Revista Embalagemmarca 066 - Fevereiro 2005

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Sobre aplausos da concorrência odas as vezes que revistas concorrentes chegam às nossas mãos, temos motivo para comemorar a aprovação ao nosso trabalho e à nossa criatividade. Observamos que ações de EMBALAGEMMARCA são sistematicamente seguidas por outras publicações. Nosso muito obrigado por essa forma de aplauso, que, confesso, não conseguiremos retribuir. Elas são mais uma evidência de que desde a primeira edição da revista estávamos no caminho certo ao inovar sempre, aliás refletindo uma das principais características do setor

T

Wilson Palhares

Convence-nos de que estamos fazendo um bom trabalho o fato de ver iniciativas nossas sendo adotadas pela concorrência. Haverá melhor homologação?

de embalagem no Brasil. Se nos deixássemos envolver pelas fumaças da soberba, poderíamos cair na tentação de afirmar ser esta a revista líder do setor, por ser cada vez mais imitada. Mas, como se diz nas ruas, é melhor ficarmos na nossa, esforçando-nos para entregar aos leitores um veículo informativo e ético. Convence-nos de que estamos fazendo um bom trabalho o fato de ver iniciativas nossas sendo adotadas pela concorrência. Haverá melhor homologação? Leitores e anunciantes sempre elogiaram EMBALAGEMMARCA de modo enfático,

estimulando nosso empenho para corresponder ao manifesto sentimento de que a revista é hoje a principal referência editorial da cadeia de embalagem no Brasil. Ante tais manifestações, um ano atrás criamos uma campanha institucional em que, todos os meses, um anunciante ou um representante de empresa usuária de embalagem dá seu testemunho sobre a importância e a utilidade da revista. Por enquanto, essa iniciativa foi copiada por duas publicações. Mais uma vez, obrigado. Continuaremos a inovar. Até março.

nº 66 • fevereiro 2005

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Entrevista: Clotilde Perez Semioticista fala sobre como o estudo dos signos pode ajudar nos processos de criação e gerenciamento de marcas e embalagens

Reportagem de capa Embora o embate entre o PET e o aço tenha diminuído, mercado de óleos comestíveis continua sendo símbolo da disputa por participação entre diferentes materiais de embalagem

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24 28

Diretor de Redação Wilson Palhares [email protected]

Mercado

Reportagem Flávio Palhares

Bemis Company bate o martelo pela brasileira Dixie Toga

[email protected]

Guilherme Kamio [email protected]

Flexíveis

Leandro Haberli Silva

Filme de polietileno acetinado cresce nos mercados de roupas, calçados e alimentos

[email protected]

Ricardo Santhiago [email protected]

Diretor de Arte Carlos Gustavo Curado

Making Of Veja, o multiuso da Reckitt Benckiser, investe para se diferenciar por meio da embalagem

[email protected]

Assistente de Arte José Hiroshi Taniguti Administração Marcos Palhares (Diretor de Marketing) Eunice Fruet (Diretora Financeira) Departamento Comercial

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[email protected]

Alimentos

Karin Trojan Wagner Ferreira

Caixas de pizza são usadas como mídia por empresários de São Paulo

Circulação e Assinaturas Marcella de Freitas Monteiro [email protected] Assinatura anual: R$ 90,00

Alumínio Independente da Alcan, Novelis anuncia investimentos e ampliação

Público-Alvo

36 40

EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que ocupam cargos técnicos, de direção, gerência e supervisão em empresas fornecedoras, convertedoras e usuárias de embalagens para alimentos, bebidas, cosméticos, medicamentos, materiais de limpeza e home service, bem como prestadores de serviços relacionados com a cadeia de embalagem.

Materiais Em diferentes lances, indústria vidreira mostra fôlego no mercado de embalagens

Processos

Filiada ao

Vidraria Wheaton inaugura sua própria sala limpa

A capa desta edição foi impressa em Papelcartão Art Premium Novo 250g/m2, da Ripasa, termolaminada com filme Prolam® aplicado pela Lamimax.

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Esta revista foi impressa em Papelcartão Art Premium Novo 250g/m2 (capa) e papel Image Mate 90g/m2 (miolo), fabricados pela Ripasa S/A Celulose e Papel, em harmonia com o meio ambiente.

Editorial A essência da edição do mês, nas palavras do editor

Impressão: Congraf Tel.: (11) 5563-3466 Laminação: Lamimax Tel.: (11) 3644-4128 Filme da laminação: Prolam Tel.: (11) 3611-3400

36 Rotulagem Materiais, equipamentos e processos de decoração, identificação e rastreabilidade

Destaques e idéias de mercados estrangeiros

44 Painel Gráfico Novidades do setor, da criação ao acabamento de embalagens

46 Panorama Movimentação na indústria de embalagens e seus lançamentos

48 Display Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens

50 Almanaque Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens

FOTO DE CAPA: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

32 Internacional

EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SP Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463 Filiada à

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entrevista >>> Clotilde Perez

Outra ótica sobre marcas e embalagens nte certo desânimo que se observa no ambiente dos negócios devido à suposta exaustão das ferramentas de marketing, publicidade e pesquisa de mercado, começa a avançar nas empresas o uso de um instrumento para a criação, a análise e o gerenciamento de marcas e embalagens: a semiótica, ciência imprecisamente definida como “teoria dos signos”. Apesar de estudar as linguagens e as formas como os sentidos são produzidos – e, portanto, tratar de matéria diretamente ligada às marcas e a seu suporte físico – a semiótica é ainda pouco freqüente, se não ausente, no dia-a-dia de profissionais ligados à criação e ao manejo das marcas. No entanto, surgem pontualmente sinais que podem contribuir para o necessário movimento de mudança nesse panorama. O recente lançamento do livro “Signos da Marca: Expressividade e Sensorialidade” (Thomson Learning/2004), de autoria de Clotilde Perez, semioticista do Instituto Ipsos e professora da Universidade de São Paulo (USP) e da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), é um desses marcos. Entusiasta da desmistificação desta “teoria geral das representações”, a doutora em Comunicação e Semiótica e pós-doutora em Antropologia Visual procura compartilhar no livro – em linguagem acessível e simplificada – a aplicabilidade da semiótica no cotidiano de quem lida com o universo das marcas. Tradicionalmente restrita aos programas acadêmicos de pós-graduação, a discussão sobre a semiótica colocada no nível da prática diária se dá no oportuno momento em que o diálogo da universidade com os objetos de sua época se apresenta como vital. Um dos capítulos apresenta, por exemplo, uma metodologia para o uso prático da semiótica. Para aqueles que não tiverem a oportunidade de ler o livro, Clotilde Perez responde nesta en-

A

trevista algumas questões relacionadas aos sentidos das marcas e das embalagens. Por que é tão difícil associar a semiótica a estudos aplicados em marca e embalagem? A semiótica vem carregada de preconceitos porque é uma ciência hermética e fechada, se entrar no detalhamento, na classificação dos signos. Na graduação, normalmente ela é ensinada de uma maneira pouco interessante: raramente se entra em questões de mercado, avaliação de marcas, embalagens, produtos. Por isso se cria essa resistência. Como a pesquisa em semiótica vem sendo aplicada às questões de marca? No Brasil, quem trabalha com semiótica aplicada é o Instituto Ipsos, onde estou desde 1998, quando iniciei o doutorado. Na área acadêmica já existem muitas coisas, especialmente no campo da publicidade. A pós-graduação em comunicação e semiótica da PUC-SP e a ECA/USP são os dois grandes centros de estudos hoje no Brasil. Em termos de aplicação nas organizações, a coisa é muito recente, mas as empresas, principalmente as grandes, estão bem abertas para isso. Em que escala os recursos da semiótica são utilizados no Brasil? São poucas as empresas que os conhecem. As grandes, como Unilever e Johnson’s, que já tiveram alguma experiência internacional, começam a recorrer à semiótica aqui no Brasil também. A França é pioneira na área de semiótica aplicada. Desde as décadas de 60 e 70, tem muitos trabalhos em marca e embalagem. Em agências, o trabalho às vezes é visto com estranhamento. A semiótica entra ava-

Clotilde Perez, pós-doutora em Antropologia Visual, professora de Semiótica e semioticista do Instituto Ipsos, fala sobre a aplicabilidade da semiótica no gerenciamento de marcas e embalagens 6 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2005

entrevista >>> Clotilde Perez liando o que foi feito, e isso pode gerar animosidade. Depende muito da agência: se as vaidades são predominantes, ela é vista com maus olhos; se é um pessoal com cabeça aberta, que produz em cima do que conhece, a semiótica entra como um parceiro que pode ajudar. O uso da semiótica pode ser expandido? Sim, mas existe uma restrição: pessoal. Não existe faculdade de semiótica. A qualificação acadêmica nessa ciência resulta de um estudo pós-graduado e em Stricto Sensu. Outra questão, ainda mais grave, é que poucas pessoas querem trabalhar com empresas. Existem pessoas extremamente acadêmicas que acham que ganhar dinheiro com conhecimento é um tipo de prostituição. Dizem que o objeto de pesquisa jamais vai ser alguma coisa de mercado. Então, tem essa restrição das pessoas da área acadêmica: quem tem formação em semiótica nem sempre está disposto a isso.

por isso, deve incorporar as tendências das épocas. Como harmonizar mudança e permanência? Os grandes exemplos de sucesso são marcas que conseguiram incorporar sem perder identidade. Em muitos momentos, o McDonald´s faz isso: sustenta a identidade de marca e incorpora valores não só de épocas, mas de localidades, como fez na Índia, na União Soviética, na França, para não entrar em choque com eles. O que chamo de “entropia” é justamente o contrário: quando a marca não consegue ter essa abertura, essa visão sistêmica para incorporar questões de seu tempo e seu espaço para manter a longevidade, e sem perder a identidade. Imagine se o McDonald´s tivesse, a cada hora, um tom de amarelo, um M escrito de um jeito, um Ronald diferente. Alguns índices devem ser preservados, mas têm de se modernizar. De vez em quando, vêem-se empresas que modernizam o tipo de letra, mas sem ruptura. A entropia é justamente o contrário. É não fazer nada. A marca entra em desgaste, e a alternativa é entrar com atualização, informação, pesquisa. É preciso estar o tempo todo entendendo o mercado, o comportamento dos consumidores e da sociedade para incorporar e garantir longevidade.

“Tudo comunica: a cor, a foto, a sonoridade.

A semiótica ajuda a determinar a potência comuni-

cativa que as marcas têm e a entender se a comunicação está adequada aos objetivos pretendidos.

Como a semiótica atua na questão das marcas? A semiótica avalia e decompõe uma marca, consolidada ou não, para entender como ela produz sentido e se o sentido que está produzindo é o que a organização quer. Às vezes há dissonância, campanhas que produzem sentidos diferentes do que se queria. Isso acontece porque tudo comunica: a cor, a foto, a sonoridade. A semiótica ajuda e determinar a potência comunicativa que as marcas têm e a entender se a comunicação está adequada aos objetivos pretendidos. Ela decompõe para entender e readequar.

Ela decompõe para

entender e readequar”

Essa ciência contempla, além de análises, estratégias para gerar sentidos? Sim. Quando crio um determinado produto a partir de um briefing, posso pensar nos signos que vão comunicar o que quero: as cores e formas que devo usar, como devo fazer minhas campanhas – para que tudo, de maneira integrada, comunique efetivamente. Ela me ajuda desse outro lado, me dá os subsídios de que signos – tanto os verbais quanto os não-verbais – vão comunicar o que quero. A senhora afirma em seu livro que a marca é um sistema que sofre desgaste (entropia é o termo utilizado) e que, 8 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2005

Por favor, dê um exemplo de como a comunicação se dá através da embalagem? Quando o chocolate Milka foi lançado, tinha preço baixo e uma embalagem muito sofisticada do ponto de vista imagético: uma vaca holandesa, os Alpes suíços. Isso não era condizente com o tipo de produto nem com o preço. O preço era baixo, o chocolate era simples e a embalagem, muito sofisticada. Não vendia para a classe mais baixa, que pela embalagem achava que era um chocolate caro, e nem para a classe AB, por ter um conteúdo que não era adequado. O que foi feito? A embalagem foi simplificada para ser condizente com o tipo de público que os fabricantes queriam: a vaca é muito mais simples, os Alpes não são tão altos, o balde é outro. No caso de uma marca, como pode ser feita esta afinação? O caso Kolynos/Sorriso é um excelente exemplo. Num primeiro momento, a Colgate foi forçada a abrir mão da

entrevista >>> Clotilde Perez marca Kolynos, por exigência do Cade. Com todo o investimento publicitário feito na marca Sorriso, em dois anos ela já estava nas primeiras posições na lembrança do consumidor, segundo o Top of Mind do Datafolha. Atualmente, todos os signos – cores, formas, lettering, publicidade – que deram sentido à Kolynos são utilizados em Sorriso, inclusive o bordão “Kolynos Ah!” como signo de refrescância, ambientado em piscinas ou mar, é hoje “Sorriso Ah!” – uma refrescante sensação!. Com isso, a empresa consegue trazer à tona a memória visual e auditiva dos consumidores estabelecendo assim uma ponte afetiva, além de também economizar em comunicação, não sendo necessário criar outro posicionamento, ou seja, começar do zero. É um caso interessantíssimo.

signo na embalagem. A manuseabilidade é fundamental para um xampu, porque o usuário o pega com a mão molhada. No caso do sabão em pó, cada um pretende comunicar um efeito de sentido: tecnologia, brancura, maciez, sofisticação, praticidade. Assim eles vão se posicionando. Às vezes o designer acha que está comunicando tecnologia e não está. Outro quer comunicar maciez e está cheio de índices de tecnologia: o super, ultra, plus, não-sei-o-que. Para dar a idéia de maciez não é necessário recorrer a uma linguagem tecnológica. Nisso a semiótica ajuda. Às vezes a pessoa está querendo gerar um efeito de sentido e coloca signos que não propiciam esse efeito.

“A sofisticação e

diversificação dos

materiais ajudam. Elas geram, reforçam e

Qual a importância dos materiais nas embalagens? Há adequação entre eles e os produtos? Em função do desenvolvimento tecnológico, hoje temos muitos materiais, que possibilitam uma personalização enorme. A sofisticação e a diversificação ajudam na geração de efeitos de sentido. Se quero trabalhar com rusticidade, pego uma embalagem feita de estopa. Os materiais geram, reforçam e potencializam efeitos de sentido. Ter um fogão com tampa de vidro verde é muito mais sofisticado do que ter um de tampa de acrílico, por exemplo. Os materiais também comunicam, são mais um elemento no composto de comunicação.

potencializam efeitos

de sentido. Os materiais

A senhora afirma que uma das funções da embalagem é o “efeito espelho”. De que se trata? O efeito espelho é o consumidor se ver refletido na embalagem. Uma pessoa natural, com uma embalagem que tenha signos mais ecológicos. Um consumidor que valoriza a ecologia e produtos naturais compra cadernos feitos de material reciclável para os filhos e usa xampu da linha Natura Ekos, por exemplo. Isso vale para embalagem, mas muito também para o produto. Por que eu comprei uma bolsa? Ela está refletindo o que eu gosto, o que eu valorizo. A questão da sedução está muito ligada à atratividade, ao poder de persuadir, de gerar o efeito de proximidade, de condução, sedução mesmo, que é totalmente afetivo. E a questão da informação é fundamental para a embalagem: em tipos como alimentos, mais do que tudo, a capacidade informativa é fundamental. Além de tantas outras coisas, deve informar, deve ter a informação necessária, como forma de usar, quantidade, composição.

também comunicam,

são mais um elemento no composto

de comunicação”

O que uma embalagem deve comunicar de imediato? Toda embalagem deve passar pelos mesmos caminhos, mas, em termos de detalhamento, depende do produto e da marca. Quando tem de comunicar praticidade, a abertura, por exemplo, precisa ser fácil. Para consumos ritualísticos, se a abertura for difícil, melhor ainda. Não pode ser muito fácil abrir uma garrafa de vinho ou de champanhe. Temos de ver o nível de categoria – e transformar isso em 10 >>> EmbalagemMarca >>> janeiro 2005

Em que perspectiva – funcional, simbólica ou estética – as embalagens precisam principalmente se desenvolver? Há um caminho em andamento. Sem deixar de lado a questão funcional, geralmente a mais cuidada, ainda temos muito que fazer no Brasil pela simbólica e pela estética. Com a abertura de mercado nos últimos vinte anos, já melhorou bastante. Tivemos uma invasão, do ponto de vista positivo, de produtos, marcas, embalagens, e isso ajudou. Algumas áreas não inovam, mas outras caminham mais. A linha Perfumes do Brasil, de Natura Ekos, por exemplo, tem o perfume breu branco, cumaru, com uma embalagem primária com design totalmente sofisticado em vidro branco transparente arredondado/achatado, envolvido por uma embalagem secundária de cerâmica apoiada em fibras de coco. Externamente, possui ainda uma embalagem em papel reciclável. É isso que deve ser feito: temos que desenvolver formas, texturas, cores.

reportagem de capa >>> óleos

Materiais jogam óleo na fer

Briga pelo mercado de óleos vegetais se acirra com ma Por Leandro Haberli e numa reunião de profissionais de embalagem a disputa entre diferentes materiais e sistemas de acondicionamento estivesse em pauta, uma das categorias mais lembradas possivelmente seria a de óleos comestíveis. Talvez isso acontecesse porque desde o início dos anos 90, quando o PET começou a revolucionar a venda de alimentos e bebidas de baixos valores unitários, como refrigerantes, as refinarias de gorduras vegetais se interessaram pelo baixo custo, apelo visual, resistência e praticidade da resina. Por isso não demorou muito para que as garrafas plásticas transparentes minassem o domínio que as latas de aço por anos detiveram nas prateleiras de óleo de cozinha, e o setor se transformasse em caso exemplar da eterna briga por participação entre diferentes materiais de embalagens. Mas, do advento do PET para cá, muita coisa mudou no panorama das disputas travadas no mercado de óleos comestíveis – menos sua vocação para abrigar sistemas de acondicionamento concorrentes. É que nos últimos anos o pega deixou de envolver apenas as cadeias de embalagens plásticas e folha-de-flandres. Embora também aí a briga continue em vigor, houve recentemente um forte movimento de segmentação no setor, que teve entre

FOTO: STUDIO AG – ANDRE GODOY

S

12 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2005

BARATEAMENTO – Com caixinhas de apenas 100ml, Vida Alimentos espera ampliar participação dos óleos saborizados Maria entre as classes C e D

EXTRAVIRGENS – Como ocorreu com o vinho, cada vez mais brasileiros consomem azeites importados. Tendência favoreceu uso do vidro no setor

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

aior leque de opções em embalagem

suas conseqüências a entrada ou consolidação de novos materiais de embalagem. São os casos do vidro e, mais recentemente, das caixinhas longa-vida. As cartonadas assépticas vêm sendo utilizadas pela primeira vez no mercado brasileiro de óleos comestíveis pela Vida Alimentos, dona da marca Maria. O lançamento ocorreu em dezembro último para acondicionar uma das linhas de azeites de oliva misturados a óleo de soja adicionado de ervas. Vendido numa caixinha de apenas 100ml, estampada com uma modernizada versão da tradicional personagem Maria, redesenhada pela 100% Design, o produto tem a missão de ampliar a participação da chamada linha de óleos saborizados entre as classes C e D.

Novo posicionamento As fichas da Vida Alimentos e da Tetra Pak, fornecedora da embalagem, foram direcionadas ao baixo preço. Enquanto uma lata de 500ml custa em média 4,50 reais, a caixinha vem sendo vendida a 1 real. “Também queremos ampliar a distribuição, levando os óleos Maria para além do Sudeste do país”, diz Janaína Coutinho, gerente de desenvolvimento de produto da Vida Alimentos. Podendo ser levado à mesa, o óleo composto, em caixinha, tem uma última função estratégica: reforçar o novo posicionamento da marca Maria, que

tem mais de 60% de participação no mercado brasileiro. “Queremos que nossos produtos estejam cada vez mais voltados para tempero, e menos para cozinha”, resume a executiva da Vida Alimentos. Num outro sinal de que as alternativas de embalagem se abrem no mercado de óleos comestíveis, o vidro também tem se beneficiado da diversificação do setor de óleos compostos. Muito associado aos azeites extravirgens, cujo consumo, aliás, também vem crescendo no Brasil, o material debutou entre os óleos de oliva misturados com óleo de soja aproximadamente dois anos e meio atrás. Foi quando a linha Maria Premium passou a ser distribuída em sofisticadas garrafas de 500ml da Owens-Illinois do Brasil. A estratégia virou marco no setor vidreiro. “Foi a primeira vez que garrafas de vidro foram usadas no mercado brasileiro de óleos compostos”, lembra Coutinho, da Vida Alimentos.

MARCO – Com o lançamento da linha Maria Premium, vidro debutou no crescente mercado de óleos compostos

cena do aço já é dada como certa entre os óleos de soja, commodity presente em mais de 95% dos lares brasileiros, subcategorias como a de azeites de oliva e óleos compostos não cederam ao assédio das garrafas plásticas. Pelo contrário, têm demandado mais e mais latas no Brasil. Por isso soa plausível a avaliação da Abeaço (Associação Brasileira de Embalagem de Aço) de que a extinção do material no segmento de óleos comestíveis é algo distante no tempo. Mas é certo que entre os óleos de soja, canola e girassol, que formam a subcategoria de óleos de cozinha, a participação das latas não pára de cair. A estimativa da Abeaço e de profissionais do setor é de que hoje o aço responda por apenas 50% do mercado de óleos comestíveis. Uma medida de como as coisas têm caminhado teoricamente aparece em pesquisa da Datamark, empresa especializada no mercado de embalagens. Segundo o levantamento, em 2003 as latas de aço tinham cerca de 70% de participação no setor.

Trunfos das latas PET x aço Já na outra ponta do mercado de óleos comestíveis, a das gorduras vegetais de alto giro utilizadas pela maior parte de seus consumidores para cozinhar, a briga entre o PET e as latas metálicas traz novidades. Se a retirada total de

ILHA DE ESPERANÇA – Perdendo participação no mercado de óleos de cozinha, aço amplia fatias entre azeites de oliva. Abaixo, produto da Arisco vendido como o primeiro extravirgem em lata do Brasil

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Indiferente aos números, em termos de processos e tecnologias produtivas a cadeia de folha-de-flandres enxerga diferentes vantagens que poderiam garantir a desejável retomada de particiRESISTÊNCIA – No pação. Uma das espeinterior de São Paulo ranças recai sobre a tec- e no Nordeste, particinologia de latas expan- pação do aço continua sendo significativa didas. Recém-adotada pela Nestlé para leites condensados, a embalagem de aço sem o tradicional perfil homogeneamente cilíndrico já teria condições de estrear nas gôndolas de óleos comestíveis. “Em termos de inovação, trata-se de uma tendência mundial em embalagens de aço, que pode ser aplicada normalmente em óleos”, sublinha Andrea Broggio, gerente-executiva da Abeaço. Outro aspecto favorável ao aço vem do interior de São Paulo e de outros Estados do Brasil, principalmente do Nordeste, onde a lata de óleo continua sendo muito representa-

tiva. Além de uma possível preferência por embalagens metálicas fora dos grandes centros, o fenômeno é atribuído ao que a Abeaço define como “condições de resistência e durabilidade ideais para suportar as condições de transporte nas estradas brasileiras”. De fato, sucessivos laudos técnicos comprovam que o conteúdo de uma embalagem de aço amassada pode ser consumido normalmente, pois os vernizes hoje utilizados são elásticos e acompanham a deformação da lata sem contaminar o produto. Entretanto, afora argumentos como esse, os produtores de embalagens de aço têm pouco a comemorar no mercado de óleos comestíveis.

MIGRAÇÃO TOTAL – Bunge Alimentos, dona da marca Soya, prevê, em três anos, utilizar apenas embalagens plásticas

PET quer emagrecer Como forma de combater as vantagens logísticas que as latas apresentariam, a cadeia do PET se esforça para fazer embalagens mais leves, que inegavelmente contribuem para diminuir os custos de transporte. “Sem dúvida uma tendência para os próximos anos é a redução do peso das garrafas”, diz Ricardo Vaz, diretor comercial da Amcor, empresa de origem americana que planeja conquistar em dois anos mais de 25% da demanda brasileira de embalagens PET para óleos comestíveis. Atualmente a participação estimada pela própria Amcor gira em torno de 12%.

Além dos avanços produtivos, não faltam comentários de que grandes fabricantes de óleos de soja, como a Cargill, dona da marca Liza, em breve abandonarão as poucas linhas de latas ainda remanescentes. Para piorar, se ainda é possível avistar alguns óleos de soja em latas, os de canola e girassol, que possuem menos gordura saturada e são cada vez mais procurados por consumidores preocupados com a saúde, têm praticamente 100% da produção já vendida em PET no Brasil. “No mercado de óleos de cozinha, a tendência de migração total para o PET deve ser concluída num período de três anos”, prevê José Coletti, da área de marketing de óleos da

Óleo Maria estréia em lata oval É da Litografia Valença a grande novidade em termos de novos formatos apresentada nos últimos anos no mercado brasileiro de óleos comestíveis. Recentemente a empresa, uma das principais fabricantes de latas de óleos comestíveis do Brasil, desenvolveu para a Vida Alimentos, dona da Marca Maria, uma embalagem de aço oval. Adotada desde dezembro na linha de óleos compostos adicionados de ervas, a nova lata é feita em três peças e tem processo produtivo semelhante ao da lata redonda. Mas apresenta, de acordo com Rubnei Rosa, diretor comercial da Litografia Valença, pontos críticos peculiares. “Na área com ângulo mais agudo, a

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recravação da lata oval é similar à de uma lata retangular”, diz Rosa. “Isso favorece a criação de vincos ou dobras indesejadas no corpo da embalagem”. No entanto, oferece a vantagem da diferenciação. Impressa em sete cores com equipamentos litográficos, a nova lata do tradicional óleo Maria foi desenvolvida com apoio da CSN. “A concepção mercadológica ficou a cargo da própria Vida Alimentos, que se inspirou em latas ovais já utilizadas por fabricantes alemães e italianos de óleos comestíveis”, conta o diretor da Litografia Valença. Já a CSN deu o suporte para “avaliar as alternativas do material a ser utilizado”.

Bunge Alimentos, outra gigante do setor. Dona da marca Soya, a empresa recentemente anunciou que vai investir 232 milhões de reais para construir uma refinaria de óleo vegetal no Mato Grosso. A fábrica deverá ser concluída no meio de 2006, e terá capacidade para refinar 1 000 toneladas de óleo por dia. “As latas só se mantêm nesse segmento porque os próprios fabricantes de óleos comestíveis possuem linhas de aço, e é custoso substituí-las totalmente por plantas de garrafas PET”, completa o profissional da Bunge Alimentos. Também conta pontos a favor da resina plástica o esforço que vem sendo feito para permitir a utilização de PET reciclado pela indústria de alimentos. Atualmente a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) veta o uso de material reaproveitado para produção de embalagens de alimentos. Mas, com os progressivos investimentos em indústrias de reciclagem, os pedidos de autorização se multiplicam. Caso os fabricantes consigam provar a total descontaminação do material a ser reciclado, principal exigência da Anvisa, de uma garrafa usada de óleo comestível, ou de qualquer outro alimento ou bebida, poderá ser produzida uma nova garrafa PET.

Bottle-to-bottle Solicitada por empresas como a Bahia Pet, que em 2003 investiu 8 milhões de dólares numa planta de reciclagem de embalagens PET, a autorização dos chamados processos bottle-to-bottle certamente dinamizaria ainda mais a produção de garrafas plásticas no mercado de óleos comestíveis. Segundo a Abipet, entidade que representa a cadeia do PET no Brasil, em 2003, 12% do PET utilizado no Brasil foram destinados à produção de embalagens de óleo comestível. Em 2000 esse número era de apenas 5%. Hoje o PET reciclado é empregado basicamente na fabricação de fios para a substituição do poliéster na industria têxtil. No ramo de embalagens, apenas recipientes de produtos de limpeza doméstica e higiene pessoal, por exemplo, podem ser feitos com o material reaproveitado. Apesar dos indícios de que o PET ainda tem campo para avançar, o mercado de óleos comestíveis reserva através de seu canal institucional outra ilha de esperança para a cadeia 18 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2005

CANAL INSTITUCIONAL – Tradicionais no atendimento a indústrias de alimento e restaurantes, latas também sofrem assédio do PET, que já participa do canal foodservice de azeites com galões da Vida Alimentos

100% Design (11) 3032-5100 www.100porcento.net Abeaço (11) 3842-9512 www.abeaco.org.br Abipet (11) 3078-1688 www.abipet.org.br Alphacolor (11) 4195-3131 [email protected] Amcor (11) 4589-3070 www.amcor.com Bahia Pet (71) 2106-0470 www.bahiapet.com.br Litografia Valença (11) 3848-0848 www.lvalenca.com.br Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br CSN (11) 3049-7100 www.csn.com.br

do aço no Brasil. “Trata-se de um segmento em que o PET praticamente não tem penetração”, reconhece Hermes Contesini, gerente de comunicação da Abipet. É assim porque tanto indústrias alimentícias como restaurantes compram o óleo que consomem basicamente em latas retangulares de 18 litros. Todavia, o PET já começa a assediar nichos como o de azeites voltados ao canal food-service. A Vida Alimentos é uma prova disso. Inovando no atendimento a lanchonetes e restaurantes, a empresa lançou seu Óleo de Caroço de Oliva Azeitto em galão PET de 5 litros, fornecido pela Packpet, com rótulo da Alphacolor. Casos como esse reforçam entre especialistas a visão de que a retomada de participação no mercado de óleos comestíveis é tarefa quase impossível para o aço. Ou melhor, está vinculada a dois fatores altamente imponderáveis: 1) prosseguimento contínuo dos aumentos de preço do petróleo e outras matérias-primas das resinas PET; 2) desvalorização cambial (que aumentaria para as refinarias o custo dos insumos importados das garrafas PET). “Como ainda não temos uma visão clara de tais fatores para este ano, a participação das embalagens metálicas deverá permanecer a mesma de 2004 no mercado de óleos comestíveis”, espera Rubnei Rosa, diretor comercial da Litografia Valença, uma das principais fabricantes de latas de óleos comestíveis do Brasil. Em outras palavras, o crescimento de 3,5% que se espera do setor em 2005 pouco deverá beneficiar as latas de aço.

alumínio >>> mercado

Peso pesado no alumínio Desmembrada da Alcan, Novelis entra em cena anunciando altos investimentos a onda de fusões, aquisições e reestruturações de empresas atuantes na área de embalagem em meses recentes, entrou em operação em janeiro último um novo nome na seara do alumínio – Novelis do Brasil, subsidiária da canadense Novelis Inc. Fruto do desmembramento do negócio de laminados de outra gigante do setor, a Alcan, a nova empresa entra em cena com peso respeitável: é a maior fornecedora de chapas, folhas, discos e lâminas de alumínio do Brasil para os mercados de latas para bebidas, embalagens, utensílios domésticos, construção civil, indústria automobilística e transportes.

N

herda qualidade e tecnologia de ponta da Alcan e adiciona novos atributos ao negócio, como inovação, velocidade e precisão”. Aliás, o nome da empresa é formado de sílabas desses vocábulos (iNOvação, VELocidade e precISão).

Expansão

FOTO: ARQUIVO

Entre as metas anunciadas após o desmembramento, a Novelis do Brasil ampliará a capacidade produtiva das unidades de chapas, situada em Pindamonhangaba, e de folhas, em Santo André, ambas no Estado de São Paulo. Além disso, vai transformar a fábrica de Aratu (BA) em centro de excelência para a produção de placas e modernizar a unidade de alumínio primário, localizada em Ouro Preto (MG). No total, informa a empresa, a médio prazo serão investidos no país 26 milhões de dólares. Segundo Tadeu Nardocci, presidente da Novelis, “a nova companhia

20 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2005

Raio X de um gigante

Novelis (11) 5503-0722 www.novelis.com.br

Hoje com um quadro de 2 100 funcionários (dos 14 000 que tem nos doze países em que a empresa global atua), a Novelis local tem capacidade de produção de 300 000 toneladas de chapas, 22 000 toneladas de folhas, 110 000 toneladas de alumínio primário, 150 000 toneladas de alumina e 35 000 toneladas de pasta Soderberg (material utilizado em fornos de redução, que elimina gases formados na produção do alumínio), além de um centro de reciclagem em Pindamonhangaba (SP), com capacidade de 80 000 toneladas/ano. Para abastecer suas fábricas, a empresa possui nove usinas hidrelétricas. Os ativos da subsidiária no país chegam a 1,6 bilhão de reais, com faturamento pro-forma previsto de 620 milhões de dólares em 2004. O conjunto desmembrado representava 90% do faturamento da Alcan no Brasil, que foi de 1,8 bilhão de reais em 2003, sem incluir a Pechiney do Brasil, comprada em 2004, e que por sua vez controlava a TPI Molplastic e a Cebal Brasil. A Alcan do Brasil continua com uma fábrica de revestimento em Camaçari (BA) e unidades de embalagens em Mauá, Diadema, São Paulo e Mogi das Cruzes (SP).

mercado >>> fusão

Apetite de gigante Americana Bemis amplia estratégia de expansão e compra a Dixie Toga inda que tivesse desde 1998 uma joint-venture com a brasileira Dixie Toga, a norte-americana Bemis Company causou sobressaltos no mercado ao oficializar na primeira semana do ano a compra daquele que é considerado um dos principais grupos de embalagens da América Latina. Surgida há dez anos com a fusão da Dixie Lalekla, fundada em 1945 pela família Klabin, e da Toga, fundada em 1935 pela família Haberfeld, a Dixie Toga foi adquirida pelos americanos em 5 de janeiro último por declarados 250 milhões de dólares. O negócio foi supervisionado de perto pela família Haberfeld, até então a maior acionista da Dixie Toga. No total, foram compradas 99,99% das ações ordinárias, e 42,51% das ações preferenciais, equivalentes a 79,50% do capital total. Além da família Haberfeld, deixaram de ter participação nos papéis da Dixie Toga as famílias Klabin, Schalka e o fundo Darby Overseas. Como costuma ocorrer no mundo dos negócios, onde muitas vezes vale a máxima de que ninguém é insubstituível, o espanto gerado pela venda da Dixie Toga logo deu espaço a previsões sobre o impacto do negócio. Assim que Sérgio Haberfeld, ex-presidente do conselho administrativo e neto do fundador da Toga, anunciava sua aposentadoria, já surgiam especulações sobre supostos novos rumos do mercado brasileiro de embalagens flexíveis, o principal segmento de atuação da gigante Bemis em todo o mundo.

A

A MAIOR DAS AMÉRICAS – Com a aquisição da Dixie, Bemis Company tornou-se o principal produtor de embalagens flexíveis do continente

Apostas A primeira e mais óbvia aposta é que a Dixie Toga servirá de ponta-de-lança no projeto de expansão da companhia americana pela América do Sul. “Já éramos líderes em embalagens flexíveis na América do Norte”, disse Henry Theisen, vice-presidente operacional da Bemis. “Com a compra da Dixie, agora lideramos o setor de flexíveis em todas as Américas.” 22 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2005

Bemis Company www.bemis.com Dixie Toga www.dixietoga.com.br

A empolgação dos americanos tem fundamento. Numa forte estratégia de expansão, a Bemis tem adquirido de um a três fabricantes de embalagem por ano no mundo. Porém, os negócios fechados até então eram de empresas com faturamento bem mais modesto, entre 60 milhões de dólares e 100 milhões de dólares anuais. Já a Dixie Toga tem uma receita na casa dos 900 milhões de reais por ano. Tal superioridade não impede, contudo, planos de ampliar o tamanho da Dixie Toga via aquisições e também com o aumento da capacidade instalada. Neste caso, já há investimentos previstos por parte da Bemis em 2005. Uma das razões para a aparente pressa está no fato de a empresa brasileira ter chegado a 85% de sua capacidade instalada total no último trimestre do ano passado. Quanto a aquisições, ficarão sujeitas ao aparecimento de oportunidades futuras, e ainda parece não haver nada certo. Na parte gerencial, os novos controladores garantiram que os executivos atuais da Dixie Toga serão mantidos. A presidência continuará sendo ocupada por Walter Schalka. O que mudará é a formação do conselho de administração. Sérgio Haberfeld desligou-se definitivamente da empresa, e seu irmão, Roberto, ocupará um dos assentos por um ano. Por sua vez, Henry Theisen, da Bemis, entra para assumir posição central no conselho.

flexíveis >>> filmes

PE com textura de cetim FOTOS: STUDIO AG - ANDRÉ GODOY

Filme acetinado da Canguru cresce nos mercados de vestuário e alimentos

m material para produção de embalagens flexíveis com toque e visual distintos da maioria das alternativas disponíveis hoje. Assim pode ser definido o PE Acetinado, filme de polietileno em etapa de introdução no mercado brasileiro de embalagens. Podendo substituir cartonados, papelão ondulado e outros materiais, o produto vem ganhando cada vez mais espaço nos segmentos de sacolas para lojas e confecções e de sacos com cordão para calçados e roupas. Como o nome indica, esse filme de polietileno tem aparência que lembra cetim, tecido conhecido por ser lustroso e ter toque macio. É normalmente produzido com um dos lados com acabamento fosco e, embora esteja mais disseminado no setor de vestuário, pode acondicionar produtos tão variados quanto sabonetes, papéis higiênicos e alimentos. Uma das empresas confiantes no potencial de crescimento do PE Acetinado no Brasil é a catarinense Canguru Embalagens, que já fornece sacolas feitas do material para diversas confecções e grifes. Outro mercado

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SACOLAS – Apresentações com alça e impressão flexográfica em até oito cores conquistam cada vez mais confecções

VERSATILIDADE – Na versão com cordão, PE acetinado foi adotado por grandes fabricantes de material esportivo, como a Topper

Canguru Embalagens www.canguru.com.br (48) 461-9000

explorado com êxito é o de sacos com cordão para calçados. Neste caso, grandes fabricantes de material esportivo, como Rainha, Topper e Umbro, já usam o PE Acetinado para acondicionar seus tênis e chuteiras. Além de extrusar o filme, a Canguru possui laminadoras, rebobinadeiras e máquinas de corte e solda, entregando as embalagens já prontas. Na parte da impressão, o sistema usado é a flexografia, em até oito cores. Em alimentos, o PE acetinado foi adotado pela Pinduca, tradicional marca paranaense de farinha. “Nesse caso o material substitui com vantagens de proteção e aparência os sacos de papel muito comuns no segmento de farinhas”, diz Everton Nesi, da área de vendas e marketing da Canguru Embalagens. Para ele, ao lado da maior resistência em relação às embalagens celulósicas, uma das grandes vantagens do produto é a versatilidade. “Além de fabricantes de calçados, produtos têxteis e alimentos, o PE acetinado pode ser utilizado por indústrias de fraldas, absorventes, sabão em pó, pet food e muitas outras.”

resinas >>> investimentos

Auto-suficiente ntre os aspectos negativos do crescente consumo brasileiro de PET para produção de embalagens encontra-se o aumento da dependência nacional de outros países produtores da resina. Atualmente, estima-se que mais de 40% das 330 000 toneladas de resinas PET consumidas por ano no Brasil vêm de fora. Países mais industrializados, embora tenham uma demanda bem maior, são em boa parte muito mais auto-suficientes. Os Estados Unidos, por exemplo, produzem por volta de 80% dos insumos de embalagens PET que consomem. Nesse cenário de consumo progressivo e oferta insuficiente, o grupo italiano Mossi & Ghisolfi (M&G), segundo maior produtor de fibras de poliéster e resinas PET do mundo, atrás apenas da americana Voridian, anunciou planos promissores para o mercado brasileiro. Controladora da Rhodia-Ster, a empresa pretende construir no Nordeste do país aquilo que chama de “maior fábrica de PET do mundo”. O projeto está previsto para ser iniciado ainda este ano, na cidade de Ipojuca, a 40 quilômetros de Recife. Dele depende o estabelecimento de uma parceria entre o grupo italiano e a Petrobras, para a criação de um pólo petroquímico no Complexo de Suape (PE). O investimento total poderá chegar a 1 bilhão de dólares, e a expectativa é que sejam gerados entre 800 000 e 1 milhão de novos empregos na região. O plano foi anunciado em dezembro último, no Palácio do Planalto, em cerimônia que contou com a presença dos principais executivos do grupo italiano e da ministra das Minas e Energia, Dilma Roussef. De olho no mercado nacional, que cresce 12% ao ano, e nas exportações para a América do Sul, a fábrica de Pernambuco deverá produzir 450 000 toneladas de resina PET por ano. A médio prazo, a idéia da Petrobras e do M&G é ampliar o conjunto de matérias-primas oferecidas, atendendo outros segmentos petroquímicos. Inicialmente, entretanto, a expectativa é que a fábrica reduza o déficit comercial do setor brasileiro de resinas PET, estimado em 100 milhões de reais em 2004. Segundo Davi Swift, gerente de marketing do M&G, a fábrica deverá começar a produzir no final de 2006. Quando a planta pernambucana estiver completa, o grupo M&G terá capacidade de produzir 1,7 milhão de toneladas de resinas PET para embalagens por ano. “Não saberia dizer a capacidade do atual líder, mas sem dúvida acreditamos ser possível ultrapassá-lo”, conclui o executivo.

O QUIV : AR FOTO

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M&G • (11) 5502-1373 • www.rhodia-ster.com.br

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making of >>> veja

Revista e aperfeiçoada Limpador Veja estréia embalagem com formato avançado e novo rótulo epois de mais de 35 anos mantendo o mesmo formato, a embalagem do produto de limpeza Veja, campeão brasileiro de vendas da inglesa Reckitt Benckiser, acaba de passar por mudança tão notável quanto a que representou para o mercado de home care no país seu lançamento. A entrada do então “limpador instantâneo” no mercado, em 1969, não só inaugurou a categoria hoje denominada multiuso como estabeleceu, com seu frasco de polietileno de alta densidade (PEAD), do tipo “caixa d’água”, um padrão de embalagem que seria adotado por praticamente todos os produtos similares vindos em sua esteira e também por outras categorias, como álcool, aromatizantes e bactericidas. Em certo momento a Reckitt Benkiser concluiu ser preciso mudar essa situação, criando por meio da embalagem um diferencial que decididamente distinguisse Veja no segmento de limpadores. “Da intenção inicial à conclusão do projeto e à recém-iniciada comercialização do produto com a nova cara foram con-

PROGRESSO – À direita, a evolução do frasco de Veja no Brasil desde 1969. Acima, os itens similares lançados na esteira do sucesso do limpador da Reckitt Benckiser

28 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2005

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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FAMÍLIA – Novos frascos de Veja mantêm formato “caixa d’água”. Rótulo foi reformulado

sumidos três anos de trabalho, com investimentos em pesquisas, testes e muita tecnologia”, conta Maria Lúcia Toro, gerente de categoria de limpadores da Reckitt Benckiser. Fernando Simas, diretor da DIL Brands, agência de design que desenvolveu o projeto da nova estrutura do frasco, define como “parceria muito produtiva” a alentada bateria de reuniões feitas ao longo desses três anos com as áreas industrial e de marketing da Reckitt Benckiser para definir conceitos. Descontado o fato de que no período ocorreram algumas mudanças na gerência de marketing do cliente, resultando na necessidade de novamente percorrer etapas já passadas, ele entende que, dada sua complexidade, o projeto foi concluído em tempo “quase recorde”. Na verdade, foi atravessado um longo trajeto de apresentações, análises, julgamentos e novas

sugestões, de modo que a cada sessão ficava mais próximo o objetivo de se chegar a um frasco efetivamente diferente de todos os que disputavam espaço no varejo. Para conseguir gerar modelos, imagens e animações com realismo, “foi fundamental o uso da mais avançada tecnologia de design disponível”, diz Simas, referindo-se aos sofisticados softwares Alias Studio, Alias Maya e PTC Pro Engineer. O primeiro destina-se à execução de idéias e conceitos, o Maya cria movimento em três dimensões e o último faz o detalhamento técnico do modelo. Esses programas, segundo o diretor da DIL, são muito utilizados na Europa e nos Estados Unidos, mas ainda são incomuns no Brasil. Para se ter idéia de seu refinamento, basta lembrar a presença do Alias Maya por trás da trilogia “O Senhor dos Anéis” e do filme “Shrek”. Embora tivesse sob sua responsabilidade apenas o desenvolvimento do projeto estrutural, a DIL Brands trabalhou em sintonia com a agência encarregada do projeto visual, a Usina Escritório de Desenho, sob a coordenação da Reckitt Benckiser. Durante os trabalhos foram sugeridas,

por exemplo, alternativas de rotulagem – in-mold, termoencolhível e auto-adesivo – em substituição à serigrafia. Foram descartadas em função dos custos, já que, de acordo com Marina Sanchez, diretora de atendimento da DIL, “qualquer acréscimo, por mínimo que fosse, resultaria em somas altas”. Seria assim devido à altíssima produção dos frascos de Veja, feita numa planta in-house instalada pela Logoplaste na fábrica da Reckitt Benckiser em São Paulo, maior unidade da empresa no mundo. Aliás, a velocidade de linha exigida para a produção do multiuso foi o motivo pelo qual não foi adotada a sugestão de uso de três cores no rótulo, já que a operação adicional atrasaria o andamento dos trabalhos. No entanto, a idéia foi acatada para as demais variantes da linha Veja, que utilizam frascos em cores diferentes e cujos volumes são bem menores. A cor introduzida foi o azul do logotipo, que dá unidade de comunicação a toda a linha. No frasco do multiuso, originalmente azul, essa cor no logotipo é obtida por efeito de vazamento. A tampa vermelha, de formato arredondado (tipo flip top no multiuso), foi mantida como equity da marca em toda a linha. Antes de chegar-se ao modelo final, foi aprovado o perfil de um frasco ainda mais arrojado, descartado pelas mesmas razões técnicas e de custo. Além do perfil diferenciado, estruturalmente o frasco que está no mercado apresenta – em resposta a uma expectativa das consumidoras

ESTRUTURA – A base ganhou anéis de reforço; área de pega recebeu protuberâncias

detectada em pesquisas – protuberâncias na área de pega (grip), para evitar que escorregue das mãos durante o uso. Outra inovação importante foi a aplicação de anéis de reforço na parte inferior do frasco, o que aumentou sua resistência a esmagamento na hora de empilhar. Somente depois de feitos três moldes pilotos e testados em linha 3 000 recipientes é que se passou à fase de definição final dos rótulos. Aí, foram submetidos à apreciação de 800 consumidoras, com utilização da tecnologia Eye Tracking, que monitora o olhar do observador ante embalagens, reais ou virtuais, por câmaras ocultas. “A essa altura sabíamos, finalmente, o que de fato as consumidoras esperavam de Veja”, lembra Maria Lúcia Toro. Para barrar que concorrentes “adotem o padrão” – eufemismo que designa a esteira de imitações como a que se seguiu ao lançamento do limpador instantâneo, a RB registrou a propriedade do formato, das cores e do desenho técnico do frasco. DIL Brands (11) 4191-9711 www.dilbrands.com Logoplaste (11) 2132-0400 www.logoplaste.com Usina (11) 5571-6788 www.usinadesenho.com.br

OPÇÕES – Softwares avançados permitiram criar diversas alternativas de frascos

RFID é apenas uma questão de tempo Os investimentos em etiquetas inteligentes e outros sistemas desenvolvidos para a tecnologia RFID, que permite comunicação por rádio-freqüência entre produtos e profissionais, já fazem parte do orçamento da maior parte das grandes companhias de varejo, distribuição e logística. É o que diz uma pesquisa feita pela auditoria e consultoria Delloite, em conjunto com o Retail Systems Alert Group. O estudo, feito com base em noventa grandes grupos empresariais de todo o mundo, revelou que 25% das empresas com faturamento anual superior a 5 bilhões de dólares já investem entre 500 mil dólares e 10 milhões de dólares anuais em projetos para adotar etiquetas dotadas de chips desenvolvidos para a tecnologia RFID. Ademais, cerca de 70% das empresas entrevistadas acreditam que a tecnologia ajudará a incre-

mentar o faturamento, principalmente ao reduzir as perdas relacionadas a erros humanos. Nesse sentido, os técnicos da Delloite acreditam na tendência de os processos de gerenciamento da cadeia logística tornaremse cada vez mais automatizados. A consultoria conclui o estudo prevendo que a percepção maciça dos benefícios proporcionados pela tecnologia RFID nos processos de negócios é apenas “uma questão de tempo”.

Rotulagem com menos perdas A americana B&H Labeling Systems, de Ceres, na Califórnia, está comemorando o grande interesse que sua mais nova máquina da família de rotuladoras Marathon, a Marathon XL, teria alcançado ao ser apresentada na Pack Expo, recentemente realiza-

da em Chicago, nos Estados Unidos. O sistema de rotulagem Marathon XL possui um controle servomotor digital multiaxial (Smart Drive), “de fácil operação, ideal para máquinas rotativas complexas, apresentando perdas inferiores a 0,05%”, segundo o fabricante. Construído em plataforma modular, o equipamento opera à velocidade de até 650 recipientes de 240ml a 3 litros por minuto. O Smart Drive utiliza servomotores independentes que se comunicam digitalmente, sincronizando as operações de rotulagem. B&H Labeling Systems www.bhlabeling.com [email protected] + 1 209 537 5785

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Pronta para a arrancada No momento em que o mercado de rótulos termoencolhíveis no Brasil dá sinais de que a arrancada para a ampliação do uso desse tipo de decoração efetivamente começou, atraindo inclusive fornecedores estrangeiros de equipamentos de encolhimento, indústrias nacionais tratam de dar as caras com mais constância. É o caso da Mitri Ind. e Comércio, de Pederneiras (SP), cujo diretor, Paulo A. Lincoln Jr., promete anunciar novos lançamentos nos próximos meses. Especializada em sistemas de encolhimento de rótulos e lacres, a empresa, fundada em 1984, fornece para usuários de embalagens de variados formatos e materiais (PP, PVC, |PAD, PET, vidro e metais). Segundo Lincoln Jr., a Mitri faz desde o planejamento até a aplicação dos rótulos, além de projetar equipamentos sob medida. Entre produtos cujos rótulos foram encolhidos termicamente em equipamentos da empresa, destacam-se a linha de produtos de toucador infantil Pooh, o Sapólio Radium, o achocolatado Garotada, da Garoto, o café 3 Corações e as maioneses Maria e Hellmann's. Mitri (14) 3283-3200/3252-3977 www.mitri.com.br

Narita reúne clientes no “2º Encontro Rotulando com BOPP e PVC” No dia 26 de janeiro, profissionais de mais de 150 empresas ligadas à cadeia de rotulagem tiveram a oportunidade de participar de um evento diferente. A Narita, fabricante de rotuladoras, organizou um misto de feira e congresso na sua sede, em São Bernardo do Campo (SP), para mostrar a alguns de seus clientes atuais e potenciais dois equipamentos em operação: a Roll Label, aplicadora de rótulos de BOPP, e a Contour, rotuladora para termoencolhíveis. Esta última estava aplicando rótulos em latas de alumínio de duas peças para refrigerantes – um mercado com grande potencial de crescimento entre os fabricantes regionais de bebidas carbonatadas. Batizado de “2º Encontro Rotulando com BOPP e PVC” (o primeiro

ocorreu no final de 2004, no Paraná), o evento deu aos convidados a oportunidade de assistir a palestras sobre temas como adesivos, filmes

e a importância mercadológica da rotulagem adequada. Além disso possibilitou o contato, numa exposição com mini-estandes, com fornecedores das cadeias produtivas às quais pertenciam os convidados – fabricantes de refrigerantes, águas minerais, sucos, material de limpeza e cosméticos, entre outros. Apoiaram o evento as seguintes empresas fornecedoras: Vitopel (filmes de BOPP), Polyimport (preformas), Henkel (adesivos), Poligel, Destacal, Rot Pet, Sol PP e Plásticos Scipião (rótulos), Latapack (latas de alumínio), CLG Garreta (sopradoras) e a Cervejaria Belco (terceirização de envase de latas).

POTENCIAL – No Encontro, rótulos termoencolhíveis estavam sendo aplicados em latas, solução promissora em tiragens menores

Narita (11) 4352-3855 www.narita.com.br

Estávamos à procura de uma revista onde pudéssemos anunciar com a certeza de que seria uma mídia de credibilidade, e que esse investimento pudesse nos trazer algum tipo de retorno. Fizemos uma pesquisa minuciosa no mercado e chegamos à conclusão de que apenas uma delas iria corresponder à nossa real necessidade. Conhecemos EmbalagemMarca quando ainda estava no começo de vida e, pelo que vimos em suas primeiras edições, já sabíamos que aquela revista seria um grande sucesso. Apostamos nesse sucesso e acompanhamos todo o esforço e dedicação de todos responsáveis pelo crescimento da revista, e hoje formamos uma grande parceria. A revista EmbalagemMarca tornou-se uma refêrencia no setor de embalagens, com informações sérias, que movimentam o mercado, possibilitando assim a projeção de empresas e principalmente gerando negócios. É uma revista que abre espaço ao leitor, é de fácil leitura e boa diagramação – e pode ser lida por qualquer pessoa, pois é de fácil entendimento, com linguagem simples porém muito objetiva. É muito gratificante saber que hoje podemos contar com uma parceria de quem é líder de mercado e principalmente com pessoas que fazem um trabalho sério e de muita competência.

alimentos >>> marketing

Publicidade também p0de acabar (ou começar) em pizza Embalagens do alimento debutam como nova mídia para propaganda cidade de São Paulo, conhecida como uma das capitais mundiais da gastronomia, tem mais de 7 000 pizzarias que entregam 45 840 pizzas por hora. Graças à parceria entre o empresário brasileiro Bernardo Klabin e o Grupo Tubus, de Portugal, surge dentro desse mercado a empresa OneMídia, que representa no Brasil a idéia de vender publicidade em caixas de pizza. A novidade chega aqui seis anos depois de ser lançada na Europa. A primeira campanha da PizzBoxx foi feita em 1999 para o programa Big Brother, da TV alemã RTL2. Desde então, marcas como Sony e Esso têm utilizado a estratégia. Empresas brasileiras de qualquer área poderão estampar anúncios de produtos e serviços nas caixas e oferecê-las gratuitamente às pizzarias, que reduzem custos. Até agora, foram firmados acordos com 2 000 estabelecimentos da Grande São Paulo, com intermediação feita pela OneMídia. As agências de publicidade também têm sido muito receptivas à idéia. A Klabin nada tem a ver com o negócio. “Ela é fornecedora”. esclarece Klabin. “Trabalhamos com algumas gráficas e pedimos que elas utilizem papel Klabin, pela alta qualidade, por serem de reflorestamento”. O alto impacto deste tipo de propaganda se deve ao fato de ela chegar diretamente à casa do público-alvo em um momento em que ele está muito receptivo. Da entrega à última mordida, a caixa fica, em média, 20 minutos em exposição direta com o consumidor. Outra vantagem é a possibilidade de se fazer campanhas temporárias e segmentadas. Para isso, foi encomendado um estudo de mercado à empresa de consultoria VMBC,

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BELEZA E IMPACTO Novo suporte promocional chega a nove milhões de paulistanos

FO TO S: DIV UL GA ÇÃ O

OneMídia (11) 4688-2282 www.onemidia.com.br

que recolheu o perfil por amostragem dos consumidores de pizza delivery e take-away de São Paulo. Descobriu-se, por exemplo, que 50% deles têm entre 10 e 29 anos. Para conquistar este público, a OneMídia aposta no impacto e na beleza das embalagens. Segundo Klabin, “100% das campanhas terão motivos alegres, e nunca concorrerão com as pizzarias – como redes de fast-food”. A impressão da caixa, com dimensões de 38cm X 38cm, é feita em off-set com 4 a 6 cores e revestimento em verniz com protetor próprio. O papel cartão canelado é produzido com 100% de fibras virgens, já que a legislação não permite o contato de alimentos com papel reciclado. O processo de fabricação é protegido internacionalmente. No Brasil, entretanto, já apareceram outras ações publicitárias que aproveitaram o suporte. No ano passado, a DM9DDB utilizou, para o alvejante Clorox, a idéia de introduzir entre pizzas e suas embalagens um papel especial impresso com tinta UV. O calor e a umidade da caixa faziam com que fosse revelada para o consumidor a imagem do produto, acompanhada do texto: “Se acontecer com sua roupa o que aconteceu com este papel, use Clorox.” A primeira fase de implantação da PizzBoxx no Brasil consumiu 700 000 reais. A previsão inicial é de que 2,8 milhões de caixas sejam distribuídas por mês, a partir de fevereiro, atingindo cerca de 9 milhões de pessoas. Depois, o sistema será expandido para capitais como Rio de Janeiro e Porto Alegre, e poderão ser desenvolvidas campanhas especiais com sampling nas caixas – brindes como CDs, vales e cupons para concursos.

materiais >>> vidro

Avanço em novas áreas Setor vidreiro age para consolidar mercados e tomar fatias de rivais Por Flávio Palhares

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Milho e ervilhas à vista Um mercado pouco afeito a mudanças na área de embalagens está começando a engatinhar para uma novidade significativa. Pela primeira vez no Brasil, legumes são acondicionados em potes de vidro. O pioneirismo coube à Conservas Olé, que acrescenta à sua linha de

LEGUMES – Pela primeira vez em vidro no Brasil

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latas de aço o milho verde e as ervilhas em recipientes de vidro de 310 gramas, da OwensIllinois. De acordo com o gerente de marketing da empresa, Odilon Roberto Oliviéri, pesquisas feitas pela empresa apontaram um problema que as donas-de-casa enfrentavam na gôndola do supermercado: não conseguiam visualizar o conteúdo ao comprar legumes acondicionados em latas. “A transparência do vidro resolve essa questão, já que o consumidor pode conferir na hora o que está levando”, ressalta Oliviéri. Ele aponta ainda outros diferenciais do produto da Olé, como a tampa de fácil abertura e o fato de não haver similares no mercado nacional. O diretor de marketing da Olé observa que em lojas de importados existem algumas marcas de legumes acondicionadas em vidro, “mas com preços exorbitantes”. As tampas abre-fácil são produzidas pela Metalgráfica Rojek, e os rótulos são impressos pela Mack Color.

SISTEMA ACL – Para diferenciar a garrafa da Vodka Cristal, a gravação foi feita diretamente no vidro, pelo sistema Aplied Ceramic Label

Sofisticação e exclusividade Na área de bebidas destiladas, surgem oportunidades para a criação de garrafas sofisticadas – e exclusivas, como a da vodca da vinícola Château Lacave. Após mais de dois anos de estudo, a Família Basso, proprietária da empresa desde 2002, está ampliando a família de produtos da marca com o lançamento da Vodka Cristal. A bebida apresenta cor cristalina e tem graduação alcoólica de 40%. O destaque do lançamento é a garrafa de 1 litro, fornecida pela Saint-Gobain Vidros. Com design diferenciado, a embalagem tem o desenho irregular e o brasão da empresa em alto relevo. A decoração, feita diretamente na garrafa pelo sistema ACL (Applied Ceramic Label), ficou a cargo da Deda Decorações. A tampa plástica de rosca (roll–on) é da Tapon Corona. O desenho da embalagem foi desenvolvido pelo Studio Design Imagem + Comunicação.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

a constante corrida entre os materiais pela conquista de novos mercados de embalagens, o vidro viu seus resultados crescerem 5% em 2004 e prevê dobrar a alta neste ano. Com essa meta estabelecida, o setor vidreiro dá novos passos em 2005 para se consolidar em mercados onde já é predominante, como a indústria de bebidas destiladas, aposta em áreas onde outros materiais ainda predominam, como a de águas minerais, e busca espaço em nichos dominados por outros tipos de embalagens, como o de legumes. Nesta reportagem são apresentados alguns recentes lançamentos que ilustram a movimentação do setor vidreiro e, em seguida, o investimento da Wheaton em salas limpas para disputar não só o mercado interno de frascos para medicamentos, mas também o externo, com recipientes assépticos para cosméticos.

Espírito carioca para europeus Na generalizada tendência dos produtores de cachaça de tentarem exportar a bebida, a Pernod Ricard mirou logo o alvo externo e, aproveitando a coincidência da data com o nome, lançou em janeiro a cachaça premium Janeiro na Alemanha, em Portugal e na França. Obviamente, não descuidou do público interno, responsável por um volume de consumo que coloca a cachaça como uma das bebidas mais consumidas no planeta: a Janeiro está à venda também em bares e pontos turísticos do Rio de Janeiro, outra das fontes de inspiração da marca e símbolo do próprio Brasil no imaginário de grande parte da população da Europa, principal foco de entrada da nova bebida. O objetivo é conquistar a liderança do crescente mercado de aguardente fora do Brasil dentro de três anos. É um alvo tentador: as exportações de cachaça aumentaram 14% entre 1999 e 2003 e 13% no ano passado. Para atingi-lo, a empresa direcionou o produto para um campo em que, mais do que a própria cachaça, a forma de consumo tem forte apelo: a bebida foi especialmente desenvolvida para a preparação de caipirinhas. A Janeiro é ligeiramente envelhecida, o que lhe confere a cor levemente amarelada. Nesse lançcamento, a Pernod Ricard aposta em ícones da Cidade Maravilhosa. A embalagem da Janeiro faz referências estilizadas a alguns dos cartões postais do Rio: o perfil da garrafa de 700ml, fabricada pela Owens-Illinois, é inspirado no Pão de Açúcar, e as ondas do calçadão da praia de Copacabana aparecem através de um jogo de transparências formado pelo conjunto de rótulos (frontal, contra-rótulo

VALOR AGREGADO – A sofisticação direcionada a mulheres de alta renda

Alcoa Alumínio (11) 4195-3727 www.alcoa.com.br Deda Decorações (41) 399-2817 Mack Color Etiquetas Adesivas (11) 6195-4499 www.mackcolor.com.br Metalgráfica Rojek (11) 4447-7900 www.rojek.com.br Owens-Illinois (11) 6542-8000 www.cisper.com.br Prodesmaq (19) 3876-9300 www.prodesmaq.com.br Saint Gobain Vidros (11) 3874-7988 www.saint-gobain-vidros.com.br Setprint (11) 2133-0007 www.setprint.com.br Studio Design (54) 202-2020 www.studiodesign.com.br

CARTÕES POSTAIS – Na marca, no formato da garrafa e nos rótulos foram usados ícones destinados a evocar na imaginação do consumidor pontos turísticos do Rio

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Tapon Corona (11) 3835-8662 www.tapon-corona.com.br Usina Escritório de Desenho (11) 5571-6788 www.usinadesenho.com.br

e rótulo lateral) de polipropileno, desenvolvidos pela Prodesmaq. No rótulo frontal aparece, em português, a assinatura “O espírito carioca”. O design foi desenvolvido pela Usina Escritório de Desenho.

Água com valor agregado Depois de uma experiência bem sucedida com a água mineral aromatizada First Water em garrafas de PET, a Indústrias Reunidas Tatuzinho 3 Fazendas investe agora na sofisticação do produto, com a água carbonatada aromatizada First Slim em garrafas de vidro de 330ml. De acordo com o C.E.O. da Tatuzinho, Cesar Rosa, a First Water, uma água lançada há três anos, sem grandes investimentos, para que a empresa começasse a entender o mercado de águas minerais, continua tendo boa aceitação. Mas, ele ressalta, para alcançar o novo público pretendido pela empresa, mulheres de alta renda, era preciso agregar valor ao produto. “Pesquisas realizadas pela empresa mostraram que as mulheres de alto poder aquisitivo têm certa rejeição à garrafa de PET para águas minerais”, explica o executivo. Daí, a idéia de lançar uma nova água em garrafas de vidro, mais sofisticadas, produzidas pela Owens-Illinois, com perfil sinuoso e cor especial (azul cobalto). As tampas das garrafas, produzidas pela Alcoa, são rosqueáveis, e os rótulos auto-adesivos, feitos de polipropileno, são impressos pela Setprint Tecnologia Digital.

processos >>> salas limpas

Valor agregado sem sujeira Wheaton instala salas limpas até na linha de decoração de frascos entro da movimentação generalizada da indústria vidreira para ganhar espaço, a Wheaton não deixa por pouco em termos de empenho na proteção e na ampliação de seus mercados: está investindo pesado para ser não só a maior provedora nacional de frascos para produtos farmacêuticos, cosméticos e de perfumaria, mas almeja também o mercado externo. “Queremos ser um fornecedor internacional, e temos qualidade e preços competitivos para isso”, afirma Renato Massara Jr., diretor comercial da empresa que, hoje com capital 100% nacional, acaba de adotar a razão social Wheaton Brasil Vidros Ltda., em substituição a Wheaton do Brasil. A mais evidente ação com vistas ao credenciamento que lhe garanta a conquista daquelas metas é a recente inauguração de salas limpas, climatizadas, em cinco linhas dedicadas à produção de frascos para fármacos, em seis linhas de embalagens para perfumes e cosméticos e em toda a linha de decoração. “De nada adiantaria esterilizar os frascos se a área de decoração não fosse fechada, pois eles seriam conta-

DIVULGAÇÃO

SEM PARTÍCULAS Com pressão positiva nos ambientes limpos, frascos como o do perfume Luiza Brunet também serão fornecidos com assepsia total

CUIDADO TOTAL – Em todas as fases do processo é obrigatório o uso de protetores

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minados durante o processo”, observa a gerente de marketing Marta de Oliveira Bragolin. Ela informa também que a área de decoração acaba de ser separada, passando a operar, sob o nome Wheaton Decor Ltda., como unidade prestadora de serviços à própria empresa e a terceiros. Nas salas limpas, instaladas pela tradicional fornecedora do setor farmacêutico Divisa, a pressão é positiva, de modo que não há possibilidade de entrada de partículas no ambiente, explica o diretor industrial da empresa, Edison José Toporcov. Para garantir que os produtos sejam despachados com assepsia total, os funcionários que trabalham no local vestem toucas, pantufas e aventais esterilizados e descartáveis. Além dessas medidas, antes de serem paletizados com filmes termoencolhidos os frascos passam por máquinas de sopro, a fim de garantir que em seu interior não haja partículas de espécie alguma, dispensando essa operação por parte dos clientes. Os recipientes, inclusive os de cosméticos, chegam às linhas de enchimento prontos para uso. Com as instalações recém-inauguradas, nas quais foram investidos 6 milhões de reais em seis meses, e com a implementação de

FOTOS: ANDRÉ GODOY

D

práticas adequadas de produção, ou Good Manufacturing Practices (GMP), o processo de sala limpa da Wheaton, segundo seu diretor comercial, “supera tudo o que existe até em nível internacional, especialmente na parte de cosméticos”. Isso se deve, de acordo com Massara, ao crescente nível de exigência da indústria usuária, que estaria sendo mais rigoroso que o do próprio setor farmacêutico e cujos padrões de qualidade seriam superiores ao de marcas de renome internacional.

A força da cosmecêutica Na verdade, considerando-se vários lançamentos de grande impacto registrados em meses recentes, tem-se a impressão de que o setor, no Brasil, está de certa forma à frente de muitos países na tendência da cosmética de afirmar-se como ciência, inclinação que gerou até um neologismo. É a cosmecêutica, onde produtos com penetração no organismo ou com atividade biológica são diferenciados de simples cremes ou loções. Para a indústria brasileira, há uma agravante: mais que as grifes mundiais, as marcas nacionais precisam demonstrar alto padrão de excelência para ganhar os consumidores capazes de pagar por produtos de maior valor agregado. De olho também no cobiçado mercado externo, elas necessitam oferecer produtos com apelos além daquele dos poderes curativos e preventivos à ação do tempo contidos nas matérias-primas extraídas da incomparável biodiversidade brasileira. O acondi-

PRÉ-SOPRO – Antes de serem acondicionados com filmes termoencolhidos, os frascos passam por sopradoras, chegando às linhas de enchimento prontos para uso

Divisa Engenharia (11) 4714-2521 www.divisa.eng.br Wheaton (11) 4355-1800 www.wheatonbrasil.com.br

CICLO COMPLETO – As linhas de decoração também são fechadas, o que é incomum

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cionamento desses produtos em recipientes assépticos complementa o atendimento dessa necessidade. Ademais, a qualidade do vidro precisa ser indiscutível e equiparar-se ao que há de melhor no mercado mundial – “o que já foi conseguido”, segundo o diretor da Wheaton. “Dada a imagem não muito boa que consolidou no passado, o Brasil precisa se provar sempre”, ele constata. Na opinião de Massara, isso vem sendo atingido “até além do esperado”. Ele recorda que o primeiro passo para atender a exigência de produção em salas limpas foi dado há uns dez anos, com o uso de filmes stretch para acondicionar os lotes de frascos de medicamentos, em lugar de caixas de papelão. As salas limpas passaram a ser instaladas num segundo momento, e hoje constituem um diferencial de agregação de valor também em indústrias de alimentos. No caso específico da Wheaton, que após o Plano Cruzado “teve de se puxar pelos próprios cabelos para sair do buraco em que caiu ante a concorrência dos importados a baixo preço”, o atual momento é de comemoração, e os investimentos, “fruto de um bom ano”. Tanto que a instalação das salas limpas, programada para ser concluída em dois anos, ficou pronta em seis meses. Por “bom ano” leia-se um faturamento 36% maior em 2004 em comparação com 2003 na área de embalagem e de 29% no conjunto, ao qual se soma a divisão de objetos de mesa.

Natal gordo... Especializada em papéis especiais, a Fine Papers ampliou em 28% suas vendas durante os três últimos meses do ano. Se forem considerados todos os trimestres de 2004, o crescimento foi de 17% na comparação com o ano anterior.

Ano-novo fino Para Tatiane Féo, gerente de marketing da empresa, o aumento das vendas na época natalina resulta do aquecimento do consumo de embalagens para produtos sofisticados. Este ano, a executiva prevê crescimento de 30% no mercado de papéis especiais.

Cartão: consumo cresce... Confirmando a tendência do setor de papel e celulose de destinar maior parte de sua produção ao mercado interno, a Suzano estima ter fechado 2004 com redução de 37% nas exportações de papel cartão. Ao todo a empresa vendeu lá fora no ano passado aproximadamente 59 000 toneladas do material, ante 81 000 toneladas em 2003.

Exportações caem A redução seria resultado da estratégia de trabalhar com produtos de maior valor agregado e foco na demanda local, que aumentou sensivelmente depois de um 2003 recessivo. Neste ano a expectativa da Suzano é que as vendas de papel cartão no mercado interno cresçam 13%. O impulso deverá ser dado pelos segmentos de bebidas, alimentos congelados e sorvetes.

Voluntariado mirim A Votorantim Celulose e Papel (VCP) realizou uma série de iniciativas sociais com alunos de escolas públicas de Capão Bonito (SP). Numa delas foi elaborado um concurso de redação cujos vencedores ganharam um microcomputador e uma máquina fotográfica digital. Já numa iniciativa com a Polícia Ambiental de Itapetininga (SP), a empresa formou guardas ambientais mirins.

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Sintonizada com a força dos pequenos Atenta ao crescimento das gráficas de pequeno porte, a Heidelberg está divulgando as vantagens de um de seus produtos voltados a esse segmento, a Printmaster QM 46. O equipamento pertence à categoria de pequenos formatos (imprime em substratos de até 35cm X 50cm), e é indicado para impressão em duas cores, embora também possa produzir em quadricromia, com ou sem aplicação de pantone. A impressora também é equipada com comando digital que gerencia funções de impressão e manutenção, e dispositivos de lavagem automática de blanquetas e autoplate (sistema de carregamento au-

tomático de chapas). www.heidelberg.com.br (11) 5525-4500

Evento para interessados em PDF A Adobe anunciou a data da segunda edição da Acrobat Conference, apresentação sobre PDF (Formato de Documento Portátil, na sigla em inglês) considerada a mais importante da América Latina. O evento acontecerá no dia 14 de abril de 2005, na Câmara Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo, e deverá reunir consultores especiali-

zados no Adobe Acrobat 7, software destinado à tecnologia PDF. Um dos objetivos será debater formas de agilizar a troca de dados, documentos e o fluxo de trabalho num ambiente corporativo. A primeira edição do evento, realizada em 2004, reuniu 150 participantes. www.adobe.com 0800 16 1009

Drupa 2004 ainda repercute O profissional gráfico que visitar a Alemanha este ano tem no showroom da KBA – Koenig & Bauer AG, uma das principais fabricantes de impressoras do mundo, uma ótima chance de ficar em dia com a última palavra em pré-impressão e offset digital para pequenos formatos. Localizado na cidade de Radebeul e planejado para que os clientes discutam seus projetos com equipes de consultores, o espaço agora reúne todas as novidades apresentadas pela empresa na Drupa 2004. Ao todo, cinco impressoras Rapi-

da, principal família de produtos da KBA, foram instaladas no novo centro de serviços e atendimento ao consumidor. Elas podem ser usadas para produção de rótulos, embalagens flexíveis e semi-rígidas. Um dos destaques é o modelo 105-10 SW5, que trabalha no formato 72cm x 105cm, e oferece troca de chapa totalmente automática. www.kba-print.com (11) 6121-5277

Papel cartão no ápice com Roland 706 Especializada em embalagens semirígidas de cartão duplex e triplex, a Ápice Artes Gráficas recentemente adquiriu uma nova Roland 706 com verniz. A máquina deverá ser usada para produzir cartuchos cartonados com até seis cores e necessidade de verniz on line. Segundo o gerente de finanças da Ápice, Sérgio Rodrigues, a nova máquina permitirá reforçar a atuação da empresa em mercados como o de alimentos semi-prontos, higie-

ne e limpeza e eletroeletrônicos. A Roland 706 com verniz é uma impressora formato 740 X 1 040mm, com velocidade de 16 000 folhas/hora. O equipamento opera com cartão de até 1mm de espessura e, segundo a IPP, empresa que o vendeu à Ápice, possui sistema de aplicação de verniz através de racle de câmara, dispositivo que “intensifica o brilho dos trabalhos”. www.apice.ind.br (11) 4221-7000

Aula prática e teórica sobre rendering Adeptos da teoria de que no mundo do design gráfico boas idéias podem ser substituídas por outras bem menos criativas, mas apresentadas com linhas, contornos, jogos de sombra, texturas, cores e outros detalhes de acabamento cuidadosamente trabalhados, quatro profissionais do setor se uniram para escrever o livro “ABC do Rendering”. Lançada em dezembro pela Editora Infolio, a obra reúne extensa galeria de imagens, e busca discutir a coexistência das técnicas de representação manual e digital, mostrando que o desenho feito à mão ainda tem espaço nos cada vez mais informatizados departamentos de criação. Além disso, o livro, como o nome indica, traz dicas práticas sobre rendering, termo que no jargão dos profissionais de design deno-

mina o conjunto de técnicas de representação destinadas a comunicar visualmente o maior número de informações sobre determinado objeto, simulando muitas vezes a realidade. Os autores são os designers Marcelo Castilho, Ericson Straub, Paulo Biondan e Hélio de Queiroz.

Marcas próprias A LatinPanel, empresa especializada em pesquisa de consumo, concluiu, a partir do seu Painel Nacional de Consumidores, que realiza anualmente 340 mil entrevistas, que as classes ABC são responsáveis por 77% das vendas das marcas próprias. A pesquisa revela que o consumidor dessas marcas concentra-se no Estado de São Paulo, faz as compras desse produto com regularidade e é mais fiel aos canais de compra. Alcan chega à Rússia 55 milhões de dólares. Esse é o investimento que a Alcan Inc. fará para entrar no mercado de embalagens da Rússia, seguindo a proposta da empresa de se instalar em países em desenvolvimento. Serão construídas duas indústrias nas regiões de Moscou e São Petersburgo, que começarão a produzir até abril de 2006. Agroevolução O sistema brasileiro de destinação final de embalagens usadas de defensivos agrícolas recolheu 13 710 toneladas de recipientes entre janeiro e novembro de 2004, índice 91,9% superior ao do mesmo período de 2003 (7 144 toneladas). Quem informa é o inpEV – Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias, gestor do programa. Beleza pura A britânica Rexam inaugurou no início de dezembro, em Jundiaí (SP), sua nova fábrica de embalagens para o setor de cosméticos da unidade Rexam Beauty Packaging. Com a nova fábrica, que custou R$ 8 milhões, a empresa irá aumentar em 60% a capacidade de produção até o fim do primeiro trimestre de 2005, passando a processar 160 toneladas de resinas por mês. Braskem investe em PVC A Braskem irá investir cerca de R$ 90 milhões em 2005 na sua unidade de PVC de Marechal Deodoro (AL). Ela poderá fabricar até 250 000 toneladas anuais da resina, 50 000 a mais que sua atual capacidade.

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Nova tecnologia para barris As novas enchedoras de barris da KHS Till já estão funcionando na Fuller Smith & Turner, uma das

maiores cervejarias do Reino Unido. Uma das grandes vantagens dos equipamentos é a velocidade. As máquinas processam por hora até 280 barris de chope 30, 50 ou 58 litros. A tecnologia utiliza um controle de volume e fluxo que assegura enchimento e pressurização adequados, além de lavar e organizar os recipientes.

www.khs-till.de

Suporte eletrônico expandido Os inspetores eletrônicos não serão mais os únicos equipamentos beneficiados pelo Teleservice, ferramenta de suporte à distância da Krones. O sistema agora está disponível opcionalmente para outras máquinas, como sopradoras, enchedoras e rotuladoras, permitindo que manutenções possam ser feitas sem que um técnico esteja na planta do cliente. Como toda a comunicação é feita por computadores, a Krones defende que o atendimento é mais rápido e o tempo de parada das máquinas, menor. Outra vantagem da solução diz respeito aos ganhos de monitoramento. Com o Teleservice, um técni-

co da Krones permanece conectado ao equipamento do cliente, podendo “detectar eventuais falhas de maneira mais ágil e precisa”, afirma a assessoria de imprensa da empresa.

(11) 4075-9500 www.krones.com.br

Crown põe todas divisões na web Atuando nos mercados de pré-formas e garrafas PET, latas de alumínio para bebidas e tampas plásticas, o grupo Crown lançou um novo website brasileiro. A página reúne as duas divisões da empresa (produtos metálicos e plásticos), trazendo referências da Petropar Embalagens, que atua na injeção e sopro de préformas, e a Crown Tampas, companhia ligada ao grupo conhecida por fornecer sistemas de fechamento para embalagens, como flip-top, child resistance e tamper evidence. “A criação do novo site faz parte de nossos investimentos em pesquisa e tecnologia, com os quais buscamos

um parque industrial moderno e com grande capacidade de inovação”, diz Adriana Scanavaca, que atua na área de desenvolvimento de mercado e negócios da empresa.

(11) 5054-4000 www.crowncork.com.br

Flexíveis de PE especial em alta Produzindo de filmes técnicos para embalagens de laboratórios e indústrias químicas a polietileno (PE) com aditivo ultravioleta empregado em estufas agrícolas, a Sincoplastic prevê vender 24 milhões de reais neste ano, 9,6 milhões de reais a mais que o movimento de 2004. Para alcançar a meta, a empresa investiu 1,2 milhão de reais na reestruturação e aquisição de equipamentos, ampliando a capacidade instalada de 2 250 toneladas para 2 640 toneladas de plástico transformado por ano (aumento de 40%). Atualmente, as petroquímicas Braskem, Politeno e Polietilenos União fornecem 80% de todas resinas usadas pela Sincoplastic. O restante é comprado indiretamente, via distribuidores. A principal matéria-prima dos filmes plásticos

produzidos pela empresa é o polietileno, consumido nas versões com densidade baixa, alta e baixa linear (PEAD, PEBD e PEBDL). Tendo como principais clientes laboratórios e indústrias químicas, a Sincoplastic planeja maior concentração no setor alimentício, onde os filmes plásticos extrudados em sua fábrica podem ser usados para empacotamento automático de embalagens paletizáveis, alimentos in natura e congelados. Neste ramo, a principal cliente é a Braslo, fornecedora de carnes e pães para a rede McDonald´s. A Viton, área de embalagens plásticas da fabricante de frascos de vidro Wheaton, e o Frigorífico Independência também são clientes da Sincoplastic.

(11) 5821-4029 www.sincoplastic.com.br

Força para o departamento de compras Especializada em pesquisas, levantamentos e demais informações sobre o mercado de embalagens, a Datamark está lançando no Brasil o Cost Drivers, serviço destinado a monitorar a evolução dos custos de embalagens prontas e seus insumos. Desenvolvida para a área de suprimentos de fabricantes de bens de consumo e de embala-

gens, a ferramenta pode ser usada para planejamento de orçamento, trazendo “controle de custos, objetividade nos relacionamentos B2B e identificação potencial para substituição de materiais de embalagens”, diz Graham Wallis, diretor da empresa.

(11) 2162-1790 www.datamark.com.br

Sunnyvale traz novidade em inspeção Um novo equipamento para inspeção e controle de qualidade de produtos acondicionados foi lançado pela Loma, empresa representada pela Sunnyvale no Brasil. É o Raio X Signet, com grau de proteção IP 55, que detecta metais, pedras, vidros, plásticos densos, ossos e cerâmicas. Além de design inovador, tem sistema de refrigeração interno que dis-

pensa o uso de ar comprimido.

(11) 3048-0147 www.sunnyvale.com.br

Chás lançam embalagem em Taiwan Fundada em 1953, a Ten Ren Tea, maior produtora de chás de Taiwan, afirma ter conseguido se desgarrar da concorrência com a implantação de pouches resseláveis do tipo “gusseted” (com as laterais sanfonadas) em suas linhas de produtos. Posta em prática em abril de

2003, a iniciativa da Ten Ren marcou a estréia dessa embalagem em Taiwan, onde se estima haver 23 milhões de consumidores de chás. Para lançar a novidade, a produtora teve o apoio da Thomson Printing & Packing Corp., convertedora taiwanesa que adquiriu uma máquina da japonesa Nishibe para produzir os pouches com zíperes da americana Zip-Pak. A Thomson utiliza filmes de PET, de PET metalizado a vácuo (VMPET) e de polietileno de baixa densidade linear (PEBDL) de alta barreira nos pouches da Ten Rea, impressos em seis ou oito cores em rotogravura. www.zippak.com www.thomson-pp.com.tw

Novo simulacro do vidro A Eastman anunciou o lançamento da resina EB062, a mais nova integrante do portfólio The Glass Polymer para a produção de embalagens para cosméticos e produtos de higiene pessoal que simulam a aparência do vidro. De acordo com a Eastman, a nova resina é uma alternativa ao vidro para a obtenção de frascos de parede fina sem sacrifício da transparência e da resistência química para liberdade de design. “A maioria dos plásticos para a fabricação de embalagens transparentes sempre possuíram severas limitações para designs com paredes finas”, aponta Vincent Gugumus, diretor de desenvolvimento de mercado da Eastman. “A EB062 é especialmente voltada para garantir paredes finas em processos de sopro.” www.eastman.com

Tampa ajuda a vender mais As linhas de sucos Sunland Plus e Goa, da belga Sunnyland, acabam de ser lançadas em garrafas de PET com a tampa Plasti-Twist de 33mm de diâmetro, da Amcor White Cap. Está nos planos da Sunnyland estender o uso desse sistema de fechamento às demais linhas de sucos que produz, todas acondicionadas em garrafas feitas in-house e

que estão substituindo gradualmente as embalagens cartonadas assépticas utilizadas anteriormente. Segundo a empresa, desde a migração de embalagem suas vendas aumentaram 18%. A Plasti-Twist de 33mm é uma tampa de duas peças feita de polipropileno (PP), com liner para garantir barreiras. www.amcorwhitecap.com

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Licor sem distorções Para diferenciar seu licor de maracujá Passoã, a Rémy Cointreau entregou à Sleever International a tarefa de decorar a garrafa de vidro do produto, de formato singular, com um rótulo termoencolhível de alto apelo premium. “A garrafa angular do Passoã foi um dos formatos mais complexos que já receberam um sleeve”, afirma Eric Masson, diretor de vendas da Sleever para a Europa. “Ele requer uma taxa de encolhimento do rótulo de 71%, algo que só pode ser feito satisfatoriamente com tecnologias avançadas no rótulo e na aplicação.” O pulo-do-gato, ele diz, foi o uso da tecnologia Powersleeve Evolution 3, que posiciona o rótulo com alta precisão. “Se não se faz isso corretamente é muito fácil acabar com um rótulo distorcido”, explica o executivo. www.sleever.com

O Boticário para pré-adolescentes O lançamento de O Boticário Xtreme, desodorante colônia direcionado a garotos de 8 a 13 anos, tem visual assinado pela M Design. A logomarca e o nome estão presentes no vidro de 95ml, fornecido pela Wheaton, e no cartucho, da Antilhas. As tampas são da Bristol e da Pivaudran. Linhas horizontais e letras distorcidas são a marca do logotipo.

Rótulo de cerveja didático A cervejaria Baden Baden, de Campos do Jordão, lança a Celebration de Verão, que integra o time da Baden Baden Celebration, uma série de cervejas gourmets especiais com edições limitadas. A nova cerveja é do tipo weiss. Uma novidade é o contra-rótulo, que vem com explicações de como degustar a cerveja da forma correta: dividindo o conteúdo da garrafa entre dois copos de 300ml e formando o creme ao final. A garrafa, de vidro âmbar, é fabricada pela Saint-Gobain. As tampas são da Tapon Corona, enquanto os rótulos, auto-adesivos em papel laminado e impressos em flexografia, são da Soft Color. O design foi desenvolvido pela M Design.

Um chantilly que não desanda fácil A belga Puratos acaba de lançar o Ambiante, um novo creme vegetal para creme chantilly naturalmente branco, sem adição de corantes. Uma característica do produto é a sua textura mais lisa, que não forma bolhas. Segundo o fabricante, o creme batido dura de 8 a 12 horas sem refrigeração. O produto é acondicionado com a tecnologia UHT (Ultra High Temperature), da Tetra Pak. O design foi desenvolvido na sede da Puratos, na Bélgica.

Lava-louça em lata Marca forte na região Sul do País, a indústria Jimo lançou o seu detergente em pastilha para máquinas de lavar louças em embalagens especiais. O lava-louça Jimo foi acondicionado na lata Batplus, da Brasilata, que oferece o produto em maior quantidade. Enquanto a embalagem convencional em cartucho de papel cartão traz 25 pastilhas, a lata oferece 50 unidades.

Almanaque Isso é que é jogo de cintura Pouco depois da II Guerra, a Philips resolveu entrar num novo negócio: plásticos. Criou o polipropileno cristalino e uma variável de polietileno, que ganharam o nome comercial Marlex. Logo os produ-

tos passaram a ser utilizados pelas mais diversas indústrias. Na de brinquedos, o Marlex gerou uma febre quando, em 1958, a Wham-O lançou o hula hoop, um aro de polietileno para girar na cintura. Em três meses foram vendidos 3 milhões de unidades, a menos de 2 dólares. Em um ano, 100 milhões. O hula hoop ganhou o mundo. No Brasil, rebatizado bambolê pelo publicitário Hugo Maia, foi lançado pela Estrela, no mesmo ano que nos EUA. Vendeu mais de 200 000 unidades em cinco meses. Hoje, raras crianças desejam o bambolê. Com muito jogo de cintura, a Wham-O continua a fabricá-lo.

Embalagem sem cola Quem é quarentão ou quase deve lembrar do slogan “dura lex sed lex, no cabelo só Gumex”, que celebrizou essa marca de produto para assentar o penteado. Substituído nos dias atuais por modernos géis, o produto, um pó em sachê plástico para diluição em água ou álcool, era acondicionado em embalagem de papel cartão que se poderia chamar de ambientalmente correta, pois se fechava apenas por dobras. Cola, nem pensar – a não ser o produto em si, verdadeira goma.

Da Vila Almeida para o mundo Ao anunciar a mudança de logotipo, que retrata a recente reestruturação por que passou, a Poly-Vac S/A utilizou a palavra “pioneira”. Não é um recurso infundado de propaganda. Ela foi, de fato, a primeira indústria do mundo a conseguir produzir embalagens de polipropileno termoformadas com tecnologia de pré-aquecimento. É fruto da persistência do fundador da empresa, Raimondo Arippol,

que inventou um sistema para aquecer e estirar o material, permitindo sua impressão. Para isso, ob-

servou durante cinco anos os equipamentos de fabricação disponíveis, fazendo adaptações e testes até obter um produto que muitos diziam ser impossível obter. Não era. Da fábrica da Poly-Vac no bairro de Vila Almeida, em São Paulo, saíram em 1973 as primeiras embalagens do tipo hoje utilizado para acondicionar margarina no mundo inteiro: potes impressos de polipropileno, como o da foto.

Um uso incomum para o papelão ondulado Além de matéria-prima indispensável para embalagens de transporte, o papelão ondulado vem sendo usado em diferentes países para um fim inusitado: produção de urnas funerárias. Ao menos para quem não planeja enterros suntuosos, caixões de papelão ondulado apresentam duas vantagens em relação aos de madeira: são mais baratos e consomem me50 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2005

nos recursos naturais. Seu uso ainda é restrito, mas há quem acredite que, com o lançamento de modelos incrementados, essa situação mudará. A DS Smith Packaging, tradicional empresa britânica do ramo de embalagens celulósicas, por exemplo, está investindo

na fabricação de um féretro mais requintado. Montado por encaixes, suporta até 125 quilos de peso e possui fundo resistente a líqüidos. Lançado no ano passado, é indicado para cremações e enterros, e, segundo a empresa, tem tido boa aceitação no Reino Unido e na África do Sul.

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