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Sem contradição no conteúdo
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Wilson Palhares Mais uma vez, nesta edição, buscamos oferecer aos leitores um conjunto de informações que, acreditamos, confirma o que eles, em crescente número, sempre nos dizem a respeito da revista
os contatos que mantemos com os profissionais da cadeia de embalagem, às vezes alguns nos sugerem a veiculação de reportagens e artigos “mais técnicos”. Curiosamente, há quem peça matérias menos técnicas. Não há contradição nisso, pois o público ao qual EMBALAGEMMARCA é dirigida compõe-se de profissionais atuantes nas mais variadas áreas da cadeia de embalagem. Para nós, é muito importante tomar conhecimento, nesses contatos diretos, daquilo que melhor pode atender aos interesses de informação dos leitores, que procuramos sempre
satisfazer. Foi com base nesse procedimento que conseguimos, sendo a mais nova publicação especializada do setor, alçá-la rapidamente à condição de mais completa revista de embalagem do Brasil. Destaque-se que essa é a opinião do público que lê EMBALAGEMMARCA, como pode ser constatado nas mensagens que seguidamente publicamos na seção Espaço Aberto e nos testemunhais apresentados em nosso site. A razão de termos alcançado a opinião quase unânime do público de que EMBALAGEMMARCA é a melhor revista de embalagem do Brasil pode ser verificada
de maneira muito simples: basta comparar a profundidade, a amplitude e a precisão da cobertura dos assuntos que são veiculados nesta publicação com o que fazem as concorrentes. Evidentemente, reconhecemos em cada uma delas virtudes próprias, esperando que sejam ampliadas, como enxergamos nossos defeitos, esforçando-nos para reduzi-los, talvez eliminá-los. Enquanto isso, buscamos oferecer aos leitores, como nesta edição, um conjunto de informações que, acreditamos, mais uma vez confirma o que eles, em crescente número, sempre nos dizem. Até março.
nº 78 • fevereiro 2006
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Design
Novas fragrâncias da Natura trazem charges e tiras cômicas impressas nas embalagens secundárias
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Entrevista: Paulo Peres
Presidente da ABPO explica as recentes conquistas tributárias das embalagens brasileiras destinadas à reexportação
Invasão de cartuchos de papel cartão nas gôndolas de sabonetes denuncia maior competição e ofusca os envelopes de papel
Nanotecnologia
Composto desenvolvido na Coréia promete aumentar a validade de alimentos acondicionados em embalagens plásticas
Guilherme Kamio
[email protected] [email protected]
Livia Deorsola
[email protected]
Departamento de Arte Carlos Gustavo Curado (Diretor de Arte)
Administração Marcos Palhares (Diretor de Marketing) Eunice Fruet (Diretora Financeira)
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Home Care
Com mudança de imagem, Minuano apodera-se de territórios até então inexpugnáveis do mercado de limpeza doméstica
Celulósicas
Redesign ajuda Santa Marina a debelar avanço dos concorrentes chineses no mercado de pratos, copos e travessas
Departamento Comercial
[email protected]
Karin Trojan Wagner Ferreira Circulação e Assinaturas Marcella de Freitas Monteiro Raquel V. Pereira
[email protected] Assinatura anual: R$ 100,00
Público-Alvo EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que ocupam cargos de direção, gerência e supervisão em empresas integrantes da cadeia de embalagem. São profissionais envolvidos com o desenvolvimento de embalagens e com poder de decisão colocados principalmente nas indústrias de bens de consumo, tais como alimentos, bebidas, cosméticos e medicamentos.
Filiada ao
Índice de Anunciantes Relação das empresas que veiculam peças publicitárias nesta edição
Editorial A essência da edição do mês, nas palavras do editor
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[email protected]
José Hiroshi Taniguti (Assistente)
Fechamentos
Consumo crescente põe em evidência sistemas produtivos alternativos e novos processos de decoração de embalagens
Reportagem Flávio Palhares
[email protected]
Exportações configuram um novo canal para o design nacional de embalagens
Reportagem de capa: Margarinas
[email protected]
Leandro Haberli Silva
Higiene e Beleza
Oportunidades
Tampa plástica que começa a ser ofertada no mercado nacional pela SIG Combibloc promete conveniência a custo menor
Diretor de Redação Wilson Palhares
Display Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens
14 Internacional
Impressão: Congraf Tel.: (11) 5563-3466 EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SP Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463 Filiada à
Destaques e idéias de mercados estrangeiros
24 Panorama Movimentação no mundo das embalagens e das marcas
44 Conversão e Impressão Produtos e processos da área gráfica para a produção de rótulos e embalagens
50 Almanaque Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens
www.embalagemmarca.com.br O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é resguardado por direitos autorais. Não é permitida a reprodução de matérias editoriais publicadas nesta revista sem autorização da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.
design >>> higiene e beleza
Humor oportuno No agito da SPFW, Natura lança conceito de perfumaria
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enso de oportunidade no lançamento de produtos e inovação na embalagem costumam render bons frutos comerciais, ou no mínimo pontos para a fixação da marca. A Natura, cuja trajetória revela olho arguto para as boas ocasiões, não deixou por menos durante a vigésima edição do São Paulo Fashion Week, o megaevento de moda realizado de 18 a 23 de janeiro último na capital paulista. Justamente para aproveitar a enorme repercussão do redemoinho de lançamentos e badalação daquela semana, que se caracteriza pela efervescência conceitual, a empresa apresentou um conceito de perfumaria que define como inovador e que configura seu principal lançamento no primeiro semestre de 2006. São duas novas fragrâncias, representadas pelos números 1 (floral frutal) e 2 (cítrico, com especiarias e gerânio), que formam a linha Natura Humor, a ser usada indistintamente por homens e mulheres. A idéia central da ação é explorar com humor maneiras de driblar as armadilhas do cotidiano afetivo, freqüente nos casais de relações estáveis. Além das fragrâncias, obtidas com uso de óleos essenciais exclusivos da Natura, a embalagem exerce papel fundamental para alcançar aquele objetivo. Os dois frascos de vidro da linha, fornecidos pela subsidiária brasileira da Saint-Gobain, com pumps da Rexam e tampas da Bristol e Pivaudran, foram criados pela agência francesa de design Desgrippes Gobé, cujo trabalho se limitou a definir os formatos. Todo o restante do projeto visual, da escolha do nome e do logotipo à definição das cores dos frascos (um vinho, outro vermelho) e dos cartuchos, impressão e demais detalhes, ficou a cargo da Gragnani Agência Conceito, de São Paulo. Justificando seu nome, a agência responde pelo conceito básico do lançamento – o humor.
Box Print (11) 5505-2370 (51) 2111-1311 www.boxprint.com.br Bristol Pivaudran (11) 6465-7000 www.bristolepivaudran.com.br Desgrippes Gobé (França) www.dga.com Gragnani Agência Conceito (11) 3815-5772 Rexam (11) 3819-0244 www.rexam.com.br Saint-Gobain (11) 3874-7626 www.sgembalagens.com.br Suzano (11) 3345-5900 www.suzano.com.br
POR DENTRO E POR FORA – Nos estojos de papel cartão que acondicionam indistintamente os dois diferentes frascos de vidro do perfume, o humor vem em charge no lado externo e em tiras na parte interna
Esse atrativo da linha é materializado em cenas humoradas de casais impressas na parte externa da embalagem secundária e por tiras de quadrinhos, com historinhas completas, na parte interna, desenhadas pelos cartunistas Adão Iturrusgarai, Angeli e Caco Galhardo. Para vê-las, o consumidor deve abrir uma parte picotada que fica no terço superior dos cartuchos, impressos em 2 x 2 cores pela Box Print, em off-set sobre papel cartão Supremo Suzano de 350g/m². A cada lote de produção dos cartuchos a tira será diferente, de modo a manter a dinâmica e a interatividade da linha. O produto estará disponível para vendas a partir de março próximo.
Latas e caixinha miram expansão Nescau Light, Nescau Ao Café e Nescau Light Pronto para Beber são as três novas versões da família de achocolatados da Nestlé. As extensões de linha visam fazer com que a marca Nescau, popular entre os adolescentes, amplie sua base consumidora entre os jovens adultos. As variantes Light e Ao Café chegam ao varejo em latas expandidas de 270 gramas, com forma de ampulheta, produzidas pela CBL – Cia. Brasileira de Latas com chapas da CSN. Por sua vez, o Nescau Light Pronto para Beber é apresentado em caixinha Tetra Brik Aseptic Slim, de 200 mililitros, da Tetra Pak.
Yamá segue com o "tudo feito em casa" A Yamá Cosméticos apresenta novidades em suas linhas de depilatórios e de produtos capilares. Na primeira área, a novidade é a família Depil Mist de ceras e removedor depilatório. Os frascos são soprados em polietileno de alta densidade, com decoração em silk-screen, com tampas feitas de polipropileno. Já a família de xampus e condicionadores foi ampliada com o desenvolvimento da linha Frutas Cítricas & Girassol, cujos frascos também são soprados em polietileno, neste caso de alta e baixa densidade. Os visuais dos produtos, assim como suas embalagens, são produzidos internamente na Yamá.
Virtual aposta em high-tech no visual A Brassuco, fabricante de refrescos e achocolatados em pó, alterou a embalagem do seu achocolatado Virtual. Mirado no público infantil, o visual da embalagem, elaborado pela Plano Design & Propaganda, alude ao universo eletrônico na figura de um personagem infantil sobre um skate voador. Quem fornece o pouch do produto, estruturado em filme de poliéster laminado com polietileno, é a catarinense Lampack Embalagens e Laminados Plásticos.
Versão morango em envelopes laminados A Nutrimental, produtora das famosas barrinhas de cereais, acrescentou novo sabor à linha Nutrinho de refresco em pó. A versão morango ganhou envelopes de 45 gramas da Zaraplast, feitos de uma estrutura que combina poliéster, alumínio e polietileno. A agência Komatsu assina o design do rótulo, impresso em rotogravura em oito cores.
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Medicina oriental engarrafada O segmento de chá verde pronto para beber está na mira da Leão Junior, líder do mercado brasileiro de chás, com mais de sessenta produtos. Confiante na ação anti-oxidante da bebida, que ajudou a torná-la um aliado na prevenção de diferentes doenças, a empresa lançou recentemente a marca Green Tea, que se junta ao Tao Tea, também de ervas verdes, no mercado desde o início do ano. Sem calorias e rico em vitamina C, o produto é acondicionado em garrafa PET de 330 mililitros da Rio Pet. O layout dos rótulos, fornecidos pela gráfica Serena, é da agência Kommdesign. As tampas plásticas de rosca são fornecidas pela Alcoa.
Hot dogs regionalizados Inovando no mercado brasileiro de embutidos, a Sadia lançou a linha de salsichas Sabores do Brasil. Numa estratégia que busca representatividade regional das diferentes tradições culinárias brasileiras, o produto é vendido nas versões Churrasco Gaúcho, Tempero Baiano e Pizza Paulista. As embalagens são da Unipac, com design da agência Benchmark.
Balde, lata e pouch em food service A Unilever, através de sua unidade Foodsolutions, acaba de lançar novos produtos voltados ao canal de food service. No campo dos atomatados, o Tomate Triturado para Molhos, base de tomate sem tempero e sem conservantes para o preparo de molhos, chega em lata de 3 quilos da Metalgráfica Rojek. Após estrear no grande varejo, a maionese Hellmann’s 0% Colesterol, produzida sem gemas
de ovos, ganha versão para cozinhas industriais, em stand-up pouch de 1 litro da Alusa. A versão convencional de Hellmann’s também ganhou uma nova embalagem: um balde plástico de 3 quilos, fornecido pela Jaguar. “O operador poderá oferecer ao seu cliente a oportunidade de escolher qual maionese utilizar”, diz Ana Paula Guelli, gerente de marketing da Unilever Foodsolutions.
Amanteigados com reforço no requinte A tradicional lata de Biscoitos Amanteigados Bauducco passou por um redesign. O novo visual foi desenvolvido pela agência Pande. Fornecidas pela Metalgráfica Itaquá, as novas embalagens têm litografada em sua tampa uma imagem dos ingredientes dos biscoitos. Nas laterais das embalagens, além de ilustrações dos biscoitos, há fotos de paisagens típicas que remetem à origem italiana da marca Bauducco. Segundo o escritório de
design, o projeto buscou fortalecer o apelo de presente e de requinte do produto, destacando ainda o caráter colecionável da embalagem.
oportunidades >>> exportações
Maior abertura Globalização e exportações abrem novos canais para o design local de embalagens
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ão é raro ouvir consultores e estrategistas empresariais sentenciarem que a criatividade inata do brasileiro pode – ou, sob análise severa, deveria – ser utilizada como vantagem competitiva ante a irrefreável globalização dos produtos e serviços. Um setor imbricado à criação para o qual tal recado soaria bem endereçado há dois ou três anos, porém cada vez mais faz por merecer a anuência dos gurus, é o de design de embalagens. Segundo a Abre – Associação Brasileira de Embalagem, o caixa das agências dessa área fecharia 2005 com 50 milhões de reais advindos de projetos de embalagens voltadas à exportação. Se não é suntuoso, o valor ganha importância levando-se em conta que, até pouco tempo atrás, ele era traço nas estatísticas do setor. “Os projetistas de embalagens têm se organizado e investido em qualificação”, diz o designer Fabio Mestriner, presidente da Abre. “Com isso, eles não apenas têm conseguido afiar a competitividade mundial dos produtos brasileiros, mas também a de seu próprio ofício.” Na Packing, agência dirigida por Mestriner, um dos mais recentes trabalhos de embalagem for export foi o de latinhas para os sucos Del Valle produzidos aqui com destino à Líbia. “É um caso daquilo que sempre defendemos, o Brasil exportar produto embalado com marca e valor agregado”, observa o designer. Pouco mais de um ano atrás outra grande agência, a Pandesign, criou embalagens para mais de 80 itens de uma linha de carnes da Sadia comercializada na Rússia e em outros países do Leste Europeu. “Pesquisamos os perfis gráficos utilizados nessa categoria de produtos nos países destinatários e adaptamos os desenhos a esses padrões, para que os produtos tivessem competitividade com marcas internacionais”, conta Sonia Fugiwara, diretora de criação da Pandesign. Em outra frente, os designers brasileiros não apenas têm sido procurados para desenvolver embalagens de produtos para exportação, mas
DISTÂNCIA – Spice Design projetou pacotes de arrozes e farinhas vendidos na África do Sul e em Curaçau
também para projetar apresentações de produtos estrangeiros. Uma das primeiras agências a receber esse input foi a DIL Brands. A fim de explorá-lo, a agência iniciou em 1995 a abertura de escritórios em outros países. Depois de chegar ao Chile, em 1995, e à Argentina, em 1997, a DIL inaugurou em 2005 uma filial na Cidade do México. Agora, outras agências partem para a internacionalização de seus serviços.
Propaganda é o próprio job
NA LÍBIA – Del Valle dá exemplo de exportação de suco com valor
Uma delas é a Spice Design. A agência, responsável pelas embalagens para exportação dos arrozes Camil, criou em meados de 2005 os visuais dos pacotes das balas Bunnys Sweets e da linha de grãos Itom, produtos sul-africanos. Outras embalagens criadas pela Spice, do arroz parboilizado e da farinha de milho Nika, dão as caras em Curaçau. Em todos esses casos, a Spice foi contatada diretamente pela trading estrangeira. “Não temos marketing de longo alcance, mas esperamos que as próprias embalagens nos divulguem internacionalmente”, diz a designer Gabriela Tischer, diretora da Spice Design.
GLASNOST – Pandesign estudou o mercado russo para garantir competitividade à Sadia
Design Absoluto (11) 3071-0474 www.designabsoluto.com.br
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Marcas poderosas em vizinhos latinos também têm se fiado em embalagens desenhadas por escritórios brasileiros. Vejam-se os casos de Snuggle, Soft e Vivere, da Unilever, referências em amaciantes de roupas em países latinos como Argentina, Chile e México, cujas embalagens de suas mais recentes versões, frascos e stand-up pouches, foram projetadas pela Rex Design e pela Design Absoluto. “As diferentes embalagens para as mesmas marcas refletem a percepção de valor do produto em cada país”, comenta Gustavo Piqueira, sócio-diretor da Rex Design. O que não se discute, num reflexo desse elenco de cases, é a crescente percepção de valor do design nacional. “As exportações e o intercâmbio com outros países vão inevitavelmente aumentar, e por isso as perspectivas de projetos internacionalizados são das melhores”, confia Sonia, da Pandesign.
DIL Brands (11) 4191-9711 www.dilbrands.com Packing (11) 3074-6611 www.packing.com.br Pandesign (11) 3849-9099 www.pande.com.br Rex Design (11) 3862-5121 www.rexnet.com.br Spice Design (11) 6977-2203 www.spice.com.br
AMACIANTES – Marcas trabalhadas pela Unilever em países vizinhos renderam trabalhos à Design Absoluto (à esq.) e à Rex Design (acima)
fechamentos >>> cartonadas assépticas
Conveniência mais barata SIG Combibloc lança nova tampa plástica com vantagens de preço para caixinhas
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a esteira do lançamento de sua tampa de rosca combiTwist para embalagem asséptica cartonada, apresentada em janeiro último no Brasil (EMBALAGEMMARCA nº 77), a SIG Combibloc acaba de colocar no mercado local a combiSwift, que afirma oferecer a mesma qualidade e a mesma conveniência ao consumidor final, mas com vantagens de preço. A empresa chama a atenção para dois aspectos dessa tampa: a leveza e o mecanismo de abertura. Formada por três partes, ela é aplicada num orifício feito no cartão antes de ele ser revestido com alumínio e polietileno. Ao ser desrosqueada, partes pontiagudas rompem essas duas camadas. Do ponto de vista mecânico, isso distingue a tampa da combiTwist, que tem de perfurar a camada metálica, a plástica e a de cartão. Outra diferença é que a combiSwift somente é aplicada após o processo de envase. O benefício da conveniência resulta da existência de um aro integrado à tampa que possibilita, em um único movimento de rotação, romper o material da embalagem, abrindo-a. Luciana Galvão, gerente de marketing da SIG Combibloc no Brasil, considera que “esse tipo de manuseio oferece significativas vantagens para o consumidor final, como a facilidade de abrir e fechar e o perfeito escoamento do produto”. Ela cita como vantagem adicional o fato de a nova tampa possuir um mecanismo que deixa claro se a embalagem foi violada. Para a indústria usuária, ainda segundo a SIG, outro ponto positivo é que a combiSwift
PERFURAÇÃO – Em sua abertura, a combiSwift já rompe a parede da embalagem; leites alemães Osterland já utilizam a nova tampa (à dir.)
SIG Combibloc (11) 2107-6744 www.sigcombibloc.com
pode ser aplicada pelas tradicionais máquinas ACB por ela produzidas para o formato combibloc ou pelas aplicadoras ACF indicadas para os formatos combibloc e combifit, bastando pequenos ajustes. A primeira empresa a adotar a nova tampa foi a alemã Milchwerke Thueringen GmbH, do Grupo Humana Milchunion, para os leites de tipos integral, semidesnatado e desnatado da marca Osterland.
Planta brasileira da SIG Combibloc será no Paraná Chefe para operações mundiais da SIG Combibloc, o alemão André Rosenstock esteve reunido com o governador do Paraná, Roberto Requião, no início de fevereiro, para formalizar a intenção da empresa de construir sua fábrica brasileira naquele Estado. A planta
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de caixinhas longa vida da SIG será erguida em Campo Largo. A previsão é de que consumirá cerca de 250 milhões de reais e terá capacidade produtiva anual de 2 bilhões de unidades. As obras começarão no segundo semestre deste ano. Segundo Rosenstock, a operação
nacional da SIG Combibloc irá gerar 250 empregos diretos e mais 950 indiretos, sendo que 20% da produção serão exportados para países vizinhos. Com a fábrica, a SIG Combibloc espera amealhar 15% do mercado brasileiro de caixinhas em dez anos.
A força que vende mais C
Vamos começar pelo básico. O que está envolvido na criação de uma marca de sucesso? Identidade de marca é mais que um nome de produto e um logo. Trata-se de uma combinação de imagens e mensagens que capturam a essência do produto. Evidentemente, para uma marca ter sucesso, a identidade precisa fazer sentido para os consumidoresalvo, repercutir em seus estilos de vida, gostos e valores. 14 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2006
do nela, fruto da mentalidade “what you see is what you get” (o que você vê é o que você recebe). Impressões negativas ou experiências passadas podem afastar um consumidor potencial, enquanto uma reação positiva pode influenciar a compra, principalmente se a embalagem coincidir com os hábitos de consumo e com as necessidades funcionais e emocionais do consumidor.
Em entrevista exclusiva, Ben Miyares, do PMMI, fala do poder que as embalagens têm para melhorar a imagem de uma marca, gerando lealdade do consumidor e melhorando o giro nas gôndolas Marcas de sucesso transmitem mensagens de forma clara, aumentam a credibilidade, criam uma conexão emocional com os clientes potenciais e encorajam a lealdade do consumidor. Nenhum meio é mais eficiente como comunicador para uma marca do que a embalagem. Na realidade, na mente do consumidor, não há separação entre a embalagem e o produto – tudo faz parte da equação de identidade da marca. Com freqüência, os consumidores observam as embalagens para obter pistas sobre o produto acondiciona-
Quão efetivo é o design de embalagem como tática de marketing quando comparado com a propaganda? A propaganda é, sem dúvida, uma ferramenta importante. Ela chama a atenção dos clientes potenciais e aumenta a atenção para a marca numa escala de massa. Contudo, como a mídia voltada para a divulgação de bens de consumo está cada vez mais fragmentada, a eficiência da propaganda em veículos de interesse geral vem caindo. Por outro lado, a embalagem tem impacto nas decisões de compra onde isso é mais necessário – nas prateleiras. Com 70% dos consumidores tomando decisões de compra nos pontos-de-venda, os profissionais de
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ada vez mais as empresas que administram marcas de bens de consumo deparam-se com margens comprimidas, enfrentam os efeitos da globalização e encaram o desafio de responder às mudanças nas necessidades dos consumidores. Para continuarem competitivas, precisam oferecer produtos mais inovadores e com mais valor agregado. Embalagens exclusivas são uma forma de atingir esse objetivo. Nos últimos anos, a embalagem tem extrapolado suas funções mais básicas – proteção e preservação – para se tornar um meio para vender marcas. Conseqüentemente, o papel que a embalagem desempenha nas estratégias de marketing das empresas tem se intensificado. Hoje, ela é um dos principais ingredientes na criação e na manutenção dos valores fundamentais de uma marca. Para falar sobre a força das embalagens para gerar vendas conversamos com Ben Miyares, vice presidente de relações industriais do Packaging Machinery Manufacturers Institute (PMMI), associação dos fabricantes americanos de máquinas para embalagem. A entidade patrocina e organiza a Pack Expo, feira que ocorre entre 29 de outubro e 2 de novembro em Chicago, nos Estados Unidos.
CONHECIMENTO – Entender os hábitos de consumo pode ser chave para influenciar o ato de compra. É essa a aposta do Sabra ToGo, que junta na mesma embalagem torradas e patê de grão de bico como forma de atrair o consumidor nômade.
marketing podem ajudar a criar lembrança de marca e a gerar vendas com o uso de embalagens inovadoras que façam com que os produtos se destaquem. Outra vantagem é que a embalagem geralmente acompanha o produto durante todo o seu ciclo de vida – às vezes até permanece por mais tempo, caso possa ser reutilizada ou quando se torna um item colecionável – oferecendo exposição prolongada às imagens e às mensagens da marca. Uma embalagem poderosa não precisa necessariamente ser cara. Há muitos recursos para criar embalagens que saltem nas prateleiras mantendo os custos de produção em níveis razoáveis. É claro que, se há espaço no orçamento, ou se uma marca está procurando “fazer barulho” com uma promoção especial, pode-se recorrer a embalagens mais elaboradas, com formatos diferenciados, materiais inovadores e técnicas avançadas de decoração. A propaganda tem benefícios, mas o design de embalagens é a expressão permanente de uma marca. Ele solidifica a relação entre comprador e vendedor e mantém a lealdade do consumidor que, provavelmente, dividirá suas experiências positivas com outras pessoas, criando uma promoção com alta credibilidade e ótima relação custo-benefício para as marcas. Nos últimos anos, o que mudou no design de embalagem? A embalagem tem quatro funções fundamentais: IMPACTO – Lançada na França em janeiro deste ano, a garrafa da CocaCola Blâk (uma mistura do tradicional refrigerante com café) é um exemplo de embalagem que se diferencia com o uso de materiais. Feito de alumínio, o vasilhame virou objeto de desejo dos aficcionados pela marca
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INDIVIDUAL – As embalagens em porção única dos cereais Kellogg’s Drink n’ Crunch indicam o nível adequado de leite a ser adicionado na hora do consumo: conveniência continua sendo uma das armas para encantar o consumidor
proteção, identificação, distribuição e promoção. Tradicionalmente, proteção e facilidade na distribuição eram as mais importantes. Contudo, no mundo moderno, onde centenas de novos produtos são lançados toda semana ao redor do globo, os donos de marcas lutam pela atenção do consumidor e por espaço nos pontos-de-venda. Os supermercados jamais conseguirão acomodar todos os produtos disponíveis no mercado. Assim, como se diz, apenas os fortes sobrevivem. Profissionais antenados já perceberam isso e estão desenvolvendo embalagens com design inovador, extremamente focadas e que atendem a necessidades específicas de seu público-alvo, para se comunicar de forma efetiva com o consumidor e criar um forte impacto no ponto-de-venda. O senhor poderia nos dar alguns exemplos de como é possível aumentar o apelo das embalagens? Embalagens de porção única, por exemplo, têm se tornado muito populares em diferentes segmentos. Essa forma de embalagem está intimamente ligada à mobilidade dos consumidores, já que podem ser guardadas até em carteiras ou bolsas, permitindo que se aprecie um lanche ou uma refeição em qualquer lugar. As embalagens tipo single ainda incentivam o controle de porções. Um bom exemplo são os “100 Calorie Packs” para os snacks da Nabisco. Essa é uma solução sensata que a
empresa encontrou para quem quer acabar com os “chutes” na contagem de calorias consumidas, satisfazendo o desejo de consumidores apaixonados por produtos como Oreo Cookies, Chips Ahoy!, Wheat Thins, Chese Nips e Mixed Berry Fruit Snacks. Outro bom exemplo são as latas dotadas de tampas de abertura fácil. Já bastante difundidas na Europa, essas embalagens estão seduzindo cada vez mais os fabricantes norte-americanos de produtos alimentícios dos mais variados, como vegetais, sopas e pet food. As latas com abertura fácil aumentam o apelo da marca, atendem o consumidor nômade e eliminam a frustração surgida quando não se tem à mão um abridor de lata. Esses são apenas alguns exemplos. A regra básica é que, se for possível criar uma experiência melhor para os consumidores, seja agregando conveniência, promovendo uma alimentação saudável, protegendo o sabor e o frescor dos produtos ou incorporando um visual com grande apelo, eles provavelmente terão uma boa impressão. Se a marca entrega ao consumidor o que promete, é grande a probabilidade de que ele compre o produto novamente. Quais são os fatores que devem ser levados em conta quando se pensa nas diferentes opções de embalagem? A embalagem não deve ser pensada a posteriori. A estrutura da embalagem e o design devem ser vistos como parte integral do desenvolvimento do produ-
to. Trazer os fornecedores de materiais e equipamentos no início do processo assegura a produção eficiente e nos volumes necessários. Essa interação é um dos pontos em que a Pack Expo International pode ajudar o profissional de embalagem. Por quê? A feira permite aos visitantes examinar quais materiais e equipamentos, quando combinados, funcionam bem. Essa abordagem tem um forte impacto nas linhas de produção e ajuda as empresas a ser competitivas no mercado, hoje e no futuro.
A Pack Expo é uma feira marcada por inovações, em que se destaca a embalagem como um meio importante no trabalho de fortalecimento das marcas. A interdependência de materiais e embalagens com os equipamentos, contudo, não pode ser supervalorizada. Enquanto materiais avançados e embalagens agregam diferenciação ao produto para melhorar o giro nas gôndolas e gerar conveniência, construindo um maior valor de marca, as inovações em equipamentos ajudam a aumentar a velocidade na comercialização de novos produtos, outro fator crítico para o sucesso de uma marca.
Longe de ser uma gelada Adotar para um produto embalagens mais sofisticadas que as existentes no segmento de mercado como forma de alavancar vendas é uma lição que todos sabem, mas que nem sempre têm coragem de implementar. A fabricante britânica de água mineral e de gelo em cubos Blue Keld resolveu investir em conveniência para diferenciar os seus cubos de gelo Blue Keld Spring Water Premium Ice Cubes, até então disponíveis em sacos de 1kg e 2kg. A empresa criou uma versão para a embalagem de 2kg dotada de um zíper para refechamento
para venda em redes de varejo como a Sainsbury’s e a Waitrose. O giro do produto surpreendeu até o mais otimista dos envolvidos no projeto. Nos primeiros meses no mercado, as vendas superaram as expectativas em mais de 30%. “Percebemos que havia mercado para um gelo premium”, explica Graham Cheesbrough, diretor da Blue Keld. “Quem investe em bebidas de qualidade, como uísques de primeira linha, não quer comprometer o sabor de seus drinks com gelos feitos com água filtrada.” As embalagens tipo almofada são produzidas em máquinas form/fill/seal da Sandiacre, que aplica os zíperes de pressão na transversal, na parte superior da embalagem. “O gelo em sacos é consumido em períodos que podem se estender por semanas”, diz Robert Hogan, diretor de vendas internacionais da Zip-Pak, empresa fornecedora do acessório. “Uma embalagem que pode ser fechada após o consumo parcial do produto aumenta a conveniência para o consumidor final.”
reportagem de capa >>> margarinas
Cada vez mais estratégico Mercado de margarinas vira “filé mignon” do setor de transformação plástica Por Leandro Haberli
FOTOS: STUDIO AG: ANDRÉ GODOY
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rimeiro foram os formatos. De modo gradual, os potes esféricos de cor creme começaram a perder espaço para os paralelepípedos que encaixam melhor na porta das geladeiras e oferecem maior área de visualização de marca. Depois explodiu uma das maiores levas de segmentações e lançamentos que a indústria brasileira de alimentos produziu nas últimas décadas. Com sabores inimagináveis pouco tempo atrás e difusão de ingredientes que prometem melhorar a saúde dos consumidores, o movimento aumentou a demanda de acondicionamentos e acessórios de embalagem inovadores. Constituída por muitas outras combativas e curiosas estratégias de marketing, essa descrição compõe o rumoroso cenário do mercado brasileiro de margarinas, que caminha em direção ao posto de maior consumidor de embalagens plásticas rígidas para alimentos do país. Restrita há pouco tempo a praticamente duas únicas versões, com ou sem sal, a categoria de margarinas se diversificou como nunca, e está presente em 95% das residências do país. Também atrai cada vez mais verbas de embalagem, numa conseqüência direta da maior oferta de produtos mais elaborados, com apelos saudáveis e sabores tão diversos quanto azeite de oliva, mel, maçã e alho. A indústria de embalagem tem motivos de sobra para sorrir diante da segmentação do setor. Em 2004, somente a subcategoria margarina cremosa (o setor costuma ser dividido ainda em creme vegetal, margarina dura e margarina industrial) consumiu mais de 670 milhões de embalagens no Brasil. Segundo a consultoria Datamark, a maior fatia (59%) corresponde aos potes de 500 gramas, preferidos das famílias brasileiras. No canal do food service, o consumo daquele ano de embalagens de 1 quilo foi estimado em 31 milhões de unidades. Em outra importante subcategoria, a de
A planta in-house entrou em operação em agosto de 2002, e permanece até hoje como a única fábrica de potes de margarina injetados do país. Por não ter se difundido, a tecnologia deixou o centro das atenções, mas ainda há quem espere que o mercado brasileiro de margarinas venha um dia a seguir o exemplo europeu de uso maciço de potes injetados. “A Insit proporcionou às embalagens da Sadia mais resistência e melhora na linha de produção”, defende Regis Sá, analista de marketing e de desenvolvimento de mercado da Dixie Toga. “Por tais motivos a injeção é a tecnologia mais usada na Europa”, ele completa. Outro alegado benefício do sistema é a regularidade dos potes. No caso da termoformagem, pequenas alterações são naturais ao processo. Com capacidade de aproximadamente 600 toneladas por mês, a unidade da Insit não atende toda a demanda da Sadia no mercado de margarina. Tal detalhe corrobora a tese de que a injeção não cresceu no mercado
SEGMENTAÇÕES – Versões especiais, como maçã e canela, ajudam a escoar embalagens com maior valor percebido
cremes vegetais, a demanda foi de 332 milhões de embalagens em 2004. Os balanços justificam a importância do mercado de margarinas no segmento de embalagens plásticas termoformadas. Prevendo movimentar 563 000 toneladas em 2006, contra 545 000 no ano passado, a indústria brasileira de margarinas é ferrenha adepta dos potes termoformados. No outro balcão da transformação plástica, um único player do ramo lança mão de paralelepípedos injetados por aqui. Um mero detalhe, não fosse esse solitário adepto da tecnologia de injeção de ciclo rápido, que resulta em paredes com espessura inferior a 1 milímetro, a líder Sadia. Dona da linha Qualy, a empresa tem 33% de participação no mercado de margarinas, sendo seguida por Bunge, Unilever e Vigor. O envolvimento com o processo de injeção começou há pouco mais de três anos, e foi suficiente para lançar luz sobre eventual disputa com a tecnologia de termoformagem, que por princípio consiste em dar forma aos objetos plásticos com uso de calor e pressão. À época a Sadia buscava maior sofisticação gráfica e melhor estabilidade em máquina. Por isso a empresa solicitou à Dixie Toga, que já lhe fornecia potes de margarina termoformados, um projeto de embalagens injetadas. Assim a Insit, braço da Dixie Toga especializado em unidades internas de injeção de ciclo rápido e paredes finas, ficou responsável pela implantação de uma fábrica na unidade de Paranaguá (PR) da Sadia.
PROCESSOS – Com unidade in-house de injeção de ciclo rápido e paredes finas, Sadia buscou alternativa aos potes termoformados para a Qualy
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Outras restrições Quem também classifica a injeção como uma tecnologia “de nicho” no setor é Antônio Carlos Júnior, gerente comercial da Poly-Vac. A empresa produz aproximadamente 2 milhões de embalagens de margarina por mês, correspondentes a 30% de seus negócios. “Trata-se de um complemento do café da manhã de milhares de brasileiros. A grande maioria dos consumidores não pode pagar por produtos segmentados, com diferenciais de embalagem”, opina. Acerca das críticas de que variações intrínsecas ao processo de termoformagem podem prejudicar o desempenho das linhas, Alberto Júnior as rebate afirmando que elas são imperceptíveis ao consumidor, e tampouco interferem no maquinário. Diferentemente da Fibrasa e da própria Dixie-Toga, que atuam também com injeção, a Poly-Vac trabalha exclusivamente com termoformagem. 20 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2006
DIVULGAÇÃO
brasileiro de margarinas por uma questão de custo. As empresas têm grandes parques de termoformagem instalados, e mudanças de processo exigem alto investimento. Ademais, os potes injetados demandam quantidades maiores de polipropileno, afirma Leonardo de Castro, diretor-comercial da Fibrasa, outro grande player de transformação com atuação no mercado de margarinas. De acordo com ele, as embalagens injetadas para margarina pesam entre 25% e 30% mais que as termoformadas. “À medida que a resina é três vezes mais significante no cálculo do custo do produto plástico do que a mão-de-obra, o preço continua sendo o maior entrave à difusão da injeção no mercado de margarina”, conclui o diretor da Fibrasa.
a parte gráfica os potes termoformados de margarina aos poucos começam a reagir à alegada superioridade visual dos injetados. Grandes lances do negócio de decoração de embalagens de margarina estão ocorrendo no terreno dos rótulos termoencolhíveis. Tradicional partidária do dry off-set, impressão direta no corpo e na tampa das embalagens, e adepta apenas em casos isolados dos rótulos auto-adesivos, a categoria de margarinas começou a ceder aos apelos dos rótulos termoencolhíveis. Presente há mais tempo em linha premium da Sadia, o sistema foi recentemente adotado pelas margarinas com sabores da Leco, marca controlada pela Vigor. Os produtos chegaram às gôndolas no final de 2005, mas o projeto começou há mais de um ano, informa Alberto Lopes, diretor da Trade Pack. Especializada em assessoria de projetos de embalagem, a empresa, também conhecida por representar no Brasil a família de embalagens flexíveis da chilena Alusa, sugeriu à Vigor ainda em 2004 o uso das mangas que sob calor se amoldam às embalagens. Fornecidos pela Uniflexo, os rótulos das margarinas Leco são elaborados em filme de PVC importado com retração de 65%. A fim de diminuir as tiragens mínimas, a impressão é feita em equipamento banda estreita, no procesDIVULGAÇÃO
STUDIO AG – ANDRÉ GODOY
ACESSÍVEIS – Marcas com menor valor estendem presença da categoria a 95% das residências brasileiras
Decorações mais diversas N
ROTULAGEM – Nova linha Leco adotou termoencolhíveis e tampas com marca em relevo. Acima, ombros dos potes: encaixes asseguram fixação dos rótulos
STUDIO AG – ANDRÉ GODOY
so off-set com verniz ultravioleta, em até oito cores. A aplicação dos termoencolhíveis é feita pela Fibrasa, que também fabricou os potes e tampas de polipropileno. Leonardo de Castro, diretor-comercial da empresa, afirma que foram investidos 400 000 dólares na aquisição de equipamento de aplicação automática de rótulos termoencolhíveis. Segundo Alberto Lopes, da Trade Pack, é a “primeira vez que essa tecnologia automatizada é usada no mercado brasileiro de margarinas”. Os potes da nova linha Leco receberam encaixes na altura dos ombros para adaptar-se ao sistema de rotulagem. Foram projetadas travas que, com ajuda de aplicações de filetes de hot melt, garantem a fixação das mangas. Sem dry off-set ou auto-adesivos, tampas trazem a marca Leco em relevo. Outra possibilidade de decoração de embalagens termoformadas de margarinas está sendo oferecida pela Poly-Vac. A empresa desenvolveu em conjunto com a Bunge Alimentos recipientes termoformados cujas tampas são impressas na chapa, antes de ganhar contorno final. O processo está sendo usado em marcas como Delicia e Primor. “Trata-se de um diferencial que garante ótima qualidade gráfica sem o impacto de custo dos termoencolhíveis”, compara o gerente comercial da Poly-Vac, Carlos Alberto Júnior. Mais uma alternativa gráfica para as tampas de margarinas, os rótulos auto-adesivos aos
DEFINIÇÃO – Bunge desenvolveu em conjunto com a Poly-Vac sistema de impressão de tampas que oferece melhor qualidade gráfica
Líder redesenhada
DIVULGAÇÃO
Com 24% de participação em volume e 29% do faturamento, a marca de margarinas Qualy, da Sadia, é a mais vendida no Brasil. A posição de destaque, consolidada anos atrás, quando a chancela do frigorífico gaúcho ultrapassou a linha Doriana, da Unilever, no ranking do setor, vem sendo mantida com ajuda de regulares mudanças de embalagem. Na mais recente, a Sadia repaginou o layout de versões como Qualy Cremosa e Light, num projeto assinado pela agência Narita Design.
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FOTOS: DI VULGAÇÃO
STUDI AG – ANDRÉ GODOY
PREMIUM – Pioneira em termoencolhíveis, Qualy Oliva tem tampas com auto-adesivo. Becel e Cream Doriana também adotaram esse tipo de rótulo no fechamento
poucos vêm crescendo no setor. A tendência foi inaugurada poucos anos atrás pela Unilever, que utilizou a marca Doriana como ponta-delança na estratégia com rótulos em vez do dry off-set. Hoje os adeptos dos auto-adesivos se multiplicaram, incluindo marcas como Becel e Qualy, além da versão cream cheese de Doriana. Aplicados tanto em sobretampas plásticas transparentes, usadas em conjunto com selos de alumínio impressos, como em tampas pigmentadas, os auto-adesivos das embalagens acima são fornecidos pela Prodesmaq. A despeito das incursões desse tipo de rótulo, o uso de termoencolhíveis tende a crescer nos próximos anos, apoiado principalmente na flexibilidade proporcionada aos fabricantes de margarina. De um lado, equipamentos de banda estreita fizeram o tempo de entrega dos rótulos cair. De outro, com pequenas quantidades de potes lisos e de etiquetas pré-impressas, é possível atender diferentes demandas de consumo. Como saldo, os termoencolhíveis permitem alterar de um sabor para outro sem necessidade
Datamark (11) 2162-1790 www.datamark.com.br
de elevados estoques de potes impressos. No lado dos consumidores, trazem ainda o apelo da reutilização das embalagens.
Dixie Toga (11) 5516-2200 www.dixietoga.com.br
Mais valor
Fibrasa (27) 2123-7500 www.fibrasa.com.br Huhtamaki (41) 3661-1010 www.huhtamaki.com.br Narita Design (11)3167-0911 www.naritadesign.com.br Poly-Vac (11) 5541-9988 www.poly-vac.com.br Prodesmaq (19) 3876-9300 www.prodesmaq.com.br Tradepack (11) 5093-6511
[email protected] Uniflexo (11) 4789-5946 www.uniflexo.com.br
DIVULGAÇÃO
FECHAMENTOS – Sobretampas transparentes destacam selos metálicos impressos: alternativa em ascensão
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Palco de tanta movimentação, o mercado de margarinas mostra que, apesar da histórica renda comprimida, os consumidores brasileiros estão um pouco mais abertos a inovações de embalagem que agreguem custos. Talvez por se tratar de um item cujo valor unitário dificilmente ultrapassa 4 reais, mesmo nas versões mais sofisticadas, acréscimos de 15% ou 20% não afugentam as vendas. Pelo contrário. “Os fabricantes de margarinas que apostaram em produtos de baixo valor agregado retrocederam em sua estratégia porque perderam participação de mercado”, sentencia Ângela Salgado Mormul, gerente de marketing da Huhtamaki, multinacional que fornece potes de margarinas para fabricantes do Brasil e de outros países. Em que pesem distintos métodos produtivos, desenhos diferenciados e sistemas de decoração que exploram o facing dos produtos constituem tendências claras no mercado brasileiro de margarinas. O mesmo se pode dizer de produtos apelativos à saúde, com baixo teor de lipídios. No campo da decoração, uma das possibilidades aguardadas são os in-mold labels (IMLs), rótulos cuja aplicação nas embalagens ocorre no momento em que elas são sopradas ou injetadas, no interior de seus moldes. Populares no mercado europeu de cremes vegetais, os IMLs estão perdendo a briga para os termoencolhíveis no Brasil. Mas, pela toada de constante inovação, não será surpresa se essa tecnologia também irromper nos sempre movimentados balcões de margarinas.
A Itap Bemis inova e busca as melhores soluções em embalagens flexíveis para atender às necessidades de seus clientes. Estamos constantemente ligados às tendências e novidades dos mercados nacional e internacional, e EmbalagemMarca figura como importante fonte de informação para conhecer e divulgar novas idéias. Somos anunciantes há quase três anos e temos obtido ótimos resultados, devido à credibilidade e à circulação da revista, dirigida exatamente ao nosso público-alvo. Além disso, EmbalagemMarca oferece sua versão digital, o que facilita ainda mais a leitura e amplia a exposição dos anúncios.
Prada recertificada Brandindo o pioneirismo na certificação ISO 9001:2000 entre fábricas de latas no Brasil, a Companhia Metalúrgica Prada recebeu uma re-certificação desse mesmo atestado. O documento foi concedido em janeiro. A primeira certificação ocorrera há dez anos. Ganhos em massas e rações O setor de alimentos faz a Markem crescer no país. Seis codificadoras por transferência térmica da empresa, da série SmartDate 5, foram negociadas com a mineira Domingos Costa, fabricante das massas Vilma. Já a Nestlé/Purina adquiriu três modelos a laser Smartlase 110 para marcar sua sacaria plástica de pet food. “O laser faz uma marcação indelével sem afetar as propriedades de barreira da embalagem, o que é fundamental em produtos tão sensíveis como rações”, diz Paulo Afonso Ribeiro, gerente comercial da Markem Brasil. Pluralmack em nova sede Fabricante de aplicadoras para rótulos e lacres termoencolhíveis de PVC, PET e poliestireno orientado (OPS), a Pluralmack mudou sua matriz de Embu para Diadema, ambas cidades da Grande São Paulo. O telefone também é novo: (11) 4077-5400. Fumaça etiquetada A Receita Federal estuda a produção de um acessório de embalagem para identificação digital dos cigarros fabricados no país. Com o auxílio da Casa da Moeda, a Receita quer diminuir a sonegação fiscal do setor. O sistema funcionaria a partir de uma etiqueta eletrônica contendo informações variáveis como data de fabricação.
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Papelão ondulado na última moda Grande produtora de caixas de papelão ondulado, a Orsa Celulose, Papel e Embalagens pôde demonstrar a versatilidade do material na 10ª São Paulo Fashion Week, semana de moda ocorrida em janeiro último. O papelão ondulado da Orsa foi utilizado na criação do cenário do evento. Com um quilômetro de extensão e paredes de até 6,5 metros de altura, a instalação consumiu 3 900 peças de papelão ondulado e 800 metros quadrados de forro. Túneis feitos em estrutura hexagonal
de dez metros de comprimento e três metros de diâmetro conduziam os convidados à área principal.
(11) 4689-8700 www.orsaembalagens.com.br
FOTO: DIVULGAÇÃO
Cerveja em PET na Venezuela Líder do mercado venezuelano, a Polar acaba de adquirir da Krones uma linha de envase de cervejas em garrafas de PET. A primeira marca em PET da Polar será a Maltin, sem álcool. A cerveja será envasada em garrafas PET de 600 mililitros, 1,5 litro e 2 litros. Lotada na fábrica da Polar de San Joaquín, em Caracas, a linha tem cadência de 15 000 garrafas por hora para recipientes de 1,5 litro.
“É provável que haja corte nos preços das
chapas, pois a CSN pratica preços domésticos muito superiores aos do mercado externo e o setor de latas passa a importar o insumo” De Rogério Marins, presidente da Metalgráfica Iguaçu, ao Diário do Comércio e da Indústria, sobre os preços do aço nacional para embalagens – mercado exclusivo da CSN. A siderúrgica estuda novas políticas de venda de folhas-de-flandres, pois os produtores de latas, além de terem começado a importar o material, estariam com estoques altos.
Google, a marca do ano passado Qual marca gerou maior impacto mundial em 2005? Segundo internautas de todo o mundo que acessam o Brandchannel, portal mantido pela consultoria em marcas Interbrand, foi a da tech-house Google. Ela superou a Apple, a campeã de votos na edição anterior do júri popular. O prêmio
também elabora rankings por regiões. Nas Américas Latina e Central, a cerveja mexicana Corona abocanhou o primeiro lugar, seguida pela Bacardi. A brasileira Havaianas figura em quarta na lista. Quem também obteve destaque nessa seção foi a Natura, oitava marca mais votada.
Região da Ásia e Pacífico
Europa e África
1. Google*
1. Sony
1. Nokia*
1. Corona*
1. Apple
2. Apple**
2. Toyota*
2. Ikea**
2. Bacardi*
2. Google
3. Skype
3. Samsung**
3. Skype
3. Movistar
3. Starbucks*
Global
América Central e Latina
América do Norte
4. Starbucks
4. LG**
4. Zara
4. Havaianas
4. Target**
5. Ikea**
5. HSBC
5. BMW
5. Cemex**
5. Lance Armstrong
* Indica que subiu em relação à 2004 / ** Indica que caiu em relação a 2004 / Negrito indica que é novo na lista
De cima da pia para a pia em si Uma pia de banheiro elaborada a partir da reciclagem de tubos de creme dental foi o destaque entre os vencedores da primeira edição do prêmio “Mais Design, Menos Resíduo”, promovido pelo CEMPRE – Compromisso Empresarial para Reciclagem, no início de dezembro. A peça foi criada pela designer Fabíola Bergamo com o patrocínio da marca Close Up, da Unilever. “As pias têm grande potencial de comercialização”, afirma a inventora. Projetos de reciclagem de bisnagas laminadas,
como a fabricação de telhas, já evitam que 20 toneladas de resíduos da Unilever cheguem a aterros sanitários.
(11) 3889-7806 www.cempre.org.br
Vinho em PET, novo alvo da Ball Conhecida por sua atuação na produção de latinhas, a multinacional americana Ball está entrando de cabeça no negócio de garrafas de PET para vinhos. Sua divisão de plásticos, aberta em 2001, acaba de lançar garrafas de 187 mililitros para essas bebidas. “Nos Estados Unidos, as vendas de garrafas single-serve para vinhos cresceram cerca de 20% no ano passado”, afirma Jerry Rosenow, gerente de mercado da Ball. A primeira cliente da Ball no novo ramo é a vinícola californiana Sutter Home.
www.ball.com
Combinado substitui madeira Em mais um reflexo da sua política de responsabilidade ambiental, a Natura começa a utilizar um insumo da produtora gaúcha de adesivos Artecola para a injeção de peças que substituem embalagens de madeira. O material é o
Plastwood, produzido a partir de uma combinação de pó de madeira e plástico. Segundo a Artecola, ele é totalmente reciclável e sua madeira é proveniente de refugo de plantações controladas. O Plastwood já é utilizado na fabricação de móveis, materiais de construção e solados de calçados – como o mostrado na foto à esquerda.
(51) 3597-5200 www.artecola.com.br
plásticas >>> nanotecnologia
Upgrade molecular
STUDIO AG - ANDRÉ GODOY
Aplicadas a resinas, nanopartículas de prata ampliam validade dos alimentos. Tecnologia coreana começa a ser oferecida aos transformadores brasileiros
E
nquanto ganha crescente espaço na indústria petroquímica, na qual resinas com características especiais têm sido elaboradas a partir da manipulação molecular de materiais, a nanotecnologia começa a movimentar o mercado de embalagens. Não se trata, pelo menos por enquanto, da disseminação dos já anunciados componentes que mudam de cor para indicar alterações não desejáveis em alimentos e bebidas acondicionados. Mas a novidade nanotecnológica em questão não deixa de representar mais um avanço em direção aos chamados acondicionamentos inteligentes, que trazem a promessa de se relacionar de forma ativa com o consumidor. Atrelando a ciência dos nanomateriais às propriedades antibióticas de um dos mais famosos metais preciosos de que se tem notícia, 28 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2006
VERSATILIDADE – Unindo propriedades antibióticas da prata a técnicas de manipulação molecular, composto Nano Silver pode ser aplicado em embalagens ou na composição de produtos. Abaixo, flocos “turbinados”
a prata, uma empresa de origem coreana está oferecendo no Brasil um produto que promete conservar alimentos por muito mais tempo, entre outros atributos. Registrado como Nano Silver, o material tem suas raízes em tradições antigas. “Os romanos já sabiam que era possível conservar as comidas por longos períodos em recipientes contendo prata”, diz Alex Hui Ku Ha, diretor-comercial da filial sul-americana da Nano T&C, que criou a marca Nano Silver. Após constatar que as nanopartículas de prata ofereceriam mais resistência contra vírus, fungos e bactérias do que o material em tamanho normal, a empresa partiu para o desenvolvimento de um composto hoje oferecido a diferentes indústrias. O material pode ser usado, por exemplo, na fabricação de itens de higiene pessoal, ajudando a eliminar odores nas axilas e
FOTO: DIVULGAÇÃO
GRADUAL – Em comparação com acondicionamento comum, laranjas protegidas por Nano Silver (coluna da dir.) levam mais tempo para deteriorar
nos pés. Outras possibilidades, sempre enviesadas nas propriedades antibióticas do produto, pegam carona na utilização em tecidos, medicamentos, cosméticos e até em sistemas de ar condicionado e materiais de construção civil. No campo das embalagens, a idéia é que o produto seja aplicado nas especialidades usadas em acondicionamentos plásticos de PET e outras resinas. Um dos principais mercados-alvo é o de
Nano T&C (11) 3277-6959 www.nanosilver.com.br
alimentos frescos. Em medições com duração de dez dias, o processo de decomposição de laranjas e morangos guardados em recipientes plásticos contendo Nano Silver revelou-se mais lento do que o de alimentos similares que permaneceram em embalagens comuns. Não obstante tais possibilidades, na Coréia do Sul, onde foi lançada há mais tempo, a novidade é mais usada na composição de produtos em si (mamadeiras e perfumadores de veículos que aparecem na foto de abertura desta reportagem, por exemplo), e não em seus sistemas de acondicionamento propriamente ditos. Para a empresa, que mostrou a idéia a transformadores brasileiros, a descoberta do material pela indústria de embalagem é uma questão de tempo. Mas não seria demasiadamente oneroso produzir embalagens contendo prata (ainda que apenas no nível molecular)? “O impacto no custo é baixo, pois com apenas um grama de prata é possível cobrir 100 metros quadrados”, informa Alex. Se o produto embalar no Brasil, a história de que moedas de prata foram usadas em outros tempos para evitar que o leite azedasse passará a ser conhecida por mais gente.
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entrevista >>> Paulo Peres
“Lutamos pelo draw-back verde-amarelo”
O
desempenho econômico brasileiro de 2005 não chegou aos 3%, frustrando expectativas nos mais diversos setores. Não foi diferente na cadeia de papelão ondulado. As vendas do setor totalizaram 2 157 mil toneladas, resultado 2,4% maior em relação a 2004. Os dados são da Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO), que esperava um avanço de 4,25%, em média, para o período. Apesar do desempenho desanimador, 2006 trouxe ânimo renovado para o setor. O alento veio da Lei 11 196, finalmente aprovada no final de novembro último como resultado da Medida Provisória 255, mais conhecida como MP do Bem por prever benefícios fiscais e estímulos a investimentos em diversas frentes econômicas. De todo o texto, o artigo 49 (veja a íntegra no www. embalagemmarca.com.br) é o que trata da questão e deixa em pé de igualdade as condições de comércio dadas às embalagens brasileiras e às importadas pelo regime de draw-back. Este se caracteriza por dar isenção fiscal às embalagens utilizadas exclusivamente no acondicionamento de produtos destinados à reexportação, mas deixava de fora as produzidas no Brasil. Os esforços investidos em seis meses de negociações – realizadas desde maio de 2005 – foram necessários para que, por meio de isonomia fiscal e tributária, as embalagens brasileiras alcançassem igualdade de condições nas exportações indiretas. A forma encontrada para tanto é o cunhado draw-back brasileiro em sistema triangular, contemplado pela nova lei. Quem fala a EMBALAGEMMARCA a respeito das novas regras – ainda não regulamentadas –, do desempenho da indústria de papelão ondulado no Brasil e no exterior e sobre as
expectativas para 2006 é o presidente da ABPO, Paulo Sérgio Peres. Para ele, a medida pode ajudar o crescimento interno da indústria e ampliar a competitividade do produtor agrícola, “porque é aí que a indústria de embalagens ganha pontos”. A ABPO está entre as entidades que lutaram para que fosse incluído na Medida Provisória 255, a chamada MP do Bem, o item que estabelece isonomia fiscal e tributária às embalagens brasileiras em relação às que são importadas pelo sistema de draw-back. O que impulsionou essa reivindicação? De que forma o drawback prejudicava a cadeia de papelão ondulado? Ocorre que, atualmente, as embalagens que chegam ao Brasil por meio do sistema de draw-back, ou seja, quando destinadas à reexportação, são isentas de qualquer tributação. No entanto, as embalagens brasileiras pagam vários tributos, mesmo que seu destino seja o mesmo. Esta não é uma situação justa para a indústria nacional, uma vez que enfrenta uma concorrência acirrada com a indústria de fora. Daí a luta por igualdade de direitos. Para que isso aconteça, lutamos para que valha o draw-back verde-amarelo. Porém, a burocracia impede sua utilização, principalmente pelos pequenos exportadores. O sistema de draw-back em si não é o que nos prejudica, mas sim a forma como se estabelece a lei, por não oferecer as mesmas condições. A MP inclui todas as embalagens brasileiras que seguem para exportação? Ou beneficia apenas a cadeia de papelão ondulado?De quais tributos as embalagens ficam isentas? A lei engloba todas as embalagens usadas apenas para
Paulo Peres, presidente da ABPO, comenta as mudanças geradas pela lei que confere isonomia fiscal e tributária às embalagens
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DIVULGAÇÃO
brasileiras destinadas à reexportação
entrevista >>> Paulo Peres embalar produtos que são exportados. O benefício não se dá somente para o papelão ondulado, a lei não pode servir apenas a um setor. A isonomia fiscal engloba primeiramente os impostos de Pis, Pasep e Cofins. Quanto ao ICMS, isso será resolvido separadamente em cada Estado do Brasil. Estamos trabalhando para alcançar a isenção também deste tributo. Quando isso acontecer, realmente teremos a isonomia fiscal completa.
a favor do produtor da fruta ou de qualquer outro produto, para que haja mais competitividade, porque é aí que a indústria de embalagens ganha pontos. Antes, era o produtor agrícola brasileiro que comprava a caixa no exterior para depois exportar. A partir da nova lei, o importador ganha em capital de giro no momento em que precisar de 1 milhão de caixas durante uma safra de alguns meses, por exemplo. Só o pólo agrícola de Mossoró-Assú, no Rio Grande do Norte, estima exportar seus produtos em nada menos que 109 milhões de caixas de papelão ondulado, das quais 23 milhões seriam importadas, o que agora não será necessário.
“O sistema proposto
Como se configura o sistema de exportação triangular proposto? Além de dispor sobre a questão da isonomia fiscal, a MP abre espaço para que ele exista? A nova lei determina que as embalagens brasileiras destinadas a embalar produtos para exportação devem ser compradas diretamente pelo importador. Hoje o sistema de compra das embalagens se configura da seguinte forma: na exportação de 100 mil caixas de melão, por exemplo, a indústria nacional de papelão ondulado fornece as caixas para que o produtor brasileiro o embale. Antes, essas caixas não estariam livres dos impostos. Com a Lei 11 196, resultante da MP 255, o importador compra o melão brasileiro e compra também as caixas diretamente do produtor de embalagens daqui, que as envia para o produtor. Isto significa que as compras são feitas separadamente, mas sempre pelo importador. Ou seja, o produtor brasileiro não é mais o comprador da embalagem. Assim, entende-se que as caixas também estão sendo importadas. Aí então estamos diante do sistema de draw-back brasileiro em esquema triangular.
diminui os custos para o importador, pois a economia está na
Em 2005 a indústria de papelão ondulado cresceu 2,4%. Como ocorreu com o país como um todo, foi um valor abaixo das expectativas, que ficavam entre 3,5% e 5%. Como o senhor avalia este desempenho? O cenário assim se deu porque o mercado interno praticamente patinou no último ano. Se dependêssemos apenas dele, não teríamos crescido quase nada. Fomos auxiliados pelas exportações indiretas, que, desde 2004, têm sido uma boa alavanca do setor, afinal, dois terços de todos os produtos no mundo circulam em papelão ondulado, com destaque para a Europa. No primeiro trimestre sentimos os reflexos da queda de exportações de alguns segmentos, como o de calçados, e nosso crescimento foi de 1,1% em relação ao mesmo período de 2004. No segundo trimestre, as vendas foram 4,4 % maiores do que o mesmo período do ano passado, resultado da melhora de nossas entregas aos setores exportadores tradicionais, como frutas, fumo em folha e carnes. O terceiro trimestre, historicamente bom, cresceu apenas 0,7%, refletindo uma somatória de fatores: crise política, febre aftosa (que afetou o fornecimento aos exportadores de carne) e mercado interno enfraquecido.
compra das caixas já isentas dos impos-
tos(...) A vantagem é
que elas poderão ser solicitadas à medida
da necessidade de cada embarque específico”
O repasse dos custos das embalagens utilizadas pelos produtores de frutas e verduras aos importadores não poderá elevar o preço dos produtos? Haveria riscos à competitividade brasileira no mercado externo desse tipo de produto? De forma alguma. O sistema proposto diminui os custos para o importador, pois a economia está no fato de ele comprar as caixas que serão isentas dos impostos citados. Assim, a embalagem brasileira é consumida da mesma forma que as que chegam aqui em sistema de draw-back. A vantagem é que elas poderão ser solicitadas à medida da necessidade de cada embarque específico. A medida é para que as reduções de custos fiquem 32 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2006
Quais as perspectivas para 2006? Em que medida a sanção da MP do Bem pode favorecer o setor de papelão ondulado internamente? Ainda precisamos lidar com uma situação de desigualdade, porque a Lei 11 196 precisa ser regulamentada e não se sabe quando isso ocorrerá – acreditamos que
seja logo. Mas ao menos temos uma lei. Por enquanto, o que pode nos ajudar é uma mudança na taxa de juros – hoje uma das maiores do mundo – e no câmbio da moeda. Se a equação for bem resolvida, o mercado interno deve reagir e a indústria de papelão ondulado acompanhará essa reação. Caso contrário continuaremos dependentes das importações indiretas. Se o PIB em 2006 alcançar entre 3,5% a 5%, temos tudo para crescer nos mesmos patamares. Os reflexos certamente serão sentidos também na colocação do Brasil no ranking internacional, que permanece em nono desde 2003. Neste contexto, outro fator que pesa contra a indústria – e a sociedade como um todo – é a exclusão de milhões de brasileiros da economia. No mercado interno, quais os segmentos que mais têm impulsionado o consumo de papelão ondulado? A indústria alimentícia representa 35,8% de nosso fornecimento, seguida pelo setor de chapas de papelão ondulado para cartonagens, com 14,2%. Na seqüência vêm as áreas de avicultura e fruticultura, com 9,9%; indústria química (8,5%), onde o segmento de higiene e limpeza é nosso grande mercado. Por fim vem o setor de bebidas e fumos, com 7%.
As perdas de produtos hortícolas, em função de acondicionamentos inadequados, já foram estimadas em cerca de 30% pela própria ABPO. O senhor diria que o país está conseguindo fechar esse imenso ralo de desperdício? Acreditamos que a redução de perdas está caminhando paulatinamente, mas ainda precisamos difundir e ampliar o uso de papelão ondulado. Em 2003, os produtos hortícolas, especificamente, representavam 4% desse mercado. Avançamos para 5,5%, mas há países em que o volume chega a 10%. Ou seja, toda vez que o consumo cresce, diminuem as perdas ocasionadas principalmente por transporte inadequado. Em 2003, avaliava-se que a Instrução Normativa nº 9 (que trata da padronização das embalagens e dos métodos de transporte e armazenamento desses itens) poderia alavancar o consumo do papelão ondulado. Isso de fato aconteceu? A IN nº 9 está em vigor desde 2003, mas ainda se peca por falta de fiscalização. A norma está valendo, mas não está sendo cumprida à risca. Crescemos mais por causa da persistência do setor e pelas vantagens oferecidas pela embalagem. Também neste caso, as exportações colaboraram muito.
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EmbalagemMarca <<< 33
higiene e beleza >>> sabonetes
A tradição vive uma barra Briga em nichos de maior valor e busca de diferenciação favorecem os cartuchos e ofuscam os clássicos envelopes no mercado de sabonetes
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eguindo o costume corporativo de se reduzir às siglas certos conjuntos de fatores, seria possível definir o avanço dos cartuchos de papel cartão nas gôndolas de sabonetes em três erres: recente, rápido e ruidoso. Calcado tanto em cartadas das multinacionais quanto de marcas emergentes, o que evidencia a cada vez mais renhida competição nesse mercado de 1,8 bilhão de reais anuais no Brasil, o estouro dos sabonetes em caixinha sinaliza tradições fortes e cambaleantes ao mesmo tempo. Que se explique. Se por um lado mostra a força do hábito brasileiro de se consumir sabonete em barra, produto já preterido por grande parte dos americanos e europeus em favor das versões líquidas, ele também sugere um esmorecimento do apelo dos envelopes de 34 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2006
papel laminado, por muito tempo as embalagens emblemáticas da seção de sabonetes. Muitos interpretam que o prólogo dessa candente movimentação em embalagem na categoria ocorreu em 1992. Foi quando a Unilever introduziu no Brasil sua marca Dove de sabonetes com apelo premium, famosos pelos cartuchos brancos com detalhes azuis e dourados. Tão ou mais importante que lhe ter alargado margens, Dove rendeu à Unilever um nicho de exclusividade – ou um “oceano azul”, como conceitua A Estratégia do Oceano Azul, um recente best-seller de negócios de W. Chan Kim e Renée Mauborgne. A água turvou em 2001. Foi quando a Unisoap, controlada pelo grupo Matarazzo, revitalizou a veterana marca Francis, uma das primeiras a ter lançado sabonetes em cartuchos no país, em 1972,
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Por Lívia Deorsola
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e investiu na extensão de linha Hydratta (cuja semelhança de embalagens com as de Dove até rendeu, à época, um imbróglio judicial). Deu certo. A chancela Francis ganhou fôlego no setor e, dos atuais 13% de market share, calculados pela AC Nielsen, ambiciona chegar aos 30%. Com esse objetivo, a Unisoap investiu recentemente numa modernização das embalagens do Francis clássico, produzidas com papel cartão da Suzano pela mesma gráfica dos cartuchos do Hydratta, a Romiti. Os sucessos da Unilever e da Unisoap não passaram em brancas nuvens para outras empresas, que resolveram bancar estréias de sabonetes em caixinha.
SIGA O LÍDER – Dove inaugurou nicho de barras cremosas em caixinha, em 1992, segmento depois explorado com sucesso pelo Francis Hydratta
Briga intensificada Uma delas foi a rede goiana de frigoríficos Friboi. Com a marca Albany, a empresa estreou em sabonetes em 2000, utilizando-
CALOURAS – Marcas Ypê e Albany estrearam seus cartuchos de sabonetes no ano passado
se dos envelopes de papel laminado como embalagens. Só que, para o lançamento de suas linhas cremosas Nutre e Spa, feitas no fim do ano passado, a Friboi não hesitou: adotou cartuchos laminados com BOPP (polipropileno biorientado), impressos em off-set pela Antilhas. “Quisemos nos aproximar do líder de mercado nesa categoria”, afirma, sem rodeios, a gerente de marketing da Albany, Tatiana Santo, em referência ao Dove. “O cartucho, mais que opção, é uma tendência de mercado”, entende Roberta Castelli, do marketing da Química Amparo, controladora da marca guarda-chuva Ypê e que também se lançou na briga dos sabonetes cremosos em caixinha em 2005, com a linha Fleur de Ypê. A Amparo divulga que a linha tem registrado ótimo retorno, impulsionado por uma campanha de mídia protagonizada pela atriz Daniela Escobar, mas esquiva-se de divulgar detalhes sobre a produção das embalagens.
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MIGRAÇÃO – Sabonetes Lux Luxo aderiram às caixinhas mantendo preço unitário abaixo de 1 real
ESTOJO – Versão box de Vinólia é mais uma cartada da Unilever
A verdade é que o barulho de marcas calouras como Albany e Fleur de Ypê, ofertadas no auto-serviço com preços abaixo do chamado premium price, ou seja, os valores praticados pelas líderes da categoria, revela o potencial dos cartuchos junto às faixas mais populares de consumidores. Nessa medida, não surpreende que alguns nomes impor-
tantes da área de higiene pessoal comecem a posicionar marcas de preço intermediário em caixinhas, para capitalizar junto às classes populares a imagem do cartucho como sinônimo de sabonete requintado, cultivada pelas barras cremosas. “Nesse percurso, o Lux Luxo parece ter puxado a fila”, observa Natalie Adler, gerente de marketing do setor
mercado, mas defende que “as possibilidades de sofisticação de flexíveis ainda não foram totalmente exploradas”. Outra novidade em sabonetes acondicionada em embalagem plástica é uma linha de quatro fragrâncias da Johnson & Johnson para o público adulto (complementar ao sabonete em caixinha mostrado na pág. xx). As embalagens desses produtos também são baseados em filme de BOPP, perolado e laminado com o mesmo material, porém no formato envelope. Desenhadas pela M Design, as flexíveis levam impressão flexográfica em seis cores da Canguru Embalagens.
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Os cartuchos de papel cartão não representam ameaça isolada aos envelopes de papel como embalagem de sabonetes. Também cresce nesse mercado o uso de embalagens plásticas flexíveis, como as flowpacks. A Nivea, que já possui modelos de sabonetes comercializados em cartuchos, acaba de lançar uma nova linha em flow-packs de filme de BOPP (polipropileno biorientado) com aparência fosca (matte), fornecidas pela Empax. A gerência comercial da Empax admite que se trata de uma aposta na contramão da avalanche de estojos de papel cartão que invadem o
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Plásticos, também emergentes
Transições rumo à base Nessa transição, os sabonetes Lux Luxo também ganharam fórmulas mais sofisticadas – aproximando-se, como todas as categorias de produtos de higiene pessoal, dos cosméticos. Mesmo com as atualizações de produto e de embalagem, os sabonetes da marca continuaram com preço unitário abaixo de 1 real, graças a negociações com os fornecedores. A gerente da marca Lux, Simone Simões, afirma que a estratégia visa fazer jus a um conceito de “luxo acessível”. “Com a presença das caixinhas queremos comunicar que existe algo especial ali dentro”, comenta a executiva. Pode-se interpretar que a experiência com o Lux Luxo pegou bem. Isso porque uma outra linha de sabonetes de preço médio da Unilever, a Vinólia, acaba de ganhar uma extensão de linha em cartucho. A novidade, Jóias de Vinólia, chega ao varejo em caixinhas douradas, projetadas pela Rex Design e impressas em off-set quatro cores pela Brasilgráfica. Outra multinacional ligada à idéia de tentar difundir as vendas de sabonetes em estojo de papel cartão mais para baixo do topo
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de cartuchos, rótulos e laminados do grupo Dixie Toga, aludindo à migração de todas as variantes dessa marca líder da Unilever (32,6% de share, registra a AC Nielsen) dos envelopes de papel laminado para os estojos cartonados. É a Impressora Paranaense, divisão de cartonadas da Dixie Toga, quem fabrica as novas embalagens de Lux (conforme mostrado em EMBALAGEMMARCA no 75, novembro de 2005). NOVO RAMO – Com cartuchos da Emibra, J&J agora também quer público adulto
Brasilgráfica (11) 4133-7777 www.brasilgrafica.com.br Canguru Embalagens (48) 3461-9000 www.canguru.com.br Emibra (11) 4748-2199 www.emibra.com.br Empax 11) 5693-5400 www.empax.com.br Dixie Toga (11) 6982-9449 www.dixietoga.com.br M Design (11) 3833-0969 www.mdesign.com.br Rex Design (11) 3862-5121 www.rexdesign.com.br Gráfica Romiti (11) 6163-1514
[email protected] Suzano Papel e Celulose (11) 3037-9000 www.suzano.com.br
da pirâmide social é a Johnson & Johnson. Ingressando no segmento de sabonetes para adultos, com fórmulas que carregam os aromas utilizados em suas tradicionais linhas infantis, a companhia quer que suas barras hidratantes Softwash, encaixotadas, cativem as classes C e D. A ampliação da base consumidora entre as faixas de renda mais comprimida segue uma estratégia colocada em prática pela J&J no ano passado. Não à toa, a fabricante selecionou a região Nordeste como principal ponto de testes da novidade. Com projetos gráficos assinados pela M Design, os cartuchos dos sabonetes Softwash são produzidos pela Emibra, a partir de impressão em off-set três cores sobre o cartão TP Hi-Bulky da Suzano. A expectativa da J&J é alcançar 9,1% de participação no novo segmento de sabonetes em quatro anos. “Só agora as marcas de sabonetes em barra sem alto apelo premium perceberam que os custos dos cartuchos não são impeditivos”, analisa Célio Magalhães, diretor de marketing da Brasilgráfica. De acordo com ele, os cartuchos garantem um fator importante para as linhas de produção de sabonetes populares: a maior velocidade de envase em relação às propiciadas pelos envelopes de papel laminado e pelas embalagens plásticas flexíveis. Em geral, uma linha de acondicionamento de sabonetes em cartuchos pode chegar às 600 unidades por minuto. Enquanto isso, sistemas concorrentes operam com cadências até três vezes menores. PIONEIRISMO – Adeptos há 33 anos dos cartuchos, sabonetes Francis clássicos foram recentemente modernizados
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plásticas >>> home care
Renovada por inteiro Após face-lift, Minuano quer atacar mercados de sabão em pó e detergentes. Em limpeza pesada, marca já incomoda Unilever e Reckitt Benckiser Por Leandro Haberli
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rincipal arma do grupo Friboi para ganhar participação no concorrido território de limpeza doméstica, a marca Minuano figura entre os mais notórios casos de mudança de imagem do marketing brasileiro. Criada há cerca de vinte anos pelo maior frigorífico de bovinos do país, a chancela hoje incomoda gigantes do porte da Unilever e da Reckitt Benckiser. Até alcançar status de linha de limpeza doméstica de ponta, o nome Minuano permaneceu por anos restrito a sabões em pedra produzidos como forma de aproveitar o sebo do boi. Essa situação mudou muito. Não é de hoje que a divisão de higiene e limpeza do grupo Friboi, também responsável pela marca Albany, que está fazendo igual barulho no mercado de xampus, condicionadores e sabonetes, investe alto em diversificação de linhas e modernização de embalagens. 38 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2006
REVOLUÇÃO – Numa diversificada ação de segmentação, Friboi recorreu a mais de uma dezena de empresas de embalagem para reformular linha Minuano
O conjunto de apostas tem na última e mais radical reformulação da família Minuano um de seus principais expoentes. Cerca de três meses atrás, a marca avançou mais um degrau no projeto de fortalecimento de imagem, passando a cobrir boa parte das gôndolas de home care. O lançamento de desengordurantes, multiusos, itens de limpeza pesada e perfumada, todos em embalagens plásticas com cores e rótulos inovadores, além de formatos chamativos, causou certo frisson no mercado. Afora o suporte garantido por acondicionamentos diferenciados, o reposicionamento ganhou fôlego com maciça campanha publicitária. As próprias embalagens, seus shapes e acessórios serviram de inspiração para personagens criados pela agência DM9DDB. Na mídia impressa, a estratégia ganhou destaque em anúncios sequenciais com mais de dez
No território dos invólucros propriamente ditos, o desafio de conceber e reformular grafismos, cores e moldes ficou a cargo da agência Mais Design. “Buscamos shapes e roupagens para um projeto que visava inserir a marca Minuano em quase todas as categorias de limpeza”, sintetiza Renata Godoy, diretora de criação da Mais Design. A preocupação foi traduzir tamanha representatividade de forma visual no ponto-de-venda. Ademais, a agência se debruçou sobre aspectos de visibilidade de marca. O temor era que, por ser mais extenso que seus principais concorrentes, o nome Minuano perdesse destaque nas gôndolas. Para combater o eventual problema, a Mais Design fez pequena inclinação no logo, ampliando a altura das letras finais. “Dada a possibilidade de novas segmentações futuras, desenvolvemos um manual de identidade da marca, no qual outros ajustes finos foram inclusos para utilização em próximos lançamentos”, diz Cristiane Siviero, diretora de novos negócios da agência.
AÇÃO DIVULG
Representatividade visual
CINTILANTES – Da área de desengordurante, chancela Citrix tem rótulos com aplicação de hot-stamping. Gatilho e versão de recarga dividem espaço nas gôndolas
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páginas. Os personagens com cabeça de bico ou gatilho aplicadores, entre outras referências ao universo das embalagens, também ficaram em destaque nos intervalos do global Big Brother Brasil 6, patrocinado por Minuano.
Engra (11) 3704-3714 www.grupoengra.com.br Igaratiba (19) 3821-8000 www.igaratiba.com.br Indexflex (11) 3618-7100 www.indexflex.com.br Mais Design (11) 3333-3997 www.maisd.com.br Moltec (11) 5523-4011 www.moltec.com.br Provider (19) 3878-9600 Sonoco For-Plas (19) 3543-2500 www.sonocoforplas.com.br Total Pack (19) 3848-9500
Concebida em harmonia com os novos grafismos, a diversidade de formatos é outro aspecto que chama atenção no projeto. Todos os moldes lançados na estratégia de ampliação foram desenvolvidos pela Moltec. A empresa explorou perfis sinuosos e curvilíneos, como mostra o frasco do desinfetante sanitário, com chamativos corpo e bico de aplicação. Amplas áreas de rotulagem, muitas vezes com rebaixo, e formatos que se ajustam à mão das consumidoras, facilitando a pega, estão entre outras características estruturais marcantes. Da Moltec, o projeto seguiu para a Igaratiba, convertedora do mesmo grupo empresarial, que soprou todas as embalagens e injetou as tampas em polipropileno (PP).
Decoração inusitada
NADA DE PATO – Molde do sanitário é da Moltec
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Na parte de decoração, a produção dos autoadesivos ficou a cargo da Indexflex. Para consolidar o posicionamento diferenciado da nova linha Minuano, a empresa fez aplicações de hot-stamping nos rótulos do desengordurante Citrix. As fitas utilizadas foram fornecidas pela MP do Brasil, especializada nesse tipo de acabamento. Não apenas amplos, mas com formatos às vezes inusitados, os rótulos foram
impressos em off-set, com qualidade gráfica típica de marcas com maior valor agregado. Apenas duas embalagens da nova família Minuano não foram produzidas pela Igaratiba. Trata-se dos frascos do Tira Manchas, feito pela Sonoco For-Plas, e do Multi Uso, a cargo da Engra. Duas empresas atuam como envasadoras terceirizadas desses produtos: a Total Pack e a Provider. “Temos como objetivo mostrar que a marca Minuano não é só de sabão em barra, e sim uma marca para solução de limpeza”, diz Moacir Sanini, diretor comercial da divisão de limpeza. Não há notícias oficiais de valores investidos na estratégia, mas o mercado especula cifras milionárias. Também a despeito da falta de confirmação, outros lançamentos do Friboi no mercado de limpeza doméstica são aguardados para breve. Há expectativas em torno de categorias ainda mais consolidadas e concorridas, como sabões em pó, detergentes líquidos e lãs de aço. Seja como for, a marca que nasceu de uma modesta operação com sabões em barra já fez acender o alerta vermelho nos escritórios das multinacionais que gerenciam boa parte das chancelas líderes do mercado brasileiro de higiene e limpeza.
INOVAÇÃO – Em frascos da Igaratiba, rótulos da Indexflex destacam linha de limpeza perfumada
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celulósicas >>> utensílios domésticos
Úteis até para presentear Santa Marina muda layout para valorizar seu mix de utensílios domésticos
FOTOS: DIVULGAÇÃ O
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PERCEPÇÃO DE VALOR – Visual reformulado busca transmitir diferenciação em relação aos concorrentes chineses
Embanor Artes Gráficas (54) 3454-9555
[email protected]
Projeto Integrado (11) 3884-9344 www.projetointegrado.com.br
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esgatar através das embalagens o apelo de presente de utensílios domésticos como travessas, pratos e copos, e ao mesmo tempo debelar a perda de espaço para concorrentes chineses. É com semelhantes propósitos que a Santa Marina, uma das maiores fabricantes de vidro do Brasil, está unificando a identidade visual de seu variado mix de produtos. A ação integra uma estratégia de valorização de marca que já consumiu, entre lançamentos de produtos, novas embalagens e campanhas de mídia, mais de 2 milhões de reais. As novidades começaram a chegar aos pontos-de-venda no segundo semestre do ano passado, abarcando principalmente as marcas Duralex e Colorex, que representam a linha de mesa da Santa Marina. Na categoria, um dos destaques é a família Astral da Duralex, cujas peças foram lançadas em vidro transparente, e não no tradicional tom azulado. Por sua vez, a marca Marinex, que detém 90% do mercado brasileiro de travessas de vidro refratário, também está sendo reformulada. No ano passado foram desenvolvidos refratários com tampas plásticas para facilitar a armazenagem dos alimentos nos refrigeradores dos consumidores. No território das embalagens, a maioria dos logotipos e layouts foi modernizada. O redesenho dos grafismos visou potencializar atributos que a Santa Marina quer ver vinculados às suas marcas, como tradição e qualidade. Nas palavras de André Liberali, gerente comercial e de marketing da Divisão Vidros da Saint-Gobain, multinacional francesa controladora da Santa Marina, o objetivo é “despertar o desejo de consumo, agregando valor percebido à linha”. Nada mais natural do que os sistemas de acondicionamento terem assumido papel central em toda a estratégia. Segundo o próprio Liberali, cerca de 30% das vendas da empresa estão vinculadas a presentes de casamento e outras datas especiais. “A embalagem conta muito nessas ocasiões”, frisa o executivo. Além
disso, o visual dos produtos nas gôndolas entra como elemento de diferenciação competitiva frente aos utensílios chineses, cuja importação pelas grandes redes varejistas embalou com ajuda do dólar em baixa. Os novos logotipos e layouts foram concebidos pela Projeto Integrado Packaging Design. Christian Klein, diretor da empresa, classifica as logomarcas das chancelas Duralex, agora representada pela cor azul, e Colorex, em degradê do tom azul para o verde, como “ascendentes”. “Isto é, elas fazem alusão ao movimento de colocação das peças na mesa”, ele diz. Já o logo da marca Marinex permaneceu com a cor vermelha, aludindo à utilização das peças em forno convencional. “Neste caso a movimentação do logotipo é descendente, numa referência à colocação dos produtos no forno”, completa Klein. Além das logomarcas, as caixas são decoradas por amplas imagens dos produtos em situações típicas de uso. Feitas de cartão duplex acoplado a microondulado branco, as embalagens são impressas em off-set pela Embanor Artes Gráficas.
REFERÊNCIAS VISUAIS – Ascendentes ou descendentes, logos aludem à categoria de cada linha de produto
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Mais uma da China A Labelexpo Asia 2005, realizada em dezembro ultimo, em Xangai, recebeu mais de 9 000 visitantes, sendo 70% deles chineses. Segundo os organizadores, o público dobrou em relação à última edição, de 2003, tornando o evento o terceiro maior da cadeia mundial de rotulagem, atrás apenas da Labelexpo Europe e da Labelexpo Americas.
Mais celulose no Sul A VCP – Votorantim Celulose e Papel planeja construir uma fábrica de celulose no Rio Grande do Sul, em um investimento de 1,3 bilhão de dólares. A planta está em fase de estudos de licenciamento sócio-ambiental, que devem levar dois anos. O local ainda não foi decidido, mas a VCP adquiriu 67 000 hectares de terras em vinte municípios gaúchos para implantação de base florestal. Com o estudo aprovado, a fábrica pode entrar em atividade em 2011. A expectativa é produzir 1 milhão de toneladas por ano, que deverão ser direcionadas ao mercado externo.
Braga certificada Fabricante de papéis e filmes autoadesivos usados na conversão de rótulos, a Braga, localizada em Hortolândia (SP), teve seu Sistema de Gestão da Qualidade certificado de acordo com as normas ISO 9001: 2000. A aprovação foi conquistada em novembro último, e é válida por três anos.
Tidland premiada pela ABTCP Atuando com acessórios, componentes e serviços para as indústrias de papel, filmes plásticos, jornais, não-tecidos, laminados e alumínio, a Tidland Brasil foi uma das vencedoras do Prêmio Destaque do Setor, na categoria equipamentos e acessórios para conversão de papel. Promovido pela revista O Papel, com apoio da ABTCP – Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel, o prêmio coincidiu com o aniversário de 20 anos da empresa.
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Box Print sai na frente com chancela A Box Print é a primeira gráfica de embalagens da América do Sul a conquistar o selo do Conselho de Manejo Florestal (FSC, na sigla em inglês), um atestado de que os insumos florestais que utiliza obedecem a padrões legais, ambientais e econômicos definidos pela entidade internacional. Outra gráfica brasileira focada no mercado de embalagens que acaba de conseguir o selo FSC é a Ibratec.
(51) 2111-1311 • www.boxprint.com.br (61) 3248-7274 • www.fsc.org.br (11) 4789-4200 • www.ibratecgrafica.com.br
Etiquetagem eletrônica: novo aliado A GS1 BRASIL, nova marca da EAN BRASIL, entidade que atua na implementação de sistemas de automação, afirma estar definindo uma “nova arquitetura para os sistemas de gerenciamento da cadeia de suprimentos”, com base na identificação por radiofreqüência (RFID). O esforço prevê que cada item tenha seu próprio número individual codificado em uma etiqueta RFID. Com isso, os produtos são identificados automaticamente e rastreados em tempo real,
sem a necessidade de aproximação a um leitor. Sergio Ribinik, CEO da GS1 BRASIL, avalia que etiquetas desse tipo, inteligentes, poderão oferecer uma série de benefícios, como contagem instantânea de estoque, eliminação de itens faltantes ou com validade vencida, fácil localização de produtos em processos de recall e rápida checagem dos itens nas gôndolas ou mesmo no carrinho do supermercado. 0800 11 0789 • www.gs1.org.br
Iniciativas sociais reunidas outra vez A Bracelpa – Associação Brasileira de Celulose e Papel lançou em dezembro a segunda edição do livro Responsabilidade Social das Empresas. A obra registra as iniciativas do setor voltadas ao desenvolvimento sustentável e ao bem-estar social. Segundo o presidente da Bracelpa, Osmar Zogbi, a publicação retrata cerca de 500 ações que beneficiaram 1,8 milhão de pessoas em empresas e comunidades. As ações sociais do setor de celulose e papel movimentam aproximadamente 173 milhões de reais por ano. (11) 3885-1845 www.bracelpa.com.br
Priorizando o treinamento Após quase três anos, a distribuidora SPP-Nemo encerrou o programa de relacionamento Super Parceria de Prêmios, que distribuiu mais de 5 000 prêmios aos parceiros da empresa desde que foi lançado, em 2003. A distribuidora pretende investir em iniciativas como o Projeto Mais+, que visa agilizar processos, modernizar sistemas tecnológicos, aprimorar a infra-estrutura de atendimento e capacitar equipes de venda.
Balancete de premiações Num singular balanço do ano passado, a Heidelberg divulgou levantamento das principais premiações conquistadas em 2005. Entre elas a empresa destaca o Prêmio Fernando Pini e o Prêmio Graphprint. Regionalmente, a Heidelberg foi agraciada como melhor fornecedora de equipamentos gráficos por representantes da Abigraf de Minas Gerais, do Paraná e do Rio de Janeiro, e ainda pelo Sindicato das Indústrias Gráficas do Distrito Federal (Sindgraf-DF).
Nova Ryobi A Intergrafica Print & Pack anunciou o lançamento da Ryobi 920, impressora voltada à área editorial e ao mercado promocional. Segundo a empresa, o equipamento permite reduzir as perdas de papel, chapas e tinta. “Antes do lançamento oficial, já tínhamos vendidos três máquinas”, comemora o diretor-presidente da Intergrafica, Mario Barcelos.
Cintilantes com textura areada A VSP lançou a marca Sparkle de papéis especiais com produção e estoque locais. Os produtos têm acabamento com efeito cintilante garantido por aplicação de coating em uma das faces do papel previamente colorido na massa. Além de textura areada, o processo garante aspecto reluzente, perceptível mesmo em movimentos sutis. A linha é composta por oito cores holográficas, seis metálicas e sete cores fluorescentes ou cítricas. www.vsppapeis.com.br (11) 3071-0005
Speedmaster agrega produtividade Atuando no mercado promocional, a Gráfica Romus concluiu a instalação de uma nova impressora Speedmaster SM 74-4+L com verniz em linha, da Heidelberg. Sem valor revelado, o investimento permitiu ampliar a produtividade da empresa no segmento de médio formato e na aplicação de verniz, realizada pelo equipamento em uma única passagem do papel. Para acomodar a nova
Nova linha de papel cartão reciclado
Papel cartão na mira A Klabin anunciou investimento de 1,5 bilhão de reais na fábrica de Monte Alegre (PR), para ampliar a capacidade produtiva das atuais 675 000 toneladas por ano para 1,1 milhão de toneladas por ano. A planta paranaense é dedicada à fabricação de papel kraft e de papel cartão. O projeto de expansão será iniciado no primeiro trimestre de 2006 e deverá ser concluído em 2008.
Speedmaster SM 74-4+L, a gráfica ampliou suas instalações, passando a ocupar 2 500 metros quadrados. Entre os clientes da Romus está a Casas Bahia, atendida há 30 anos. A empresa espera aumento de 30% na produção em 2006. www.br.heidelberg.com (11) 5525-4500 www.romus.com.br (11) 4229-2077
A Papirus Indústria de Papel S/A está investindo no mercado de papel cartão reciclado para produção de embalagens. A empresa acaba de lançar a marca Cromax, que representa uma linha de papel cartão duplex produzido a partir de fibras recicladas, fibras virgens (fibra curta de eucalipto) e pastas de alto rendimento. Entre as alega-
das vantagens do produto estão rigidez e alta performance em equipamentos de envase automático. A empresa afirma ainda que a linha Cromax é indicada para embalagens de produtos farmacêuticos, alimentícios e de higiene e limpeza. Já a marca Opera, também recém-lançada, encabeça uma nova família de papel cartão produzida a partir de fibras virgens, e é voltada ao mercado de embalagens de cosméticos e produtos de higiene pessoal. O produto também pode ser usado para impressão de material promocional, relatórios anuais e cartões comemorativos. (11) 2125-3913 www.papirus.com
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Suzano prospecta mercado peruano
Digital nas ondas do papelão
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Se nas embalagens brasileiras a impressão digital está restrita aos rótulos, lá fora o sistema começa a avançar em outros acessórios e nichos da cadeia de acondicionamento. A Sun Chemical Digital, divisão recentemente criada da Sun Chemical, especializada em pigmentos e tintas para impressão, anunciou a instalação da primeira impressora digital de alta velocidade na Jardin Corrugated Cases, empresa do Reino Unido que atua com cartonados e caixas de papelão ondulado. Com a marca FastJet, a máquina tem capacidade para imprimir mais de 6 000 metros quadrados de substrato por hora, em quatro cores, com resolução de 300dpi. O mercado-alvo é o
de caixas de transporte com função de display. Graças a uma estação de 1040mm de largura, com 480 cabeças de impressão, diferentes serviços podem ser realizados com uma única passagem de máquina. O modelo instalado na Jardin Corrugated Cases é um protótipo, cujo desempenho está sendo testado pela primeira vez num ambiente industrial. A empresa, contudo, já está usando o equipamento em sua produção regular. A Sun Chemical afirma ter desenvolvido uma linha de tintas UV específica para o projeto. Segundo a empresa, os produtos oferecem rápida cura e evitam problemas com respingos. Modelos semelhantes deverão ser instalados em outros clientes europeus no final de 2006. O custo da máquina é de aproximados 2,5 milhões de euros. www.fastjet.com No Brasil: (11) 6462-2500
Novas chapas no horizonte Representada pela Gutenberg, a Flint Group Printing Plates planeja lançar no Brasil uma linha completa de chapas fotopolímeras. As novidades deverão ser apresentadas durante a 1ª Flexo Latino América, evento previsto para acontecer em abril, em São Paulo. Parte da estratégia está concentrada na linha Nyloprint,
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cujas chapas são indicadas para aplicações em copos, tubos, latas de aerossol e bebidas. A empresa também quer conquistar clientes gráficos brasileiros com a linha Nyloflex, indicada para sistemas digitais em flexografia. wwww.gutenberg.com.br (11) 3225-4400
A fim de introduzir sua linha de papel cartão no mercado peruano, a Suzano Papel e Celulose reuniu na capital daquele país, Lima, 250 gráficos e end-users do mercado local. O encontro ocorreu em janeiro, e foi motivado, entre outros fatores, pelo fato de que 100% do papel cartão utilizado pelas indústrias peruanas é importado. Composta pelos produtos Alta Alvura e Duo Design, a linha de papel carta Supremo da Suzano é uma das líderes do mercado brasileiro, e quer ganhar participação internacional. Hoje a empresa exporta cerca de 40% da sua produção total de papel cartão. Além de apresentar os produtos, o encontro teve atividades de treinamento. Fernando Jorge Saiz, coordenador de suporte técnico ao cliente da Suzano, abordou tópicos como as diferentes aplicações do papel cartão, os tratamentos possíveis contra umidade e a escolha do sentido das fibras. www.suzano.com.br • 0800 555100
Mais luz para os gráficos A Sylvania Iluminação acaba de lançar uma lâmpada especial para gráficas, editoras e escritórios de criação. Trata-se da lâmpada fluorescente Activa, que facilita a visualização das cores impressas, reproduzindo-as com fidelidade. O produto tem 36W de potência, com vida média de 7 500 horas. www.sylvania.com.br (11) 5633-2430
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7
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5
(19) 3879-9500
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39
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9
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9
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29
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7
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11
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Almanaque Fornecimento quase secular
O prato preferido Mascotes do Chocolate em Pó Solúvel Nestlé, os frades que se deliciam ante uma tigela de chocolate quase foram abandonados quando alguém teve a idéia de adaptar o produto a um “conceito mais internacional”. Em 1962, pouco tempo após a linha ter sido adquirida pela Nestlé, na esteira da compra da Gardano, antiga fábrica de chocolates de São Paulo, a multinacional quis tirar os religiosos gulosos de cena, a fim de estabelecer a entrada da marca em seu portfólio. Uma pesquisa de mercado constatou, porém, que o consumidor conhecia o “chocolate dos dois frades”, e não o chocolate em pó Gardano. Por isso foi sugerida a manutenção do grafismo, lembra Antônio Muniz Simas, profissional contratado à época para o projeto. Dito e feito. A despeito de alterações na estrutura dos cartuchos, os frades ainda aparecem na embalagem do chocolate culinário da Nestlé, que hoje também é vendido em versão barra. A imagem, por sinal, seria a reprodução de uma tela do pintor italiano Alessandro Sani, nascido em Florença na segunda metade do século 19. O quadro chama-se “O Prato Preferido”. 50 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2006
A parceria entre a vidraria Cisper, atual Owens-Illinois do Brasil, e a cervejaria Brahma (hoje incorporada pela AmBev) é quase centenária. O início da relação comercial se deu logo após os engenheiros Olavo Egydio de Souza Aranha e Alberto Monteiro de Carvalho (foto) fundarem a Cisper, no Rio de Janeiro, em 1917. Para impulsionar o negócio, a dupla adquiriu uma máquina inventada pelo americano Michael J. Owens capaz de fabricar garrafas em série. Somente em 1947
a Cisper conseguiu incluir a Antarctica em sua carteira de clientes, ao inaugurar a fábrica de São Paulo, ganhando um naco de mercado da Cia. Vidraria Santa Marina, que era vizinha da cervejaria e lhe fornecia garrafas. A vidraria situava-se no bairro paulistano da Água Branca, onde funcionava a fábrica de cerveja. Foi essa presença, aliás, que originou o nome de Parque Antarctica hoje remanescente no estádio do Palmeiras.
Primeiras dentadas de um hit refrescante Desde que foi fundada em 1901 a fabricante paranaense de chás Leão Junior tem empreendido pioneirismos. Em 1908, Maria Clara de Abreu Leão, viúva do fundador, assumiu o controle da fábrica, tornando-se uma das primeiras mulheres à frente de uma grande empresa no Brasil. Outras ações desbravadoras surgiriam. Vedete do por-
tfólio, a marca Matte Leão chegou aos pontos-de-venda em 1938, oferecendo a erva já queimada, algo inédito até então. O slogan era: “Já vem queimado. Use e Abuse.” Já em 1969 seria lançado Matte Leão Concentrado, primeiro produto em garrafas de vidro oneway na categoria. Há bem menos tempo, no verão de 1987, foi anunciada a versão pronta para beber em copinhos plásticos, que virou hit refrescante nas praias cariocas.