiu outro nicho: o mercado de água mineral, cuja participação na indústria do PET hoje é bastante expressiva. Depois apareceu o óleo comestível. A nova fronteira é a dos farmacêuticos e cosméticos. O PET tem qualidades próprias como brilho, transparência e leveza, que são muito valorizadas. O PET é muito leve, facilitando a distribuição desse tipo de produto, cuja produção está concentrada no Sudeste, para todo o país. Na análise de ciclo de vida do produto, muitas empresas da área farmacêutica e de higiene pessoal também perceberam que o PET é uma embalagem mais amigável ao ambiente. O PET já é usado no mercado de cuidados pessoais para enxaguatórios bucais, além de crescer em remédios. Mas este último é um mercado de pequenos frascos, que não tem o mesmo impacto para a indústria do PET que o setor de refrigerantes. A área de cosméticos também é vista com atenção. A Natura já usa embalagens de PET nos xampus da linha Ekos, e recentemente a Johnson & Johnson tomou a decisão de adotar blisters de PET para itens de sua linha de higiene pessoal. Tudo

de PET para itens de higiene pessoal”

Em outros países tem crescido o uso de PET no mercado de leites? Sim. Na Europa já é utilizado. No Chile temos notícia de que também já há leite em PET. Mas no Brasil ainda não houve nenhuma iniciativa, e isso é compreensível. Aqui o mercado está muito baseado nas cartonadas assépticas. No caso de leite, o uso de uma embalagem asséptica não envolve apenas a compra da caixinha. O cliente adquire todo o sistema de envase. Portanto, qualquer movimento visando a um sistema de envase diferenciado vai deixar parte da base 24 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2007

capa: especial PET

Entrevista: Alfredo Sette

isso ocasionou uma diminuição da participação da indústria de refrigerantes carbonatados na cadeia de embalagens PET. Hoje esse índice está próximo a 60%. E a área de alimentos? É outro bom exemplo das novas oportunidades. No caso das maioneses, a Hellmann’s adotou, a Arisco foi atrás. Junto com o setor de medicamentos e personal care, esse é um nicho que, diferentemente da garrafa de 2 litros, que é fabricada aos bilhões, não é tão grande agora, mas que está crescendo.

grada do lixo, tem feito um excelente trabalho de divulgação das cooperativas. Com isso a coleta seletiva tem aumentado expressivamente. Sabemos perfeitamente que esses 47% podem ser aumentados se houver uma participação municipal. O estudo que encomendamos tem uma metodologia de aferição, e mostrou coisas muito curiosas. Por exemplo, há de 25% a 30% de ociosidade na indústria que processa a garrafa. Outro dado: 70% dos entrevistados dessas indústrias pretendem aumentar a capacidade de reciclagem de PET. O fato é que o PET é 100% reciclável, mas trabalhamos para que ele seja 100% reciclado.

“No ranking dos

materiais que melhor

remuneram o catador, o

Uma liminar condicionou no Brasil o uso de garrafas de PET para cerveja à realização de Estudo de Impacto Ambiental (EIA-Rima). Tal imposição não é nova, data de 2002, mas foi destacada recentemente pelo jornal Valor Econômico e por outros veículos. O que a Abipet tem a dizer sobre essa liminar? De longe, observamos que está muito longe de ser ambiental o entrave para a adoção das garrafas de PET pelas cervejarias brasileiras. A lata de alumínio é a embalagem que inegavelmente melhor remunera o catador, pois se trata de um material nobre. Mas o PET já vem logo atrás, em segundo lugar. Há dez anos, quando começamos a monitorar os índices de reciclagem de PET no Brasil, falava-se em 13% do total produzido. Falava-se, pois essa taxa refletia uma sensibilidade do setor. Recentemente contratamos uma consultoria independente, a Noûs Consulting, representante da PCI no Brasil, que deu resultado de 47%. Hoje são recicladas no Brasil 174 mil toneladas de garrafas PET pós-consumo. Esse número não contempla o resíduo industrial, por que ele é 100% reciclado, isto é, não se perde absolutamente nada. Temos foco na garrafa pós-consumo, justamente para realçar a questão ambiental. Portanto, a garrafa que poderia ter sido lançada no meio ambiente é em grande parte recuperada, entra de novo no sistema industrial da reciclagem. Salientei o aspecto financeiro do catador, mas há outros fatores que contribuem para a melhoria dos índices de reciclagem. A conscientização da população é um deles. Percebemos por indicativos qualitativos que a conscientização do brasileiro mudou radicalmente. O consumidor já está separando as embalagens. Ele normalmente não faz mais que isso, mas mesmo isso já é um avanço. O Cempre, associação empresarial dedicada à promoção da reciclagem e gestão inte-

O senhor tem dados sobre o avanço do PET no mercado cervejeiro de outros países? Já existem garrafas de PET para cerveja em diversos países. Inclusive nos países onde opera a Interbrew (N. do E.: multinacional belga que comprou a AmBev em 2004). Em termos de tecnologia há hoje disponíveis de cinco a sete sistemas para produção de garrafa de PET para cerveja. No Brasil as tecnologias também estão disponíveis. Todas elas têm seus representantes aqui. Um setor que desperta mais atenção é o dos grandes eventos. No carnaval em Salvador, que é talvez a maior festa de rua do país, é proibido usar material que quebre, e o PET não quebra. Em jogos de futebol e eventos esportivos segue-se a mesma linha. Fala-se muito da substituição. Mas esse não é o caminho. Também é preciso lembrar que as poucas marcas de cervejas nacionais já engarrafadas em PET não usam nenhuma das tecnologias diferenciadas atualmente disponíveis para esse fim. São garrafas comuns. Por isso, a shelf life é bem curta. Isso não é adequado ao estilo de produção das grandes cervejarias. Lá fora a situação é diferente. Vários países já contam com cervejas em garrafas de PET especiais, que protegem a bebida por mais tempo. A China, se não me falha a memória, pretende que 25% de todo o seu mercado interno de cerveja seja acondicionado em PET. Essa pretensão explica-se pelos ganhos logísticos desse tipo de garrafa, muito leve, e pelas próprias vantagens do pós-consumo. Essas tecnologias estão disponíveis à indústria cervejeira. A resposta está na mão deles.

PET está em segundo

lugar, atrás apenas do alumínio. Portanto,

está muito longe de ser ambiental o entrave para a adoção das

garrafas de PET pelas

cervejarias brasileiras ”

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O setor prevê novos investimentos em aumento da capacidade produtiva? Do ponto de vista da resina haverá a entrada em operação

ainda em 2007 da fábrica nova da M&G. Serão mais 450 mil toneladas. Na parte da demanda o setor não espera nada de bombástico. A indústria de refrigerantes carbonatados, que concentra de 70% a 75% da demanda por garrafas de PET fabricadas no Brasil, vem apresentando crescimento vegetativo. A previsão de crescimento da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes (Abir) é inferior a 2%. Falando em refrigerante, o vidro está voltando com força ao setor, numa estratégia capitaneada pela Coca-Cola. A estratégia da Coca-Cola não chega a ser um grande problema para a indústria do PET. Essa retomada tem um objetivo de marketing muito definido. A idéia não é substituir as embalagens de PET pelas embalagens de vidro. O que a Coca-Cola pretende, e vem conseguindo concretizar com grande êxito, é aumentar o mix de embalagens disponíveis para o consumidor, que poderá beber um refrigerante CocaCola onde quer que esteja e da maneira que lhe for conveniente. Isso também faz parte da guerra da Coca-Cola contra os tubaineiros, para os quais perdeu muito mercado quando a produção de refrigerante se disseminou entre pequenos fabricantes, com inegável contribuição do PET. A atitude estratégica para retomar esse mercado envolve a difusão de novos tipos de embalagens, volumes diferenciados. As garrafas de PET compõem o mix de embalagens ao lado de outras alternativas, como vidro one way e retornável. No caso da garrafa de vidro de 1 litro, a aposta da Coca-Cola, que vem se revelando correta, é que o consumidor, em vez de comprar dois litros de um refrigerante qualquer, vai preferir um litro de Coca-Cola. A diferenciação nem é de preço. Considerando dessa forma, ou seja, que não é uma substituição, mas sim um complemento dentro de um mix de produtos, acho absolutamente natural. A que se destina o PET reciclado no Brasil? O setor têxtil consome 50% do total. Grosso modo, a outra metade se divide na produção de piscinas de fibra, tintas, vassouras, tapete para carro e resinas alquídicas. O sistema de coleta está se desenvolvendo com a inestimável ajuda do catador. Se não fosse ele, não teríamos esse sucesso todo. Outros países têm visitado o Brasil para saber como implantar um sistema de reciclagem de garrafas PET semelhante ao nosso. Eles não têm estrutura de cooperativas e pequenos empresários trabalhando com reciclagem como nós. Apesar de todas as dificuldades do país, as pessoas são empreendedoras. Calcula-se em cerca de 300 empresas ligadas somente à reciclagem de PET no Brasil. Há de grandes nomes a pequenas cooperativas. Por tudo isso não concordamos que o problema da cerveja no PET seja ambiental. Caso haja uma consolidação no PET nesse mercado, ela na verdade vai se somar a um panorama de crescimento da reciclagem de embalagens PET para outros produtos além de cerveja. A questão estará em cada vez coletar mais. fevereiro 2007 <<<

EmbalagemMarca <<< 27

materiais >>> vidro

Preciosidade para poucos Edição limitada de Sagatiba ganha embalagem de luxo

N

inguém mais tem dúvidas de que cachaça não é só bebida de botequim. A bebida ganha importantes mercados e já agrada aos paladares mais refinados, e não só no Brasil. A Europa cada vez mais se curva ao sabor da aguardente de cana tipicamente brasileira. Um bom exemplo foi o leilão realizado pela tradicional Christie´s, em Amsterdã, no final do ano passado, quando uma garrafa da exclusiva Sagatiba Preciosa foi arrematada por nada menos que 550 euros. O preço alcançado mostra o esforço do fabricante na valorização da bebida. Primeiro, a Sagatiba investiu na divulgação e posicionamento no exterior da Sagatiba Pura e da Sagatiba Velha – suas cachaças tradicionais, encontradas no mercado brasileiro. Agora, a aposta é na Sagatiba Preciosa, que por enquanto só pode ser comprada em ocasiões especiais, como em leilões internacionais, principalmente os promovidos pela Christie’s. “Em breve a bebida será vendida no Brasil”, promete o diretor de marketing da Sagatiba, Flávio Stadnik. “Mas serão selecionados apenas alguns pontos”, já que, por ser um produto de altíssimo valor e com edição limitada de apenas 3 000 garrafas, não será colocado nos pontos-de-venda normais. A Sagatiba Preciosa é uma cachaça dourada superpremium que durante 24 anos descansou em barris de carvalho trazidos da Europa há um século por Francisco Schmidt, fundador do Engenho Central, a mais antiga destilaria de São Paulo, criada em 1906 na cidade de Ribeirão Preto. A cachaça foi produzida em 1982, e os tonéis foram descobertos em 2004, quando o conteúdo foi filtrado e purificado de acordo com os padrões de qualidade da Sagatiba, para garantir que as características originais, como o aroma e o sabor, fossem preservadas. Ao final do processo, a Sagatiba enviou para 28 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2007

Domeq +33 5 4535 6622 Idéia de Papel (11) 4533-0212 Linea Design +33 5 4592 8383 www.linea-packaging.com Saverglass +35 1 21 924 8060 www.saverglass.com Segede +33 1 6421 6413 www.segede.com

os Estados Unidos uma amostra para que o Beverage Testing Institute – BTI, um dos mais importantes institutos de análise de bebidas alcoólicas do mundo, pudesse avaliar a qualidade da cachaça. Desde então, Sagatiba Preciosa passou a ser a única cachaça no mundo a conquistar a medalha de platina da entidade e a integrar a Superlative Category, categoria máxima do instituto. A bebida obteve 96 pontos, num total de 100 possíveis.

Embalagem especial Além do líquido, a embalagem também é preciosa. A garrafa de vidro incolor de 700 mililitros exclusiva da Sagatiba Preciosa foi desenvolvida e teve todos os fornecedores contratados na França. O layout foi criado

PRECIOSA Garrafa de edição especial da cachaça Sagatiba foi arrematada por 550 euros

FOTOS: DIVULGAÇÃO

PESO DA TRADIÇÂO – Design, garrafa, rolha de cortiça e gargaleira foram contratados na França

pela Linea Design, especializada na criação de garrafas premium. O vidro extrafino foi feito pela Saverglass, que também usou uma tinta especial misturada com ouro para fazer os apliques no corpo da garrafa. As tampas e as rolhas de cortiça natural foram desenvolvidas pela Segede e a gargaleira foi fabricada pela Domeq. Segundo o diretor de marketing da Sagatiba, a França foi escolhida por ter tradição em embalagens de luxo, e o produto precisava de uma garrafa com a máxima qualidade. “A Saverglass apresentou a melhor proposta, e conseguiu executar o projeto”, diz Flávio Stadnik. A garrafa é definida pela Saverglass como “uma verdadeira jóia, uma embalagem de cachaça como nunca havia sido feita”. Mas o requinte da embalagem não termina nas garrafas. Elas são acondicionadas em caixas de madeira, criadas pela designer Claudia Moreira Salles e produzidas artesanalmente pela Idéia de Papel, com madeiras brasileiras nobres recicladas, provenientes de áreas sustentáveis. “Os primeiros rabiscos logo demonstraram o conceito da embalagem: linhas sinuosas, evocando o Brasil modernista dos anos 50” lembra a designer. Claudia utilizou madeiras certificadas e de reaproveitamento como sucupira, freijó e imbuia. As placas de madeira foram unidas uma a uma, em uma espécie de sanduíche de chapas para que a caixa com base oval tivesse uma aparência mesclada, sem unidade de cor. (FP)

Desinvestimento? Deu na Gazeta Mercantil: a americana Owens-Illinois poderá vender a operação de embalagens plásticas. Por trás da idéia de liquidação estariam as quedas das vendas. A unidade tem valor de mercado estimado de 1,5 bilhão de dólares. Troca de bastão I Laurent Guillot é o novo diretor-geral para o Brasil do grupo francês SaintGobain, controlador da vidraria forte em embalagens no mercado nacional. Ele substitui Jean-Pierre Floris. O faturamento da Saint-Gobain no Brasil, somando-se todos os negócios, é de mais de 5 bilhões de reais. Troca de bastão II A subsidiária brasileira da química alemã Rohm and Haas, fabricante de adesivos industriais utilizados em embalagens, também tem novo comando. José Magalhães Fernandes, com 18 anos na empresa, assumiu o cargo de presidente em 1º de janeiro. Ele substitui Fernando Paiva. Reconhecimento Fabricante de embalagens e paletes voltados a exportações, a Ripack, de Limeira (SP), recebeu um prêmio de reconhecimento da Daimler Chrysler (Mercedes-Benz). Em sua 15ª edição, o Prêmio Interação marcou 50 anos de atuação da montadora no Brasil. A Ripack foi a única empresa com capital 100% nacional a ser premiada. Velas sopradas Uma das mais renomadas consultorias em design e estratégia de marca, a americana Landor Associates, completa neste ano seu 65º aniversário.

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Longa vida no Itamaraty Caixinhas viram cadernos

Tradbor tem nova identidade visual Logo tem grafia mais limpa A Tradbor Stand-up Pouches iniciou o ano com nova identidade visual. Além de incorporar à marca Tradbor as palavras stand-up pouches, a nova logomarca tem um grafismo mais limpo. Também foram criados ícones para cada uma das linhas de produtos que compõem o sistema de embalagem Tradbor. A logomarca foi criada pela Packing Design.

Numa parceria firmada com a Tetra Pak, o Ministério de Relações Exteriores terá agendas de 2007 confeccionadas em papel reciclado com fibras de caixinhas longa vida. A agenda será distribuída para diplomatas no Brasil e no exterior e embaixadores estrangeiros no país. Cada semana traz impresso um tema referente a projetos de responsabilidade social ou sustentabilidade nas áreas ambiental, social e econômica. Agenda: papel pós-consumo

Brinde à imaginação

Cervejaria une marketing viral e embalagem em concurso Numa promoção que começou no fim do ano passado, a cervejaria alemã Beck’s, da InBev, está convidando os consumidores a desenhar uma nova embalagem para sua bebida. A criatividade é requisitada para os projetos de rótulo, gargalheira e multipack para uma garrafa do tipo long neck. O autor daquela que for considerada a melhor idéia ganhará 100 caixas de cerveja com as garrafas incorporando o seu design. O concurso não é só para profissionais. Qualquer um pode participar através de uma ferramenta presente

no site da cervejaria (www.becksit.de), que auxilia na criação da etiqueta e depois a imprime.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Obra promissora Está prevista para maio a inauguração da primeira fase do projeto de expansão da C-Pack, fabricante de bisnagas plásticas. A empresa investiu numa nova linha de produção – segundo ela com atributos tecnológicos ainda inéditos no Brasil –, e irá instalá-la numa nova fábrica, já em construção no Distrito Industrial de São José (SC).

Site da Beck’s: crie a etiqueta

Lupa germânica Revista alemã detalha pote da Natura

Pote da linha Ekos: Natura na Alemanha

As embalagens da linha de produtos de cuidados pessoais Ekos, da Natura, estrelaram – com direito a foto na capa – uma recente edição da revista alemã Verpackungs-Rundschau, especializada em embalagens. A reportagem destaca a concepção do pote-refil dos produtos, envasado com tecnologia da fabricante de máquinas Optima.

Expansão em encolhíveis CCL cresce no Brasil ao adquirir mundialmente negócio de sleeves da ITW

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neiro na categoria, e também pelos sleeves do chope Belco vendido em garrafas de PET de 1,5 litro, a ITW Canguru não é o primeiro alvo da estratégia expansionista da CCL na América Latina. Dona de um faturamento global de 1 bilhão de dólares por ano, a gigante canadense havia iniciado suas operações no Brasil há cerca de um ano, quando comprou a Prodesmaq, uma das principais convertedoras nacionais de rótulos autoadesivos, passando a atuar como CCL Label do Brasil. Além de evidenciar a marcha batida sobre o mercado brasileiro e a estratégia global de atuar com diferentes tecnologias de decoração de embalagem, o avanço da CCL na seara de sleeves confirma a crescenREFLEXOS NO MERCADO NACIONAL – Antiga ITW Canguru, que produz termoencolhíveis para a cerveja Belco, também será controlada pela CCL: Brasil na rota da globalização

te importância dessa tecnologia no setor de decoração de embalagens. A compra do negócio de sleeves da ITW, aliás, não se restringe ao ramo de termoencolhíveis (shrink sleeves). A CCL também irá adquirir as unidades de rótulos esticáveis (stretch labels) da empresa. Embora visto como uma alternativa de menor potencial, esse sistema de decoração é utilizado no Brasil e no mundo em produtos como iogurtes e refrigerantes acondicionados em garrafas de PET. Seja como for, a incorporação de novas soluções de rotulagem ao portfólio da CCL evidencia a estratégia global do grupo de especializar-se no ramo de decoração de embalagens, onde quer tornar-se hegemônico. “A combinação das operações das linhas de sleeve da CCL Label com as da ITW nos transformará em líderes globais num segmento de crescimento rápido”, confirma Geoffrey Martin, presidente e chefe de operações da CCL Industries. Paralelamente, especula-se que a aquisição da ITW também permitirá à CCL explorar a área de embalagens flexíveis, onde sua atuação é mais discreta. Embora o comunicado oficial não mencione essa estratégia, ela é aguardada com atenção no Brasil. “A expectativa é que a CCL agregue novos clientes e atualize os equipamentos das antigas plantas da ITW Canguru”, anima-se Carlos Rosa, consultor em rotulagem termoencolhível que representa no Brasil, entre outras marcas, a Karlville, fabricante de túneis de encolhimento. (LH) CCL Label No BRASIL: (19) 3876-9300 www.ccllabel.com.br

FOTO: DIVULGAÇÃO

U

ma nova demonstração do dinamismo característico da aquecida indústria de rótulos termoencolhíveis. Assim pode ser definido o recente anúncio da CCL Industries, gigante canadense que atua em diferentes segmentos do setor de embalagem, de que concluiu as negociações para a compra da operação mundial de sleeves da ITW (Illinois Tool Works). Com potencial para desenhar um novo panorama no mercado mundial de rótulos termoencolhíveis, em ebulição nos últimos anos graças à consolidação dessa alternativa de decoração de embalagens nos mais diferentes segmentos do varejo, o negócio foi fechado em 105 milhões de dólares canadenses (aproximadamente 89 milhões de dólares americanos), segundo comunicado oficial emitido de Toronto, em 10 de janeiro último. Não obstante movimentar ainda mais o segmento de sleeves, a fusão pode ser lida como um novo avanço de empresas multinacionais no cenário brasileiro de rotulagem. Ocorre que a mais recente cartada da gigante canadense a colocará à frente da unidade fabril que a ITW mantinha em Criciúma (SC), em associação com a brasileira Canguru, sob o nome ITW Canguru. Por sinal, esta associação foi desfeita no final de 2006, justamente para permitir que se efetivasse a transação. Mundialmente a CCL vai assumir também as fábricas de sleeve da ITW localizadas na GrãBretanha (duas), na Áustria e nos Estados Unidos. Responsável no mercado brasileiro pelos recém-desenvolvidos rótulos termoencolhíveis dos vinagres Castelo, num fornecimento pio-

Edição: Leandro Haberli

Heat transfer em novo lubrificante automotivo Technopack decora frascos plásticos que acondicionam óleo da Petrobras

Parceria entre Klabin e Box Print certifica cartuchos da Natura A primeira embalagem brasileira certificada pelo Forest Stewardship Council (FSC), entidade internacional que promove o uso responsável das florestas em todo o mundo, chegou às gôndolas. Trata-se dos cartuchos de papel cartão de um dos itens antiidade da linha Chronos, da Natura. As embalagens são produzidas pela gráfica Box Print com papel cartão da Klabin. A certificação do FSC indica que toda a cadeia de produção da embalagem, desde o manejo florestal, passando pela fabricação do papel, pela conversão e pela impressão, ocorreu de forma ambiental-

mente correta, socialmente justa e economicamente viável. A certificação também garante a rastreabilidade das matérias-primas em toda a cadeia produtiva. “A parceria com a Boxprint demonstra que a incorporação e a prática dos princípios da sustentabilidade em toda a cadeia produtiva são viáveis”, afirma o diretor comercial da área de papéis da Klabin, Donald Mota. Box Print: (11) 5505 2370 www.boxprint.com.br Klabin: (15) 3255 9006 www.klabin.com.br

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S: DIV UL

FSC aterrissa nas gôndolas brasileiras

GAÇÃ O

são impressos em seis cores e dois vernizes pela Technopack, empresa do sul do país especializada na tecnologia. Além de facilitar o processo de reciclagem, uma vez que não são colados filmes ou papéis nos frascos, o sistema apresenta outras vantagens, como resistência, acabamento livre de rugas e bolhas. Technopack: (51) 3470-6889

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Específica para embalagens plásticas, a rotulagem heat transfer deu um novo passo no mercado brasileiro de frascos de lubrificantes automotivos. Baseada em cilindros de transferência que produzem calor e pressão, sem precisar de nenhum tipo de substrato para decorar a embalagem, a tecnologia está presente no novo Lubrax Valora, óleo lubrificante produzido pela Petrobras Distribuidora. Os rótulos

Bayer investe para combater piratas Linha de defensivos agrícolas terá selo antifalsificação da 3M O contrabando e a falsificação de defensivos agrícolas já movimentam 150 milhões de dólares por ano no Brasil. Numa tentativa de conter esse tipo de contravenção, a Bayer CropScience, uma das principais fabricantes do setor, lançou no Brasil um selo antifalsificação aplicável nas embalagens dos produtos. A ação integra a campanha “Seja Original”, na qual a empresa alerta os agricultores sobre os riscos da utilização de produtos ilegais. O selo vem sendo aplicado desde novembro último

como projeto-piloto nos rótulos dos produtos Gaucho FS, Folicur e CropStar. Desenvolvido pela 3M do Brasil, o acessório é composto de um filme holográfico de segurança, possibilitando a verificação da autenticidade a olho nu. A empresa informa ser impossível retirar o selo de uma embalagem para colar em outra. Ao ser retirado ele se rompe e deixa uma marca denunciando a violação. 3M do Brasil www.3m.com.br 0800 013 23 33

Pão murcho nunca mais Papel cartão e filme de PET metalizado podem revolucionar embalagens para microondas Qualquer solteiro sabe que esquentar pão no forno de microondas é uma tarefa ingrata. Em vez da aparência dourada do forno convencional, o alimento fica murcho, parecendo borracha. Esse problema pode estar chegando ao fim. Foi anunciada na Inglaterra uma tecnologia de conversão de embalagens para forno de microondas que, além de manter os alimentos aquecidos por mais tempo, faz com que sua superfície fique ondulada e crocante. Desenvolvidos pela BCP Fluted Packaging, sob a marca Heat’n’Hold, os novos acondicionamentos são específicos para sanduíches e lanhes. As embala-

CROCANTE Com Heat’n’Hold, pão ganha textura ondulada

gens são feitas de papel cartão laminado a um filme interno de PET metalizado. “O material age como um prato quente, maximizando o calor gerado pelo forno de microondas”, explica o departamento de marketing da empresa. As embalagens podem ser desenhadas para diferentes tipos de pão, também apresentando características de isolamento térmico. Assim, além de evitar a perda de calor, a tecnologia Heat’n’Hold evita que o consumidor se queime, pois a parte externa da embalagem não aquece. BCP Fluted Packaging +44 (0)1254 687900 www.bcpflute.com

As últimas da Sleever Fabricante de rótulos termoencolhíveis desenvolve tecnologia de braile Rótulos termoencolhíveis impressos em braile. Essa é a última novidades da francesa Sleever International, uma das pioneiras no mercado de shrink labels. A empresa desenvolveu uma tecnologia de aplicação do sistema de escrita com pontos em relevo diretamente sobre os filmes termorretráteis, e espera disseminar a solução no mercado de farmacêuticos. Outras novidades da Sleever são o filme Dita, com efeito de espelho, e o Skinsleever, material termoencolhível com textura semelhante a couro. Sleever International No Brasil: (11) 5641-3356 NOVA SAFRA – Sleever lançou shrink labels com ponwww.sleever.com tos em relevo (detalhe) e filme com “efeito espelho”

Anunciante

Página

Telefone

Site

Ápice

13

(11) 4221-7000

www.apice.ind.br

Catuaí Print

29

(43) 3552-1186

www.catuaiprint.com.br

Colacril

3ª capa

(44) 3518-3500

www.colacril.com.br

Congraf

20-21

(11) 5563-3466

www.congraf.com.br

9

(11) 6412-8261

www.frasquim.com.br

Frasquim Gumtac

15

0800 260 434

www.gumtac.com.br

Imaje

35

(11) 3305-9455

www.imaje.com.br

inLab

25

(11) 3088-4232

www.inlabdesign.com.br

Instituto Argentino del Envase

31

+54 (11) 4957-0350

www.packaging.com.ar

(11) 6982-9402

www.dixietoga.com.br

Itap Bemis

5

Label Summit

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+1 (262) 754-6931

www.brazil.labelsummit.com

Limer-Cart

19

(19) 3404-3900

www.limer-cart.com.br

Luxepack

23

(11) 5521-4325

www.luxepack.com.br

Maddza

9

(35) 3722-4545

www.maddza.com

Moltec

8

(11) 5523-4011

www.moltec.com.br

Novelprint

8

(11) 3768-4111

www.novelprint.com.br

2ª capa

(51) 3457-2200

www.ptriunfo.com.br

Propack

8

(11) 4785-3700

www.propack.com.br

Set Print

9

(11) 2133-0007

www.setprint.com.br

SIG Beverages

27

(11) 2107-6784

www.sigcorpoplast.com

Simbios-Pack

9

(11) 5687-1781

www.simbios-pack.com.br

SPL Dessecantes

7

(11) 3472-1430

www.spldessecantes.com.br

29

(51) 3470-6889

www.technopack.com.br

ENCARTE

(11) 5501-3262

www.tetrapak.com.br

3

(11) 3089-5333

www.vitopel.com

4ª capa

(11) 4355-1800

www.wheatonbrasil.com.br

Petroquímica Triunfo

Technopack Tetra Pak Vitopel Wheaton

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Na estratégia de comunicação da STM, que atende o mercado brasileiro e sul-americano com vasto leque de oferta de máquinas para embalagens, é fundamental estar presente numa publicação prestigiada pelos leitores. Por isso optamos por veicular todos os meses nossos anúncios, em diferentes formatos, na revista EmbalagemMarca. Trata-se de um veículo que em seu conteúdo editorial reflete o conceito e a história da própria STM. Surgida em 1996, com base em larga experiência de seus fundadores na área de equipamentos manuais para embalagens e filmes termoencolhíveis e, quatro anos depois, parceira do grupo argentino EPET, especializado na fabricação de máquinas automáticas de agrupamento e inserção de sleeves, a empresa vem ganhando crescente participação de mercado potencial. Por sua credibilidade e por sua circulação qualificada, EmbalagemMarca tem sido um instrumento eficaz em nossa meta de posicionar a marca STM de forma cada vez mais firme no mercado.

Silvio Neiva, Diretor

(11) 6191-6344 www.stm.ind.br

É LIDA PORQUE É BOA. É BOA PORQUE É LIDA.

www.embalagemmarca.com.br • (11) 5181-6533

Almanaque

Idéia simples, mas foi preciso tê-la Cachos que A água mineral em copo é uma invenderam muitos ção 100% brasileira, surgida em ano impreciso da década de 1970. Seu criafrutos e frutas dor foi Jacques Siekierski, então proprietário da Itap. Ele acreditava tanto no potencial da inovação que propôs à Poá, primeira empresa a quem apresentou a idéia, que só pagasse os equipamentos de acondicionamento, por ele importados, se o lançamento fosse bem sucedido. Por vários anos, até o surgimento das garrafas de PET, a embalagem fechada com uma folha de alumínio predominou no mercado de água mineral no Brasil.

Homenagem ao fundador da Tilibra Criada em 1928 por João Batista Martins Coube em Bauru, no interior de São Paulo, a Tilibra, hoje a maior fabricante de cadernos do país, chamava-se Tipografia Brasil. Na década de 1940 a empresa cresceu e, além de tipografia, passou a ser livraria. O nome foi alterado então para Tipografia e Livraria Brasil. Vinte anos depois, foi criada a marca Tilibra, acrônimo formado pelas primeiras sílabas das três palavras que constituíam o nome da empresa, comprada em 2004 pela americana MeadWestvaco, controladora da Rigesa. O nome da escola gráfica Senai de Bauru é uma homenagem ao fundador.

VOCÊ SABIA? Kuat, a marca do guaraná da Coca-Cola, significa “noite de lua cheia” em tupi-guarani.

 O Brasil possui 50% das reservas de água mineral do mundo, mas é o oitavo produtor, com 7,7 bilhões de litros anuais, e o nono colocado em receita, com 1,9 bilhão de euros (R$ 4,35 bilhões). Esse é o faturamento de uma única marca global, a Aquafina, da Pepsi.

1944

 A primeira patente de embalagem feita de folha-deflandres foi registrada em 1825 por Thomas Kensett, hoje conhecido como “pai da indústria da lata de aço”.

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A história da Chiquita, uma das marcas mais valiosas dos Estados Unidos e hoje presente em mais de sessenta países, teve início em 1870. Foi quando o norte-americano Lorenzo Dow Baker comprou 160 cachos de bananas da Jamaica e em apenas onze dias vendeu tudo na cidade de Nova Jersey. No ano seguinte, Minor C. Keith, engenheiro contratado para construir uma ferrovia na Costa Rica, plantou bananeiras ao longo dos trilhos, para ajudar a custear o negócio. Em 1899, os dois uniram suas empresas, a Boston Fruit Company, criada em 1895 por Baker, e a ferrovia, formando a United Fruit Company, com o objetivo de distribuir bananas nos EUA. Mas somente em 1944 a marca Chiquita foi introduzida no mercado. Naquele ano, a empresa também lançou a “Miss Chiquita”, personagem claramente inspirada em Carmen Miranda e que evoluiu com o passar do tempo. Somente em 1947 a marca Chiquita foi registrada. Em 1963, além da banana, todas as frutas e frutos da marca, como pepinos e tomates, passaram a ser vendidos com uma etiqueta colada.

Atual

1950

Desde a sua fundação, em 1984, a Colacril se orgulha de ter contribuído para a consolidação e o crescimento do mercado de

100%

brasileira

pontualidade na entrega

auto-adesivos no Brasil. Com investimentos constantes em tecnologia, seja em equipamentos,

investimento

seja em capital intelectual,

constante

a Colacril sempre esteve à frente das evoluções do segmento. Fincada em parcerias com

visão

de futuro

fornecedores de primeira

respeito ao

linha, a empresa, nascida

ambiente

em Ribeirão Preto (SP), hoje produz em sua moderna fábrica de 50.000m² na cidade

amplo leque de

produtos

de Campo Mourão (PR) mais de 100 itens dirigidos às mais diversas aplicações, e exporta para mais de vinte países espalhados pelos quatro cantos do mundo.

regularidade no fornecimento

www.colacril.com.br • [email protected] • + 55 (44) 3518-3500

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