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Há motivos para crer ão vamos ser otimistas entusiasmados, mas parece haver motivos para acreditar que este ano será melhor do que o recémterminado. Durante a apuração do trabalho Tendências e Perspectivas, matéria de capa desta edição, o que se ouviu, de forma quase unânime, foram prognósticos positivos para 2005 sobre o andamento da economia em geral e da cadeia de embalagem em particular. Embora se costume dizer que toda unanimidade é burra e que o otimista é um pessimista mal informado, é preferível não acreditar que isso seja verdade. Afinal, depois de mais de uma década de economia capenga, o Brasil chegou ao final do ano com números positivos e sinais de que esse passo vai se manter firme por bom tempo. De nossa parte, como é do conhecimento de nossos leitores, sempre acredita-
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Wilson Palhares Depois de mais de uma década de economia capenga, o Brasil chegou ao final do ano com números positivos e sinais de que esse passo vai se manter firme por bom tempo
mos que o país tem condições – e forte necessidade – de ser melhor, menos pobre e menos injusto na distribuição do que produz. Não vamos nos deixar empolgar pelo espírito do ainda esperado “espetáculo do crescimento”, mas temos razões para apostar no futuro. Para nós as coisas não caminharam mal em 2004. Ao contrário. Mais uma vez, este ano a revista EMBALAGEMMARCA registrou crescimento no volume de anúncios e no conteúdo editorial, a nosso ver refletindo o bom desempenho do setor. Para continuarmos a contar com o apoio dos leitores e anunciantes, ao qual nunca teremos agradecimentos suficientes, planejamos investir em 2005 para oferecer-lhes cada vez mais informação de boa qualidade, jornalismo com ética e novos serviços. Em breve apresentaremos novidades. Até fevereiro.
nº 65 • janeiro 2005 Diretor de Redação Wilson Palhares
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Entrevista: Wagner Delarovera Diretor do Programa Export Plastic fala sobre os esforços brasileiros para aumentar as vendas lá fora de embalagens plásticas acabadas
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Tendências e Perspectivas 2005 Principais movimentações da indústria de embalagens em 2004 deverão continuar – e até recrudescer – no ano que se inicia. Listamos alguns fatores aos quais os usuários de embalagens deverão estar atentos em 2005
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Contrafação
Reportagem
Cada vez mais empresas de embalagem fazem pedidos de registro de desenho industrial
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Flávio Palhares
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Guilherme Kamio
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Leandro Haberli Silva
Rotulagem
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Shrink sleeves crescem no mercado de cerveja aproveitando embalo proporcionado pelo lançamento de novos sabores e tipos da bebida
Diretor de Arte Carlos Gustavo Curado
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Assistente de Arte José Hiroshi Taniguti Administração Marcos Palhares (Diretor de Marketing) Eunice Fruet (Diretora Financeira) Departamento Comercial
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Karin Trojan Wagner Ferreira
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Circulação e Assinaturas Marcella de Freitas Monteiro
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Codificação Imposições do varejo fizeram da identificação por radiofreqüência (RFID) a coqueluche da Pack Expo International 2004, feira realizada em Chicago
Público-Alvo EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que ocupam cargos técnicos, de direção, gerência e supervisão em empresas fornecedoras, convertedoras e usuárias de embalagens para alimentos, bebidas, cosméticos, medicamentos, materiais de limpeza e home service, bem como prestadores de serviços relacionados com a cadeia de embalagem.
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Editorial
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A essência da edição do mês, nas palavras do editor
36 Rotulagem 37 Panorama Movimentação na indústria de embalagens e seus lançamentos
38 Internacional Destaques e idéias de mercados estrangeiros
39 Display Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens
40 Painel Gráfico Novidades do setor, da criação ao acabamento de embalagens
42 Almanaque Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens
ILUSTRAÇÃO DE CAPA: JOSÉ HIROSHI TANIGUTI
Materiais, equipamentos e processos de decoração, identificação e rastreabilidade
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entrevista >>> Wagner Delarovera
“Temos padrões técnicos melhores que os asiáticos” á aproximadamente um ano entrou em operação uma iniciativa inédita envolvendo a cadeia do plástico no Brasil. Fabricantes de resinas, centrais petroquímicas e a própria Petrobras, entre outras empresas envolvidas nessa que é uma das principais indústrias de transformação do país, uniram-se para a tarefa de estimular a exportação brasileira de produtos plásticos acabados. Para isso formaram, com apoio da Apex (Agência de Promoção de Exportações do Brasil), o Programa Export Plastic, cuja meta inicial é elevar as exportações anuais do setor para 1,1 bilhão de dólares de plásticos transformados até 2007. Pelos resultados obtidos até agora, essa meta deverá ser atingida em menos tempo. Entre os principais propulsores dos bons resultados estão as vendas de embalagens plásticas. “Produtos como sacos, filmes, tigelas e bandejas são os mais significativos na pauta de exportações da cadeia plástica brasileira”, diz Wagner Delarovera, diretor do programa. Com ampla vivência na indústria de embalagens, o executivo, que já atuou em empresas como a Zaraplast, fala a seguir sobre as vantagens de se afiliar ao programa, comenta as principais oportunidades no mercado internacional e diz o que o Brasil precisa fazer para vender lá fora produtos plásticos com valor agregado.
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Como está estruturado operacionalmente o Programa Export Plastic, e desde quando está ativo? Depois de ter sido aprovado pela Apex (Agência de Promoção de Exportações do Brasil), o programa foi assinado em dezembro de 2003, por um período de dois anos, podendo ser prorrogado. Trata-se de um Programa Setorial Integrado (PSI) envolvendo toda a cadeia do plástico, incluindo indústrias transformadoras de todo o país. O proje-
to começou a ganhar força quando a Petrobras, as três principais centrais petroquímicas do país e quinze empresas produtoras de resinas se reuniram com o objetivo de proporcionar à cadeia brasileira de plásticos competitividade no cenário internacional, a fim de ampliar a exportação de produtos transformados para os mercados de maior consumo. Nesse sentido, pode-se dizer que essa é uma iniciativa pioneira mundialmente. Ao que se saiba, em nenhum país do mundo ocorreu a união, com gestão compartilhada, de todos os elos da cadeia petroquímica em prol de um objetivo comum, que no nosso caso é a exportação de valor agregado. Por isso o Programa Export Plastic pode ser considerado um marco na indústria mundial de plásticos. Em termos práticos, o Programa atualmente tem um orçamento de 5,2 milhões de reais, dos quais 48% vêm da APEX, 40% da indústria petroquímica e 12% das mensalidades de 575 reais pagas pelos associados. Em 2005, o orçamento será de 9,6 milhões de reais com a realização de várias ações de promoção comercial nos mercados-alvo. Quais os objetivos concretos do programa? Queremos que o Brasil exporte 1,1 bilhão de dólares de plásticos transformados até 2007. Mas é possível que tal meta seja atingida em menos tempo. Nossa intenção a curto prazo é aumentar as vendas de produtos plásticos transformados nos países que compõem o Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte) e a União Européia. São os dois blocos econômicos de maior consumo mundial. Juntos, eles importaram mais de 100 bilhões de dólares de produtos plásticos transformados em 2003. Além disso, suas tarifas de importação para produtos plásticos brasileiros são reduzidíssimas – 0% nos EUA e 3,5% na Europa. No caso da União Européia, a situação também
Wagner Delarovera, diretor do Programa Export Plastic, fala sobre a importância da indústria de embalagem nas iniciativas voltadas a ampliar as exportações brasileiras de produtos plásticos acabados 6 >>> EmbalagemMarca >>> janeiro 2005
entrevista >>> Wagner Delarovera está favorável aos transformadores brasileiros em virtude da valorização do euro. No futuro, outros mercados estarão sendo analisados, especialmente África do Sul, Índia e Comunidade Andina. De modo geral, queremos alavancar a exportação de artigos plásticos de consumo massivo, como sacolas-camiseta, filmes stretch e shrink, entre outras categorias em que temos condições de competir diretamente com o México e com os países asiáticos. Mas também estamos focados em artigos plásticos de maior valor agregado, como embalagens para cosméticos, filmes laminados coextrudados e filmes-barreira. Trata-se de mercados em que nossos principais concorrentes são os transformadores canadenses, europeus e japoneses.
melhor posicionamento concorrencial. As ações incluem treinamento e qualificação da mão-de-obra, além de acordos com companhias de navegação para reduzir os tempos de entrega, atualmente já bem menores que os praticados no eixo Ásia-costa leste americana. Em outras frentes, queremos estabelecer centros de distribuição nos Estados Unidos e na União Européia para garantir entregas porta-aporta. Também é importante realizar pesquisas de mercado focadas em nichos com maior potencial de compra de produtos brasileiros. É fundamental, enfim, a integração de toda a cadeia do plástico na busca de objetivos comuns. Desta forma, acreditamos na sustentabilidade de nossa estratégia para fazer frente aos concorrentes internacionais, e obter uma importante share de mercado nos próximos dois a quatro anos.
“Apesar dos constantes aumentos de matériasprimas, os transfor-
madores brasileiros
precisam saber que é
O Programa visa exportar embalagem com valor agregado, vale dizer prontas. Isso contempla embalagens já impressas? Sem dúvida. Queremos transformar as resinas brasileiras em produtos finais para consumo e, se possível, devidamente impressos com logotipos e textos enviados pelos clientes internacionais. O Brasil já está apto a produzir embalagens utilizando tintas sem metais pesados, exigência comum na Europa e nos Estados Unidos. Além disso, devido às grandes quantidades envolvidas, os lotes mínimos de produção são facilmente ultrapassados, viabilizando dessa forma várias impressões diferentes dentro de um mesmo contêiner, para um mesmo cliente.
viável exportar, pois a
elevação dos preços das
Como os transformadores brasileiros conseguirão competir no mercado externo tendo de repassar os constantes aumentos de matériasprimas? Visamos promover as exportações do setor de manufaturas plásticas, mas procuramos deixar a negociação de preços reservada às empresas transformadoras e seus respectivos fornecedores de matérias-primas. Por outro lado, entendemos a gravidade da elevação dos preços, já que muitas vezes uma única resina pode representar mais de 60% do custo de um produto plástico transformado. Apesar disso, os transformadores brasileiros precisam saber que é viável exportar, pois os aumentos das resinas termoplásticas também têm sido constantes no mercado internacional. Isso mostra que a alta dos preços é uma questão mundial, resultante de um clima de incertezas que ainda persiste. Mesmo assim, nenhum país do mundo deixará de importar em função dos preços oscilantes, pois o consumo e a necessidade existem, e os fornecedores mundiais continuarão abastecendo tais compradores. A expectativa é que em 2005 deveremos ter um clima mais estável no cenário mundial, que permitirá uma maior previsibilidade de eventuais altas nos preços das resinas.
resinas termoplásticas também tem sido
constante no mercado internacional”
A China é hoje um grande fornecedor na área, além de tudo agressivo comercialmente. Como enfrentar esse player? O Brasil tem preços competitivos? E qualidade em produtos acabados para fazer frente aos chineses? Não se trata unicamente da China, mas de vários países asiáticos, como Malásia, Taiwan, Vietnã, Indonésia e Índia. Mas sem dúvida a China, que exportou 8 bilhões de dólares em artigos plásticos para os Estados Unidos apenas em 2003, é um gigante no setor. Quanto aos custos de mão-deobra, os chineses ainda levam vantagem frente aos fornecedores brasileiros. Porém, no aspecto do gerenciamento da qualidade, os brasileiros têm condições de oferecer melhores padrões técnicos dentro das especificações solicitadas nos Estados Unidos e na União Européia. Nós, do programa, estamos trabalhando em várias frentes para nos diferenciarmos dos asiáticos, e assim conseguir um 8 >>> EmbalagemMarca >>> janeiro 2005
E quanto à questão tributária? A carga brasileira pode de alguma forma atrapalhar as exportações dos transformadores brasileiros? No que tange exclusivamente às exportações, inexistem barreiras tributárias para as empresas do mercado de plás-
entrevista >>> Wagner Delarovera tico, pois as vendas externas são beneficiadas com os créditos totais de impostos como IPI, ICMS, PIS e Cofins. Talvez um tema mais importante para viabilizar as exportações brasileiras de plásticos transformados seja a logística. Preocupados com essa questão, fechamos, em conjunto com a Abief (Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis), uma parceria com a Hamburg Sud, uma das maiores empresas de navegação do mundo. A idéia desse acordo é facilitar o tráfego rumo aos Estados Unidos e ao México, oferecendo aos transformadores valores mais competitivos de transporte, além da garantia de embarque de seus contêineres.
Até o momento, quantas empresas aderiram ao Programa Export Plastic? Quais os principais benefícios de ser um associado? O Programa começou com quinze empresas, e hoje esse número já subiu para 100 associados, oriundos de treze Estados brasileiros. Nosso objetivo é reunir 150 sócios nos próximos três meses. Vale lembrar que a cadeia de produção de plástico reúne cerca de 7 500 empresas no Brasil hoje. Entre os benefícios de ser associado está a possibilidade de participar de feiras internacionais pagando unicamente passagem aérea, hospedagem e alimentação. Despesas com espaço de exposição, decoração do estande, tradutores, material promocional e logística são inteiramente arcadas pelo Programa Export Plastic.
“Fechamos uma parceria com uma das maiores
empresas de navegação do mundo para facilitar o
Como têm evoluído as exportações de produtos plásticos brasileiros nos últimos anos? Segundo dados da Abiplast/Secex, em 2001 foram exportados 564 milhões de dólares, ou 156 000 toneladas. Houve queda em 2002, quando foram exportados 495 milhões de dólares (142 000 toneladas), e retomada no ano passado, com o Brasil vendendo lá fora 638 milhões de dólares em produtos plásticos transformados (200 000 toneladas). É difícil, contudo, estimar a participação somente das embalagens plásticas nesses números. Mas certamente podemos afirmar que produtos como sacos, filmes, tigelas, bandejas e outros são os mais significativos na pauta de exportações da cadeia plástica brasileira. Sobre 2004, os números que temos até agora indicam que no período de janeiro a outubro, foram exportados 646 milhões de dólares de plásticos transformados. Estimamos que no ano passado a cadeia brasileira do plástico tenha vendido lá fora 750 milhões de dólares.
tráfego rumo aos Estados Unidos e ao México,
Por sinal, recentemente a reportagem de EMBALAGEMMARCA conferiu a presença do programa e de seus associados em dois importantes eventos internacionais ligados à cadeia de embalagem, a Pack Expo Chicago e o salão Emballage, de Paris, ambos realizados em novembro último. Que tipo de balanço o senhor fez dessas duas iniciativas em particular? Como mostram os números, essas viagens trouxeram saldos muito positivos para nossos associados. No caso do salão Emballage, reunimos num espaço de exposição de 200 metros quadrados 24 transformadores. Ao todo, contabilizamos 650 contatos comerciais, que renderam aproximadamente cinqüenta cotações e negociações que estão em andamento. Além disso, foram vendidas na feira 70 toneladas de filmes, e geradas previsões de negócios de 5 milhões de dólares nos próximos seis a doze meses. Já a Pack Expo Chicago trouxe resultados ainda mais animadores. Também reunimos 24 empresas transformadoras, porém num estande maior, de 246 metros quadrados. Fizemos 750 contatos comerciais, terceira maior marca da feira, e aproximadamente 450 rodadas de negócio. Foram vendidas durante o evento 150 toneladas de filmes, e geradas previsões de negócios de 7 milhões de dólares nos próximos seis a doze meses. Os produtos pelos quais os visitantes demonstraram maior interesse foram filmes stretch e shrink, sacos ráfia, sacos tipo bag-in-box e valvulados, filmes laminados e coextrudados, filmes barreira, sacolas-camiseta e sacos de polietileno com zíper, além de tigelas e bandejas plásticas.
oferecendo valores mais competitivos de
transporte, além da
garantia de embarque dos contêineres”
Quais são os principais mercados internacionais para o setor brasileiro de plásticos hoje? O maior mercado consumidor de plásticos brasileiros hoje é o Mercosul, que de janeiro a outubro do ano passado comprou 210 milhões de dólares. No mesmo período, a União Européia importou 100 milhões de dólares de plásticos do Brasil, valor semelhante ao dos Estados Unidos. Porém, essas quantidades são insignificantes perante o consumo de plásticos no mercado internacional. Somente os EUA importaram 38 bilhões de dólares em 2003, e a União Européia, com importações extra e intrazona, totalizou aproximadamente 40 bilhões de dólares em 2003. 12 >>> EmbalagemMarca >>> janeiro 2005
tendências e perspectivas 2005
O fim do stop-and-go? Com as bases da economia melhorando, o país deixa de crescer aos soluços, com chances de aumento do consumo interno e boas possibilidades para a cadeia de embalagem Pela equipe de EmbalagemMarca e George W. Bush e o terrorismo internacional, cada um de seu lado, não cometerem excessos, se a China não arrefecer à força seu formidável crescimento, se nossas autoridades financeiras não caírem em tentações por demais inovadoras (ou por demais conservadoras) e se o jogo político não melar, 2005 será um ano muito melhor que 2004, confirmando os quase unânimes prognósticos sobre a economia em geral e o setor de embalagem em particular. Nos meses recentes, em que a equipe de EMBALAGEMMARCA se voltou para este levantamento de Tendências e Perspectivas, como faz nesta época desde o lançamento da revista, praticamente não se ouviram prenúncios negativos. Prevalece a sensação de que o país vem fincando para valer as bases do crescimento sustentável, embora o desempenho da economia não configure ainda um “espetáculo” nas dimensões que o presidente da República talvez sonhasse brandir. Porém, mesmo considerando que o ano anterior ao exercício findo praticamente não existiu, 2004, no final das contas, surpreendeu, com o PIB crescendo 5% ou mais, quando as previsões de um ano atrás giravam ao redor de 3%, 4% no máximo. Não chega a ser um número extraordinário, pois se efetiva em cima de uma plataforma pífia, quase nula, em 2003. Assim, embora a cifra que se projeta para 2005 – algo
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entre 3,5% e 4% – seja menor que a de 2004, as expectativas para os próximos doze meses se dão a partir de um patamar melhor. A ordem é torcer para que dê certo e planejar formas de beneficiar-se desse movimento. Ao longo de 2004, EMBALAGEMMARCA acumulou denso volume de informações que permitiram, agora, elaborar com segurança a reportagem de serviço aqui apresentada. Foram muitas horas de leituras de publicações especializadas e de navegação virtual, presença da equipe em variados eventos relacionados à cadeia de embalagem, visitas a feiras diversas e, principalmente, trocas de idéias com especialistas e profissionais de empresas representantes dos principais segmentos ligados ao negócio do packaging. Aqui os leitores não serão conduzidos a uma leitura repetitiva de argumentos, análises e tendências, muitas delas apresentadas nas edições mensais da revista e agora reiteradas ou confirmadas. Essa fundamentação ampla pode ser sintetizada na afirmação de que há uma convergência de previsões favoráveis sobre a economia brasileira em 2005. A autorizar os prognósticos de um ciclo de expansão que já estaria em curso existem três “pilares da tranqüilidade”, como os designou o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, hoje consultor, em evento organizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief), em dezembro último: • Política fiscal responsável, sem sinais de populismo econômico.
• Política monetária conduzida de forma autônoma pelo BC, sem ameaças à estabilidade de preços. • Política cambial firme, em que a flutuação do câmbio facilita o ajuste rápido e permite aguardar a cotação do dólar em R$ 3,00 no final do ano. Esse tripé sustenta resultados muito positivos, dentre os quais se destacam a inflação sob controle, o superávit em conta-corrente, a recuperação da renda e do emprego e prêmio de risco em níveis baixos. Some-se a tudo isso o aumento das exportações e a tendência de queda dos preços do petróleo, matériaprima e fonte de energia em que o país caminha para a auto-suficiência. Com esse panorama é possível prever, como já se pôde observar em meses recentes, que este ano, ainda que o crescimento do PIB venha a ser menor, o consumo das famílias aumentará 5,4%, ante 4% registrados em 2004. O espectro dessa expansão abrangerá não só bens de consumo imediato, como alimentos, bebidas, medicamentos e outros, mas também os semiduráveis (roupas, calçados) e duráveis, como eletrodomésticos em geral, incluindo telefones celulares, embora em ritmo menos frenético do que no último ano. É previsível então que a cadeia de embalagem será amplamente beneficiada, na medida em que o crescimento do conjunto da economia não se dá com exclusão do setor, presente em todas as categorias de produtos. É com a retaguarda desse quadro que EMBALAGEMMARCA apresenta a seguir alguns pontos que entende de-
vam merecer atenção em 2005, resguardados alguns aspectos lembrados por Loyola em sua palestra e sobre os quais não há como fazer previsões: • Um crescimento sólido depende de ambiente externo favorável e de outras políticas. • As relações Executivo-Congresso devem ser mais harmônicas e menos influenciadas pela avidez por cargos. • Uma solução inadequada à crise do dólar poderá levar à recessão mundial e à aversão ao risco, atingindo países emergentes, entre os quais o Brasil. • Um pouso forçado da economia chinesa pode prejudicar o crescimento e a disposição de investir. Descontadas essas ponderações e a hipótese de atos terroristas, fenômeno que não cabe no âmbito do ponderável, parece valer a pena apostar em 2005. Depois de mais de uma década de soluços e incertezas, o Brasil teria – finalmente – chegado ao fim do stop-andgo. As perspectivas que essa situação abre para a cadeia de embalagem são abordadas neste trabalho, que visa ajudar os profissionais da área em seus planejamentos, sem ter a pretensão de esgotar o assunto. >>>
tendências e perspectivas 2005
NOVAS LATAS EM FOCO No campo das embalagens metálicas, uma tendência que tem tudo para se fortificar em 2005 é o lançamento de latas de aço com perfis diferenciados para bens de consumo de alto giro, a exemplo do que aconteceu em 2004, quando a chamada lata expandida ganhou amplitude nacional por meio da nova embalagem cinturada do Leite Moça. É sensato esperar que, após a acolhida pela Nestlé, outras indústrias se interessem em desenvolver latas desse tipo. Aporte tecnológico não é problema – a CSN possui uma chapa metálica especial para essas embalagens e garante suporte para desenvolvimentos. Entre as metalúrgicas, a CBL conquistou clientes para suas latas expandidas em bebidas e alimentos (snacks) e a gaúcha Bertol continua a apostar nessa novidade, animada por resultados de mercado expressivos de clientes que as adotaram – como a Sara Lee, com produtos sob a marca guarda-chuva de cafés Pilão. Na verdade, a lata expandida é a ponta-de-lança de um plano maior da
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cadeia de embalagens de aço, que já vem se desenrolando nos últimos anos: o reposicionamento da imagem da lata. “Estamos empenhados em recuperar a nossa participação em mercados tradicionais e em conquistar novos segmentos”, afirmou Elio Cepollina, vice-presidente da Abeaço – Associação Brasileira da Embalagem de Aço, num boletim da entidade. “Todos os meses temos lançado novidades em tamanhos, formatos e tipos de abertura e fechamento, como os inúmeros produtos em latas easy open que chegaram aos supermercados nos últimos meses.” Ainda na seara das metálicas, merece destaque o fato de que, após três anos de desenvolvimento, a Alcan enfim lançou, em setembro de 2004, uma chapa de alumínio especial para latas de alimentos, a Alu.Can. Através de uma parceria com a catarinense Femepe, terceira maior fabricante brasileira de pescados enlatados, a lata nacional de alumínio para alimentos estreou no varejo numa versão de 170g com tampa de fácil abertura, acondicionando o Atum Sólido Light Pescador. E promete se difundir ainda mais em 2005: de um volume inicial de 300 000 latinhas mensais, que ela própria produz em sua metalgráfica, a Femepe declarou que irá difundir a lata de alumínio para suas outras marcas já no início do ano. Além disso, a Alcan reiterou que buscará novos mercados para a embalagem em 2005, sendo que o primeiro deles seria o de rações para animais domésticos (pet food).
SUMIÇO RÁPIDO EM ALTA Do fim de 2003 para cá, a cadeia nacional de embalagens plásticas tem cada vez mais se dedicado aos desenvolvimentos com plásticos de rápida degradação, capazes de se decompor no ambiente em meses, e não decênios, como as versões comuns desses materiais. Em 2004, um destaque especial foi a estréia desses materiais em sacolas de supermercados – e logo por meio da maior bandeira nacional do auto-servi-
ço, o Pão de Açúcar, que as utilizou para o lançamento de uma nova loja paulistana, mas já declarou estar inclinada a expandi-las por sua rede. O cenário favorável aos plásticos mais amigos da natureza irá continuar em 2005. Um dos lastros dessa sensação é que a principal fornecedora dos aditivos aceleradores da degradação dos plásticos, a RES Brasil, promete inaugurar neste ano uma fábrica no interior de São Paulo. Ela permitirá a nacionalização desses produtos a partir de uma capacidade instalada inicial de 100 toneladas mensais. No exercício retrasado, a RES comercializou 4 toneladas de aditivos. A expectativa era fechar 2004 com 24 toneladas. Para 2005, a empresa espera vender 40 toneladas, sendo que o excedente será exportado. Além dessa substituição de importação, outro fator que tenderá a facilitar o acesso aos agentes aceleradores de degradação de plásticos é a maior competição: em 2004, entrou no mercado um novo fornecedor. Com a demanda em alta, não surpreenderá se outros players surgirem. Na mesma área, vale também reservar expectativas quanto a novidades de mercado em frascos (de polietileno de alta densidade, de polipropileno e até de PET), pois testes entre convertedores e indústrias – principalmente as de cosméticos – já estão em andamento. Sabe-se que em 2004 certas produtoras de bebidas mostraram interesse em adotar multipacks de plástico encolhível (shrink) com rápida degradação. É algo que pode se concretizar logo.
ALTA DA ESPECIALIZAÇÃO O ano de 2004 reforçou entre as petroquímicas brasileiras a tendência, em estado avançado no mundo inteiro, do lançamento de resinas poliolefínicas com maior valor, desenvolvidas para atender necessidades específicas de transformação – em muitos casos, de embalagens. Essa estratégia de especialização vem permeando boa parte dos investimentos das principais produtoras nacionais de resinas nos últimos anos, e em 2004 resultou no anúncio de alguns produtos de força. A Braskem lançou a Flexus, nova família de polietilenos de baixa densidade linear produzidos em catalisador metaloceno (PEBDLm), e a Symbios, família de polipropilenos (PP) voltada para empacotamento automático. A mesma companhia também afinou parcerias para a viabilização de embalagens rígidas de PP de alta transparência, característica resultante da adição de um agente clarificante da química Milliken. Tais embalagens prometem movimentar o mercado em 2005, pois se argumenta que elas possuem vantagens frente aos frascos de PET em aplicações para bebidas. Entre outros pesos-pesado na área petroquímica, a Politeno, a Ipiranga e a Polibrasil também divulgaram novas especiarias para a produção de garrafões, sacolas plásticas, frascos para produtos lácteos e flexíveis para a indústria alimentícia em 2004, e terão novas cartas na manga para 2005. Também gera expectativa, para 2005, o início das operações comerciais da Rio Polímeros, ambicioso projeto que promete injetar competitividade no mercado de poliolefinas. É aguardar para ver. >>>
tendências e perspectivas 2005 RECUPERAÇÃO DO VIDRO A indústria vidreira se movimenta para recuperar mercados que havia perdido e tem metas ambiciosas para 2005. É verdade que no campo do requeijão cremoso os copos reutilizáveis cederam espaço (fala-se em até 60%), aparentemente sem retorno, sobretudo para similares feitos de polipropileno (PP). É certo também que a migração da maionese líder Hellmann’s para potes de PET representou outro duro golpe nas indústrias fabricantes de recipientes feitos daquele material. Mas o setor tem argumentos com os quais pretende trabalhar para reverter a situação, e prevê crescimento de 10% no ano, sobre 2004, quando cresceu 5%. No caso do requeijão, parece não comover os consumidores o apelo do reuso ante o apelo do preço, na medida em que ambos se dirigem com mais força a faixas de baixo poder aquisitivo. Para estas, preço é um chamariz irresistível, sem falar que copos plásticos também podem ser reutilizados. O argumento da nobreza do material permanece forte para faixas de consumidores mais sofisticados, e por isso o copo de vidro terá garantido lugar nos requeijões, mas na condição de embalagem de nicho para produto premium – requeijão mesmo, não “especialidade láctea à base de requeijão”. Quanto à ida da maionese da Unilever para os potes de PET, os vidreiros lembram que as principais marcas concorrentes da líder não seguiram seu movimento. O setor afirma ter informações de que depois de migrar para o PET a Hellmann’s estaria perdendo market share para marcas que permaneceram no vidro. Mas é nas garrafas retornáveis de refrigerante que a indústria vidreira põe seu maior lote de fichas. Afinal, em 2004 a Femsa mais do que dobrou 18 >>> EmbalagemMarca >>> janeiro 2005
as vendas de Coca-Cola de sua variada linha vaivém. Isso explica a recente adoção de garrafas retornáveis de 355ml para Sprite, Kuat e, em breve, Fanta. A expectativa é de que outras franquias adotem essa alternativa. Em refrigerantes, o setor sublinha suposta preferência do consumidor por embalagens de vidro em pontos de dose, quando o canal é one way, e o exclusivo apelo da retornabilidade das garrafas de 200ml e 355ml, nesses mesmos pontos, e das maiores, nas vendas para consumo no lar. Os vidreiros destacam terem detectado crescente interesse de engarrafadores por recipientes one way de cerveja e de cachaça, além de alguns fabricantes de alimentos em conserva que pretenderiam estrear em vidro.
MAIOR PLURALISMO Na área de rotulagem, fatos marcantes registrados em 2004 permitem prenunciar que recrudescerá o confronto entre dois sistemas de decoração – auto-adesivos e termoencolhíveis –, sem que um chegue a tomar fatias significativas do outro. Deverá acentuar-se a a tendência de, mais do que serem fornecedoras limitadas a um sistema, as empresas se tornarem provedoras de soluções totais, atendendo todas as necessidades de rotulagem dos clientes. Na banda dos termoencolhíveis, tradicionais fabricantes de outros tipos de rótulos, como a Baumgarten, a Novelprint e a Canguru, passaram a fornecer também aquele tipo de decoração. A própria Avery Dennison, grande provedora de liners para auto-adesivos, passou a fornecer também filmes para impressão de termoencolhíveis, e há informações de que novos nomes atuantes segundo essa fórmula, tanto na ponta da matéria-prima quanto na da conversão, surgirão em 2005. O setor prevê crescer por volta de 30%. Em auto-adesivos, projeta-se crescimento mínimo de 10% para o ano, re-
fletindo a tendência dos fabricantes de bens de consumo de agregar valor a seus produtos através da embalagem. Espera-se a entrada de novos fornecedores de base, nacionais e internacionais, destacando-se entre estes a finlandesa Raflatac, que quer aumentar sua presença na América do Sul, talvez no Brasil. A crescente necessidade de segmentação de produtos e marcas deverá abrir espaço também para o crescimento de segmentos que há anos enfrentavam dificuldades para emplacar, como o de in-mold labels e o de heat transfer – este último viu em outubro a inauguração, pela Technopack, da primeira fábrica de impressão de rótulos com essa tecnologia, no Rio Grande do Sul. Com a conseqüente redução de preços obtida em relação ao produto até então importado, ampliam-se as possibilidades do sistema de competir com os demais. Vale lembrar que o esperado crescimento do consumo de águas, sucos e refrigerantes descortina um cenário róseo para os fornecedores de rótulos dos tipos wrap-around e de mangas de polietileno (aplicados à embalagem unicamente por pressão) e, portanto, para os provedores de máquinas de aplicação. Como destaque final, o campo da rotulagem continuará tendo como um de seus principais pontos de interesse e discussão o sistema RFID, as chamadas etiquetas inteligentes (objeto de reportagem na página 32).
FICHAS NO PAPEL CARTÃO Difícil ensaiar qualquer previsão sobre os próximos doze meses do mercado de embalagens celulósicas sem relacioná-la com a compra, em novembro
tendências e perspectivas 2005 último, da Ripasa pela Suzano Bahia Sul Papel e Celulose e pela Votorantim Celulose e Papel (VCP). Mas o setor apresentou outros movimentos-chave em 2004, que também ajudam a identificar possíveis tendências para este ano. Um dos mais notórios deles diz respeito aos crescentes investimentos na produção de papel cartão. Pelo que se viu no ano recém-findo, o interesse em modernizar as linhas e ampliar a capacidade produtiva brasileira desse importante insumo deverá se intensificar em 2005, expondo o empenho dos fabricantes de papel e celulose em atuar com produtos de maior valor agregado. Isso explicaria estratégias como a da Klabin, que pretende investir 1 bilhão de dólares até 2007 em sua linha de papel cartão, ampliando a capacidade produtiva anual das atuais 320 000 toneladas para 700 000 toneladas. Os investimentos em processos mais nobres indicam que os fabricantes de papel cartão se preparam para enfrentar de frente os plásticos flexíveis, considerados o maior concorrente do material no mercado brasileiro de embalagem. Quanto à compra da Ripasa pela Suzano e pela VCP, negócio que surpreendeu pela rapidez com que foi acertada a parceria entre os dois grupos brasileiros, a perspectiva é de que a indústria nacional saia fortalecida. Apesar de analistas considerarem alta a quantia paga (US$ 720 milhões), o negócio conseguiu domar o apetite de grandes grupos internacionais (Stora Enso, de capital sueco-finlandês, e a americana International Paper), que viam na Ripasa um atalho perfeito para o promissor mercado brasileiro.
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POUCHES MAIS NOBRES A compra da Dixie Toga pela Bemis surge como um marco de mais reviravoltas na área das embalagens plásticas flexíveis e mesmo das rígidas, onde a gigante americana é também uma superpotência. Na esteira da milionária aquisição (US$ 250 milhões), passouse a falar abertamente que movimentos de compra de empresas nacionais serão feitos pelas também americanas Sonoco Forplas e Rexam. O certo é que o setor plástico em geral e o de flexíveis em particular não será o mesmo em 2005. Nestas, merece destaque o avanço dos stand-up pouches, que deverá continuar intenso em 2005. Para muitos fornecedores, os recipientes feitos de filmes flexíveis com bases sanfonadas, de forma a serem dispostos verticalmente nas prateleiras dos supermercados, se tornarão padrão em diferentes categorias de produtos, a exemplo do que já ocorre no mundo. Com custo unitário considerado atraente em relação a determinadas alternativas de embalagens rígidas e semi-rígidas, os stand-up-pouches se multiplicam fora das gôndolas de alimentos e bebidas, onde originalmente surgiram. Hoje eles começam a se tornar referência em algumas categorias do mercado de limpeza doméstica e higiene pessoal, subtraindo fatias cativas do vidro, do papel cartão e do aço. Um conceito que poderá dar o que falar em 2005 é o retortable pouch, embalagem flexível que suporta processos de esterilização térmica em altas temperaturas, permitindo o acondicionamento de alimentos com alta acidez e grande processamento industrial, casos dos pré-cozidos e semiprontos. Tal sistema permite, por exemplo, preparar alimentos dentro da própria embalagem em forno de microondas. Vale lembrar que um retortable pouch protagonizou em 2004 o lançamento do Atum em Pedaços da marca tradicional Gomes da Costa (GDC), e promete ser mais uma ameaça à hegemonia da lata de aço na praia dos pescados – embora
a novidade da GDC tenha sido lançada para o canal do food service, e não ao grande varejo. Algumas empresas, como a chilena Alusa, com escritório no Brasil, apostam alto na difusão desse tipo de flexível por aqui.
LONGA VIDA MAIS VERDE Não há indícios claros de que em 2005 haverá grandes novidades tecnológicas envolvendo a produção de embalagens cartonadas assépticas. Isso porque os principais nomes da área, a Tetra Pak e a SIG Combibloc, revelaram em 2004 um bom número de inovações – desde processos mais aprimorados de pasteurização e envase até métodos mais sofisticados de impressão. O que já é certo para 2005, no tocante a essas embalagens, será uma novidade sorridente ao ambiente: a inauguração da primeira planta nacional de reciclagem de caixinhas com tecnologia de separação dos seus materiais componentes (papel, alumínio e polietileno) por plasma, prevista para o primeiro semestre do ano em Piracicaba (SP). A tecnologia foi totalmente desenvolvida no Brasil, numa parceria entre a Tetra Pak, a Universidade de Campinas (Unicamp) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), e já se tornou objeto de interesse de outros países. A fábrica, de 10,5 milhões de reais, está sendo erguida por meio de esforços da Tetra Pak, da TSL Ambiental, da Alcoa e da Klabin.
marcas >>> contrafação
Cresce a cultura das patentes Títulos de propriedade industrial são mais requeridos no setor de embalagem uando se pensa em embalagens e nos aspectos jurídicos relacionados ao tema “proteção de marcas”, contrafação é uma palavra que pode incorporar significados distintos dos relacionados à atividade de fábricas clandestinas que prosperam vendendo réplicas ilegais de marcas famosas. O termo também designa outro tipo conhecido de concorrência desleal, que é praticado por rivais identificáveis, e não por criminosos responsáveis por fábricas secretas. Trata-se da utilização, através de rótulos e embalagens, de características visuais muito semelhantes em produtos que disputam uma mesma categoria. Para aumentar as vendas, inspirar-se em símbolos, cores, formatos, grafismos e layouts alheios virou algo comum. Quem se sente prejudicado por essa prática pode acusar seus seguidores de plágio, e quem é adepto dela costuma apenas alegar “seguir as tendências da categoria”. Seja como for, só existe uma maneira de abreviar tais contendas, dizem especialistas em propriedade industrial. O caminho passa por assegurar juridicamente, através de uma patente ou registro de desenho industrial, a propriedade e o uso exclusivo de uma embalagem ou produto.
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A boa notícia é que ficou mais fácil obter proteções dessa natureza no Brasil. Ao menos é o que mostram os números. Só em 2003, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, concedeu mais de cinco mil registros de desenho industrial no país. Trata-se da maior marca desde que a legislação brasileira de propriedade industrial agilizou, em 1997, os pedidos de proteção do design e das formas de um produto, com uma lei específica sobre desenho industrial. Daquele ano em diante, o tempo médio para um pedido de registro industrial ser aprovado caiu para noventa dias. É um período curto, especialmente quando comparado com o prazo estimado para que uma patente de marca ou modelo de utilidade seja aprovada hoje no Brasil.“Algo em torno de cinco anos”, diz o advogado Frank Ficher, do escritório Dannemann, Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira, especialista no ramo de propriedade industrial. “Antes de 1997, porém, o procedimento para registrar um desenho industrial também era demorado”, ele recorda. A nova lei implantou no Brasil aquilo que os advogados chamam de procedimento sumário para concessão de registros. “Foi de certa forma uma adaptação à legislação mundial”, diz Aguinaldo Moreira, diretor do Darré Moreira e As24 >>> EmbalagemMarca >>> janeiro 2005
Se no Brasil a concessão de registros de proteção de marcas é limitada por falta de estrutura, prejudicando as empresas, em outros países o universo da propriedade industrial é tão popular que até movimenta o mercado de cultura e entretenimento. Não bastassem museus destinados a reunir produtos falsificados, como o Musée de la Contrefaçon, de Paris, na Europa são comuns obras literárias exclusivas sobre o tema. Um exemplo é o espanhol Cocos (abaixo, à esquerda), livro cujo nome resulta da soma das sílabas iniciais das palavras cópia e coincidência. A obra defende a inovação gráfica, trazendo variado acervo fotográfico de produtos e objetos contrafeitos, retratados ao lado de suas “fontes de inspiração”. No exemplo abaixo há uma coleção de logotipos falsos da grife Lacoste. Já na foto acima são reproduzidas duas fragrâncias (Magnum e Romeo) que adotaram frascos muito semelhantes aos do perfume Quorum, da Antonio Puig, que aparece entre os dois concorrentes.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Concessões cada vez mais ágeis
Cópias ou coincidências?
sociados, outro escritório especializado em proteção de marcas e patentes com forte atuação no mercado de embalagens. Mas o crescimento do número de registros concedidos decorre de outros fatores além da agilização dos processos. No caso do mercado de embalagem, Moreira acredita que um deles foi a entrada de grandes grupos internacionais, que disseminaram no Brasil a cultura da patente, muito forte entre americanos e europeus. “Processos produtivos e materiais cada vez mais modernos e versáteis, além de crescentes investimentos em design, pesquisa e desenvolvimento, também contribuíram para elevar a demanda por pedidos de proteção industrial no mercado de embalagem”, ele considera.
Prejuízos para o país Infelizmente, contudo, a facilidade hoje existente para se obter um registro de desenho não é estendida a outros tipos de proteção da propriedade industrial. Na verdade, explica Eduardo Carneiro Vasques, advogado também atuante no ramo de patentes, esses pedidos costumam levar anos para ser concedidos, pois neles os técnicos do INPI levam em conta aspectos funcionais do objeto que se pretende proteger. “No caso do registro de modelo de utilidade, é preciso que o produto apresente uma característica funcional inédita, enquanto o registro de desenho industrial apenas considera design e características ornamentais”, diz Vasques.
Na visão da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a morosidade da concessão de pedidos de proteção industrial atrapalha a economia brasileira. Segundo a entidade, o INPI tem apenas 110 examinadores de patentes e 42 de marcas. “Em razão dessa estrutura insuficiente, existem hoje 300 000 pedidos de marcas e 60 000 de patentes esperando numa longa fila a hora de serem estudados e atendidos”, sustenta Paulo Skaf, presidente da entidade. “Os atrasos na concessão de patentes têm causado graves prejuízos ao país, especialmente à indústria farmacêutica”, ele diz. Preocupada com isso, a Fiesp quer sensibilizar o governo para que aparelhe com rapidez o INPI, visando conferir mais agilidade e aumentando o interesse dos empresários pelos processos de patente. É uma reivindicação compreensível, já que a concessão de títulos que asseguram a propriedade industrial das empresas se tornou estratégica do ponto de vista macroeconômico. Tome-se como exemplo o momento atual, de elevação das exportações. É uma situação em que é necessário preservar a imagem comercial e a tecnologia das marcas brasileiras lá fora. Tarefas muito mais simples se todos os exportadores do país tivessem registros de desenho industrial e patentes de exclusividade de uso de seus produtos. Dannemann, Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira www.dannemann.com.br (21) 2237-8700
Darré Moreira e Associados www.darremoreira.com.br 0800-7727027
A Poly-Vac atua no mercado de embalagem há 32 anos. E agora está modernizando sua marca, bem como sua atuação no mercado. Mudança é a palavra-chave: o país, as pessoas, as tecnologias, os leitores e até nosso logotipo estão mudando. Essa é a evolução natural das coisas. E é muito bom quando percebemos que a mudança é para melhor. Posso dizer que, assim como a Poly-Vac, a revista EmbalagemMarca também está mudando para melhor. Está mudando a forma das pessoas verem e entenderem o mercado de embalagens. Na Poly-Vac as pessoas lêem EmbalagemMarca assiduamente e sempre estão muito bem informadas. Aliás, aí está o grande segredo de toda e qualquer mudança.
FOTOS: STUDIO AG - ANDRÉ GODOY
Cada vez mais comuns no mercado europeu, shrink labels só haviam sido usados até então por cervejarias brasileiras em situações pontuais
Vestidas dos pés à cabeça Rótulos termoencolhíveis começam a conquistar cervejas de linha inda que essa constatação soe cada vez mais recorrente, é difícil ignorar que, em função da crescente segmentação do mercado brasileiro, os fabricantes de cerveja vêm apostando sem parar em elementos inovadores e atraentes. Tão fundamentada na apresentação dos produtos – ou seja, em seus projetos de embalagem – quanto no desenvolvimento de novos sabores e tipos da bebida, a estratégia de divisão em segmentos novamente ganhou notoriedade com o lançamento, em outubro último, de duas categorias de cerveja até então inéditas no país. Embora as fórmulas e o público-alvo de cada uma das bebidas sejam bastante distintos, os dois casos têm em comum, além da intenção de atrair o crescente contingente de consumidores interessados em versões diferenciadas da bebida, um acessório de embalagem que nunca tinha sido usado em produtos de linha no mercado cervejeiro nacional. São os rótulos-manga termoencolhíveis (shrink sleeves), sistema de decoração de embalagens que só havia dado o ar da graça no setor em edições especiais. Exemplos que chamaram
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atenção nos lançamentos foram a Brahma 2000, comemorativa à chegada do novo milênio, e uma versão da Skol cujas garrafas long neck foram pontualmente vestidas com esse tipo de rótulo cerca de três anos atrás. Porém, com os recentes lançamentos da NS2 (sigla de Nova Schin 2), do grupo Schincariol, e da Donna’s Beer, da cervejaria Sul Brasileira, também dona da marca Colônia, os termoencolhíveis começam a demarcar sua fatia nas vendas da bebida alcoólica mais consumida no Brasil. Fixo e moldado à embalagem pela retração dos filmes plásticos de que é feito (dispensando o uso de adesivos), esse sistema de rotulagem envolve praticamente todo o produto, garantindo superfície de comunicação de 360º. Tal vantagem contribuiu para o crescimento dos shrink sleeves em diferentes categorias do varejo, tornando-os em algumas uma tecnologia concorrente dos auto-adesivos (ver reportagem de capa de EMBALAGEMMARCA 64). Mais curioso do que a presença de sleeves nas garrafas long neck desses dois lançamentos só mesmo o briefing de cada um dos projetos. Longe de ser uma cerveja comum, a NS2 tem sabor de tequila e limão.
Apesar disso, Luís Fernando Amaro, gerente de produto da Schincariol, observa que a bebida não contém diretamente esses dois produtos em sua composição, apenas “essências de tequila e limão”. A idéia de lançar um produto com essas características ocorreu após a empresa detectar o crescimento das versões aromatizadas no mercado internacional de cerveja. Diante da constatação de que essa tendência não diminuiu nos últimos três anos, a cervejaria de Itu (SP) resolveu conceber uma marca que incorporasse algum tipo de sabor. Antes de definir a fórmula da NS2 a Schincariol realizou testes com versões tão díspares quanto frutas cítricas, guaraná e maracujá. Numa estratégia semelhante à das bebidas ice, o segmento-alvo da NS2 é composto por jovens, especialmente os que freqüentam boates e casas noturnas. Trata-se de um canal de distribuição em que marcas como Skol Beats, Kaiser Summer Draft e a mexicana Sol já têm presença garantida. “Queremos alcançar 15% de participação no mercado premium até o final do verão”, diz Amaro, adiantando que a Schincariol poderá lançar novas versões de cervejas aromatizadas no próximo inverno. Já a cervejaria Sul Brasileira, situada em Toledo, oeste do Paraná, optou pelo público feminino. Segundo a empresa, é um filão que responde por 40% das vendas de cerveja no país, “mas que ainda não possuía um produto diferenciado”. Para preencher a lacuna nasceu a Donna’s Beer, vendida apenas em garrafas long neck de 355ml da SaintGobain, com tampas twist-off da Aro.
COMPENSAÇÃO – A arte localizada na parte do rótulo que fica no pescoço da garrafa é adaptada de modo a que o visual desejado seja obtido depois do processo de encolhimento, próximo a 60%
Alta resistência Os rótulos dessas duas cervejas, feito de filmes PET TG com 50 micra de espessura, são fornecidos pela francesa Sleever International. Renato Ternes, diretor comercial da subsidiária brasileira da empresa, destaca que esse material é ideal para embalagens de cerveja, por suportar as altas temperaturas da pasteurização e por ser mais resistente que quaisquer outros aos choques mecânicos a que as garrafas são submetidas nas linhas de enchimento. Segundo ele, “é importante lembrar que a Sleever International oferece uma solução integrada de embalagem: adapta a arte para que a necessária deformação do filme ocorra de modo a mantê-la com o resultado visual desejado e fornece o rótulo e o equipamento de aplicação”. Nos casos da NS2 e da Donna’s Beer, a aplicação é feita nas instalações da Sleever em São Paulo. Numa segunda etapa, as máquinas serão instaladas nas fábricas dos clientes.
Aro (11) 6462-1700 www.aro.com.br Saint-Gobain (11) 3874-7626 www.sgembalagens.com.br Sleever International (11) 5641-3356 www.sleever.com
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codificação >>> RFID
Para cumprir as exigências Na Pack Expo 2004, prazos do varejo direcionaram as novidades em RFID Por Guilherme Kamio, de Chicago enhum tema foi tão destacado na Pack Expo International 2004, feira de negócios ligada ao setor de embalagem realizada de 7 a 11 de novembro último em Chicago, nos Estados Unidos, quanto RFID – sigla para radio frequency identification, ou identificação por radiofreqüência, numa tradução livre do inglês. O organizador do evento, o PMMI – Packaging Machinery Manufacturers Institute, dedicou a ele um espaço próprio, o RFID Pavilion, e o elegeu como prioridade no temário de suas conferências técnicas, arregimentando diversos profissionais, entre consultores, fornecedores e usuários, para discuti-lo. Era fácil entender o porquê – na verdade os porquês – de todo o rebuliço em torno do RFID. Para os fornecedores de máquinas, softwares e insumos, o RFID abre a perspectiva de um proveitoso manancial de negócios, e por isso ele foi a estrela em grande parte dos estandes montados no evento. De outro lado, o setor produtivo, especialmente o de bens de consumo de altíssimo giro, enxergava a Pack Expo como o último grande happening sobre RFID antes de janeiro de 2005, prazo estipulado pelo Wal-Mart para seus fornecedores estarem com a tecnologia implantada em suas cargas. E não só por causa da repercussão dessa exigência da gigante varejista americana, mas também de outras, como as das bandeiras Marks & Spencer e Tesco, no Reino Unido, e de certas redes de distribuição de medicamentos, os mais diferentes profissionais, das mais diversas indústrias, viram na feira uma oportunidade para, perdoe-se o trocadilho, ficarem antenados com o RFID, evitando serem pegos de calças curtas se exigências similares do trade baterem às suas portas. Em meio a todo esse quadro, o grosso das abordagens sobre RFID na Pack Expo 2004 se dividiu em dois aspectos. Primeiro, ficou nítida uma preocupação de especialistas e expositores de mostrar aos visitantes menos informados o bê-á-bá dessa tecnologia (seguin32 >>> EmbalagemMarca >>> janeiro 2005
FOTOS: DIVULGAÇÃO
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ÁREA VIP – RFID teve um pavilhão exclusivo na Pack Expo 2004 e foi destaque nas conferências técnicas
do esse espírito, aliás, EMBALAGEMMARCA preparou um pequeno glossário sobre RFID, disponível no site da revista). A abordagem didática se explica: para os fornecedores de software e hardware, só dessa maneira é possível deixar claro ao público as vantagens da implementação do RFID no chamado “nível de fábrica”, ou seja, para gerenciamento de estoques e identificação e rastreamento da produção desde o interior da unidade industrial, passando pelos processos de distribuição e chegando aos pontos-de-venda.
Pelo prazo curto, paliativo Ocorre que, confrontados por imposições do varejo, os fornecedores, em sua grande maioria, vêm optando pelo chamado “slap and ship”: a simples incorporação de uma linha de etiquetagem RFID para as remessas destinadas às lojas que exigem o RFID, e não uma deposição da tecnologia por toda a sua cadeia produtiva. “O slap and ship é realmente a saída para quem não possui tempo nem capacidade de investimento para adotar o RFID de modo integral”, disse John Greaves, especialista em RFID da consultoria Deloitte, durante uma conferência na Pack Expo. “Mas ele é só um primeiro passo, na medida em que daqui a dois ou três anos sua difusão por toda a cadeia
produtiva será um diferencial competitivo impossível de ser ignorado.” De acordo com o profissional, já existem casos documentados por sua consultoria e por diversas outras atestando a eficácia da implantação do RFID em nível de fábrica em diversos negócios. Da prática do slap and ship vem o segundo aspecto-chave captado na feira. Boa parte das soluções em RFID ali apresentadas e dos anúncios dos expositores visava driblar os desafios que vêm sendo encontrados pelas indústrias que o adotaram. Deles, um dos maiores é a alta taxa de etiquetas RFID defeituosas. “Até agora, os embaladores tinham de remover etiquetas problemáticas de embalagens já etiquetadas manualmente, descartar as embalagens por inteiro, aplicar uma segunda etiqueta sobre a defeituosa ou simplesmente conviver com um grande número de etiquetas RFID não-funcionais em seus produtos”, comenta Gadi Hoenig, diretor-geral da Tadbik Advanced Technologies, produtora israelense de rotuladoras. “Obviamente, isso é extremamente custoso e, pior, abala a segurança e os benefícios do gerenciamento de estoques com etiquetas RFID.” Para driblar esse problema, a Tadbik, em conjunto com sua co-irmã, a americana Logotech, apresentou na feira uma linha de rotuladoras com sistemas de inspeção em linha de etiquetas, a TAD-RF. Um sinal de rádio é enviado para cada etiqueta na bobina antes de sua aplicação nas embalagens. Etiquetas que não respondem ao chamado são descartadas. A velocidade de aplicação da série TAD-RF pode chegar a 60 etiquetas por minuto, mas altas taxas de defeitos reduzem-na. As rotuladoras podem ser equipadas com software e hardware para verificar tanto etiquetas passivas como ativas, em qualquer freqüência. Seguindo a mesma trilha, a MPI Label Systems lançou uma tecnologia exclusiva que inspeciona as capacidades de leitura e gravação de cada transponder RFID antes de ele ser inserido nas etiquetas. Assim, as etiquetas RFID produzidas por ela apresentam 99% de eficácia – aproveitamento comprovado por testes, brande a empresa.
BEDÉIS – Tendência é o lançamento de aplicadoras de etiquetas com sistemas de inspeção de transponders RFID, como a da MPI Labels
URGÊNCIA – Com prazos apertados, indústrias têm optado pelo slap and ship, etiquetagem RFID simples em suas caixas de despacho
A MPI também anunciou uma rotuladora com capacidade de inspeção de leitura/gravação de transponders, a CTM 360 RW Applicator. Contudo, a inspeção é feita no momento da aplicação das etiquetas. Ela é capaz de trabalhar com bobinas fornecidas por qualquer fornecedor e seu cabeçote é personalizável para qualquer aplicação, tipo de transponder e freqüência de transmissão. Uma vez detectadas, as etiquetas com transponders defeituosos são descartadas. Com a habilidade de validar, gravar e afixar etiquetas RFID em tempo real a velocidades de 40 a 50 etiquetas por minuto, aplicadoras desse tipo eliminam a necessidade de manutenção de grandes estoques de etiquetas com transponders já aplicados.
Metais ainda são barreiras Outro desafio para a difusão das tecnologias de radiofreqüência é que algumas embalagens podem interagir com os dispositivos RFID, tornando-os inúteis. “Películas metálicas, latas e até componentes como fechamentos convenientes podem desviar ondas de rádio, afetando as etiquetas RFID”, explica Jeff Schuetz, vice-presidente de Tecnologia em Embalagem da americana Sonoco. “Obviamente, quando você usa as etiquetas para gerenciamento de estoques ou como dispositivos anti-furto, você não quer que nada interfira em sua eficácia.” Devido a isso, a Sonoco anunciou na Pack Expo estar correndo contra o tempo para driblar esses problemas, pois muitas das
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embalagens e componentes que ela produz possuem metais. A companhia formou no fim de 2003 um Conselho RFID interno e montou um laboratório de testes, em sua sede de Hartsville, na Carolina do Norte, para avaliar a performance de etiquetas RFID em embalagens que fabrica – rígidas de papel, garrafas e potes plásticos, flexíveis plásticas, fechamentos convenientes, cartuchos e displays para ponto-de-venda. Mais que isso, a companhia divulgou estar desenvolvendo “materiais inteligentes para RFID”, focando primariamente em plásticos de alta barreira, “invisíveis” às ondas de rádio, para substituir estruturas metálicas em suas embalagens. “Distanciar-nos de metais nem sempre será possível, mas o desafio de desenvolver novas opções será contínuo”, diz Schuetz, lembrando do aspecto do manda quem pode, obedece quem tem juízo. “Muitos de nossos clientes estão entre as maiores companhias mundiais de bens de consumo. Se eles têm de se adequar ao RFID, nós também temos.” Por fim, todo o alarde em torno do RFID tem feito algumas pessoas acreditarem, erroneamente, que a tecnologia é sucedânea do código de barras. Provar o contrário foi outro empenho dos expositores da feira. A tendência, de fato, é a convivência de ambos os sistemas, o que irá se prolongar por muito tempo.
Barras e RFID: aliados Uma mostra disso, na Pack Expo, foi o anúncio do resultado de uma parceria entre a fabricante de codificadoras Domino e a Omron Electronics que visa prover aos consumidores um método flexível e de custo acessível combinando codificação em barras com RFID, atendendo assim necessidades industriais diferentes – o que cai como uma luva para o slap and ship. O lançamento dessa aliança atende pelo nome Product Traceability System (PTS). “Além de possibilitar sistemas customizados para cada cliente, criando flexibilidade e opções na implementação de RFID, ele também pode ser ligado a qualidade, produtividade, automação e sistemas de rastreamento ao longo da fábrica, proporcionando integração total do RFID às fábricas”, explica Simon King, diretor de codificação externa de caixas 34 >>> EmbalagemMarca >>> janeiro 2005
FLEXIBILIDADE – Transponders da Omron fazem parte do PTS, sistema apresentado em parceria com a Domino e que combina RFID com código de barras
Domino www.dominoamjet.com No Brasil: (11) 3048-0197 Logotech www.logotech-inc.com MPI Labels www.mpilabels.com Omron www.omron.com
da Domino. O diferencial do PTS é a separação da etiqueta RFID do código de barras, com informações visíveis e aplicação das etiquetas sem contato (por jato de ar). Como o transponder RFID não é inserido na etiqueta com código de barras, ambas as etiquetas podem ser lidas independentemente e colocadas na melhor posição. “Os sistemas de aplicação com contato podem causar degradação da etiqueta RFID ou da impressão térmica usada para aplicação do código de barras e informações visíveis. O PTS evita esse tipo de problema e, como o sistema possui design modular, os clientes podem começar rapidamente a trabalhar com impressão digital em linha dos códigos de barras e adicionar a tecnologia RFID quando preciso.” Com o PTS, diz King, os clientes ficam livres de lidar com grandes e custosos estoques de etiquetas com transponders já inseridos e encontram flexibilidade no posicionamento da etiqueta RFID nos produtos, pois sua separação da etiqueta que recebe impressão lhe assegura ser colocada na melhor posição para leitura, sem interferir na localização do código de barras e das informações visíveis ao homem – um atributo positivo pelos problemas associados à leitura das etiquetas RFID e já citados anteriormente, como sua proximidade com metais e líquidos.
Tadbik www.tadbik.co.il Zebra www.zebra.com No Brasil: (11) 3857-1466
HIBRIDISMO – No PTS, código de barras e tag RFID são aplicados independentemente
No rumo dos shrink labels C
LEQUE MAIOR – Especializada em auto-adesivos, Novelprint acaba de adquirir sistema formador de rótulos termoencolhíveis
verificação da solda. A impressão dos rótulos poderá ser feita em rotogravura ou flexografia, dependendo da criação e do design da embalagem. Para este último caso, a empresa investiu numa impressora rotográfica de até doze cores. O material impresso pode ser fornecido aos clientes em bobinas ou unidades separadas para tiragens menores. Deixando clara sua intenção de atender clientes de diferentes portes, a empresa também está pronta para fornecer a máquina aplicadora em sistema de comodato. Numa demonstração de que uma estratégia não rivalizará com a outra, a área de rótulos auto-adesivos da Novelprint também foi brindada com investimentos. A empresa adquiriu equipamentos da Stork para impressão silk screen e acabamento em hot stamping. Segundo José Luiz Trevine, superintendente industrial, o investimento total foi de 4 milhões de reais.
dos. A empresa acaba de anunciar dois novos aparelhos para produção de termoencolhíveis. Um deles é a Seammachine, máquina destinada a formar e soldar rótulos em filmes de PVC, PET, PETG e OPS, e o outro, o Doctor Machine Inspector, equipamento complementar de inspeção, dotado de sistema de rebobinamento oscilatório com opções para inspeção manual ou automática da costura. Karlville Development Group + 1 305 533-1051 www.karville.com Novelprint (11) 3768-4111 www.novelprint.com.br Stanford Products LLC + 1 618 548-2600 www.stanfordproductsllc.com FORMA E SOLDA – Doctor Machine Inspector (à dir.) e Seammachine, da norte-americana Stanford
FOTOS: DIVULGAÇÃO
omo mostrado na reportagem de capa da edição anterior, os sistemas de rotulagem autoadesiva e termoencolhível não competem necessariamente entre si, pois são soluções distintas, indicadas para embalagens com características próprias de aplicação. Apesar disso, diferentes produtos migraram recentemente de uma para outra tecnologia, num movimento que desencadeou novas oportunidades na indústria de embalagens. Isso explica a atual tendência de muitas gráficas especializadas na conversão de rótulos autoadesivos de atuar também com termoencolhíveis. Caso atual é o da Novelprint, que acaba de investir em novos equipamentos para começar a produzir os chamados shrink labels. A empresa comprou um sistema formador de rótulos termoencolhíveis da norte-americana Karlville Development Group, uma das líderes mundiais do segmento. A solução é composta por um equipamento de solda e outro que realiza testes de
Mais opções O crescimento do leque de fornecedores de rótulos termoencolhíveis também ocorre no ramo de equipamentos. Bom exemplo vem da Stanford Products LLC, conhecida fabricante de cortadoras e rebobinadoras sediada em Illinois, nos Estados Uni-
Dados variáveis, alta resolução Imaje lançou uma nova solução para marcação e codificação diretamente sobre superfícies porosas, como caixas de papelão ondulado. É a impressora jato de tinta Imaje 4040, que oferece resolução vertical de 180 dpi, permitindo rápida leitura dos códigos de barras, além de desenhos e caracteres cujas alturas variam de 1,5 a 17mm. Com
A
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capacidade de impressão de até 45 metros por minuto, a máquina pode trabalhar com até quatro cabeças de impressão. Esta característica permite atender a várias linhas de embalagens. Outra vantagem é a economia com etiquetas, já que a impressão é feita diretamente no corpo da caixa. (11) 3305-9455 www.imaje.com.br
Em máquinas, EUA mantêm-se na ponta
FONTE: PMMI
Os Estados Unidos permaneceram como o maior mercado mundial para máquinas de embalagem em 2003, registrando faturamento de mais de 5,93 bilhões de dólares e vendas internas de 6,765 bilhões de dólares. É o que informa um balanço recém-divulgado pelo PMMI, entidade de classe americana do setor cujos associados controlam 75% do mercado americano e 25% do mercado global. “Apesar de anúncios de diversos países de seu crescimento em exportações e liderança industrial, o fato de os Estados Uni-
dos terem se mantido no topo é um claro e decisivo indicador de apoio do mercado”, disse Charles D. Yuska, presidente do PMMI. Segundo a entidade, a Alemanha registrou apenas 1,6 bilhão de dólares em vendas para o mercado doméstico. Em contrapartida, a China e o Japão, outros nomes de destaque no monitoramento (com vendas em 2003 de 3,984 bilhões de dólares e 3,221 bilhões de dólares, respectivamente), “continuaram a tendência de direcionar escoamentos para seus mercados internos”.
Vendas de máquinas de embalagem em 2003 (em dólares)
Consumo de máquinas de embalagens em 2003 (em dólares)
1. Estados Unidos
5,930 bilhões
1. Estados Unidos
6,765 bilhões
2. Alemanha
4,584 bilhões
2. China
3,984 bilhões
3. Japão
3,339 bilhões
3. Japão
3,221 bilhões
4. Itália
3,277 bilhões
4. Alemanha
1,697 bilhões
5. China
2,699 bilhões
5. Espanha
1,012 bilhões
É tetra – e pentadeca também Pelo quarto ano consecutivo a Brasilata conquistou o prêmio de Melhor Lata para Tintas, promovido pela Artesp – Associação dos Revendedores de Tintas do Estado de São Paulo. O prêmio é baseado numa pesquisa do varejo, que neste ano ouviu 340 lojas. Carlos Viterbo Junior, gerente de marketing da Brasilata, foi um dos executivos premiados na categoria Participação no Setor Tinteiro. Em outro prêmio, o de Fornecedor do Ano do Sitivesp – Sindicato
da Indústria de Tintas e Vernizes do Estado de São Paulo, a Brasilata também subiu ao pódio. Ela foi eleita pela 15ª vez em dezesseis edições do prêmio. “O setor de tintas e produtos químicos representa 70% das vendas da Brasilata, e nossa equipe oferece serviços de pós-venda para a satisfação dos clientes”, diz José Maria Granço, diretor da Divisão Química da metalgráfica.
(11) 3611-8122 www.brasilata.com.br
Maddza tem nova dispensadora Desenvolvida para atender empresas que trabalham com embalagens plásticas ou de papel, movimentando-as para permitir codificação antes de seu uso na linha de produção, a Dispensadora de Sacos Plásticos ou de Papel é a novidade da Maddza Soluções em Automação Industrial. De acordo com Marco Aurélio de Paula, do departamento comercial da empresa, a máquina garante economia, praticidade e eliminação de estoques aos usuários.
(35) 3722-4545 • www.maddza.com
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Sopa alemã em caixinha “A revolução no mercado de sopas: nova tecnologia. Nova dimensão de qualidade. Nova dimensão de sabor”. Esse é o slogan que a Erasco, marca da famosa fabricante de sopas americana Campbell’s, está usando para promover suas novas sopas de vegetais no mercado alemão. Como parte de
uma estratégia de expansão de mercado, elas estão sendo acondicionadas em embalagens assépticas cartonadas Combibloc Standard, de 1 litro, da SIG Combibloc. Com as sopas em caixinha, a Campbell’s quer se firmar ainda mais na Alemanha, onde já é líder de mercado. www.sigcombibloc.biz
Alertas dos rótulos param na web A holandesa Heineken está incluindo uma mensagem em todas as garrafas e latas de suas cervejas convidando os bebedores a visitar uma página que ela acaba de lançar na Internet sobre consumo responsável de álcool. O site procura alertar e educar o público sobre os efeitos do consumo abusivo do álcool, incluindo links para outras
páginas sobre o assunto e um teste para o consumidor verificar se desenvolve ou não comportamentos de risco quando consome bebidas alcoólicas. A campanha já está em andamento nos Estados Unidos e será estendida a todos os países em que a Heineken é vendida. www.EnjoyHeinekenResponsibly.com
Cartão de prestígio
Rolha de vidro no ar
A Island Kiss foi a fragrância lançada neste ano pela Escada na 12ª edição de sua tradicional promoção “Fashion Fragrance”, na qual ela anuncia uma edição limitada de um perfume de verão. Para realçar o apelo vendedor do produto, a companhia de cosméticos entregou a confecção do cartucho do produto à gráfica francesa Société Parisienne d’Impression et de Cartonnage (La Spic). A convertedora escolheu o Crescendo, da americana MeadWestvaco, um papel cartão premium, de alto brilho, criado especialmente para embalagens de cosméticos – entre outros fatores, diz a fabricante, por garantir melhor ancoragem e secagem das tintas. A La Spic imprimiu os cartuchos numa Roland 706 seis cores, laminou-os com acetato e adicionou detalhes em hot stamping azul e rosa numa máquina da Bobst. www.meadwestvaco.com/prg
A Alcoa deu partida à primeira produção comercial de seu fechamento para garrafas de vinho Vino-Lok, uma alternativa às rolhas de cortiça e similares sintéticas (a qual EMBALAGEMMARCA já detalhara em sua edição 61, de setembro de 2004). Feito de vidro, o Vino-Lok será produzido na fábrica da Alcoa em Worms, na Alemanha, e distribuído para diversas vinícolas européias que abastecem a companhia aérea
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Lufthansa. A Lufthansa planeja oferecer aos seus passageiros uma linha de vinhos premium com o Vino-Lok no início de 2005. O fechamento, ganhador de vários prêmios de embalagem, foi recentemente alvo de um teste independente, na Alemanha. Cientistas e enólogos confirmaram que ele mantém as propriedades técnicas e o sabor dos vinhos tão bem quanto as rolhas. www.vino-lok.de
É prata da casa A Ingleza está lançando o limpa pisos Uau!, com uma embalagem de fácil manuseio. O frasco ergométrico, com curvas, foi idealizado por um grupo de funcionários da empresa, de diferentes setores, durante um workshop. A embalagem é fabricada pela própria Ingleza em polietileno de alta densidade. Os rótulos são da Gráfica Rami.
Novo perfil nos sabonetes líqüidos Lux A Unilever acaba de renovar sua linha de sabonetes líqüidos com os lançamentos Lux Hidratação Radiante, Lux Toque de Verão, Lux Energia Marinha e Lux Splash de Frescor. As embalagens são todas de polipropileno (tampas e frascos). As tampas são fabricadas pela Weener, na Alemanha, e os frascos, pela Alpla. Os rótulos são da Prodesmaq, com design da Holmes&Marchant, do Reino Unido.
A Perfetti Van Melle na onda global Em outro exemplo da globalização das marcas, a Perfetti Van Melle acaba de lançar no Brasil o caramelo Alpenliebe sem açúcar, versão light existente na Itália, berço da fabricante. O produto chega ao varejo na forma de balas de 2,8g e, no atacado, em embalagens flexíveis de 280g, da Santa Rosa, acondicionadas em displays de papel cartão da Baumgarten e da Santa Inês. O design é da Selection, agência italiana responsável pelas embalagens da Perfetti Van Melle no mundo.
Para acelerar a reposição Uma das pioneiras em molhos de soja no Brasil, a Sakura está investindo em molhos para salada com a marca Kenko. Quatro novas versões – Ervas Finas, Limão, Caesar e Yogurth – estão sendo lançadas pela empresa em frascos de PET de 180ml, da Amcor. “Optamos por uma embalagem menor e
compacta, para acelerar o tempo de reposição na mesa, ou mesmo permitir que o consumidor mantenha abertos vários sabores sem o risco de ultrapassar o prazo de consumo”, diz a empresa. Os rótulos auto-adesivos, de papel couché, são da Prakolar, com visual da Komatsu Design. As tampas são fornecidas pela Tapon Corona.
Da mecânica ao design Atuando no mercado de embalagens de papel cartão, a Ápice Artes Gráficas reformou suas instalações, ampliou o quadro de funcionários e, recentemente, adquiriu uma impressora Roland 700 seis cores mais verniz à base de água on line. A idéia dos investimentos é aumentar a capacidade instalada para 1 000 toneladas/mês. Para atingir esse objetivo, a empresa investiu no seu departamento de criação. “Com os novos equipamentos podemos produzir mock ups estruturados com o material a ser processado, integrando a mecânica ao design do produto”, resume Sérgio Rodrigues, gerente de controladoria da empresa.
Contatos asiáticos Especializada em impressoras banda estreita para o mercado de rótulos e embalagens, a Nilpeter apresentou durante a Labelexpo Singapore, realizada no final de novembro, a FA-3300. Podendo agregar até oito unidades de impressão UVflexo, a máquina conta com uma estação cold foil para aplicação de efeitos metalizados. Sobre sua participação no evento singapuriano, a Nilpeter afirma que a oportunidade serviu para “reforçar sua presença nos mercados da Ásia e do Pacífico”, ampliando os contatos a partir do head office de Bancoc, Tailândia.
Promenade alemão Em novembro último a Heidelberg do Brasil reuniu um grupo de clientes para visitar a Alemanha. Durante esse tech tour, os profissionais conheceram as instalações de diversas gráficas, além de conferirem de perto a Print Media Academy (PMA) da cidade de Heidelberg. A viagem foi acompanhada pelo diretor comercial da Heidelberg do Brasil, Roberto Reinheimer.
FSC certifica Klabin Mais de 104 000 hectares de florestas da Klabin em Santa Catarina, sendo cerca de 88 000 em terrenos próprios e mais de 16 000 em áreas arrendadas, foram certificados pelo Forest Stewardship Council (FSC).
Máquinas alinhadas eletronicamente A Altec anunciou o lançamento de um novo sistema eletrônico de alinhamento de folhas, o UCE WebLine, que pode ser usado para ajuste de máquinas flexográficas e rotográficas, de banda larga ou estreita, e também em rebobinadeiras e equipamentos de inspeção. Segundo a empresa, uma das grandes van-
tagens do sistema é a facilidade operacional. Sem necessitar de ajustes no início ou término do trabalho, o novo alinhador opera com atuador eletromecânico projetado para atender exigências de velocidade de resposta. Para isso, o UCE WebLine é dotado de sensores que podem ser do tipo ultra-sônico,
óptico ou seguidor de linhas. O produto faz ainda alinhamento por linha, borda e de material transparente. (11) 5611-7393 www.altec.com.br
Fusão no ramo de gestão gráfica Duas das maiores empresas de software de gestão para a indústria gráfica e de embalagens anunciaram em dezembro último a fusão de suas operações. Metrics e Loguin agora passam a compor um dos maiores grupos latino-americanos do setor, com operações em seis países: Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru. Com a fusão, Osmar Barbosa, atual diretor da Metrics, assume a direção-geral da nova em-
presa, e Marcello Gobbi, atual diretor da Loguin, fica com a direção de tecnologia. “Esse é um passo importante na ampliação do nosso mercado, unindo duas empresas que atuam em segmentos complementares, com produtos reconhecidos no mercado e com grande possibilidade de sinergia”, analisa Osmar Barbosa. (11) 3105-6848 www.metrics.com.br www.loguin.com.br
Grampeamento acessível e compacto A Müller Martini apresentou ao mercado gráfico sua alceadeira-grampeadeira Presto. Desenvolvida para catálogos, revistas e outros produtos grampeados, a máquina oferece velocidade de até 9 000 exemplares/hora. “Por ser compacta e acessível, a Presto representa a opção ideal para o gráfico que deseja ingressar no mercado de alceamentogrampeamento automáticos”, diz o
departamento de marketing da empresa. A máquina opera com até seis alimentadores duplos ou cinco alimentadores duplos e um alimentador para capas. Todos os tipos de cadernos, com orelha anterior e posterior, e também com abertura por sucção, podem ser trabalhados. Outra possibilidade é o fornecimento dos alimentadores em forma basculante, permitindo introduzir manualmente cadernos com cortes especiais. A grampeadeira também pode ser equipada com até seis novos cabeçotes-grampeadores flutuantes de alta velocidade, permitindo grampear com diferentes distâncias e tipos de grampos. (11) 3613-1002 www.mullermartini.com
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Cerco aos papéis imunes A Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) alertou novamente o setor gráfico sobre os riscos do uso indevido de papel imune de impostos. Em documento distribuído recentemente às empresas da área, a entidade lembra que esse tipo de isenção só é válido para papéis usados na impressão de jornais, revistas, livros e periódicos. Ainda de acordo com a Abigraf, a Receita Federal já começou a expedir intima-
ções para as empresas que não entregaram a Declaração Especial de Informações Relativas ao Controle do Papel Imune (DIF – Papel Imune). As empresas (fabricantes, fornecedores ou gráficas) que utilizam papel imune e em atraso podem ter que pagar multa de 5 mil reais por período em que a declaração não foi entregue. (11) 5087-7777 www.abigraf.com.br
Desenvolvimento social e florestal A Klabin divulgou nota em 10 de dezembro último informando que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) lhe concedeu empréstimo de 195,6 milhões de reais. O dinheiro será destinado à ampliação e modernização da capacidade produtiva da empresa, incluindo a implantação de novas áreas florestais, construção de sistemas de coleta e queima de gases, além de atualizações tecnológicas em diversas unidades industriais.
Ainda segundo a empresa, grande parte do aumento de produção de papel ocorrerá na fábrica localizada em Telêmaco Borba (PR). Das atuais 540 000 toneladas por ano, a unidade passaria a produzir 650 000 toneladas/ano. A maior parte do incremento será destinada à exportação, e a linha que deverá receber mais investimentos é a de papel kraftliner para fabricação de embalagens. (11) 4588-7215 www.klabin.com.br
Esmero flexográfico reconhecido A Orsa Celulose, Papel e Embalagens levou o 1º lugar na categoria "Papelão Ondulado – impressão direta na chapa – reticulado" da 12ª edição do Prêmio Qualidade Flexo da Abflexo (Associação Brasileira de Flexografia). A embalagem laureada foi a da Bohemia Royal Ale, confeccionada para a AmBev com a utilização do sistema R-back. Segundo a empresa, trata-se de uma tecnologia usada para corrigir irregularidades no processo de impressão. Já na categoria "Papelão Ondulado – impressão direta na cha-
pa – traço", a empresa ficou com o segundo lugar com a embalagem HP Laser Jet feita para a HP do Brasil. Outro motivo de comemoração foi a escolha de Sergio Amoroso, presidente do Grupo Orsa, como "Personalidade do Ano" pelo prêmio "Destaques do Ano Flexo 2004". Trata-se de um reconhecimento aos profissionais que contribuíram para a divulgação ou o aprimoramento da flexografia no Brasil durante o ano de 2004. (11) 4689-8700 www.grupoorsa.com.br
Almanaque Individualização, tática velha de guerra Embora seja uma estratégia de venda recente e em alta no mercado nacional, deflagrada no finzinho dos anos 90 com a chegada do Club Social, da Nabisco, o fracionamento de biscoitos em pacotes individuais não é lá uma novidade. É o que mostra um anúncio do início dos anos 60 dos Crackers Soda, da italiana Pave-
Das marcas nos párachoques de caminhões “Casei-me com Maria, mas viajo com Mercedes” “Champanhe de pobre é Sonrisal” “A união faz o açúcar” “Fugi da SKOLa e caí na BOHEMIA. Vê se não me emBRAHMA e traz uma ANTARCTICA gelada. Se MALT pergunto, por aKAISER você bebeu hoje?”
Raposa, cão, telégrafo e design A sentença “the quick brown fox jumps over the lazy dog” (“a rápida raposa marrom pula sobre o cão preguiçoso”, em português), que apresenta em uma linha todas as letras do alfabeto, é hoje largamente
utilizada por designers para a análise de fontes tipográficas e preenchimento de textos falsos em programas de computador. Sua origem, porém, remonta ao tempo dos telégrafos. A frase foi criada pela americana Western Union, grande “telecom” da época, para testar a eficiência dos aparelhos telegráficos.
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si, reproduzido ao lado. A “grande innovazione” em embalagem, nos dizeres do reclame, evitaria desperdícios, reforçaria a proteção contra a umidade e seria prática, ao permitir o consumo fora do lar. Ou seja: basicamente as mesmas vantagens brandidas hoje em dia pelas marcas brasileiras fracionadas.
Antídoto contra gororobas No século 19, a confeitaria londrina Smith & Company criou um tablete de gosto extremamente forte para aliviar desconfortos intestinais. Batizaram-no de Altoids, união do latim “alt” (mudar) com o grego “oids” (tomar a forma de). Foi um sucesso instantâneo. Vendidas no início em cartuchos de papel cartão, as pastilhas Altoids ganharam, por volta de 1920, suas distintivas latinhas, que as acompanham até hoje – aliás, as atuais, produzidas pela Crown
Cork & Seal (na foto), mantêm um visual retrô. Foi também nos anos 20 que se começou a investir pesado em publicidade da marca, sob o seguinte mote: “Altoids age como um antídoto a venenos no estômago. Um ou dois tomados após as refeições irão parar qualquer fermentação venenosa”. Os sarcásticos de plantão não perderam a oportunidade. Segundo eles, a campanha fazia todo sentido por causa da culinária britânica, cuja má-reputação é histórica.