Revista Embalagemmarca 053 - Janeiro 2004

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Recuperação das margens de lucro e lançamentos premium ampliam importância da embalagem no mercado de

www.embalagemmarca.com.br

Ano VI • Nº 53 • Janeiro 2004 • R$ 9,00

RECICLAGEM DE CAIXAS LONGA VIDA • LATAS DE AÇO SE RENOVAM

É aconselhável ter esperança

O

Percebe-se por trás das habituais ações movidas pela sazonalidade, uma tendência à inovação e à busca de caminhos alternativos. Será que “desta vez vai”?

ano parece estar começando no Brasil, fato que assume grande importância, dada a demora com que costuma ocorrer. Como se sabe, por estas bandas o calendário real não bate com o oficial, e as atividades econômicas só se iniciam quando acaba o verão. Há um certo clima de mudança no ar. Já nos primeiros dias após os feriados prolongados de Natal e Ano Novo a redação tomou contato com um cenário movimentado por investimentos, lançamentos de produtos e projeções otimistas de crescimento. Isso está retratado ao longo

desta edição, com destaque na reportagem sobre cervejas, de Leandro Haberli, e na relativa ao verão, de Guilherme Kamio. Em ambas, o que se percebe por trás das habituais ações movidas pela sazonalidade é uma tendência à inovação e à busca de caminhos alternativos. Em suma, nota-se um sólido esforço para obter a consolidação e a sustentabilidade dos negócios. Projeções empresariais e projetos governamentais para o futuro próximo também levam a crer que “desta vez vai”. Talvez estejamos influenciados pelo espírito da Ve-

lhinha de Taubaté, aquela personagem de Luís Fernando Veríssimo que acreditava nas coisas mais absurdas, inclusive em promessas do governo. Mas queremos fazer aqui um voto de esperança no ano que começa. Qual é mesmo ele? Deve ser 2003, pois esse número aziago está sendo chamado por muita gente de “o ano que não existiu”. Sendo assim, é aconselhável ter esperança em que será um ano melhor. As alternativas não devem sequer ser imaginadas. Tóc-tóc-tóc! Até fevereiro.

Wilson Palhares

janeiro 2004

Diretor de Redação Wilson Palhares [email protected]

8 12

ENTREVISTA Alfredo Sette, presidente da Abipet, fala do crescimento da presença e da reciclagem das embalagens de PET no país

20

INOVAÇÃO Bandeira varejista Extra lança, em parceria com a Brasilata, edição limitada de sabão em pó em embalagem de aço

Reportagem

REPORTAGEM DE CAPA: CERVEJA Por trás das milionárias campanhas publicitárias, “guerrra das cervejas” revela estratégias de reposicionamento de marca e investimentos em embalagem

[email protected]

Flávio Palhares [email protected]

Guilherme Kamio [email protected]

Leandro Haberli Silva [email protected]

Colaboradores Josué Machado e Luiz Antonio Maciel Diretor de Arte Carlos Gustavo Curado [email protected]

Assistente de Arte José Hiroshi Taniguti Administração Marcos Palhares (Diretor de Marketing) Eunice Fruet (Diretora Financeira) Departamento Comercial [email protected]

26 14

MERCADO Latas e taças de vidro destacam lançamentos da Nestlé para o verão

16

DISTRIBUIÇÃO Coca-Cola investe na distribuição das novas garrafas de vidro retornáveis de 1 litro na praça do Recife

Público-Alvo EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que ocupam cargos técnicos, de direção, gerência e supervisão em empresas fornecedoras, convertedoras e usuárias de embalagens para alimentos, bebidas, cosméticos, medicamentos, materiais de limpeza e home service, bem como prestadores de serviços relacionados com a cadeia de embalagem.

Filiada ao

Editorial

Atividade econômica começa mais cedo em 2004

6

Circulação e Assinaturas Marcella de Freitas Monteiro [email protected] Assinatura anual: R$ 60,00

Cartas

28 30

ALIMENTOS Requeijão Paulista migra do vidro para um copo plástico da Huhtamaki com propriedades multiuso

EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SP Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463

Display

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Panorama

Movimentação na indústria de embalagens e seus lançamentos

33

34

Painel Gráfico

Impressão: Congraf

Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens

A opinião, a sugestão e os comentários dos leitores Novidades do setor, da criação ao acabamento de embalagens

Impressa em Image Art 145 g/m2 (capa) e Couché Mate 115g/m2 (miolo) da Ripasa

Almanaque

Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens

Filiada à

FOTO DE CAPA: STUDIO AG

3

Karin Trojan Wagner Ferreira

RECICLAGEM Empresas nacionais se unem para lançar tecnologia inédita para a reciclagem de caixinhas longa vida

www.embalagemmarca.com.br O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é resguardado por direitos autorais. Não é permitida a reprodução de matérias editoriais publicadas nesta revista sem autorização da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.

duo e contínuo que a equipe de EMtem desenvolvido desde seu primeiro exemplar! Parabéns, mais uma vez, pela determinação e profissionalismo. Silvia Fukuda Marketing Incom São Paulo, SP

BALAGEMMARCA

P

Parabéns

G

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ostaríamos de agradecer todo o apoio que a Bloco de Comunicação nos proporcionou em 2003 e parabenizá-los pelo excelente trabalho. Atualmente, EMBALAGEMMARCA caracteriza-se como uma mídia que consegue reunir alta qualidade de informação, seriedade e comprometimento com seus leitores e anunciantes. Isto sim é um case de sucesso! Principalmente, por nós, anunciantes e parceiros, sabermos do trabalho ár-

arabéns pela excelente revista, que na minha opinião é a melhor revista do setor de embalagens. A empresa em que trabalho recebe a revista de vocês todos os meses mas, ainda assim, resolvi assiná-la, pois eu acho que é o tipo de revista que vale a pena ter em casa, para uma coleção. Laís Loureiro Depto. de Design de Produto Gerencial Merchandising Belo Horizonte, MG

N

isso, quero registrar minha satisfação quando leio EMBALAGEMMARCA. Definitivamente, a revista não apenas forma opiniões, mas sim, registra, concretiza, divulga-as e lhes dá consistência e, principalmente, credibilidade. Parabéns. Abraços a todos. Marco Antonio Dias de Oliveira Diretor Comercial E-Packing Group São Paulo, SP

P

arabéns pelo conjunto da revista. É notório o equilíbrio entre a informação, a publicidade e a propaganda. Vocês conseguem fazer sempre o melhor. Felizes os leitores. Roberto Inson Gerente de Marketing Multiformas Formulários São Paulo, SP

Estudos e consultas

ão podemos deixar de reconhecer empresas, grupos ou pessoas que formam opiniões no mercado. Por

A

gradecemos o envio da EDIÇÃO ESPECIAL LUXO EMBALAGEMMARCA.

ASSINE

Assinatura por 1 ano com 12 exemplares (grátis uma edição de Luxo ou um Almanaque especial) Forma de pagamento: Depósito em conta corrente Boleto bancário Valor: 1 x R$ 90,00 2 x R$ 46 Preencha os dados abaixo e envie a ficha por fax (11 5182-9463) e aguarde os dados bancários para depósito ou o boleto bancário. Se preferir, preencha o formulário em nosso site (www.embalagemmarca.com.br).

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Aproveitamos para parabenizá-los pela excelente publicação, que enriquecerá o acervo específico de nossa biblioteca e será de grande valia para estudos e consultas por parte dos corpos docente e discente deste centro. Leila Rabello de Oliveira Bibliotecária chefe Centro Universitário Belas Artes de São Paulo São Paulo, SP

rias com enfoque angular de inúmeros setores. Ressalto que EMBALAGEMMARCA tem me servido com subsídios para minhas ações profissionais dentro da estratégia de marketing. Boa sorte a toda equipe de grandes profissionais de EMBALAGEMMARCA. Marcos Jankevicius Publicitário São Paulo, SP MENSAGENS

Credibilidade, criatividade etc.

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ostaria de elogiar a edição de outubro (nº 50), que se destacou pela beleza e criatividade. Mônica Ritter Sunnyvale São Paulo, SP

P

arabenizo-os pela edição comemorativa de nº 50 (outubro de 2003). Pela qualidade editorial cada vez melhor e também pela diagramação, além do fato de a revista trazer maté-

PARA

EMBALAGEMMARCA

Redação: Rua Arcílio Martins, 53 CEP 04718-040 • São Paulo, SP Tel (11) 5181-6533 Fax (11) 5182-9463 [email protected] As mensagens recebidas por carta, email ou fax poderão ter trechos não essenciais eliminados, em função do espaço disponível, de modo a dar o maior número possível de oportunidades aos leitores. As mensagens poderão também ser inseridas no site da revista (www.embalagemmarca.com.br).

CORREÇÃO Termo-encolhível Na nota publicada na pág. 58 da edição de outubro (nº 50) está informado, erradamente, que o rótulo termo-encolhível do frasco de polipropileno (PP) do Sal Liquido Cisne é de BOPP (polipropileno bi-orientado), da Propack. A informação correta, e mais completa, fornecida pelo gerente de vendas da empresa, Roberto Brandão, é que o rótulo “foi impresso em flexografia em quatro cores em filme de PVC mono orientado com 55 % de encolhimento. Isso permitiu a decoração total da embalagem, apesar de seu formato diferenciado. Em função do perfil do frasco, a arte foi previamente distorcida por anamorfismo para obtenção da melhor imagem após o encolhimento”.

entrevista

Há espaço para crescer urpreende observar a rapidez com que o polietileno tereftalato, mais conhecido pela sigla PET, se transformou numa das principais matérias-primas de embalagens. A resina, desenvolvida no início da década de 40 e estreada industrialmente pelo ramo têxtil após a Segunda Guerra, passou a servir de base para a fabricação de recipientes somente a partir da década de 70. No Brasil ela começou a se difundir apenas uma década atrás, numa massificação capitaneada pelos refrigerantes. Cativado esse mercado, a cadeia do PET agora busca expandir seus negócios junto a indústrias como as de cosméticos e a farmacêutica. Quem fala da investida sobre essas searas, bem como de outras questões em voga a respeito do PET, como reciclagem e novas tecnologias de envase, é Alfredo Sette, presidente da Abipet – Associação Brasileira da Indústria do PET, entidade que reúne a cadeia de valor da resina e que sucede a Abepet – Associação Brasileira dos Fabricantes de Embalagens PET. “O PET vem ganhando a preferência daquele que é decisivo para o sucesso das embalagens, o consumidor, mesmo quando ele é bombardeado por propagandas massivas de outros materiais”, dispara o executivo.

DIVULGAÇÃO

S ALFREDO SETTE, presidente da Abipet, fala da expectativa da cadeia de valor do PET de crescimento das aplicações dessa resina em embalagens, não somente em mercados nos quais ela já conquistou boa participação, mas também em novas áreas, quem sabe até com uma maior participação do material reciclado 8 – EMBALAGEMMARCA • jan 2004

Apesar de ser o material de embalagens “caçula” no país, o PET parece não ter mais grande potencial de crescimento em segmentos que viraram cativos para si, como o de refrigerantes. Essa sensação corresponde à realidade? O PET para embalagem popularizou-se no Brasil apenas a partir de 1993, quando aconteceu o grande movimento das fabricantes de refrigerantes para as embalagens de PET. Ainda é considerado incipiente o uso da embalagem de PET no Brasil para outros usos que não refrigerantes. O PET conquistou cerca de 77% do mercado de refrigerantes, número muito significativo e que, naturalmente, limita maiores crescimentos. Em outro nicho do mercado de bebidas, o de água mineral, mais de 50% da comercialização é

feita em garrafões de 20 litros, recipientes atendidos pelo PET há apenas dois anos. Existe, portanto, bom espaço para crescer nesse segmento.

Que outros segmentos do mercado nacional o senhor acredita abrigarem potencial para embalagens desse material? Bebidas como os ices, que estão na moda, podem usufruir os benefícios do PET para embalagem. E isso já está acontecendo. Bebidas destiladas estão aos poucos migrando para o PET e há a promessa do mercado cervejeiro, que já dispõe de várias alternativas caso queira utilizar o PET como embalagem. E além dos já citados cosméticos e medicamentos, já é bastante comum encontrarmos nas gôndolas produtos de limpeza envasados em PET.

Um esforço recente das embalagens de PET é a conquista de maior espaço na área de farmacêuticos, na substituição de frascos de vidro. Como está esse mercado para as embalagens do material? A indústria farmacêutica descobriu dois importantes benefícios da embalagem de PET: leveza e resistência. Eles são importantes para a redução de custos e para a segurança, fator que tem conduzido as pesquisas para embalagens do setor. A leveza proporciona O envase asséptico, o envase a quente e oueconomia graças à facilidade no tras tecnologias de enchimento de transporte e no armazenamento. Por garrafas de PET com esterilização sua vez, a resistência também gera são atualmente coqueluches em merDestilados economia, já que uma caixa que vecados internacionais, permitindo, estão migrando nha a cair da prateleira não represenpor exemplo, a obtenção de recipienpara o PET e há a tará perda de material. A segurança tes de PET longa vida para produtos fica tremendamente reforçada. Para o lácteos. O senhor vê essas tecnolopromessa do merconsumo de resinas, o setor farmagias como tendências para o mercacado cervejeiro, que do brasileiro? cêutico ainda representa pequena já dispõe de várias Conforme já disse, existem vários parcela, mas cada vez mais medicamentos adotam embalagens de PET, segmentos de mercado que podem alternativas caso fazendo dessa resina um dos matequeira utilizar o PET usar a embalagem PET, mas em alriais de embalagem de maior cresciguns casos a substituição das embalacomo embalagem. E gens tradicionais desses segmentos mento no segmento farmacêutico. já é comum encon- depende também de investimentos A difusão do PET no mercado de em linhas de produção que sejam trarmos produtos cosméticos de alto valor agregado adequadas para operar com novas de limpeza envasa- tecnologias de envase. Aliás, embalavem sendo cada vez mais festejada dos em PET pelos transformadores e pelos fornegens de PET para essas novas aplicacedores de resinas na Europa e nos ções já estão disponíveis no Brasil. Estados Unidos. Que perspectivas o senhor vê para esse movimento no Brasil? O PET é majoritariamente utilizado para a A indústria brasileira de cosméticos já utilifabricação de frascos e garrafas. Há muiza o PET e está se valendo dos benefícios da tos mercados para os quais esses formatos resina em suas embalagens. Assim como no não são muito adequados, como aqueles mercado para fármacos, a resistência e a leque utilizam estojos, em sua maior parte veza são fatores importantes, mas, no caso celulósicos. A indústria do PET contempla dos cosméticos, o design é fator primordial. a alternativa de atacar essa área? O PET facilita o trabalho dos designers, A embalagem PET pode ser obtida além uma vez que proporciona brilho e transpados processos de injeção e sopro por extrurência aliados a uma grande facilidade para são, oferecendo boas alternativas para, por a obtenção de formas e cores variadas, e exemplo, vacuum forming. Cabe lembrar pode acondicionar diversos produtos. Cerque, partindo da chapa de PET, todas as detamente o segmento cosmético está atento mais etapas de produção (impressão e coràs tendências e teremos, no Brasil, movite) utilizam equipamentos comuns às demento similar. A total reciclabilidade da emmais resinas plásticas, não sendo demandabalagem PET é outro fator de destaque. dos investimentos extraordinários.

jan 2004 • EMBALAGEMMARCA – 9

Como tem evoluído o índice brasileiro de reciclagem de embalagens de PET nos últimos anos? A reciclagem de PET no Brasil cresce cerca de 20% ao ano. Com o volume de 105 000 toneladas recicladas em 2002 registramos um índice de 35%, o que nos coloca em boa situação perante os mercados nacional e mundial. Vale lembrar que uma diretiva européia pretende ter, para 2005, um índice de reciclagem para plásticos em geral de 25%.

Uma das maiores fabricantes de cordas no Brasil, associada à Abipet, é pioneira na utilização de PET reciclado em sua produção. Filmes para termoformagem e chapas para sinalização, boxes e muitos outros usos são obtidos através da extrusão do PET reciclado. Utilidades domésticas e peças diversas podem ser produzidas a partir da injeção do material. A demanda por embalagens de PET reciclado é muito maior que a sua oferta no mercado, e a implantação do sistema bottle-to-bottle constituirá mais uma forma de reciclagem, devendo sempre vir acompanhada de um programa próprio de coleta – isto sim é o grande limitador do processo de reciclagem.

Há rumores de que os fabricantes de latas de aço querem aprovar no BraA reciclagem sil uma legislação ambiental que resde PET no Brasil trinja o uso de garrafas PET no mercresce cerca de Os projetos de reciclagem de PET cado de óleos comestíveis. A Abipet são conhecidos por resultarem na 20% ao ano. Com o teme essa possibilidade? Em algum produção de roupas, cerdas de vaspaís do mundo o PET enfrenta esse volume de 105 000 soura, artesanatos e outros itens. Um tipo de restrição? toneladas reciclacaminho mundial, no entanto, é o uso Sabemos que quem escolhe a embacrescente dos processos que permidas em 2002 regis- lagem é o consumidor, que pondera tam obter novas embalagens, como o tramos um índice de todos os aspectos envolvidos e a emchamado bottle-to-bottle, que recicla balagem PET tem se mostrado imba35%, o que nos garrafas para a produção de novas tível, sempre ganhando a preferência coloca em boa garrafas. Quando veremos essas tecdo consumidor, mesmo quando este é nologias se difundirem no Brasil? situação perante os bombardeado por propagandas masA tecnologia bottle-to-bottle já é cosivas de outros materiais. Não acredimercados nacional to que as regras de mercado possam nhecida e dominada, mas no Brasil é e mundial direcionada para a produção de emser alteradas por restrições legislatibalagens para produtos não-alimentívas. A embalagem PET está presente cios, em razão de determinação da em 80 países, não faltando nesta relaAnvisa de que somente material virgem ção nenhum dos países desenvolvidos. pode entrar em contato direto com alimentos. O motivo de tal determinação é o cuiPor que a Abepet adotou o nome Abipet? dado com a saúde pública. Aquela agência Quando a Abepet foi fundada, em 1995, analisa atualmente alguns projetos a ela seus criadores eram somente fabricantes de submetidos, mas é preciso imenso cuidado garrafas. O mercado de então era muito diquanto à certeza de eliminação de toda imferente. AAssociação cresceu e passou a inpureza ou de todo contaminante que possa tegrar toda a indústria do PET, desde os favir a constituir risco à saúde. Por outro lado, bricantes da resina virgem até o reciclador a reciclagem de PET atende uma gama basdo material pós-consumo, passando pelos tante grande de usos. Ela dá origem à fibra transformadores e sopradores. Para identifide poliéster, que atende a qualquer segmencar melhor a entidade, aperfeiçoar seu foco to do setor têxtil. Tapetes e carpetes, include atuação e abranger em sua nomenclatusive automotivos, mantas geotêxteis, tecira toda a cadeia foi feita a alteração e passados e malhas são alguns exemplos de promos a assinar Abipet – Associação Brasileidutos fabricados com a fibra reciclada. ra da Indústria do PET.

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veja mais: www.embalagemmarca.com.br

Há bom tempo fala-se muito sobre a possibilidade de faltar matéria-prima para suprir o mercado nacional de transformação de PET. Como o senhor vê isso? Os fabricantes brasileiros de resina já têm planos de expansão. Certamente esse não será um evento importante.

inovação

Quebra de paradigma entro da cada vez mais intensa tendência de segmentação de marcas e de diversificação de apresentações, o Grupo Pão de Açúcar tomou recentemente uma iniciativa inovadora, talvez até classificável como ousada. Rompendo com alta visibilidade os padrões da categoria de produtos, o grupo lançou, dentro de sua linha de marcas próprias da rede de hipermercados Extra, um detergente em pó acondicionado em lata de aço, desenvolvida pela Brasilata. Ao que se tem notícia, essa é uma forma de uso até agora inédita no mundo. Antonio Carlos Teixeira Alvares, diretor superintende daquela indústria metalgráfica, entende que o lançamento do detergente em pó Extra “talvez não venha a se tornar um padrão de acondicionamento para a categoria sabão em pó, mas sem dúvida abriu um espaço que antes não existia para a lata e mostra que, quando se trata de embalagens – um dos instrumentos mais fortes do marketing –, vale a pena inovar e quebrar paradigmas”. Entusiasmado com a boa receptividade demonstrada inicialmente pelos consumidores, Teixeira acredita que, “devido à sua grande funcionalidade, em curto prazo a novidade poderá conquistar uma fatia de 5% do mercado de sabão em pó”.

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

Ambientes agressivos Segundo a Brasilata, a embalagem garante um efeito barreira contra a absorção de umidade pelo produto. Isso ocorreria porque não só o corpo da lata, mas também a tampa e o fundo, são revestidos com um verniz especial, para resistir aos ambientes agressivos de la-

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Rede Extra inova ao lançar detergente em pó acondicionado em lata de aço

vanderias. Para deter de forma mais eficaz também a oxidação, a tradicional solda do corpo da lata foi substituída por agrafagem com material termoplástico. O sistema de fechamento, batizado pela Brasilata de Bat-plus, é constituído por uma tampa plástica transparente que permite visualizar o produto, cuja concepção foi inspirada no sistema Biplus, também desenvolvido pela empresa e ganhador de diversos prêmios nacionais e internacionais (ver o quadro). O novo fechamento tem o cordão do anel localizado na parte externa, para evitar retenção residual do produto dentro da lata, após a sua utilização. O anel possui ainda uma pequena convexidade (em forma de funil) para direcionar a saída do produto envasado. É fabricado em folha de aço reforçada (espessura 0,27mm), produzida pela CSN. Para esse novo anel, foi desenvolvida uma nova tampa plástica, com perfil adequado ao cordão externo.

Fechamento: tampa Bat-plus transparente permite visualizar o produto

Tintas rendem novos prêmios A Brasilata acaba de ganhar novos prêmios por suas soluções em embalagens. Primeiro, a empresa abocanhou o prêmio anualmente concedido pelo Sindicato das Indústrias de Tintas e Vernizes do Estado de São Paulo (Sitivesp) ao seu melhor fornecedor de embalagens metálicas. É a 14ª vez, em quinze edições do prêmio, que a Brasilata é con-

templada. Outra conquista da empresa também diz respeito ao setor de tintas: o Prêmio Artesp (Associação dos Revendedores de Tintas do Estado de São Paulo), ganho pelo terceiro ano consecutivo. Os lojistas entenderam que as linhas de latas Plus e Biplus são as que oferecem a melhor praticidade e o melhor manuseio no mercado.

Brasilata www.brasilata.com.br (11) 3611-8122 CSN www.csn.com.br (11) 3049-7188

mercado

Vida após a mesa Edições limitadas de sorvetes apelam ao reuso da embalagem ara grande parte do setor produtivo a sazonalidade da atividade econômica empurra para o último trimestre do ano o período de maior faturamento. Determinados negócios, no entanto, dependem mesmo das estações climáticas. É o caso de indústrias como as de sorvetes: nos primeiros meses do ano, com o verão, têm seu melhor momento e, claro, fazem lançamentos. Na atual temporada, duas novidades de um grande nome desse mercado, a Nestlé, chamam a atenção pelo caráter de edições limitadas, que trazem como fortes chamarizes de venda suas apresentações, nas quais se destacam embalagens especiais.

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Tradição paulistana Com vistas ao aniversário de 450 anos da cidade de São Paulo, a empresa está colocando no mercado uma edição promocional, com sorvete no sabor crocante, em potes de aço de 1,2 litro especialmente decorados com imagens alusivas à “terra da garoa”. Fornecidos pela Metalgráfica Itaquá, os recipientes reproduzem, em litografia, tradicionais pontos turísticos da capital paulista, um trabalho assinado pela M Design. A agência, que desenvolve o visual de todas as embalagens dos sorvetes da Nestlé, criou quatro versões de layout para as latas, todas em tons de vermelho e de preto, numa alusão à bandeira do Estado. Elas trazem fotografias antigas do Viaduto do Chá, da Praça da Sé, da Avenida Paulista e do Teatro Municipal, referenciais da cidade. Ilustrações contemporâneas dessas localidades acompanham as fotos em branco e preto, proporcionando um contraponto entre tradição e modernidade. “Essa lata oferece uma lembrança do aniversário da cidade e pode

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M Design (11) 3833-0969 www.mdesign.art.br Metalgráfica Itaquá (11) 4648-2699 www.metalgraficaitaqua.com.br Nadir Figueiredo (11) 6967-1633 www.nadir.com.br

Linha Sedução: “Presente para o consumidor“

ter outras utilidades após o consumo”, comenta Eduardo Meirelles, gerente de produto da Sorvetes Nestlé. Além do apelo de reutilização, o capricho do projeto da embalagem estimula a compra para presentear e colecionar.

Taça é nossa Também explorando o apelo de reuso da embalagem, outro destaque da Nestlé é a linha Sedução Collection, lançada nas versões Mousse de Chocolate e Creme Silvestre, com previsão de permanência no mercado por três meses. Sua apresentação é fruto de parceria com a Nadir Figueiredo: consiste num pack que aglutina três taças de vidro com desenho exclusivo, “um presente para o consumidor”, nas palavras de Meirelles. De acordo com o executivo da Nestlé, os dois lançamentos servem para mostrar que as edições especiais são hoje uma ferramenta indispensável para a indústria de sorvetes. “Cada vez mais os consumidores buscam produtos inovadores, diferenciados, e as edições limitadas cumprem a finalidade de atendê-los, surpreendê-los e, conseqüentemente, agregar valor à marca.”

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Lata promocional: reuso, presente e coleção

distribuição

Pouso no NE Coca-Cola difunde nova retornável em Pernambuco plano da Coca-Cola de engrossar a participação das embalagens retornáveis, como forma de aumentar as vendas entre as classes de menor poder aquisitivo e, assim, tentar frear o avanço das marcas regionais, está dando as caras no Nordeste. Depois do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte, Recife é o alvo da vez. Ações de merchandising estão sendo feitas na capital pernambucana para destacar o apelo econômico da garrafa de vidro retornável de 1 litro da bebida, numa parceria da Coca-Cola com a fornecedora regional dessa embalagem, a Companhia Industrial de Vidros (CIV).

O

Preço simbólico

G DIO A : STU FOTO

16 – EMBALAGEMMARCA • jan 2004

Sob o slogan “Poder levar a Coca-Cola para casa por um desembolso menor”, as ações já contam com o apoio dos supermercados Arco Íris, Carrefour, Bompreço e Pão de Açucar, além de estabelecimentos de menor porte, nos quais é possível efetuar a troca de vasilhames da bebida. Os cascos são vendidos pelo preço simbólico de 10 centavos, e o litro de CocaCola, para quem já os possui, custa atraentes 99 centavos. Um arsenal de peças de apoio nos pontosde-venda, como faixas, cartazes, wobblers, flyers e displays, foi projetado para chamar a atenção dos consumidores. Em adição, promotoras divulgam a novidade nas lojas e uma blitz itinerante visita os pontos-devenda participantes. A CIV, por sua vez, também está realizando ações promocionais que acontecem juntamente com a apresentação dos vasilhames nos revendedores de grande giro. O objetivo é chamar a atenção do público para a garrafa de vidro de 1 litro, que, segundo a vidraria, “é retornável, totalmente reciclável, proporciona preço final menor e garante um uso racional da embalagem.”

Números mostram uma resposta considerável à estratégia das retornáveis. Desde que foram relançadas no Recife, há doze meses, elas ampliaram sua participação no mercado de 1 500 para mais de 4 300 clientes e seu share no mercado recifense de refrigerantes cresceu de 0,28% para 2,22%, segundo estimativa da AC Nielsen.

Dobrar é a meta Segundo a Refrescos Guararapes, fabricante de Coca-Cola nos Estados de Pernambuco e da Paraíba, o objetivo é dobrar essa participação ainda em 2004. Para tanto serão realizados investimentos em novos vasilhames, materiais de ponto-de-venda e ações de merchandising, ampliando a visibilidade do retorno dessas embalagens ao público.

Baumann Thermofilms (11) 4337-1990 www.filmesbaumann.com.br Cisper (11) 6542-8000 www.cisper.com.br CIV (81) 3272-4484 www.civ.com.br Mitri (14) 3252-3977 www.mitri.com.br Narita (11) 4352-3855 www.narita.com.br Plásticos Scipião (11) 3836-1533 Takano (11) 5694-9999 www.takano.com.br

Para presentear seus parceiros comerciais no fim de 2003, a Coca-Cola lançou mão de um criativo brinde: uma garrafinha de sua bebida cujo rótulo, de filme plástico termoencolhível, tem estampado um calendário de 2004. Apesar do caráter não-comercial, tal embalagem trouxe à luz duas novidades. De acordo com as empresas envolvidas em sua obtenção, trata-se da primeira garrafa com rótulo “sleeve full body” (que envolve o recipiente por inteiro) totalmente produzido, aplicado e encolhido por empresas brasileiras. E é também a primeira vez, dizem as mesmas empre-

sas, que se consegue aplicar no Brasil um rótulo de PVC desse tipo com porcentual de encolhimento de mais de 50%. Para vestir a garrafinha de vidro de 237ml, fabricada pela Cisper, a Takano produziu o fotolito e cuidou da distorção de imagens, enquanto a Baumann Thermofilms forneceu o filme de PVC e o solvente para a solda. A impressão e a confecção dos rótulos ficaram a cargo da Plásticos Scipião, e sua aplicação nos recipientes foi feita através de máquinas da Narita. Para o encolhimento, utilizou-se tecnologia da Mitri, de Pederneiras (SP).

DIVULGAÇÃO

Coca-mimo informa a data

CONGRAF

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CONGRAF

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cerveja

Guerra das Indústria cervejeira aposta em marca e em em Por Leandro Haberli omo até os abstêconstituiu apenas um fenômeno publicitámios puderam perrio. Aquela que vem sendo considerada a ceber, o mercado de maior disputa do mercado brasileiro desde cervejas viveu reas acusações de monopolização surgidas centemente um dos períodos com o anúncio da fusão de Brahma e Anmais agitados dos últimos anos. tarctica, em julho de 1999, seria antes de Pontos de participação que repretudo uma bem-sucedida estratégia de resentam vendas de milhões de reais posicionamento de marca. trocaram de mãos em velocidade recorde, num processo que culmiBusca por rentabilidade nou com a Nova Schin tomando da Nesse sentido, o exemplo da Nova Antarctica o posto de terceira marca Schin ilustra antes de mais nada um esmais consumida do país, atrás apenas forço de recuperação das margens de de Skol e Brahma. Com isso, a Amlucro a partir de investimentos naquilo Bev acabou amargando a menor partique se convencionou chamar de maior cipação no cenário nacional desde patrimônio das empresas: suas marsua criação, há três anos e meio – cas. Trata-se de um empenho que 62,6% em novembro último, contra não é exclusivo do Grupo Schincaa média histórica de mais de 70%. riol, mas se estende a todo o mercaTamanha movimentação acado cervejeiro. bou suscitando uma dúvida: o que Na busca por maior rentabilidaocorreu é apenas mais uma batalha de, outras formas de atrair os conpublicitária, dentro da permanente sumidores ganham notabilidade “guerra das cervejas”? Ou será além das milionárias campanhas algo mais estratégico, com vistas a publicitárias. Edições especiais e (re)posicionamento de marcas? ações de segmentação de mercado No noticiário econômico e até e de extensão de marca baseadas nas conversas de botequim, a priem produtos com maior valor permeira opção parece ter sido a mais cebido ganham importância cresaceita, com boa parte das análises cente na indústria cervejeira, num apontando para o chamado “fenôprocesso que favorece o surgimenmeno experimenta”, numa refeto de novas oportunidades para o rência ao mote criado para a camsetor de embalagem. panha de mídia da nova marca do Exemplo dessa tendência e do Grupo Schincariol, que teve invesque ela pode representar em termos timentos anunciados de 140 mide apresentações mais nobres e lhões de reais. chamativas é o crescimento do Tal aporte em comunicação chamado mercado super presem dúvida ajudou a empresa de mium de cerveja. Já se esItu (SP) a alcançar a inédita partitima que essa categoria, cipação de mais de 15% das vencujos produtos custam Nova Schin: salto das de cerveja no Brasil. Mas impulsionado por em torno de 20% a para quem acompanha o dia-a-dia mais do que a marca estratégia de da indústria cervejeira, a movi- (re)posicionamento líder, tenha alcançamentação dos últimos meses não do participação de 5%

ST UD IO

AG

C

20 – EMBALAGEMMARCA • jan 2004

margens balagem para ampliar rentabilidade do setor no Brasil. É um espaço nada desprezível, sobretudo quando se considera que as vendas de cerveja caíram 4% em 2003, quando a produção nacional recuou para um patamar de pouco mais de 8 bilhões de litros. “Além de mostrar que o mercado cervejeiro está menos comoditizado do que se imagina, os nichos de maior valor agregado se tornaram uma das melhores maneiras de recuperar as margens perdidas nos últimos anos”, atesta Alexandre Loures, gerente de comunicação da AmBev. Para provar sua tese, o executivo lança mão de uma série de ações empreendidas VAIVÉM DO MERCADO DE CERVEJAS NO 2º SEMESTRE DE 2003 Participação dos fabricantes no mercado nacional (%)

66,1

12,4 11,5

SET

63,8

62,6

-5,5%

11,9

12,4

0%

14,1

15,2

32%

OUT AmBev Molson Schincariol

NOV

INSTITUTO ACNIELSEN

Variação de novembro em relação à setembro

22 – EMBALAGEMMARCA • jan 2004

Edições especiais da Bohemia desapareceram nas gôndolas: demanda reprimida

Rolhas clip lock: facilidade de retampamento e estréia na América Latina

STUDIO AG

O êxito da weiss foi ainda maior do que o da Bohemia escura e surpreendeu, numa demonstração de que há uma demanda reprimida por cervejas especiais no Brasil. Com tiragem de 636 000 garrafas, a Bohemia Weiss foi lançada sob a expectativa de que os estoques durariam pelo menos quatro meses. Porém, em pouco mais de duas semanas já era difícil encontrar a marca nas gôndolas. Em um mês praticamente toda a produção havia sido vendida. “Trabalhando apropriadamente o que chamamos de diferentes ocasiões de consumo, o potencial de crescimento do mercado super premium torna-se imenso”, assinala o gerente de comunicação da AmBev. “Para obter êxito, não há dúvidas de que a embalagem assume forte função diferenciadora”, completa.

Skol Beats, cujas vendas cresceram sete vezes em 2003, e Brahma Extra: cervejas premium já representam 5% do mercado brasileiro

O case da Bohemia Weiss não deixa dúvidas quanto a essa constatação. “Do processo de fabricação da cerveja à garrafa e a seus complementos, esse foi um típico lançamento que teve tudo de especial”, sintetiza André Liberalli, executivo da Saint-Gobain, empresa que forneceu as garrafas da cerveja de trigo da AmBev. Com design inspirado em marcas belgas, as embalagens da Bohemia Weiss contam com rótulos auto-adesivos, por si só um diferencial em relação aos processos de decoração feitos com cola a partir de magazines, predominantes no Brasil. O vidro não apresenta aquelas emendas comuns em outras garrafas, e a área de rotulagem é rebaixada, para evitar atrito entre as garrafas no processo de enchimento e no transporte. O sistema de fechamento, até então inédito no mercado latino-americano, é outro diferencial. Trata-se de uma tampa basculante com trava, chamada clip lock, fixada à saída da garrafa por um anel metálico, uma espécie de “gaiola”, como as que se vê em certos potes de alimentos em conserva. Ela permite que a garrafa, com capacidade de volume de 550ml, inusitado no Brasil, seja fechada novamente depois de aberta, pois a tampa propriamente dita, feita de material plástico que imita cerâmica, é dotada de uma arruela de vedação. Produzido pela Tapon France, uma das maiores fabricantes de rolhas metálicas do mundo, o sistema demandou da Saint-Gobain uma bateria de testes e estudos técnicos para viabilizar a vedação e evitar problemas durante o estágio de resfriamento do vidro. Nesse momento crucial, os dois orifícios em que as pontas da “gaiola” de

STUDIO AG

Acima das expectativas

BLOCO

recentemente pela dona das marcas Antarctica, Brahma e Skol no mercado de cervejas diferenciadas. Exemplos são a Skol Beats, vendida na premiada garrafa sinuosa de 330ml da Cisper e cujas vendas cresceram sete vezes no ano passado, além do lançamento da Brahma Extra, a chancela premium da Brahma. Uma das ações mais bem-sucedidas, entretanto, se deu no segundo semestre de 2003, quando a AmBev produziu uma edição limitada de cerveja do tipo weiss, a famosa categoria alemã feita de trigo. A marca escolhida para o projeto foi a Bohemia, que, além de ter feito sucesso meses antes com uma versão escura também produzida em edição limitada, comemorou 150 anos em 2003. Também aquele lançamento baseou-se na diferenciação pela embalagem, de 550ml, com formato que lembra uma garrafa de champanhe. Este objetivo, aliás, transparece também no uso de uma cápsula aluminizada envolvendo parte da tampa tipo crown e o pescoço do recipiente.

BLOCO

arame são fixados poderiam fechar, eliminando a possibilidade do necessário movimento para abrir e fechar. Ainda que seja mais perceptível no portfólio da AmBev, a aposta no nicho premium também vem dando as caras nas demais indústrias cervejeiras. A própria Schincariol oferece nessa faixa de mercado a marca Primus, enquanto a canadense Molson, dona da Kaiser, tem investido cada vez mais fichas na Bavaria Premium. De maneira geral, são produtos que têm dado novo fôlego às long necks, sem com isso interferir na participação das garrafas retornáveis de 600ml e das latinhas de alumínio.

Com Bavaria Premium, canadense Molson também sinalizou interesse no mercado de cervejas especiais

Importância das pequenas Outro fenômeno que começa a movimentar o panorama de embalagens no setor é o crescimento das micro-cervejarias. Em todas as regiões do país vêm surgindo pequenas fábricas dedicadas a oferecer alternativas às cervejas do tipo pilsen, que dominam quase todo o mercado brasileiro. Embora a participação do segmento no cenário nacional ainda seja tímida (cerca de 0,3%) já há casos que indicam um promissor futuro para as microcervejarias no Brasil. Um deles é o da cervejaria Sudbrack, que foi fundada em março de 2002, em Blumenau (SC). Dona da marca Eisen-

DIVULG AÇÃO

Lançada em 2002, cerveja Eisenbahn ampliou produção de 12 000 litros/mês para os atuais 110 000 litros mensais

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bahn (estrada de ferro, em alemão), a empresa ampliou a produção inicial de 12 000 litros/mês para os atuais 110 000 litros mensais. Já distribuídos em supermercados de nove Estados do país, os produtos contam com versões dunkel, pale ale e weiss. “As micro-cervejarias estão crescendo exatamente porque conseguem oferecer uma variedade de produtos que as grandes indústrias não possuem”, analisa Fábio Ghedin, gerente de marketing da Sudbrack. Toda a produção da empresa é vendida em garrafas long neck da Cisper, decoradas com rótulos da Baumgarten. “Felizmente os fornecedores de embalagem estão iniciando o desenvolvimento de projetos especiais, a partir de um volume menor de compra”, aponta o gerente da Sudbrack. “Isso resultará em garrafas exclusivas, que podem ajudar o consumidor a identificar os produtos e são muito comuns no mercado europeu de cervejas”, completa Ghedin. Com boas chances de se consolidar no mercado premium, tal estratégia ainda parece distante dos grandes volumes do setor cervejeiro no Brasil. Na verdade as embalagens retornáveis, como as padronizadas garrafas âmbar de 600ml, continuam sendo as preferidas da indústria cervejeira. O motivo é simples: como as marcas de maior valor agregado, esse tipo de acondicionamento assegura maiores margens ao setor. “Isso acontece porque o custo é diluído pelo número de vezes que a embalagem é utilizada”, explica Marcos Mesquita, superintendente do Sindicerv (Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja). Por essa razão, o setor defende maior participação das embalagens retornáveis no mercado brasileiro, hoje estimada em 71%. Para isso, a indústria cervejeira começa a oferecer novos sistemas reutilizáveis de acondicionamento para as grandes redes de supermercado, que abandonaram

as garrafas de 600ml alegando dificuldades logísticas e falta de espaço de exposição nas prateleiras.

Chope delivery Uma iniciativa que se encaixa nessa estratégia foi recentemente anunciada pela Brahma, em parceria com o Pão de Açúcar. A idéia é entregar chope diretamente na casa dos consumidores, em barris de 12,5 litros, acompanhados de uma extratora capaz de manter a bebida gelada por seis horas. Os pedidos podem ser feitos por telefone. O preço do pacote é de 60 reais, contabilizadas as despesas de entrega e a retirada do material após o consumo. “Ainda é um valor muito alto para o mercado brasileiro”, acredita o superintendente do Sindicerv. “Mas idéias como essa podem ampliar a participação das embalagens retor-

Brahma Express: comodidade e aumento das margens com embalagem retornável

náveis e ajudar a recuperar rentabilidade”, completa Mesquita. Independente do tipo de ação, o fato é que a indústria cervejeira está investindo para romper o processo de comoditização que ameaça suas margens, além de reverter a estagnação produtiva verificada desde o surgimento do plano Real, em 1994. Em 2004, por exemplo, o setor espera crescer 4%, acompanhando as previsões de evolução do PIB. Para aproveitar esse eventual crescimento, a cadeia de embalagens precisa estar atenta às oportunidades de atuação que, como foi visto, podem aparecer nas diversas frentes do mercado cervejeiro. Também vale lembrar que a perspectiva de crescimento do setor cervejeiro vai além de uma eventual melhora dos indicativos macroeconômicos. Além do clima convidativo ao consumo da bebida, o Brasil conta com uma população de 170 milhões de pessoas, na qual o subconjunto de consumidores maiores de 18 anos deverá aumentar mais de 4% ao ano na próxima década, contra uma taxa geral de crescimento demográfico de 1,5% ao ano para o mesmo período. Isso significa que mais de 2,5 milhões de potenciais consumidores de cerveja podem chegar ao mercado brasileiro a cada ano na próxima década. Haja barris de chope, latinhas e garrafas de cerveja para tantos bebedores.

Baumgarten (47) 321-6666 [email protected] Cisper (11) 6542-8000 www.cisper.com.br Krones (11) 4075-9630 www.krones.com.br Rhodia-ster (11) 5502-1309 www.rhodia-ster.com.br Saint-Gobain Embalagens (11) 3874-7626 www.saint-gobainembalagens.com.br Sindicerv (11) 3071-3478 www.sindicerv.com.br Tapon France No Brasil (11) 3743-5546 [email protected]

Chegada do PET continua sendo aguardada A entrada das garrafas PET no mercado de cervejas ainda não ocorreu como gostariam os fabricantes da resina, mas novos adeptos do material continuam aparecendo fora do Brasil. Assim, são alimentadas as perspectivas de que, até o final do ano que vem, 3,5% da produção mundial da bebida serão acondicionados nesse tipo de embalagem. Para que isso aconteça, além de barreiras a gases mais eficientes, os provedores dos insumos das garrafas PET vêm divulgando novas gerações de resinas que prometem fácil adaptação às linhas de produção de embalagens de PET já existentes. Esse é um dos diferenciais da família de resinas ActiTUF, lançada há cerca de um ano pelo grupo italiano Mossi & Ghisolffi, também conhecido como M&G Polímeros. Já adotado pela cervejaria belga Interbrewer, através de marcas como a romena Bergenbier, a nova

linha de resinas é oferecida no Brasil por uma das companhias controladas pela M&G Polímeros, a Rhodia-ster. Segundo o departamento de marketing da empresa, “a família ActiTUF oferece as propriedades de barreira requeridas pelo setor cervejeiro, e pode ser processada sem nenhum investimento adicional em equipamento”. Quem também se municiou de soluções para um eventual avanço do PET no mercado de cervejas é a Krones. A empresa, que acaba de fornecer equipamentos para colocação de selos higiênicos nas latinhas da cerveja Colônia, recentemente divulgou os atributos de um sistema de enchimento que pode ser aplicado em cervejarias interessadas em adotar garrafas PET. Volumétrico e dotado de medidores de vazão indutivos, o equipamento, chamado de VODM-L-PET, é recomendado para envases de dimensões precisas.

reciclagem

Sangue novo Tecnologia de plasma dá ânimo à reciclagem de caixas longa vida

A

Tudo separado Pelo fato de combinarem camadas de materiais diferentes como papel, plástico e alumínio na estrutura de suas paredes, as caixinhas longa vida sempre sofreram limitações quanto a sua reciclagem. O método até agora mais utilizado para dar aos seus componentes um novo ciclo de uso separa o papel, porém mantém unidos o plástico e o alumínio, que posteriormente são transformados em utensílios como escovas, vassouras, placas e telhas para construção civil. Com o novo processo de reciclagem, totalmente nacional e desenvolvido em conjunto pela Tetra Pak, a Klabin, a Alcoa e a TSL Ambiental, empresa da área de tratamento de resíduos, os três componentes da embalagem podem retornar à cadeia produtiva como matéria-prima. De modo resumido, a tecnologia utiliza energia elétrica para produzir um jato de plasma que aquece a mistura de plástico e alumínio a 15 000º C. Com isso, o plástico é transformado em para-

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fina e o alumínio é totalmente recuperado em forma de lingotes de alta pureza. Segundo a Tetra Pak, a obtenção da nova tecnologia de reciclagem, que consumiu alguns anos em pesquisas e desenvolvimento, visa aumentar o índice de reciclagem das embalagens assépticas cartonadas, que atualmente está em 19% do total produzido. O processamento por plasma deverá aumentar em até 30% o valor das caixinhas no mercado de reciclagem. “Esperamos, assim, estimular as cooperativas e centrais de triagem a recolherem o material, tornando a reciclagem das caixas longa vida um bom negócio para todos”, afirma Fernando von Zuben, diretor de meio ambiente da Tetra Pak. A implantação da nova tecnologia ficará a cargo das quatro empresas envolvidas no projeto. Fornecedora da folha fina de alumínio que compõe a embalagem, a Alcoa usará o metal reciclado para a fabricação de novas folhas. Como já ocorre no método tradicio-

Os diferentes materiais que formam as paredes das caixinhas – papel, plástico e alumínio – são separados na nova tecnologia de reciclagem

FOTOS: STUDIO AG

pesar de esforços pontuais, o Brasil parece ainda estar longe de definir regulamentações para manejar seus resíduos sólidos urbanos como nos últimos anos vêm fazendo, por exemplo, os países europeus. No entanto, mesmo sem pressões do braço forte da Lei, algumas provedoras nacionais de embalagens, numa postura pró-ativa, vêm investindo para tentar amenizar o problema da deposição do lixo através da diretiva dos três erres (redução, reutilização e reciclagem). Um exemplo recente desse caminho é o lançamento de uma nova tecnologia de reciclagem, pioneira no mundo, para embalagens assépticas cartonadas, as populares caixinhas longa vida.

nal de reciclagem, a Klabin cuidará da reciclagem do papel das caixinhas. Por sua vez, a parafina será vendida para a indústria petroquímica nacional.

Início em agosto Uma primeira unidade recicladora com a nova tecnologia será instalada na unidade da Klabin de Piracicaba (SP). Nela já foram investidos 2,5 milhões de dólares só para a reciclagem da camada de papel das caixinhas, e mais 10,5 milhões de reais serão injetados para integrar a unidade de plasma. Ela terá capacidade para processar 8 000 toneladas anuais de plástico e alumínio, o equivalente à reciclagem de 32 000 toneladas de embalagens cartonadas assépticas por ano. De acordo com as parceiras, a emissão de poluentes na recuperação dos materiais é próxima de zero. A planta começa a operar em agosto de 2004. Ainda segundo a Tetra Pak, a tecnologia de plasma deverá ser exportada para outros países em que ela atua. Interesse internacional não falta. Missões de países como Suécia, Espanha e China, inclusive, já visitaram uma planta piloto do projeto, construída pela TSL Ambiental em Osasco (SP).

Abipet (11) 3078-1688 www.abipet.com.br Klabin (11) 3046-5800 www.klabin.com.br Plastivida (11) 3242-1144 www.plastivida.org.br Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br TSL Ambiental (11) 3049-4444 www.tslambiental.com.br

Em busca do compartilhamento O engenheiro Luiz de Mendonça, vice-presidente e responsável pela Unidade de Negócios Poliolefinas da Braskem, é o novo coordenador executivo do Programa Plastivida, comissão setorial da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Ele substitui Antonio Riera Costa. Segundo Mendonça, entre suas principais metas estará a defesa da implementação de uma legislação que estimule a responsabilidade compartilhada entre governo, iniciativa privada e consumidores no manejo dos resíduos sólidos urbanos. “Também prosseguiremos funcionando como um centro de referência de educação ambiental, orientando o público em geral sobre os benefícios trazidos pelos plásticos e a necessidade de sua correta deposição, para estimular a reciclagem e preservar o meio ambiente”, antecipa o executivo, que calcula que atualmente 17,5% dos plásticos pósconsumo sejam reciclados no Brasil. “É um índice próximo ao da Europa e bastante expressivo, levando-se em consideração que, diferentemente dos países daquele continente, ainda não temos uma legislação federal que obrigue a coleta seletiva e a reciclagem.”

Prêmio à reutilização inteligente do PET No último dia 4 de dezembro, no Salão Nobre da Fiesp, em São Paulo, a Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet) realizou a entrega da quarta edição do Prêmio EcoPET, criado com o objetivo de estimular pessoas físicas ou jurídicas a desenvolver estudos, processos inovadores e novas utilizações para o PET reciclado. Na categoria Pesquisas acadêmicas, processos inovadores, máquinas ou processos tecnológicos, venceu o trabalho de Cássio D. V. Silvério e outros autores, “A utilização dos blocos ISOPET na construção de casas populares”. Tais blocos são feitos com concreto leve com EPS (isopor) reciclado e garrafas de PET pós-uso, e permitem a construção

de casas populares em tempo curto e a um baixo custo. O projeto foi desenvolvido no Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET) de Curitiba (PR). Na categoria Ações da coletividade que efetivamente incrementam a coleta local de embalagens pós-consumo, venceu o trabalho “Arte Mangue”, do fluminense Célio Oliveira. Morador do município de Magé, Célio construiu uma casa com 10 000 garrafas de PET pós-uso cheias de areia e montou o projeto Arte Mangue, reunindo crianças carentes da região e estimulando a preservação do ambiente. O “TUBOPET – A sua ação ecológica” , de Guido F. Nigra, que introduz tubos de PET reciclado para a construção civil, venceu na categoria Ações ou

projetos empresariais que contribuam para a disseminação da reciclabilidade do PET. Desenvolvido pela Empresa Brasileira de Reciclagem (EBR), de Diadema (SP), o projeto reutiliza garrafas na construção de tubos para redes de esgoto, proporcionando a reciclagem de 100 toneladas de plástico por mês, ou seja, cerca de meio milhão de garrafas de dois litros. O vencedor de cada categoria foi escolhido, ao vivo, por um corpo de jurados composto por 7 associados, 4 representantes de entidades empresariais voltadas à reciclagem e 3 formadores de opinião. O público presente também teve direito a um voto como júri popular.

jan 2004 • EMBALAGEMMARCA – 27

alimentos

Copo curinga mercado de requeijões cremosos vem passando por significativas transformações nos últimos meses. Primeiro, diversas marcas que atuam na área, muitas delas de indiscutível tradição, estão alterando suas fórmulas, fazendo requeijões cederem lugar às “especialidades lácteas com requeijão cremoso”. Afora esse aspecto, que parece configurar um downgrade de nobreza do produto, movimentações também vêm ocorrendo no quesito embalagem – o que, aliás, abordamos numa edição recente (EMBALAGEMMARCA nº 47, julho de 2003). Uma das principais constatações daquela reportagem era o crescente assédio do plástico a esse mercado, no qual as principais marcas sempre bancaram uma hegemonia da apresentação em copos de vidro. Os esforços dos transformadores de resinas, porém, acabam de render um significativo dividendo. Uma atuante de reconhecido peso na área de requeijões cremosos e que sempre primara pelo copo de vidro, a Paulista, acaba de migrar para um copo plástico.

O

Sem quebras Quem fabrica o recipiente é a Huhtamaki, e aí reside outra novidade. Trata-se da estréia da empresa, que detém ampla participação no fornecimento de embalagens plásticas para outros itens lácteos, como iogurtes, no segmento de requeijões cremosos. O novo copo, que acopla uma sobretampa azul, teve seu design desenvolvido com a participação ativa do departamento de embalagem da Paulista. Segundo o laticínio, ela traz benefícios claros para o consumidor. Primeiro, a sobre-tampa

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Hi Design (11) 3171-0378 Huhtamaki (11) 5504-3500 www.huhtamaki.com.br Pimaco 0800 252959 www.pimaco.com.br

possui um sistema abre-e-fecha, que facilita o consumo e veda a embalagem por completo. O copo pode ser levado ao freezer e ao forno de microondas, o que, além de facilitar a estocagem do produto em domicílio, confere um apelo de reuso ao recipiente já vazio. “É uma embalagem inquebrável, portanto segura para as crianças e também para a indústria, pois elimina problemas de quebras durante o transporte e o envase”, diz Paulo Thomaz, diretor comercial e de marketing da Huhtamaki. “Ademais, o copo plástico pesa 21g, contra 150g do de vidro, e permite o empilhamento e outras vantagens logísticas.” Renato Galesi, diretor técnico da fornecedora, explica que foi escolhido para o projeto um polipropileno especial. Além de resistir a temperaturas em torno de 100º C a 110º C, característica intrínseca da resina que foi reforçada com o aumento da espessura da parede do copo, a conhecida fragilidade do material sob temperaturas baixas foi superada. “A resina também sofreu tratamento para clarificação, através de um aditivo, para resultar num produto acabado de alta transparência, com aspecto próximo ao do vidro”, conta o profissional. O copo do requeijão da Paulista ainda agrega um lacre de alumínio sob a tampa, o que garante a integridade do produto até o ponto-de-venda. Para orná-lo, optou-se por um rótulo auto-adesivo. Desenhado pela Hi Design e produzido pela Pimaco em polipropileno bi-orientado (BOPP), ele destaca, através de um splash, os diferenciais que o laticínio quer transformar em chamarizes de venda: a maior resistência e o atributo multiuso de sua embalagem.

FOTO: DIVULGAÇÃO

Paulista adota embalagem plástica multiuso para seu requeijão

Dois em um A Assolan está lançando os “Panos Umedecidos Perfumados” nas versões Multiuso, Lustra-Móveis, Limpa-Vidros e Desengordurante. Feitos com tecido poroso e resistente (viscose e poliéster), já umedecidos com elementos químicos ten-

unidades e as demais com 24. As

soativos, eles substituem dois pro-

embalagens, criadas pela M Design

dutos: os tradicionais paninhos de

e fabricadas pela Bafema, são com-

algodão e o líquido de limpeza. A

postas de PET, polietileno e

versão Lustra-Móveis vem com 20

alumínio.

Sucos e chás em lata com selo de proteção A Cervejaria Sul Brasileira, fabricante da cerveja Colônia, está colocando em seus sucos e chás em lata um selo de proteção higiênico de alumínio, aplicado pela rotuladora Taxomatic, da Krones. As bebidas, da marca Rayzes, são produzidas na fábrica de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. A cerveja Colônia, produzida em Toledo, no Paraná, também terá o selo higiênico.

Domecq lança conhaque fino A multinacional britânica Allied Domecq iniciou a distribuição da versão premium do conhaque Domecq, fabricado em Garibaldi, no Rio Grande do Sul, que chega às prateleiras com o nome Domecq Oro. O lançamento faz parte da estratégia da empresa de reposicionar e consolidar a marca no País. O rótulo foi desenvolvido pela Packaging Design e é fabricado pela Gesa. A garrafa de vidro na cor âmbar, de 1000ml, é da Saint Gobain. Com o lançamento, a Allied Domecq pretende conquistar, em 2004, 5% do mercado brasileiro de conhaques premium.

AdeS renova visual A AdeS, da Unilever Bestfoods, muda a identidade visual de sua linha e lança novos sabores (tangerina e pêssego light). O desenho gráfico da linha de embalagens procurou diferenciar os atributos das versões originais, de leite de soja, das versões com frutas. A inovação foi configurada também na troca da embalagem da TetraPak, de Tetra Brik Aseptic para Tetra Brik Aseptic Square com tampa abrefácil, e no redesenho, as ilustrações de frutas, copos e ingredientes foram substituídas por fotos. O design é da Usina Escritório de Desenho.

Lançamentos Yoki A Yoki está incrementando sua linha

pêssego.

de refrescos em pó, com novas em-

As embalagens foram desenvolvidas

balagens, novos sabores com polpa

pela Zauberas & Associados e são

de fruta e Vitamina C e o lançamento

fabricadas em filmes de poliéster na

da versão light. A linha light chega

própria Yoki.

com variedade e sabores sofisticados: lima-limão, maracujá, laranja, abacaxi, morango silvestre, tangerina e uva-itália. As novas embalagens têm cores especiais para cada sabor. Entre os adoçados há os sabores manga, abacaxi, laranja, uva, limão, tangerina e mararcujá. Há ainda os sabores mate diet de limão e

Parceria em long-neck A parceria entre Prodesmaq e Cisper acaba de gerar mais um fruto, o Whoops, uma nova linha de isotônicos da Norim. A bebida foi lançada nos sabores tangerina, kiwi-limão, maracujá-camomila, abacaxi-hortelã, morango-banana-laranja e laranja-cenoura-mel, em garrafas long-neck de vidro de 473ml. Os rótulos e contra-rótulos foram produzidos em polipropileno transparente pela Prodesmaq, que utilizou dois processos de impressão: serigrafia e off-set. O processo de rotulagem ficou a cargo da própria Cisper.

Cachaça com arte A cachaça Espírito de Minas está homenageando pintores brasileiros em seus rótulos. A primeira homenagem da série “Artistas Brasileiros” é a reprodução de uma tela a óleo de Aldemir Martins, que fez uma releitura do rótulo da cachaça. A série é limitada e numerada (de 0001 a 9999). A bebida vem de uma reserva especial armazenada durante seis anos, o que lhe confere um tom mais amarelado do que o da Espírito de Minas tradicional. O próximo rótulo da série será do artista Gustavo Rosa.

CERA EM BISNAGA A STP está lançando no mercado brasileiro a primeira cera em pasta para polimento automotivo em bisnaga: a STP Tripla Ação. A nova embalagem plástica, inédita no mundo, tem a mesma quantidade da lata, 200 gramas. “O uso desta embalagem foi desenvolvido pela STP no Brasil. Por isso, o nosso mercado é o primeiro a recebê-la, antes mesmo dos Estados Unidos, reconhecido centro mundial de cera automotiva”, explica Maria Aparecida Prevedello, gerente de marketing da empresa. A embalagem foi desenhada na própria empresa e também é fabricada internamente.

Alemão e mineiro Está chegando ao mercado o energético On Line 0% kcal, envasado em lata de alumínio de 255ml. A embalagem é produzida na Alemanha, mas todo o layout foi feito no Brasil pelo publicitário mineiro Alexandre Mota.

Códigos íntegros, logística eficiente Os verificadores Quick Check PC

operadoras logísticas e de grandes

600/800, lançamentos da HHP Brasil,

fabricantes de bens de consumo. Os

realizam uma ampla gama de testes

dispositivos são acompanhados de

para controlar a qualidade dos códi-

leitores tipo caneta ou scanners, con-

gos de barras de embalagens, garan-

forme opção dos usuários.

tindo produtividade máxima nas vá-

(11) 5016-3454 www.hhp.com.br

rias etapas da distribuição de produtos. “Uma simples falha na impressão dos códigos de barras pode comprometer a produtividade em qualquer fase da distribuição – da saída da fábrica à boca do caixa nos supermercados, passando por armazéns onde milhares de itens são estocados”, alerta Vera Jones, diretora de tecnologia da HHP Brasil. Os verificadores, diz ela, permitem a emissão de relatórios sobre a qualidade dos códigos impressos e ajuda nos controles rígidos da indústria de embalagens, das

Auto-adesivo em curso gratuito Depois de muitos pedidos, a Novelprint vai dar continuidade, em 2004, ao Curso Básico de Tecnologia do Auto-adesivo. O curso deverá se tornar um programa permanente no calendário de atividades da Novelprint, de acordo com a gerente de marketing da empresa, Walkiria Castro. Serão, no mínimo, mais quatro edições do curso. A primeira será realizada nos dias 18 e 19 de março. Voltado a profissionais das mais diferentes áreas, o curso é gratuito. As vagas, porém, são limitadas. O conteúdo abrange os tipos Adesivos industriais I Plantas industriais na Venezuela e na Colômbia interessam à Artecola. Segundo Eduardo Kunst, diretor da empresa, os negócios deverão ser fechados em breve. A Artecola já tem unidades no México e na Argentina Adesivos industriais II Outra empresa do segmento, a Rohm and Haas, come-

de materiais, processos, aplicações, sistemas e recursos de impressão para as áreas de decoração de embalagem, marcação de dados variáveis, sistemas de segurança e campanhas promocionais. A carga horária é de 8 horas, dividida em dois dias, com aula prática, teórica e demonstração industrial. No final do evento, cada participante ganha um certificado. As inscrições podem ser feitas através do site www.novelprint.com.br ou pelo telefone (11) 3768-4111, ramal 306, diretamente com Walkiria.

ça o ano com escritório novo em São Paulo. O telefone também mudou: (11) 5112-9000. Nome do novo dono Com a conclusão de sua aquisição pela Rexam, a Latasa, maior fabricante de latas de alumínio do Brasil, alterou sua razão social para Rexam Beverage Can South America.

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Para sacolas mais nobres Maxi Film é o novo polietileno da Ipiranga Petroquímica que promete aumentar em até 50% a resistência de sacos e sacolas plásticas para supermercados. Segundo a fabricante, a resina consegue esse diferencial sem implicar em aumento da espessura das paredes do filme, rompendo um paradigma de mercado. O produto se antecipa à publicação da nova norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a NBR 14937, que determina padrões técnicos e de qualidade para sacolas plásticas e que entrará em vigor em abril de 2004. O lançamento do produto foi feito em um evento no fim de 2003, e reuniu oito grandes convertedores, que suprem as maiores redes varejistas do país com sacolas. Um selo de qualidade, criado pela petroquímica, garantirá que as sacolas produzidas com a Maxi Film por essas oito autorizadas estarão alinhadas à nova norma. (11) 3265-4300 • www.ipiranga.com.br

Sinergia com o social O Grupo de Sinergia, formado por dez empresas do pólo petroquímico paulista do Grande ABC, irá ampliar em 2004 as ações sociais dirigidas à população da região. Um programa de educação ambiental e cidadania e um festival cultural, ambos voltados a estudantes, já estão confirmados. Serão investidos cerca de

800 000 reais nessa programação, 150 000 reais a mais que em 2003. A coordenação do Grupo em 2004 muda: Arnaldo Joaquim Ferreira Jr., da Oxiteno, dá lugar a Sidney dos Santos, gerente industrial da Polibrasil, e Édison Carlos, que coordena a área de Comunicação, cede a vez a Marina Galvão, do marketing da Polietilenos União.

Veloz também para recuperar imagens A Epson lançou no Brasil um novo scanner colorido de mesa desenvolvido para uso profissional, o Perfection 1670 Photo. Com resolução máxima de 3 200 dpi, o produto tem conexão USB 2.0 e tecnologia de cor de 48 bits. Segundo a empresa, o Perfection 1670 Photo é capaz de digitalizar fotografias, negativos e slides envelhecidos. De acordo com Fábio Menezes, gerente de produtos da Epson, esse tipo de trabalho é facilitado pelo software Epson Easy Photo Fix, que acompanha o produto. “Trata-se de um aplicativo que facilita a digitalização e a restauração de fotografias e negativos desgastados, sem comprometer a velocidade de es-

caneamento”, diz o executivo. O Perfection 1670 Photo é acompanhado também por um adaptador para dispositivos e tiras de película (adaptador de slides) de 35mm, que acomoda tanto positivos como negativos de filmes. (11) 4196-6350 www.epson.com.br

Em busca da cor perfeita Criado pela Aeco (Associação Brasileira de Artes e Apoio Ecológico), o Cecor – Centro de Estudos da Cor lançou um novo produto para facilitar a escolha de

cores combinadas em trabalhos gráficos. Impresso em cartão rígido e batizado de Fazendo Harmonias e Mistura de Cores, o guia conta com 72 cores e um disco giratório que permite ao usuário compor diferentes acordes cromáticos. Também é possível obter 60 tonalidades a partir da mistura de doze cores com cinza, branco e outras três cores primárias. Coordenado pelo designer Nelson Bavaresco, o disco acompanha folheto de instruções e pode ser solicitado na Caetano Material do Artista. (11) 3255-0990 [email protected]

Atualização mais em conta A Adobe Systems Brasil anunciou dois planos especiais para aquisição do novo Adobe Creative Suite. A idéia é fornecer descontos para quem já adquiriu uma cópia do mais conhecido produto Adobe, o Photoshop. As condições diferenciadas estão estendidas a quem comprou o produto isoladamente ou em pacotes Adobe Collection. Na promoção, o Adobe Creative Suite Premium Edition sai por 1 125 dólares. Já a Standard Edition pode ser adquirida por 853 dólares. “Queremos incentivar a atualização de nossos clientes para produtos mais completos e com recursos que garantirão ganho de qualidade e produtividade”, declara Luís Maian, profissional de marketing da empresa. Para os demais clientes, o preço sugerido para a versão premium é 1 700 dólares, e para a standard, 1 368 dólares. 0800 161009 www.adobe.com.br • [email protected]

Almanaque Idéia do paciente inglês Já nos tempos do Império Romano sabia-se da qualidade da água de uma certa nascente chamada Les Bouillens, situada em Vergèze, na França. Em 1863, o então imperador Napoleão III permitiu o desenvolvimento dessa fonte, direito que trinta anos depois foi passado a Louis Per-

rier, um médico que estudava terapias termais. Um paciente inglês de Perrier, o aristocrata Sir St-John Harmsworth, gostou tanto daquela água que comprou a nascente e a rebatizou com o sobrenome do doutor. Pouco depois, em 1903, estreava na Europa a famosa garrafa de vidro verde da água mineral Perrier, que se tornaria sua marca registrada. A embalagem foi idéia de Harmsworth: sua forma remetia à das clavas indianas que o inglês utilizava em sessões de fisioterapia, pois ele ficara paralítico em um acidente de automóvel. Em tempo: a obra ao lado é do guru da pop-art Andy Warhol.

Rubrica, o primórdio da marca forte Uma simplória tira de papel, com a inscrição de seu sobrenome, foi a primeira embalagem que o alemão Henrique Wickbold utilizou para embalar os pães de centeio que começou a fabricar em 1938, numa pequena padaria instalada na garagem de sua casa, em São Paulo. Mesmo que não

propositalmente, o empresário começara ali, assinando os envoltórios de seus filões de pão, a construir a imagem da marca que hoje, quase 70 anos depois, é uma das principais entre a indústria panificadora nacional.

A sabedoria mandou ficar

O exótico nome de um dos fármacos mais tradicionais do Brasil, a pomada Minancora, criada em 1913, nada mais é que uma combinação de substantivos. Ele une Minerva, a deusa grega da sabedoria, à palavra âncora, uma alusão à decisão do inventor do produto, o farmacêutico português Eduardo Augusto Gonçalves, de permanecer no Brasil. Essa mistura também é explicitada visualmente na embalagem da pomada, que durante muito tempo foi de aço e que, em 1992, migrou para o plástico: nela, um desenho mostra a deusa escorada numa grande âncora.

E no início eram rolos Aos que indagam de onde vem o nome da multinacional Sonoco, a origem é simples. Hoje grande provedora de embalagens, inclusive no Brasil, onde atua através de uma joint-venture com a For-Plas, a empresa foi fundada em 1899 em Hartsville, no Estado americano da Carolina do Sul, como The Southern Novelty Company. No início, produzia rolos cônicos de papel destinados a carregar fios para a indústria têxtil (foto). Com a diversificação de atividades e da linha de produ-

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tos, a companhia resolveu mudar de nome em 1923 para Sonoco, usando as duas letras iniciais de cada palavra do nome original. Já o desenho do “S” que marca o seu logotipo desde 1964 e que pouco foi alterado desde então, foi escolhido em parte por representar a mais básica tecnologia da empresa: o papel correndo em espiral por um cilindro, base da manufatura tanto dos transportadores de fios quanto das latas cartonadas multifoliadas que hoje ela distribui com sucesso.

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