Revista Embalagemmarca 069 - Maio 2005

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www.embalagemmarca.com.br

Festejamos sem fazer festa ecentemente, num evento de negócios, perguntaramme como seria a festa de sexto aniversário de EMBALAGEM M ARCA , em junho próximo. Brincando, respondi que, embora a data seja um marco de mais uma etapa percorrida e do início de uma nova, não era motivo para comemorações especiais. Não porque sejamos avessos a festejar, muito pelo contrário. Não faremos nenhum evento “especial” porque, a cada edição da revista, temos tido reiteradas razões para dar vivas – e isso é dito aqui não mais em tom de

R

Wilson Palhares

A revista está em permanente construção e pode tornar-se cada vez melhor, inovando sempre. Críticas e sugestões são muito úteis para esse fim, portanto são sempre bem-vindas

brincadeira. Como é visível fisicamente, a revista vem registrando contínuo crescimento e recebendo seguidas manifestações de apoio, as quais transformamos em campanha institucional, na forma de anúncios testemunhais. Quem quiser ver a série desses depoimentos de anunciantes e usuários de embalagens deve acessar nosso site (www.embalagemmarca.com.br). Tanto quanto esse esteio verbal que nos incita a festejar, é importante o contínuo apoio que recebemos em publicidade. É ele que alimenta o crescimento da

revista e a possibilidade de investirmos para que seja cada vez mais útil aos profissionais envolvidos no negócio da embalagem. A revista está em permanente construção e pode tornar-se cada vez melhor, inovando sempre. Críticas e sugestões são muito úteis e, portanto, sempre bemvindas. Se as tiver e quiser fazê-las pessoalmente, será um prazer recebê-lo em nosso estande na Fispal (este ano, em maio). A cobertura completa do evento, do Label Summit Latin America e a da Interpack sairão na Edição de Aniversário. Até junho.

nº 69 • maio 2005 Diretor de Redação Wilson Palhares

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22 24

Café Expansão do consumo interno de grãos gourmet amplia mercado para embalagens flexíveis com válvulas aromáticas

Capa: bebidas lácteas refrigeradas Mercado de iogurtes líquidos cresce com subcategorias aliadas a sucos de fruta e amplia oportunidades na área de acondicionamento

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[email protected]

Mercado

Reportagem Flávio Palhares

Fabricante de embalagens cartonadas assépticas, SIG Combibloc quer ampliar participação no Brasil

[email protected]

Guilherme Kamio [email protected]

Leandro Haberli Silva [email protected]

Diretor de Arte Carlos Gustavo Curado

Rotulagem

[email protected]

Prévia com mais novidades da Label Summit Latin America 2005

Assistente de Arte José Hiroshi Taniguti

Rotulagem

Administração Marcos Palhares (Diretor de Marketing) Eunice Fruet (Diretora Financeira)

Smart labels atraem atenção crescente no mercado brasileiro

Departamento Comercial

Brasilplast

[email protected]

Edição 2005 do evento foi marcada por otimismo, apesar dos repasses de custos que angustiam parte da cadeia do plástico

Karin Trojan Wagner Ferreira Circulação e Assinaturas Marcella de Freitas Monteiro [email protected] Assinatura anual: R$ 90,00

Pesquisa Público-Alvo

Levantamento expõe riscos da falta de controle no abastecimento do varejo

EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que ocupam cargos técnicos, de direção, gerência e supervisão em empresas fornecedoras, convertedoras e usuárias de embalagens para alimentos, bebidas, cosméticos, medicamentos, materiais de limpeza e home service, bem como prestadores de serviços relacionados com a cadeia de embalagem.

Processos Poly-Vac ganha mercado com polipropileno termoformado

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Entrevista: Merheg Cachum

Filiada ao

Presidente da Abiplast comenta consequências do processo de alta das resinas termoplásticas

Esta revista foi impressa em Papelcartão Art Premium Novo 250g/m2 (capa) e papel Image Mate 90g/m2 (miolo), fabricados pela Ripasa S/A Celulose e Papel, em harmonia com o meio ambiente.

A capa desta edição foi impressa em Papelcartão Art Premium Novo 250g/m2, da Ripasa, termolaminada com filme Prolam®.

3

Editorial

Impressão: Congraf Tel.: (11) 5563-3466 Laminação: Lamimax Tel.: (11) 3644-4128 Filme da laminação: Prolam Tel.: (11) 3611-3400

A essência da edição do mês, nas palavras do editor

20 Internacional

EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SP Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463

Destaques e idéias de mercados estrangeiros

32 Rotulagem 52 Display Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens

56 Panorama Movimentação na indústria de embalagens e seus lançamentos

60 Painel Gráfico Novidades do setor, da criação ao acabamento de embalagens

66 Almanaque Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens

FOTO DE CAPA: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

Materiais, equipamentos e processos de decoração, identificação e rastreabilidade

Filiada à

www.embalagemmarca.com.br O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é resguardado por direitos autorais. Não é permitida a reprodução de matérias editoriais publicadas nesta revista sem autorização da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.

mercado >>> cafés

Finos em expansão Consumo interno de grã0s gourmet cresce favorecendo nobreza em flexíveis pondo-se à comoditização que parece se manifestar em cada vez mais setores produtivos, a indústria brasileira de café comemora os resultados obtidos a partir de investimentos em marketing e principalmente na melhoria da qualidade de seus produtos. Depois de dois anos seguidos de queda nas vendas internas, em 2004 o consumo da bebida no país cresceu bem acima da média mundial, estimada em 1,5%. De novembro de 2003 a outubro do ano passado, 14,95 milhões de sacas de café foram consumidas no Brasil, resultado quase 9% acima do atingido no período anterior. Divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), com base nas informações de suas 490 empresas associadas, os balanços do setor trazem outra constatação animadora: pela primeira vez nos últimos vinte anos o consumo anual de café por habitante superou no Brasil a marca de 4 quilos. Tal dinamismo tem movimentado toda a cadeia produtiva de café, inclusive as empresas do setor de embalagem. Embora representem menos de 10% do total de sacas produzidas anualmente no país, os cafés gourmet, aqueles preparados a partir de grãos previamente selecionados, aparecem como os responsáveis por boa parte das novas oportunidades de negócio na área de acondicionamento. “O aumento, principalmente no último ano, da produção e venda de cafés gourmet foi muito significativo”, avalia Roberto Rangel Barboza, gerente-administrativo da Rangel Indústria e Comércio, fornecedora de estruturas flexíveis e acessórios de embalagem com know-how no atendimento a torrefadoras de grãos premium. “O número de empresas dando valor à qualidade do que vendem tem crescido”, completa o empresário. Ainda que mais de 95% da produção brasileira de cafés gourmet, calculada pela Abic em 3,3 milhões de sacas, sejam exportados, o mercado interno desse tipo de produto vem crescendo, abrindo mais espaço para soluções eficazes e nobres de embalagem. A multiplicação 8 >>> EmbalagemMarca >>> maio 2005

FOTOS: STUDIO AG - ANDRÉ GODOY

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KNOW-HOW – No alto, estruturas flexíveis lisas, incluindo stand-up pouches, são fornecidas pela Rangel com foco no mercado de cafés gourmet. Detalhes mostram válvulas desgasificadoras da italiana Goglio

dos brasileiros que se dispõem a pagar por cafés de qualidade superior é lastreada, entre outros fenômenos, pela proliferação de cafeterias especializadas em grãos e aromas nobres nos grandes centros, e também de marcas progressivamente sofisticadas nas prateleiras dos supermercados.

A força dos expressos Considerando as exportações e o mercado externo, estima-se que o nicho dos gourmet vem se expandindo até 25% ao ano no Brasil. Além de ter consagrado as embalagens de aço, esse segmento tem demandado acondicionamentos flexíveis mais aprimorados, especialmente para distribuição de grãos destinados às máquinas de expressos das cafeterias. Esse é o foco de atuação do Café Santa Lúcia, produzido em Monte Sião (MG) somente com frutos da espécie Arábica. Com cresci-

mento anual de 20%, a marca tem investido em embalagens flexíveis dotadas de válvulas desgasificadoras e compostas de poliéster, alumínio e polietileno. O fornecedor do filme, impresso em rotogravura, é a J. F. Camargo, e o convertedor, a Embalpac, empresa também responsável pela aplicação das válvulas nas embalagens. O mercado de expressos também está na mira da Rangel Indústria e Comércio, que se consolidou como fornecedora de soluções de embalagem para cafés gourmet em 2002, quando passou a distribuir uma das mais renomadas linhas de válvulas desgasificadoras do mundo, a da fabricante italiana Goglio. Com único sentido de direção, esse tipo de acessório foi desenvolvido para fazer os gases emanados por produtos já acondicionados serem expelidos de suas embalagens, sem permitir infiltração de ar ou de qualquer outra substância do ambiente externo. Embora também sejam aplicadas no acondicionamento de ração

animal, por exemplo, o principal mercado das válvulas desgasificadoras é o de café. Nele, elas são chamadas de válvulas aromáticas, e desempenham papel central na manutenção da qualidade do produto.

Prazo de expiração mais longo É assim porque, após a torrefação, os grãos e o pó de café liberam gás carbônico (CO2). Além de inflar a embalagem, ocasionando em casos extremos rompimentos dos pontos de selagem da embalagem, essa substância pode interferir nas características de aroma e sabor e no prazo de expiração dos produtos. Assim, a função das válvulas é eliminar o CO2 e o oxigênio residual, ampliando a validade a partir da data de acondicionamento para seis meses. Tal prazo é duas vezes maior que o proporcionado por embalagens flexíveis com menor grau de barreira e desprovidas de válvulas. São as chamadas almofadas, que, ainda muito usadas no Brasil para acondicionar cafés tradicio-

Vendas lá fora crescem com ajuda de aliados efetivos

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do o produto começa a ser aberto, a tampa interna é pressionada contra a tampa externa, que ainda está retida pelo gargalo, liberando o aroma do café sem riscos para o consumidor”, descreve Daisy Zakzuk Spaco, diretora de marketing e desenvolvimento da Sonoco For-Plas. A solução foi criada há aproximadamente dois anos, e por enquanto o Café Turmalin é o único usuário no Brasil. Outro sistema de acondicionamento que avança entre as torrefadoras de grãos nobres interes-

sadas em aumentar as vendas lá fora é a lata Ploc Off, da Brasilata. Feita de aço com tampa plástica de fácil abertura dotada de lacre de segurança, a embalagem foi recentemente adotada pela Toledo & Heleno, dona da marca Toleno, de café torrado e moído. A empresa atua com “blend especial de alta qualidade”, e já exporta para o México, Coréia e Europa. Além de café, a lata Ploc Off é indicada para outros produtos secos, como achocolatados, matinais e complementos nutricionais.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

A bem-sucedida estratégia de exportação do Café Turmalin, cultivado pela torrefadora Fatec na região do Cerrado Mineiro, não se deve apenas ao cuidadoso cultivo e à esmerada seleção de grãos 100% arábica. Contabilizando a cada ano novos embarques de café torrado e moído para diferentes países, especialmente o Japão, a empresa tem em seu sistema de acondicionamento, dotado de rótulo termoencolhível, um aliado efetivo na conquista do mercado internacional. Criada em parceria com a Sonoco For-Plas, a embalagem é composta por frasco de PET produzido pela própria Fatec, e fechamento de rosca com tampa interna de polipropileno e tampa externa de polietileno de baixa densidade. Além de vedar a embalagem, a função desse duplo sistema de fechamento é absorver os gases liberados pelo café após a torrefação, contendo a pressão que se formaria dentro do frasco. “Quan-

As embalagens que a torrefadora utiliza em seus produtos de exportação também têm válvulas aromáticas e estrutura de alumínio e poliéster, porém com um detalhe a mais: adição de nitrogênio. Esse componente, diz Peres, expulsa completamente o oxigênio do pacote, prolongando a validade do café para um ano. “Vale lembrar que os cafés denominados tradicionais, acondicionados nas conhecidas almofadas ou mesmo nas embalagens do tipo ‘vácuo compensado’, têm validade de 3 meses.”

DIVULGAÇÃO

nais, têm como deficiência a necessidade de perfuração de seus filmes como forma de dar vazão aos gases emitidos após a torra. “Além de maior validade, as válvulas garantem que o aroma do café seja sentido antes da abertura da embalagem”, lembra Rodrigo Branco Peres, diretor da Café do Centro, tradicional torrefadora de cafés especiais, que adotou os acessórios desgasificadores fornecidos pela Rangel. “Esse é um superdiferencial de marketing para o mercado de cafés gourmet”, completa Peres, acrescentando que há alternativas de válvulas nacionais, mas nenhuma com a “mesma qualidade das importadas”.

REFORÇO – Café Santa Lúcia optou por filme de alta barreira composto de poliéster, alumínio e polietileno

Aposta na qualidade

Fora nitrogênio Empenhada em expandir suas exportações e aumentar a participação no mercado interno de grãos selecionados, a Café do Centro criou uma linha de cafés especiais de origem. Apresentados em embalagem de alta barreira feita de poliéster aluminizado fornecida pela convertedora Shellmar, os produtos vêm acompanhados de um selo que identifica as distintas regiões produtoras. Na parte decorativa, uma reprodução de tela do pintor David Dalmau retrata uma antiga cafeteria do centro de São Paulo. “Com essa linha quisemos mostrar que, assim como o vinho, o café é marcado pela diversidade de sabores”, resume o diretor da Café do Centro.

Brasilata (11) 3871-8500 www.brasilata.com.br Embalpac (11) 6604-5744 www.embalpac.com.br Goglio www.goglio.it Rangel (11) 3341-4266 www.rangel.ind.br Shellmar (11) 4128-5200 www.shellmar.com.br Sonoco For-Plas (11) 5097-2750 www.sonocoforplas.com.br

STUDIO AG - ANDRÉ GODOY

EMANANDO SABOR - Válvulas aromáticas são vistas como diferencial de marketing na estratégia da marca Café do Centro

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Os investimentos do segmento de cafés gourmet em embalagens mais sofisticadas estão em sintonia com o esforço que vem sendo feito pela indústria brasileira para melhorar a qualidade dos grãos tradicionais, que representam 95% do produto torrado e moído consumido no país. Além do estímulo à consolidação do mercado de grãos selecionados, a Abic, depois de ter lançado no final da década de 80 seu selo de pureza, está certificando as marcas consumidas no dia-a-dia, a partir do Programa de Qualidade do Café (PQC). No próximo ano, a entidade estima que o setor investirá 60 milhões de reais em ações de marketing e melhoria da qualidade. Exemplo dos avanços possíveis está em prática no Cerrado Mineiro, onde boa parte da produção já vem sendo identificada com etiquetas dotadas de código de barra. Dessa forma, os distribuidores europeus ou de outras regiões importadoras têm disponíveis todas as informações do produto que comercializam, como nome do produtor, da propriedade, identificação do exportador, da torrefadora e das características de aroma e sabor do café. “O consumidor está pedindo de forma clara que o mercado lhe ofereça cafés de melhor qualidade, que dão mais prazer na hora de beber, e que satisfaçam sua ansiedade de informações e conhecimento sobre o produto”, diz Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Abic. “Ele retribui a isso consumindo mais”, completa o dirigente. A meta da Abic, tida como plausível em vista dos números do ano passado, é que o consumo interno em 2006 alcance 16 milhões de sacas. Considerado animador por toda a indústria cafeeira, tal resultado, se concretizado, deverá ser comemorado de forma a tornálo ainda mais satisfatório para os produtores: com uma xícara de café gourmet.

reportagem de capa >>> bebidas lácteas refrigeradas

A evolução dos sucos pro Voltados ao apelo do bem-viver, iogurtes com suco de fruta agregam rentabilidade Por Leandro Haberli ara quem não se lembra, na segunda metade da década passada a categoria de iogurtes foi, ao lado das de frangos e dentaduras, símbolo da explosão de consumo do Plano Real. Quase dez anos depois essas especialidades lácteas vivem um novo boom nos supermercados brasileiros. Agora, entretanto, o crescimento das vendas, concentrado em subcategorias pouco expressivas naqueles já longínquos primeiros anos do real, não está relacionado à estabilidade econômica ou ao aumento do poder aquisitivo da população. Na verdade parece refletir uma conhecida mudança comportamental dos consumidores: a crescente predileção por dietas saudáveis, de preferência aliadas à conveniência e à praticidade de consumo. Surfando a onda da preocupação com o bem-estar, com o excesso de peso e com os cuidados com a saúde em geral, fabricantes de iogurtes e de outras bebidas lácteas refrigeradas aproveitam para investir em novas categorias e apresentações. Nessa tendência, pautada pelo lançamento de extensões de linha e por progressiva segmentação de marcas e produtos, um dos setores que vêm se destacando é o dos iogurtes misturados com suco de fruta, hoje liderado pelas marcas Frutess, da Nestlé, e Corpus Fresh, da Danone. Por se tratar de um segmento específico e relativamente novo – a categoria se consolidou no Brasil há cerca de três anos –, é difícil obter levantamentos sobre o consumo dessas bebidas. Mas sabe-se que tais produtos, também considerados uma “evolução dos sucos prontos para beber”, estão por trás da incrível expansão apresentada pelo mercado brasileiro de iogurtes líquidos, hoje um dos mais movimentados nas lucrativas gôndolas de bebidas lácteas refrigeradas. Segundo dados da ACNielsen, a produção brasileira de iogurtes líquidos cresceu 11,9% em volume entre 2003 e o ano passado, quando o consumo foi

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ntos ao setor de lácteos

estimado em 207,5 milhões de quilos. Apesar da inevitável atração exercida sobre pequenos fabricantes, que traz embutidos os riscos de guerra de preços e de invasão de marcas com distribuição regional, tal expansão não comprometeu as margens de ganho do setor. Ao contrário, no mesmo período, o mercado de iogurtes líquidos cresceu em valor 20,5%, movimentando apenas no ano passado 660,7 milhões de reais. “A razão do crescimento é a aposta em inovação”, arrisca Carlos Reis, diretor da Logoplaste, fabricante de frascos plásticos com forte atuação no mercado de iogurtes líquidos em particular e de produtos lácteos frescos em geral. Além da aposta em iogurtes com menores taxas de açúcar e gordura, novas formulações e sabores, Reis refere-se aos investimentos feitos em atualização de projetos de embalagem. “Seguindo tendências que já estavam claras no mercado europeu, os sistemas de decoração e rotulagem, bem como o formato dos frascos desse tipo de bebida, passaram nos últimos anos por mudanças importantes”, ele avalia. As transformações relatadas pelo executivo da Logoplaste, empresa especializada em projetos in-house, que atende três das maiores fabricantes de produtos lácteos do Brasil (Nestlé, Itambé e Danone), resumem-se em grande medida à adoção de rótulos termoencolhíveis

FOTOS: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

MARCO – Chegada dos termoencolhíveis no mercado de iogurtes líquidos evidenciou vantagens de marketing desse sistema de rotulagem

no mercado brasileiro de iogurtes líquidos. Tal estratégia, por sinal, virou marco no cenário de sistemas de decoração de embalagem.

Cintura fina Embora não tenham interferido no tipo de matéria-prima das embalagens plásticas de iogurtes líquidos, que continua sendo em grande escala o polietileno de alta densidade (PEAD), nem no tamanho das embalagens, que variam entre 200ml e 1 litro, os sleeves termoencolhíveis, ou shrink labels, fizeram surgir no setor

PIONEIRISMO? – Com segmentação da linha Kissy, de iogurtes líquidos, Batávia reivindica estréia de smoothies no mercado brasileiro

frascos com perfil ondulado e cintura fina. Tais formatos foram rapidamente associados à idéia de boa forma que esses produtos buscam transmitir, alinhando-se ao apelo do bem-viver por trás do aumento das vendas de iogurtes. Talvez por isso os rótulos termoencolhíveis tenham encontrado na seara de bebidas lácteas refrigeradas um campo tão fértil para a propagação de suas vantagens de diferenciação e marketing. “O mercado de iogurtes líquidos ajudou a mostrar às empresas usuárias de embalagem que os termoencolhíveis são uma alternativa de rotulagem de grande impacto no ponto-de-venda, aliando, com custos cada vez mais competitivos, brilho, maior área de impressão e frascos sinuosos”, resume Roberto Brandão, gerente de vendas da Propack, fornecedora de rótulos termoencolhíveis que recentemente conquistou um importante cliente no mercado de iogurtes líquidos. Trata-se da Batávia, que em março último estreou a marca Kissy Smoothies no favorável nicho de iogurte com suco de fruta. A empresa defende que a nova linha trouxe pioneiramente ao Brasil os chamados smoothies, bebida cujo consumo cresce sem parar nos mercados americano e europeu, combinando num único produto sucos de fruta, frutas, sorvetes ou iogurtes light. Segundo Regina Boschini, gerente de marketing da Batávia, a diferença entre os smoothies e os iogurtes com suco de fruta resume-se a uma questão de textura. “Os smoothies são viscosos e aveludados, similares ao milk shake, mas com sabor de suco.” As perspectivas quanto ao lançamento são as mais otimistas possí-

A chegada ao Brasil dos chamados smoothies, última palavra em bebidas saudáveis, que se transformaram em coqueluche nos Estados Unidos misturando num único produto sucos de fruta, iogurte light e sorvete, foi acompanhada de uma contenda nos bastidores da indústria de alimentos. Após o lançamento pela Batávia (dona da marca Batavo) da sua linha Kissy Smoothies, de iogurte com sucos de fruta, a Danone notificou extra-judicialmente a concorrente por “uso de embalagens com padrão visual semelhante” ao da sua linha Corpus Fresh, também de iogurte líquido misturado com suco de fruta. A empresa, que acusa a Batávia de ter plagiado também seus iogurtes funcionais Activia, afirma

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querer “frear a ação de concorrentes que copiam produtos que demandam fortes investimentos antes de chegarem ao mercado”. Diz o texto da notificação: “No entender da empresa, com seus últimos lançamentos a Batavo visa se beneficiar do sucesso e liderança alcançada pelos pioneiros Corpus Fresh e Activia”. O presidente da Batávia, José Antônio Prado Fay, se disse surpreso com a acusação de plágio, afirmando não haver semelhança nenhuma entre as embalagens. A coincidência nos materiais e nas cores da embalagem dos produtos, ele diz, reflete uma “tendência do mercado”. Quanto ao formato da garrrafa do Kissy Smoothies, Fay afirma que ele é usado pela empresa desde 2001.

FOTO: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

Nos bastidores, discussão e acusações de plágio

veis. “Nos Estados Unidos os smoothies movimentaram mais de 1 bilhão de dólares em 2002, contra 540 milhões de dólares em 1997”, informa a gerente de marketing da Batávia. Outro bom sinal veio no primeiro mês de vendas, quando a linha Kissy Smoothies agregou 22% ao faturamento da família de iogurtes líquidos da Batávia.

Opção pelo custo Termoencolhíveis, os rótulos adotados pela nova marca da Batávia são feitos de PVC mono-orientado, com taxa de retração entre 50% e 55%. Na versão multipack, quatro unidades vêm agrupadas por uma cinta de PEBD esticável, fornecida pela PVA. Segundo Roberto Brandão, da Propack, o critério dessa escolha foi o custo. “Essa manga poderia ser desenvolvida com nosso PVC termoencolhível, que a Danone utilizou por bom período nos four packs da linha Dan'up e Corpus. Mas o PEBD revelou-se mais econômico.” Apesar da crescente força dos frascos plásticos, o mercado de iogurtes líquidos continua sendo um porto seguro para as embalagens

DIVERSIDADE – Além de frascos sinuosos de PEAD, mercado de iogurtes com sucos de fruta vem demandando quantidades crescentes de cartonadas com fechamentos diferenciados

cartonadas assépticas. Segundo dados da Tetra Pak, somente em 2004 foram vendidos 15,2 milhões de litros da bebida nesse tipo de acondicionamento no Brasil. Mostrando que está atenta ao avanço das garrafinhas sinuosas de PEAD, a empresa vem concentrando no mercado de bebidas refrigeradas, onde estão incluídos os iogurtes com suco de fruta, a oferta de dois tipos distintos de caixinhas: Tetra Rex e Tetra Top. Disponível em três diferentes opções de família com volume que varia entre 150ml e 1 litro, esta última tem suas paredes feitas de material cartonado. Já a estrutura do topo é plástica. A solução de maquinário oferecida permite envase simultâneo de dois produtos distintos em uma linha de enchimento dupla. Já a família Tetra Rex é feita inteiramente de material cartonado, podendo receber tampas plásticas rosqueáveis. Outra opção oferecida pela multinacional sueca no mercado brasileiro de iogurtes misturados com sucos de fruta é a Tetra Prisma Aseptic, na qual o fechamento PullTab, formado por uma etiqueta de alumínio que cobre o orifício feito para escoamento do produto, permite consumo direto da embalagem. A etiqueta, cuja parte interna é composta por uma fita

ALÉM DOS LÁCTEOS – Vendas de bebidas à base de soja também surfam onda da preocupação com saúde e boa alimentação

Logoplaste (11) 2132-0411 www.logoplaste.com Propack (11) 4781-1700 www.propack.com.br PVA (51) 3741-1041 www.pva.ind.br Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Baixa acidez, um apelo crescente Após detectar o crescimento, principalmente no mercado europeu, de sucos prontos para beber que aliam refrescância e baixa acidez, a Wow, dona das marcas Yogomix e Sufresh, lançou no Brasil uma bebida que resulta da mistura de leite com suco de frutas. É o Sufresh Mix, produto sem gordura, que vem sendo vendido em caixinhas longa-vida da Tetra Pak em versões de 200ml e 1 litro. O público-alvo é composto por adolescentes e donas-de-casa com filhos com idade entre 6 e 10 anos. Além do auto-serviço, a distribuição será focada em cantinas escolares e academias.

“Embora não haja esse tipo de produto no mercado brasileiro, enfrentaremos a concorrência dos sucos com iogurte e das bebidas à base de soja”, diz Viviane Farinelli Jarina, profissional de marketing da Wow. Em países como a Espanha, produtos similares fazem sucesso há mais de dez anos.

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de polietileno, responsável pelo fechamento hermético, é aplicada por um equipamento integrado à máquina de enchimento. Deixando de lado os movimentos de embalagem, o que se percebe é que a preferência por alimentos e bebidas considerados mais saudáveis não é um fenômeno restrito aos brasileiros. Após análise de 89 itens, pesquisa realizada pela consultoria ACNielsen em 59 países, responsáveis por 93% do PIB e 77% da população mundial, concluiu que houve expansão de 4% na receita das vendas de alimentos e de bebidas em todo o mundo (na América Latina, o aumento foi ainda maior, de 7%), durante um período de doze meses encerrado em julho de 2004. Segundo o estudo, entre os principais motivos disso está a constatação de que cada vez mais consumidores priorizam alimentos e bebidas menos gordurosos e adocicados. Para muitos não há dúvidas de que as famosas dietas ricas em proteínas e com poucos carboidratos têm estimulado as vendas de distintas categorias de produtos. Junto com os iogurtes, as bebidas à base de soja estão entre os principais beneficiários da tendência, tendo sua penetração nos lares brasileiros ampliada em 147% entre 2001 e 2004. Essa informação é do Latin-Panel, que, em outra pesquisa, feita no ano passado em 6 milhões de residências brasileiras, revela que 30% das pessoas compram produtos light e diet, e que mais de 50% consomem frutas, legumes e verduras diariamente. Dados assim atestam o crescimento da consciência sobre os riscos da obesidade e da alimentação inadequada, e também deixam claro que os dividendos que a indústria alimentícia pode extrair desse panorama estão longe de se esgotar.

A visível energia do simulacro de pilha Presente no mercado americano desde 1985, a linha de refrigerantes energéticos Jolt, da Wet Planet, foi recentemente relançada com uma distintiva embalagem, obra de uma combinação de inovações da multinacional de origem inglesa Rexam. Nomeada Battery, pelo fato de seu visual simular a aparência de uma pilha, a nova apresentação alia o corpo da lata de alumínio Monster – com capacidade para 700 mililitros, quase o dobro das latas convencionais (como mostra a figura ao lado) – à tecnologia Cap Can de fechamento, com

tampas que proporcionam o consumo fracionado da bebida. O estímulo à bebericação, aliás, é potencializado por uma “barra de energia” no corpo

da lata. Impressa em tinta termocromática, essa escala muda de cor quando a bebida é gelada. Na hora do consumo, a tinta retorna à cor original e denuncia ao consumidor o volume do produto ainda restante na embalagem. “Esperamos uma forte resposta dos consumidores. Trata-se de uma grande bebida, agora posicionada em um recipiente de alumínio inovador que irá realmente sobressair nas gôndolas das lojas”, entende Bill Barker, diretor da Rexam Beverage Cans. Em tempo: a propriedade revigorante dos refrigerantes Jolt é baseada na cafeína.

www.rexam.com

Marshmallow com a corda toda Os doces de marshmallow Dulcia, marca da Haribo, estão chegando às gôndolas européias com um prático acessório em sua embalagem de 1 quilo. Trata-se do StringPull, recente inovação da divisão de flexíveis da Amcor que assegura um sistema de refechamento de baixo custo para embalagens flexíveis obtidas por meio de aplicações form/fill/seal. O acessório consiste num cordão de polietileno extrudado, passível de selagem à estrutura do saquinho, de polipropileno orien-

tado (OPP). Assim, o cordão é processado já acoplado ao material da embalagem numa máquina FFS vertical. Posicionado numa das laterais do saquinho, com uma de suas pontas selada ao canto superior correspondente, o cordão surge na abertura do topo da embalagem, orientada por microperfurações. O saquinho pode tornar a ser fechado de dois modos: por estrangulamento, com o cordão fazendo o papel de cinto (imagem 1), ou amarrado verticalmente, com seu topo enrolado para baixo (imagem 2). Instruções na embalagem mostram como abri-la e como retirar o cordão e usá-lo. “O StringPull é ideal para uma ampla gama de produtos tipicamente não consumidos de uma só vez e pode ser aplicado a diferentes construções de embalagem”, informa a Amcor na brochura utilizada para a divulgação da novidade.

www.amcor.com 20 >>> EmbalagemMarca >>> maio 2005

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pesquisa >>> varejo

A praga das quebras Rupturas nas lojas estimulam trocas de marcas, aponta estudo

A

22 >>> EmbalagemMarca >>> maio 2005

AC Nielsen (11) 4613-7000 www.acnielsen.com.br ECR Brasil (11) 3838-4520 www.ecrbrasil.com.br

de atrasos nas entregas dos centros de distribuição das redes varejistas às suas próprias lojas. Para desatar esse nó, a ECR Brasil está encampando pesquisas-piloto em associadas como Wal-Mart, Coop, Ponto Frio, Colgate, Coca-Cola, Nestlé, Gillette e Kraft Foods. O cruzamento de dados sobre causas, freqüência e situação das rupturas nas indústrias, no varejo e em operadores logísticos, a ser feito em breve, irá ajudar na elaboração de um elenco de ferramentas e recomendações para estancar as quebras. Empresas interessadas em se aprofundar no assunto podem contatar a ECR Brasil. “Os empresários e gestores podem utilizar o estudo como uma referência para identificar os volumes e as causas da ruptura nas categorias de maior representatividade das suas lojas, corrigir as falhas que provocam o problema e aumentar a eficiência dos processos”, entende Cláudio Czapski, superintendente da Associação ECR Brasil.

Tem, mas acabou Alguns dos resultados do 1º Índice Nacional de Rupturas 8% é a ruptura média entre as marcas líderes 11,6% foi a maior taxa média de ruptura, na categoria Pães

6,8% foi a menor taxa, das categorias Leite e Aperitivo salgado sólido e batatas 14,1% das rupturas são causadas por problemas no reabastecimento por repositores

69% dos consumidores trocam de óleo de cozinha na falta de sua marca preferida

41%

dos consumidores trocam produtos de higiene pessoal na falta de seus preferidos

FONTE: ECR BRASIL

falta de produtos nas gôndolas por descontrole no abastecimento, problema chamado de ruptura pelo setor varejista, vem tirando o sono das indústrias. Ocorre que o consumidor demonstra cada vez menos fidelidade extrema às suas marcas de coração: quando não as encontra no supermercado, ele mostra maior disposição para traí-las, colocando produtos de bandeiras concorrentes em seu carrinho, do que para buscá-las noutro estabelecimento. Essa é uma das conclusões do primeiro Índice Nacional de Rupturas, um estudo independente realizado pela Associação ECR Brasil (ECR é a sigla para Efficient Consumer Response, ou “Resposta Eficiente do Consumidor”, em português) em parceria com a Abras – Associação Brasileira de Supermercados e o instituto de pesquisas AC Nielsen. Segundo os resultados do estudo, divulgados no final de 2004, existe motivo para preocupação. O índice médio da ruptura das marcas líderes registrado nas principais lojas da Grande São Paulo e do Grande Rio foi de 8%. Ou seja, a cada 100 tentativas de compra de marcas notórias, em oito delas as marcas desejadas não se encontravam nas lojas. Em entrevistas complementares feitas por telefone com 605 donas-de-casa das classes A, B e C, constatou-se que cerca de 50% delas levariam para casa outras marcas na ausência de suas preferidas nas prateleiras, e apenas um terço delas demonstrou fidelidade incontida às marcas prediletas, alegando disposição para procurá-las em outros supermercados. A predisposição às “puladas de cerca” variou de categoria para categoria. Enquanto 69% das entrevistadas disseram que migrariam de marca na falta da sua escolhida em óleos de cozinha, 41% delas, no outro extremo, o fariam em produtos de higiene pessoal. O estudo detectou que as rupturas variaram tanto por categoria quanto por área da loja, e que 27% delas aconteceram em função

processos >>> termoformagem

Experimento bem sucedido Polipropileno termoformado estréia com sucesso em três categorias de produtos

recente estréia de embalagens de polipropileno (PP) termoformado em três categorias de produtos até então dominadas por outros materiais – hastes flexíveis para higiene pessoal, sorvetes e tintas gráficas – está sendo comemorada pela Poly-Vac, responsável pelas novidades, como uma espécie de passagem bem sucedida por uma espécie de “período experimental”. A empresa forneceu em fins de 2004 três novos produtos para empresas atuantes naquelas áreas, com dois poderosos apelos – o da redução de custos e o do design mais arrojado que o das embalagens que vinham utilizando. Para os cotonetes Yes, da Divisão Nature’s Plus do Grupo EMS Sigma Pharma, desenvolveu um pote quadrado, campo em que predominavam os estojos de papel cartão e os recipientes injetados de PP e PVC. Segundo Pedro Gabriel Lepiane, analista de marketing da Poly-Vac, “além do preço mais competitivo do material, o formato inusitado representa um importante diferencial”. Para a Kibon (Unilever), foi desenvolvida uma tampa côncava para os cones de sorvete Cornetto, marcando também uma expressiva mudança de apresentação em relação aos discos de papel cartão que recobriam a parte superior da guloseima. Já a Tecnotintas adotou, para as tintas gráficas de sua linha Spectrum, os recipientes termoformados num movimento que, no entender de Lepiane, po-

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derá marcar uma mudança de paradigma em relação às latas de aço e aos potes injetados que atualmente dividem o mercado daquele insumo. “Os três produtos estão obtendo bons resultados de mercado”, diz o analista de marketing. “A concretização desses projetos assinala uma tendência para o futuro das embalagens em todos os segmentos de mercado, ou seja, a migração é necessária devido a redução de custo, design diferenciado, leveza, transparência e inovação, atributos oferecidos pelo processo de termoformagem.” Em abril último, comprovando a boa aceitação das novas embalagens, encomendas adicionais já estavam em processamento. Com 32 anos recém-completados, a PolyVac “está em nova fase de investimento, tanto em tecnologia quanto em recursos humanos”, informa Lepiane.

ESTRÉIAS – A partir do canto superior esquerdo, em sentido horário, o pote dos cotonetes Yes, a tampa dos sorvetes Cornetto e os recipientes das tintas gráficas Spectrum: substituições por termoformados com “ganhos em custo e design”

Poly-Vac (11) 5541-9988 www.poly-vac.com.br

mercado >>> cartonadas assépticas

Ânimo renovado SIG Combibloc reforça intenção de expandir a presença de suas caixinhas no Brasil egunda maior fornecedora mundial de embalagens cartonadas assépticas, a suíço-alemã SIG Combibloc há sete anos ensaia sua difusão na América do Sul – e principalmente no Brasil, disparado o maior mercado da região, consumidor de cerca de 9 bilhões de caixinhas longa vida por ano. A companhia chegou a fechar por aqui alguns contratos pontuais de fornecimento com a Unilever, com a Pomar, produtora dos sucos Izzy, e com o laticínio Jussara, porém nunca conseguiu formar massa crítica para ameaçar a gigante desse negócio no país, a sueca Tetra Pak. Só que jogar a toalha não está nos planos da SIG Combibloc. Pelo contrário: numa recente coletiva de imprensa, em São Paulo, seu presidente mundial e CEO, o alemão Walter Schäfers, carimbou que a conquista de pelo menos 10% de share em caixinhas, num prazo de oito anos, é meta estratégica da empresa. “A América do Sul é a última janela a ser fechada por nós no mundo”, sentenciou o executivo. “O motivo da manutenção do ânimo é um recente rearranjo do modelo de negócios para o mercado sul-americano, levado a cabo nos últimos dois anos”, explicou no evento o diretor geral na América Latina da SIG Combibloc, Achim Lubbe. Entre outras reestruturações internas, o escritório brasileiro não é mais subordinado à filial americana, como ocorria anteriormente, respondendo diretamente à central alemã.

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Nova fase, nova conta O primeiro resultado dessa nova fase também foi divulgado no evento: um acordo de fornecimento de embalagens para o leite condensado da fabricante paranaense de lácteos Frimesa, produto que está chegando agora aos supermercados do Sul e do Sudeste. No primeiro ano, 15 milhões de caixinhas, importadas da fábrica alemã de Linnich já pré-formadas – um dos diferenciais do sistema SIG Combibloc em relação ao da concorrente –, irão su26 >>> EmbalagemMarca >>> maio 2005

SIG Combibloc (11) 2107-6744 www.sigcombibloc.biz

FOTOS: DIVULGAÇÃO

FIRMEZA – Leite condensado Frimesa é o novo produto nacional com caixinha da SIG Combibloc; fábrica no país, em planejamento, encerraria importação das embalagens pré-formadas (no segundo plano) da Alemanha

prir a Frimesa. “Outra vantagem, o envase de caixinhas de diferentes dimensões numa mesma máquina, permitirá à Frimesa lançar novos produtos, creme de leite, por exemplo, sem novos investimentos em maquinário”, ressaltou Luciana Galvão, gerente de marketing da SIG Combibloc. Agora, o objetivo da SIG é conquistar novas contas no mercado nacional e em países vizinhos para atingir volume que justifique a construção de uma fábrica no Brasil – projeto em pauta há alguns anos e que, diz Schäfers, será inevitável para anular os impostos de importação, de 16%, e a diferença cambial entre o real e o euro. O investimento necessário, ele calcula, seria de cerca de 70 milhões de euros. “Uma demanda de 500 milhões de embalagens talvez já seja motivo para construirmos aqui nossa nona planta mundial”, estima o CEO, lembrando que a oitava unidade fabril da SIG Combibloc foi inaugurada há pouco, no início de abril, em Riad, Arábia Saudita.

Mais sobre o Label Summit Um complemento à prévia publicada em abril a reportagem “Expansão ultramarina” feita na edição anterior, de balanço prévio do que será apresentado no Label Summit Latin America 2005, dias 17 e 18 deste mês em São Paulo, alguns expositores não foram incluídos, devido a que suas informações chegaram à redação após o fechamento dos trabalhos da revista. Elas são apresentadas agora, de modo que os interessados em visitar o evento têm, com esta edição de EMBALAGEMMARCA e com a anterior, um “guia” para orientar-se. Aos que não tiverem condições de comparecer, a próxima edição trará a cobertura em profundidade.

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Para diferentes etapas da conversão Representante de alguns dos expositores que terão espaço no Latin American Label Summit, a Comprint reforçará seu posicionamento de empresa provedora de soluções para diferentes estágios na área de conversão de rótulos. Para quem está preocupado com velocidade, vale a pena consultar os atributos da linha Combat de impressoras flexográficas da italiana Gidue. O fabricante enfatiza a simplicidade de operação do equipamento, e afirma haver pouca influência do grau de experiência do operador sobre a produtividade da impressora. Essa mesma facilidade de operação, segundo a Gidue, reduz os tempos de setup. A também fabricante de impressoras Drent-Goebel, de origem holandesa-alemã, baterá na tecla da sua tecnologia VSOP (Variable Sleeve Offset Printing), a primeira a combinar impressão offset com o uso de sleeves. A empresa assegura que as trocas de sleeve são extremamente simples, e que o tempo entre mudanças de serviço fica abaixo de 20 minutos. Versátil, por poder imprimir embalagens flexíveis, rótulos e cartuchos, a linha da D-G recebeu recentemente mais um modelo, a impressora VSOP 1120, voltada para o segmento de rótulos termo-encolhíveis. A HP Indigo, por sua vez, aposta no florescente mercado de impressão digital de rótulos para mostrar aos visitantes as oportunidades e os benefícios dessa tecnologia para tiragens pequenas e médias. A empresa pretende mos-

GIDUE – Linha Combat tem como principais apelos a velocidade e a simplicidade de operação

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HP – Trabalho de convencimento sobre os benefícios da impressão digital

trar que a combinação da demanda por lotes cada vez menores de rótulos com a pressão por entregas em prazos cada vez mais apertados pode significar a equação necessária para viabilizar economicamente a impressão digital. A holandesa ABG apresentará no evento a sua linha de rebobinadeiras, incluindo os modelos “Turrent” (de torre) e as revisoras de etiquetas e rótulos auto-adesivos com sistema eletrônico de vídeo inspeção Fleyevision. Outra empresa representada pela Comprint presente no Label Summit é a Melzer, fornecedora de soluções para o mercado de etiquetas inteligentes (ver na página 30).

Mais força em especialidades Um dos principais patrocinadores do Label Summit, a Avery Dennison, aproveitará o evento para fazer o lançamento de novos produtos. Um deles é o Fasson Global CoEx, um filme de altíssima transparência e com grande flexibilidade para aplicações em rótulos primários, destinado aos mercados de cosméticos, de higiene e limpeza, farmacêutico e de alimentos e bebidas. Entre os benefícios do Global Co-Ex, a fornecedora destaca, além da transparência e da flexibilidade superiores, quando comparado com filmes de polietileno, a alta qualidade de impressão e registro de cores. Também no Label Summit, a Avery Dennison destacará a sua linha de produtos para vinhos. A empresa aproveitará ainda a oportunidade que terá de estar próxima de alguns de seus principais clientes para fazer o lançamento do Fasson Splice Free, um serviço para atender a necessidade do mercado convertedor na busca por produtividade e economia. Com esse serviço a Avery Dennison garante o fornecimento de bobinas sem emendas, o que elimina a necessidade de redução de velocidade de máquina na passagem das emendas e diminui também a perda de insumos du- AVERY – Lançamento do Global Co-Ex, filme de alta transparência rante a conversão.

Lançamentos para marcar presença A Gafor, que distribui no Brasil a linha de produtos da italiana Arconvert, visa a reforçar sua presença no mercado de filmes e papéis auto-adesivos ampliando o leque de produtos ofertados. Para isso, lançará durante o Latin America Label Summit a base para auto-adesivos de polietileno transparente fosco, filme que, segundo a empresa, é inédito no mercado brasileiro, e a SecurtacK, etiqueta de segurança para lacres de produtos invioláveis, com excelente resultado de conversão. De acordo com informações da Gafor, o Polietileno Transparente Fosco tem excelente desempenho em máquina, e pode gerar ganhos de produtividade – com conseqüente redução de custos – no processo de rotulagem. Isso porque, conforme explicação do distribuidor, em geral os convertedores são obrigados a adicionar um passo a mais no processo produtivo para retirar o brilho indesejável do auto-adesivo para determinadas aplicações. Já a etiqueta de segurança SecurtacK oferece a alta qualidade de lacre exigida por sua aplicação em diferentes superfícies, possibilitando, ao mesmo tempo, a personalização gráfica do selo de segurança.

Espaço para os ribbons A RR Papéis, empresa do Grupo RR, participará do Label Summit em conjunto com a Sony Chemicals, que representa na área de ribbons. Nesse segmento apresentará alguns desenvolvimentos do que afirma serem “considerados mundialmente os melhores ribbons do mercado”. Segundo a empresa, nas versões cera, misto e resina, os ribbons Sony trabalham com altas velocidades de impressão e baixas temperaturas, diminuindo a tensão. A RR Papéis afirma ainda que os ribbons proporcionam menor desgaste das cabeças térmicas de impressão. Entre seus desenvolvimentos próprios a RR Papéis exibirá adesivos de alto desempenho, desenvolvidos principalmente para satisfazer as exigências do mercado internacional interessado nos produtos agro-industriais congelados brasileiros e utilizados na fabricação de rótulos de alta resistência e alta adesividade. Apresentará também lacres anti-violação destinados às indústrias eletroeletrônica, farmacêutica, cosmética fina e alimentos. Terão destaque, ainda, filmes metalizados de polipropileno biorientado (BOPP) para rótulos de bebidas, cosméticos e produtos refrigerados em geral. ABG www.abgint.nl Arconvert www.arconvert.com

Gafor www.gafor.com.br (11) 3046-3590 Gidue www.gidue.com

Avery Dennison www.averydennison.com.br HP (19) 3876-7600 www.hp.com.br (11) 5502-5000 Drent Goebel www.drent-goebel.com

Melzer www.melzergmbh.com Comprint www.comprint.com.br (11) 3371-3371 Sony Chemicals www.sonychemicals.com RR Papéis www.rretiquetas.com.br

Cada vez mais perto Interesse pela tecnologia RFID mobiliza mercado brasileiro burburinho em torno das chamadas etiquetas inteligentes não pára. As incertezas que ainda pairam no ar, como a indefinição relativa aos padrões que serão adotados, parece não ser suficiente para deter o avanço dessa tecnologia, facilmente identificada pela sigla RFID (do termo em inglês para identificação por rádio freqüência). É bem verdade que o sonho da aplicação de smart labels em cada produto ainda vai demorar um pouco para se concretizar. Mas a aplicação em paletes e em caixas já está sendo discutida – e implementada – por grandes empresas, que enxergam nisso a possibilidade de reduzir custos com operações logísticas e aumentar a rastreabilidade de seus produtos. A existência de um mercado potencial nada desprezível para essa tecnologia no Brasil – onde as grandes redes de supermercados têm poder suficiente para exigir de seus principais fornecedores a adoção do RFID, a exemplo do que fizeram suas cole-

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RFID em vidro também A japonesa Toppan Printing, com a colaboração da vidraria Nippon Sheet Glass, anunciou a obtenção de uma etiqueta RFID para recipientes de vidro, desenvolvimento até então inédito no mundo. Segundo a Toppan, a etiqueta se amolda a superfícies curvas, como as de garrafas e tubos de ensaio, e apresenta resistência ao calor e à abrasão. A intenção é prospectar a tecnologia em várias áreas, como a proteção de vinhos finos e cosméticos de luxo e no controle de estoque de medicamentos. Um porta-voz da empresa revelou que diversas companhias japonesas já mostraram interesse no produto, cujo início de produção é iminente.

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SATO CLE RFID SMART PRINTER Efetua a gravação das informações na etiqueta inteligente enquanto faz a impressão. O mesmo equipamento testa a etiqueta gravada, descartando automaticamente as que apresentarem defeitos

gas nos Estados Unidos e na Europa Ocidental – está movimentando fornecedores de equipamentos, insumos e serviços, e atraindo atenção crescente de empresas que estudam tornar-se fornecedoras ou usuárias de soluções nessa área.

A teoria na prática Um exemplo disso foi o Workshop RFID, organizado pela Sunnyvale em sua sede, no dia 30 de março. A empresa passou aos seus convidados um panorama da tecnologia RFID, mostrando aplicações, explicando conceitos e indicando tendências. Depois, fez uma demonstração da impressora de etiquetas especiais – que também grava e testa chips RFID – da japonesa Sato, marca que a Sunnyvale representa no Brasil. A Sato Cle RFID Smart Printer efetua a gravação das informações na etiqueta inteligente enquanto faz a impressão. O mesmo equipamento testa a etiqueta gravada, descartando automaticamente as que apresentarem defeitos. Outro exemplo de quanto as etiquetas inteligentes têm alvoroçado o mercado brasileiro é a participação da Melzer (fabricante alemã de equipamentos destinados a esse segmento, representada no Brasil pela Com-

Comprint www.comprint.com.br (11) 3371-3371 Melzer www.melzergmbh.com + 49 (0) 2336-9292-0 Sato www.satoamerica.com + 1 (704) 644-1650

print) no Latin American Label Summit, que ocorre nos dias 17 e 18 de maio em São Paulo (veja mais informações na página 28). A Melzer, que se apresenta como o único fornecedor com solução completa em linhas de produção para o segmento de tecnologia sem contato (contactless technology) mostrará os

atributos de sua tecnologia de teste e seleção de transponders no início do processo de produção, o que permite a substituição das unidades com defeito pelo fabricante/fornecedor. Além de testar e selecionar os transponders, o equipamento faz conversão e acabamento em linha.

Sunnyvale www.sunnyvale.com.br (11) 3048-0147 Toppan Printing www.toppan.co.jp

MELZER - Fabricante afirma ser o único fornecedor com solução completa em linhas de produção com tecnologia sem contato

Precisão magnética A fabricante americana de facas rotativas Bunting Magnetics anunciou em meados de abril que adicionou mais uma série de produtos à sua extensa linha de cilindros e bases magnéticas. Trata-se da X-treme Series DieCutting Cylinders, concebida para resistir à deflexão e manter a precisão dentro de uma faixa de tolerância extremamente baixa – segundo a empresa, a menor da indústria gráfica. Os cilindros X-treme Cylinders permitem

a montagem diretamente na impressora. Ímãs localizados nos cilindros mantêm as facas no lugar correto mesmo em altas velocidades. A Bunting Magnetics afirma que alguns atributos de linha e outros opcionais tornam o tempo de setup baixo e garantem registros precisos em substratos com espessuras variadas e de diferentes materiais. + 1 316 284-2020 www.buntingmagnetics.com

Mais agilidade e qualidade A Mack Color, convertedora de rótulos auto-adesivos, adquiriu uma expositora da Olec, modelo OV33HD, para agilizar os seus processos de

pré-impressão. A expectativa da Mack Color é de que, com o novo equipamento de gravação de chapas para impressão nos sistemas offset, silkscreen, flexografia e letterpress, o tempo de exposição seja reduzido em cerca de 30%. No período de testes e avaliações dos trabalhos gerados no novo sistema, a convertedora afirma ter obtido melhor definição de degradês e redução no ganho de ponto da ordem de 20%. (11) 6195-4499 www.mackcolor.com.br

In-Mold Labeling em destaque De 26 a 28 de outubro próximo, a cidade de Amsterdã, na Holanda, recebe a IMLCON2005, 13ª Conferência Internacional sobre InMold Labeling (IML). O evento, organizado pela RBS Technologies e pela AWA Conferences, se

coloca como o único totalmente dedicado a esse sistema de rotulagem. Paralelamente às conferências, será realizada uma pequena exposição. Detalhes sobre o programa do evento podem ser obtidos em www.imlcon.com.

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Hologramas aplicados em linha A OMET, fabricante italiana de impressoras de banda média e estreita representada no Brasil pela Gammerler, está disponibilizando aos usuários da linha Varyflex (equipamento sem engrenagens no cilindro de impressão, disponível nas versões de 420mm, 520mm e 670mm) uma unidade in-line aplicadora de hologramas, a Hologram-Insetting. A empresa acredita que o apelo visual e a dificuldade de falsificação das embalagens com hologramas podem dar um grande impulso ao novo acessório. O dispositivo é capaz de aplicar hologramas vindos de até seis bobinas diferentes, e pode ser usado não apenas na produção de rótulos, mas também de embalagens flexíveis e cartuchos de papel-cartão. A Hologram-Insetting já foi testada, com resultados positivos segundo a fabricante, na velocidade de 80 metros por minuto. A mesma unidade também pode ser usada na função “foil saver”, para redução nos gastos com a aplicação de foil. Nessa opção, a alimentação do foil é programada com base no comprimento da imagem a ser impressa, e não sobre a base da montagem entre as duas imagens. (11) 3846-6877 www.gammerler.com.br

Fine Papers traz moda chilena para o Brasil Sucesso no Chile, onde veste 97% das garrafas dos vinhos lá produzidos, a linha Estate Label de papéis para rótulos finos, da Fine Papers, está chegando ao Brasil. Em quatro opções, com diferentes texturas e cores, a linha possui tratamento wet strength, que garante estabilidade na influência de umidade e nas alterações de temperaturas. “O tratamento é próprio para produtos que possam ter seus rótulos em contato com estas alterações de temperatura extremas, como balde de gelo, agüentando até 11 horas, o que é o dobro da exigência do mercado internacional”, explica Tatiane de Féo, gerente de marketing da Fine Papers. Segundo ela, a nova linha visa atender por aqui vinhos, espumantes e cachaças de qualidade, passíveis de serem resfriados ou que procurem uma apresentação mais nobre. Construída em papel de fibra longa premium, a Estate Label apresenta adesivação eficaz sob altas temperaturas e alta performance em diferentes sistemas de impressão e processos de acabamento (como hot stamping, relevo seco e serigrafia). As opções da linha são: Natural Smooth Finish (branco natural em textura lisa); White Laid Finish (branco em textura feltrada); Bright White Vellum Finish (super branco em textura aveludada); e Cream Laid Finish (creme claro em textura feltrada). Todas elas estão disponíveis em 89g/m2, com acabamento em marca d’água, em folhas gráficas com formato 63,5cm x 96,5cm, bobinas e adesivação sob encomenda. (11) 3819-2000 • www.finepapers.com.br

evento >>> brasilplast

Otimismo espelhado Boas projeções da cadeia do plástico movimentaram a Brasilplast 2005 previsão de bons ventos para a economia brasileira nos próximos meses, embora com propensão maior às brisas que às lufadas, está gerando pesados investimentos da cadeia nacional dos plásticos em desenvolvimento de produtos e em ampliação de oferta. Nem mesmo a volubilidade das cotações do petróleo, responsável por recentes conflitos sobre repasses de custos entre os elos da corrente de negócios formada por esses materiais – queixumes dos transformadores de embalagens, por exemplo, têm sido freqüentes (veja a Entrevista desta edição) –, freiam o ânimo do setor. Explica-se. O escoamento de plásticos no país costuma acompanhar a evolução do PIB em proporção dobrada ou até triplicada, e o mercado local guarda um fabuloso potencial: enquanto o consumo anual per capita de plásticos no Brasil é de 23 quilos, em certos países ele ultrapassa os 100 quilos. Ademais, as exportações do setor estão em franco aquecimento. Esse quadro explica o porquê de a 10ª edição da Brasilplast – Feira Internacional da Indústria do Plástico, realizada de 4 a 8 de abril no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, ter sido palco de intenso movimento. O evento, organizado pela Alcantara Machado Feiras de Negócios, reuniu numa área de 76 000 metros quadrados 1 254 expositores, quase 50 a mais que na edição anterior, realizada em 2003 no mesmo local. Pelos corredores da feira, ficou evidente o interesse estrangeiro no mercado brasileiro de plásticos, e não somente pela presença de 511 empresas expositoras originárias de outros países. A Brasilplast deste ano também registrou recorde de visitação de estrangeiros. Das 59 015 pessoas que giraram as catracas do Anhembi, quase 2 000 foram forasteiras, oriundas de 58 nações, contra os 48 países de origem contabilizados na edição de dois anos atrás. E, vale dizer, o interesse dos estrangeiros não se restringia à prospecção de freguesia local, mas também nos materiais, serviços e tecnologia apresentados pelos expositores nacionais. Para se ter idéia, o programa Export Plastic, criado para estimular as exportações de produtos plásticos manufaturados brasileiros, realizou na feira 500 rodadas de negócios, que geraram 400 000 dólares em negócios imediatos. A expectativa é que, num prazo de até um ano, os contatos feitos na Brasilplast revertam em mais 8 milhões a 12 milhões de dólares.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Por Guilherme Kamio

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Se não fecharam pedidos de imediato nos estandes, os representantes internacionais, principalmente de delegações de países latinos e da China, o novo eldorado dos exportadores ocidentais, deixaram clara a intenção de logo estreitar acordos com o Brasil. “No quesito contatos, a Brasilplast superou as previsões. Atendemos pessoas até da África”, afirma Maristela Simões de Miranda, diretora comercial da Maqplas e diretora estratégica de financiamentos da Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos. De acordo com o diretor geral da feira, Evaristo Nascimento, o sucesso de público estrangeiro “resultou da política agressiva de divulgação junto a mercados estratégicos e do apoio de entidades representativas da indústria”. De fato, o foco nas vendas marcou o evento. Nem por isso alguns expositores deixaram de aproveitar a ocasião para promover a estréia de produtos, principalmente as petroquímicas, por meio de novidades em resinas (muitas delas antecipadas por EMBALAGEMMARCA em sua edição anterior). O setor de máquinas e equipamentos também lançou novos modelos na Brasilplast. Já as empresas produtoras de embalagens, até pela participação contida, deixaram a impressão de estarem guardando fôlego para a Fispal Tecnologia, feira a ser realizada no mês que vem no mesmo local. “A participação dos transformadores na Brasilplast é mais institucional”, explica Merheg Cachum, presidente da Abiplast – Associação Brasileira da Indústria do Plástico. Nas próximas páginas, destacamos algumas das novidades relacionadas a embalagens que atraíram a atenção de nossa reportagem presente ao evento.

Um plantel de novas especialidades A Brasilplast foi plataforma de estréia de uma série de especialidades da Braskem para a produção de embalagens – das quais EMBALAGEMMARCA antecipara detalhes em sua edição anterior. No evento, a petroquímica revelou que a nova linha de polietilenos de baixa densidade linear (PEBDL) obtida a partir da tecnologia de quarterpolímeros, uma combinação de quatro tipos de monômeros, será comercializada sob a marca Braskem Pluris. A nova linha, combinada a outras resinas da companhia, é mãe das Soluções Braskem, que abrangem produtos customizados para aplicações em embalagens – entre elas filmes técnicos de alta performance para empacotamento automático e sacaria para pet food. “No caso das rações, a Solução dedicada garante altas velocidades da linha de envase e embalagens com visual superior, sem a corriqueira marcação dos grãos, efeito conhecido como ‘pipoca’”, ilustrou Marcelo Mancini, diretor comercial de Poliolefinas da Braskem, durante evento para a imprensa. Outra solução destacada foi a de Termoencolhíveis Não-colantes, patenteada pela Braskem. Ela compreende um filme coextrudado encolhível, híbrido das famílias Pluris, PP e PEBD de resinas, desenvolvido para

a unitização de multipacks de filmes termoencolhíveis (os populares shrinks). “Sua maior inovação é não permitir a adesão do filme de transporte ao filme encolhível primário, problema até então sem resposta convincente do mercado”, afirmou Luiz de Mendonça, vice-presidente de Poliolefinas da Braskem (foto abaixo). Outra marca revelada pela petroquímica na feira foi a Braskem Prisma, guarda-chuva de uma nova carteira de especialidades em polipropileno da companhia. Dela, dois grades foram especialmente destacados: a 2910, copolímero para a injeção de embalagens com alta transparência e resistentes a baixas temperaturas, ideal para a produção de embalagens que vão ao freezer e ao congelador (sorvetes e pratos congelados, por exemplo); e a 3400, criada especialmente para abastecer a tecnologia ISBM (Injection Stretch Blow Molding) de sopro de recipientes para bebidas não-gasosas. “Esta última proporciona embalagens de ótimo custo, leves, brilhantes, com alta transparência e resistentes a envase a quente”, detalhou Luís Felli, também diretor comercial de Poliolefinas da Braskem (foto em destaque).

(11) 3443-9999 www.braskem.com.br

Com a iminência do início de suas operações, programado já para este segundo trimestre de 2005, a Rio Polímeros (Riopol) compareceu à feira com um estande de 300 metros quadrados. “Não iremos simplesmente produzir polietileno, queremos agregar serviços ao produto e criar diferenciais”, disse João Brandão, diretor superintendente da companhia, aproveitando a ocasião como um teaser do modelo de negócios que a Riopol adotará. A primeira dama do Estado de São Paulo, Maria Lucia Alckmin, visitou a feira no dia 5 de abril e recebeu da fabricante gaúcha de máquinas Himaco utensílios domésticos produzidos nas injetoras alocadas no estande da empresa. As cerca de 5000 bacias e 1200 conjuntos de pratos com talheres recolhidos serão doados ao Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo. Lançando novas resinas na feira (destacadas na edição anterior de EmbalagemMarca), a Politeno recebeu em seu estande o secretário do Comércio, Indústria e Mineração da Bahia, José Luiz Pérez Garrido. “A Politeno tem sido importante parceira pela capacidade de criar oportunidades e levar novos empresários para o Estado da Bahia”, declarou o político. Sob o slogan “Politeno e Você – Uma Parceria de Classe Mundial”, a petroquímica também enfatizou seu programa de apoio administrativo aos clientes via internet, o FastLine. A Basf comemorou na Brasilplast os 75 anos do início da produção de poliestireno (PS), ocorrida em sua fábrica de Ludwigshafen, na Alemanha. O material, em sua forma expandida, se popularizaria anos depois através da marca isopor, que acabou por se tornar sinônimo do produto. Quem também fez uma visita à Brasilplast, no primeiro dia da feira, foi o cirurgião plástico Ivo Pitanguy. Ele falou à imprensa do prefácio que escreveu para o livro “O plástico em sua vida”, escrito pelo jornalista Anthony de Christo e patrocinado pela Braskem.

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Corte e solda em destaque na Maqplas

Tradicional fabricante nacional de tros tipos de embalagens plásticas máquinas de corte e solda para baseadas em poliolefinas, seja com embalagens flexíveis, a Maqplas solda lateral, de fundo ou beira ladestacou na Brasilplast sua nova teral. Por sua vez, a CSP UP 600, corte e solda para sacolas NCS para formação de stand-up pou800 SLH high speed. Em relação ches, ganhou alarme de fim de boaos modelos antecessores, a má- bina, estação de zíper e queda de quina apresenta novo software, pressão da rede, um furador com melhor controle na tensão do filme correção automática por fotocélula e maior performance na produção. e tela touch screen. A gama de produtos atendidos vai (11) 3602-8355 de sacolas com alça flexível a ou- www.maqplas.com.br

Para filmes técnicos complexos A Carnevalli alugou uma grande área na Brasilplast para colocar em funcionamento diversos de seus equipamentos. Um lançamento de destaque foi a nova coextrusora de sete camadas Polaris PA 1400. Segundo Mauricy Pedro Costa, da área de marketing da empresa, a novidade é voltada à fabricação de filmes técnicos multicamadas para embalagens de alimentos e de outros produtos dependentes de altas barreiras. “A nova Polaris pode empregar, em uma ou mais camadas, poliolefinas, poliamidas como nylon e EVOH e outros materiais”.

(11) 6413-3811 www.carnevalli.com

Um gostinho das novidades previstas para chegar ao mercado em 2007, quando a ampliação da planta da Polietilenos União no ABC paulista ficará pronta, já pôde ser sentido na Brasilplast. Dentro de um trabalho de pré-marketing, a companhia já divulgava prospectos e amostras dos novos produtos que ela irá produzir com a tecnologia adquirida da Chevron Philips – entre eles, um polietileno de baixa densidade linear metaloceno (PEBDLm), base de filmes com transparência e brilho elevados. A Ipiranga Química detalhou na feira o contrato fechado em fevereiro com a Petroquímica Triunfo, que a torna distribuidora oficial no Sul e no Sudeste da linha de polietilenos de baixa densidade e de copolímeros de etilenos com acetato de vinila (EVA) desta última. A Ipiranga também lançou um masterbatch branco no evento. O Plastivida – Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos aproveitou a Brasilplast para anunciar a remodelagem de seu site na Internet (www.plastivida.org.br). Ele passa a divulgar notícias e atualidades sobre plásticos, educação ambiental e responsabilidade social e reciclagem, entre outros assuntos. Outra entidade que anunciou um banho de loja em seu endereço na Internet foi o Siresp – Sindicato da Indústria de Resinas Sintéticas do Estado de São Paulo. O portal da entidade (www.siresp.org.br) ganhou upgrades em seu visual e em sua funcionalidade. Com o objetivo de elevar sua produção anual em mais 6000 toneladas, a produtora de masterbatches Termocolor destacou o projeto de sua nova planta em Cabreúva (SP). O início das operações da unidade será em 2006. A companhia também acaba de adquirir uma extrusora com capacidade instalada de 3 000 toneladas/ano e de reformular sua página na web (www.termocolor.com.br) e sua identidade visual. As embalagens dos produtos da empresa já estão chegando ao mercado com um novo logotipo.

40 >>> EmbalagemMarca >>> maio 2005

Mangas vestidas a um custo acessível A fabricante de equipamentos Narita participou da Brasilplast destacando a nova Vest Plus, rotuladora compacta para a aplicação de rótulos manga de polietileno em frascos cilíndricos. De acordo com a fabricante, a maquina, capaz de aplicar até 3 500 rótulos por hora, alia agilidade e praticidade a um custo de investimento reduzido. A Narita também anunciou o início da fabricação de túneis de encolhimento para rótulos termoencolhíveis, os quais irá expor na Fispal Tecnologia, no fim de maio.

(11) 4352-3855 www.narita.com.br

Ciclo rápido rende boas perspectivas Vendida recentemente para o grupo americano Taylor’s HPM (veja a seção Panorama desta edição), a Sandretto do Brasil fez na Brasilplast o début de sua série Nove HP de injetoras. Resultado de um investimento de 2 milhões de dólares dividido entre a subsidiária brasileira e a base italiana, a série é composta por 24 modelos, com capacidades entre 90 e 485 toneladas de força de fechamento, com sistema hidráulico reformulado que alia alta velocidade e sobreposição de movimentos à baixa emissão de ruídos e redução no consumo energético. As máquinas Nove HP tam-

bém estão disponíveis na versão Fast, para altas velocidades, ideal para aplicações de ciclo rápido com parede fina. Aliás, um dos modelos Fast, com 300 toneladas de força de fechamento, encontrava-se em operação no estande da empresa, produzindo tampas de parede fina para potes de alimentos. “A tecnologia embarcada nas máquinas Nove HP permitirá que elas estejam na dianteira do mercado por pelo menos cinco anos”, divulga Guido Pelizzari, diretor geral da Sandretto do Brasil.

(11) 4652-0100 www.sandretto.com.br

Bombonas com controle Quatro máquinas estiveram expostas no estande da fabricante nacional de sopradoras e injetoras Pavan Zanetti. Entre elas, o destaque ficou por conta da HDL 20L, sopradora para a fabricação de bombonas de 20 litros para itens agroquímicos, que funcionava com um módulo de injeção acoplado, permitindo a aplicação de uma faixa de visão vertical, transparente, nas embalagens. “Desse modo, torna-se possível verificar o nível do líquido embalado”, expõe o gerente de marketing e vendas Newton Zanetti. Outro modelo exposto, o Bimatic BMT 3.6D, mostrou a fabricação de embalagens para cosméticos em linhas automatizadas. “Esse modelo proporciona relação custo e benefício muito interessante, dada a necessidade de reduzir custos nos processos de fabricação”, diz Zanetti. A Pavan Zanetti comemorava na Brasilplast a marca de 2 000 sopradoras fabricadas desde sua fundação, em 1966.

(19) 3475-8500 • www.pavanzanetti.com.br

Novos grades de PET Divisão da química Eastman focada na produção de resinas PET para embalagens, a Voridian sacou na Brasilplast novas soluções de sua carteira. Uma delas foi a nova integrante da família Voridian Aqua PET de resinas para a produção de garrafas de água mineral, a PJ004, substituta da PJ002. Outra matéria-prima destacada na Brasilplast foi a resina PET PG600, de alta transparência, voltada à transformação de embalagens para alimentos, medicamentos e cosméticos. Marcos Pinhel, gerente de contas da empresa, informou que as novidades serão produzidas na fábrica argentina da Voridian. “Assim, poderemos oferecer custos mais competitivos. Não teremos que importar ‘extra-zona’ e arcar com altos custos de impostos”, definiu o profissional.

(11) 5506-9989 • www.voridian.com

Um robô mais compacto A Wittmann destacou na Brasilplast seu robô W721 Compact CNC 6.2, integrante da série 7 de robôs da empresa. Indicado para operar conjugado a injetoras com 250 a até 2 000 toneladas de força de fechamento, o modelo se caracteriza pelo formato compacto. Os módulos dos servomotores são instalados no eixo X, e

os outros componentes do sistema de controle ficam abrigados num gabinete fixado ao lado do eixo Z, propiciando maior aproveitamento do espaço nos arredores da injetora. A construção modular, diz a Wittmann, também amortiza o custo de aquisição do robô.

(19) 3234-9464 www.wittmann.com.br

Imagem alinhada ao mundo A Solvay Indupa utilizou a Brasilplast para consolidar o alinhamento mundial da marca de sua resina de PVC, ocorrido em março. O produto de força da companhia do Grupo Solvay, quarto maior produtor mundial de PVC, passa a ter imagem global padronizada, atendendo pelo nome Solvin. Até então, o PVC da empresa era conhecido como Solvic, no Brasil, e como Induvil na Argentina, apesar de a mar-

42 >>> EmbalagemMarca >>> maio 2005

ca Solvin já vir sendo utilizada no resto do mundo há certo tempo. A Solvay Indupa também anunciou que a expansão de sua fábrica de Santo André (SP), iniciada em 2004, deverá ser concluída até o segundo semestre deste ano. Fruto de um investimento de 50 milhões de dólares, a expansão irá gerar um incremento de 30 000 toneladas anuais na produção de PVC e mais 100 000 toneladas por ano de MVC (Monômero de Cloreto de Vinila) no Brasil.

(11) 3708-5265 www.solvayindupa.com

Flexo júnior e laminadora em foco Uma nova impressora flexográfica de seis cores, a FR6, foi destacada pela espanhola Comexi em seu estande na Brasilplast. De acordo com a empresa, trata-se de um modelo com engrenagens júnior, acessível e de operação simples, sem detalhes supérfluos, porém com o aporte das últimas tecnologias da área: bancada monoblock (com anilox incluído), tinteiros paralelos, dupla guia de suporte de tinteiros, nova tecnologia de secagem e sistema cantilever de troca de camisas porta-clichês. Os ajustes de tinteiros são micrométricos manuais. “É uma máquina que alia precisão a simplicidade, pois nem todos os trabalhos exigem oito ou dez cores”, explica Jeferson Luiz Giampietro, diretor comercial e de marketing da Comexi do Brasil. Em tempo: a Comexi também reforçou a divulgação de sua laminadora solventless Nexus One, para trabalhos de até 300 metros por minuto com uma ampla gama de materiais (na foto).

(51) 632-2130 [email protected]

entrevista >>> Merheg Cachum

No plástico, o cenário não é tão colorido como parece entro do sempre tormentoso horizonte do mundo brasileiro dos negócios, a marcha às vezes tranqüila e esporádicos fatos auspiciosos não autorizam ninguém a fazer previsões para muito adiante. Nesse quadro, a cadeia do plástico, aqui abordada basicamente por sua parte ligada ao negócio da embalagem, passa por constantes agruras. Quem acompanhou a maior feira do setor no país, a Brasilplast, pode ter concluído que o cenário é colorido, mas talvez não tenha tido uma visão completa. Mais dependente do fornecimento do petróleo do que os setores concorrentes, na medida que o utiliza como eventual fonte de energia e inevitavelmente como matéria-prima, o atomizado time dos transformadores brasileiros é afetado, entre muitos outros, por dois graves fatores que influem nos preços do fornecimento: a imponderabilidade de eventos internacionais e o invariável ritmo ascendente das cotações internas. O fato é que “os transformadores não conseguem reajustar seus preços como conseguem os produtores de resinas”, ressalta Merheg Cachum, presidente da Abiplast – Associação Brasileira da Indústria do Plástico, nesta entrevista feita por telefone, dos Estados Unidos, onde se encontrava a negócios. Cachum ressalva que, na cadeia do plástico, os exportadores estão se saindo melhor do que quem fornece para o mercado interno, agora ameaçado também pelo avanço dos chineses, cujos produtos têm preços formados sem o ônus de componentes específicos do Brasil: a maior carga tributária do planeta, juros himalaicos, custos trabalhistas estratosféricos. Não obstante tudo isso, Cachum destaca o enorme potencial de exportação de embalagens e do aumento de seu consumo no Brasil.

D

O clima na Brasilplast 2005 parecia ser de grande satisfação – para não dizer de euforia – entre expositores e visitantes. Tinha-se a impressão de que a cadeia do plástico está tendo excelente desempenho. Na sua visão o cenário é realmente tão colorido assim? A Brasilplast foi uma feira maravilhosa, uma demonstração gigante da força da indústria plástica brasileira em todos os setores. Batemos todos os recordes – de visitantes, de espaço ocupado, de tudo, enfim. Agora precisamos aguardar que a economia do país decole. Essa é a grande expectativa de todos os elos da cadeia do plástico e, claro, de todos os setores produtivos nacionais. No caso da cadeia de plásticos, eu diria que as coisas estão indo bem para quem está exportando. Todavia, para quem está só no mercado interno, exceção feita àqueles que fornecem componentes para a indústria automobilística – uma área que exporta cada vez mais –, a situação muda de figura. O quadro é complicado. Ultimamente temos acompanhado os transformadores manifestarem publicamente insatisfação com os fornecedores de resinas. Quais são especificamente as queixas do setor? Nosso problema é um só: não temos como reajustar preços como os produtores de resinas têm. Para eles é muito mais fácil. Os fornecedores de resinas formam um universo de poucas empresas, e com um poder muito grande, uma facilidade incomensurável de definir preços. Do nosso lado, somos 8 000 empresas trabalhando muitas vezes para clientes gigantes. Aí, enfrentamos complicações, porque essas empresas fazem uma pressão muito grande acerca dos preços, e nós acabamos pagando mais caro pelas resinas, sem a velocidade que deveríamos ter para acertar preços com nossos clientes.

Merheg Cachum, presidente da Abiplast – Associação Brasileira da Indústria do Plástico, queixa-se de fatores que pressionam a área de transformação, mas lembra potencial exportador do Brasil em embalagens 44 >>> EmbalagemMarca >>> maio 2005

entrevista >>> Merheg Cachum Falando nisso, o senhor tinha um encontro marcado com autoridades em Brasília para discutir a questão dos preços das resinas. Esse encontro foi realizado? Ainda não. Estamos aguardando somente a confirmação do agendamento para que essa reunião se concretize. Nossa intenção é discutir a possibilidade de se ter, por parte do governo ou da própria Petrobras, uma política de preços de resinas. Do jeito que os preços estão, e com a impossibilidade de repassarmos os aumentos dos preços, o setor todo está complicado.

É possível fazer previsões quanto à inversão do atual processo, e conseqüente diminuição dos custos das resinas termoplásticas e da nafta? Fico muito preocupado com a inversão do processo, porque a velocidade com que se aumentam os preços é muito grande, e o inverso nunca foi verdade.

“Os chineses irão invadir a indústria brasileira, colo-

cando produtos onde hoje

A escalada de preços das matérias-primas derivadas de petróleo já chegou ao limite? Ou o setor de transformação plástica vislumbra novos ciclos de reajustes? Quanto a essa questão é aquela história: nunca nenhum de nós sabe qual o limite do preço do petróleo. É quanto está hoje? E se estourar uma guerra no Irã, como fica? Vê-se que o caso é complicado. Nós somos totalmente dependentes do petróleo, essa é a realidade. Como a Petrobras hoje é quase auto-suficiente, teríamos de ter uma política de governo que pelo menos determinasse que as resinas tivessem uma condição diferenciada de preço. E as cadeias que antecedem o nosso negócio têm de participar dessa discussão também. O setor de transformação está extremamente preocupado porque para ele não existe espaço para reajustes.

Quais os últimos reflexos do processo de alta nos índices brasileiros de consumo de embalagens plásticas? Os reflexos são altamente penosos, porque alguém, nesta ponta, está perdendo, e este alguém somos nós, transformadores de plásticos.

nós colocamos, só que com

O aumento das importações de produtos chineses é uma das conseqüências mais temidas do ciclo de reajustes das resinas termoplásticas. De que forma o setor tem se organizado para reagir a essa ameaça? Sem dúvida, essa é uma realidade incontestável. Os chineses provavelmente irão invadir a indústria brasileira, colocando produtos onde hoje nós colocamos, só que com uma condição totalmente diferenciada. Eles têm condições que nós não temos. Vivemos com uma carga tributária que não existe em nenhum lugar do planeta, temos uma carga de juros absurda, custos trabalhistas estratosféricos. Na China, tudo é o contrário, e vale lembrar que em muitos casos o governo subsidia as empresas para colocarem seus produtos em mercados estrangeiros. Então, é uma desigualdade muito grande. Se acontecer, será como colocar um gigante para brigar com uma criança de dez anos. A Fiesp tem se organizado nesse sentido, tem tomado várias providências quando indústrias reclamam de problemas relativos a essa questão.

uma condição totalmente diferenciada. Eles não

vivem, como nós, com a

maior carga tributária do planeta, juros absurda-

mente altos, custos trabalhistas estratosféricos”

O senhor acredita que as fusões e o aporte de multinacionais no negócio brasileiro de transformação de plásticos, como vem ocorrendo na seara das embalagens, por exemplo, pode injetar um pouco mais de força às reivindicações do setor? As multinacionais sempre têm um poder de negociação diferente das empresas nacionais, com exceção, é claro, daquelas poucas que são gigantes – as quais podemos dizer, até, que se encontram niveladas às multinacionais. Mas é óbvio que a pulverização de nosso negócio torna as negociações mais difíceis, e a concentração sempre facilita a força das reivindicações. O grande número de atores, no entanto, faz parte da natureza do setor de transformação de plásticos, e a balança não pode pender somente para determinados lados. 46 >>> EmbalagemMarca >>> maio 2005

Como o senhor avalia o impacto da atual situação no esforço empreendido pela cadeia brasileira de transformação plástica para aumentar as exportações de produtos plásticos acabados? O esforço tem sido enorme, e as perspectivas no médio e no longo prazo parecem ser positivas. Temos o programa Export Plastic operando com bons resultados. Entretanto, o processo de exportação não ocorre de um dia para outro. É preciso perseverança das empresas, dedicação, participação nas principais feiras do mundo... Assim, todos

entrevista >>> Merheg Cachum poderão colher frutos daquilo que se está plantando hoje, trata-se de um processo. Dentro da questão do esforço para aumentar o escoamento de produtos plásticos manufaturados em mercados externos, temos observado diversas afirmações, tanto de empresários como de entidades de classe, dando conta de que tem havido um aumento das exportações de embalagens acabadas. O senhor confirma essa tendência? Sim, e acredito que a embalagem talvez seja o produto plástico mais fácil para exportarmos. Pegue-se o caso das embalagens flexíveis: elas ocupam poucos espaços, enchem contêineres, têm uma logística amigável. Acredito muito na grande possibilidade de exportação das embalagens. Outros setores também têm condições de exportar. Na área de peças técnicas, observamos que montadoras de automóveis de países desenvolvidos importam muitos componentes, inclusive do Brasil.

sado. Nada tem a ver com as margens dos transformadores. Ultimamente temos visto aumentar, principalmente no negócio de embalagens, parcerias entre produtoras de resinas com transformadores para o desenvolvimento de novas resinas e de produtos especiais derivados desses materiais. O senhor acredita que essa tendência se acentuará? Com certeza. A lógica, para o negócio do fornecedor de resinas, é fechar parcerias com sua clientela, que é a cadeia de transformação. Ninguém pode ver seu fornecedor como não-parceiro. O bom relacionamento entre esses dois elos é vital, porque abre novos negócios para ambos, fortalecendo o apelo do plástico perante os usuários finais, ou seja, os clientes diretos dos transformadores. O interesse é mútuo: os transformadores também têm de se escorar nos fornecedores para se antecipar a novas oportunidades de negócio. É deles que compramos a matéria-prima.

“Acredito que a embalagem talvez seja o produto

plástico mais fácil para exportarmos. Pegue-se o caso das embalagens flexíveis: ocupam

poucos espaços, enchem contêineres, têm uma

Freqüentemente ouvimos atuantes da cadeia de plásticos abordarem o enorme gap existente entre o consumo anual per capita de plásticos no Brasil e o de outros países, o que denotaria claramente um grande potencial de desenvolvimento do setor no país. É possível medir o quanto dessas oportunidades latentes caberia às embalagens plásticas? No ano passado o consumo per capita de plásticos no Brasil fechou em 23 quilos. Em 2003, o registro foi menor. Nos Estados Unidos, onde estou agora, o consumo anual per capita de plásticos passa um pouco dos 100 quilos. Para se ter idéia do potencial do mercado brasileiro, há lugares em que esse índice chega a 180 quilos. O grande fator por trás dessas diferenças de consumo de plásticos não é outro senão a diferença de poder econômico da população brasileira para os dos outros países. Um operário americano ganha uma fortuna se comparado ao ganho de um operário brasileiro. Como praticamente tudo é comprado já embalado, naturalmente as embalagens respondem por muito desse potencial adormecido do Brasil. Mas claro que a diferença não é somente de consumo de embalagens. Quando o país é rico, os plásticos são mais escoados também através de eletroeletrônicos, de automóveis, de materiais de construção civil etc. Nesse sentido, o consumo de plásticos é um termômetro do estado da atividade econômica dos países.

logística amigável. A área

Como se explica a escalada de preços das resinas, quando o preço do petróleo vem caindo e, segundo previsões variadas, poderá cair ainda mais? Bem, essa é a resposta que eu também quero dos produtores de resinas, porque, quando o preço delas vem subindo, as respostas são muito rápidas com relação aos nossos associados, e quando há o inverso do processo, infelizmente a resposta não é rápida.

de peças técnicas também

tem condições de exportar”

Em que medida os aumentos das resinas têm interferido na taxa de ociosidade do setor de transformação plástica? Quando as resinas sobem demais, nossas empresas deixam de ser competitivas. Aí, abrimos espaço para empresas do exterior colocarem seus produtos aqui no nosso país a um preço mais atrativo. O que acontece: estamos gerando empregos para outros países, em prol do desemprego gerado no nosso país e da quebra de muitas empresas. A oferta de especialidades por parte das petroquímicas tornou-se uma maneira de fugir da commoditização do negócio de resinas. Essa tendência tem afetado as margens dos transformadores? As petroquímicas estão investindo porque tiveram resultados fabulosos nos últimos anos, principalmente no ano pas48 >>> EmbalagemMarca >>> maio 2005

Vávula pump contra dermatites caninas Cachorros com queda de pêlo, descamações e inflamações de pele têm um novo aliado. A Ouro Fino Bem-Estar Animal lançou o Dermocanis Pump. Segundo a empresa, é o único medicamento do gênero dotado de válvula pump, acessório de embalagem que permite borrifar produtos líquidos, facilitando a aplicação diretamente nos animais. A válvula foi fornecida pela Saint-Gobain Calmar. Com capacidade de 100ml, os frascos são feitos de PET pela Vedapack. Já os cartuchos cartonados que envolvem o conjunto são impressos pela Macron Indústria Gráfica.

Chegam ao mercado as fraldas Garfield O gato cor de laranja criado por Jim Davis deixa as histórias em quadrinhos para fazer parte do dia-a-dia dos bebês com o lançamento das fraldas descartáveis Garfield Baby, da Baby Roger. As fraldas estão disponíveis nas versões Clássica e Econômica. As embalagens são fabricadas pela Silflex, em polietileno linear de baixa densidade e impressão em flexografia. O design é da Quadro Final.

Imagens enobrecem pacote de arroz Novidade da Camil em arroz: a linha Gourmet Food Service da empresa está chegando ao mercado através do Culinária Italiana, arroz voltado ao preparo de risotos nas cozinhas profissionais. O pacote do produto, fabricado pela Cristal Embalagens, traz imagens alusivas a uma cozinha profissional e visa gerar rápida iden-

tificação nos pontos-de-venda. O trabalho gráfico da embalagem é assinado pela Spice Design.

Resgatar os atributos emocionais despertados pelo leite. Esse foi o norte do projeto de redesenho das embalagens dos leites Elegê, recentemente realizado pela agência gaúcha Bendito Design. Entre as líderes do mercado brasileiro de leite longa-vida, a marca agora tem estampada em suas embalagens a figura de uma camponesa sentada num banquinho ordenhando uma simpática vaca malhada. O padrão de cores

Embalagem interativa para crianças A Rigesa desenvolveu uma embalagem exclusiva para o CD evangélico “Quem é Jesus?”, que integra o projeto “Crianças Diante do Trono”, da linha infantil do Ministério de Louvor Diante do Trono. A embalagem foi produzida dentro do conceito Digipak, que conjuga papel cartão e plástico, e tem como destaques um brinquedo em formato de labirinto e um livrinho com as letras das músicas.

50 >>> EmbalagemMarca >>> maio 2005

Agora é a vez da camponesa

varia de acordo com a versão do produto (integral, semi-desnatado e desnatado). As embalagens são fornecidas pela Tetra Pak.

Aurora lança frisantes A linha de vinhos Mar-

são ideais para consu-

cus James, da Vinícola

mo com pratos leves.

Aurora, ganha duas

O design das embala-

novidades para o va-

gens é da Plano Glo-

rejo nacional. A viní-

bal, de Bento Gonçal-

cola criou os vinhos

ves (RS). Os rótulos

frisantes Marcus Ja-

são fornecidos pela

mes Happy Hour, nas

Igel e as garrafas de

versões Rosé e Bran-

750ml pela Saint-Go-

co. As duas opções

bain Vidros.

Refresco em pó também com leite Após oito meses de pesquisas, o refresco em pó Nutrinho, produzido pela Nutrimental, chega às prateleiras com novo layout, alto teor de vitamina C e uma grande novidade: além de ser preparado com água, é o primeiro refresco em pó do país que pode ser diluido em leite gelado.

Aromas que remetem à natureza A D By DeMillus, divisão de cosméticos da fabricante de lingeries DeMillus, lançou três aromas de sabonete que remetem ao contato com a natureza: oliva e karité, erva-cidreira e leite e mel, todos à base de ingredientes naturais. As embalagens, de papel cartão Duplex Supremo, da Suzano, são impressas pela Schmidt Embalagens, de Juiz de Fora (MG), com design da Maria Luiza Gonçalves Veiga Brito.

A nova fórmula do produto foi desenvolvida em parceria com os fornecedores da empresa, que ajudaram a criar aromas especiais, a fim de dar mais ênfase ao sabor natural da fruta. As embalagens, com layout da Komatsu Design, são fornecidas pela Zaraplast.

Molho na mostarda

Alinhamento de maionese A fim de promover

rótulos auto-adesi-

o alinhamento de

vos, impressos em

suas embalagens,

offset, em papel

a Unilever está al-

couché, pela Pro-

terando o visual de desmaq. Foi tamtodos os produtos

bém incorporado

da linha Hell-

o novo logotipo

mann´s. Tanto

da Unilever. A alte-

para o ketchup

ração da embala-

quanto para a

gem foi focada

maionese saboriza- apenas na arte da da marca, mu-

dos rótulos. Os

daram cores, tons,

frascos e os pro-

ilustrações, tipolo-

dutos não sofre-

gia e layout dos

ram modificação.

52 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2005

A Hemmer investe mais uma vez na inovação, acrescentando “molho” ao visual das embalagens de sua linha de mostardas. Elas têm agora rótulos de BOPP com hot melt frigorífico, mantendo-se íntegros em ambientes refrigerados. O desenho das embalagens, de polietileno de alta densidade (PEAD) e tampas de polipropileno (PP), é do designer Alexandre da Conceição, da Cia. Hemmer. Os frascos da mostarda tradicional são fornecidos pela Cleplax, e os da linha light, pela Doormann. Os rótulos são produzidos pela Baumgarten.

Biscoitos sempre frescos Os biscoitos com fibras vegetais Fibraxx, da Wessanen do Brasil, acabam de ter ampliado de seis para nove meses seu tempo de vida de prateleira, graças à substituição de sua tradicional embalagem primária, sachês feitos de polipropileno biorientado (BOPP) transparente, por outra, que utiliza esse tipo de filme, porém com aplicação de alumínio. “A metalização cria

uma barreira contra a luz, o que prolonga a vida útil do produto e o mantém sempre fresco e crocante”, diz André Estrela, gerente nacional de marketing e vendas da marca Fibraxx. Os filmes são fornecidos pela Flexa Embalagem, de Brusque (SC), e os estojos de papel cartão, que não foram modificados, são da também catarinense Gráfica Meyer, de Joinville.

Um beijão para as mamães A Hersheys, gigante ameri-

último, o produto é vendi-

cana do mercado de cho-

do em tamanho gigante,

colates e candies, está

recheado com os originais

aproveitando o Dia das

kisses de chocolate ao lei-

Mães para incrementar a

te. Em forma de cubo, o

linha Kisses, um de seus

cartucho cartonado que

carros-chefes no mercado

traz o Kisses Maxi foi pro-

brasileiro. Na nova versão,

duzido pela Jofer

lançada no final de abril

Embalagens.

Na Congraf, o que produzimos é bem feito. E gostamos disso! Especializados que somos em produzir embalagens premium, nos orgulhamos, também, em imprimir a revista EmbalagemMarca, importantíssimo veículo do nosso setor, onde os assuntos são tratados em profundidade, mas de forma compreensível. Os artigos, reportagens e entrevistas sempre acrescentam informação e destacam algum aspecto especial, às vezes surpreendente, na produção ou no uso das embalagens. O projeto gráfico da revista é claro, limpo e atraente, o que contribui para facilitar a leitura. É por isso que nos orgulhamos de ser a gráfica escolhida para imprimir EmbalagemMarca. Quando nossos potenciais clientes recebem EmbalagemMarca estão recebendo, além de boa informação, uma amostra concreta da excelência de nossos serviços. Para completar, um testemunho essencial: anúncios da Congraf em EmbalagemMarca já se transformaram em negócios. Em grandes negócios.

Popcorn para brasileiro A pipoca para microondas Orville Redenbacher’s, a mais vendida nos Estados Unidos, está agora à disposição dos consumidores brasileiros, trazidas pelas mãos da ConAgra Foods, terceira maior empresa do setor de alimentos da América do Norte. O produto chega ao país com nove opções de sabores, em três versões de embalagens: Single Pack (individuais), 3Pack (caixa com três pacotes individuais) e 6-Pack (com seis pacotes). Como no Brasil é mais fácil vender pipoca do

que popcorn, as embalagens, embora produzidas pela Phoenix Packaging, maior fornecedora de sacos para aquele produto nos EUA, têm sabores traduzidos para o português.

Caipirinha para francês Dentro do projeto Viva Brasil, criado pelo Pão de Açúcar, centenas de produtos de consumo brasileiros serão distribuídos em 4 900 lojas das redes de supermercados Casino e Monoprix como parte das iniciativas do Ano do

Brasil na França, série de eventos culturais e comerciais que se estenderá até o final de 2005 naquele país. Para participar da promoção, a CaipiVeritas, caipirinha da Agrivale, de Macaé (RJ), pronta para consumo ganhou dois novos sabores e agora, além do tradicional sabor limão, será oferecida nas versões Maracujá e Frutas Vermelhas. A nova embalagem, uma lata de aço expandida com tampa de alumínio e rótulo termoencolhível, foi desenhada pela Packing Design. As latas são fabricadas pela CBL, e os rótulos, pela ITW Canguru.

Cachaça para todo mundo Da cidade mineira de Salinas, famosa pela qualidade de suas cachaças artesanais, está no mercado mais uma aguardente direcionada ao consumo de apreciadores gabaritados, do país e do mundo inteiro, a Tabua, marca da bebida e da indústria produtora. São duas as opções do produto: Flor de Prata, cachaça branca utilizada em caipirinhas e batidas, e Flor de

Ouro, para ser consumida pura. As duas são acondicionadas em garrafas de vidro com tampa de rosca de alumínio, de dose única (50ml) e de 700ml, produzidas pela Saint-Gobain Embalagens. Fornecidos pela Indexflex, os rótulos e contra-rótulos são de BOPP metalizado, com impressão em branco sobre fundo azul metálico e logotipo vazado, portanto prateado.

Bom 2004... A Krones do Brasil fechou o ano de 2004 com um crescimento de 50% em seu faturamento. Grandes projetos e o aumento na venda de peças de reposição e serviços foram as razões do resultado. No primeiro trimestre deste ano, a companhia já registrou aumento no número de pedidos, mas a expectativa é de que, no total de 2005, o faturamento mantenha-se estável em relação a 2004, sem grande variação de crescimento. ...E bis em 2005 “Assim como em vários outros países, a concorrência acirrada e o aumento desproporcional dos custos de matéria-prima pressionam o resultado para baixo”, comenta Jens Hoyer, diretor presidente da Krones do Brasil. “Por isso, apesar do relativo aquecimento da economia, em comparação ao primeiro semestre de 2004, esperamos manter o resultado estável para 2005”. Hoyer antecipa que a Krones irá aumentar a produção de equipamentos no Brasil. “Ganhamos, assim, mais competitividade.” Dois decênios A Vick, distribuidora de embalagens, insumos para comunicação visual e sinalização, plásticos industriais, fitas adesivas e materiais para arquitetura e construção, entre outros produtos, está completando 20 anos neste mês de maio. Reta final O Grupo Wheaton Brasil, composto pela vidraria brasileira Wheaton e outras empresas do setor da indústria de base, deu início à segunda etapa de trabalho para adoção da norma internacional SA 8000. Ela é uma espécie de ISO 9000 da responsabilidade social, medindo o conjunto de princípios éticos nas ações e relações com os principais agentes econômicos e sociais com os quais uma corporação interage. Entre eles estão saúde e segurança no trabalho, liberdade de associação e direito à negociação coletiva, remuneração, além da não contratação de trabalho infantil, trabalho forçado e o repúdio à discriminação de qualquer gênero. A implantação do projeto começou há três anos.

56 >>> EmbalagemMarca >>> maio 2005

Vidro em sintonia com tendência global Reflexo de uma das maiores transformações em seus 102 anos de história, a gigante em embalagens de vidro Owens-Illinois anunciou no início de abril a implementação global da marca O-I como sua identidade em negócios mundiais. Com a decisão, 22 subsidiárias da companhia americana ao redor do globo passarão a usar a marca. Por aqui não haverá mudanças, uma vez que o braço da companhia no país, a antiga Cisper, já utiliza o nome Owens-Illinois do Brasil desde o ano

passado. Segundo Steve McCracken, CEO da O-I, a padronização responde ao perfil cada vez mais globalizado da companhia – mais de 60% de seu faturamento já é proveniente de fora dos Estados Unidos. “Aproximando nossos negócios de uma perspectiva global de mercado, entendemos que a demanda total por embalagens de vidro continua a expandir, especialmente em categorias sofisticadas de alimentos e bebidas”, afirma o executivo.

www.o-i.com

Novo volume sobre o plástico A Dezembro Editorial está lançando o livro “O plástico em sua vida”, escrito pelo jornalista Anthony de Christo. Com 114 páginas, o volume resgata a história do plástico e aborda suas diversas aplicações na atualidade, inclusive no campo das

embalagens. Quem assina o prefácio é o cirurgião plástico Ivo Pitanguy, que ressalta a contribuição do material na evolução da medicina estética e reparadora. O livro será somente distribuído de forma seletiva pela Braskem, patrocinadora de seu projeto.

Sofisticação com tecnologia Está cada vez mais claro que se consolida a tendência de agregar valor aos produtos de consumo através das embalagens. Recente evidência disso foi o êxito alcançado pela Luxe Pack Brasil – Feira de Embalagem dos Produtos de Luxo para América Latina, realizada dias 13 e 14 de abril em São Paulo, no Centro de Eventos São Luís. Ali, 24 expositores do Brasil e do exterior apresentaram a mais de 1 400 visitantes (15% deles estrangeiros) produtos e tecnologia destinados à produção de embalagens sofisticadas. Salvatore Privitera, da SPR International, empresa responsável pela realização da feira, prevê que em 2006 o evento chegará perto de trinta expositores. O expressivo número de inovações

mostrado, bem como a qualificação dos visitantes, na maioria profissionais de segmentos que utilizam ou produzem embalagens sofisticadas, demonstraram um fato: os fornecedores se empenham em atender a demanda de indústrias usuárias e designers por insumos que adicionem valor às embalagens. No entanto, como observou Privitera, “não basta oferecer aos visitantes peças irresistíveis, de apelo visual estonteante”. Na verdade, para um público especializado como o que foi ao evento, é preciso apresentar, acima de tudo, soluções capazes de unir sofisticação com tecnologia de ponta. Na Luxe Pack deste ano, os expositores parecem ter conseguido, como será mostrado na próxima edição de EMBALAGEMMARCA.

SIG Beverages reorganiza a divisão Corpoplast Seguindo uma orientação estratégica da alemã SIG, a mesma controladora da SIG Combibloc, o braço nacional da divisão Corpoplast da SIG Beverages, a outra ramificação de negócios em embalagem do grupo, anunciou que irá deixar de fabricar sopradoras de PET no Brasil. A partir de agora, a empresa prestará serviços, auxiliará no desenvolvimento de embalagens, atuará na reposição de peças sobressalentes e irá ven-

der máquinas importadas da Alemanha. Até então situada em Jundiaí (SP), a empresa mudará para dois novos endereços. A área de equipamentos e moldes ficará na capital paulista, e atenderá pelo telefone (11) 2107-6794 e pelo e-mail [email protected]. Serviços, peças, reformas e treinamento ficarão concentrados em Barueri (SP), podendo ser acessados pelo telefone (11) 4208-7887 e pelo e-mail [email protected]

Enchimento versátil A Optima do Brasil, braço nacional da Optima alemã, está reforçando a divulgação de seus equipamentos para linhas de embalagens de itens farmacêuticos e cosméticos, de fabricação totalmente nacional. Um dos destaques do portfólio da empresa é a ODBfill, envasadora linear automática para líquidos capaz de trabalhar com recipientes rígidos de plástico, metal ou vidro de pequenos a

grandes volumes (até 180mm de diâmetro e 250 mm de altura, para volumes de 10ml a 1500ml). A máquina é 100% servo-motorizada e trabalha com bombas com válvula de diafragma, podendo encher até 12 objetos por minuto por bomba. O transporte das embalagens pode ser feito com ou sem pucks de transporte.

(19) 3886-9800 www.optima-bra.com

Ploc Off com mix de diâmetros ampliado Completando 50 anos de sua fundação neste ano, a produtora de embalagens metálicas Brasilata irá apresentar na feira APAS 2005, a ser realizada de 9 a 12 de maio no Expo Center Norte, em São Paulo, novas versões de sua lata Ploc Off, que conjuga corpo em aço com uma tampa plástica, permitindo assim o consumo progressivo de alimentos. As novidades são latas nos diâmetros 99mm, 83mm e 73mm, com volumes e alturas podendo variar conforme solicitação dos clientes. Durante a feira, que congrega a cadeia de abastecimento dos supermercados paulistas, a Brasilata terá estande, onde mostrará lançamentos em alimentos com a Ploc Off – casos do achocolatado Rush, da gaúcha Neugebauer, do composto alimentar LactoSoy e do achocolatado Soyamaltine, da Sósoja, de Caldas Novas (GO). Outra novidade a ser

apresentada é o primeiro café torrado e moído premium da marca Toleno, produzida pela Toledo & Heleno para exportação (veja reportagem na página 8).

(11) 3871-8500 www.brasilata.com.br

Abief e Afipol sob novas direções A Abief – Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis realizou, no dia 30 de março, eleições para sua nova diretoria e seu novo conselho para o biênio 2005/2007. O novo presidente da entidade é Rogério Mani, diretor da indústria de embalagens Sol PP. Além de consolidar os projetos e as ações iniciadas na gestão do presidente anterior, Sergio Haberfeld, Mani pretende trabalhar pela regionalização da Abief, para expandir o mercado doméstico, e pela formação de alianças com entidades setoriais internacionais. “Isso é importante para mantermos nossos associados em dia com novidades mercadológicas e tecnológicas.” Quem também acaba de apontar nova diretoria para o próximo biênio é a Afipol – Associação Brasi-

leira dos Produtores de Fibras Poliolefínicas. Eli Kattan, diretor da convertedora Zaraplast, é o novo presidente da entidade. Mais que dar seguimento aos projetos da gestão anterior, a nova direção irá “oferecer aos associados subsídios que ampliem as possibilidades de geração de negócios”, diz Kattan, que prevê um crescimento do setor entre 5% a 10% em volume em 2005. “Esse crescimento será justificado principalmente pela performance dos segmentos de sacaria para açúcar e para fertilizantes e de contentores flexíveis (big bags).” As exportações do setor, na previsão do executivo recém-empossado, também crescerão neste ano, na ordem de 5%.

www.abief.com.br www.afipol.org.br

Qualidade de vida A Klabin, maior produtora e exportadora de papéis do Brasil, lançou em março o Programa Klabin de Qualidade de Vida, direcionado aos cerca de 350 profissionais dos escritórios da empresa em São Paulo. Entre as ações previstas estão medicina ocupacional preventiva, atividades físicas, terapias alternativas, palestras educativas. O objetivo é estender o Programa Klabin de Qualidade de Vida às outras unidades da empresa.

Mobilidade A KSR está implantando a Mobile Sales, tecnologia móvel que permite conectar em tempo real a equipe de vendas externas aos dados da empresa. Agora cada profissional conta com um dispositivo que conjuga as funções de palm top e celular, dando acesso ao nível dos estoques, dados cadastrais, compras, entregas e saldo de crédito dos clientes. Com o aparelho os vendedores também poderão realizar pedidos e fazer consulta de duplicatas a pagar.

Web agilidade A americana International Paper, uma das maiores produtoras de papel do mundo, reformulou seu web site (www.internationalpaper.com). Segundo a empresa, novas ferramentas foram criadas para agilizar o acesso às diferentes divisões. A reformulação do design seguiu o mesmo objetivo. “Queremos facilitar as relações comerciais com nossos clientes”, resumiu Bill Hoel, vice-presidente sênior da companhia.

A volta do Worktech A Agfa e a Ripasa realizaram em abril a nova edição do Worktech, programa de atualização para profissionais do setor gráfico. A ação, que retornou com novos temas após a programação de 2004, foi iniciada em Fortaleza (CE). Ainda este ano, o Worktech acontecerá em Salvador (maio), Goiânia (junho), Ribeirão Preto (julho), Campinas (agosto) e São Paulo (setembro). Mais informações: (11) 5188-6444

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Rapida em rápida difusão Focada na produção de embalagens e rótulos, a Litografia Bandeirantes, de Jundiaí (SP), acaba de adquirir uma Rapida 105 universal, impressora offset seis cores, alimentada por folhas e para formatos pequenos e médios, da alemã Koenig & Bauer AG (KBA). Trata-se da quarta máquina KBA na planta da Bandeirantes, e a primeira configurada para trabalhar com acabamentos (coatings) em linha. De acordo com Valdomiro Paffaro, diretor da Bandeirantes, as tecnologias presentes na nova aquisição permitem oferecer embalagens e rótulos mais sofisticados à clientela. “A KBA Rapida 105 universal estende bastante nosso es-

pectro produtivo, abrindo novos nichos de mercado e trazendo novos clientes.” Quem também acaba de adquirir uma Rapida 105, através do braço nacional da KBA, é a Gráfica 43, de Blumenau (SC). KBA Brasil: (11) 6121-5277 www.kba.com.br

Precisão pioneira na América Latina A Antilhas, convertedora de embalagens plásticas e de papel, adquiriu o primeiro sistema de gerenciamento de processo de impressão da América Latina, o BST Premius Digital. Fornecido pela BST Latina, subsidiária da alemã BST International, o produto destina-se a reconhecer e identificar qualquer tipo de defeito de impressão, verificar a qualidade de impressão de oito tipos diferentes de código de barras, e a monitorar automaticamente as cores do serviço em máquina, garantindo a consistência e homo-

geneidade dos matizes. Desenvolvido originalmente para máquinas sem engrenagens, o sistema foi adaptado especialmente para a impressora flexográfica Comexi FJ 2108 da Antilhas. Os principais objetivos da gráfica são garantir registros precisos, reduzir o tempo entre troca de trabalhos e diminuir as perdas de materiais no ajuste de máquina. Antilhas: (11) 4152-1130 www.antilhas.com.br BST: (11) 293-6240 www.bstlatina.com

Qualidade em retículas finas A IBF – Indústria Brasileira de Filmes lançou em março a chapa negativa CTcP, desenvolvida para uso em sistemas CTcP (Computer to Conventional Plate) à base de fonte de luz UV. Trata-se de uma chapa negativa para impressão offset alta-

mente sensível e rápida, que, segundo a empresa, garante alta qualidade em retículas finas (chega a reproduzir pontos de 10 micra). O fornecedor elenca entre as vantagens da nova chapa o menor tempo de exposição necessário, a maior rapidez na partida de máquina, ganho de produtividade de cerca de 30%, alta resistência à abrasão e a boa visibilidade da imagem depois de exposta. (21) 2103-1025 • www.ibf.com.br

Rebobinadoras remodeladas A Maddza Soluções em Automação Industrial anunciou que efetuou alterações tecnológicas e físicas em suas três versões de rebobinadoras – Standard, Modelo Intermitente e Modelo com Controle Tangencial. Segundo a empresa, os equipamentos, compactos e versáteis, são adequados para uma ampla gama de bobinas de filmes, papéis e etiquetas. Além disso, as rebobinadoras ainda permitem a codificação e/ou a personalização do material processado com

o uso de impressoras inkjet, carimbadores rotativos ou etiquetadores. (35) 3722-4545 www.maddza.com

Novo nome, velhas mãos A fabricante de vernizes gráficos Cromar passa a se chamar Overlake Vernizes Gráficos. A empresa, que no final de 2004 teve os 50% de suas ações que estavam nas mãos da Cromos recomprados por Francisco Veloso e Antonio Osvaldo da Costa, responsáveis pela criação da Cromar, terá também um novo logoti-

po. A mudança faz parte da estratégia da empresa de se especializar em vernizes para a indústria gráfica. A Overlake produz vernizes UV e base água para todos os processos de impressão, produtos auxiliares, lavadores e soluções de fonte. (11) 6488-0938 [email protected]

Para ajudar nas provas Em março, a Starlaser lançou no Brasil a linha de softwares da empresa alemã GMG, composta pelos produtos ColorProof (para provas digitais), DotProof (para provas digitais com retículas), FlexoProof (para provas digitais com retículas, voltado para o mercado de impressão flexográfica), ProofControl (software que certifica a qualidade das provas geradas pelos três programas mencionados anteriormente através de medições colorimétricas), InkOptimizer (destinado a

otimizar a quantidade de tinta a ser utilizada na impressão) e Camflow (voltado para o gerenciamento de cor em imagens RGB – preview e prova). Um dos destaques da linha é o programa FlexoProof, que leva em conta as características (cor e estrutura) do substrato a ser utilizado. O software viabiliza ainda a simulação de falta de registro na prova, e deve receber em breve outras funções, como a possibilidade de simular o ganho de espessura de linhas finas e fontes. A Starlaser afirma ser possível utilizar arquivos para imagesetters e CtP gerados com qualquer rip do mercado, a partir de arquivos tiff-1-bit ou arquivos em formatos proprietários de vários fabricantes. (11) 3365-3890 www.starlaser.com.br

Um híbrido de 21 polegadas

Pré-impressão mais produtiva A Adobe anunciou no início de abril a nova versão do pacote Creative Suite, ambiente de design unificado que combina novas versões completas dos softwares Photoshop, Illustrator, InDesign, GoLive e Acrobat 7.0 Professional com os novos Version Cue (um gerenciador de versões de arquivos e ferramenta de colaboração que auxilia os usuários na visualização, rastreamento e acesso das versões históricas de arquivos em projetos do Adobe Creative Suite 2), Adobe Bridge (um navegador com visualização múltipla de arquivos e integração completa entre produtos que compõem o ambiente) e Adobe Stock Photos (que permite pesquisar fotos royalty free de diferentes agências de imagens) A previsão é de que o Adobe Creative Suite seja comercializado no Brasil, na versão em inglês, a partir do final de maio. O programa estará disponível nas plataformas Mac OS X versão 10.2.8 até 10.3.8, Java Runtime Environment 1.4.1, Windows 2000 com Service Pack 3 ou 4 ou Windows XP com Service Pack 1 ou 2. 0800 161009] www.adobe.com/creativesuite

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Durante a NAB Show 2005, maior Feira de Mídia Eletrônica do Mundo, realizada em Las Vegas (EUA) no mês de abril, a Wacom Technology lançou a Cintiq 21ux, display interativo que associa a definição de um monitor de cristal líquido (LCD) de 21 polegadas com a funcionalidade de uma tablet. A nova mesa permite o uso de caneta sem fio diretamente na tela, ajudando os usuários a interagir de maneira mais intuitiva e dinâmica com imagens, vídeos e documentos eletrônicos, e tem sensibilidade em até 1 024

níveis diferentes de pressão. A Cintiq 21ux deve chegar ao Brasil em junho e tem preço sugerido nos Estados Unidos de 2 499 dólares. (11) 7846-9462 www.wacom.com.br

Mais velocidade em formatos médios Colocar todos os processos em linha e diminuir a utilização de consumíveis nas impressoras MAN Roland utilizadas no mercado de embalagem e em aplicações promocionais. Esses foram dois dos principais temas discutidos no Druckforum 2005, evento promovido pela IPP, distribuidora dos produtos MAN Roland no Brasil, em março último, em São Paulo. O encontro também foi explorado para a divulgação da Roland 500, impressora com foco no mercado de meia folha. Segundo o consultor em artes gráficas Tony Kenney, trata-se

da solução de impressão para formato médio mais rápida do mundo. Nas medidas 59 X 74cm, a velocidade é de até 18 000 folhas por hora. Nas aplicações de embalagem a Roland 500 pode imprimir em microondulados e substratos plásticos. “O desenho da máquina levou em conta o percurso do papel”, diz o consultor Kenney. “As plataformas possuem colchões de ar que realizam a transferência das folhas sem nenhum contato físico”, completa o especialista. (11) 5522-5999 www.ipp.com.br

Almanaque O vôo da canarinho A “embalagem” brasileira de maior fama mundial, a camisa que “acondiciona” os craques de altíssimo valor de nossa seleção de futebol, teve como designer o gaúcho Aldyr Garcia Schlee. Hoje um tarimbado escritor, Schlee, à ocasião da criação, tinha apenas 19 anos e trabalhava como chargista e ilustrador – costumava, por exemplo, desenhar reproduções de gols para revistas e jornais, tradição que sucumbiu ao uso das fotografias. Era 1953, e a Confederação Brasileira de Desportos (CBD), antiga CBF, na ânsia de aposentar a camisa branca com gola azul usada até o “maracanazo” da Copa de 1950, quando o Brasil perdeu de forma traumática a final, em casa, para os uruguaios, promoveu um concurso para obter uma nova farda para o

O verdadeiro Napoleão da margarina Na edição 68, EmbalagemMarca informou que a margarina foi inventada em 1869 pelo físico Hippolyte Mège Mouriès, vencedor de um prêmio instituído pelo imperador Napoleão Bonaparte a quem conseguisse encontrar um produto substituto para a manteiga a um custo mais baixo. Na verdade, quem governava a França na época era Carlos Luís Napoleão Bonaparte, ou Napoleão III (18081873), sobrinhoneto de Napoleão I. Eleito presidente da nova República Francesa em 1848, em 1851 deu um golpe de estado, assumindo poderes ditatoriais e criando o Segundo Império. Permaneceu no poder até 1870, quando fugiu para Inglaterra durante a invasão da França pela Alemanha na Guerra FrancoPrussiana.

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Não é tipo, é medida

escrete brasileiro. A única exigência era que a camisa se ativesse às cores da bandeira. De diversos esboços de Schlee, a CBD pinçou a camisa mais limpa, na qual prevalecia o amarelo “canarinho” (acima, o rascunho original). O resto é história.

Ao contrário do que muitos imaginam, chope não designa a cerveja fresca de barril. A palavra vem do alemão schoppen, que significa “copo” ou “quartilho” – a quarta parte de uma canada, antiga medida portuguesa equivalente a 1,4 litro, ou seja, uma dose de 350 mililitros. Utilizado por aqui na versão da língua pátria por imigrantes alemães (e franceses), como chope na hora de pedir um copo pequeno de loira gelada, a schoppen, originalmente uma unidade de medida, acabou virando sinônimo de cerveja servida em copo.

Válvula de boas idéias O conceito do aerossol remonta ao fim do século 18, quando bebidas gasosas em sifões surgiram na França. Em 1927, o engenheiro norueguês Erik Rotheim patenteou a primeira lata aerossol com válvula acionada por um sistema propelente, considerada a precursora do aerossol moderno. Um formato compacto, porém, surgiria somente anos depois, durante a Segunda Guerra, quando o governo americano

custeou pesquisas para a criação de um spray portátil para os soldados repelirem mosquitos vetores da malária nos fronts – feito obtido por Lyle

Goodhue e William Sullivan, em 1943, por meio de uma latinha pressurizada por gás liquefeito, o clorofluorcarboneto (CFC). A massificação industrial do aerossol, porém, só ocorreria após 1953, de carona na invenção de uma nova válvula pelo americano Robert Abplanal. No Brasil, a primeira produtora de latas de aerossol foi a Cia. Metalúrgica Prada, de São Paulo, no início dos anos 70.

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