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Sem vaticínios tresloucados
N
Wilson Palhares Observamos que nossos prognósticos não têm sido disparatados. Isso tem sido obtido graças à crescente profissionalização da equipe e a sua intimidade cada vez maior com o setor
a próxima edição, E MBALAGEM M AR CA encerrará o ano com uma reportagem de capa que, em sete anos sucessivos de publicação, se consolidou como um documento aguardado pelos profissionais da cadeia de embalagem. Refiro-me ao tema Tendências e Perspectivas, modesta tentativa de ajudar as empresas do setor no planejamento do exercício seguinte, usualmente feito neste período. Interpreto a expectativa em relação a esse serviço, por nós desenvolvido com base no vasto volume de informações que chega à revista no dia-a-dia,
como indício de que temos mantido bom equilíbrio: não ficamos na obviedade nem extrapolamos para vaticínios tresloucados. Na verdade, costumamos cercar-nos de todos os cuidados, para fazer projeções seguras. A cada ano, ao repassarmos o trabalho apresentado doze meses antes, observamos que, no geral, temos acertado, pois nossos prognósticos não têm sido disparatados. Isso tem sido obtido graças à crescente profissionalização da equipe e a sua intimidade cada vez maior com o setor. Em resposta à qualidade de
informação que a revista oferece, leitores e anunciantes têm nos brindado com inestimável apoio, o qual retribuímos com mais investimento destinado a aperfeiçoar o produto. Nessa linha, acabamos de ampliar a equipe com a contratação de Lívia Deorsola, jovem jornalista que certamente contribuirá, com o esforço e o talento demonstrados em curto período de convívio com a redação, para reforçar ainda mais o conceito em que o público tem EMBALAGEMMARCA, o de ser a revista mais completa do setor. Até dezembro.
nº 75 • novembro 2005
12 14
Celulósicas
Cartuchos de papel cartão enobrecem sabonetes Lux Luxo sem alterar seu preço nas gôndolas
Reportagem de capa: Embalagens de Vidro
Preços represados dos plásticos e recentes casos de sucesso reavivam o interesse de diversas indústrias pelos recipientes de vidro
36 40 44
22
Materiais
30
Plásticas
32
Alimentos
3
Tetra Pak e Poly-Vac investem para conseguir nacos do mercado de alimentos sensíveis
Garrafas de PET substituem as embalagens de vidro nos isotônicos Gatorade
Embalagens são a estratégia usada em um mecado acirrado pela chegada da argentina Arcor
Metálicas
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Leandro Haberli Silva
[email protected]
Livia Deorsola
Food service
Departamento de Arte Carlos Gustavo Curado (Diretor de Arte)
Consumo de queijos processados cresce, modernizando sistemas de acondicionamento
48
72
Guilherme Kamio
[email protected]
Pack Expo Las Vegas 2005 apresenta o melhor desempenho de sua história
Entrevista: José Ricardo Roriz
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Reportagem Flávio Palhares
Pack Expo
Flexíveis
54
[email protected]
Coca-Cola é lançada em garrafa de alumínio, numa edição especial para casas noturnas
46
52
Diretor de Redação Wilson Palhares
[email protected]
José Hiroshi Taniguti (Assistente) Administração Marcos Palhares (Diretor de Marketing) Eunice Fruet (Diretora Financeira)
Novo fabricante de ração para cachorros evidencia movimentações no setor de embalagens
Departamento Comercial
[email protected]
Karin Trojan Wagner Ferreira
Diretor do departamento de competitividade e tecnologia da Fiesp comenta o impacto da nanotecnologia na indústria de embalagens
Circulação e Assinaturas Marcella de Freitas Monteiro
[email protected] Assinatura anual: R$ 90,00
Mercado
Público-Alvo
Nestlé relança Leite Ninho em embalagem com formato de balde de ordenha
EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que ocupam cargos de direção, gerência e supervisão em empresas integrantes da cadeia de embalagem. São profissionais envolvidos com o desenvolvimento de embalagens e com poder de decisão colocados principalmente nas indústrias de bens de consumo, tais como alimentos, bebidas, cosméticos e medicamentos.
Matérias-primas
Resinas especiais garantem mais resistência às sacolas tipo camiseta – e melhor imagem de marca aos supermercados
Filiada ao
Label Expo
Mais novidades apresentadas durante a feira européia de conversão e impressão de rótulos
Índice de Anunciantes
Impressão: Congraf Tel.: (11) 5563-3466
Relação das empresas que veiculam peças publicitárias nesta edição
EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SP Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463
Editorial A essência da edição do mês, nas palavras do editor
Display Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens
26 Panorama Movimentação no mundo das embalagens e das marcas
64 Conversão e Impressão Produtos e processos da área gráfica para a produção de rótulos e embalagens
74 Almanaque Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens
Filiada à FOTO DE CAPA: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY
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Salsaretti ganha novo visual Em comemoração aos 50 anos da marca Etti, responsável por 20% do faturamento da Parmalat, a empresa lançou o ExtratoFácil, integrante da linha de produtos à base de tomate Salsaretti. Além dos incrementos do novo molho – de consistência mais cremosa, de acordo com a empresa –, toda a linha traz novidades de layout em suas caixas assépticas, de 370g, e latas, de 350g. Com o intuito de destacar os produtos nas gôndolas, o design passou a apresentar os ingredientes dos molhos na impressão da lata, agora feita diretamente no invólucro pelo processo de litografia.
Segundo o gerente de marketing de vegetais da Parmalat, Luciano Dualib Uvo, a alteração acarreta uniformidade na apresentação final da embalagem porque reduz a variação de qualidade da impressão – antes feita em rótulos de papel –, além de adicionar brilho ao resultado final. A uniformização da identidade visual dos atomatados visa fixar o conceito de “família repleta de sabores”, conforme explica Uvo. A agência responsável pelo desenvolvimento é a Pandesign. As latas são fornecidas pela Metalúrgica Prada, e as caixinhas são da Tetra Pak.
Toddy também em sachê individual A fim de conquistar consumidores de 12 a 17 anos, a PepsiCo está lançando uma nova extensão de linha de Toddy. Trata-se do Toddy Tentações, novidade que combina o achocolatado em pó com pedaços de cookies e confeitos. Em duas variantes, o produto chega ao mercado em cartuchos de papel cartão da Igel, que contêm cinco sachês 30g – cada porção prepara um copo de 200ml. Quem produz os envelopes é a catarinense Inplac. O design é da Narita Associados.
Frisco repaginado para o verão De olho na chegada do verão, a Divisão de Alimentos da Unilever reformulou o visual de sua linha de refrescos em pó Frisco (versões standard e light), comercializada em sachês da Embalagens Flexíveis Diadema. Procurada, a Unilever não informou a agência de design responsável pelo projeto.
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Grupo Suissa moderniza rótulos As linhas de desodorantes squeeze da Topper e da Suissa, do Grupo Suissa, ganharam novos rótulos em Heat Transfer da Technopack. Os consumidores podem escolher entre as fragrâncias Amazonian, Brisa Tropical, Frescor da Manhã, Flores da Primavera, Naturalle, Toque de
Lavanda e Odor de Rosas, na linha Suissa, e Athletics, Explosion, Special Sports e Sense, na linha Topper. Cada variante é identificada por uma cor. As embalagens, de polietileno, são fabricadas pela Vibraço. O design dos rótulos é assinado pela própria Suissa.
Porção que não engorda A Salware estende para todo o Brasil a versão de 20 gramas do chocolate diet branco, que era comercializado apenas no Paraná. O produto fez sucesso no estado do Sul, e segundo pesquisa da empresa, 20 gramas de chocolate diet é a quantia ideal para ser
consumida diariamente pelas pessoas que não querem abusar das calorias. A embalagem do tablete de 20g foi desenvolvida pela designer Juliana Dissenha e é impressa em hot stamping dourado pela Gráfica Mertens, de Curitiba.
Caixa de bombons da Garoto é redesenhada A tradicional caixa de bombons da Garoto foi modernizada, e o logotipo da marca ganhou volume. A cor continua a mesma: amarela. Ganharam destaque na caixa as embalagens dos bombons, que também foram redesenhadas. O novo desenho foi desenvolvido pela FutureBrand. Os estojos são produzidos em papel cartão triplex pela Brasilgrafica.
Embalagem para brincar A Klabin apresentou na Expofruit 2005, que ocorreu de 20 a 22 de outubro em Mossoró, no Rio Grande do Norte, as embalagens para frutas que viram brinquedo. Os dois modelos de caixa de papelão ondulado que se transformam
em ônibus e no personagem infantil “Bocão Papaia” podem ser usados para mamão e manga. O objetivo das embalagens é incentivar o consumo de frutas entre as crianças. As caixas foram desenvolvidas pela própria Klabin.
Escovas ganham novo blister A Bitufo revitalizou as embalagens de sua linha econômica de escovas dentais. Os blisters são produzidos pela Vilac em papel couché de 85g/m2, com verniz termosselável. São embalagens
para escovas, fio dental e kit odontológico, entre outros produtos. Para os rótulos, a Vilac possui uma impressora digital HP Indigo Press WS 2000, que possibilita atender a pequenas e médias tiragens.
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Rótulo metalizado para atum Gomes da Costa A Gomes da Costa dá continuidade ao crescimento de sua linha de produtos e lança o atum claro na versão Natural (light), em água, opção leve para o atum em óleo. As embalagens de aço produzidas pela
Metalúrgica Prada receberam um atrativo para o consumidor: os rótulos são impressos em papel metalizado – dourado para o atum em óleo e prata para o natural – pela Gráfica 43.
No verão, Kibon com menos calorias Às vésperas do início do verão, estação do ano em que a indústria de sorvete faz a festa, com 70% das vendas do período, a Kibon, divisão da Unilever, antecipa lançamentos e coloca no mercado novos sabores e produtos com calorias zero e sem adição de açúcar, além de tipos reformulados, agora em potes de 2 litros. A empresa detém 70% do mercado de picolés e cones, e 54% das tortas e massas. Talvez pela instabilidade do clima dos últimos tempos, Paola Cortaza,
diretora de marketing da marca, espera apenas que os números sejam mantidos, mas não declarou expectativas amplificadas para a época mais quente do ano. “Pretendemos continuar com essa fatia, que já é significativa”, avalia. O investimento para a temporada 2005/2006 chega aos 30 milhões de reais e inclui forte campanha publicitária. As embalagens não sofreram grandes alterações, mas os Sabores do Brasil (linha Carte d´Or), que recriam em sorvete sobremesas tipicamente brasileiras, como o brigadeiro e o doce de abóbora com coco, ganham em transparência nos potes de plástico. Nos rótulos, predominam as cores verde e amarela. Outras novidades são o Kibon Cornetto ChocMix, a volta do clássico Sonho de Valsa (em parceria com a Kraft Foods) e da linha Light. Apesar do calor habitual – um pouco ameno ultimamente, é verdade –, o Brasil ainda é visto como um mercado a ser mais explorado; afinal, apenas 2,8 litros de sorvete são consumidos por pessoa a cada ano. No Chile, país de clima muito mais fresco, o consumo chega a 6 litros por ano para cada habitante, segundo dados informados pela Kibon.
Design adaptado ao mercado brasileiro A Coty coloca no mercado brasileiro os desodorantes Adidas Active Body Care for Women, linha de desodorantes com a tecnologia SmartTech, inovação que introduz o conceito de “desodorantes inteligentes” no país. De acordo com a empresa, os desodorantes agem conforme a necessidade do corpo, e o ingrediente ativo encapsulado em micro-esferas que são liberadas gradualmente, de acordo com o aumento da ativi-
dade do corpo. As embalagens do aerossol são de alumínio, fabricadas pela Exal Packaging e pela Rexam, nos Estados Unidos. Os frascos do roll-on, produzidos pela mexicana MC Plasticos são de polietileno de alta densidade e as tampas de polipropileno, com rótulos da também mexicana Flexo Print. O design segue a linha da Adidas International, adaptado ao mercado nacional.
Barras de cereais em stand-up pouch Com apelo à conveniência de uso e ao consumo em porções individuais, está no mercado a nova embalagem stand-up pouch de Nutry MiniMix, da paranaense Nutrimental, com 10 unidades de mini-barras de cereais de 12 gramas, em sete sabores. Desenvolvida pela Komatsu Design, de São Paulo, os sachês são fornecidos pela Milplast, convertedora situada em São José dos Pinhais (PR).
Nestea tem novo projeto gráfico O novo projeto gráfico do chá pronto para beber Nestea, da CocaCola, preserva a cor azul como elemento identificador, na versão regular do produto. O prata de fundo, para a versão light, retoma o padrão já adotado para os
produtos da linha light da Coca-Cola Brasil. As embalagens, desenvolvidas pela Oz Design, mostram um copo de chá visto de cima, e têm uma onda, na parte superior, que identifica, pela cor, a variação dos sabores limão, pêssego,
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tangerina e maracujá. Nestea está disponível em latas de 340ml, fornecidas pela Rexam, e
em garrafas de PET de 1,5l nos sabores pêssego, limão, pêssego light e limão light.
As novas cervejas sazonais de sempre A Cervejaria Baden Baden, de Campos do Jordão (SP), lança a Celebration Verão 2006, uma cerveja sazonal que integra seu time de cervejas especiais. A edição de 2006 dá seqüência à linha Celebration, que possui cervejas especiais para o inverno e o verão. A edição deste ano é uma cerveja do tipo weiss, elaborada com maltes de cevada e trigo. A cervejaria coloca no mercado também a Christmas Beer, bebida que foi lançada no ano passado apenas para a época de Natal. É um produto do tipo ale, levemente frisante. As garrafas são fabricadas pela Saint-Gobain, com rótulos da Soft Color e tampas da Tapon Corona. O desenho é da M Design.
Sobre a embalagem da maionese Soya A redação recebeu do sr. Gian Piero Bortone, gerente de vendas da Premiumplastic Embalagens, correio eletrônico afirmando não corresponder à realidade a informação contida no título de nota publicada na página 8 da edição anterior de EMBALAGEMMARCA (“Maionese Soya sai do PET para o vidro”). Sintetizamos a mensagem: “A Bunge (antiga Sanbra /Santista), tinha a maionese marca Maionegg’s em vidro, passando por volta de 1998 a comercializá-la em potes de polipropileno. Aproximadamente em 2001 voltou para o vidro e, mais recentemente houve a troca da marca Maionegg’s para Soya e Delícia (ambas em vidro). Ou seja, essas marcas nunca trabalharam com PET, como descrito na reportagem. Isso demonstra uma visão tendenciosa ou fonte de informações incorretas?”.
R: Tratou-se simplesmente de uma informação equivocada, devido à pressa na apuração. Como é norma em EMBALAGEMMARCA, registramos as correções de nossos erros sempre que identificados e pedimos desculpas aos leitores. Quanto à referência a “visão tendenciosa”, acreditamos que as 75 edições sucessivas de EMBALAGEMMARCA são uma demonstração suficiente de nossa postura imparcial e ética.
celulósicas >>> higiene pessoal
Luxo com custo aceitável Unilever revigora imagem dos sabonetes Lux com cartuchos de papel cartão
A
REFORMULAÇÃO - A nova linha de sabonetes Lux Luxo dispensa rostos famosos, mas traz embalagens mais sofisticadas
mudança das embalagens de toda a linha de sabonetes Lux Luxo, da Unilever, traz uma questão que parece fazer parte da própria gênese da marca, responsável por uma fatia de 32,6% do mercado: o luxo. Não que a substituição dos flow packs de polipropileno bi-orientado (BOPP) por cartuchos de papel cartão configure uma reformulação radical. Mas, aliada à campanha publicitária, que pela primeira vez em muitos anos não traz o rosto de uma celebridade (uma das últimas personalidades a ilustrar a divulgação do produto foi a modelo Gisele Bündchen, em 2003), ela traduz a tentativa de ampliar a gama de consumidoras da marca. Ou seja, envereda pela senda do “luxo acessível”, agregando valor ao produto sem exagerar nos custos. “Os sabonetes estão mais modernos, e a idéia é democratizar os produtos de luxo, deixando-os ao alcance do consumo de massa”, diz Mara Pezotti, gerente de marketing de sabonetes da Unilever. Como o intuito é penetrar em diversas classes sociais, apesar da nova embalagem o preço dos sabonetes da linha reformulada – que inclui três novas variantes, com as fragrâncias de chocolate, pétalas de rosas e guaraná –, foi mantido em menos de 1 real. “Graças a extensas negociações com os fornecedores”, revela Mara, “conseguimos oferecer um sabonete de luxo por 85 centavos”. Foram necessários dois anos para adaptar os ingredientes e contratar fornecedores, conta a gerente de desenvolvimento de embalagens da Lux, Claudia Bugni. Na opinião da executiva, as maiores vantagens da substituição são agregar valor ao produto, oferecer maior proteção aos sabonetes e destacá-los no ponto-de-venda. As embalagens dos novos produtos, criadas pela agência inglesa Lippa Pearce e adaptadas ao mercado nacional pela brasileira Rex Design, são fornecidas pela Impressora Paranaense, do grupo Dixie Toga. Segundo o designer Gustavo Piqueira, da Rex, as caixinhas de cartão e a volta do nome Luxo à marca foram adotadas apenas no Brasil – daí as adaptações de tamanho e material, além da criação da variante regional Lux Suave, de cor roxa. Entre reformulação da marca e comunicação, foram gastos 30 milhões de reais, investimento à altura de um mercado que produz cerca de 200 000 toneladas e que movimenta quase 1,5 bilhão de reais por ano, segundo estimativas. As pesquisas de desenvolvimento duraram dois anos e 3 000 brasileiras foram ouvidas para que se chegasse à mescla de gastronomia e cosmética, prática que se afina a uma tendência mundial, como aponta a perfumista francesa e criadora das novas fragrâncias, Isabelle Abram, da Givaudan.
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AÇÃO
LG : DIVU
FOTOS
Impressora Paranaense (4l) 275-5132 www.dixietoga.com.br Rex Design (11) 3862-5121 www.rexnet.com.br
reportagem de capa >>> embalagens de vidro
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Interesse reaceso Preços volúveis dos plásticos (re)valorizam o vidro e inspiram discussões sobre os efeitos das mudanças de embalagem para a imagem das marcas
“Hoje, sem preços represados, temos maior competitividade com outros materiais de embalagem que no passado, e ela só não é maior porque o dólar baixo atenua em parte a alta do petróleo”, pontifica Alexandre Marchezini, diretor de vendas e marketing da Owens-Illinois do Brasil (antiga Cisper), grande vidraria instalada no país. “Acreditamos que a estabilidade A produção de econômica e algum crescimento na embalagens de vidro renda também venham favorecenno Brasil cresceu do o cenário melhor”, interpreta Paulo Drummond, diretor comercial da CIV – Companhia Industrial de Vidros, baseada em Recife. Para no primeiro se ter idéia, o refluxo de negócios trimestre e em embalagens dos últimos meses até inspirou a Owens-Illinois a lançar uma campanha publicitária que estapeia os plásticos com luva de no segundo pelica através do mote “todo mundo está migrando para o vidro”.
4,6%
9,6%
novembro 2005 <<<
EmbalagemMarca <<< 15
FONTE: FGV
O
viés de alta do petróleo e a incerteza dos seus preços futuros vêm fazendo mais que inflacionar as bombas de gasolina e embalar as vendas de automóveis flex. Evocados em planilhas e reuniões, eles já reavivam os apelos de embalagens que, nos últimos anos, vinham sendo preteridas por plásticos nas mais variadas pontas de gôndola. Tome-se o caso dos recipientes de vidro. Abalados pela sanha da redução de custos industriais e pelas guerras de preço no varejo, eles passaram a perder, sucessivamente, clientelas em categorias como alimentos, bebidas, medicamentos e até em cosméticos. Sucede que após terminar 2004 em queda de 11%, a produção dessas embalagens cresceu 4,6% e 9,6% nos dois primeiros trimestres deste ano, radiografa um balanço da Fundação Getúlio Vargas (FGV) feito a pedido da Abre – Associação Brasileira de Embalagem. Os últimos três meses, de acordo com o setor vidreiro, também sorriram aos negócios de garrafas, potes, frascos e afins.
FOTO: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY
Por Guilherme Kamio
Reuso pode ser lucrativo Ocorre que o colosso americano em refrigerantes descobriu a duras penas, com o ataque das tubaínas encilhadas nas garrafas de PET difundidas por ela própria no país, que o vaivém dos vasilhames revertia para si em reserva de mercado. Embora a Coca-Cola não divulgue números, Marchezini confirma: o desempenho das vendas das novas retornáveis da CocaCola, incluídas as marcas Fanta e Kuat, surpreende, principalmente as das garrafas de 1 litro e de 1,25 litro.
FOTOS: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY
CONTRAMÃO – Maionese Soya deixou o plástico e adotou o vidro
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Tradicionais e atuais ao mesmo tempo Os principais atributos técnicos e de marketing proporcionados pela embalagem de vidro Transparente e elegante: o consumidor vê o que compra. Os produtos ganham uma imagem nobre, sofisticada e confiável. Higiênico: o vidro é fabricado com elementos naturais, protegendo os produtos durante mais tempo e dispensando conservantes. Inerte: o vidro não reage quimicamente. Por ser neutro, os produtos não sofrem alterações de sabor ou de qualidade. Versátil: formas, cores e tamanhos são detalhes que fazem diferença no pontode-venda.
Múltiplo uso: as embalagens de vidro podem ser reaproveitadas. Prático: após o uso, o produto pode ser retampado, caso não seja consumido em sua totalidade. Resistente: mudanças bruscas de temperatura, cargas verticais e umidade não são problema para as embalagens de vidro. Microondas: pode ser usado diretamente no forno de microondas. Impermeável: por não ser poroso, o vidro funciona como uma barreira contra qualquer agente exterior, mantendo assim os produtos frescos, aumentando o shelf life em relação a outros tipos de embalagens.
Outro importante produto esteado no vidro, para o qual se aventava, em conversas de bastidores, a corrida para as alternativas plásticas, mostra como não se pode ignorar a força da identificação do consumidor com embalagens clássicas. Trata-se do Nescafé, que está chegando ao mercado numa edição limitada, em quatro potes de vidro fabricados pela O-I e pela Saint-Gobain com decorações especiais. Em alto relevo, os novos potes do café solúvel da Nestlé trazem referências a produtos como café, pimenta, sal e farinha, de modo a sugerir às donas de casa itens para reabastecer os potes quando vazios. “O objetivo da promoção é agregar valor à marca através do principal recipiente de Nescafé, que é o pote de vidro”, explica Enrique Granados, gerente de marketing de Cafés da Nestlé, aludindo ao apelo de reutilização intrínseco dos recipientes de vidro. Esse atributo, aliás, tem sido jogado para escanteio pelas principais marcas de requeijão do país, que bateram em revoada para as embalagens plásticas (embora haja quem considere, não sem razão, que na verdade esses requeijões não deixaram o vidro; nas palavras de um dirigente de vidraria, a apresentação em plástico
RETORNO – Coca-Cola reinveste no vaivém do vidro
FONTE: O-I DO BRASIL
Um dos casos emblemáticos dessa (re)valorização das embalagens de vidro vem da Bunge Alimentos. Usuária maciça de embalagens plásticas, produzidas em linhas próprias, a empresa acaba de bancar a reestréia de sua maionese Soya, lançada em 2003 em potes plásticos, em vidro da Owens-Illinois. O reposicionamento rema contra a debandada de marcas de maioneses para os plásticos, puxada há cerca de dois anos pela líder de mercado Hellmann’s, da Unilever. “O consumidor considera o vidro imbatível em higiene e nobreza para o acondicionamento de maioneses”, sustenta Marchezini, aludindo aos resultados de uma pesquisa sobre percepção de embalagens de maionese encomendada pela O-I ao instituto de pesquisas Ipsos, meses atrás. Em outros segmentos, entretanto, as marcas notórias, ou de referência, têm contribuído com a escalada do vidro. É o caso da Coca-Cola, que de cerca de dois anos para cá está reativando sua família de garrafas retornáveis de vidro, investindo forte para que elas ultrapassem a participação de 30% em seu packaging mix.
STUDIO AG – ANDRÉ GODOY
REFIL – Nestlé aposta na reutilização dos potes especiais de Nescafé e sugere reposições (foto no topo)
AÇÃO
RESISTÊNCIA – Nadir Figueiredo perdeu grandes clientes em requeijões, mas tem atraído novas marcas, como a Coronata
DIVULG
reflete o downgrade desses matinais, que nem se chamam mais requeijões, e sim “especialidades lácteas com requeijão cremoso” – ou seja, a rigor, transformaram-se em outros produtos). O setor vidreiro, porém, vê indícios de que o copo de vidro persevera como embalagem prezada pelo consumidor. A Nadir Figueiredo defende essa bandeira. Dois anos atrás, os copos de requeijão aquinhoavam 50% de seu volume de produção. Hoje, esse percentual é de 35%. Segundo a Nadir, boa parte dos consumidores chiou com a ida dos requeijões para os plásticos, tanto é que uma linha de copos com o mesmo perfil dos de requeijão, lançada neste ano, faz sucesso em sua divisão de ativos de mesa (ver EMBALAGEMMARCA nº 71, julho de 2005). O que também passa recibo da força dessas embalagens como referência da categoria é que, como uma brigada de resistência, alguns fabricantes de requeijão – requeijões, mesmo, e não “especialidades” – continuam na apresentação tradicional. São os casos de marcas como Itambé, Danúbio (Vigor), Aviação e Copocrem (Catupiry). Há poucas semanas, a Nadir ganhou até um novo cliente nessa área, o requeijão do laticínio Coronata. “O copo de vidro oferece flexibilidade, fato comprovado por promoções feitas nos últimos anos com decorações diferenciadas, é bem visto pelo consumidor e de fato enobrece produtos”, diz um profissional de marketing de uma fábrica de requeijões que pede para não ser identificado. “No entanto, as direções das fábricas alegam que os plásticos barateiam o custo do produto, o que é vital para penetrar nas classes de baixa renda”. Em contrapartida, a Nadir reafirma a competitividade
Empurrão das cervejas A subsidiária brasileira da vidraria francesa também acusa bons ventos em seus negócios em embalagens, especialmente garrafas para bebidas. “O momento de dinamismo do mercado de cervejas tem ajudado muito”, aponta Liberali. A Saint-Gobain é a fornecedora, por exemplo, da embalagem da mais nova variante
da cerveja premium Bohemia, a Confraria: uma garrafa com pintura vitrificada, que lhe proporciona aparência de cerâmica (destacada em EMBALAGEMMARCA nº 73, setembro de 2005). “O vidro também vem sendo a opção número um das ascendentes microcervejarias, pelo seu inquestionável apelo de distinção”, salienta André Liberali. Cervejas, a propósito, vêm igualmente aquecendo as fornadas da O-I. Depois dos sucessos recentes da Skol Beats e da Skol Big Neck, “produtos demonstrativos das possibilidades de inovação em formato de garrafas”, nas palavras de Alexandre Marchezini, a AmBev está se apoiando em long necks da O-I para o início da
FOTOS: DIVULGAÇÃO
dos copos, ressaltando um exemplo recente: o sucesso do relançamento da pasta de avelã com chocolate Nutella, da Ferrero do Brasil, que trocou o pote de plástico por copos de vidro com alto apelo como utensílio doméstico. Mas não é apenas na competição direta com contratipos plásticos que os recipientes de vidro ensaiam uma volta por cima. As vidrarias vêm sendo sondadas quanto a possibilidades de atendimento até em nichos blindados da volubilidade das altas das resinas termoplásticas. Exemplo é dado pelo segmento de conservas, que de meses para cá tem convertido linhas antes fiadas em latas de aço para potes de vidro. Nos casos da Owens-Illinois e da Saint-Gobain, esse movimento acontece a reboque de investimentos de duas importantes marcas dessa área, a Quero e a Olé, que migraram das latas para potes de vidro em itens como ervilhas, milho verde e seleta de legumes. “Acreditamos que esse é um mercado que pode render altos volumes de negócios nos próximos anos”, sentencia André Liberali, gerente de vendas e marketing da Saint-Gobain Embalagens.
AQUECIMENTO – Bebidas têm exigido novas (e sofisticadas) garrafas da Saint-Gobain, como as dos sucos Brisk e da água Vittalev, decoradas com rótulos termoencolhíveis, e a da Bohemia Confraria, com quê de cerâmica
Não haverá demanda reprimida, garantem vidrarias Muitas indústrias interessadas em lançar produtos em embalagens de vidro ou estudando a possibilidade de migrar linhas já existentes para elas têm a seguinte preocupação: o setor vidreiro será capaz de atendê-las? O questionamento faz sentido ao se consultar estatísticas da Abividro – Associação Brasileira Técnica das Indústrias Automáticas de Vidro. Uma tabela no website dessa entidade de classe dá conta de uma diminuição da capacidade instalada no segmento de embalagens. Se em 1999 a capacidade era
de 1,497 milhão de toneladas por ano, em 2004 ela foi de 1,277 milhão de toneladas. As vidrarias, no entanto, asseguram que têm punch para atender aumentos de escala. “Não há risco algum de demanda reprimida”, diz Alexandre Marchezini, diretor de vendas e marketing da Owens-Illinois do Brasil. André Liberali, gerente de vendas e marketing de embalagens da Saint-Gobain, faz coro, ao lembrar que as capacidades dos fornos são constantemente revisadas pelas vidrarias, de modo a apresentarem “folga para cinco
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ou dez anos”. A Wheaton, por sua vez, informa que possui um forno estepe, capaz de aumentar sua produção anual, hoje de 800 000 frascos, em 25%. Fator que também contribui para desanuviar previsões de desabastecimento no mercado doméstico é o dólar baixo, que têm reprimido exportações. “Nossas vendas para o exterior vinham num grande embalo, tendo aumentado 30% nos últimos três anos, mas tivemos de tirar o pé por causa do câmbio desfavorável”, situa Renato Massara Jr., diretor comercial da Wheaton.
que o momento favorável ao vidro não se restringe ao eixo Sul-Sudeste, vêm da nordestina CIV, que concentra boa parte dos negócios em embalagem nas suas cercanias. Entre os recentes casos de destaque está o da nova garrafa do rum Montilla, da Pernod Ricard, bebida que goza de 94% de share em sua categoria no Nordeste. “O shape foi atualizado, e agora traz linhas mais modernas, arredondadas e atraentes, como forma de aumentar o impacto no ponto-devenda”, diz Paulo Drummond. Quem assina a reformulação visual dessa embalagem é a 100% Design. Outra garrafa recém-lançada foi a Touriga, para atender à crescente demanda de vinícolas do Vale do São Francisco. “Ela possui cor âmbar, seguindo a tradição das embalagens de renomados vinhos europeus”, conta Drummond. Para pegar carona no crescimento das exportações, a CIV também acaba de desenFOTOS: ANDRÉ GODOY
comercialização da Brahma no exterior e para a distribuição da marca belga Stella Artois no mercado nacional. No balcão da Saint-Gobain, outras searas de bebidas que têm rendido interessantes embalagens, ultimamente, são as de sucos prontos – na qual se destaca a garrafa da linha de sucos Brisk, da mineira Agrofruit – e de águas minerais – com a garrafa da Vittalev, água da paranaense Spaipa, uma das maiores engarrafadoras de Coca-Cola do país. Ambas as garrafas têm shapes exclusivos (e, vale dizer, são decoradas com rótulos termoencolhíveis, numa conjugação em crescimento mundo afora). As vinícolas do Sul são outras clientes emergentes da Saint-Gobain. Chancelas de vinhos, como a Miolo, e de champanhes, como a De Gréville, estão entre as principais freguesas dessa área, informa Liberali. Sintomas não apenas da boa relação entre vidro e indústrias de bebidas, mas também de
CONSERVAS – Quero e Olé relançaram ervilha e milho em vidro
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Vaidade sopra frascos Perdas e reconquistas de negócios, em embalagens de vidro, não são exclusividades das raias das garrafas, potes e copos. Pegue-se o exemplo da Wheaton do Brasil. Com o avanço dos frascos de PET e dos blisters de alumínio, sua carteira de clientes da área farmacêutica emagreceu. Munida de visão, a vidraria resolveu investir pesado em recipientes de alto valor agregado. Para começar, transformou uma das linhas produtivas de sua planta no ABC paulista em sala limpa. Bingo. A disparada do mercado de cosméticos no país deu ânimo à estratégia de adição de valor aos seus frascos. Para se ter idéia, só no último ano e meio o faturamento da Wheaton evoluiu 20%. “Os pedidos têm crescido principalmente nas áreas de colônias, cremes de tratamento de pele e cosméticos masculinos”, conta Renato Massara Jr., diretor comercial da vidraria. Ele conta que os gastos em tecnologia de decoração de frascos feitos nos últimos anos vieram ao encontro da sofisticação dos perfumes e produtos de beleza nacionais lançados pelos seus principais clientes, a Avon, a Natura e O Boticário. Deste último, Massara pinça um recente lançamento em frasco de alto apuro: o Rhea, primeiro perfume feminino no mundo feito à base de álcool vínico. De olho numa tendência candente no setor nacional de cosméticos, a segmentação de linhas, a CURVAS – Garrafa do Wheaton acaba de adquirir rum Montilla, feita a operação de decoração de pela CIV: mais atual
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PRESTÍGIO – Crescimento da Wheaton se escora em frascos mais esmerados, como o do perfume Rhea (à dir.), e nas segmentações de linha, como o Linda Brasil (abaixo), derivação do Linda
100% Design (11) 3032-5100 www.100porcento.net Abividro (11) 3255-3033 www.abividro.org.br CIV (81) 3272-4484 www.civ.com.br Nadir Figueiredo 0800 55 2010 www.nadir.com.br Owens-Illinois do Brasil (11) 6542-8000 www.oidobrasil.com.br Saint-Gobain Embalagens (11) 3874-7482 www.sgembalagens.com.br Wheaton (11) 4355-1800 www.wheatonbrasil.com.br
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volver uma linha de garrafas para cachaça, de 700ml – “volume exigido pelos europeus”, nas palavras de Drummond –, e uma nova garrafa de 300ml para sucos prontos, com boca larga, “desenvolvida com olhos no mercado americano”, explica o dirigente da vidraria pernambucana.
vidros da Mega Plast. Até a consolidação da incorporação dos novos ativos à divisão de decoração de frascos já existente na empresa, a Wheaton Decor, prevista para o fim deste ano, Massara acredita num investimento total de 6 milhões de reais. A jogada da Wheaton se deve basicamente a dois fatores. De um lado, a decoração de alto valor é considerada elemento crucial para as exportações – não só da clientela, mas também de frascos vazios. O outro motivo é decorrente das veredas de marketing em perfurmaria. “Ocorre que muitas extensões de linha estão sendo lançadas nos mesmos modelos de frascos dos produtos guarda-chuva, só que com decorações diferenciadas”, observa Massara. Recentes exemplos dessa vertente, vindos do cliente O Boticário, são o frasco da colônia Quasar Fire, cuja pintura vermelha em degradê substitui a azul do Quasar standard, e o frasco da Linda Brasil, no qual uma pintura verde e amarela substitui a decoração do Linda tradicional. “Esses casos, somados aos que vêm se avolumando em alimentos e bebidas, só evidenciam como, a despeito de a competição hoje ser imensa, com diversos materiais disputando os mesmos mercados, a embalagem de vidro está atual e atrativa como nunca”, sentencia Massara. (Colaborou Livia Deorsola)
materiais >>> alimentos
E cresce a companhia Depois das flexíveis, caixinhas longa vida e potes termoformados assediam mercado de alimentos sensíveis, tradicional reduto das latas e do vidro
P
or décadas dominado pelas latas e pelos potes de vidro, o mercado nacional de embalagens para alimentos sensíveis e de alta acidez se transfor-
mou em objeto de assédio, de meses para cá, de avançadas estruturas plásticas flexíveis. Agora, novos jogadores estão entrando para valer na briga por negócios nessa área: a gigante em caixi-
nhas longa vida Tetra Pak e a Poly-Vac, pioneira na produção de embalagens termoformadas de polipropileno. Nas próximas páginas, EMBALAGEMMARCA detalha essas duas investidas.
Chega a Tetra retortable
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A
proveitando a ocasião da Food Pack 2005, feira de embalagens para a indústria alimentícia ocorrida em São Paulo entre o fim de agosto e o início de setembro, a Tetra Pak promoveu o début no Brasil da Tetra Recart, uma caixinha à qual a alcunha de longuíssima vida cai bem. Explica-se. Ela é a primeira cartonada asséptica retortable da carteira de embalagens da empresa, ou seja, é capaz de suportar, após seu enchimento, a esterilização do conteúdo por autoclave, sob altas temperaturas – condição sine qua non para a distribuição sem refrigeração de itens alimentícios como sopas com pedaços, vegetais em conserva, rações úmidas e refeições prontas. Com paredes compostas por nove camadas intercaladas de papel cartão, folha de alumínio e plástico (polietileno) em vez das seis das caixinhas convencionais, a Recart garante uma vida de prateleira de até dois anos ao seu conteúdo. De modo a garantir a percepção de valor pelo consumidor, a novidade incorpora um sistema de fácil abertura, fiado em micro-perfurações a laser na aba que fecha o seu topo. Para acessar o produto acondicionado, o consumidor destaca a aba utilizando somente as mãos, sem a necessidade do auxílio de objetos cortantes (veja o infográfico). De início, a Tetra Recart estará disponível nos volumes de 300ml, 400ml e 500ml, em duas linhas de produção form-fill-seal com
APELO – Fácil abertura, feita só com as mãos (abaixo), é um grande trunfo da Recart
COURO GROSSO Em vez das tradicionais seis camadas, paredes da Recart possuem nove
cadências distintas. Na configuração mais veloz dos equipamentos é possível processar até 24 000 embalagens por hora (até 100 milhões de embalagens por ano). No que diz respeito às possibilidades de design gráfico, a Tetra Pak informa que a Tetra Recart permite qualidade superior de impressão, com registros com qualidade fotográfica. A subsidiária brasileira da multinacional sueca de embalagens frisa também o apelo ambiental da novidade: ela responde
por apenas 4% do peso total dos produtos – e é reciclável. “Ainda estamos mapeando possibilidades de negócio com a Recart, mas vale dizer que ela vem sendo objeto de grande curiosidade e de consultas nas últimas semanas, até de setores que não imaginávamos chance de interesse”, diz Eduardo Eisler,
Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br
diretor de desenvolvimento de negócios da Tetra Pak. Segundo ele, a Recart já está sendo utilizada com sucesso na Europa, em linhas de feijões e vegetais em conserva da francesa Bonduelle (na foto na página anterior), nos Estados Unidos e no México, em chili e outros produtos da culinária mexicana.
Por aqui não foi para a frente. Lá fora, foi Em meados de 2002, a Tetra Pak anunciou a intenção de difundir no Brasil o uso de sua caixinha Tetra Rex na área de alimentos sólidos. À ocasião, a idéia fora adotada pela paulista Dori Alimentos em linhas de confeitos e salgadinhos (veja EMBALAGEMMARCA nº 48, junho de 2002). A sugestão de uso prostrou no país. Lá fora, porém, não. Veja-se o caso da espanhola SIRO. Ela acaba de lançar os snacks Rio em caixinhas Tetra Rex Slim, de 1,5 litro, com o fechamento FlipClip, uma espécie de clipe plástico, e uma janela transparente, que permite aos consumidores visualizar o produto. Outro tira-gosto da SIRO, o Try, no sabor pizza, também está debutando nas gôndolas espanholas em caixinha Tetra Rex Slim, de 1 litro, com o FlipClip.
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Termoformados longa vida
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STUDIO AG – ANDRÉ GODOY
F
oram dois anos de pesquisas e testes até a paulistana Poly-Vac, importante transformadora de embalagens plásticas, concluir o projeto daquela que anuncia como a primeira linha de recipientes termoformados de alta barreira do país. Sob o nome comercial PolyLife, as novas embalagens são formadas a partir de uma chapa plástica especial, em que uma camada de EVOH (copolímero de etileno e álcool vinílico) é ensanduichada entre duas de polipropileno (PP). Resultado: os alimentos acondicionados ganham uma avançada proteção à umidade e ao oxigênio. “Até agora o mercado nacional era órfão desse tipo de embalagem”, conta Antonio Carlos Silva Junior, gerente comercial da Poly-Vac. Segundo ele, a inovação substitui com vantagens as embalagens hoje utilizadas em mercados como os de alimentos em conserva e de derivados de tomate. “Além de garantir alta produtividade no envase a quente desses itens, os potes Poly-Life não quebram, não amassam nem enferrujam”, diz o executivo, cotejando os atributos da nova cria com pontos considerados negativos das embalagens que ela visa enfrentar – potes de vidro, flexíveis e latas de aço. Geléias, frutas, sucos, patês, refeições pré-preparadas e rações também estão na mira. Ambiciosa, a perspectiva da Poly-Vac é conquistar 20% desses mercados em dois anos. “O diferencial da Poly-Life será o custo, mais atrativo que o dos materiais concorrentes”, diz Antonio Junior, suscitando ganhos logísticos pelos fatos de os potes serem leves e telescopáveis (permitirem encaixes). A adaptação da Poly-Life a linhas já existentes de embalagens concorrentes, garante
sua fornecedora, depende apenas de pequenos ajustes, para os quais é dada toda a assistência técnica. A novidade em embalagens pode ser utilizada para a comercialização de produtos distribuídos sob temperatura ambiente, refrigerados ou congelados, e já conta com laudos do Cetea – Centro de Tecnologia de Embalagens para Alimentos do ITAL – Instituto de Tecnologia de Alimentos, de Campinas (SP), atestando sua adequação à conservação de alimentos por prazos prolongados, sendo que a shelf-life será dimensionada conforme a necessidade de cada produto. Quanto às possibilidades de formatos e decoração, a Poly-Vac informa que a Poly-Life pode ser desenvolvida com desenhos personalizados, transparente ou colorida, e ser entregue impressa ou sem impressão, para a utilização de rótulos ou luvas. “Queremos que a marca Poly-Life se torne sinônimo desse conceito de embalagem”, remata Antonio Junior.
Barreira
ESTRUTURA – Embalagens Poly-Life são termoformadas a partir de chapas que conjugam polipropileno com EVOH
Poly-Vac (11) 5541-9988 www.poly-vac.com.br
MAIOR VIDA – Potes comuns (à esq.), permitem grande contato do alimento acondicionado com oxigênio e umidade, o que acelera sua oxidação; barreira nos novos potes da Poly-Vac diminui essa interação, prolongando a validade dos produtos
Nova flip top dois em um
Câmbio com data marcada A direção do grupo Tetra Laval informou que o sueco Dennis Jönsson irá assumir como CEO mundial da Tetra Pak em 1º de janeiro de 2006. A decisão devese ao fato de que Nick Shreiber, atual CEO da multinacional, anunciou que irá se desligar do cargo, após cinco anos de gestão. Jönsson já foi alto-executivo da Tetra Pak no Panamá, nos Estados Unidos e no México.
A Crown Tampas está lançando no mercado nacional um novo modelo de tampa oval, do tipo flip top, para o fechamento de frascos de itens de higiene pessoal – xampus, condicionadores e cremes, por exemplo. Conforme explica a área de marketing da fornecedora, a novidade é
dois em um: permite aos produtos serem expostos de forma regular ou top side down (de cabeça para baixo). Disponível nos orifícios de 3mm e 6,3mm, a tampa pode ser desenvolvida com cores especiais.
(11) 5054-4013 www.crowntampas.com.br
Energia limpa A alemã Hofmühl será a primeira cervejaria do mundo a funcionar com energia solar. Num acordo firmado durante a feira de negócios Drinktec 2005, a empresa terá uma nova fábrica projetada pela produtora de equipamentos Krones. A energia solar irá aquecer a água utilizada para dissolver o malte e o lúpulo na fabricação de cerveja, que é geralmente baseado em gás. Prêmio ao plasma O projeto de reciclagem de caixinhas longa vida por plasma, nacional e inédito no mundo, recebeu o Prêmio CNI 2005, da Confederação Nacional da Indústria, na categoria Desenvolvimento Sustentável, modalidade Produção Mais Limpa. A planta de plasma, situada em Piracicaba (SP) e aberta em maio, é fruto de uma parceria entre Klabin, Tetra Pak, Alcoa e TSL Ambiental.
“Em muitos países há uma forte atuação das instituições de ensino, formando profissionais e estimulando o desenvolvimento de projetos de interesse da indústria. Precisamos fazer o mesmo aqui, já que a embalagem representa hoje 10% do faturamento das empresas”
Recomendação pelo social A C-Pack Creative Packaging é a primeira empresa fabricante de tubos plásticos da região Sul do Brasil a ser recomendada à certificação pela Norma SA8000 – Responsabilidade Social, que busca a garantia dos direitos básicos dos trabalhadores e a melhoria contínua das condições do ambiente de trabalho. Olhar aos dez Responsável por diversos trabalhos em design, sendo os mais recentes a reformulação das embalagens da Aspirina, da Bayer, e a criação das embalagens da nova linha de lanternas Rayovac, a agência OlhoGráfico está completando dez anos. Segundo a diretora Maria Elisa Tendolini, a empresa quer explorar o segmento de construção de marcas.
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De Antônio Carlos Dantas Cabral, do Instituto Mauá de Tecnologia, sobre o papel a ser exercido pelo Comitê de Educação, recém lançado pela Abre – Associação Brasileira de Embalagem. Cabral será o coordenador da divisão.
Papelão com programa de cooperativas Ciclo Sustentável é o nome do programa lançado no início de outubro pela Coopercaixa – Cooperativa Paulistana de Caixas e Chapas de Papelão Ondulado e a Cooperlínia, de Paulínia (SP), para promover a integração dos fornecedores de matérias-primas (aparas de papelão) com os fabricantes dos produtos finais (chapas e caixas de papelão). A meta é
eliminar processos e custos intermediários, gerando ganhos econômicos, sociais e ambientais para toda a cadeia envolvida. Em evento de lançamento do programa, os ministros Luiz Marinho, do Trabalho, e Luiz Dulci, da Assessoria Especial da Presidência, prometeram apoio do governo à iniciativa.
(11) 4644-1190 www.coopercaixa.com.br
Triunvirato lidera lembrança de marcas Dentre todas as marcas, independentemente de categoria, Omo, Coca-Cola e Nestlé foram aquelas mais lembradas pelo consumidor brasileiro em 2005. As três foram as tops das tops na 15ª edição da pesquisa Top Of Mind, realizada pelo instituto Datafolha e pelo diário Folha de S. Paulo. O índice de recall de marcas, dividido em 40 categorias, baseou-se em 5 085 entrevistas em todo o país. A mais recente versão do estudo faz
deferência às sete marcas que desde a primeira edição, em 1991, venceram suas categorias: Volkswagen, em automóveis; Philips, em eletro-eletrônicos; Coca-Cola, em refrigerantes; Hellmann’s, em maioneses; Omo, em sabões em pó; Kibon, em sorvetes; e Doriana, em margarinas (todas as últimas quatro, a propósito, pertencentes à Unilever).
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ especial/2005/topofmind
Sobremesas em suportes cristalinos Há cinco anos no mercado de xícaras descartáveis para café, a paulista Small Cup estréia agora na área de potes descartáveis para sobremesas. Disponíveis nas cores verde, rosa, azul e amarela e nos tamanhos de 250ml,
300ml e 400ml, os potes são produzidos em PET cristal. A Small Cup informa possuir representantes em todo o território nacional.
(19) 3295-1286 • www.smallcup.com.br
Livro condensa design da 100% A agência paulistana 100% Design criou um livro com uma coleção de seus trabalhos, incluindo diversos casos detalhados de desenvolvimento de embalagens. Com o nome de Olhar 100% – Perfil Estratégico, o portfólio, com 120 páginas, foi lançado durante um evento promovido no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, em meados de outubro. Fundada há quatro anos, a 100% Design já ganhou prêmios internacionais como o How’s International Design Competition e do London International Advertising Design Awards.
(11) 3032-5100 www.100porcento.net
Exportação de sebo com bag próprio Produtora de embalagens do tipo bag-in-box, a Embaquim acaba de criar uma variante específica para a exportação de sebo. O Flextainer é uma bolsa plástica gigante, de seis camadas, com capacidade para armazenar 24 000 quilos de produto. Mede 4,5 metros de largura por 7,5 metros de comprimento e sua matéria-prima básica
é o polietileno linear de última geração. “Apostamos que com a questão da febre aftosa o sebo se torne um item muito mais exportável e importante para os frigoríficos em termos de preço”, entende Ronaldo Canteiro, presidente da Embaquim.
(11) 272-7263 www.embaquim.com.br
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plásticas >>> isotônicos
Agora ela é inquebrável Para explorar apelo da segurança, Gatorade troca vidro por garrafa de PET
N
o Brasil, quando se pensa em bebida isotônica, a imagem de garrafas de vidro bojudas identificadas com a marca Gatorade vem à cabeça de muitos consumidores. Em que pese a força de tal associação, essa bebida, criada para repor a energia dos atletas de um time de futebol americano da Flórida e prestes a completar 18 anos no Brasil, onde detém share de quase 77% no mercado de isotônicos (dado da ACNielsen), acaba de aposentar as garrafas de vidro de 473ml e aderir a novas, de PET, de 500ml. Segundo a PepsiCo, a controladora da marca, a leveza e o novo desenho da garrafa permitem que ela seja carregada de modo conveniente, sem o risco de cair e quebrar. “Em lugares como a praia e as escolas a garrafa de plástico é muito mais segura”, argumenta Graziela Vitiello, gerente de marketing de Gatorade. “A novidade permite à marca entrar em novos espaços”. Uma amostra da importância da substituição de embalagem é a forte campanha publicitária, lastreada em diversos meios de comunicação. Na televisão, um comercial mostra as garrafas intactas mesmo após caírem no chão. Mídias de ambiente aberto, Ampac Packaging +1 (513) 671-1777 www.ampaconline.com
Inapel (11) 6462-8800 www.inapel.com.br
como bancas de jornal, bike banners, aerodoors e relógios de rua serão exploradas na cidade do Rio de Janeiro, para aproximar a novidade dos freqüentadores das praias. Outdoors e anúncios em cinemas e em grandes revistas completam o rol de ações. A fornecedora da nova embalagem plástica de Gatorade é a Amcor PET Packaging – empresa que, cerca de dois anos atrás, também participou da substituição de recipientes de vidro pelos de PET no caso de uma outra marca de referência em sua categoria, a maionese Hellmann’s, da Unilever. Os rótulos roll-fed de BOPP (polipropileno bi-orientado) são produzidos pela Inapel e têm concepção gráfica da Oficina d´Design. Na parte de fechamento, as novas garrafas inquebráveis adotam tampas plásticas de rosca e selos de vedação por indução. A PepsiCo não revela o valor investido na estratégia. Sabe-se, porém, que a expectativa em torno das vendas da nova apresentação é grande. Ao lado das batatas fritas da Elma Chips, Gatorade teve grande mérito no faturamento 13% maior da PepsiCo no terceiro trimestre de 2005, em comparação com o mesmo período de 2004. A receita passou de 7,26 bilhões para 8,18 bilhões de dólares. Amcor PET Packaging (11) 4589-3062
[email protected]
ENERGIA – Para a PepsiCo, “PET abrirá novos espaços à bebida”
Oficina d´Design (11) 5051-8844 www.oficinaddesign.com.br
Seaquist Closures (11) 4143-8900 www.seaquistclosures.com
Insatisfeito com formulações e apresentações das bebidas isotônicas da praça, o americano Mark Jensen, um atleta e ex-funcionário da Nike, apostou na pró-atividade e criou a sua própria, a Gleukos. Em relação à fórmula, apostou num concentrado de glicose – substância que provê energia de forma quase instantânea aos atletas, pois é absorvida pelos músculos e pela corrente sanguínea sem necessitar ser digerida. Quanto à embalagem, recorreu ao expertise da
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Ampac Flexibles, que criou um standup pouch sintonizado com exigências dos atletas. Seu perfil, parecido ao de uma ampulheta, o torna ergonômico e fácil de guardar no bolso ou em cintos para jogging. O consumo da bebida é facilitado por uma válvula antivazamentos, recoberta por uma tampa do tipo sport cap, a EZ Turn Cap, da Seaquist Closures. “O pouch que criamos é 80% mais leve e ocupa 50% menos espaço do que as embalagens rígidas”, compara Jensen.
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Com a visão de quem entende
alimentos >>> panetones
Disputa pela maior fatia Com produção brasileira, a argentina Arcor tenta abocanhar parte do mercado de panetones, dominado pela Bauducco Por Livia Deorsola
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S
FEITO AQUI – A argentina Arcor investiu R$ 3 milhões na linha brasileira, que inclui as marcas Triunfo e Aymoré
e o Natal é época de rituais e tradições, um de seus maiores símbolos gastronômicos, o panetone, é uma espécie de arauto de novidades, tanto em termos de paladar quanto em apresentação visual. Ao mesmo tempo em que a variedade de sabores e combinações demonstra não ter limites, o apelo das embalagens revela um esforço dos fabricantes para seguir a linha das inovações. O diferencial nas gôndolas não é facilmente alcançado e, nessa luta, o mercado passa a ser ainda mais disputado com a investida de peso da argentina Arcor, que encerra 2005 com fabricação de panetones em território brasileiro. Até o ano passado, os panetones eram importados do país vizinho e chegavam até aqui, já finalizados e acondicionados, apenas por meio de distribuidores e pela Venda Direta Arcor. Se antes o produto vinha com DNA inteiramente argentino, incluindo as embalagens, agora o processo será quase totalmente brasileiro, exceto o fornecimento de embalagens. Parte delas continuará vindo da Argentina, mas volumes, valores e nomes não são divulgados pela empresa. Com a adoção do endereço brasileiro na produção, os panetones que chegam ao varejo
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sofreram reformulações. “Mudamos o produto e, portanto, a embalagem também apresenta dimensões e layout novos”, conta Gabriel Porciani, gerente de marketing dos negócios de chocolates e panetones da Arcor. Os panetones são apresentados em caixas de papel cartão, em bolsa de polipropileno bi-orientado (BOPP), e em lata de folha-de-flandres. A estratégia da empresa consiste em alavancar duas marcas de biscoitos advindas da Danone: Triunfo e Aymoré. A empreitada ganhou força em 2004, quando a companhia e a Danone fizeram uma fusão na área de biscoitos, somando uma receita líquida de 300 milhões de dólares, aproximadamente. Segundo Porciani, as marcas não serão distribuídas de maneira uniforme em todo o país. “Para aproveitar a força dos nomes em cada região, Triunfo terá como foco os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro; Aymoré, o Estado de Minas Gerais, e os panetones Arcor serão comercializados nacionalmente, mas com maior foco na região Sul”, explica. “Quanto à logística, ganhamos tempo para distribuição e maior flexibilidade em nossas negociações”, resume o executivo. A expectativa é que a Arcor consiga enfrentar a gigante Bauducco, detentora de mais de 70% do mercado nacional. Para tanto, foram investidos 3 milhões de reais na criação da linha de produção em Campinas (SP) e outros 1,5 milhão serão empregados em marketing. Foram necessários sete meses até que a linha de produção estivesse em fun-
cionamento no Brasil. Sem revelar números sobre a participação no mercado, a Arcor diz apenas que quer aumentar em quatro vezes as vendas de panetones, em relação a 2004.
Mercado de gigantes A dimensão do mercado brasileiro de panetones justifica os altos investimentos. Embora o consumo anual per capita seja baixo, se comparado a outros países – apenas 300 gramas por habitante, inferior aos 650 gramas consumidos pelos argentinos e aos 2 quilos pelos italianos –, o Brasil já é o segundo maior produtor do mundo desse tipo de bolo, atrás apenas da Itália. Atenta a esse cenário e à chegada da concorrente, a Bauducco afirma lançar a maior promoção de Natal já feita antes. Em cada embalagem promocional de 500 gramas de panetones e chocotones, desenvolvida pela 100% Design, o consumidor ganhará um míni Papai Noel – dentre os seis modelos colecionáveis –, que pode ser pendurado em árvores natalinas. O papel cartão utilizado nas embalagens é fornecido por duas empresas: Klabin e Suzano. No primeiro caso, o material é certificado pelo Forest Stewardship Council (FSC), e leva a marca Klafold. A Bauducco também coloca em circulação as tradicionais latas amarelas, que, a cada ano, trazem um layout diferente e, por isso, também são colecionáveis. De acordo com Débora Vasconcellos Micchi, gerente de marketing de sazonais (Natal e Páscoa) da Bauducco e da Visconti, as latas, fornecidas pela Aro, Tapon Corona e Metalgráfica Itaquá, dão um tom mais sofisticado ao produto e atraem, todo ano, consumidores (especialmente mulheres) mais tradicionalistas. PROMOÇÃO – Papai-Noel colecionável da Bauducco promete ser a maior ação promocional da marca
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A marca Visconti, com preços até 20% mais baixos, também recebeu reformulações nas embalagens, assinadas agora pela agência Sart/Dreamker: os logotipos foram padronizados e as cores foram separadas por sabor. “Até o ano passado, os invólucros não tinham identidade bem definida, mas agora trabalhamos isso a partir da estratégia de color code”, informa a gerente. O processo de reformulação teve início com as colombas pascais, na Páscoa. Por causa da boa aceitação, a ação se repete agora. Além disso, a empresa credita às embalagens fundamental papel quando o assunto são as linhas sazonais, já que elas não dispõem de todo o ano para que sejam trabalhadas e, portanto, devem atrair a atenção do consumidor com maior velocidade. REFORMULAÇÃO – logotipos padroniza dos e cores separadas por sabor
Aro (11) 6462-1700 www.aro.com.br Benchmark (11) 3057-1222 www.bench.com.br Brasilgráfica (11) 4133-7777 www.brasilgrafica.com.br COLEÇÃO - Embalagens mais sofisticadas trazem, a cada ano, layout diferente, o que agrada colecionadores
Os produtos voltados ao público infantil, bom propulsor da venda de panetones, apresentam ilustrações dos personagens dos desenhos animados Procurando Nemo e Os Incríveis, em parceria com a Disney/Pixar. As embalagens das duas marcas são impressas pela Brasilgráfica e pela Nilpel, também com papel cartão da Suzano e da Klabin. A Pandurata Alimentos, controladora da Bauducco e da Visconti, espera que o resultado dos 5 milhões de reais investidos entre ponto-de-venda e mídia sejam revertidos em aumento de 8% nas vendas este ano, cerca de 28 milhões de unidades. A estimativa, diz a gerente de marketing, nada tem a ver com a atuação da concorrente recém-aterrissada. Apesar disso, ela admite serem os produtos Visconti os concorrentes diretos da Arcor, por causa dos patamares de preço. “Mas temos a tradição de mais de cinqüenta anos a nosso favor e, ao mesmo tempo, a nova linha de embalagens demonstra que a marca tem vitalidade”, avalia Débora.
100% Design & Comunicação (11) 3032-5100 www.100porcento.net Klabin (11) 3046 5800 www.klabin.com.br Metalgráfica Itaquá (11) 4648-2699 www.metalurgicaitaqua.com.br Nilpel (11) 2191-2300 www.nilpel.com.br Gráfica Romiti (11) 6163-1514
[email protected] Sart/Dreamker (11) 3887-4133 www.sart.com.br Suzano Papel e Celulose (11) 3037-9000 www.suzano.com.br Tapon Corona (11) 3835-8662 www.tapon-corona.com.br
Nos 70 anos da Di Cunto, uma lata para comemorar Há sete décadas no mercado e na contramão das altas tiragens, a Di Cunto, a mais antiga produtora de panetones e doces da América Latina, não altera suas características artesanais e mantém a distribuição concentrada em quatro lojas na cidade de São Paulo. O resto do Brasil recebe os produtos por meio dos revendedores espalhados pelo país, todos atendidos por uma central de vendas. Ao todo, são 280 000 panetones a cada temporada natalina.
Além dos lançamentos de novos sabores, o investimento da empresa familiar para este Natal está na embalagem comemorativa dos 70 anos: uma edição especial e limitada de panetone de 1 quilo, acondicionado em lata decorada, ainda não finalizada. A embalagem é fornecida pela Metalgráfica Itaquá e desenhada pela Benchmark. A idéia é oferecer um presente aos consumidores que, segundo Marco Alfredo Di Cunto, diretor da empresa, se mantêm fiéis
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por causa do modo de produção diferenciado, “artesanal e que respeita as receitas italianas originais”, acredita. “Justamente por se tratar de uma empresa muito tradicional, onde a qualidade dos produtos é um dos grandes atributos de venda, a embalagem tem o importante papel de agregar valor aos produtos”, completa. Tradicionalmente é utilizada uma de papel cartão, impressa pela Gráfica Romiti, com design desenvolvido pela própria Di Cunto.
metálicas >>> bebidas
Garrafa para a “balada” Coca-Cola usa embalagem de alumínio com design artístico para conquistar jovens
FORMATO – Garrafas de alumínio com decorações especiais apostam na remissão à icônica embalagem contour. Da esquerda para a direita, criações da Rex, Caviar, MK 12 e Lobo. Na página ao lado, The Design Republic
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S: DIV ULGA ÇÃO
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maior ícone da Coca-Cola – a garrafa contour – ganhou ares de modernidade e aparece agora em nova versão de 250ml, de alumínio, o mais recente must da área de bebidas (ver EMBALAGEMMARCA nº 74, de outubro de 2005). A iniciativa foi fundo na força de recall do formato: em nenhum dos cinco modelos aprovados da garrafa aparece a marca Coca-Cola. O projeto foi lançado com o objetivo de atingir os jovens “antenados”, que freqüentam casas noturnas – únicos locais onde a embalagem será vendida – e podem pagar mais por uma garrafa especial. Os escritórios escolhidos, batizados pela companhia de M5 (“Magnificent 5”, ou os “5 Magníficos”), foram o inglês
The Designers Republic, representando a Europa, o brasileiro Lobo, na América do Sul, o americano MK12, na América do Norte, o japonês Caviar, para a Ásia, e o sul-africano Rex & Tennant McKay, para a África. A Coca-Cola deu a eles carta branca para que usassem a garrafa como “tela”. A única exigência foi a utilização da onda que integra a logomarca, presente em todas as embalagens da bebida que é o carro-chefe da multinacional. A garrafa de alumínio, sem recortes ou emendas, é decorada com impressão feita com tinta especial, que destaca elementos dos desenhos quando expostos à luz negra usada nas casas noturnas. É produzida pela Exal, nos Estados Unidos, de onde é despachada para os países em que ocorre a promoção. No Brasil, a tampa, tipo crown, é fornecida pela Aro.
Para colecionar Cada modelo da garrafa deve ficar no mercado durante três ou quatro meses. Em seguida, será dado espaço a novas versões, todas com edições limitadas, que deverão ocorrer até o final do próximo ano. “Não há prazo para o fim do projeto, que pode ser estendido para
2007”, diz a diretora de marketing da CocaCola Brasil, Mônica Horcades. A expectativa é que os consumidores colecionem as garrafas, como já acontece com outros itens da Coca-Cola. A primeira embalagem da série, à venda no país desde 21 de outubro, foi criada pelo escritório The Designers Republic, e seu grafismo remete aos anos 70. A segunda versão é a criada pelo estúdio brasileiro Lobo e deve chegar ao mercado no início de 2006. “Como é um projeto mundial, escolhemos a realidade brasileira, usando São Paulo como cenário para mostrar que é possível achar beleza onde aparentemente não existe”, explica Mateus de Paula Santos, diretor de criação e sócio da Lobo. Além da decoração da embalagem, a proposta inclui videoclipes para boates com trilhas sonoras especiais. O Projeto M5 foi lançado simultaneamente na Itália, na Espanha, na Alemanha, no México e nos Estados Unidos. No Brasil, a novidade chega a mais de sessenta casas noturnas das principais capitais.
Aro (11) 6412 7207 www.aro.com.br Exal (Argentina) +54 (2322) 496-226 www.exal.com DESTAQUE – Tinta especial faz garrafa brilhar sob efeito de luz negra
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feira >>> pack expo las vegas ‘05
Uma aposta sem riscos em
Com crescimento, versão da Costa Oeste da feira americana de embalagem Pack Expo Por Guilherme Kamio, enviado especial a Las Vegas
P
araíso da jogatina, Las Vegas também se consolidou, de alguns anos para cá, como principal endereço de eventos corporativos na Costa Oeste americana. Não à toa, o número cada vez maior de feiras de negócios, convenções, congressos, simpósios e que tais lá realizados – no ano passado eles foram mais de 2 300 – revela em boa medida por que essa cintilante cidade, encravada no deserto de Nevada, é a que mais cresce em solo ianque. Tal cenário explica por que o local tornou-se a aposta do PMMI – Packaging Machinery Manufacturers Institute, união dos fabricantes americanos de maquinário de embalagem, para sediar o contrapeso geográfico à Pack Expo de Chicago, feira de negócios lotada no extremo oposto dos Estados Unidos. Além da localização e da infra-estrutura, Vegas ainda proporciona aos profissionais dessa cadeia unir o útil ao agradável, ou seja, packaging com gambling (embalagem com jogo). Revezando-se com a co-irmã de Chicago, que é sempre organizada nos anos pares, a Pack Expo Las Vegas assistiu em 2005 à melhor edição de seus dez anos de vida. Os resultados do show, ocorrido entre os dias 26 e 29 de setembro, inspiraram projeções ousadas. “Dentro de alguns anos a versão de Vegas poderá superar em importância a de Chicago”, especula Bob Risley, presidente do conselho do PMMI. O otimismo dessa previsão advém de uma razão simples: comparada à de 2003, a edição de 2005 da feira
ASSIDUIDADE – A visitação da Pack Expo Las Vegas aumentou 19% em relação à edição anterior, realizada em 2003
evoluiu dois dígitos percentuais em praticamente todos os quesitos. Os 21 907 visitantes significaram um público 19% maior que o da edição passada. A visitação de estrangeiros cresceu 22%. De 933 expositores, em 2003, passou-se para 1 149 expo-
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sitores, ou 23% a mais de estandes. A área do evento também expandiu 14%, passando para 483 000 metros quadrados. Outro destaque do evento, inédito nas versões anteriores da Pack Expo, foi o serviço My PackExpo.
Feira virtual ajuda a real
INTERAÇÃO – O serviço My PackExpo provia informações on-line ao público
Sintoma da tão propalada eficiência americana, o My PackExpo consistia numa espécie de comunidade online que integrava todas as empresas expositoras a todos os visitantes nele inscritos, facilitando buscas de produtos e serviços específicos e funcionando como ferramenta para a integração e a socialização de profissionais da cadeia de embalagem com interesses comuns – o networking velho de guerra. Dessa forma, o público podia estruturar uma agenda de compromissos para a feira antes de sua realização, acessando o My PackExpo
Las Vegas
aproxima-se da irmã de Chicago
através da internet. Ou então, uma vez dentro dos pavilhões do Las Vegas Convention Center, buscar produtos e informações de eventos paralelos em quiosques computadorizados. Vale dizer que, em termos de inovações e novidades, muitas das companhias com estande na Pack Expo de Las Vegas requentaram lançamentos da última edição da Pack Expo de Chicago. É compreensível. Afinal, menos de um ano separou a realização desses dois eventos. Em termos de tendências gerais, percebeu-se entre os fornecedores de máquinas um recrudescimento da necessidade de entrega de equipamentos de embalagem mais inteligentes, seguros, confiáveis e flexíveis – tudo num só pacote. Um exemplo de força disso foi dado pela Bosch Rexroth. A empresa escolheu a Pack Expo Las Vegas para anunciar a introdu-
POLIVALÊNCIA – Krones mostrou rotuladora que abarca vários sistemas de aplicação
ção da tecnologia GenNext em suas máquinas. Passo adiante da tecnologia Gen 3, ela consiste em equipamentos baseados em módulos inteligentes, que descentralizam centros de comando e permitem integrações harmônicas entre atuadores servoeletrônicos, hidráulicos, pneumáticos e lineares, abrindo novas possibilidades de configurações de linhas nas indústrias. Resumo da ópera: a garantia de trocas de serviço, setups e cadências produtivas mais velozes. A propósito da onda de bens de capital mais versáteis, cabe ressaltar que flexibilidade já não é uma possibilidade e sim uma característica destacada na maioria das máquinas que foram expostas na feira. A Krones, por exemplo, sublinhava esse ponto em todas as vedetes de seu estande, como a rotuladora modular NOVA GERAÇÃO – GenNext, união de tecnologias e de constru- Solomodul. Sua flexibi-
ções modulares da Bosch Rexroth, promete maior eficiência
lidade é garantida por um sistema de estações intercambiáveis de rotulagem, o que lhe permite abranger múltiplas técnicas de aplicação – etiquetas aplicadas com cola fria, auto-adesivos, rótulos roll-fed de BOPP aplicados com hot-melt e mangas (wrap-around) pré-cortadas aplicadas com hot-melt. “Isso torna o modelo ideal para quem oferece serviços de terceirização de decoração de embalagens”, situa Konnie Brenneman, relaçõespúblicas da subsidiária americana da Krones. Os destaques do balcão concorrente da KHS seguiam o mesmo moto. Veja-se o caso da Roland HS15. Dedicada à aplicação de rótulos wrap-around, ela é capaz de trabalhar com recipientes de qualquer formato, assevera a KHS. Ademais, incorpora um sistema de troca fácil, do tipo tool-less (sem ferramental). Aliás, a propósito de rotulagem observa-se que os rótulos termoencolhíveis continuam a se desenvolver com força nos Estados Unidos, atingindo a cada dia novas categorias de produto. Como exemplo, a convertedora de rótulos Seal-It sublinhou em seu estande os rótulos desenvolvidos para os frascos
INSTAPAK – Sistema inovador de proteção agora dispensa calor
de vidro dos molhos para saladas da marca Stallone. De PVC, os rótulos são impressos em dez cores em rotogravura, mostrando que o padrão de aceitação de qualidade desse tipo de decoração está a cada dia mais exigente.
Destaques em proteção No quesito proteção de produtos, duas soluções inventivas chamaram a atenção durante a feira. A primeira delas foi o Instapak Quick Room Temperature, uma moderna alternativa a espumas e ao poliestireno expandido para o preenchimento de espaços vazios e proteção de conteúdos de embalagens de transporte.
SHELF LIFE – Multisorb apresentou absorventes de oxigênio em auto-adesivos
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Criado pelo grupo Sealed Air (com subsidiária no Brasil), ele consiste numa espécie de travesseiro que contém dois líquidos químicos especiais. Ao se massagear com as mãos as extremidades do conjunto, os componentes se misturam, permitindo a moldagem do produto às formas do produto protegido. O Instapack já fora apresentado meses atrás, mas requeria o aquecimento do conteúdo para a mistura dos dois componentes. Agora, o processo pode ser feito à temperatura ambiente. A outra solução foi apresentada pela Multisorb: uma nova versão do FreshMax, “seqüestrador” de oxigênio para embalagens de alimentos em formato de etiqueta autoadesiva. Dedicado a estender o frescor e a evitar a proliferação de fungos e bactérias, o absorvente no interior da etiqueta possui forma sólida, o que evita contaminação de produtos caso ela seja acidentalmente danificada. “O novo FREQÜÊNCIA – Nova geração de equipaFreshMax possui uma mentos para RFID foi estrutura que garante destaque da Markem alta adesão à camada selante de bandejas e outros filmes laminados”, afirma John Solomon, da área de desenvolvimento de negócios da Multisorb. Como não poderia deixar de ser, por seu impacto recente nas indústrias americanas, equipamentos focados na tecnologia de identificação por radiofreqüência (RFID) também tiveram grande espaço no evento. Dentre as companhias que apresentaram novidades nessa área e possuem representação ativa no Brasil, a Markem, provedora americana de
soluções em identificação de produtos e codificação, promoveu a estréia de uma nova gravadora/aplicadora de etiquetas RFID de alta velocidade, a Série 800. Capaz de etiquetar até 100 caixas por minuto, o equipamento permite integração com os principais softwares RFID existentes no mercado e é compatível com o EPCglobal Gen 2, nova geração do padrão regulamentar de aplicação de RFID em sistemas de rastreamento e administração de inventário.
par mais do próximo evento, em 2007, até porque o clima quente de Las Vegas é muito parecido com o do Brasil”, brincou, ao fim do evento, o presidente do PMMI, Charles Yuska. Em suma, os organizadores entendem que, para os brasileiros envolvidos com o setor de embalagem, a versão ensolarada da Pack Expo é – diferentemente dos jogos de azar que vicejam em Las Vegas – uma aposta desprovida de risco.
Bosch Rexroth (11) 4075-9070 www.boschrexroth.com.br KHS (11) 6951-8343 www.khs.com.br Krones (11) 4075-9500 www.krones.com.br Markem (11) 5641-8949 www.markem.ind.br
Multisorb www.multisorb.com Seal-It www.sealitinc.com Sealed Air (11) 3833-2600 www.sealedair.com/br PMMI + 52 (55) 5545-4254 www.pmmi.org
Convite aos brasileiros A despeito das novidades em embalagens e máquinas – algumas, aliás, serão tema de cobertura em próximas edições de EMBALAGEMMARCA – e do desempenho inédito da feira, houve um fato a se lamentar: a baixa participação brasileira. Excluindo-se as presenças de alguns (poucos) profissionais de representações locais de companhias americanas, o Brasil só deu as caras em Las Vegas num estande institucional da Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos e numa exposição de premiados no último Prêmio de Design & Embalagem da Abre – Associação Brasileira de Embalagem. “Convidamos os brasileiros a partici-
APURO – Impressão de rótulos termoencolhíveis mostra acelerado avanço no exterior
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food service >>> lácteos
Barreira à altura Fabricante de queijos processados investe em coextrusão
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FOTOS: DIVULGAÇÃO
N
ão é difícil ouvir profissionais do mercado de food service afirmando que a indústria de embalagem ainda não entrou em sintonia com o segmento. Sistemas de acondicionamento pensados para grandes cozinhas industriais, mas nem sempre adequados a estabelecimentos menores, como padarias, pequenos restaurantes, lanchonetes e rotisserias, estão entre os causadores de queixas. É provável que essa alegação seja plausível. Todavia, mais e mais empresas de embalagem parecem perceber as necessidades do mercado de food service, cuja participação na indústria de alimentos cresce sem parar. Exemplo do uso de acondicionamentos convenientes e práticos está sendo dado pela Gvinah, indústria de alimento que vem se especializando na produção de queijos processados. Em busca da liderança desse apetitoso setor, puxado pelo mercado de fast-food e pela indústria de pratos prontos, a empresa acaba de reformular as embalagens da sua linha Jammy. Nela os destaques são as misturas lácteas cremosas com frango, e os queijos processados com provolone, orégano e pimenta, que podem ser usados no preparo de sanduíches e pizzas. Diferenciado-se das embalagens de poliéster disseminadas na categoria, a empresa investiu numa estrutura coextrusada composta de polietileno, adesivo e náilon. Além de boa resistência mecânica, o filme foi escolhido por preservar de modo satisfatório os alimentos da ação de agentes externos. “Embalagens de poliéster nem sempre apresentam as características de barreira a oxigênio necessárias”, diz Pedro Saraiva, diretor da Descartável Embalagens, empresa que fornece os sistemas de acondicionamento. Podendo ser submetido a elevadas temperaturas sem apresentar modificações em suas características, o filme de polietileno e náilon também se adaptou ao processo de envase, que
RESISTÊNCIA – Compostas de náilon e polietileno, embalagens dos queijos Jammy podem ser submetidas a altas temperaturas
Descartável Embalagens www.descartavel.com.br (11) 5633-5678 Gráfico & Web www.graficoeweb.com.br
[email protected]
ocorre a aproximadamente 90º C. Saraiva informa que existem outros materiais com boas características de barreira para acondicionamento de queijos processados. Mas, sob outros critérios, essas alternativas não se revelaram adequadas. Um dos materiais descartados foi o EVOH (copolímero de etileno e álcool vinílico). “Ele apresenta pouca resistência mecânica e custo muito alto”, afirma Saraiva. Impresso diretamente nos filmes em flexografia, o projeto gráfico das novas embalagens da marca Jammy foi desenvolvido pelo designer Fabio Albuquerque, da agência Gráfico & Web. De acordo com David Kaplan, diretor de marketing da Gvinah, as embalagens representam entre 3% e 5% do custo final da nova linha de queijos processados da empresa. Nos cálculos da Abiq – Associação Brasileira das Indústrias de Queijo, o mercado brasileiro de queijos processados movimenta 10 000 toneladas por ano, e deverá crescer 6% em 2005.
flexíveis >>> pet food
Ataque na hora certa
Fabricante de fubá debuta no mercado de rações com embalagens apuradas
FOTO: DIVULGAÇÃO
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PREOCUPAÇÃO VISUAL – Embalagens da linha são impressas em oito cores pela Incoplast
polietileno (PE) e polipropileno biorientado (BOPP). Como explica o diretor da Incoplast, por questões de custo essas são as resinas mais utilizadas no mercado de pet food. A empresa, entretanto, tem trabalhado para disseminar, principalmente entre fabricantes de rações premium, sua linha Incopet, de filmes PET. Segundo Marcelo Schlickmann, a marca busca explorar os apelos da maior resis-
Consumo brasileiro de rações para animais de pequeno e médio portes aumentou
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vezes nos últimos oito anos
Filmes PET vêm aí Dois tipos de material são utilizados na nova linha de rações da Granfino:
www.incoplast.com.br (48) 631-3000
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FONTE: ANFAR
ova evidência do dinamismo que contagia o mercado brasileiro de pet food e, por conseqüência, a cadeia de embalagens especializada nesse setor. Maior produtora fluminense de fubá, a indústria Granfino estreou no mercado de rações para cachorro, investindo 7 milhões de reais na construção de uma nova fábrica e em ações de promoção da recém-lançada marca Grancão. “Foi um investimento alto, mas realizado na hora certa”, diz Felipe Lantimant, gerente de marketing da Granfino. Segundo ele, a empresa foi beneficiada pela baixa do preço do milho, produto essencial na produção de sua linha de ração. Frente aos bons resultados obtidos no mercado de pet food, para o ano que vem a Granfino já planeja o lançamento da linha Grancat, de ração para gatos. No caso da linha Grancão, a empresa buscou alinhar-se à exigência por sofisticação visual que tem caracterizado o segmento de rações para animais domésticos. Nesse sentido, decidiu imprimir as embalagens dos novos produtos em oito cores. O fornecedor dos sistemas de acondicionamento é a Incoplast, considerada um dos principais convertedores de sacarias do mercado brasileiro de pet food. “Crescemos nesse segmento porque investimos muito em préimpressão e clicheria, além de termos apostado em novas impressoras e equipamentos de coextrusão que produzem filmes com três e cinco camadas”, diz Marcelo Schlickmann, diretor da Incopolast.
tência mecânica e de barreiras mais eficientes a gases, umidade e odor. “Esse material foi desenvolvido após anos de pesquisas”, conta o executivo. “Infelizmente, porém, surgiram produtos vendidos como similares, mas que apresentam falsas barreiras.” Com três fábricas no país, a Incoplast dedica apenas a planta de Santa Catarina ao ramo de embalagens para ração. Nessa unidade, o mercado de pet food responde por 20% da produção. A empresa recentemente começou a atuar na região Nordeste do país, onde está investindo em máquinas de rotogravura para atender setores como os de café, biscoitos e chocolates. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais, o consumo brasileiro de rações para animais de pequeno e médio portes quintuplicou nos últimos oito anos, e o Brasil produziu no ano passado 1,4 milhão de toneladas de ração.
entrevista >>> José Ricardo Roriz
“Logo as embalagens irão conversar com o consumidor”
J
á foi dito que a nanotecnologia é a ciência do século 21. Ao trabalhar no nível molecular, manipulando materiais com dimensões milhares de vezes menores que o diâmetro de um fio de cabelo, seu impacto na vida moderna seria comparável ao da tecnologia nuclear, dos aviões supersônicos, da internet ou até mesmo do telefone celular. É difícil prever, em todas as suas vertentes, as mudanças que a nanotecnologia causará no cotidiano de empresas e pessoas. Mas sabe-se que o campo para aplicações industriais de materiais elaborados com precisão molecular é imenso. Um dos setores produtivos que mais interessam os cientistas e empresas por trás das pesquisas envolvendo nanotecnologia é a cadeia de embalagem. Tintas que mudam de cor para indicar alterações indesejadas na composição de produtos acondicionados, filmes, papéis e materiais plásticos mais resistentes, com visuais chamativos e texturas diferenciadas, ou ainda dotados de barreiras praticamente intransponíveis a gases, umidade e luz. Esses são alguns exemplos de aplicações de nanotecnologia no mercado de embalagem. Nesta entrevista, José Ricardo Roriz, diretor do departamento de competitividade e tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), fala sobre essas possibilidades com o know-how de quem ajudou a organizar em junho último o Nanotec 2005, primeiro evento brasileiro para tratar de nanotecnologia aplicada à indústria. Embora o tema evoque cenários futuristas, o encontro, organizado em conjunto com o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), provou que a nanotecnologia não está tão distante no tempo. No campo dos materiais têxteis, por exemplo, os cientistas já afirmam ser possível produzir roupas que não amassam, não mancham
e ainda processam informação. No setor de cosméticos, os desenvolvimentos com nanotecnologia vêm contribuindo para o lançamento de novas fragrâncias e de formulações que prometem revolucionar mercados como o de cremes anti-sinais. Na indústria de embalagem também não faltam provas de que a adoção de materiais elaborados com a técnica é iminente. A Braskem anunciou investimento de 3,5 milhões de dólares em um projeto de desenvolvimento de novas resinas plásticas que devem ser lançadas em 2006. A RhodiaSter, por sua vez, foi parceira de um projeto desenvolvido na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), cujo objetivo é oferecer uma embalagem plástica que aumente a durabilidade de alimentos e bebidas. Mais recentemente, a Suzano Petroquímica anunciou que deverá lançar em poucos meses no Brasil uma resina de polipropileno produzida à base de nanotecnologia, que será oferecida às indústrias usuárias de embalagens de alimentos e para a produção de peças plásticas usadas no setor automobilístico. Acumulando suas funções na Fiesp com o cargo de diretor-superintendente da Unidade Polipropileno da própria Suzano Petroquímica, José Ricardo Roriz também comenta na entrevista a seguir formas de a indústria nacional ganhar competitividade a partir das pesquisas de nanotecnologia que vêm sendo desenvolvidas no Brasil. E lembra que, para o país crescer efetivamente nessa área, é preciso incentivar como nunca parcerias entre universidades e empresas. Há meios de prever o impacto da nanotecnologia na indústria? O que se sabe é que a nanotecnologia é a que vai ter maior impacto no desenvolvimento de produtos inovadores nos próximos anos. É estimado que, em 2010, mais da metade
José Ricardo Roriz, diretor do departamento de competitividade e tecnologia da Fiesp, analisa o impacto da nanotecnologia no setor de embalagens, e
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DIVULGAÇÃO
aponta meios para fortalecer essas pesquisas no país
dos produtos conhecidos apresentará características que os tornarão diferentes daquilo que são hoje. A nanotecnologia surge como o principal agente de inovação desses novos produtos. O impacto será grande, e a velocidade com que a nanotecnologia vai se desenvolver nos próximos anos será muito maior do que de outras tecnologias já conhecidas no mundo acadêmico e científico. Qual a importância da nanotecnologia no mercado de embalagens? Hoje boa parte das embalagens é passiva, exercendo sobretudo a função de acondicionar os produtos. A grande função da nanotecnologia nesse setor será fazer as embalagens conversarem com o consumidor, como se fossem embalagens inteligentes. Isso será possível, por exemplo, com o uso de marcadores para comunicar ao consumidor o tempo de validade de determinado produto. Uma tinta de embalagem elaborada com nanotecnologia pode mudar de cor, por exemplo, para acusar uma modificação não desejável no produto acondicionado. Outro: quando um suco de laranja começar a oxidar, a embalagem terá um marcador que muda de cor, através da tinta, ou através do próprio material de embalagem, feito com nanomoléculas. Uma outra possibilidade são os materiais que aumentam o tempo de prateleira dos produtos. Enfim, a embalagem hoje tem uma função muito passiva. Com a nano-
tecnologia, serão desenvolvidas embalagens inteligentes, que passam informações para o consumidor. Em linhas gerais, a nanotecnologia ainda é vista como algo do futuro. O senhor acha que esses desenvolvimentos podem disseminar-se industrialmente antes do que se espera? Ou eles ainda estão numa fase de maturação? No caso da Suzano, o lançamento de uma resina de polipropileno elaborada com nanotecnologia está previsto para os próximos seis meses. Mas as empresas enfrentam hoje grandes dificuldades nesse setor. De um lado, nem sempre há equipamentos capazes de trabalhar com nanomoléculas. Os microscópios e outros equipamentos e produtos são extremamente caros, e hoje nem todas as empresas têm acesso a eles. Também é reduzido o número de universidades com equipamento adequado para isso. No lado das indústrias, a dificuldade é investir em processos produtivos onde seja possível ancorar as nanomoléculas nos produtos. Esse, eu diria, é o X da questão. Transpostas essas dificuldades, as empresas poderão operacionalmente colocar seus produtos no mercado. Os desenvolvimentos envolvendo nanotecnologia priorizam algum material específico? No mundo, o setor de plásticos responde por quase 45%
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entrevista >>> José Ricardo Roriz dos desenvolvimentos envolvendo nanotecnologia. Outro setor que já tem muitos produtos desenvolvidos é o de cosméticos. Cremes anti-sinais, novas fragrâncias, texturas, enfim, as possibilidades da nanotecnologia no mercado de cosméticos são bastante amplas. De maneira geral, materiais mais resistentes, com melhor apelo visual ou rápida degradação acabam custando mais caro. A nanotecnologia traz a possibilidade de reduzir custos? Não vejo a nanotecnologia como um fator que, em curto prazo, possa reduzir custos. Mas no ciclo de vida de uma embalagem ela poderá reduzir custos, pois será possível aumentar o tempo de armazenagem do produto. A nanotecnologia na verdade vai agregar valor ao produto. Mas, a médio e longo prazos, a nanotecnologia pode ser definida como um fator de redução de custos. Isso porque será possível trabalhar com resistência mecânica, resistência a impacto, produtos mais rígidos. Com isso será possível reduzir a espessura da parede e o peso das embalagens.
Já existe uma discussão sobre o impacto da nanotecnologia no setor de maquinário. É possível prever os efeitos dos materiais elaborados com precisão molecular na indústria de máquinas industriais em geral, e de máquinas de embalagem em particular? Os efeitos maiores serão na parte de sensores, que dão velocidade, e na parte de moldes, com produtos mais resistentes. Mas os efeitos maiores serão na própria embalagem, que deixará de ser passiva, e passará a interagir com o consumidor. Em máquinas, até onde vejo e até onde sei, as mudanças ficarão concentradas nos sensores de velocidade e nos revestimentos de moldes. Mas é claro que os desenvolvimentos se multiplicam e, em curto espaço de tempo, já veremos máquinas trabalhando com materiais elaborados com nanotecnologia.
“Uma tinta ou mesmo
o material de embalagem elaborado com nano-
tecnologia podem mudar de cor para acusar uma
modificação não desejável
Qual a posição aproximada do Brasil no ranking internacional de pesquisas ligadas a nanotecnologia? Praticamente todas as universidades brasileiras que trabalham com tecnologia já formaram núcleos para desenvolvimento da nanotecnologia. Como exemplos, podemos citar Unesp, Unicamp, FEI e Universidade Federal do Rio de Janeiro. Recentemente, a Fiesp e o IEDI patrocinaram uma feira, a Nanotec 2005, que tinha entre seus objetivos divulgar nanotecnologia para as empresas que ainda não conheciam. Outra meta foi reunir os principais cientistas que estão trabalhando com esse assunto, além de expoentes mundiais da nanotecnologia para interagirem com a comunidade científica aqui no Brasil. Esse foi sem dúvida um marco da nanotecnologia no Brasil. Percebemos que está crescendo o número de empresas que consideram importante aumentar os investimentos em nanotecnologia. No governo os avanços também são perceptíveis. Hoje, no ministério de Ciência e Tecnologia já existe uma área especificamente voltada para o desenvolvimento de nanotecnologia no Brasil.
no produto acondicionado. (...) O mercado de filmes flexíveis para alimentos
é um dos principais alvos
Boa parte das resinas elaboradas com nanotecnologia está sendo destinada ao mercado de filmes plásticos. O senhor diria que nesse setor as novidades nanotecnológicas tendem a ser mais numerosas do que nas áreas de sopro e injeção? O mercado de filmes flexíveis, principalmente para acondicionamento de alimentos, é sem dúvida um dos alvos desse tipo de material. Mas não o único. Com esse tipo de desenvolvimento, as empresas podem melhorar a barreira de oxigênio para aumentar a shelf-life dos produtos acondicionados. As possibilidades são amplas. No caso da Suzano, outro mercado em vista é o automotivo.
desse tipo de material”
Sabe-se que adesivos industriais também estão na mira dos pesquisadores que trabalham com nanotecnologia. Quais outras especialidades químicas podem se beneficiar da técnica? As principais aplicações serão a mudança de cor, através do material da embalagem ou do uso de tintas especiais. Também há possibilidades em termos de mudança de textura e barreiras a gases, principalmente gás carbônico e oxigênio. Na área automotiva, a nanotecnologia permite oferecer produtos mais rígidos, com maior resistência mecânica. 50 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2005
A Fiesp tem promovido discussões sobre políticas mais agressivas de incentivo a pesquisas de temas como nanotecnologia, que trazem diversas possibilidades e oportunidades para as indústrias. Além de aumentar o investimento público, o que o país deve fazer para que esse tipo de atividade científica consolide-se? O sistema brasileiro para incentivo a pesquisa e desenvolvi-
mento é muito complexo e falta informação para as empresas sobre como os fundos de pesquisa em tecnologia podem ajudá-las, no sentido de haver financiamento para inovações. Uma das coisas que estão pendentes é a regulamentação da lei da inovação. Por sinal, na chamada MP do Bem havia algo relativo a inovação, mas sabemos que esse projeto, infelizmente, voltou à estaca zero. Os programas existem, mas é muito complexo utilizar financiamentos governamentais para incentivo à inovação. E a nanotecnologia cai na vala comum das inovações. É fundamental que para uma tecnologia nova como essa – onde, embora as perspectivas sejam amplas, o risco envolvido é grande, até porque muitas pesquisas saem do zero – os incentivos governamentais, hoje difusos, sejam simplificados. Principalmente para as médias e pequenas empresas, onde acontece boa parte das inovações. As parcerias entre universidades e grandes empresas têm avançado, mas de forma ainda muito tímida quando comparado a países desenvolvidos, onde a relação entre empresas e o meio acadêmico é muito distante em relação ao que se vê no Brasil. Considerando que temos um bom time de cientistas dedicados a nanotecnologia, o que é preciso fazer para que essa condição efetivamente favoreça a competitividade da indústria nacional? É preciso em primeiro lugar determinar a demanda de mercado por novos produtos. A partir daí devem ser identificados os focos de atuação em pesquisa, para que a tarefa seja feita conjuntamente entre as empresas e o meio acadêmico. Hoje, essas duas correntes atuam de maneira separada. Muitas vezes as empresas olham sob o ponto de vista comercial de curto prazo. Por sua vez, o meio acadêmico se prende ao médio e ao longo prazos, ficando distante da realidade de mercado. É importante haver união entre essas duas correntes, para que as tecnologias tenham viabilidade comercial no futuro.
O futuro da mídia acaba de chegar.
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Os pedidos de patentes envolvendo projetos brasileiros ligados a nanotecnologia vêm crescendo? O número ainda é muito pequeno, principalmente quando comparado com Estados Unidos, Japão e Alemanha, que são os países que mais investem em nanotecnologia. O que posso dizer é que, pela realização da primeira edição da Nanotec, onde toda a comunidade científica, empresas e governo se reuniram em torno desse assunto, 2005 pode ser considerado o ano da nanotecnologia no Brasil. Inclusive lá foi lançada a Carta São Paulo de Nanotecnologia, e uma série de ações foi deflagrada. O número de empresas que estão desenvolvendo nanotecnologia no Brasil ainda é muito baixo. Mas para os próximos dois ou três anos, tendo em vista todas essas ações que foram disparadas, acho que teremos muitas surpresas agradáveis, inclusive do lado das patentes. novembro 2005 <<<
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mercado >>> leite em pó
LATAS EXPANDIDAS Após as quatro versões iniciais, outras serão lançadas
Lembrança da fazenda
Leite Ninho muda formato da embalagem pela primeira vez desde 1923 Por Flávio Palhares
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resente no Brasil há 82 anos, o Leite Ninho, um dos mais tradicionais produtos da multinacional suíça Nestlé, tem duas novas versões de embalagem, que marcam radical mudança em relação à tradicional lata cilíndrica: uma lata expandida, com formato que remete às leiteiras utilizadas em fazendas, com alça e tudo, e um sachê laminado, de poliéster, alumínio e polietileno. O recipiente de aço, cujo perfil foi desenvolvido em parceria com a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), tem quatro versões com diferentes desenhos e capacidade para 1,1 quilo (crianças brincando, vacas, mãe lendo histórias para os filhos e uma fazendinha). A inovação ocorre na esteira de uma anterior, que resultou em grande êxito no esforço da siderúrgica para ampliar a participação do aço no mercado de embalagens: a lata do Leite Moça com “cintura”. A Nestlé não revela números sobre o desempenho do produto, mas segundo Antonio Carlos Teixeira Álvares, presidente do Sindicato da 52 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2005
Indústria de Estamparia e Metais do Estado de São Paulo (Siemesp), “essa é provavelmente, no mundo, a primeira lata com shape para produto de grandes volumes de venda”. Embora presente em ampla variedade em outros países, “todas essas latas expandidas têm tiragens limitadas”. É esse, aliás, o caso das próprias “latas-leiteiras” do Ninho, cujo projeto visual foi desenvolvido pela agência Pandesign. Terão edição limitada, mas a empresa já prepara novos desenhos, que devem ser lançados nos próximos meses. Esta é a mudança mais radical que a embalagem do produto sofre desde 1923, quando estreou no mercado brasileiro. Alterações anteriores ocorreram, mas ficaram restritas aos rótulos, ao tamanho das latas e ao sistema de fechamento. Quanto à outra novidade, o lançamento do Leite Ninho em sachês de 26 gramas, visa conquistar o público de menor poder aquisitivo. Essa versão da embalagem será comercializada apenas em alguns Estados do Nordeste, em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro. O objetivo da
empresa é colocar no mercado um produto de alta conveniência e baixo custo para o consumidor, de modo a aumentar o mercado de Leite Ninho, hoje concentrado nas classes A e B. O lançamento vem na vertente da crescente percepção da indústria e do varejo de que as classes C, D e E são uma atraente possibilidade de expansão do consumo. Diferentes pesquisas mostram que parcela expressiva de consumidoras dessas camadas compra produtos de marca, em diferentes categorias, no empenho de oferecer “o melhor” para a família. Há mesmo citações de que, no caso específico do leite, mães de baixo poder aquisitivo adquirem os tipos mais baratos para a família em geral, mas fazem questão de levar a marca Ninho para o bebê. O fato é que, se o consumidor pertencente àquelas faixas não tem condições de adquirir uma lata diferenciada de 1,1 quilo de Ninho, pode eventualmente comprar uma porção correspondente a 1/42 disso, ou 1/15 de uma lata tradicional de 400 gramas. Pode fazer isso pagando 49 centavos pelo sachê de 26 gramas, ao passo que desembolsaria 6 reais, em média, por uma lata de
400 gramas. Deve-se supor que esse consumidor não está preocupado – talvez nem lhe ocorra isso – com o fato de pagar proporcionalmente mais pelo produto na embalagem flexível. Para ele, o que conta é o que pode gastar efetivamente. Os sachês, produzidos pela Santa Rosa Embalagens Flexíveis, vão ficar em definitivo no mercado e serão comercializados exclusivamente pelo pequeno varejo e por lojas de conveniência.
CSN (11) 3049 7222 www.csn.com.br Pandesign (11) 3849 9099 www.pande.com.br Santa Rosa Embalagens Flexíveis (11) 3622 2300 www.santarosaembalagens.com.br
SACHÊS INDIVIDUAIS - Objetivo é conquistar o consumidor de baixo poder de compra
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matérias-primas >>> resinas
Fina resistência Mais seguras e com baixa espessura, as sacolas tipo camiseta são importante ferramenta de divulgação dos supermercados Por Livia Deorsola Abief (11) 3032-4092 www.abief.com.br
ECONOMIA – Sacolas mais resistentes significam menos desperdício na hora de embalar as compras
Abiquim (11) 2148-4700 www.abiquim.com.br Braskem (11) 3443-9999 www.braskem.com.br Ipiranga (51) 3216-4449 www.ipq.com.br Plastivida (11) 5505-0521 www.plastivida.org.br
STUDIO AG – ANDRÉ GODOY
N
ão bastassem os incontáveis desafios que seguidamente se apresentam para os transformadores de resinas plásticas, outros mais são colocados num drama vivido por donos de supermercados. Tendo nas sacolas tipo boca-de-caixa, ou camisetas, praticamente a única mídia disponível para divulgação de sua marca, muitos desses estabelecimentos se defrontam com dificuldades financeiras para recorrer a elas. “No período de expansão do negócio, depois da divulgação boca a boca, foi esse veículo que nos tornou mais conhecidos na região”, conta Antônio Moura, dono de duas lojas num bairro da periferia de São Paulo, que atendem cerca de 5 000 pessoas por mês. “Mas hoje a verba está curta e não dá mais para imprimir as sacolas”, ele diz. A saída é utilizar produtos padrão, sem logotipo ou qualquer elemento impresso. O que sucede com o pequeno supermercado de Moura se repete com incontáveis outros estabelecimentos do mesmo porte, mas levanta indagações sobre um problema que não deixa de afetar também as redes gigantes: a questão da qualidade do material
Bons resultados, mas problemas com preços, juros, China... Os desenvolvimentos mais avançados em termos de resistência obtidos pela indústria de resinas têm conseguido firmar espaço na indústria transformadora, com bons resultados em 2004. Segundo dados da Abiquim – Associação Brasileira da Indústria Química, o consumo de resinas termoplásticas naquele ano foi de 4,2 milhões de toneladas. As petroquímicas não divulgam quanto desse montante corresponde às especiarias, mas garantem
que representam boa parte do lucro. Para se ter uma idéia da importância do material, das cinco unidades da IPQ localizadas no Pólo Petroquímico de Triunfo (RS), três são voltadas à produção de PEAD, com uma capacidade instalada de 400 mil toneladas por ano. A Abiquim informa que o consumo aparente (soma da produção nacional com as importações) da matéria-prima, medido de janeiro a setembro de 2005, foi de aproximadamente 2,8
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milhões de toneladas. A redução de 0,67% em relação ao mesmo período em 2004 é atribuída pela instituição à elevada taxa de juros e à entrada de produtos plásticos vindos da China. Por sua vez, a ABIEF – Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis) aponta para problemas na aquisição das resinas termoplásticas por conta do aumento do consumo interno, comum em fim de ano, e da alta nos preços da matéria-prima.
plástico de suas sacolas. Por mais verba de que disponham para publicidade, nas mais nobres mídias, é nesse meio de transporte de mercadorias que vai sua marca. Como no caso dos recipientes rotulados dos produtos que comercializam, é a sacola – a embalagem do supermercado – que leva e divulga diretamente a bandeira da casa. A imagem desse item cantado em prosa e verso como “maior patrimônio de qualquer empresa” estará arranhada sempre que acontecer a célebre cena das compras indo ao chão após a sacola arrebentar. Para evitar esse tipo de dano, é comum os consumidores, quando não os caixas e empacotadores, utilizarem mais de uma sacola para suportar o peso com segurança, aumentando assim os gastos e desperdiçando material. É compreensível que isso ocorra quando as sacolas não se adequam às orientações da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas para resistência do material. Um – a rigor, apenas o primeiro – dos desafios para transformadores é, portanto, alcançar a alta resistência do plástico sem aumentar a espessura do filme.
Especialidades Para tanto, a indústria petroquímica tem incrementado as especificidades das resinas termoplásticas, de modo que a resistência mecânica das sacolas evite estouros. Além de aplicar em commodities, tem investido na produção de especialidades, como faz a Ipiranga Petroquímica. A par do GM 9450 F, um polietileno de alta densidade (PEAD), desenvolvido para o segmento de extrusão de filme de alta massa molar, já consagrado no mercado, a IPQ comercializa, desde o ano passado, a resina Maxi Film, um PEAD capaz de produzir um filme de alta tenacidade e resistência até 50% superior (ver EMBALAGEM- MARCA nº 54, de fevereiro de 2004). Segundo Jayme Moura, gerente de desenvolvimento de produtos da IPQ, a receita possui aditivos superiores e é possível produzir sacolas com espessura até 20% menor. Na linha das resinas de alto desempenho, a Braskem atua com o HF-0147 e o ES 300, PEADs que também prometem boa soldabilidade e elevada resistência mecânica à tração e ao rasgo. “A sacola é considerada pelos outubro 2005 <<<
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supermercadistas como custo adicional ao negócio e, portanto, sofre forte impacto durante as negociações entre os supermercados e os fornecedores”, avalia Fabiano Zanatta, engenheiro de aplicação da Braskem. Para ele, a busca incessante na redução de custo das sacolas vem provocando perda da competitividade dos transformadores e da qualidade final do produto. Ante esse quadro, o que parece é que o segundo desafio para os transformadores, no caso das sacolas-camiseta, é uma questão de comunicação. Eles precisam convencer o varejo de que, enquanto virem nas sacolas em que os clientes levam sua marca para casa como custo e não como valor, estarão estimulando o desperdício. Talvez uma boa saída seja melhorar a resistência das sacolas
NO LUGAR CERTO - A reutilização das sacolas e a reciclagem do plástico diminuem o impacto sobre o meio ambiente
e fazer essa informação chegar a todos os envolvidos no ato final da saída das mercadorias nos check-outs: caixas, empacotadores e consumidores.
Melhor qualidade, menos resíduos Sacolas tipo camiseta mais resistentes propiciam um benefício que vai além do econômico. Profissionais da área petroquímica e ambiental ouvidos pela reportagem concordam em afirmar que o aumento da resistência do filme, aliado a espessuras menores, diminui a quantidade de plástico destinado ao lixo. “Ao evitar o uso de duas ou mais sacolas para a embalagem das compras, menos plástico é jogado fora”, afirma Daniel Fleischer, da gerência de marketing da IPQ. “As sacolas de melhor qualidade são reutilizadas, mesmo que seja para comportar lixo doméstico, o que já ajuda bastante”, acrescenta Sílvia Rolim, assessora técnica da Plastivida – Instituto Sócio-ambiental dos Plásticos. Dentre as possibilidades, a reciclagem do plástico é uma preocupação da cadeia produtora, embora existam entraves a transpor. “Tudo depende de uma
eficiente coleta seletiva e de uma cultura da reciclagem”, pondera Sílvia. “Os supermercados não podem garantir que as sacolas retornarão para ser recicladas”, ela argumenta. Apesar das dificuldades na coleta, a assessora da Plastivida informa que a demanda pelo plástico pós-consumo é de 100%, esbarrando, apenas, na falta de fornecimento contínuo de matéria-prima, outro reflexo da escassez de sistemas de coleta seletiva. Outra dificuldade é a ausência do código de identificação das resinas, exigido por norma da ABNT. Este item dificulta a separação dos diferentes tipos de plásticos, cujas características físicas e de degradação térmica são diversas. No Brasil, a reciclagem mecânica é a mais comum. Os descartes plásticos são convertidos em grânulos que podem ser reutilizados na produção de outros produtos, como solados, pisos, mangueiras, componentes de
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automóveis, fibras e embalagens não-alimentícias. O grande problema, entretanto, é diminuir o impacto das embalagens plásticas que são jogadas diretamente no meio ambiente. Uma das soluções apontadas é a fabricação de plásticos degradáveis ou biodegradáveis, caminho que ainda não é consenso. “O resultado da degradação é o composto, mas, no Brasil, temos menos de 1% de compostagem”, afirma Sílvia. “Cientificamente não está confirmado se a degradação do plástico é vantagem para a natureza. Os aditivos usados para a quebra da cadeia de polímeros chegam à natureza de qualquer forma”, considera Daniel Fleischer. A combinação entre a reciclagem mecânica, uma eficiente coleta seletiva e o uso adequado dos aterros sanitários são as medidas apontadas como ideais para que a questão avance, conclui Sílvia Rolim.
Mais de Bruxelas Produtos selecionados pela equipe de EmbalagemMarca durante a Labelexpo
C
onforme anunciado na cobertura exclusiva da Labelexpo Europe, feita na edição anterior de EMBALAGEMMARCA pela equipe da revista enviada a Bruxelas, a seguir são apresentados mais alguns destaques da feira realizada no final de setem-
bro último. Com este serviço, complementa-se a cobertura, de modo a oferecer aos leitores que não tiveram oportunidade de visitar o evento um panorama praticamente completo dos mais importantes lançamentos relacionados à cadeia de rotulagem ali ocorridos.
A suíça Müller Martini apostou suas fichas na Altaprinta-V, impressora offset cujo grande apelo é a flexibilidade. O equipamento trabalha com formatos continuamente variáveis, pois as mudanças de serviço são feitas apenas com a troca de cilindros (chapa e blanqueta), que podem ter diâmetros diferentes, e não de todo o cassete – uma operação que, segundo a empresa, pode ser feita em menos de cinco minutos e sem o uso de ferramentas. Focada nos segmentos de impressão de alta qualidade, a impressora possui sistema de entintagem com catorze rolos, garantindo a consistência no fluxo da tinta mesmo trabalhando em altas velocidades. O equipamento tem nos baixos custos das chapas e na alta qualidade de impressão argumentos interessantes para abocanhar fatias do mercado de rótulos, que (quando se imprime
em bobinas) é atualmente dominado pelas impressoras flexográficas. A Müller Martini acredita que a evolução das tintas UV permitirá ainda a migração de alguns trabalhos hoje realizados em rotogravura para o sistema offset, mais flexível. Disponível em duas larguras (520mm e 740mm), a impressora pode chegar, segundo informa o fabricante, à velocidade de até 365 metros por minuto. Indicada para a conversão de auto-adesivos e embalagens flexíveis, a Altaprinta-V pretende ocupar espaço também no efervescente mercado de rótulos termoencolhíveis. Isso porque, dotada de servo motor para garantir o registro e de um sistema de refrigeração, a máquina torna-se apropriada para a impressão em substratos sensíveis à temperatura.
ALTAPRINTA-V: Trocas de cilindros ao invés do cassete, e configuração para atender o mercado de termoencolhíveis
www.mullermartini.com No Brasil: (11) 3613-1002
Sem facas, cortes ilimitados O avanço da tecnologia digital impõe mudanças também na área de acabamentos. Para cortar formatos diferenciados na mesma bobina, a italiana Cartes Equipment disponibiliza três versões da sua Laser 350, máquina que usa feixes de laser para fazer meio-corte, corte inteiro e até picotes em bobinas de
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diferentes materiais. A versão mais simples, com feixe de 200 watts, corta até 20 metros de papel (34 metros de polipropileno) por minuto. Já o equipamento Dual Laser, com dois feixes de 200 watts, chega a cortar 55 metros de papel (60 de polipropileno) por minuto.
www.cartes.it • + 39 0376 511 511
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Flexibilidade de formatos
Positivo e negativo A suíça Lüscher Flexo aproveitou a Labelexpo para lançar dois novos produtos. O primeiro é uma solução “digital positiva”, a FlexPose!direct 250L, gravadora de chapas elastoméricas e
poliméricas por exposição direta a laser voltada para os mercados de flexo (grava, inclusive, camisas), letterpress e serigrafia rotativa. Com extensão de gravação de 600mm, o equipamento foi desenvolvido especialmente para o mercado de rótulos. O fabricante promete alta qualidade de gravação, com impressão de pontos de 1% a 175lpi. O segundo produto apresentado pela Lüscher, também focado no mercado de rótulos, é uma solução “digital negativa”. Tratase da FlexPose!, máquina de gravação de chapas para equi-
pamentos offset, letterpress e flexo por exposição a raios infra-vermelhos – processo que faz as vezes do filme negativo na gravação convencional. O design da FlexPose! permite a gravação de chapas de diversos tamanhos e torna desnecessária a fixação delas no tambor.
www.luescher.com +44 (0)1844 267000
Em busca de soluções
O diferencial está na cabeça
No atraente mercado potencial criado pelos sistemas de identificação por rádio freqüência, ou RFID, são muitas as empresas que prometem reduzir o custo das etiquetas. Com um equipamento que, simultaneamente, produz a antena (com um foil) e aplica o chip, num processo bobina a bobina, a alemã Arccure atraiu a atenção dos interessados nesse assunto. Batizada de RFID Process
Soluções de impressão de dados variáveis também puderam ser vistas na Labelexpo. Um dos destaques nesse segmento foi a K200 (foto), produto que puxa a série K, da Domino. A K200 é uma codificadora DOD (drop on demand, termo em inglês que indica que a tinta só é liberada quando necessário), capaz de imprimir até 90 metros por minuto com a resolução de 316 dpi. Como pode agrupar múltiplas cabeças de impressão, o equipamento permite aumentar a área possível de impressão, o que o credencia a imprimir outras informações além dos dados variáveis, ou mesmo diferentes tipos de dados variáveis em áreas distintas da etiqueta ou cartão. Essa caracte-
Solution, a máquina (na verdade, ainda apenas um conceito, já que o equipamento só estará disponível no segundo trimestre de 2006) promete produzir até 40 000 inlays por hora. O processo consiste na colocação do chip no clichê que fará a aplicação do foil para formar a antena. Os chips são conectados e fixados por meio de um adesivo UV.
www.arccure.de +49 (0) 29 41 28 62 31
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rística é o que diferencia o modelo de seus predecessores. Com um Editor GT, tecnologia de controle da Domino que opera em plataforma Windows XP, é possível comandar até oito cabeças de impressão de K200. Com o mesmo controlador, podem-se usar outras impressoras da Série A e da Série K conectadas, imprimindo partes diferentes do mesmo trabalho.
www.domino.com No Brasil: (11) 3048-0147
Esko-Graphics XF10 Focada na área de pré-produção de embalagens e rótulos, a belga Esko-Graphics apresentou a Kongsberg XF10, equipamento baseado na mesa de corte e vinco Kongsberg, mas com dimensões menores. Dirigida aos mercados de impressões especiais, como o de sinalização, a XF10 pode ser utilizada na produção de protótipos de embalagens
de papel cartão. A área de trabalho da mesa é de 800mm x 1100mm (aceita materiais nas dimensões de 900x1200mm). Simultaneamente, a empresa lançou a i-XF10, uma versão da mesa dedicada ao corte de materiais impressos digitalmente. Os destaques da i-XF10 ficam por conta da alimentação (em folhas cortadas ou em bobinas) e da precisão no registro, garantida pela câmera MGE icut, ferramenta que mede as marcas de corte em cada peça impressa, compensando eventuais distorções no material.
www.esko-graphics.com No Brasil: (11) 5522-5999
Conversa de softwares Provedora de softwares de pré-impressão, a belga Artwork Systems desenvolveu, especificamente para os mercados de embalagens e rótulos, o sistema de gerenciamento de fluxos de trabalho Odystar 2.5. Uma das vantagens do software propalada pelo fabricante é o plug-in inPDF, que melhora a troca de arquivos do Adobe Illustrator CS com ambientes de pré-impressão PDF – impedindo, por exemplo, que informações como layers e links de imagens se percam quando um arquivo feito em
Illustrator é convertido em PDF. A justificativa para a criação do inPDF é que hoje, segundo estimativas do fabricante, oito em cada dez trabalhos de design de embalagem são feitos no programa Illustrator.
www.artwork-systems.com No Brasil: (11) 3932 3875
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Camisas para acabar com as emendas Com o crescimento do uso de camisas nas impressoras flexográficas como forma de reduzir os tempos de setup nas trocas de serviço, a tecnologia de pré-impressão tem avançado a passos largos. A DuPont, por exemplo, desenvolveu o seu conhecido Cyrel, que agora é encontrado também na versão Cyrel Round – uma solução completa de produção digital de sleeves. O fotopolímero é gravado em CtP (Computer to Plate), com alta resolução e a velocidades de até 8m2 por hora. O uso de camisas reduz o tempo de montagem, diminui as possibilidades de erro e acaba com as emendas – o que elimina o balanço do cilindro produzido nas montagens convencionais, aumentando velocidade e qualidade nos serviços impressos.
www.dupont.com No Brasil: (11) 4166-8751
Retificação Diferentemente do informado na página 20 da edição 74 (cobertura da Labelexpo Europe 2005), a impressora Varyflex, da italiana Omet, imprime substratos com espessuras que variam de 12 a 600 micra. Já o modelo Flexy S, citado na página 18 da mesma edição, é capaz de imprimir substratos com espessuras entre 20 e 350 micra.
Laureada A Suzano Papel e Celulose foi eleita, pelo segundo ano consecutivo, vicecampeã do Prêmio Abrasca de Melhor Relatório Anual. Com o tema “80 anos de Inovação e Desenvolvimento”, o Relatório Anual 2004 da Suzano disputou com 72 inscritos. “O Prêmio Abrasca tem grande relevância no mercado de capitais, pois avalia de forma independente a qualidade, abrangência e objetividade do conteúdo da principal peça de divulgação de informações ao mercado”, diz Bernardo Szpigel, diretor financeiro e de relações com investidores da empresa. Carreira A Universidade Anhembi Morumbi, de São Paulo, iniciou as inscrições para seu curso de pós-graduação em design, produção e tecnologia gráfica. O prazo vai até 23 de dezembro, e os interessados podem inscrever-se pelo site www.anhembi.br ou pessoalmente, no Campus Morumbi. O início das aulas está previsto para 11 de março de 2006. O curso dura três semestres, sendo um deles dedicado à elaboração da monografia. Fixando raízes A SPP-Nemo, distribuidora multimarcas de papel e artigos gráficos, apresentou seu portfólio de produtos durante o 13º Congraf - Congresso Brasileiro da Indústria Gráfica, que aconteceu em Recife, em outubro último. “Foi uma oportunidade de fixarmos nossas raízes no mercado pernambucano, onde recentemente inauguramos nossa primeira filial, em Recife, e temos tido grande sucesso de vendas”, disse Marco Antonio de Oliveira, gerente geral de distribuição da SPP-Nemo. Sensações A VSP Papéis Especiais promoveu em outubro um coquetel de lançamento de seu novo showroom. No evento foram lançadas as novas coleções de papéis especiais pertencentes à linha Sensações. Dela fazem parte produtos como os papéis aromatizados Scents, disponíveis no varejo e no atacado, além das famílias Sparkle (com brilho fosforescente), Colorplac (com a gramatura mais fina para uso em papelarias), e os papéis artesanais feitos com material reciclado, folhas de bananeira e bagaço de cana.
Papéis gráficos e editoriais integrados A Votorantim Celulose e Papel (VCP) reformulou as embalagens de suas linhas de papel couché e offset. Destinados aos mercados gráfico e editorial, os produtos foram agrupados sob uma mesma identidade visual. “Constatamos que, além de transmitir o conceito de solução completa, uma única embalagem para os quatro tipos de papéis couché e offset representaria facilidade para a estocagem dos produtos nos clientes”, explica Darcio Berni, gestor de produtos papéis gráficos
da VCP. Desenvolvido pela agência Müller Camacho, o novo visual está presente nas versões bobina e resma. www.vcp.com.br • (11) 3269-4000
Gigante da celulose ataca no sul A sueco-finlandesa Stora Enso pretende ampliar sua atuação na América Latina instalando uma fábrica de celulose no Rio Grande do Sul. A planta deve ser erguida em algum dos diferentes municípios onde a empresa começará a instalar a sua base florestal de eucalipto, que ficará concentrada na fronteira oeste do estado. A idéia é comprar 100 000 hectares para plantio até o final de
2006. Não há informações precisas sobre o valor investido, mas a Stora Enso informou que o porte do projeto é semelhante ao da Veracel, jointventure entre a empresa e a Aracruz, que recebeu 1,2 bilhão de dólares de investimento e tem capacidade para produzir cerca de 900 mil toneladas por ano de celulose. www.storaenso.com No Brasil: (11) 3065-5200
A força da resinagem em poliuretano Representante brasileira da italiana Demak, que fabrica equipamentos de resinagem em poliuretano, a Blumak anunciou a venda de uma dessas máquinas para a Tog Adesivos, empresa especializada na produção de etiquetas. O modelo adquirido foi a Demak LCE Supporter Junior
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Vacuum, que possui sistema automático de limpeza, mesa aplicadora a vácuo e possibilita a atuação de até dez bicos injetores. “O equipamento servirá para a produção de adesivos mais voltados para a indústria, devido às características da etiqueta resinada”, diz Yuji Tsuruda, diretor da Tog. “Estamos animados com a utilização da máquina e já estudamos a possibilidade de adquirir outra dentro de no máximo um ano.” As máquinas para aplicação de poliuretano permitem resinar etiquetas com diferentes formatos, evitando a formação de bolhas. Segundo a Blumak, a tecnologia gera uma aplicação homogênea, sem perdas na produção. www.blumak.com.br (11) 3338-2722
Rodando A Xerox realizou em outubro um roadshow com apresentações temáticas para os segmentos de artes gráficas e produção de impressos. O evento passou por Ribeirão Preto (SP) e Curitiba (PR), e teve entre seus objetivos a difusão da estratégia mundial da Xerox para o mercado gráfico e a identificação de oportunidades de negócio para gráficas, birôs e agências de criação. A empresa também apresentou suas ferramentas de integração para ambientes de impressão e a nova impressora colorida DC250. Abrindo as portas A Gráfica Santa Cruz, localizada em Mendes (RJ), realizou open house para clientes e parceiros conhecerem sua mais nova aquisição: a impressora Roland 500, da MAN. Com capacidade produtiva de 18 000 folhas por hora, a máquina foi comercializada pela Intergrafica. Especializada no ramo de embalagens de papel e cartão, com média de produção de 160 toneladas/ mês, a Gráfica Santa Cruz fornece para indústrias alimentícias, cosméticas, químicas e laboratórios.
Cadeia de in-mold labels unida na Europa Foi realizada em Amsterdã, Holanda, nos dias 26 e 27 de outubro, a 13ª edição do In-Mold Labeling Conference. Lançado em 1992, o evento é considerado o primeiro a dedicar-se exclusivamente ao sistema in-mold de decoração de embalagens, em que rótulos são aplicados em moldes plásticos no momento em que eles são soprados ou injetados. O encontro debateu tendências produtivas e de mercado dos in-mold labels. Um dos conferencistas foi Ronald B. Shultz, presidente da RBS Technologies e considerado um dos maiores especialistas no assunto. Em sua apresentação, Shultz comentou novas técnicas de conversão e impressão de rótulos in-mold, as diferenças entre esse processo e os
Investindo em pré-impressão Especializada no segmento de embalagens, a Ápice Artes Gráficas, sediada em São Caetano do Sul (SP), adquiriu o CtP Xpose 130 fabricado pela suíça Lüscher. A capacidade de gravação do equipamento é de doze chapas por hora. No Brasil, a linha Lüscher é comercializada pela Gutenberg. www.apice.ind.br • (11) 4221-7000 www.gutenberg.com.br • (11) 3225-4400
Grandes formatos A Canon do Brasil lançou os modelos ImagePROGRAF W6400 e W8400 de impressoras jato de tinta de grande formato. Os produtos são voltados a profissionais de criação interessados em processar e imprimir suas peças em grande formato, e trazem a proposta de oferecer impressões rápidas e de alta qualidade. Santher troca comando A fabricante de papéis Santher, que atua na área de embalagens com produtos para rótulos, etiquetas e sachês, está mudando de comando. O novo presidente da empresa será Antonio Werneck. Vindo da Unilever, onde trabalhou por doze anos, e ex-presidente da Reckit Benckiser, Werneck será o segundo executivo a ocupar a posição após 64 anos de gestão familiar. Além da área de embalagem, que responde por 20% do faturamento da empresa, a Santher tem 75% de seu faturamento, de 800 milhões de reais previstos para este ano, oriundos da venda de lenços, guardanapos e papel higiênico.
sistemas comuns de injeção e sopro, além de tendências em materiais e tintas apropriados a esse tipo de rótulo. O In-Mold Labeling Conference deste ano também marcou o início de uma fase de transição do evento, cujos direitos recentemente foram negociados entre a RBS Technologies e a AWA Conferences, que até 2008 deverá ser responsável em caráter exclusivo por sua organização.
Novo fôlego para a tecnologia digital A multinacional americana RR Donnelley Moore apresentou ao mercado brasileiro seu novo núcleo de impressão digital, instalado na unidade de Barueri (SP). Voltada ao mercado editorial, a iniciativa demandou investi-
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mento inicial de 1,5 milhão de dólares, e deverá gerar nos próximos dois anos 3 milhões de dólares em faturamento. Com cinco unidades industriais no Brasil e cerca de 1 600 funcionários, a empresa pretende faturar este ano no país aproximadamente 300 milhões de reais. O Brasil é o principal mercado da empresa na América Latina, sendo responsável por 4% do total de negócios em todo o mundo. Formulários, etiquetas, listas telefônicas e documentos fazem parte de seu negócio. www.rrdonnelleymoore.com.br (11) 2104-4000
Uma nova alternativa Recém-inaugurada, Flexcoat entra firme na área de laminação no mínimo a mais nova indústria de laminação de materiais auto-adesivos para impressão de rótulos no Brasil: desde março deste ano, está em operação a Flexcoat Produtos Adesivos Ltda., organização de capital 100% nacional com sede em Louveira, a 100 quilômetros de São Paulo. Segundo seu diretor comercial, Maurício Médici, a empresa nasceu com o objetivo de ser “uma alternativa segura na América Latina às fornecedoras de matéria-prima já estabelecidas, em especial à Avery Dennison”, gigante de origem americana e presente no Brasil, dona da prestigiada marca Fasson. Na verdade, a idéia de fundar essa empresa surgiu entre os acionistas da Prodesmaq, de Vinhedo (SP), uma das maiores convertedoras brasileiras de auto-adesivos, em 2002, ano em que se deu a fusão, em âmbito global, das megafabricantes mundiais da área de bases para auto-adesivos Avery Dennison e JAC. Instaladas com fábricas no país, ambas se revezavam no primeiro e no segundo lugares como fornecedores ao mercado local. Com a fusão, uma pergunta surgiu naturalmente entre os sócios, conta Maurício Médici: “Quem será o segundo fornecedor?”. De acordo com o relato do executivo, depois de visitarem os principais for-
FOTOS: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY
É
COATER SUÍÇO-ALEMÃO BMB – Capacidade de produção de 72 milhões de m2/ano
necedores locais, chegaram à conclusão de que não teriam o respaldo necessário. “Dentro das perspectivas da Prodesmaq, de oferecer permanentemente novos produtos ao mercado, chegou-se à conclusão de que nenhum fornecedor, nem mesmo a Avery Dennison, tinha condições de atendimento adequado, por tratar-se de produtos diferenciados”, ele afirma. Em suma, ficaram sem resposta àquela pergunta crucial. “Só então, pela primeira vez desde 1976, ano de início das atividades da Prodesmaq, os acionistas passaram a pensar em entrar na atividade de laminação”, lembra Clélia De Marco, coordenadora de marketing da convertedora de auto-adesivos. Indagaram-se então: “Como a Pro-
A PLANTA – Em terreno de 56 000m2, 8 000m2 construídos, sendo 5 000 de área fabril
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desmaq gostaria que fosse esse supridor?”. A resposta foi uma espécie de conjunto de regras destinadas ao atendimento de quatro condições básicas: 1) teria de ser um fornecedor sintonizado com a tecnologia de ponta no setor de auto-adesivos; 2) precisaria ter flexibilidade (daí o nome da empresa) na produção e no atendimento; 3) precisaria ser ético; 4) precisaria enxergar os convertedores, seus potenciais clientes, como extensão do negócio de laminação. Neste último aspecto, Clélia e Maurício fazem questão de ressaltar que Flexcoat e Prodesmaq, embora tenham os mesmos acionistas, são empresas absolutamente independentes, dedicadas a atender sua clientela de acordo com as especificidades de cada uma. “São fábricas diferentes, em cidades diferentes e com objetivos diferentes”, afirma o diretor comercial da laminadora. Clélia acrescenta: “Na prática, foi criada uma alternativa de fornecimento para a Prodesmaq, a fim de colocar em prática tudo o que a empresa via como oportunidade de mercado”. O certo é que, tomada a decisão de instalar a planta, iniciou-se a fase de pesquisas mais concretas, com visitas a fornecedores e a fabricantes de auto-adesivos, em
outros países. Em 2003 foram fechadas as compras dos equipamentos e do terreno em Louveira. Um ano e 10 milhões de dólares de investimento depois, ali, numa área de 56 000m², foram erguidos 8 000m² de área construída, 5 000 dos quais destinados ao espaço fabril. Com um coater suíço-alemão BMB, descrito pela empresa como um dos equipamentos de laminação mais modernos e flexíveis da América Latina, a Flexcoat tem capacidade produção de 72 milhões de m²/ano. A máquina é monitorada 24 horas por dia, por computador, pelo fabricante, de maneira que eventuais anormalidades em seu desempenho são imediatamente corrigidas. “Essa laminadora pode produzir com adesivo acrílico ou com hot melt, um benefício de equipamento que no momento somente a Flexcoat e a Avery Dennison oferecem no Brasil”, destaca Maurício Médici. Embora hoje produza apenas uma parcela de seu potencial – do qual cerca de 250 000m² são consumidos mensalmente pela Prodesmaq –, já existe espaço reservado para a instalação de uma segunda laminadora. “A estimativa desse mercado é de 240 milhões de metros quadrados por ano hoje e pode crescer muito mais, dependendo de fatores como a melhora da distribuição de renda no país”, acredita o executivo. A nova provedora de bases planeja investir no desenvolvimento de papéis e filmes especiais. Para isso, além do bem equipado laboratório de que dispõe internamente (ver quadro), conta com um “laboratório” de homologação de cre-
dibilidade comprovada – a Prodesmaq. Os produtos criados são encaminhados à convertedora, para teste. Se não aprovados, voltam para a Flexcoat, com indicações de pontos a melhorar. É assim até que seja aprovado plenamente. Nesse processo, segundo ele conta, “materiais Flexcoat já foram homologados por importantes empresas consumidoras finais, que os estão usando com vantagens sobre os utilizados anteriormente em suas linhas de produção”. Em maio último, por exemplo, uma indústria de medicamentos cujo nome não é revelado homologou o produto Flex Farma 5024 PET23 para toda sua linha de frascos que utilizam rótulos auto-adesivos. Trata-se de um papel couché branco, com liner de poliéster e um adesivo permanente especialmente desenvolvido para a indústria farmacêutica, adequado para a rotulagem automática de frascos de vidro ou poliolefina de pequeno diâmetro. Segundo o fabricante, a resistência do poliéster à tração é muito maior que a do papel e a do polipropileno. Esse atributo contribui para elevar a produtividade de duas maneiras: aumenta a performance das máquinas automáticas de alta velocidade e possibilita a inclusão de maior número de rótulos por bobina. Vale dizer que são necessárias menos paradas de máquina para trocas de bobinas. Para comparar, Maurício cita números: a espessura do liner é de 23 micra, enquanto a de papel glassine é de 50, e permite rotular 350 frascos por minuto, contra 220 na outra tecnologia. “Ademais, é mais barato e é reciclável.”
LABORATÓRIO – Entre os equipamentos de ponta, um espectrofotômetro para testar matérias-primas
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A FÁBRICA EM SÍNTESE • 200 m² de área de P&D mais laboratório • Pressão positiva e temperatura e umidade controladas segundo normas da Finat no laboratório • Sala de engenharia e controle da produção • Todas as matérias-primas controladas, a começar por espectrofotômetro de infra-vermelho (“único em empresa de auto-adesivo no Brasil”) • Auditório • Freezer de 30 graus negativos para testes de produtos de baixa temperatura • Estufa de 250 graus positivos para testes de alta temperatura • 3 máquinas de corte de bobinas • 20 armadilhas luminosas contra insetos em toda a fábrica • Processo integralmente sem solventes • Efluentes tratados antes de irem para a rede de esgotos • 2 geradores diesel, para uso em eventuais apagões
Como deu certo, a tecnologia foi adaptada, com a marca Flex Gloss, para rótulos de produtos de higiene e limpeza. Já foi adotada pela L’Oréal, em sua linha Garnier Colorama de xampus e condicionadores (Flex Gloss HS 1027 PET23) e pela Bombril, nos amaciantes Mon Bijou (Flex Gloss HS 5024 PET23). “Outras usuárias estão testando nossos produtos”, afirma Médici. Para que o façam, as bobinas de amostras são fornecidas em caixas de papelão com alça, “uma inovação no mercado”, segundo o executivo. Ele informa, em resposta à pergunta da reportagem sobre como outras gráficas convertedoras estão recebendo a notícia do parentesco da Flexcoat e da Prodesmaq: “O retorno é muito positivo, o mercado percebe que são duas empresas independentes” – e garante que a Flexcoat já está fornecendo para alguns convertedores.
Anunciante 3M Altec Antilhas Asterisco Avery Dennison Baumgarten Carton Braga Brasil Multimídia Braskem CIV Colacril Congraf Embala Nordeste Fispal Flexcoat Furnax Gumtac/Pimaco Imaje Incor Ipiranga Petroquímica Kromos Krones Luxepack Maddza Máquinas Markem Master Print Metalgráfica Iguaçu Metalgráfica Renner Moltec Müller Martini Narita Owens-Illinois Packem Pantone Polo Films Poly-Vac Prakolar Priscell Propack Riopol SetPrint Simbios Pack Speranzini Marketing Suzano Petroquímica Technopack Tetra Pak TSI Vilac Wheaton
Página 53 33 57 7 2ª capa 37 59 11 4ª capa 35 61 38-39 67 71 63 23 55 17 9 47 3ª capa 43 69 7 31 11 49 7 9 3 41 27 9 9 65 Sobrecapa e 5 21 11 11 25 11 9 7 13 33 45 51 19 29
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A imagem transmitida pelas embalagens tem influenciado, e muito, o comportamento dos consumidores na efetivação de uma compra. É por esse motivo que os profissionais desta área têm, a cada dia, inovado mais e mais. Assim são os profissionais da Kromos, que se especializaram em pré-impressão e impressão de rótulos e etiquetas auto-adesivas, a fim de ajudar nossos clientes a criar um diferencial na venda de seus produtos. É com este intuito que a Kromos se identifica com a revista EmbalagemMarca. Ambas possuem os mesmos objetivos: buscar, desenvolver e disseminar tecnologia, elevando, dessa maneira, a condição da qualidade no Brasil. Para nós, EmbalagemMarca é um parceiro indispensável em nosso fortalecimento no mercado. Queremos fazer parte não só do presente, mas do futuro crescimento da revista e do mercado.
Almanaque Uma guinada profissional que deu certo
VOCÊ SABIA?
Trocar de carreira pode mesmo valer à pena. Floren-Louis Heidsieck vivia de vender roupas, mas acabou fundando uma das mais reconhecidas marcas de champanhe da França, a Piper-Heidsieck. A mudança começou em uma de suas jornadas como caixeiro viajante. Ao visitar Reims, cidade da região de Champagne onde estão instalados os principais produtores de vinho espumante do mundo, Heidsieck considerou dedicar-se à vinicultura. Consta que, em pouco tempo, tornou-se um enólogo com apreciadores como a rai-
A alemã Henkel, que este ano completa 129 anos de fundação e cinqüenta de Brasil, lançou em 1907 o primeiro sabão em pó do mundo, o Persil, até hoje marca fortíssima na Europa. Começou como fabricante de alvejante, derivando para os adesivos ao começar a produzir o material para selar as embalagens de seus produtos. Hoje é líder mundial em adesivos.
nha Maria Antonieta. O aval impulsionou o lançamento da Maison Heidsieck, em 1785. O prenome Piper, no entanto, só foi adotado após a morte de Floren-Louis, em 1828. Sobrinho de seu fundador, o herdeiro da vinícola tinha como sócio um primo chamado Henri Piper, que viajava para promover a marca. O esforço foi recompensado: diversas cortes européias fizeram da Maison Heidsieck seu fornecedor oficial de champanhe. Nelas, a bebida era conhecida como “Heidsieck from Piper”. Daí para PiperHeidsieck foi um pulo, impul-
sionado pelo casamento entre Henri e a viúva de Florens-Louis... Controlada desde os anos 1980 pelo grupo Rémy Cointreau, a marca Piper-Heidsieck passou por uma ampla reforma visual em 1997, quando adotou o vermelho como cor padrão de seus rótulos e embalagens.
As cabras e o “vinho da Arábia” PAY TÁ VIROU... A cidade paulista de Águas da Prata, que empresta seu nome à famosa marca de água mineral oriunda de fonte local, é assim chamada devido a uma forma errada de pronunciar a denominação original em tupi-guarani: “pay tá”, ou “água dependurada”. Era como os indígenas designavam as estalactites formadas devido à alta mineralização da água que brotava das nascentes.
As suspeitas de que o consumo de café pode fazer mal à saúde declinaram, mas a controvérsia em torno da origem da bebida continua forte como um bom expresso. A despeito da falta de consenso, uma história curiosa envolvendo um pastor que viveu na Abissínia (atual Etiópia) é a mais aceita para explicar o surgimento do hábito de tomar café. Seu nome era Kaldi. Certo dia ele notou que seu rebanho de cabras estava saltitando, e tinha energia para percorrer distâncias maiores. Ao observar os animais, o pastor percebeu que muitos mastigavam frutos de coloração amarelo-avermelhada, que nasciam em arbustos existentes nos próprios campos de pastoreio. Kaldi comentou a descoberta com um monge da região. O religioso levou as frutas ao monastério, e começou a consumi-las na forma de infu-
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são. Percebeu que a bebida o ajudava a resistir ao sono em suas longas jornadas de oração. A notícia se espalhou, criando uma demanda para a bebida. Essa história é sustentada por evidências de que o café foi cultivado pela primeira vez em monastérios islâmicos no Iêmen (atual Arábia). O fato é que a planta de café é originária da região central da África. Foi na Arábia, entretanto, que a cultura de café se propagou – daí a denominação coffe arabica (nome científico de uma das mais importantes espécies de café). Já a palavra café viria de Kaffa, local de origem da planta, ou ainda da palavra árabe gahwa, que significa vinho. Por esse motivo, o café era conhecido como “vinho da Arábia” quando chegou à Europa no século XIV. (Baseado no site da ABIC)