Revista Embalagemmarca 044 - Abril 2003

  • April 2020
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Revista Embalagemmarca 044 - Abril 2003 as PDF for free.

More details

  • Words: 15,598
  • Pages: 51
Ano V • Nº 44 • Abril 2003 • R$ 6,00

www.embalagemmarca.com.br

A palavra de ordem em embalagens é inovar e surpreender

CORTE A LASER SUBSTITUI FACAS PARA RÓTULOS • A VOLTA DO CELOFANE

Um campo para a criatividade

P

Por comodismo ou por falta de capital, sempre foi mais fácil importar brinquedo pronto, ou seu molde

aíses desenvolvidos têm, dentre outros, um ponto em comum: levam tudo a sério – até brinquedos, para repetirmos um clichê jornalístico. Muito cedo os empresários das terras onde a Revolução Industrial se efetivou perceberam que fornecer produtos para povoar a imaginação das crianças era um excelente negócio. Assim, desenvolveram poderosas indústrias que passaram a fabricar em série jogos, réplicas e miniaturas de artigos existentes em “tamanho real” no diaa-dia das pessoas. O negócio era e é tão bom que, em países ricos, projetar brin-

quedos é coisa de engenheiro especializado. No Brasil ainda não se chegou a tanto. Por falta de capital ou por comodismo, sempre foi mais fácil copiar ou importar o produto pronto, ou seu molde. Isso vale para incontáveis segmentos industriais, mas falemos de brinquedos. São até compreensíveis a falta de investimentos em pesquisa e o modesto domínio da tecnologia necessária para criar brinquedos capazes de competir com o que é pirateado ou vem de fora, em parte legalmente, em parte por contrabando. Mas, como mostra a reportagem de capa desta edi-

ção, de autoria de Leandro Haberli, passados certos equívocos cambiais e comerciais postos em prática em anos recentes, há campo para que também nessa área o país se fortaleça. Isso é válido sobretudo para as embalagens, que começam a mostrar certo aquecimento no segmento. Talvez mais do que em qualquer outra categoria de produto, a produção de embalagens para brinquedos abre imenso campo para o design, para a tão decantada criatividade brasileira. Até maio.

Wilson Palhares

abril 2003

Diretor de Redação Wilson Palhares [email protected]

6 12 14

20

DEPOIMENTO: LUCIANA PELLEGRINO Diretora executiva da Abre relata o que aconteceu no Packaging Strategies, em São Francisco (EUA).

MARCAS Unilever cria grande marca de alimentos com unificação das tradicionais Cica e Knorr

CAPA Sem mágicas ou brincadeiras, fabricantes de brinquedos retomam ritmo de lançamentos e investem cada vez mais em novas apresentações nas gôndolas

MEMÓRIA Coleção de brinquedos antigos mostra evolução da indústria no setor

22

Reportagem

METÁLICAS Prada entra no mercado de pescados e espera ampliar negócios fora do país

[email protected]

Flávio Palhares [email protected]

Guilherme Kamio [email protected]

Leandro Haberli [email protected]

24 28

MATERIAIS Fabricante belga de filmes aposta na revalorização do celofane

Colaboradores Josué Machado e Luiz Antonio Maciel Diretor de Arte Carlos Gustavo Curado [email protected]

Administração Marcos Palhares (Diretor de Marketing) Eunice Fruet (Diretora Financeira)

MÁQUINAS Laser surge como alternativa às facas de corte de rótulos e etiquetas

Departamento Comercial [email protected]

Wagner Ferreira Circulação e Assinaturas Marcella de Freitas Monteiro [email protected] Assinatura anual: R$ 60,00

Público-Alvo EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que ocupam cargos técnicos, de direção, gerência e supervisão em empresas fornecedoras, convertedoras e usuárias de embalagens para alimentos, bebidas, cosméticos, medicamentos, materiais de limpeza e home service, bem como prestadores de serviços relacionados com a cadeia de embalagem.

30

PERSONAL CARE Para aumentar margens, indústria de sabonetes investe no segmento de sabonetes líquidos

48

IMAGEM Para crescer em nichos de maior valor agregado, Votorantim muda padrão de embalagens de cimento

Tiragem desta edição 7 500 exemplares Filiada ao

Impressa em Couché Mate 150 g/m2 da Suzano (capa) e Couché Mate120 g/m2 da Suzano (miolo) Impressão: Congraf

Especial: BrasilPlast

42

Painel gráfico: Fiepag

Setor plástico apresenta novidades durante feira em São Paulo

Novidades do setor, da criação ao acabamento de embalagens

38

44

Panorama

Display

Movimentação na indústria de embalagens e seus lançamentos

Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagem

40

50

Estratégia

Grupo MBP instala-se no condomínio da Clariant

Almanaque

Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens

EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SP Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463 FOTO DE CAPA: STUDIO AG

34

www.embalagemmarca.com.br O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é resguardado por direitos autorais. Não é permitida a reprodução de matérias editoriais publicadas nesta revista sem autorização da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.

Packaging Strategies 2003

Clima de otimismo Uma vez por ano, a empresa norte-americana Packaging Strategies, especializada no estudo de tendências mundiais em embalagens, realiza um seminário que reúne empresários e executivos de empresas fabricantes e usuárias do setor, vindos do mundo inteiro, para discutir os rumos do negócio. O Packaging Strategies 2003, realizado nos dias 31 de março, 1º e 2 de abril em Atlanta, nos Estados Unidos, contou com a pre-

sença de Luciana Pellegrino, diretora executiva da Abre – Associação Brasileira de Embalagem, que esteve lá conferindo as informações. Dos Estados Unidos, Luciana seguiria para a China, para representar a Abre na Packtech & Foodtech/Sial, que se realizaria em Xangai. O evento vinha sendo considerado de grande importância pela abrangência que tem na Ásia e pela oportunidade que representa neste mo-

clima no mercado mundial de embalagem é de otimismo, apesar de, no mundo inteiro, a indústria de transformação estar atravessando um momento especialmente difícil, segundo o economista de produção John McDevitt, que fez a palestra de abertura do seminário Packaging Strategies. Ele lembrou que, apesar do cenário instável e do consumo contido, a economia mundial cresceu 1,7% em 2002, e espera-se que os países economicamente mais ativos alcancem o índice de 2,5% de crescimento em 2003. Poderia até parecer repetitivo, mas tem um significado expressivo o fato de que países asiáticos, sobretudo a China, tenham sido insistentemente lembrados no seminário como grandes impulsionadores da atividade econômica mundial. Nesse quadro, o Brasil foi citado por inúmeros apresentadores do evento, altos executivos de grandes corporações, como o próximo grande mercado mundial. Dois aspectos foram discutidos com grande ênfase e profundidade durante o Packaging Strategies 2003: o impacto das fusões e aquisicões de indústrias fabricantes de produtos e de embalagens no desenvolvimento do setor, bem como a importância da busca por inovações como alavanca para a expansão e o crescimento. São dois fatores que exercem pressão sobre os responsáveis pelo desempenho da empresa, na medida em que elevam a expectativa de resultados. O ambiente corporativo passou por grandes mudanças nos últimos três anos. Na década de 90, os acionistas buscavam crescimento de ao menos dois dígitos no valor das suas ações. Mas,

mento em que o Brasil se esforça para aumentar suas exportações. Quando se preparava para embarcar para Pequim, com a bagagem já encaminhada, Luciana foi informada do cancelamento do evento, devido à “pneumonia asiática” que ameaçava aquele país. Na véspera, ela enviou a EMBALAGEMMARCA. o depoimento abaixo, que substitui nesta edição a entrevista publicada todos os meses pela revista.

O

6 – EMBALAGEMMARCA • abr 2003

depois do colapso da Enron, da generalização da incerteza em relação à contabilidade das empresas e da relativa retração das vendas em geral, os dirigentes de companhias passaram a ser crescentemente pressionados e cobrados por performances positivas. Em lugar de relatórios anuais, a periodicidade passou a ser semestral. A pressão por bons resultados tornou-se tão forte que, segundo artigo da revista Business Week, a média de permanência de um CEO numa empresa tem sido de treze meses. Nesse panorama, o processo de fusões e aquisições em indústrias de embalagens e bens de consumo não parou. De acordo com dados da Ernest & Young, citados entre outros exemplos durante o evento, a Kraft Foods adquiriu a Nabisco;

a General Mills, a Pillsbury; a Nestlé, a Ralston Purina, a Chef America e a Dreyer; a PepsiCo absorveu a Quaker Oats; a Cadbury-Schweppes incorporou a Snapple Beverage Group; a L’Oreal engoliu a Carson. No setor de embalagens, os exemplos lembrados foram os da Ball, que adquiriu a Schmalbach-Lubeca; da Bemis Co, que absorveu a UPM-Kymmene (unidade de filmes); da Rexam, à qual se integrou a Luner Glas; e da Alcoa, que incorporou a Ivex Packaging. Trata-se de um cenário que deve ser atentamente observado, pois pode resultar na necessidade de mexer em antigos procedimentos e mudar posturas de relacionamento com clientes, para reforçar e ampliar negócios ou no mínimo para evitar perdas.

oportunidade de sobreviver – e crescer – ao lado das gigantes, sem ser engolido por elas, fica para empresas pequenas e ágeis, dedicadas a apresentar novas soluções e, principalmente, responder às exigências do consumidor por novidades. Segundo Mary Ellen Reis, presidente da Packnology, o que agrava essa situação é algo em que os brasileiros sem dúvida têm larga experiência: o varejo não está interessado em inovações, mas sim em redução de custos para atrair os consumidores. A pressão por vendas é muito maior do que pela inovação, segundo o presidente de uma grande indústria multinacional de bebidas entrevistado por ela. Como lembrou a presidente da Packnology, “as únicas inovações benvindas são aquelas que não acarretem nenhum aumento de custo ou, melhor ainda, tornem o proCortes naturais – Normalmenduto mais barato”. te, em fusões e incorporações, Na opinião de Russ Napolitano, quando a direção da empresa é muvice-presidente do Bailey Design “Em fusões e dada, ou quando ela começa a fazer incorporações, a Group, o cenário de consolidação parte de outro grupo, o direcionade empresas reforça a necessidade estratégia e o mento, a estratégia e o posicionade uma política ainda mais forte de mento que vinham sendo adotados posicionamento comunicação do setor. Outros pasofrem grandes mudanças. Os forlestrantes reiteraram o ponto de sofrem grandes necedores de embalagens e insuvista de Napolitano. Bill Westmudanças. mos são reavaliados, e os contratos wood, CEO da Amcor Global PET Muitas vezes, em vigor, revistos. Naturalmente, Packaging, por exemplo, afirmou: acontecem inúmeros cortes, com o “Economizaríamos muito se coloas próprias objetivo de evitar duplicidades e cássemos as pessoas certas em conembalagens baixar custos. Muitas vezes, as prótato e otimizássemos a comunicaprecisam ser prias embalagens precisam ser reação entre nossas empresas e o sedaptadas, para passarem a ser feitas tor”. Em experiência feita na próreadaptadas” numa nova linha de produção. pria Amcor, ele contou, uma inforDentre as mudanças que este quadro apresen- mação estratégica relevante dada a um funcionáta, foram alvo de maior preocupação dos partici- rio em um país demorou dez dias para chegar à pantes do seminário as relacionadas a inovações fabrica localizada em outro. em andamento que deixam de ser valorizadas pela nova direção. A mesma ótica incide sobre as Comunicação clara – Procurando sintetizar, inovações que deixam de ser levadas adiante de- Russ Napolitano considerou que “num processo vido à redução da concorrência no setor. de mudança a chave está em conciliar todas as O novo grupo corporativo ganha na otimiza- etapas de transformação com as empresas clienção de seu processo produtivo, administrativo e tes, varejistas, fornecedores e consumidores, sem de distribuição. Além disso, tem concentrado e perder de vista ainda os concorrentes, por meio reforçado o seu desenvolvimento tecnológico, de uma comunicação clara e direta”. ganha maior poder de negociação na compra de O ciclo de vida desse processo global de fuinsumos e aumenta sua força para desenvolver sões e aquisições divide-se da seguinte maneira, tanto fornecedores quanto clientes globais. Ao segundo Ken Brooks, da Ernest Young: mesmo tempo, o número de seus concorrentes di• mercado fragmentado, com pouca concenminui. Desemboca-se então na conclusão a que tração (exemplo: setor de equipamentos); crescente número de analistas chega a cada dia: a • em seguida, um estágio um pouco menos

abr 2003 • EMBALAGEMMARCA – 7

A qualidade Cong Promocionais

Rótulos

Setor Farmacêutico

Estojos e Berços

raf ao seu alcance

Tecnologia, Criatividade, Qualidade, Atendimento Pers onalizado, Bons Preços

Cosméticos

Setor Alimentício

fragmentado, com estratégia de mercado determinada (segmento de papelão ondulado); • num estágio médio está o setor de plásticos flexíveis, seguido pelo de plásticos rígidos, com grande potencial de negócios e market share • por último vêm os mercados já consolidados, com poucas grandes empresas atuando, como é o caso do setor de vidro e de embalagens metálicas.

to, Lynn Dornblaser, diretora editorial da Global News Products Database, observou que a embalagem tanto guia as tendências quanto as torna possíveis, ao atender as demandas que são colocadas. Ela exemplificou com o ocorrido no mercado de snacks ou “food to go”, que nos Estados Unidos, de 1997 a 2002, saltou de US$ 11 bilhões para US$ 16 bilhões. Esse mercado, também apontado como grande Capital disponível – E por que a indústria de tendência pelo CEO da Nestlé Canadá, Ed Marra, embalagem tem sido alvo dessas consolidações? pode ser mensurado, segundo ele, pelo fato de Ken Brooks explica que existe no mercado uma que 20% dos americanos fazem suas refeições no grande disponibilidade de capital automóvel. Por isso esse segmento para investimento em empresas, ao tem buscado inovações, incluindo passo que as boas oportunidades maior diversidade de produtos, ensão escassas. Há, ainda, outros fatre eles maior variedade de sopas. tores que chamam a atenção no seO consumidor tem cada vez menos tor: as indústrias de embalagens retempo e quer levar o produto consigistram altas taxas de crescimento; go, para consumi-lo quando puder. sofrem pouca influência de sazonaAssim, certas características passabilidade, por estarem em grande ram a ter maior importância nas parte dedicadas ao fornecimento embalagens. Algumas delas: terem “Cada vez mais para o setor de bens de consumo, sistema de abertura e fechamento se alimentando cujo desempenho é bastante estáeficientes, caberem no porta-copos no automóvel, o dos automóveis e, principalmente, vel; suas margens de lucro são atraentes; e têm alto nivel tecnolóserem “hand-free”, ou seja, permiconsumidor gico, o que dificulta a entrada de tirem que os produtos sejam consuvaloriza as concorrentes no mercado. midos sem necessidade de contato embalagens que direto das mãos, de modo que o Para se obter sucesso nesse mercado em constante transação, é impermitam consumidor não suje o volante de portante focar em alguns aspectos, seu veículo, o teclado de seu comconsumir os segundo Ken Brooks: putador, ou o que for. produtos sem 1) estabelecer uma posição forte Outro exemplo de tendências contato direto em setores que podem ser consolique demandaram alterações nas dados embalagens foi a sofisticação dos das mãos” 2) estabelecer uma estratégia cosméticos, entre eles os bronzeaconsistente e disciplinada de fusões e aquisições dores e os protetores de sol. Por apresentarem 3) estabelecer uma posição de liderança em substâncias que em geral devem ser aplicadas em mercados com alto potencial de crescimento e conjunto, as embalagens passaram a oferecer um alto valor agregado duplo compartimento, bem como aplicações dife4) ter economia de escala e, ao mesmo tempo, renciadas, incluindo o sistema “hand-free”. flexibilidade para enfrentar um desaquecimento da economia Revolução pela inovação – Um aspecto re5) trabalhar sempre com tecnologia de ponta, corrente nas palestras foi o de que a inovação em própria ou licenciada, e tornar-se tão forte quan- embalagens é capaz de revolucionar uma categoto os concorrentes, adquirindo outras empresas ria de produtos. Quando isso acontece, a nova 6) tornar-se um fornecedor global de seus tecnologia migra rapidamente para outras categoclientes multinacionais e ter muito foco no seu rias, proporcionando maior diferenciação dos nicho de mercado, entendendo as características e produtos e ganho de market share. particularidades de cada mercado, região, consuNa visão de Leonard Jenkings, gerente de inomidor, linha de produto vação de embalagens da Coca-Cola para a Amé7) estar sempre atento às novas tendências. rica do Norte, um case que exemplifica bem a Aproveitando a referência a este último aspec- possibilidade de ganho de mercado por meio de

10 – EMBALAGEMMARCA • abr 2003

uma nova embalagem é o do tradicional suco americano Minute Made, vendido por muito tempo apenas refrigerado. Após modificaões no processo e na linha de enchimento, que foi adequado a novas embalagens, o suco saiu da geladeira e foi para a gôndola. Deixou de ser um produto sazonal e ocasional, podendo ser consumido em maior número de oportunidades. O importante, aconselha Ed Marra, CEO da Nestlé Canadá, é que as inovações sejam muito focadas nas características de cada grupo consumidor, levando em consideração que, em certo estágio da vida do produto, o único instrumento capaz de agregar valor e fazê-lo crescer em sua categoria é a embalagem. Para ele, as inovações abrem espaço para elevar o preço e ampliar as margens de ganho, uma vez que o consumidor irá reavaliar a relação custo-benefício do produto em questão. Marra recomenda prestar especial atenção às categorias que comportem maior adição de

valor, como produtos saudáveis e naturais, hoje a grande tendência de consumo mundial. Especificamente quanto ao Brasil, o país foi amplamente citado por diversos palestrantes, aparecendo mesmo como idealizador de novas soluções em embalagens. Por outro lado, as previsões são de que algumas novidades surgidas em outros países, como a garrafa de alumínio com tampa de rosca, demorarão a chegar ao país. O importante, na opinião do CEO da Nestlé canadense, é que esteja muito claro o perfil do público alvo, sua faixa etária, seu poder aquisitivo, seus hábitos de consumo – e que a embalagem acompanhe esse perfil. O que não pode acontecer, adverte Marra, é uma empresa ter o produto certo na embalagem errada. Em outras palavras, a embalagem deve não só atender plenamente aos anseios do consumidor, mas também evidenciar claramente as características que são importantes para ele.

O mercado de embalagem no mundo Hoje o setor de embalagem no mundo movimenta 412 bilhões de dólares, segundo a apresentação de Ken Brooks, vice-presidente senior da Ernerst & Young, no seminário. O bolo está assim dividido, em bilhões de dólares: Papelão ondulado Plásticos rígidos e semi-rígidos Filmes, laminados e flexiveis Papel cartão Metálicas Vidro Sacos, bags e rótulos Equipamentos Tampas e lacres Outros

80 75 60 42 40 25 25 23 16 26

Por mercados usuários, o consumo de embalagens no mundo divide-se assim, em porcentagem:

Alimentício Bebidas Saúde e cuidados pessoais (healthcare) Beleza Outros

50 15 16 5 14

AS DEZ MAIS As maiores empresas de embalagens do mundo, em vendas, segundo Bill Barker, presidente da Rexam Beverage Can Americas, são: Crown Cork, Tetra Pak, Owens-Illinois, Rexam, Toyo Seikam, Amcor, Saint Gobain, Ball, Alcan e Huhtamaki.

abr 2003 • EMBALAGEMMARCA – 11

marcas

De muito peso radição é algo que não se pode subestimar quando o assunto é gerenciamento de marcas. Exemplo prático dessa ponderação é o caso da Cica, chancela presente no cotidiano do brasileiro há mais de sessenta anos. Desde a sua incorporação pela Unilever, em 1993, sua retirada do mercado, em consonância com a ascensão das marcas globalizadas, já foi prenunciada diversas vezes. O presságio da extrema-unção ganhou força nos últimos anos, nos quais a estratégia de enxugamento de portfólio da multinacional anglo-holandesa recrudesceu. Só que, a despeito dos rumores, a Cica vem sendo mantida, e não sem bons motivos. Pesquisas encomendadas pela Unilever constataram que a marca é uma das que possuem maior recall entre os consumidores na área de alimentos. As vendas também têm sido dignas de registro. Basta lembrar que a marca cresceu 20% em 2002. Os que sentiam cheiro de mudança no ar, porém, não estavam totalmente errados: a Unilever acaba de anunciar a unificação da Cica e outra marca tradicional de seu domínio, a quarentona Knorr. A “solução caseira” da marca única parece equacionar a necessidade de racionalizar o contingente de marcas com a vontade de preservar o importante traço regional da Cica.

DIVULGAÇÃO

Unilever cria supermarca em alimentos ao unir Knorr e Cica

T

Elefante não se esquece “Ao unir a Knorr com a Cica, estamos criando uma marca e um case de marketing”, diz, sem modéstia, Pedro Falsarella, diretor de marketing da Unilever Bestfoods, braço alimentício da Unilever. Com a iniciativa, a fabricante pretende alavancar o negócio de produtos culinários em mais de 10% ainda no primeiro ano. Para tanto, está investindo 40 milhões de reais em pesquisas, desenvolvimento de novos produtos, publicidade e marketing da

12 – EMBALAGEMMARCA • abr 2003

Lançamentos, em uma variedade de embalagens, já trazem a nova chancela

Brasilgráfica (11) 4133-7777 www.brasilgrafica.com.br Inapel (11) 6462-8800 www.inapel.com.br Metalgráfica Rojek (11) 4447-7900 www.rojek.com.br Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br

nova marca, cuja estrela será o indefectível Elefante da Cica, representado pelo personagem Jotalhão, de Maurício de Sousa. No tocante a novidades, seis delas já estão chegando às gôndolas: o Pomarola com Caldo de Galinha Knorr e o Extrato de Tomate Elefante com Caldo de Carne Knorr, em latas da Rojek, com sua tampa Abre-Fácil; o Pomarola com Caldo de Carne Knorr, em caixinha Tetra Brik de 520g, da Tetra Pak; o Caldo Knorr de Tomate Elefante, em cartuchos da Brasilgráfica; os Molhos Especiais, em potes de vidro de 340g, com boca larga e medidor; e a nova linha Sopas da Natureza Knorr, com cinco variedades, acondicionada em sachês de 38g da Inapel. Por fim, vale ressaltar que a Knorr-Cica nasce para ocupar um lugar vital e bem definido na carteira da Unilever. Na condição de maior madrinha de produtos culinários do país, ela ficará atrás apenas de Omo, baluarte da área de limpeza (household), e de Seda, principal guarda-chuva da divisão Elida Gibbs, que abarca cosméticos e produtos de higiene pessoal. Vê-se que a aposta na marca, de porte verdadeiramente elefantino, é pesada.

capa

Diversão estabilizada om crescentes investimentos em modernização e um estimulante número de lançamentos, a indústria brasileira de brinquedos vive um clima de boas expectativas e renovação. Depois de um surto de contrabando e do aumento das importações formais, que chegaram a acabar com a alegria dos fabricantes nacionais, o setor se mobiliza para retomar participação num segmento em expansão. Ainda que a entrada clandestina de produtos estrangeiros implique uma concorrência pouco divertida, em 2003 o mercado brasileiro, que não parou de crescer nos últimos seis anos, deverá movimentar 1,050 bilhão de reais, valor 4,5% maior que no último exercício. Os números servem como pano de fundo para um otimismo que se espalha por toda a cadeia produtiva de brinquedos, abrindo mais oportunidades também para fornecedores de embalagens. Gerando quase três vezes mais empregos do que em 1996, o setor vem conseguindo expandir as vendas lá fora, que devem chegar a 30 milhões de dólares em 2003. “O aumento das importações chegou a nos deixar enfraqueci-

C

FOTO: STUDIO AG

Indústria de brinquedos reage às importações e diferencia embalagens

14 – EMBALAGEMMARCA • abr 2003

dos”, diz Synésio Batista da Costa, presidente da Abrinq – Associação Por Leandro Haberli Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos. “Mas a situação se alterou, e o mercado está praticamente consolidado atualmente.” O apontado fortalecimento ocorreu em paralelo à queda de participação dos produtos estrangeiros: com dólar alto e alíquota maior que a média (ver quadro), a importação de brinquedos encolheu 19% no Brasil só em 2001. Com menos concorrência, o mercado interno se movimenta.

Inovações nas gôndolas Na parte das embalagens, os indícios de que a indústria de brinquedos atravessa uma perspectiva sorridente também são numerosos. Em número crescente, fabricantes adotam novos processos de produção, que às vezes permitem apresentações diferenciadas e surpreendentes mesmo em materiais aparentemente similares. A começar pelo campo dos celulósicos, materiais predominantes nas embalagens de brinquedos, o que se vê é o surgimento de caixas mais duras e resistentes, cartões produzidos com novas matérias-primas e papelão com ondulações cada vez menores. Em meio à movimentação, fica claro que a aposta em novas idéias pode significar

sair ganhando no sério jogo com a concorrência. No que concerne às técnicas de produção, uma tendência clara para se diferenciar tem sido a compactação dos materiais. No mercado de papelão microondulado, há disponíveis substratos mais finos, porém com a resistência fortalecida. Uma das alternativas é oferecida pela Lingraf, que desenvolveu um sistema chamado de Onda F, numa alusão à fina espessura que pode ser obtida no papelão microondulado. Já vista em embalagens de telefones celulares, normalmente com acabamento metalizado, a onda fina da Lingraf começa a ganhar espaço também no mercado de brinquedos. Produtos como o P@l-mate da Susi, feito pela Estrela, e linhas de marcas mais regionais, como a Brinquedos Anjo e a Brinquedos Cardoso, utilizam o sistema. “O custo é o mesmo do microondulado comum”, garante João Élcio Luongo Jr., diretor-comercial da Lingraf. “Com a Onda F, a parede do papelão pode ficar com meio milímetro a menos de espessura do que a de um microondulado, sem comprometer a resistência da embalagem”, prossegue Luongo. Com mais de 400 ondas por metro linear de papelão, contra em média 280 nos microondulados comuns, a Onda F pode, num exame superficial, passar por um papel cartão. “Além de ser difícil enxergar as ondas, as várias possibilida-

Lavoro Projetos e Representações Ltda. Reginaldo Baggio Quanto a sua empresa gasta com Embalagem? Pode-se conseguir economias e melhorias? Efetuamos projetos e estudos que podem ajudar no crescimento da rentabilidade da sua empresa, reduzindo gastos com materiais e processos de Embalagem, e/ou aumentando as vendas:

Cartuchos que utilizam Onda F, da Lingraf: menos espessura, mesma resistência

• Análise para redução dos gastos com o sistema Embalagem de forma integrada. • Projetos para Adequação e Melhoria Técnica. • Consultoria para otimizar os sistemas para desenvolvimento e a avaliação da qualidade. • Execução de especificações e procedimentos adequados aos fornecedores e certificadores.

STUDIO AG

• Análise do impacto visual da embalagem no PDV. Projetos: Programação Visual • Protótipos • Facas • Tecnologia • Economia • Qualidade • PDV Embalagens: Aplicações especiais • Sacos de papel • Fitas têxteis personalizadas Embalamento: Fechamento de caixas e cartuchos • Automatização de linhas e sistemas • Máquinas de sopro para PET

Fone/fax (11) 6461-2243 • cel (11) 9246-9380 [email protected] • Guarulhos • São Paulo

des de acabamento conferem ao material uma apresentação mais nobre”, conta o diretor da Lingraf.

Não só as bonecas são fashion

Para muitos, a disposição de investir em novos sistemas de embalagem mostra que a severa guerra de preços nos orçamentos, ainda apontada pelos fornecedores como um fator que inviabiliza grandes novidades em embalagens de brinquedos, vem esmorecendo. Com o enfraquecimento da concorrência externa, a demanda tem se estabilizado mesmo longe de datas como o Natal e o Dia das Crianças, que tradicionalmente fazem a festa da indústria de brinquedos. “A sazonalidade é inegável, mas recentemente os pedidos passaram a apresentar menores variações durante o ano”, diz Edmar Bassi, gerente comercial da Flor de Maio, empresa que fornece embalagens para mais de sessenta fabricantes de brinquedos do país. “Em alguns nichos o mercado já não nivela os preços de embalagem tão por baixo”, acrescenta Luongo, da Lingraf. Com menos incertezas influindo no planejamento das empresas, boas expectativas se estendem a outros mate-

STUDIO AG

Aplicações de janelas e blisters abrem campo para cartonados e materiais plásticos

16 – EMBALAGEMMARCA • abr 2003

DIVULGAÇÃO

Guerra de preços mais amena

No mercado formal de brinquedos, estima-se que cerca de 30% das vendas fiquem com as fashion dolls - aquelas bonecas com corpo de mulher e muitos acessórios. Quem domina essa lucrativa brincadeira por aqui são duas quarentonas: a Barbie, lançada pela americana Mattel em 1959, e a brasileira Susi, criada em 1962 pela Estrela. Mas as duas já não reinam absolutas entre as meninas antenadas com a mulher moderna. Depois de fazer barulho nos Estados Unidos, a linha Bratz começa a virar febre no Brasil. Importadas pela Gulliver e com visual bem mais caricaturizado do que as pioneiras Barbie e Susi, as Bratz também se diferenciam pelas embalagens: no lugar das caixas celulósicas com janelas transparentes, elas são vendidas em maletas plásticas tão fashion quanto os produtos que acondicionam.

riais de embalagem além dos celulósicos. Um bom exemplo é o avanço do PVC, hoje muito usado em cartuchos e estojos, além de marcar presença nas linhas acondicionadas em cartelas e blisters. Versátil, o material pode ser visto na embalagem da boneca Turma da Mônica Páscoa, da Multibrink. Fornecido pela Flor de Maio, o sistema é formado por uma estrutura de papel cartão que circunda uma bolha de PVC moldada na forma de um ovo.

STUDIO AG

DIVULGAÇÃO

Em bom português Esmero doméstico: embalagens do War são impressas pela própria Grow

A idéia é explorar o apelo de negócios da Páscoa, data que se torna cada vez mais estratégica para as vendas de brinquedos. Com boas possibilidades de variação de formatos, os materiais plásticos são de fato cada vez mais empregados em aplicações de janelas, agregando novos apelos visuais às embalagens de brinquedos. “Já a grande presença dos celulósicos pode ser explicada pelas facilidades de armazenamento, boa área de impressão e garantia de proteção”, diz Célio Coelho de Magalhães, diretor de marketing da Brasilgráfica, empresa que já criou embalagens como a do clássico jogo Banco Imobiliário, da Estrela.

Ecologia levada a sério Outra vantagem dos celulósicos que vem sendo explorada também nas embalagens de brinquedos é o apelo am-

STUDIO AG

DIVULGAÇÃO

Novos formatos de embalagens ajudam a diferenciar produtos da Toyster

Entre especialistas em comércio exterior, o fato pode não causar estranheza, mas é difícil não se surpreender ante o vasto número de brinquedos estrangeiros que desembarcam no Brasil já acondicionados em embalagens impressas em português. Ainda que mine possibilidades de atuação para a cadeia brasileira, tal fenômeno traz novas tendências em embalagens de brinquedos. É o caso do brinquedo Super Carro, um legítimo made in China, que é distribuído no Brasil pela Long Jump. Acondicionado num tubo de PET feito fora do Brasil, o produto tem um rótulo em português, e dispensa as tradicionais etiquetas tradutoras. Para as empresas de criação, as embalagens feitas lá fora sob medida para o mercado brasileiro podem representar oportunidades. A agência Live Design já criou vários cartuchos de papel cartão para os brinquedos distribuídos no Brasil pela Gemini. “Fazemos desde a logotipia até a faca das embalagens”, diz Roney Camelo, diretor da agência. “Os arquivos são enviados fechados para as gráficas e convertedoras da China, que só têm o trabalho de imprimi-los”. Apesar da aparente praticidade, o designer explica que, pela distância, problemas como ajuste de cores podem complicar todo o trabalho. “Por isso, a idéia é imprimir todas as embalagens no Brasil”, diz Roney. A nacionalização começou com a embalagem do Game Star, que conta com uma alça para facilitar o transporte, e é produzida no Brasil pela Jofer.

abr 2003 • EMBALAGEMMARCA – 17

Boa área de impressão e alta resistência são algumas das vantagens dos materiais celulósicos

responsabilidade no apoio ao desenvolvimento intelectual das crianças, as embalagens de brinquedos também passaram a ser encaradas como uma eficiente arma na briga entre a indústria nacional e os fabricantes estrangeiros. E isso sem dúvida pode render muita diversão para a cadeia de embalagem.

Produção interna Outra clara tendência do mercado de brinquedos é o crescimento de estruturas internas de produção de embalagens. Grandes fabricantes possuem parques gráficos próprios, às vezes com ótimos recursos de acabamento. Um exemplo de esmero doméstico pode ser visto nas embalagens do tradicional jogo War, impressas pela própria fabricante, a Grow (veja um histórico sobre o War na pág. 50 e, na reportagem a seguir, embalagens de brinquedos antigos). Para o mercado de blocos de montar foi desenvolvido um cartucho de papel cartão sextavado, que acondiciona uma das linhas de blocos da Toyster. Nas gôndolas, a embalagem permite que o produto se diferencie dos concorrentes, normalmente vendidos em potes plásticos com forma de balde. A princípio, o crescimento de processos in-house parece negativo para o mercado de embalagem, já que indicaria uma diminuição de oportunidades para gráficas independentes. Por outro lado, por serem encarados como uma ação estratégica, tais investimentos dos fabricantes provam que, se não bastasse a

18 – EMBALAGEMMARCA • abr 2003

DIVULGAÇÃO

biental. Sem encarar a ecologia como uma brincadeira, a Itapagé, do Grupo Industrial João Santos, está utilizando bambu como principal matéria-prima para produção de cartões para embalagens. “O bambu oxigena quatro vezes mais a atmosfera do que florestas lenhosas, e ajuda na preservação de mananciais e leitos de rios”, diz George Barros Leal, diretor comercial da Itapagé. Ele também defende que, por ser produzido com fibra longa, o cartão feito a partir de bambu apresenta alta resistência físico-mecânica. No mercado de brinquedos, o material já acondiciona a Boneca Kelly, da Estrela, e a linha da Roma Jensen Brinquedos. “Para revestir o microondulado, pode-se usar gramatura menor do que a do cartão feito com aparas”, acrescenta o diretor comercial da Itapagé. “Apesar disso, a qualidade de impressão é muito boa, e o preço, competitivo”, finaliza Barros.

Fim da proteção Abrinq www.abrinq.com.br (11) 3816-3644 Brasilgráfica www.brasilgrafica.com.br (11) 4133-7777 Flor de Maio www.flordemaio.com.br (11) 6948-8220 Itapagé www.itapage.com (11) 6412-2028 Jofer www.jofer.com.br (18) 643-4000 Lingraf www.lingraf.com.br (11) 6525-9800 Live Design www.livedesign.com.br (11) 3845-1629

A indústria brasileira de brinquedos teme uma nova onda de importações, que, apesar da recente valorização do Real, não tem ligação com a queda do dólar. A razão da preocupação é o término, previsto para o dia 31 de dezembro deste ano, do prazo de validade da salvaguarda que determina alíquota maior que a média no Imposto de Importação (II) de brinquedos. Para os empresários brasileiros, a medida, que entrou em vigor em 1996, e teve apenas um período de interrupção, em 1999, foi vital para a indústria nacional.“Desde o início da salvaguarda, o setor pôde investir 785 milhões de reais para elevar e aprimorar sua competitividade”, diz Synésio Batista da Costa, presidente da Abrinq. Ainda não há definição quanto ao valor que será conferido pelo governo à nova alíquota de importação de brinquedos. Atualmente, o índice é de 33%.

memória

Uma fonte de nosta Empresa de restauração em São Paulo mantém vasta rinquedos industrializados antigos são uma fonte de ensinamentos em variados campos, sem falar em seu conteúdo de nostalgia e romance. Na verdade, a miniaturização de artefatos feitos em série, ela própria fruto da Revolução Industrial, é um registro muitas vezes fidelíssimo das conquistas do homo faber ao longo dos últimos 150 anos, ou ainda mais. Em São Paulo, Sidnei Paulo Diana, mantém um acervo que é uma prova disso. Há cerca de trinta anos, não muito tempo depois de sair da faculdade, ele trocou o diploma de Arquitetura por uma profissão na qual é um dos únicos no mundo: restaurador – além de estudioso e colecionador apaixonado – de brinquedos industrializados antigos. É comum ele receber em sua empresa, a Brinquedos Raros, peças de coleção vindas de países distantes para que voltem a ter a aparência original, às vezes centenária.

Rótulo da caixa Laboratório Quimico Juvenil, fabricado na década de 50 pela Kiehl, Brasil. Artista: Kraus

B

Caixa do Kit do Volkswagen Sedan fabricado pela Atma, Brasil, na década de 60. O cenário: Brasília, nova capital do Brasil

Rótulo da caixa do trem elétrico fabricado em 1945 pela Fleischmann, da Alemanha. Trabalho assinado pelo artista Kuch

Caixa do Jogo Palavras Cruzadas, fabricado pela Coluna, Brasil, na década de 60

Mais de 3 800 peças – Na sede da

Caixa do Brinquedo Pato Malabarista, fabricado pela Estrela, Brasil, na década de 70

20 – EMBALAGEMMARCA • abr 2003

IMAGENS: ARQUIVO BRINQUEDOS RAROS

Caixa do Astronauta Johnny Apollo, fabricado pela americana Marx em 1968 em comemoração ao projeto Apollo que levou o homem à Lua

Brinquedos Raros, Sidnei acumulou um acervo de mais de 3 800 peças, que vão de soldadinhos de chumbo a miniaturas de trens, de automóveis, de navios e de outros tipos de brinquedos que certamente proporcionaram momentos felizes para muitos de nós, de nossos pais e tios e até de nossos avós (ou bisavós). Aqui, com autorização dele, reproduzimos fotos de algumas embalagens de brinquedos, que estão na coleção e que aparecem no site que ele próprio criou (www.brinquedosantigos.com.br). Nesse endereço há um capítulo sobre embalagens. Ali se informa que “das primeiras caixas de brinquedo pouco se sabe, apenas que eram de madeira, devido ao peso e ao tamanho” das peças. Há também a informação de que por volta

lgia e ensinamentos coleção de brinquedos e de parte de suas embalagens de 1910 os brinquedos diminuíram de tamanho e, assim, foi possível utilizar papelão em suas caixas. Mas há muito mais informações para quem se interessa pela evolução da indústria, do design e da arte existente por trás dos brinquedos e de suas embalagens. Para quem gosta de brinquedos, vale a pena uma visita. Se há quem não goste, recomenda-se também o acesso, pois trata-se também de um site de negócios. Na pior das hipóteses poderá aprender coisas interessantes da história dos brinquedos e, quem sabe, a gostar deles. Brinquedos Raros www.brinquedosantigos.com.br

Caixa do conjunto básico de trem elétrico da fabrica Märklin nos anos 70

Rótulo da caixa de Animais Selvagens, fabricado pela Crescent, da Inglaterra, na década de 40

metálicas

Mão nos canecos al assentada a poeira da troca de comando, com a sua aquisição pelo engenheiro metalurgista Jaime Schreier concluída em setembro de 2002, a Prada já se prepara para uma nova e ambiciosa transição. De maior do Brasil, a empresa também quer se tornar líder continental na produção de embalagens de aço. O primeiro passo nesse projeto acaba de ser anunciado: a entrada da companhia no mercado de embalagens de pescados, através de um contrato de fornecimento fechado com a GDC Alimentos, detentora da marca Gomes da Costa. O negócio, que prevê cinco anos de abastecimento do cliente, foi firmado após a Prada comprar a linha de latas para sardinhas – canecos de aço, como tais recipientes são chamados no jargão da metalurgia – da Real Embalagens em Cordovil (RJ), por 7,5 milhões de reais. A linha será remontada numa planta no pólo pesqueiro de Itajaí (SC), próxima à fábrica da GDC, consumidora de cerca de 168 milhões de canecos por ano. Sua inauguração é prevista para agosto.

M

Tiro certo A aposta da Prada no mercado de pescados não é um tiro a esmo. Estimativas da Datamark dão conta que só o mercado de sardinhas tem uma demanda na ordem de mais de 400 milhões de latas anuais, e a tendência, que se estende a outros pescados, é de

STUDIO AG

Prada investe no mercado de pescados para crescer Embalagens da GDC: latas agora são da Prada

Alcan (11) 5503-0808 www.alcan.com.br Prada (11) 5682-1100 www.prada.com.br

crescimento de mercado. “O Brasil tem uma das maiores costas do mundo e é o único produtor de sardinha do Mercosul, por isso vemos vários outros produtos em potencial que podem ser desenvolvidos, merecendo destaque a linha de atum para os mercados interno e externo”, comenta Adriano Marson, da área de marketing da Prada. Outra novidade que em breve deverá estar sendo anunciada em caráter oficial pela Prada é a incorporação do restante dos equipamentos da Real Embalagens, que também lhe foi oferecido. O negócio está praticamente fechado. Comenta-se no mercado que a Real passa por dificuldades financeiras e está se desfazendo de seus ativos. Se concretizado, o negócio, que deverá ultrapassar a casa dos 30 milhões de reais, dará ainda maior poder de fogo à Prada em segmentos como os de tintas e alimentos.

Alumínio também quer comer sua fatia No córner oposto na seara dos recipientes metálicos, o alumínio vem lapidando um vultoso projeto para a área de alimentos. A entrada do material no segmento, ventilada em meados do ano passado, é agora iminente, garante Adriana Stecca, gerente de desenvolvimento de mercado da Alcan. Como a simples importação da tecnologia usada em outros países –

22 – EMBALAGEMMARCA • abr 2003

baseada numa liga de alumínio com composição especial, de custo elevado – desfavoreceria a competitividade, a Alcan optou por criar latas de duas peças para alimentos com a mesma liga utilizada por aqui nas latas de bebidas. Elas já estão prontas. Através de mínimas adaptações, elas poderão ser processadas nas mesmas linhas de enlatamento de aço.

“Tampas de easy opening, mais funcionais e sem bordas cortantes, irão inovar nessas latas”, adianta Adriana. Segundo ela, a intenção da Alcan é ter a novidade aplicada a nichos premium, e um trabalho de prospecção já está sendo feito junto a fabricantes de pescados e de pet food. “Faltam apenas detalhes para fecharmos contratos, quem sabe até de exclusividade.”

A solução: SIG Combibloc Nossas soluções inovadoras para embalagens fazem a diferença. Idéias como a nova embalagem combifit ou a tampa de rosca combiTwist fazem seu produto se destacar no ponto de venda – e assim dão aos seus produtos uma vantagem decisiva em relação aos concorrentes. SIG Combibloc – the system for success.

SIG Combibloc

SIG Combibloc do Brasil Ltda. Rua Iguatemi 192, cj. 14 01451-010 São Paulo – SP Tel. +55 (11) 31 68-40 29 Fax +55 (11) 31 68-40 18 [email protected] www.sigcombibloc.com

materiais

Ele não morreu nventado pelo engenheiro têxtil suíço Jacques Brandenberger em 1908 e aperfeiçoado na década de 20 pela DuPont, o filme de celulose regenerada, mais conhecido como celofane, logo tornou-se uma vedete para acondicionar produtos, devido a seus atributos de transparência e impermeabilidade. Os dias de glória do material acabariam na década de 60, quando os filmes plásticos invadiram o mercado e, com preços mais baixos, paulatinamente o jogaram a escanteio. O negócio do celofane definhou mundialmente. Em muitos países, como o Brasil, o material foi praticamente riscado do mapa da embalagem. Há, no entanto, quem aposte firme numa revalorização do celofane. Exemplo é a fabricante belga de filmes UCB, que nos últimos anos vem apresentando desenvolvimentos de alto valor agregado com o material. Depois de boa receptividade na Europa, a empresa quer reavivar o celofane no Brasil. “É curioso como na Argentina o material ainda tem prestígio, mas aqui seu uso foi reduzido, talvez pela acentuada guerra por preços”, comenta José Antônio Rufato, gerente de vendas da UCB para a América do Sul. Para ele, ao levar em conta somente o

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Aperfeiçoado, celofane quer retomar mercados perdidos

I

custo, as empresas ignoram as virtudes do material, entre elas a torção imbatível, pela ausência da memória comum aos filmes plásticos, a sua permeabilidade – que pode inclusive ser controlada – e os seus atributos pró-ambientais.

Sem efeito estufa Essas características são exploradas de maneira elevada pelas especialidades celulósicas da UCB. Uma delas é a linha CelloTherm, que compreende filmes resistentes ao calor, consentâneos à criação de embalagens que podem ir ao forno de microondas. “Os filmes CelloTherm permitem que os produtos ‘respirem’, preve-

E só sobrou uma no Brasil A indústria nacional do celofane vem sendo castigada nas últimas décadas, mas ainda não foi a nocaute. Uma fábrica nacional, a Coopercel-Celosul, resiste – trata-se, aliás, da única em atividade em toda a América do Sul. Antigo negócio das Indústrias Matarazzo de Embalagens, a empresa é hoje tocada por uma cooperativa de funcionários formada em 1994, com o fechamento da empregadora, para a recuperação de seu passivo trabalhista. Apesar do fornecimento para embalagens hoje bastante diminuído,

24 – EMBALAGEMMARCA • abr 2003

restrito a nichos como os de envoltórios de doces e balas artesanais e de fermentos, a empresa não perde a esperança em melhores dias. “O clamor por materiais ecologicamente corretos ainda é incipiente no Brasil, mas num médio prazo os apelos do celofane se tornarão diferenciais importantes em relação aos plásticos”, acredita Ivan Luís Faitarone, gerente comercial da empresa. Segundo ele, um segmento que já acena para o material no país, em virtude desses aspectos, é o de produtos orgânicos.

Os filmes de celofane da UCB deixam o produto “respirar”, não embaçam e permitem o aquecimento do produto em forno de microondas – com a promessa de que ficam crocantes

nindo o amolecimento típico do aquecimento em microondas”, explica Rufato. Logo, tais filmes têm apelo especial para acondicionar pães, tortas e massas diversas, além de pipoca e até congelados. Um case da irlandesa Big Al ilustra essa última aplicação: seu sanduíche de hambúrguer vai do freezer ao forno de microondas na embalagem flexível, e fica pronto em menos de quatro minutos, graças ao CelloTherm P, variação revestida com poliéster metalizado. Nos produtos frescos, a permeabilidade à umidade, que pode ser controlada, também contribui para aumentar a shelf life, protegendo-os de bactérias e do aparecimento de bolor. Os filmes também têm propriedade antiembaçamento (antimist), para não comprometer a apresentação na gôndola.

Atributos verdes Já uma outra linha de celofanes especiais da UCB, a NatureFlex, destaca-se pelo forte apelo ecológico. Os filmes são totalmente biodegradáveis e compostáveis, ou seja, decompõem-se rapidamente, gerando nutrientes para o solo. Na Europa, a linha já vem sendo utilizada como um “plus” de marketing para produtos orgânicos. Ademais, lá qualquer

resistência a um possível custo maior do material é amortizada na hora da disposição dos resíduos: na Alemanha, por exemplo, a chamada Ecotaxa para polímeros beira a 1 400 euros por tonelada para materiais plásticos, enquanto o mesmo volume de produtos compostáveis paga 400 euros. Além dos “atributos verdes”, a linha NatureFlex também ressalta o alto brilho, barreiras ajustáveis a vapores e aromas, a impermeabilidade a óleos e gorduras e a boa maquinabilidade. “Vale destacar que os filmes NatureFlex têm desempenho em máquina similar ao dos filmes orientados, podendo rodar nos mesmos equipamentos, em alta velocidade, e serem selados a quente em ambos os lados”, esclarece Rufato.

Experiência bem-sucedida na Irlanda: o sanduíche, completo, vai do freezer ao microondas e fica pronto em quatro minutos

Coopercel-Celosul (11) 6546-4224 www.coopercel.com.br UCB Films (11) 3038-0802 www.ucb-group.com

Ao lado, balas mostram a alta torção do celofane; abaixo, o filme NatureFlex, usado pela rede varejista inglesa Sainsbury’s para embalar produtos orgânicos

abr 2003 • EMBALAGEMMARCA – 25

máquinas

Adeus às facas Máquina nacional inova ao cortar rótulos e etiquetas a laser odernidade que vem ajudando as mais diversas atividades, a tecnologia laser está se espraiando também para a rotulagem. A responsável é a catarinense Range, que, após quatro anos de pesquisas e desenvolvimento, está apresentando ao mercado o HC, equipamento para corte a laser de rótulos e etiquetas. Com a novidade, o uso das tradicionais facas para corte é dispensado. Porém, salienta a fabricante, as vantagens para o convertedor – e, em extensão, para os usuários dos rótulos – vão além da elementar economia com ferramental. O sistema obtido pela empresa brasileira permite grande flexibilidade no corte de rótulos de variados formatos e substratos e, com a possibilidade de conjugar impressão a laser, pode também trabalhar com dados variáveis. Velozes cabeçotes galvanométricos, que controlam o feixe laser, permitem o recorte de até 20 000 etiquetas por hora, sejam rótulos com meiocorte, corte serrilhado ou corte completo, com duplaface, entretela, cola ou outras características.

M

“Essa versatilidade faz com que o equipamento seja um complemento ideal para impressoras digitais, formando um conjunto de apelo para tiragens pequenas ou médias e ações promocionais, com rótulos personalizados”, afirma Carlos Péricas, responsável técnico da Range. Todavia, uma peculiaridade em especial chama a

28 – EMBALAGEMMARCA • abr 2003

DIVULGAÇÃO

Sem paradas

Electronic Imaging Integration (11) 3872-5912 www.electronic.srv.br Range (47) 334-0300 www.range.com.br

Acima, tela do software de corte, que permite controle total do processo; abaixo, o gabinete da máquina

atenção no tocante aos atributos técnicos do HC. “Conhecemos uma máquina italiana similar, mas a nossa é a única no mundo a apresentar recorte ‘on the fly’ das etiquetas, ou seja, que dispensa as paradas para corte, trabalhando continuamente durante a alimentação do rolo”, destaca Péricas. A máquina importa arquivos dos mais variados softwares de CAD e de desenho, trabalhando numa área máxima de 250mm x 250mm, com 0,1mm de margem de erro, auxiliada por um sistema de inspeção do corte por câmera de vídeo. O corte é feito com parada por distância ou por sensor de cor, e pára automaticamente no caso de falha, graças a um sensor de fibra ótica. As áreas de trabalho e as potências de corte são intercambiáveis, e o equipamento ainda apresenta um sistema ejetor de etiquetas cortadas por jato de ar, um desbobinador com controle de tensão da fita por freio eletromagnético e um rebobinador com motor pneumático. Todo o processo é controlado por software. “Energia elétrica e um pouco de ar comprimido, para refrigerar a área de corte, são os únicos insumos que a máquina consome”, explica o técnico da Range. Ainda de acordo com ele, os tubos laser, selados, são livres de manutenção, e o feixe tem vida útil de 15 000 horas, renovada por uma recarga administrada pela própria fabricante. Em tempo: o equipamento é comercializado no território nacional por uma representante paulista da Range, a Electronic Imaging Integration.

higiene pessoal

Líquidos em alta Em frascos, sabonetes ganham maior nobreza – e lucram mais ais um pouco e, a depender do movimento do mercado, o verbete saboneteira, nos dicionários, terá que se flexibilizar para também indicar o sinônimo de frasco. Isso porque aumenta a cada dia o número de lares em que os sabonetes em barra vêm sendo aposentados pelos sabonetes líquidos – ou cremosos, como informam os rótulos de algumas das marcas dessa seara. O produto definitivamente caiu no gosto do consumidor. Nas palavras de Priya Patel, gerente de categorias da Unilever Higiene e Beleza, a ascensão das versões líquidas é um desdobramento natural da evolução, centrada no acompanhamento das tendências da cosmética, pela qual tem passado o mercado de sabonetes. “Do foco apenas na limpeza da pele, as fragrâncias foram aprimoradas e novos benefícios vêm sendo incluídos nos produtos”, ele resume. Esses benefícios não se restringem às propriedades tônicas ou de limpeza. Não se pode deixar de apontar que a facilidade de transporte e a maior praticidade, no caso das versões para banho, e o ar requintado que as linhas “de mesa” conferem às pias dos toaletes vêm contando muitos pontos a favor dos sabonetes líquidos. Em outras palavras, trata-se de um produto cujo sucesso, em grande par-

M

Dedicados ao banho, sabonetes Phebo podem ser pendurados no box pela tampa

te, vem sendo capitalizado por apelos proporcionados pelas embalagens. Os perfis dos recipientes adequados aos sabonetes líquidos já são claros para a indústria e o fornecedor e revelam o caminho do mercado.

Francis Hydratta, da Unisoap, estréia em junho para competir com o Dove

Granado tem novos sabonetes líquidos, com frasco da Spil Tag e tampa flip-top

30 – EMBALAGEMMARCA • abr 2003

“As embalagens de sabonetes líquidos já têm nome e sobrenome, ou seja, uma identidade própria”, aponta Ricardo David, gerente de engenharia da Sinimplast, grande fornecedora de frascos para esse segmento. “Para os sabonetes para banho, do tipo shower gel, a tendência é o uso de frascos práticos, de pequeno volume. Já os sabonetes para a pia preconizam válvulas dispensadoras e geralmente uma decoração mais sofisticada”, ele resume. Tal análise encontra boas evidências entre novidades do mercado. Um exemplo é a linha de sabonetes líquidos da Phebo, marca controlada pela multinacional americana Sara Lee e tradicional em sabonetes glicerinados em barra. O design das embalagens revela o apelo especial para o uso durante o banho: o frasco da Sinimplast, decorado com rótulo da Baumgarten, se acopla a uma tampa im-

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Perfis claros

Fechamos

portada especial que, aberta, provê um gancho para pendurar o produto no box ou na torneira do chuveiro. Quem segue orientação similar são os Laboratórios Granado, que estão relançando sua linha de sabonetes líquidos. Para as mãos e o rosto, a empresa oferece uma versão de sabonete vegetal de glicerina neutro, com frasco de formato retangular e válvula pump. Outras versões, com extratos de amêndoas, mel e algas, têm formato mais ergonômico, com tampas tipo flip-top da Exaplás Resinta, que favorecem o momento do banho. Os frascos são confeccionados pela Spil Tag, de Marília (SP), e levam rótulos da Prakolar. As maiores companhias do mercado de sabonetes em barra estrategicamente se anteciparam e já oferecem grande variedade de sabonetes líquidos, seguindo os ditames de apresentação do mercado.

sempre ótimos

Ao lado e no canto inferior da página, exemplos de rótulos auto-adesivos da Prodesmaq para sabonetes líquidos. Os dos produtos da Nivea são impressos em polipropileno branco, com detalhes em hot stamping; já os do Lux Skincare são produzidos em polietileno transparente, valorizando as cores dos frascos e dos produtos

negócios.

TAMPAS 38 MM A Alcoa tem sempre a solução que a sua empresa precisa para o lacre de embalagens plásticas (PET, PVC, PEAD e PP) e embalagens de vidro, em diversos segmentos, como alimentício, temperos, bebidas, alcoólicos, farmacêutico e químicos.

Líderes também Para elas, há uma vantagem óbvia na transição: os produtos já nascem sob o prestígio de marcas conhecidas no mercado de higiene pessoal, no que configura uma quase-extensão de linha.

38 MM EXTRA LOK • Bebidas sem gás envasadas a quente ou a frio. • Lacre Anti-violação. • Pode ser fornecida com ou sem vedante.

38 MM DOUBLE LOK • Duplo sistema

0800 12 3727

TOTALITY

www.alcoa.com.br de travamento, Fone: 4195.3727 Ramais: com maior segurança. Luiz Mello: 2315 • Para bebidas com gás, Marijosy Silva: 2327 fornecida sempre com vedante. Fábio Spinola: 2336

Entre os hidratantes, uma disputa quente Lançada há trinta anos pelas Indústrias Matarazzo, a Francis vem agitando o mercado de sabonetes nos últimos meses. Investimentos em marketing e relacionamento com o trade feitos pela sua controladora Unisoap, administrada por herdeiros do clã Matarazzo, deram novo vigor à marca. A estratégia deu resultado: a Francis fincou pé no segundo lugar do ranking de marcas de sabonetes, ultrapassando a Palmolive, da Colgate-Palmolive. É o nobre nicho dos sabonetes com

creme hidratante, porém, que guarda a maior ambição da Unisoap. A empresa declara, sem pudor, que quer tomar o posto de líder do Dove, da Unilever, com o seu Francis Hydratta. Tal disputa já rendeu uma polêmica em TV aberta no ano passado, quando um filme publicitário da Unisoap foi considerado ofensivo pela Unilever. A multinacional entrou com representação no Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar) e contra-atacou com uma propaganda exaltando a nobreza da

Na Colgate-Palmolive, por exemplo, a principal marca trabalhada em sabonetes, a Palmolive, já tem suas versões em frasco, nas variantes Palmolive Botanicals e Palmolive Naturals. O nicho mais funcional é ocupado pela variante líquida do Protex: um sabonete com pH balanceado, 90% mais eficiente no combate a proliferação de bactérias que os sabonetes comuns. Por sua vez, a Unilever deposita fichas nos sabonetes líquidos Skincare, apadrinhados pela Lux, a líder geral de mercado, e pelo Dove, o precursor da categoria de sabonetes com creme hidratante no país. A propósito, este último deverá sofrer maior concorrência direta a partir de junho, quando estréia no mercado a versão líquida do sabonete Francis Hydratta, da Unisoap, em frasco injetado pela catarinense AB Plast e com rótulo da Grif. A Dove, pioneiro entre os sabonetes com hidratante, também em frasco

Colgate-Palmolive aposta nos decorados frascos de sua linha Botanicals

pomba, símbolo do Dove. Veio o retruque da Unisoap, num filme em que uma pomba tinha uma lágrima enxugada com o lenço que envolve a barra do Hydratta no interior de sua embalagem. A apresentação, aliás, deixa evidente a intenção do Hydratta em brigar com o pioneiro Dove: o sabonete em barra da Unisoap também é acondicionado em cartucho de papelcartão – confeccionados pela Ibratec e pela Ápice –, com cores e demais elementos visuais que lembram muito os da marca da Unilever.

marca da Unisoap vem abocanhando fatias do mercado de sabonetes com hidratante, nas quais o Dove anteriormente reinava absoluto. E embates mais ríspidos entre marcas de sabonetes líquidos certamente não se restringirão ao nicho dos que possuem propriedades hidratantes. Por se tratar de um segmento atrativo para a indústria, por proporcionar maiores margens, e ter se popularizado em maior escala só recentemente, a competitividade irá se acirrar – o que já é percebido por participantes da cadeia de embalagem. “O aumento do volume de nossos trabalhos mostra que essa área cresce de maneira geral, sendo que até indústrias farmacêuticas vêm lançando produtos dessa natureza”, conta Rosa Maria Muniz, do departamento de marketing da Prodesmaq, cujos rótulos auto-adesivos decoram frascos de sabonetes da Unilever, Nivea, Johnson & Johnson e Granado, entre outras.

Cenário mais duro Diante desse previsível cenário mais duro para os fabricantes e suas marcas, no qual a importância da embalagem para o sucesso dos produtos tenderá a

32 – EMBALAGEMMARCA • abr 2003

aumentar, vem sendo valorizada como nunca a alta sinergia entre usuários e fornecedores. A Prodesmaq, aliás, da mesma forma que as já citadas Sinimplast e Baumgarten, entre outros atuantes da cadeia do packaging, preconiza essa relação estreita com os clientes. “O volume de produção aumenta a cada dia e é preciso que a tecnologia de produção de embalagens atenda as demandas de qualidade, de agilidade, de Lux Shower Gel, um mercado de massa que com rótulo da Prodesmaq, tem precisa sempre manter o frasco ergonômico preço acessível ao consumidor”, relata Alexandre Garcia, coordenador de desenvolvimento de embalagem da Unilever Higiene e Beleza. “Essas parcerias são uma tendência cada vez maior, pois permitem a redução de custos e maior agilidade, e os fornecedores passam a ter um conhecimento mais profundo dos projetos da empresa e participam deles desde o início.” Tal cuidado na produção das embalagens deixa claro que aqueles que apresentarem seus sabonetes líquidos sem capricho poderão ter uma cruel – porém previsível – resposta do mercado: baixa liquidez.

AB Plast (47) 451-9103 [email protected] Ápice Artes Gráficas (11) 4221-7000 www.apice.ind.br Baumgarten (47) 321-6666 www.baumgarten.com.br Exaplás Resinta (21) 2560-8861 Grif (11) 6983-2299 www.grifetiquetas.com.br Ibratec (11) 4789-4200 [email protected] Prakolar (11) 291-6033 www.prakolar.com.br Prodesmaq (19) 3876-9300 www.prodesmaq.com.br Sinimplast (11) 4061-8300 www.sinimplast.com.br Spil Tag (14) 425-1003 www.spiltag.ind.br

Segmentação como nunca O grande mercado dos sabonetes em barra também está longe da estagnação. Nele, a segmentação de produtos é definitivamente a bola da vez em termos de estratégia de marketing. “A tendência é a continuidade da evolução do mercado, com novos ingredientes e benefícios atendendo públicos que ainda não foram olhados”, acredita Priya Patel, gerente de categorias da Unilever Higiene e Beleza. “Nesse sentido, podemos citar o lançamento do sabonete Lux Skincare Uniformidade da Pele Morena e Negra, em maio de 2002, e também a edição limitada Dove Verão, formulação especial com óleo de girassol, que ajuda a prolongar o bronzeado”. Patel ainda destaca a tendência de uma maior atenção às embalagens que acompanhem o conceito do produto. É o caso, entre produtos recém-lançados pela Unilever, dos sabonetes Lux Glicerina: sua embalagem é transparente, evocando a translucidez do produto. “É um recurso que ajuda a aguçar os sentidos”, diz Patel.

BrasilPlast 2003 De 10 a 14 de março a Feira Internacional da Indústria do Plástico – Brasilplast 2003, ocupou o Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo (SP). Organizada pela Alcântara Machado, a feira atraiu 48 737 visitantes e teve 1 205 expositores. A seguir, EMBALAGEMMARCA apresenta algumas das novidades que conferiu no evento.

Cadeia unida O Projeto UNI, que consiste na união de esforços de diferentes elos da cadeia produtiva de embalagens plásticas para tornar o filme encolhível de PEBD uma alternativa competitiva ao papel-cartão na produção de multipacks, foi destacado pela Petroquímica Triunfo na BrasilPlast. A idéia é integrar clientes e fornecedores, possibilitando a realização de simulações em todas as etapas da cadeia produtiva. “Uma das vantagens do filme sobre o papel-cartão é

Novas utilizações A DuPont apresentou novos usos para alguns de seus produtos já conhecidos. Um bom exemplo é a aplicação da linha de resinas Selar PA, antes usada como agente de barreira em embalagens de defensivos agrícolas, em embalagens para cosméticos. A alta resistência e a barreira contra gases proporcionada pela resina revertem numa boa alternativa para embalagens de máscaras de olho à prova d’água. Outra possível aplicação é em frascos de esmaltes, pois o material consegue uma transparência próxima à do vidro com um peso menor. A DuPont lançou também a linha Surlyn TF para extrusão de tubos de alta transparência. Além de translúcidas, as embalagens feitas com essa resina mantêm um toque macio e boa flexibilidade. www.pack.dupont.com.br 0800-171715

34 – EMBALAGEMMARCA • abr 2003

que se torna possível agrupar objetos de tamanhos diferentes, fato comum em promoções”, diz José Boaventura, da área de marketing da Triunfo. Além da petroquímica, o Projeto UNI – iniciado em outubro de 2002 – envolve a Promo 5, empresa de representação técnica, a Sidel (fornecedora de um túnel de encolhimento), a Ladal (transformadora) e usuários finais, como a AmBev e a Diageo. (11) 5501-7077 • www.ptriunfo.com.br

Por garrafões melhores A Braskem elegeu como sua vedete na feira uma nova resina de polipropileno (PP) destinada à fabricação de garrafões de 20 litros para águas minerais. Esse segmento de mer-

cado, que vem tendo um alto crescimento nos últimos anos, é dominado atualmente por garrafões de policarbonato (PC), e tem sido cortejado pelo PET (ver EMBALAGEMMARCA 39). Mas a Braskem acredita no sucesso do PP, como corolário do resultado de testes feitos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) no final de 2002, que constataram baixa qualidade na maioria dos garrafões no mercado. “A nova resina atende às normas e deve ser procurada por um volume considerável de petroquímicas de terceira geração”, aposta Luís Fernando Cassinelli, diretor de tecnologia da Braskem. (11) 3443-9999 • www.braskem.com.br

Portfólio maior A Kraton aproveitou a BrasilPlast para lançar novos grades de seu portfólio de produtos. Uma das novidades é a série Kraton D-1400, adequada a processos diversos como moldagem, injeção, extrusão, termoformagem e sopro e apropriada para aplicações como embalagens descartáveis para iogurtes, saladas e refeições prontas. Também foi mostrado o polímero Kraton G, que pode ser usado para fabricação de filmes multicamada coextrudados concorrentes dos filmes poliolefínicos e de PVC na área de alimentos (ver EmbalagemMarca 43). (11) 3486-3262 • www.kraton.com.br

Com dois cômodos Uma das novidades apresentadas pela Unipac na Brasilplast foi a Twin-Pack, embalagem desenvolvida para acondicionar – e manter separadas – duas substâncias distintas dentro de um mesmo recipiente plástico. A embalagem permite o uso conjugado das substâncias (uma após a outra) ou a mistura no momento da aplicação, já que a embalagem pode ter um ou dois bocais. O fechamento é feito por tampas auto-lacráveis, que podem ser dotadas de uma válvula para aliviar a

Aposta no relacionamento A participação da Innova na BrasilPlast 2003 foi institucional. Segundo Luciano Rolla, gerente de marketing da empresa, fidelização de clientes e manutenção da marca eram os objetivos principais. Uma das maiores petroquímicas de segunda geração do país, a Innova detém hoje cerca de 30% do mercado interno de poliestireno. (51) 3378-2300 • (11) 5507-6227 www.innova.ind.br

Resinas de alta performance Apostando em resinas de alta performance, a Politeno teve a linha Suplex Advanced como grande atração de seu estande. Destinada aos setores de empacotamento automático, coextrusão, laminação, de filme stretch e sacaria industrial, ela oferece maior qualidade na solda, brilho e produtividade em máquinas de envase, além de resistência su-

pressão criada pela formação de gases. Atualmente, a Twin-Pack está disponível nos tamanhos 4,5 litros x 0,5 litro e 15 litros x 5 litros. (11) 4166-4260 / www.unipac.com.br

perior. Para o mercado de EVA, a Politeno destacou a resina Evateno 0312-SP, voltada à fabricação de filmes. (11) 3704-6900 • www.politeno.com.br

EPS de ciclo rápido A BASF apresentou durante a Brasilplast uma renovação de seu poliestireno expandido Styropor. O novo EPS tem ciclo de transformação reduzido, o que reverte em ganho de capacidade de produção, sem necessidade de investimentos, quando comparado com EPS’s convencionais. Totalmente inerte, atóxico e reciclável e inofensivo à camada de ozônio, o Styropor tem como principais aplicações na indústria de embalagens na forma de protetor de eletroeletrônicos e da linha branca e como material para a obtenção de recipientes térmicos para alimentos e bebidas. Também chamaram a atenção, na área de embalagens para transporte, as mantas e redes de PE expandido da Joongbo, comercializados pela Vick, para a proteção de itens diversos (foto acima). 0800 19 45 00 • www.basf.com.br (11) 3871-7888 • www.vick.com.br

Aço quer mais O presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, anunciou que será aberta na região Centro-Sul do país uma filial de sua subsidiária Metalic, situada no Ceará. A idéia é aumentar o uso das latas de aço por cervejas e refrigerantes. Subida A Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) anunciou que, devido a aumentos médios de 17% em custos industriais em 2003, os preços do papel-cartão sofrerão reajustes de 20% a 25% a partir de abril. Admiração A Sonoco, que atua no Brasil através da Sonoco For-Plas, aparece em ranking anual da revista Fortune como uma das empresas mais admiradas dos EUA. SIG lucra O grupo SIG anunciou que seus pedidos e vendas aumentaram em 2002, alcançando, respectivamente, 1,873 bilhão de euros e 1,877 bilhão de euros. O lucro operacional do grupo cresceu 24%, atingindo 97 milhões de euros. Mais vagas Devido à grande procura, a Novelprint irá promover, nos dias 22 e 23 de maio, uma segunda edição de seu gratuito Curso Básico de Tecnologia do Auto-Adesivo. Ela terá 8 horas, divididas em dois dias, com aula prática e teórica. Informações: (11) 3768-4111. Jurada Margarete Takeda, diretora da a10 design, será a primeira brasileira a presidir o júri de Package & Design do festival London International Advertising Awards, que acontecerá na capital inglesa em novembro.

38 – EMBALAGEMMARCA • abr 2003

Nacional, logo mais barata A 451 Industrial é a impressora térmica de código de barras para uso industrial que a Toledo do Brasil está lançando no mercado. Ela funciona acoplada a balanças e sistemas de pesagem e imprime dados de peso, código do produto, data, hora e outros itens em etiquetas adesivas. Segundo Paulo Haegler, gerente de vendas da Toledo, a 451 é a primeira máquina no mercado a imprimir códigos de barra no padrão 128, e “é a única que aceita etiquetas com largura de até 80mm”. A impressora também trabalha com caracteres alfanuméricos e códigos de barras nos padrões EAN13 e Código 39. Fabricada em ABS de alto impacto, a 451 impri-

me de 70mm a 100mm por segundo e possui rebobinador automático do liner, que facilita a trocas de rolos. A Toledo diz que a 451 custa a metade da versão similar importada. (11) 6160-9000 www.toledobrasil.com.br

Sono tranqüilo com almofadas de ar Uma boa solução para a proteção no transporte de produtos está sendo trazida ao país pela Best-Pack Brasil. São as máquinas suíças Best-Pack, que produzem Air Pads – almofadas de filme plástico preenchidas com ar – de diferentes tamanhos, para a ocupação de espaços vazios no acondicionamento irregular de mercadorias. As máquinas, segundo a empresa, são as únicas compactas no mercado mundial (pesam 26 kg), e podem operar em comodato, a custo zero, em atividades logísticas e linhas de produção dos usuários. Os Air Pads suportam até 120 kg em carga distribuída e ajudam na sustentação das caixas de papelão, garantindo proteção interna de embalagens estocadas e transportadas em posição de empilhamento. (11) 5574-8401

Brasil e Argentina com a mesma atenção A recém-criada agência Pandesign anunciou sua associação com a Randall Stewart Group (RSG), uma das principais agências argentinas no segmento de design e branding. A união visa posicionar as duas agências de forma diferenciada no mercado de design e prevê o desenvolvimento de serviços integrados no eixo Brasil-Argentina, segundo a sócia-diretora da Pandesign, Marta Cardoso (exMazz Design). Entre clientes ativos a Pandesign conta com Nestlé, Blockbuster, Arcor, Bunge Alimentos e Café Bom Dia, entre outros. (11) 3849-9099

Retorno com economia

As Caixas Pallet Dobráveis são a novidade da Marfinite para movimentação e armazenagem dos mais variados produtos. Com capacidade para 750 litros, elas são desmontáveis. Assim, três caixas fora de uso, dobradas e empilhadas, ocupam o espaço de uma, permitindo uma economia de 66,6% de espaço no retorno. Desenvolvidas com tecnologia própria e com design de

Giulio Frascari, as caixas podem ser feitas de polipropileno, para uso em temperatura ambiente, e em polietileno, para uso sob baixas temperaturas. Laváveis, elas dispõem de deslizadores metálicos, para propiciar seu uso em estruturas porta-paletes, e podem receber portinholas nas laterais, para facilitar o acesso ao conteúdo.

(11) 6166-2300

Mais uma alternativa da Rigesa Numa ampliação de seu portfólio de produtos, a Rigesa MeadWestvaco importou tecnologia de sua matriz americana e agora passa a disponibilizar ao mercado nacional cartuchos e outros recipientes de plásticos semi-rígidos. Além de contar com sistemas modernos de corte, vinco e colagem, tais embalagens podem ser impressas em off-set com tinta UV tanto em sua parte interna quanto na externa, permitindo ainda acabamentos opacos, em degradê, com vernizes ou em hot stamping. Segundo a Rigesa, um dos diferenciais de seu sistema é o uso de colas incolores especiais, de alta aderência e resistência a variações de temperatura e umidade. (19) 3869-9330 • www.rigesa.com.br

Anuário destaca ganho de mercado A Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro) está publicando o seu Anuário 2003, que contém os números consolidados e o balanço do setor em 2002. Entre os destaques, há a constatação de que o vidro ganhou market share no segmento de embalagens, principalmente a partir do segundo semestre de 2002, pois a desvalorização cambial deu maior fôlego competitivo aos recipientes do material em relação aos concorrentes, mais dependentes de insumos atrelados ao dólar. A presente edição marca a transição da presidência de José Antônio Ramos Lorente, da Cisper, para a de Jean-Claude Breffort, da área de vidros planos da Saint-Gobain, que ocupará o biênio 2003-2004. (11) 3255-3033 • www.abividro.org.br

estratégia

Bons vizinhos Gestão de condomínio deixa bombonas mais próximas da Clariant ncurtar a distância entre fornecedor de embalagens e a empresa usuária é uma preocupação sensível diante da busca por competitividade e de redução dos custos de produção na indústria. Uma ação que espelha essa busca foi apresentada no dia 4 de fevereiro pela Clariant, gigante em especialidades químicas, e pelo seu fornecedor de bombonas plásticas, o Grupo MBP, controlador das empresas de embalagens Metalúrgica Barra do Piraí, Cemibra, Epema e Girona. O fabricante das embalagens inaugurou uma unidade, com 4 000 metros quadrados construídos, dentro do sítio industrial de Suzano (SP) da Clariant. A iniciativa não pode ser vista, porém, como uma simples implementação de uma solução in-house. Apesar de a Clariant ser o principal cliente do Grupo MBP, e da estimativa de que irá consumir 70% das 330 toneladas de polietileno a serem processadas mensalmente pelo convertedor, não haverá exclusividade no fornecimento. O excedente da produção será direcionado a outros clientes paulistas.

DIVULGAÇÃO

E

Unidade do Grupo MBP no interior do site da Clariant já está produzindo bombonas

Custos compartilhados “A grande vantagem da instalação é a redução dos custos fixos, que passam a ser compartilhados”, explica Daniel Sindicic, gerente de infra-estrutura do site da Clariant em Suzano. Segundo ele, exemplos práticos desses benefícios são a redução nos gastos com água, que pode chegar a até 20% em relação aos preços de São Paulo, já que é a própria Clariant quem capta e trata a água do rio Tietê para fornecer ao complexo, e a economia na conta de energia elétrica, que pode atingir um índice de 20% a 30%, pela tarifa diferenciada para grandes consumidores. Outrossim, os preços

40 – EMBALAGEMMARCA • abr 2003

Clariant (11) 5683-7600 www.clariant.com.br Grupo MBP (24) 2447-9797 www.mbp.com.br

para o gás, vapor, gelo, ar comprimido, nitrogênio e outros insumos também sofrem abates vantajosos. Com tal compartilhamento das despesas e da infra-estrutura pré-existente, no sistema de condomínio, Ronald de Carvalho, presidente do Grupo MBP, espera uma economia de 8% nos custos fixos da nova instalação. O Grupo MBP, que divide entre suas empresas as atuações nos mercados de bombonas, baldes e similares plásticos, barricas de fibra de papel, tambores e chapas de aço, telhas e fechamentos metálicos, embalagens agroindustriais, recuperação e reciclagem de plástico e serviços em aço e resinas plásticas, é a sexta empresa a se instalar no site da Clariant. Depois da fusão entre a Hoechst e a Sandoz, que originou a Clariant em 1997, algumas divisões e negócios foram descontinuados no site, abrindo espaço para a gestão de condomínio, na qual espaços são cedidos em comodato. Por isso, a Clariant busca outros “inquilinos” para ocupar os mais de 350 000 metros quadrados ainda disponíveis em seu terreno.

A seção Painel Gráfico desta edição é dedicada à cobertura das novidades da mais recente Fiepag – Feira Internacional de Papel e Indústria Gráfica, realizada entre 25 e 29 de março, em São Paulo. A seguir, um apanhado dos lançamentos da feira, que este ano contou com 525 expositores.

Um Plus a mais Focado no mercado de papéis especiais e presente no Brasil desde 1977, o grupo franco-britânico ArjoWiggins expôs durante a Fiepag a Linha Plus, uma coleção de papéis coloridos na massa,

Mais opções em tubos com diversas opções de texturas, cores e gramaturas. Com a marca Rives, disponível nas versões Tradition e Linear/Design, a família de papéis especiais da ArjoWiggins ganhou um novo membro. A empresa diz que, pela ausência de revestimento, os papéis da Linha Plus secam mais rápido, mesmo com o uso de tintas concentradas. Outra característica comum aos diversos produtos que compõem a Linha Plus é a utilização de no mínimo 10% de celulose reciclada.

Interessada principalmente no mercado de materiais de escritório, a Tuboleve mostrou sua linha de latas multifolhadas (embalagens cilíndricas compostas por uma parede de cartão normalmente enrolada em espiral). A empresa quer fornecer a solução a fabricantes de itens como bobinas de fax e ribbons. Mas vale lembrar que na área alimentícia as perspectivas de adoção do sistema também se mostram favoráveis, considerando que lá fora mercados como o de snacks são grandes consumidores de multifolhadas. Neste caso, porém, a parte interna da embalagem precisa ser revestida com um liner normalmente feito à base de papel e polietileno (PE).

www.arjowiggins.com.br

ve.com.br

0800-100648

(11) 6121-7979

tuboleve@tubole-

Joint-venture preventiva

Parceria digital

Também conhecida por sua atuação no mercado de etiquetas auto-adesivas e de in-mold labels, a Multilabel do Brasil vem investindo cada vez mais na área de autenticação e proteção de marcas, onde conta com a Divisão TOP (Tecnologia Óptica Protetiva). Nesse sentido, a empresa aproveitou a Fiepag para divulgar uma joint-venture com a Hologram Industries, companhia

A MD Papéis aproveitou a Fiepag

empresa para 30 000 toneladas/ano.

2003 para reforçar a oferta de um

Com o MP 8, a idéia é trabalhar os

de seus mais recentes lançamen-

mercados de laminados plásticos

tos, a máquina MP 8, que começou

de alta e baixa pressão, além do se-

a ser utilizada no segundo semes-

tor de papéis decorativos, um dos

tre do ano passado.

mais importantes dentro da estraté-

Fruto de investimentos de 25 mi-

gia da MD Papéis.

A HP anunciou a Digigraf como novo distribuidor das linhas de equipamentos hp indigo press no mercado brasileiro. O acordo estende a atuação da Digigraf, que já comercializava produtos de tecnologias laser e jato de tinta da HP, aos equipamentos da divisão de impressão digital da companhia americana.“A Digigraf já tem uma longa história de sucesso conosco”, diz Jack Strimber, diretor de negócios para América Latina da HP. “Acreditamos que ela também será um grande parceiro na consolidação da nossa terceira tecnologia de impressão”, completa o executivo, referindose à tecnologia LEP – Liquid Electro Photography usada nas impressoras hp indigo press.

lhões de dólares, o equipamento

www.mdpapeis.com.br

www.hp.com.br • (11) 5502-5680

elevou a capacidade produtiva da

(11) 4605-2195

www.digigraf.com.br • (11) 3044-4664

francesa com forte atuação no fornecimento de selos holográficos para papel-moeda, traveller’s cheques e documentos de identificação em geral. Com o acordo, a Multilabel espera fortalecer sua atuação no mercado latino-americano, onde o surto de pirataria abre cada vez mais oportunidades no campo da proteção de marcas. www.multilabel.com • (11) 5641-4573

Reforço estratégico

42 – EMBALAGEMMARCA • abr 2003

Agilidade na colagem de cartuchos Com experiência em assistência

seio, o equipamento faz colagem de

técnica de máquinas de corte e vin-

lateral e fundo, com velocidade que

co e atuando desde o ano passado

varia de 18 a 300 metros por minu-

como fornecedora de equipamen-

to. Há três larguras de entrada dis-

tos, a AF Máquinas Gráficas apre-

poníveis (60, 90 e 105cm), mas a

sentou durante a Fiepag uma do-

empresa informa que, sob enco-

bradeira e coladeira para cartuchos

menda, pode desenvolver máquinas

de papel cartão e microondulado.

com outras dimensões.

Produzido pela própria empresa e

www.afmáquinas.com.br

dispensando operações de manu-

(11) 6910-4053

Novidades em off-set

Movimentação em auto-adesivos A Braga Produtos Adesivos aprovei-

flex e adesivos hot melt UV. O pri-

A Day Brasil mostrou as novidades da linha Printec de blanquetas para máquinas de impressão off-set. Entre os destaques, há a marca Orange UV, composta por blanquetas autoadesivas de várias espessuras, disponíveis em rolos de 1,05m de largura. Outro lançamento é a Endurance, blanqueta especialmente desenvolvida para usuários com necessidade de trocas freqüentes de formatos ou que imprimem em substratos de alta gramatura. A empresa também divulgou um sistema de recuperação de solventes que foi instalado na sua própria unidade produtiva, em Jandira, São Paulo. A partir de um investimento anunciado de um milhão de dólares, a idéia é minimizar o impacto ambiental decorrente da produção das blanquetas.

tou a Fiepag para mostrar a sua linha

meiro é um material que combina

www.daybrasil.com.br (11) 3613-7744

de papéis com adesivos especiais para diferentes aplicações.

propriedades

de

polietileno

(PE) e polipropileno (PP), e é

A empresa também apresen-

voltado para o segmento de

tou seu portfólio de filmes de

cosméticos. Já os adesivos

BOPP, material em alta no

hot melt UV foram desenvol-

mercado de rotulagem.

vidos para substituir aplica-

Já a finlandesa Raflatac, for-

ções de adesivos à base de

necedora de bobinas auto-

solvente.

adesivas para gráficas e con-

www.braga.com.br

vertedores de embalagens,

(19) 3241-4244

divulgou seu novo filme Ra-

www.raflatac.com

Cortes certeiros A MLC Facas de Precisão mostrou um pouco do seu portfólio de produtos, que inclui ferramentas de corte, discos para refile e picote longitudinal, além das linhas de cilindros para impressão flexográfica. Nesta última área, os destaques foram as ferramentas de impressão em hot stamping, oferecidas em formato cilíndrico e plano. Sobre estes produtos, a empresa garante que a nitidez dos detalhes independe das dimensões pretendidas. Outros produtos oferecidos durante a Fiepag foram as facas flexíveis para cilindros magnéticos, linha que a empresa definiu como “um novo caminho no processo de corte flexográfico”. www.mlc.com.br (11) 6621-2721

abr 2003 • EMBALAGEMMARCA – 43

Packs menores para a criançada A linha Mini é a novidade

pela Imã Design, traz

da Ebicen desenvolvida

como mascote um

especialmente para con-

garotinho com traços

quistar as crianças. Nas

orientais e pose de

variantes Camarão

lutador de caratê.

e Requeijão, os salgadi-

As flow-packs de 27g,

nhos têm sabor mais

na cor vermelha para a

suave, textura macia e

versão Camarão e em

embalagens de fácil

azul para o sabor requei-

abertura. O visual da

jão, são impressas pela

embalagem, assinado

Shellmar.

Garrafa mais jovial Prateleiras de bares, restaurantes e supermercados recebem a partir de abril a nova embalagem do fernet Underberg. Uma garrafa de design mais moderno foi criada pela Cisper, trazendo o nome do produto gravado em alto relevo na lateral. Ademais, o produto tem nova tampa de rosca e conta-gotas, para garantir maior praticidade aos consumidores. “As mudanças proporcionam um perfil mais moderno e dinâmico ao produto”, diz Hugo Aquino Neto, da Thoquino Comércio e Representação, que comercializa a bebida no Brasil. Com as inovações no visual, o fabricante espera vender 8% a mais do que no inverno de 2002, estação de maior consumo de Underberg, que faturou 7 milhões de reais no ano passado.

TAMPA DISPENSADA A Natura apostou em frascos de vidro com um exclusivo sistema de válvula que dispensa o uso de tampa para colocar no mercado as novas fragrâncias da colônia Sintonia Total de Natura, que tem versões diferentes para homens e mulheres. Os

frascos de 100ml, fornecidos pela SaintGobain, conservam o design atual da linha Sintonia de Natura, e diferenciam-se pelas cores – vermelho e branco na colônia feminina, e preto e branco na masculina. O sistema de fechamento é da Rexam, e a válvula interna da Valois. As colônias vêm numa lata de aço branca, produzida pela Tapon Corona. Thierry Baschmacoff, do Aesthete Ateliê, foi o designer responsável pela criação do projeto.

44 – EMBALAGEMMARCA • abr 2003

Frascos transparecem novas cores metálicas A Impala está lançando

com D-Pantenol ou com sili-

quatro novas cores da sua

cone. Na primeira, os fras-

linha de esmaltes cromados

cos de vidro de 12,5ml

Cromo, que apresentam

são da Expack, enquanto

tecnologia única no merca-

na segunda os frascos de

do nacional. São elas:

11,5ml são da Vidraria

Framboesa, Tamarillo, Beri-

Anchieta. Ambas as ver-

lo e Tantalita. Elas se jun-

sões têm acabamento do

tam às outras tonalidades

frasco da Mega Plast, rótu-

já disponíveis, somando

lo da Projetick, tampas da

um total de 16 cores de

Zeviplast e da Thomriss e

alto brilho metálico. A li-

embalagens secundárias

nha Impala Cromo é en-

da Gráfica Planície, Car-

contrada em duas versões,

tonpel e Net Caixas.

Utensílios viram embalagens – e vice-e-versa Embalagens reutilizáveis são sempre um apelo extra para qualquer produto. Pensando nisso, a Tramontina está apresentando suas novas linhas de talheres Leblon e Ipanema de maneira criativa: elas vão às gôndolas no interior de utensílios domésticos, que servem de embalagem. O conjunto de 25 peças Leblon, por exemplo, pode ser encontrado em uma embala-

CREMOSIDADE EM GRAFISMO MAIS FORTE A embalagem do Doce de Leite Long, novidade da CCL, adota um conceito diferente em relação à concorrência. Um grafismo mais forte e de impacto foi utilizado pela Sapien Design, com a presença de cores em grandes áreas. Segundo a agência, isso facilita a identificação do sabor e da marca e mantém o aspecto de cremosidade que o produto deve transmitir. O doce é vendido em lata de aço, fabricada pela Prada.

gem-jarra em acrílico transparente, envolta por um rótulo auto-adesivo. Por sua vez, o conjunto Ipanema, de 24 peças, vem em caixas de acrílico com dois compartimentos, ideais para o armazenamento de frios na geladeira. Uma cartela de papel-cartão duplex rotula o produto. A Tramontina não divulga seus fornecedores de embalagens.

Cores mais suaves na caixa do Pettilé A indústria de laticínios Cotochés está reformulando as embalagens de seus produtos. O plano é que todo o seu mix esteja de cara nova até o final de 2003. Entre os itens que chegaram às gôndolas de cara nova em março, o destaque é a bebida láctea Pettilé, nos sabores morango e pêssego. O novo visual da embalagem da bebida, uma caixa Tetra Rex de 1 litro, da Tetra Pak, foi concebido pela agência New Design, com base em uma pesquisa realizada pela Vox Populi junto aos consumidores, para avaliar qual conceito os clientes tinham da empresa. Assim, a embalagem ganhou cores mais suaves e ilustrações de frutas no painel principal, além de fontes e cores pensadas para remeter a um produto líquido.

SENSIBILIDADE PRESERVADA O Jontex Sensitive é a novidade da Johnson & Johnson no mercado de preservativos. Ele é muito mais fino que as outras versões da marca, o que proporciona maior sensibilidade nas relações sexuais, mas com segurança: o produto, que levou anos para ser desenvolvido e é fabricado com formulação especial, tem qualidade atestada pelo Inmetro

e pelo Instituto Falcon Bauer. A flow pack cinza e azul do produto, que acondiciona 3 unidades, é fornecida pela Santa Rosa.

abr 2003 • EMBALAGEMMARCA – 45

Para vender na web A Skol colocou no mercado uma série de latinhas alusivas à Skol Web Store. Na embalagem, aparecem objetos como jaqueta, bolsa e óculos de sol. No centro, uma faixa preta traz o endereço do site da

marca (www.skol.com.br), onde as roupas e acessórios são comercializados com exclusividade. As latinhas apresentam duas versões: uma traz a imagem de um homem e outra a de uma mulher. A loja virtual da Skol comercializa uma linha de produtos desenvolvida com consultoria de Beto Lago (Mercado Mundo Mix) com mais de 50 peças entre bermudas, camisetas, bonés, chaveiros, jaquetas, calças e óculos de sol.

Mais sabores do Sukest em sachês A linha de pó para refrescos Sukest ganhou novos sabores: laranja-manga e laranja-acerola. As embalagens foram redesenhadas pela MR/Tempo Propaganda e Design, de Bauru (SP), e trazem as cores e as fotos das respecti-

Linha Traty ganha mais um item

Mais um na linha da Dove Aumentando a sua linha de desodorantes Dove, a Unilever lançou uma nova versão – Sem Perfume –, que se junta à Regular e à Sensitive. A novidade vem em embalagem plástica branca, de polipropileno,sobre a qual vão aplicados rótulo e contra-rótulo auto-adesivos. O Dove Sem Perfume é disponibilizado para os consumidores em dois aplicadores: creme e roll-on.

vas frutas na moldura, aplicadas sobre fundo azul. São sachês multicamadas (PE+PET+Al) de 35g, confeccionados pela Andes Artefatos de Papel, de Recife. As caixas auto-display seguem o mesmo visual das embalagens.

Brincadeira com segurança A linha de cosméticos Amor

tes produtos da linha. A fi-

e Vida, da Avon, lançada re-

gura de uma mulher com

centemente, foi desenvolvi-

seu bebê aparece nos pro-

da com o intuito de intensi-

dutos direcionados às

ficar os vínculos entre

mães, e animais marinhos

mães e seus bebês. São, ao

com seus filhotes dão o

todo, sete produtos. O de-

tom nos produtos para os

sign e ficou a cargo da M

bebês. Questões de segu-

Forma (unidade de serviços

rança, entretanto, também

da M Design), e os frascos

foram consideradas. As

foram desenvolvidos em

tampas não possuem can-

parceria com o designer

tos e propiciam bom fecha-

francês Jean-Cristophe

mento, para evitar aciden-

Gaydon. Inspirou a criação

tes. O cartucho em que os

das embalagens o aspecto

produtos são acondiciona-

lúdico da relação maternal,

dos possui janelas na fren-

que se traduz nos diferen-

te e no verso.

46 – EMBALAGEMMARCA • abr 2003

A Shizen, empresa fabricante de cosméticos, aumentou a sua linha de xampus e condicionadores Traty ao lançar produtos específicos para cabelos oleosos. A novidade é embalada em frascos de polietileno, com tampas de polipropileno. Tudo fornecido pela Vibraço.

Envelopes ilustrados para a gurizada A empresa Da Granja Alimentos, que atua no mercado gaúcho, lança seus primeiros produtos com apelo voltado ao público infantil. A empresa está colocando no mercado o refresco da Turma Da Granja, que chega em 8 sabores em embalagens de 120ml. Para ilustrar a linha infantil foram desenvolvidos 12 personagens ao estilo “anos de ouro” ao contrário de traços mais simples e geométricos, usados nos cartoons atuais. As embalagens foram desenvolvidas pelo designer Rogério Casacurta, responsável por toda a linha Da Granja. O verso do envelo-

pe traz a mesma imagem de corpo inteiro, com o respectivo nome. Os personagens foram desenvolvidos pelo quadrinista Daniel HDR. Para acondicionamento e exposição do produto no ponto-de-venda foi desenvolvida uma caixa-display colorida. Os filmes foram impressos em estrutura de poliéster em rotogravura e laminado com alumínio pela Shellmar e as caixas-displays foram confeccionadas pela Cartonagem Anapolina.

Homenagem às mulheres A Água de Cheiro lança uma fragrância para homenagear a mulher. “Homenagem” é um perfume fresco e suave. Para desenvolver a colônia, a Água de Cheiro realizou uma extensa pesquisa com mulheres de 25 a 45 anos, de classes

Hulk arrasa em chicles A Adams, com a goma de mascar Ping Pong Ploc, acaba de lançar a nova coleção de figurinhas do Hulk, super herói infantil de enorme sucesso na tevê e histórias em quadrinhos, que em breve estará nos cinemas. Os quatro sabores do chicle (tutti-frutti, morango, hortelã e o novo, laranja) estarão no “clima” do personagem, ou seja, ganharam uma cobertura verde, mas sem perder o sabor original. O herói verde também é destacado nas embalagens dos produtos.

A/B/C, sobre seus hábitos de consumo e tendências. O resultado mostrou mulheres de personalidade forte, sensíveis e que procuram praticidade. O frasco de Homenagem foi criado pelas designers paranaenses Têre Zagonel e Izabel Portu-

gal. O cartucho, assinado pela designer Andréia Gomes, foi desenvolvido pela NewDesign, de Belo Horizonte. O investimento da Água de Cheiro no Homenagem, incluindo pesquisa e desenvolvimento do produto, foi de R$ 300 mil.

RÓTULOS NOBRES PARA O PRIMEIRO ICE DE TEQUILA A Tequila Sauza, marca da Allied Domecq, está entrando no mercado brasileiro de bebidas ice através da Sauza Inferno, primeiro ice de tequila. O produto já foi lançado nos Estados Unidos, onde se chama Sauza Diablo. Feito com tequila importada do México e refrigerante sabor citrus, tem

graduação alcoólica de 5%. A bebida é apresentada em garrafas long neck de 300ml, decoradas com dois rótulos auto-adesivos da Prodesmaq – que combinam diversos processos de impressão. O da fronte inclui informações em sua lateral, dispensando o contrarótulo.

abr 2003 • EMBALAGEMMARCA – 47

imagem

Imagem reforçada Votorantim padroniza visual de suas embalagens de cimento Votorantim Cimentos anunciou a padronização visual da sua linha de cimentos, que engloba as marcas Votoran, Itaú, Tocantins, Poty e Aratu. As novas embalagens chegaram ao mercado no final de março, com novos logotipos. O objetivo da padronização é associar as marcas regionais à Votorantim Cimentos, reforçando a imagem de empresa única. As novas embalagens apresentam formato horizontal, contrariando o padrão vertical utilizado na categoria. Além disso, para cada tipo de cimento foi adotada uma cor diferente. Outra novidade é a reserva de um espaço no verso da embalagem para a divulgação de campanhas sociais desenvolvidas pela empresa. De acordo com o diretor comercial da Votorantim, Marcelo Chamma, “a nova identidade visual indica que a empresa está implementando uma agressiva estratégia de crescimento em nichos de maior

A

valor agregado, provando que cimento não é commodity”. Um dos principais objetivos é mostrar aos consumidores que a companhia é responsável pelos produtos em cada Estado. Na Bahia, por exemplo, o carro-chefe é o cimento Aratu, e em São Paulo, o Votoran. “Agora”, diz Chamma, “se for de um lugar para outro, a pessoa identifica os dois produtos com a Votorantim.” A Votorantim Cimentos trabalhou com duas agências de publicidade na criação das novas embalagens. A BCH Future Brand, desenvolveu a identidade visual das empresas do Grupo Votorantim e da linha de cimentos. A Weega Consulting criou a campanha publicitária para mídia especializada do setor da construção e materiais de ponto-de-venda. A empresa tem seis fornecedores de embalagens: Klabin, Trombini, Cocelpa, Iguaçu, Conpel e Portela

Votorantin Cimentos 0800 55 82 82 www.votoran.com.br

Identidade na cor

48 – EMBALAGEMMARCA • abr 2003

CP V

CP IV

CP III

DIVULGAÇÃO

Votoran, Aratu, Tocantins, Poty e Itaú: uma cara só para nomes diferentes

CP II

A Votorantim tem quatro tipos de cimento cinza. O CP II, que passa a ser identificado pela cor azul escuro, é indicado para uso onde não há necessidade de resistência muito elevada. Para obras de concreto-massa e expostas ao ambiente que exijam baixo calor de hidratação e alta resistência final, os cimentos indicados são o CP III, cujas embalagens têm uma tarja vermelha, e o CP IV, que é identificado pela cor azul claro. O cimento CP V, indicado para situações que exigem alta resistência final e desforma rápida, tem embalagem cor de abóbora.

Almanaque O pó preferido do imperador Ao desembarcar no Rio de Janeiro aos 14 anos e com parcas economias, em 1860, o português José Antônio Coxito Granado conseguiu um emprego de lavador de frascos em uma pequena botica. Logo foi convidado a dirigi-la e, em 1870, arrematou-a por 7 contos de réis. Fundou,

assim, a Casa Granado. Graças à qualidade de seus produtos, a loja tornou-se fornecedora da corte imperial, instalada na então capital do Brasil. Granado virou até amigo pessoal de Dom Pedro II e teve, entre outros clientes ilustres, Rui Barbosa, José do Patrocínio e Oswaldo Cruz.

Em 1903 ele criou, com a ajuda de um irmão farmacêutico, o famoso Polvilho Antisséptico Granado, um sucesso que continua até hoje no mercado. Sua embalagem, aliás, passou por uma reformulação recente, e agora tem até rótulo auto-adesivo, da Prodesmaq.

Ontem

Hoje

Desenrolares mais amenos das cizânias Num momento em que a guerra é o centro das atenções, EMBALAGEMMARCA lembra algumas curiosidades sobre marcas e produtos relacionadas ao tema

Grito de liberdade do coquetel Virada do século 19 para o 20, Guerra His-

fantes também pediram uma rodada da

pano-Americana, na Cuba ocupada pelos

exótica bebida. Quando o pedido chegou à

Estados Unidos. Numa tarde de folga num

mesa, um dos soldados sugeriu um brinde,

bar, soldados do corpo do Exército Notável

ao que o capitão elevou seu copo e gritou

americano observaram um capitão adentrar

“Cuba Libre!”, apropriando-se do grito de

o recinto e pedir rum Bacardi com Coca-

guerra que tinha inspirado os cubanos vito-

Cola, gelo e uma rodela de limão. O oficial

riosos em sua Guerra de Independência. O

sorveu a mistura com tal prazer que os in-

coquetel ganhou nome, fama e o mundo.

Batalhas só no tabuleiro No fim dos anos 60, quatro amigos re-

então, a Grow. Seu primeiro produto foi

cém-formados engenheiros pela Univer-

o jogo de tabuleiro WAR, lançado em

sidade de São Paulo decidiram abrir um

1972. Com produção inicial de 5 000

negócio em conjunto. Pensaram em

unidades e vendido pelos quatro sócios

confecção, corretora de valores ou em-

de loja em loja, o jogo logo se tornou

presa de instrumentos de precisão, mas,

um sucesso estrondoso ao combinar es-

vendo que as opções em jogos para

tratégia e simulação de guerra. Trinta

adultos eram parcas e, mormente, im-

anos após o seu nascimento, o WAR ain-

portadas, decidiram aventurar-se no

da é um hit, e conta com quatro versões

campo do entretenimento. Fundaram,

no mercado, para todos os gostos.

Publicidade bélica dá retorno Em 1990, para homenagear o cinqüente-

Force), vital para ajudar a derrotar a temi-

nário da Batalha da Bretanha, ocorrida na

da Luftwaffe, a força aérea nazista. O tema

Segunda Guerra, a cervejaria inglesa She-

da guerra utilizado na campanha de lança-

pherd Neame lançou a marca Spitfire, to-

mento do produto agradou, e é usado até

mando emprestado o nome do famoso

hoje – como no pôster aqui reproduzido,

avião “cuspidor de fogo” da RAF (Royal Air

estrelado pelo célebre Winston Churchill.

50 – EMBALAGEMMARCA • abr 2003

Related Documents