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Ano III • Nº 21 • Abril 2001 • R$ 5,00
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UM CONTÊINER MAIS ECONÔMICO • O QUE A FIEPAG MOSTOU DE MELHOR
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Carta do editor
O que as gôndolas nos ensinam
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omo bem sabem empresários e profissionais ligados à produção e à venda de produtos de consumo, um interessante exercício de negócios é percorrer os pontosde-venda. Os produtos que disputam de forma cada vez mais acirrada a atenção dos consumidores oferecem extraordinários ensinamentos de marketing. Numa prateleira de supermercado ou numa estante de bar, por exemplo, é possível observar marcas anônimas e artigos de baixo preço batalhando por espaço e vendas, sem o menor complexo de inferioridade – e muitas vezes ganhando a parada. São muitas as explicações para isso, mas uma, sem dúvida, é fundamental: as embalagens de inúmeros desses produtos de combate estão ficando mais e mais sofisticadas, nada devendo aos de ponta. São garrafas de bebidas baratas com rótulos metalizados, auto-adesivos, verniz. Frascos de xampus banais com aplicações de hot-stamping e outros recursos. Refrigerantes, biscoitos e refrescos em pó comuns em embalagens flexíveis de excelente impressão, bom design, personagens licenciados. Seus preços são anotados em centavos, poucas vezes ultrapassam 1 real, raramente chegam a 2. Nem sempre é fácil enfrentar a concorrência dos
“populares”, no que a expressão significa em termos de preço baixo. Existe a forte suspeita de sonegação, roubo, pirataria. Mas a verdade é que a tecnologia derruba seguidamente diferenciais, inclusive na parte mais visível dos produtos, que é a embalagem. Assim, não custa repetir, o bom design pode ser decisivo. Custa pouco, porque o que se investe nele acaba se diluindo nas grandes quantidades de vendas, e reforça a imagem de marca. Esses são aspectos que a reportagem de capa desta edição aborda, mostrando alguns exemplos que à re-
dação pareceram muito ilustrativos. O intuito da reportagem não é julgar nem apontar soluções mágicas. EMBALAGEMMARCA aborda o tema dos produtos populares com o objetivo de estimular a análise e a discussão, que podem indicar caminhos proveitosos a todos, do designer e do projetista ao fornecedor, ao usuário de embalagens e, claro, ao consumidor final. A seção Espaço Aberto da revista está à disposição dos leitores, para que exponham seus pontos-de-vista sobre esse e outros temas. Até maio.
Wilson Palhares
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Espaço aberto
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nvolvido há 43 anos em questões de reciclagem, desejo cumprimentar a equipe desta publicação pelo excelente trabalho exposto na edição de março de 2001 versando sobre este importante tema. Trabalhos como esse não somente instruem como educam e condicionam os relacionados direta e indiretamente com o assunto. Nilo Alge Consultor industrial São Paulo, SP
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rilhante a reportagem sobre reciclagem na edição de março de 2001. Igualmente notável é a listagem dos principais fornecedores de papel cartão no Brasil. Vocês desmistificaram o assunto. A Companhia Suzano tem sido um verdadeiro líder no uso de tecnologia industrial e eu me orgulho de ser um de seus fornecedores desde 1972. Na área de fabricação de celulose (mais tarde convertida em outros produtos de papel) a Companhia Suzano é pioneira com seus sistemas de enfardamento e aramagem automática, utilizando equipamento fabricado pela Cranston Machinery (EUA). Outro item de valor é a amostra dos produtos da Lavezzo (embalagem elegante, bem feita e representativa da técnica disponível nessa gráfica). Diz o velho ditado português: “ver é crer”. Parabéns pelo belo trabalho jornalístico e editorial. Arnold Diesendruck Arnold Com São Paulo, SP
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ais uma vez vocês mostraram que uma revista especializada pode e deve ser um canal de expressão de seu tema não só no conteúdo, mas também na forma. O trabalho que vem apresentado nas capas da revista e no encarte sobre reciclagem da edição número 20 é um show de criatividade e inovação. Afinal, quem disse que as capas de uma revista têm de ser sempre iguais? Parabéns por mais este trabalho. Fabio Mestriner Packing Design de Embalagem São Paulo, SP
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precio muitíssimo a criatividade e o charme que permeiam as reportagens abordadas nas várias edições de EMBALAGEMMARCA. Apresentar a matéria sobre reciclagem em caderno central de papel reciclado foi uma excelente idéia, e a execução está ótima. Hebe Wey Doutora em ciência da comunicação São Paulo, SP
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stivemos na FIEPAG e constatamos a excelente qualidade de sua revista. A AMS Propaganda é uma agência pequena, mas sempre atendeu e atende clientes que anunciam em revistas e desenvolve embalagens. Alfredo de Magalhães Scherer Diretor de Criação AMS Propaganda Ltda.
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revista EMBALAGEMMARCA é, sem dúvida, uma referencia importante para o ensino do design de embalagens. Contamos com essa importante revista para consulta de professores e alunos. Haenz Gutiérrez Quintana Prof. Inst. de Artes, Comunicações e Turismo da PUC Campinas
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ostaria de parabenizá-los pela excelente qualidade de EMBALAGEMMARCA e agradecer a oportunidade de ter acompanhado a evolução e o sucesso da revista. Vanessa Lenz São Paulo, SP
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MBALAGEMMARCA é muito interessante e traz muitas novidades. Para nós isso é fundamental. Parabéns pela revista. João Elton Moreto Marketing da Sanavita Nutrição e Marketing Piracicaba, SP
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ndossamos as críticas feitas pela KHS e Label-Fix. Temos uma participação significativa no mercado de rotuladoras para rótulos envolventes alimentados por bobinas e comercializamos diversas outras, como auto-adesivas e shrink-sleeve. Gostaríamos de participar da próxima abordagem . Marcos Silveira Diretor comercial da Pavax (representante exclusivo da Trine Lab. Syst. para o Brasil) Barueri, SP Vamos abordar novamente o assunto rotuladoras em edição futura. Convidamos essa e outras empresas que se sentiram excluídas da reportagem da edição número 19 a entrarem em contato com a redação. Reiteramos que estamos abertos para divulgar informações importantes à cadeia de embalagens, independente do tamanho da empresa que as fornecer.
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obre a reportagem “Reciclagem pode ser um bom negócio”, somente com muita informação e continuidade/exploração do tema é que será possível conscientizar e sensibilizar o governo e a sociedade sobre a importância da reciclagem. Não adianta apenas os consumidores entrarem na onda do ecologicamente correto se não existir uma coleta seletiva efetivamente em atividade. Enquanto isso, a embalagem continua sendo a grande vilã da história. José Antonio Júlio Conemba Consultoria Técnica e Desenvolvimento de Embalagens Campinas, SP
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arabenizo a revista EMBALAGEMMARCA pela reportagem “Reciclar poderá ser um bom negócio”. O enfoque dado à matéria, enfatizando os ganhos econômicos e mercadológicos da preservação do meio ambiente, contribui para o amadurecimento do setor e estimula a adoção de procedimentos “ecologicamente corretos”. Ao mesmo tempo, ressalto a importância das iniciativas desenvolvidas pelas associações de classe setoriais que, como pudemos ver na reportagem, desenvolvem um excelente trabalho de conscientização e promoção da coleta e reciclagem dos materiais que representam. Luciana Pellegrino Diretora Executiva da Abre (Associação Brasileira de Embalagem) São Paulo, SP
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ueremos agradecer pela oportunidade de participarmos da edição nº 20 da conceituada revista EMBALAGEMMARCA, na cobertura da Feira Brasilplast’2001. Simone Mendes Hudson-Sharp Machine do Brasil São Paulo, SP
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ou leitora assídua de sua revista e gosto muito das informações, pois não é uma revista comercial de embalagem, e sim técnica e informativa. Daniela Simeonato Victor Designer da Hanseatic Com. e Repr. Ltda São Paulo, SP
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arabéns pelo excelente trabalho que vem sendo apresentado por EMBALAGEMMARCA. Reportagens atuais,com conteúdo e brilho, multipli-
cam o prazer de ler esta revista mensalmente. Luiz Amauri Carvalho Gerente de área da Embalarte Indl e Coml Ltda São Paulo, SP MENSAGENS
PARA
EMBALAGEMMARCA
Redação: Rua Arcílio Martins, 53 CEP 04718-040 • São Paulo, SP Tel: (11) 5181-6533 Fax: (11) 5182-9463
[email protected] As mensagens recebidas por carta, e-mail ou fax poderão ter trechos não essenciais eliminados, em função do espaço disponível, de modo a dar o maior número possível de oportunidades aos leitores. As mensagens poderão também ser colocadas dentro do site da revista (www.embalagemmarca.com.br).
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abril 2001 Diretor de Redação Wilson Palhares
[email protected]
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ENTREVISTA: RUBNEI ROSA Coordenador do Grupo de Profissionais de Embalagem da Abre fala de seus planos
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CAPA Popular não é sinônimo de ruim. Produtos baratos são comprados por milhões de pessoas. Fique de olho
LOGÍSTICA Contêiner dobrável economiza espaço e reduz o problema de voltar vazio
Reportagem
[email protected]
Flávio Palhares
[email protected] Guilherme Kamio
[email protected] Lara Martins
[email protected]
Thays Freitas
[email protected] Colaboradores Josué Machado Luiz Antonio Maciel Diretor de Arte Carlos Gustavo Curado
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MÁQUINAS Versatilidade é a palavra de ordem da nova geração de máquinas para embalagens múltiplas
Administração Marcos Palhares (Diretor de Marketing) Eunice Fruet (Diretora Financeira) Departamento Comercial
[email protected]
Antonio Carlos Perreto e Wagner Ferreira Circulação e Assinaturas
[email protected] Assinatura anual (11 exemplares): R$ 50,00
Público-Alvo
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DESODORANTES Embalagens inovadoras dão novo impulso ao mercado de sticks
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MUNDO GRÁFICO Visão dos materiais, máquinas, tecnologias e equipamentos mostrados na FIEPAG 2001
EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que ocupam cargos técnicos, de direção, gerência e supervisão em empresas fornecedoras, convertedoras e usuárias de embalagens para alimentos, bebidas, cosméticos, medicamentos, materiais de limpeza e home service, bem como prestadores de serviços relacionados com a cadeia de embalagem.
Tiragem desta edição 7 500 exemplares Filiada ao
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ROTULAGEM Copos de vidro decorados abrem novas áreas para o requeijão da Nestlé
E MAIS CARTA DO EDITOR ........................ 3 ESPAÇO ABERTO ........................... 6
é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 – Chácara Santo Antonio - CEP 04718-040 - São Paulo, SP Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463
www.embalagemmarca.com.br
ESTRATÉGIA..................................14 INVESTIMENTOS..................33 DISPLAY.........................................34 PANORAMA...................................38 EVENTOS........................................44 ALMANAQUE..................................46
O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é resguardado por direitos autorais. Não é permitida a reprodução de matérias editoriais publicadas nesta revista sem autorização da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.
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ENTREVISTA
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“Vai ser bom para todos”
RUBNEI ROSA, coordenador do GPE (Grupo de Profissionais de Embalagem) da Abre, fala de seus planos de integração e crescimento de quem atua no setor, independentemente do posto e da área específica em que esteja inserido 10 – EMBALAGEMMARCA • abr 2001
m por todos e todos por um. O lema, célebre entre os mosqueteiros no Antigo Regime francês, adapta-se perfeitamente à intenção do GPE – Grupo de Profissionais de Embalagem da Abre – Associação Brasileira de Embalagem. “O GPE vai trazer um benefício muito grande a todo o setor”, diz Rubnei Rosa, que em março último assumiu o cargo de coordenador do grupo. Ele tem a qualificação básica essencial para a função: é um profissional atuante na cadeia de embalagem, um amplo guarda-chuva que pode abrigar desde um funcionário em início de carreira na área, o dono de uma agência de design de embala-
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gem, o cliente dela ou um pesquisador até o técnico de uma indústria fornecedora, o responsável por embalagem numa empresa usuária, seus assistentes – enfim, quem tiver, profissionalmente, algo a ver com atividades ligadas a embalagem. Rubnei Rosa, especificamente, tem tudo a ver. Ele atua no setor há mais de dez anos, durante os quais trabalhou em empresas de diferentes segmentos. Formado em arquitetura, com pós graduação em marketing, tem também MBA em Gerenciamento Internacional. Atualmente ele é gerente geral da White Cap do Brasil, indústria que fornece tampas e sistemas de fechamento para o mercado de embalagens. Rubnei Rosa foi convidado pela diretoria da ABRE e pelo Comitê de Design de Embalagem da associação para ocupar a função devido a sua sintonia com o esforço que vem sendo desenvolvido por aqueles organismos visando integrar todos os elos da cadeia de embalagem no Brasil, para obter produtos e serviços mais eficazes, mais bonitos e mais baratos. Essa integração, entende Rubnei, só pode ser conseguida na medida em que se conseguir aproximar e integrar as pessoas atuantes no setor. Nesta entrevista ele explica com pormenores como pretende fazer isso através do GPE. Em linhas gerais, qual é o objetivo do Grupo de Profissionais de Embalagem da Abre – Associação Brasileira de Embalagem? O GPE foi instituído basicamente com o objetivo de aproximar e valorizar os profissionais de embalagem. Nós percebemos que nesse segmento gigante que é o segmento de embalagens existe a necessidade dessa valorização, tanto do ponto de
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vista de seu aperfeiçoamento profissional e cultural quanto em termos pessoais. É um segmento muito importante para o desenvolvimento da economia e para melhorar a qualidade percebida dos produtos brasileiros. Percebemos que não existem muitos cursos ou maneiras de se desenvolver um profissional de embalagem no Brasil. Ele acaba aprimorando esse conhecimento na prática, no dia-a-dia do trabalho, quando poderia chegar lá percorrendo atalhos, que nada mais são do que ampliar conhecimentos teóricos e trocar experiências. O objetivo central, a missão do GPE, é ajudar esse profissional a crescer, tanto tecnicamente quanto pessoalmente, e também ajudar o setor a crescer junto.
entra em conflito de maneira alguma com os objetivos da Abre, muito pelo contrário. O trabalho para o profissional é complementar. A nossa estratégia está direcionada a conseguir que pessoas atuantes em diversos pontos da cadeia cresçam ao mesmo tempo e possam interagir. O resultado, assim esperamos, será o crescimento uniforme do setor. Como se desenvolverá na prática o
Trabalhamos tanto que acabamos nos esquecendo de parar e pensar em nossas carreiras.
O Grupo está aberto a que profissionais? Os que atuam na indústria fornecedora, na usuária, designers, acadêmicos, pesquisadores. . .? Entendemos como profissional de embalagem aquele que está em qualquer uma dessas áreas, desde o profissional que trabalha na empresa fabricante de embalagem até aquele que trabalha em uma empresa que utiliza a embalagem. Todos são fundamentais no desenvolvimento de uma embalagem. O importante é que o profissional tenha conhecimento e esteja integrado com todos os agentes da cadeia de embalagem. Quanto mais souber o que influi no que ela será quando pronta, melhor será seu desempenho e sua contribuição para que ela seja o que se programou. Não adianta tentar focar só um segmento, senão outros profissionais nele atuantes serão impedidos de integrar-se. Esses objetivos não conflitam com os de organismos já existentes, como a própria Abre, que vem trabalhando pela integração? O GPE vai ser focado especificamente na pessoa física, no profissional de embalagem. Dessa forma não
Vamos ver como buscar novos cursos, novos investimentos em nós mesmos, novos benefícios trabalho do GPE? Por meio de eventos, encontros para trocas de idéias, indicações de literatura e outras ações destinadas a aportar mais informação e mais conhecimento para o profissional. No primeiro evento que realizamos logo depois que assumi a coordenação do GPE, por exemplo, foi chamado um profissional de recursos humanos para falar como a pessoa deve encarar sua carreira, como deve projetála, como deve posicionar-se dentro da empresa. Buscamos com isso induzir cada um a valorizar sua posição profissional, seu conhecimento, que procure especializar-se e aprender continuamente. Acredito que se levarmos cada vez mais pessoas nessa direção ocorrerá algum benefício para o setor em que elas traba-
lham. Outra ação, que vamos repetir, foi um workshop promovido pelo GPE para o lançamento do conceito de projeto integrado, que é uma das bandeiras da Abre e do próprio GPE. Acredito que a valorização do projeto integrado é uma boa forma de se obter melhores resultados no desenvolvimento de embalagens. Com que periodicidade serão realizadas atividades? Pretendemos fazer encontros mensais. Neles, além de ter a oportunidade de conhecer pessoas que trabalham em outras áreas da indústria, de trocar informações, idéias, teremos pessoas para dar palestras e apresentações para agregar conhecimento a quem estiver participando. As palestras deverão versar sempre sobre algum assunto relacionado à indústria de embalagem, alguma tendência do setor, alguma ameaça ou preocupação, algum aspecto ao qual os profissionais da área precisem estar prestando atenção. Outras poderão estar voltadas para o conhecimento da pessoa em si. Atualmente, todos nós – e não me refiro só ao profissional de embalagem – trabalhamos tanto que acabamos nos esquecendo de parar e pensar em nossas carreiras. Vamos tentar trabalhar a situação da pessoa no mercado: como buscar novos cursos, como buscar novos investimentos em nós mesmos, novos benefícios. Enfim, vamos tentar abranger várias áreas, e para isso todos poderão contribuir com idéias e sugestões. É um primeiro passo para a integração. É uma espécie de “quem tem põe, quem não tem tira”. . . Sim, e existem várias maneiras de se atingir isso. Basicamente o que estamos querendo trazer é que isso seja feito de maneira bem informal, isto é, de maneira agradável. Entendo ser fundamental que pessoas de várias empresas do mesmo segmento tenham uma integração maior. Isso é abr 2001 • EMBALAGEMMARCA – 11
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fundamental para que ocorra o intercâmbio de informações. Eu diria que é um movimento que ocorrerá conforme a necessidade. Se tivermos sugestões desses profissionais de atividades que venham de alguma forma nos enriquecer, por que não implementá-las no programa? Basicamente, nosso programa é esse: promover atividades mensais nas quais estarão sendo atingidas diferentes maneiras de apresentação de programas de valorização. Não temos programas grandiloqüentes, exagerados, mesmo porque ninguém tem muito tempo para atividades além das tantas que já tem normalmente.
estamos querendo implantar. O que ajuda é que os profissionais estão percebendo que não basta ficar fechados dentro das empresas. Eles precisam ter articulação, precisam, de certa forma, promover-se. Por isso, à medida que as pessoas forem percebendo as vantagens da atuação do GPE, que no fundo é a sua própria atuação, o número de membros do grupo deverá crescer. Conforme for crescendo, irá maximizando seus resultados, que é justamente in-
A intenção do GPE é promover a inserção horizontal no setor.
Quais os custos para quem deseja se integrar ao GPE? Há uma mensalidade? Para participar desses eventos há algum custo adicional? A própria estrutura do GPE necessita de um subsídio. É uma participação irrisória, de 90 reais por semestre, mas é o suficiente para que se possa manter a comunicação entre os profissionais e subsidiar os recursos mínimos. Para participar de atividades não é preciso pagar nada. O que é necessário para se filiar? Entrar em contato com a Abre, o que pode ser feito através do site da associação (www.abre.org.br). Ou pedir a documentação por correio e cadastrar-se como profissional de embalagem. Falemos de metas. Qual é a expectativa com relação ao número de associados? Quantos profissionais participam hoje do GPE e quais as perspectivas de adesões? Atualmente contamos com cinqüenta membros. Queremos atingir o máximo possível de profissionais, porque, volto a ressaltar, nosso desejo é abranger toda a cadeia. A estrutura terá de ser ampliada conforme o número de integrantes do grupo. É um plano bem arrojado que
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Dentro de cada etapa de desenvolvimento de um trabalho, todos os profissionais devem almejar a um mesmo resultado. No fundo, todos têm o mesmo objetivo tegrar e ter o maior número possível de pessoas representantes da cadeia de embalagem. Nos eventos profissionais, em geral a troca de informações entre os profissionais de diferentes segmentos acaba se dando nos momentos mais informais. Ou é no café, ou no almoço, ou, melhor ainda, no happy hour, quando as pessoas ficam em pé e podem circular. As reuniões do GPE são descontraídas ou são mais formais? A pergunta vem direto ao encontro do que estamos trabalhando. A integração já está ocorrendo porque nós tratamos os eventos dessa maneira, como reuniões bastante informais. Nossas três últimas reuniões foram
feitas em ambiente de happy hour. Os profissionais participam de um seminário, onde ocorre a interação com o palestrante. Depois da palestra é aberta a oportunidade para todos conversarem, trocarem cartões, trocarem informações e se conhecerem. É um processo que acrescenta sempre alguma coisa. Ou seja, é uma boa oportunidade para um pingue-pongue em que entra todo mundo que estiver presente na sala. . . A intenção do GPE é promover a inserção horizontal no setor. Nós entendemos que dentro de cada etapa de desenvolvimento de um trabalho, até sua utilização final, todos os profissionais devem almejar a um mesmo resultado. No fundo, todos têm o mesmo objetivo. Quando digo que o cliente também é interessado em estar presente, vejo que o departamento de marketing, o departamento de embalagem, o departamento de design da empresa que vai utilizar a embalagem final – todos os elos da cadeia, enfim, vão tirar muito proveito se participarem do GPE. A integração que cada um vai conseguir com profissionais de outros setores e a atualização profissional graças às informações que serão trocadas vão colaborar para que cada um se aperfeiçoe. Vale para o profissional em si e vale para o resultado do trabalho, pois assim estaremos caminhando para conseguir um produto cada vez melhor no final da cadeia. A imprensa especializada poderá participar? A imprensa especializada é muito bem vinda. Nossa intenção é justamente divulgar esse trabalho para todos os níveis desse setor, e a imprensa é o melhor canal que poderíamos utilizar. Assim, gostaria de aproveitar esta oportunidade para convidar todas as pessoas que integram a cadeia de embalagem a participar do GPE.
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ESTRATÉGIA
O IMPORTANTE É
ganh a
Para aumentar o faturamento, Batavo optou por expansão geográfica, enquan to STUDIO AG - ANDRÉ GODOY
e
nsina a teoria clássica de marketing que os produtos possuem um ciclo de vida. No estágio de maturidade, os mercados atuais parecem ser pouco para a empresa. Nesse momento, é preciso expandir os horizontes. Para aumentar as vendas, duas opções básicas se apresentam: buscar novos mercados ou lançar novos produtos. Evidentemente, a estratégia da empresa pode contemplar as duas alternativas simultaneamente. Nesta edição, EMBALAGEMMARCA escolheu dois cases de sucesso para mostrar que nenhum caminho é, por princípio, melhor que o outro. De um lado está a Batavo, que mudou o conceito da embalagem do Choco Milk para superar entraves logísticos e estender suas vendas para além da região sul do Brasil. De outro está a Castelo, que criou uma linha de novos produtos para tirar proveito da imagem de seu carro-chefe, o vinagre.
Nova embalagem: qualidade premium
Território nacional A fim de aumentar a comercialização do achocolatado líquido pronto para beber Choco Milk, a Batavo está relançando uma versão moderna, de vidro, da embalagem original do produto, com vistas a ampliar sua base de cobertura geográfica. Trata-se de uma versão premium, que se destaca não só pelo design, mas também por apelar para a conveniência e a praticidade.
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Quando foi lançado, em 1958, o Choco Milk era encontrado somente nos Estados do Paraná e de Santa Catarina, em garrafas de vidro de 200ml, com tampa metálica tipo crown. Depois de 24 anos no mercado, a bebida passou a ser distribuída nacionalmente, mas em embalagens assépticas de 200ml. Hoje, é comercializada em todo o
país, em TetraPak de 200ml e de 1000ml e em lata de alumínio de 320ml. As garrafinhas de vidro não ultrapassavam os limites daqueles Estados. A Batavo pretende mudar isso. Da mesma forma que a Tetrapak de 200ml, a garrafa visa atingir o mercado nacional. A embalagem de vidro foi reformulada pela Komatsu Design, que modernizou o rótulo (fornecido pela Kugler), evidenciando a marca e o nome do produto. Em versão one way de 200ml, a garrafinha, fornecida pela Cisper, tem formato arredondado (abaulado), boca larga com tampa metálica twist-off com botão de segurança (safety button) de 38mm de diâmetro, da White Cap. É sobretudo na característica descartável da garrafa que a Batavo está apostando para ampliar o mercado. Segundo Cláudio Irie, diretor de marketing da empresa, “o único obstáculo para expandir a distribuição era a logística”. Como a embalagem original era retornável, tornava-se necessário recolher todas e transportá-las para a fábrica, em Carambeí (PR). A embalagem também foi modernizada para melhor atender o consumidor. “A Batavo sempre procura seguir as tendências do mercado”, diz o diretor de marketing da empresa. “Atualmente, o consumidor quer praticidade e comodidade.” De fato, com a tampa metálica de abertura fácil e a boca larga da garrafa, torna-se cô-
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ar MERCADO an to Castelo preferiu a extensão de linha modo consumir o produto na própria embalagem. Além disso, a garrafa vem responder a uma outra necessidade da empresa: atender a todos os públicos. A bebida já havia conquistado os públicos infantil, jovem e familiar com suas diferentes embalagens. A nova garrafinha apela para a qualidade premium, atributo até então inexplorado pela marca.
Mais que vinagre
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Apostando na tradição de 96 anos da marca no mercado, a Castelo, maior fabricante de vinagres da América Latina e líder no segmento nacional de produção de vinagre para uso doméstico, acaba de lançar, de uma só vez, doze produtos entre molhos e temperos. A empresa de Jundiaí (SP) quer fixar-se no segmento disponibilizando novas opções para o consumidor. De que-
bra, espera fortalecer a liderança no segmento vinagreiro. O investimento de 3 milhões de reais, direcionados para infra-estrutura, tecnologia e desenvolvimento dos produtos, deixa clara a ambição da Castelo. “Repensamos a empresa e percebemos que a nossa missão não é fazer vinagre, mas sim oferecer produtos de qualidade e tradição que possam ressaltar o sabor dos alimentos”, afirma Marcelo Cereser, superintendente da Castelo. A pesquisa e o desenvolvimento dos produtos começaram há mais de quatro anos para o lançamento do palmito, primeiro passo da empresa nesse caminho de diversificação de produtos. Em seguida foram lançados o óleo de girassol e a azeitona da marca. Dando continuidade a esse processo, no início deste ano foram colocados no mercado, si-
multaneamente, os seguintes produtos, fabricados por terceiros: catchup, em frasco de polietileno com 400 gramas, da Olveplast; mostarda, em frasco de polietileno com 200 gramas, da Clepax; tempero alho e sal, tempero completo sem pimenta e tempero completo com pimenta, todos em embalagens de 130 gramas da Polivac; cebolinha e picles, em potes de vidro com 200 gramas, da Nadir Figueiredo; cogumelo, em pote de vidro com 200 gramas, da Cisper; molho de pimenta, molho shoyu, molho inglês e molho de alho, em embalagens de vidro com 150ml, fornecidas pela Cisper. Todos os rótulos são da Gráfica Rami. Para enfrentar o mercado, o layout das embalagens passou por algumas alterações, assinadas pela Seragini Design, e a palavra “vinagre” foi retirada da denominação. “A partir do momento que se tem na missão outros produtos além do vinagre, achamos melhor suprimir a palavra”, considera Marcelo Cereser. “Dessa forma reforçamos a marca Castelo.” O superintendente da empresa espera que as vendas dos novos produtos alcancem 5% dos 26 milhões de reais previstos para este ano.
Castelo: de uma só vez, grande crescimento da linha de produtos
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O CHARME DOS PRODUTOS POPULARES Artigos de baixo preço, dirigidos aos consumidores de menor renda, podem ter embalagens tão boas quanto os top de linha Por Wilson Palhares
esmo com o reajuste do salário mínimo, a má distribuição de renda no Brasil e uma possível infidelidade a marcas apontam para a persistência do consumo de produtos de preço baixo. Isso não significa que sua apresentação precise ser ruim. Na verdade, a indústria, o comércio e o setor de embalagem podem (como sempre puderam) beneficiar-se de um mercado de dezenas de milhões de consumidores de artigos que fazem girar enorme parcela da economia.
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Nesta reportagem, que propõe uma discussão sobre o desafio que representa para os profissionais de venda e de marketing das empresas descobrir forma de atrair esse público, são mostrados exemplos de produtos vendidos “a preço de banana”, porém em embalagens que usam os mais avançados recursos tecnológicos e de design criativo e profissional. Aliás, é o design que muitas vezes evidencia a percepção da diferença entre um produto top de linha e um de “primeiro preço” – e nem sempre a favor do primeiro.
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reocupado com os elevados índices de colesterol dos soldados, alguns anos atrás o governo da Holanda resolveu aumentar os soldos da tropa, na expectativa de que os praças substituíssem por uma alimentação mais saudável essa espécie de paixão nacional holandesa que é comer batatas fritas. Resultado: com mais dinheiro no bolso, eles passaram a empanturrarse ainda mais de batatas fritas. Há quem preveja que, com a elevação do salário mínimo de R$ 131,00 para R$ 180,00, algo semelhante acontecerá no Brasil. Isto é, em vez de procurar produtos de qualidade superior, os consumidores de baixa renda usariam o adicional para continuar comprando artigos “populares”, no sentido que a palavra tem de sinônimo de preço baixo. É bem provável que essa previsão se concretize, reforçando um velho desafio à cadeia produtiva no Brasil: para atrair o consumidor pobre, fazer produtos – e embalagens – com “qualidade européia, mas a preços asiáticos”. Convém sempre lembrar que, em qualquer faixa, o consumidor faz escolhas. E, de qualquer forma, serão mais 5,5 bilhões de reais injetados na economia, segundo estimativa do
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Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos.
MARGEM X ESCALA Se, integrados, fornecedores de matérias-primas, equipamentos, designers, projetistas, fabricantes e usuários melhorarem a qualidade dos produtos, conquistarão um mercado de dimensão incalculável, suprido em boa parte de maneira informal. São pessoas que estão distantes dos hábitos de consumo de quem compra artigos sofisticados, relativamente caros, como os mostrados na reportagem de capa de EMBALAGEMMARCA de fevereiro.
ALIMENTOS Os materiais e os processos são os mesmos das marcas líderes. A diferença às vezes está no design É o eterno dilema de ganhar na margem ou na escala. Aquele público compra itens de maior valor agregado e, portanto, com maior margem potencial de lucro. Mas constitui uma parcela restrita de compradores. A recém divulgada Síntese de Indicadores Sociais 2000 do IBGE, que reúne dados de pesquisas sobre a situação social e econômica dos brasileiros entre 1992 e 1999, mostra que nada mudou em termos de distribuição entre as duas datas extremas: o 1% mais rico da população apropriou-se de 13% da renda do país; em contrapartida, os 50% mais pobres ficaram com 14% da renda nacional. Individualmente, estes últimos consomem pouco, mas em seu conjunto têm poder de compra igual ao
BEBIDAS Como nas grandes marcas, rótulos metalizados, fechamentos eficazes, relevos e outros apelos vendedores
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da outra ponta da escala social (na verdade, como mostra o IBGE, têm 1% a mais…). Enquanto a disputa pelas faixas de poder aquisitivo alto e médio é visível nas prateleiras e nas gôndolas de supermercados e de outros estabelecimentos, apenas parte do esforço para conquistar os mais pobres vem à tona. Seu perfil é indefinido, seus hábitos e expectativas de consumo não aparecem claramente em pesquisas. Que produtos, em que embalagens, vendidos a que preços eles consomem? É difícil responder com precisão. Mas o certo é que essa parcela anônima de consumidores faz girar com grande dinamismo a economia informal – isto é, 30% a 60% do Produto Interno Bruto do país, conforme as mais diferentes estimativas. A resposta àquelas perguntas poderá ser a resposta sobre a questão de como atrair para o consumo formal essas pessoas e, conseqüentemente, os produtores clandestinos – que, a rigor, não são tão clandestinos assim, posto que seus produtos, nem sempre comercializados com notas fiscais, estão presentes em muitas gôndolas de supermercados.
PRESSÃO PARA BAIXO Tudo indica que convém fazer o esforço de atrair esse público. Dada a imobilidade do quadro distributivo, a guerra para aumentar vendas ocorre essencialmente na faixa de consumidores de classe média. Mas essa faixa está cada vez mais ameaçada de descer um degrau, ampliando a faixa de baixo. Poucos dias antes da divulgação do relatório do IBGE,
HIGIENE PESSOAL E COMÉTICOS Insumos de ponta: hot-stamping, termoencolhíveis, auto-adesivos…
levantamento feito pelo instituto de pesquisa e análise de mercado ACNielsen sobre o comportamento do consumidor brasileiro revelava que, de 157 categorias de produtos, no ano passado 99 marcas líderes haviam perdido 63% de participação em volume de vendas em relação a 1998. A pesquisa mostrou também que, quando vão ao supermercado, 41% dos consumidores brasileiros são influenciados pelos preços em sua decisão de compra, 29% pela publicidade, 23% por folhetos e apenas 2% pela marca do produto.
“TENDÊNCIA INERCIAL” Muitos brasileiros, não importa o valor de suas compras, consomem produtos sem marca ou de marcas praticamente anônimas, e o novo mínimo não deverá alterar esse quadro. É mais provável que se consolide uma espécie de “tendência inercial” no consumo. Os consumidores que têm essa baixíssima renda, hoje alijados do acesso até a bens essenciais, provavelmente vão melhorar sua alimentação básica e reforçar certos “luxos”, consumindo mais produtos de baixo preço. Dentro dessa tendência, vão querer o melhor, pois “pobre gosta de luxo, quem gosta de miséria é intelectual”. No ponto-de-venda, a frase do carnavalesco Joãozinho Trinta se concretiza em produtos de custo baixo, mas com agregação de valor pela embalagem.
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As garrafas, os rótulos e as marcas de vermutes mais baratos podem até ser acusados de serem imitações das marcas mais renomadas, mas o fato é que seu visual não fica a dever ao delas. São recipientes com sistemas de fechamento sofisticados, rótulos auto-adesivos, metalizados, ou com aplicações de hot-stamping. Mesmo a qualidade do produto pode ser inferior, mas algumas dessas marcas “populares” são líderes em seus segmentos.
A FORÇA DO DESIGN Fábio Mestriner, diretor da agência especializada Packing Design, observa que cada vez mais empresas vêm percebendo que investimentos em design e em melhorias nas embalagens se diluem nas vendas de grandes volumes. Na realidade, um profissional especializado pode às vezes, com seu conhecimento técnico, implementar o visual de um produto até conseguindo redução de custos, ao substituir um material mais caro por outro mais barato e de melhor rendimento. Nessa linha, é desnecessário citar os exemplos dos conhaques e dos vinhos temperados com catuaba – o “energético popular”, categoria em plena explosão de vendas na esteira de erotismo
REFRESCOS EM PÓ Mesmo peso e mesmo rendimento. Com embalagem maior, marca líder se destaca na gôndola
que assola os meios de comunicação, sobretudo a TV. Enfim, o upgrade por meio da embalagem pode ser notado em categorias que vão de biscoitos e cosméticos a materiais de limpeza. Porém, salvo poucas exceções, não se deve deixar de lado o fato de que os produtos populares não estarão concorrendo com os de faixas superiores de preço, mas sim em sua própria seara, onde a má qualidade das embalagens é mais presente. Em outras palavras, com o adicional do mínimo poderá ocorrer um aumento de volume nas vendas de artigos populares, não uma mudança para categorias superiores de produtos. Consumo, como se sabe, é também uma questão cultural, talvez mais do que financeira. Gostos à parte, não há notícias disponíveis de que pobres que mudaram de vida, até por conta de loterias, te-
nham trocado mocotó por foie gras. Um dado importante é que os 80, 90, 100 milhões de pessoas (ninguém sabe ao certo) que compõem o contingente de baixa renda continuarão consumindo, ainda que produtos de preço baixo. Depois, seria sensato observar que a preferência do consumidor por preço em detrimento da marca é relativa.
A FORÇA DA MARCA O estudo do ACNielsen diz que marcas líderes perderam mercado. Vale dizer que perderam para outras marcas e para marcas próprias, que não deixam de ser marcas. Ao contrário do que se ouve dizer com certa freqüência, as marcas parecem estar longe de morrer. Mesmo ao migrar de categorias de produtos de valor unitário mais elevado para os de faixas inferiores, o consumidor ainda exerce sua preferência pela marca e pela embalagem. A substituição de refrigerantes de marca pelas chamadas “tubaínas” e destas por categorias de refrescos em pó em que prevalece a relação preço/quantidade é um exemplo. Nesse down trading, o
MATERIAIS DE LIMPEZA Os materiais, o acabamento e a Identidade visual das embalagens não ficam distantes das que são típicas de produtos que dominam a categoria
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mesmo montante de dinheiro consegue comprar um volume maior de bebida, mais ainda no caso dos refrescos em pó, aos quais a quantidade de água adicionada pode muitas vezes ser maior do que a recomendada na embalagem.
HÁ DIFERENÇAS A teoria e a prática confirmam o acerto de investir na qualidade dos produtos e em marcas fortes, já que mesmo na guerra de preços há diferenças de qualidade e, portanto, de valor. É verdade, segundo lembra Lincoln Seragini, diretor da Seragini Design e um dos principais conhecedores de design de embalagem e posicionamento de marca no país, que “o consumidor já não valoriza tanto as marcas famosas e aprendeu que a qualidade intrínseca dos produtos, salvo raras exceções, não faz muita diferença, pois o acesso generalizado à tecnologia, de certa forma, igualou tudo”. No entanto, como ele próprio ressalta, se essa realidade fosse absoluta, marcas como Omo, Parmalat e Nestlé não teriam as posições de liderança que têm nos diferentes segmentos de mercado em que atuam. O fato é que, por serem populares e baratos, os produtos e suas embalagens não precisam ser ruins. Entre tantas provas em contrário, evidentes nas gôndolas dos supermercados, sobressaem também os refrescos em pó. Não importa, suas marcas e sua qualidade, em geral são apresentados em embalagens
UMA DIFÍCIL TRAVESSIA Atrair para a formalidade as empresas que atuam à margem é um problema mais complicado do que parece, diz Sérgio Haberfeld, presidente da ABRE – Associação Brasileira de Embalagem. Segundo ele, são três os fatores básicos que dificultam essa travessia. “O primeiro é a elevada carga tributária que recai sobre a produção”. Na opinião do presidente da Abre, “se a carga de impostos fosse mais baixa, algo no limite de 15% a 20%, provavelmente muitas empresas clandestinas se legalizariam”. No entanto, “segundo as más línguas, cairia o custo do suborno à fiscalização”, que hoje estaria em torno daqueles índices. A segunda causa da informalidade, na visão de Haberfeld, é mesmo o baixo poder aquisitivo dos consumidores. “O brasileiro é pobre”, diz. “Ele consome pouco não é porque poupa, como fazem os japoneses, mas por-
flexíveis com barreiras eficazes, design gráfico sofisticado, boa impressão e brilho. Mas, dentro dessa tendência, alguns se destacam. Com as marcas populares Q Suco, Q Refresco e Fresh e outras, a Kraft Foods Brasil é líder de mercado em todas as linhas específicas em que está presente, segundo o departamento de marketing da empresa. Essa posição se deve à reconhecida qualidade, à imagem de marca e às embalagens de primeira linha dos produtos, lembra Fabíola Fantini, gerente de marketing/bebidas da empresa. No final de 2000, de acordo com dados Nielsen, a Kraft Foods deti-
SUCOS E REFRIGERANTES Dentro da “tubainização”, iniciativas de embalagens que procuram mostrar diferenças
que não tem dinheiro para fazer compras.” Segundo ele, “quem acaba sofrendo as conseqüências, do ponto de vista empresarial, é a indústria de embalagem, forçada a comprimir cada vez mais os preços”. Cai-se, dessa forma, numa roda-viva, em que as grandes empresas usuárias de embalagem só compram de fornecedores qualificados, que recolhem impostos e, assim, têm seus preços agravados em relação aos que não recolhem. “A indústria de fundo de quintal sempre pode vender mais barato”, diz Haberfeld. “Quem compra dela não se importa se tem nota fiscal, se faz nota espelhada ou se a mesma nota vai e volta várias vezes.” Na opinião do presidente da Abre a solução para esse tipo de ilegalidade seria estabelecer a co-responsabilidade de quem vende e de quem compra.
nha 51% do mercado de refrescos em pó (1,7 bilhão de litros/ano), incluindo Tang e Clight, diet, marcas líderes do segmento natural, direcionadas a consumidores que evitam bebidas carbonatadas e com açúcar. Seragini expressa conceitos que explicam o porquê disso e muito mais. “A embalagem é o retrato do produto, do preço e da qualidade que se quer atender”, diz. “Ela não é um fim em si mesmo. O consumidor compra produto – e escolhe marcas porque tem alternativas.”
KOLYNOS VEM AÍ Assim, é no mínimo curioso anunciar a morte das marcas, como está virando moda, especialmente quando se vê, a poucos meses do fim do banimento imposto à marca de creme dental Kolynos, seus concorrentes se movimentando intensamente. Tratam de defender-se da volta dos cartuchos verde-amarelos ao mercado. E é interessante lembrar que, além de tudo, Kolynos é um produto popular. abr 2001 • EMBALAGEMMARCA – 21
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DESODORANTES
PRÁTICA
alavanca
Embalagens inovadoras ajudam stick a ganhar mercado FOTOS: DIVULGAÇÃO
p
rodutos lançados com propostas muito diferentes de uso sempre são mais suscetíveis aos destinos extremos no jogo dos negócios. Alcançam o céu, caso caiam no gosto dos consumidores, ou o limbo, se deixam má impressão e não convencem. Os desodorantes em barra, ou sticks, passaram por essa prova de fogo. E vingaram. Lançados no país há pouco mais de dez anos, formam a categoria que mais cresce em desodorantes. Segundo pesquisa Ibope Mídia Mix, os produtos com aplicador já têm participação de 13% nesse mercado. Além das fragrâncias e das propriedades antitranspirantes, o êxito pode ser atribuído às embalagens, ou melhor, aos aplicadores, fundamentais na percepção de qualidade do produto. O forte apelo prático do stick, afinal, é sustentado pelo sistema de aplicação. “Durante o período de utilização se estabelece uma forte ligação entre o consumidor e a embalagem”, nota Reginaldo Tavares, gerente de embalagem da Gessy Lever, que, através da divisão Elida Gibbs de produtos de toalete, investe forte na categoria. Prova disso são os lançamentos nas diversas chancelas mantidas pela empresa. Na nova linha Rexona Intensive, por exemplo, as embalagens remodeladas foram motivo de forte trabalho de comunicação. O design foi inspirado nas curvas do corpo da mulher, e a nova anatomia facilita o encaixe da mão na hora da aplicação. Tão importante quanto a ergonomia é o mecanismo de elevação da barra desodorante. Atenta a esse aspecto, a Gessy Lever patenteou um sistema exclusivo, sob o nome easy wheel.
Novo aplicador consumiu cinco anos em pesquisas
acionamento. Para reforçar a comunicação do modo correto de uso há uma seta em alto relevo na base, que indica o sentido de girar o aplicador. Foram colocados também um encaixe com ranhuras, para dar firmeza na hora de acionar o mecanismo, e um selo de segurança, que só se rompe após a primeira utilização. Outras novidades são uma cúpula de proteção sobre a barra, para garantir a integridade do produto, e a cor azul do elevador, que indica quando o produto acaba. Fabricados pela Plastek do Brasil, de Indaiatuba (SP), os aplicadores foram criados pelo próprio departamento de embalagem da Gessy Lever, num projeto que consumiu cinco anos e envolveu protótipos, moldes-piloto, pesquisas com consumidores e finalmente moldes de última geração. Além da linha Rexona, líder em vendas de desodorantes no país, a Gessy Lever também tem sticks nas marcas Axe e Dove. Esta última está sendo lançada também com embalagem similar à do Intensive. Todos os esforços revelam a consciência de que esse tipo Projeto longo – Em vez do tradicional pade produto só vinga com excelência e inovarafuso para ser manipulado com os dedos, alvo Dove: também de ção em conteúdo e embalagem. “A perfor“roupa nova” de muitas reclamações dos usuários, a base inmance de ambos, formulação e aplicador, são teira gira para elevar a barra, e uma trava garante que o fatores determinantes na hora do consumidor optar pela sistema não se quebre em caso de erro no sentido de recompra ou não”, conclui Tavares.
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ROTULAGEM
PAIXÃO E
arte
Nestlé diversifica decoração de copos de requeijão para ampliar públicos
d
Apelo à paixão do brasileiro pelo futebol: tentativa de ampliar o target
do de São Paulo, mas, em breve, pretendemos levar a promoção para todo o Brasil”, diz Viana. E não está descartada a possibilidade de outros clubes serem homenageados. O apelo à paixão pelo futebol dispensa explicações, pois, como ensina o consenso popular, “brasileiro pode trocar de mulher e até de nacionalidade, mas de time de futebol, não”. A busca do público em tese predominantemente masculino visa ir além das crianças e das mães, que representam 80% dos compradores do produto. “Estamos buscando ampliar o target, nos diferenciar e tornar a embalagem mais apelativa para outras faixas de consumidores”, conta Viana.
Linha Light A segunda ação é um caso de manutenção de estratégia, com mudança de decoração. Trata-se, basicamen-
FOTOS: DIVULGAÇÃO
efinitivamente consolidada como um sistema triunfante de rotulagem, a decoração de copos de vidro de requeijão cremoso vem tendo sua aplicação diversificada. Apesar de o sucesso desse instrumento estar se mantendo firme desde 1993, a Nestlé considera que ainda há espaço para ações inovadoras. Assim, acaba de fazer dois lançamentos nesse tipo de embalagem reutilizável. O primeiro caso é de regionalização e, simultaneamente, de diversificação de público-alvo. A empresa decidiu ilustrar os copos do requeijão com os distintivos, flâmulas e mascotes de quatro grandes clubes de futebol do Estado de São Paulo – Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo. “Trata-se de uma regionalização da promoção, o que não acontecia com outros temas de decoração”, explica Oduvaldo Viana, gerente de marketing consumidor da Nestlé. Pesquisas do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da Nestlé indicaram haver expectativa por parte dos consumidores para promoções regionais, em que houvesse identidade com seus gostos e interesses. “Começamos pelo Esta-
Decoração com obras de Volpi: “Mais do que marketing, cultura”
te, da mudança de decoração dos copos do requeijão Light Nestlé. Desde o princípio apostando em obras de artistas brasileiros para ilustrar os recipientes dessa linha de produto, desta vez o escolhido foi Alfredo Volpi, sucedendo os copos decorados com obras de Portinari, Tarsila do Amaral e Aldemir Martins. “A decoração da versão light é mais que uma estratégia de marketing, é um projeto cultural”, considera Oduvaldo Viana. “Muitas pessoas não têm disponibilidade para visitar museus. Essa é uma forma de brindá-las e de divulgar a cultura brasileira.” “O consumidor não decide a compra influenciado apenas pela marca, mas também pelo preço e pela decoração”, analisa Viana. “Vale dizer que a embalagem mais atraente tem mais chance de ser escolhida.” Para comprovar, o gerente de marketing cita o desempenho de vendas dos requeijão light. Durante o ano passado, os copos foram decorados com obras de Aldemir Martins, e mesmo ele sendo o artista menos conhecido dos já reproduzidos as vendas aumentaram em 10% em relação aos demais. “Isso mostra como o consumidor opta pela beleza da obra.” abr 2001 • EMBALAGEMMARCA – 23
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LOGÍSTICA
5 NO
lugar de 1
Contêiner dobrável ameniza o velho problema de voltar vazio
a
Por Lara Martins
fim de suprir o mercado com uma solução segura e ao mesmo tempo econômica para transportar mercadorias, a Rheon Indústria e Comércio de Peças e Equipamentos, de São Paulo, desenvolveu o Contêiner Dobrável. Trata-se de um equipamento de transporte cuja principal vantagem, segundo o fabricante, é ser articulado e poder ser dobrado tanto para dentro quanto para fora, chegando a ter seu volume, quando não em uso, reduzido a 20% da posição aberta. Noboru Terabayashi, diretor presidente da Rheon, conta que o projeto de construção do produto surgiu há dez anos, quando a Honda do Brasil procurava um equipamento que fosse retornável, tivesse robustez e qualidade para transportar suas motocicletas e, ao mesmo tempo, reduzisse ao mínimo a eterna dor-de-cabeça da logística: trazer de volta contêineres vazios.
Cinco caixas desmontadas ocupam o lugar de uma montada: facilidade no transporte
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Custos reduzidos – Depois de muitos testes e tentativas, a equipe encarregada de desenvolver o projeto dentro da Rheon concebeu um contêiner de fibra de vidro, com dimensões de 820 x 845 x 1650 milímetros, que pesa 65 quilos quando vazio. Cheio, suporta até 1 500 quilos em empilhamento de três unidades. O empilhamento máximo
O contêiner pode ser dobrado para dentro e para fora
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é de dez unidades com até 300 quilos cada. “O Contêiner Dobrável praticamente elimina as dificuldades de idas e vindas e diminui muito os custos com frete, pois retorna com volume cinco vezes menor”, argumenta Terabayashi.
Projetos futuros – Apesar de ser mais caro (a unidade na medida padrão custa 2 200 reais), o contêiner da Rheon oferece relação custo/benefício favorável, de acordo com a argumentação do diretor presidente da empresa. “Essa relação é compensadora, se comparada a outros tipos de equipamento existentes no mercado, principalmente os fabricados em madeira”, diz Terabayashi. Além disso, segundo afirma, o contêiner dobrável tem vida útil estimada em dez anos. Ele observa também que, por ser retornável, o equipamento permite personalização, ao contrário dos contêineres tradicionais feitos de madeira, que são utilizados para uma única viagem e não retornam à empresa. Mesmo com as vantagens que oferece, o projeto desenvolvido por Noboru Terabayashi, que também é engenheiro mecânico, é utilizado exclusivamente pela Honda. Patenteado pela Rheon, o produto ainda não foi muito divulgado no mercado e só é comercializado sob encomenda. O diretor presidente explica que a empresa ainda não tem estrutura para manter uma linha de produção ativa, razão por que o tamanho do contêiner permanecerá padronizado, até que a Rheon se capitalize e possa impulsionar a produção.
Projetos futuros – Apostando em tempos melhores, a empresa possui alguns projetos futuros. O primeiro deles é substituir por poliuretano a fibra de vidro, utilizada atualmente na fabricação. O material, de acordo com Terabayashi, reduziria o preço final pela metade, e o peso cairia para 18 quilos, em vez dos 65 quilos atuais. “No entanto, essa medida implica em investimentos em novas ferramentas, que são caras”, ele explica. “Daí a necessidade de aumentar a produção para, então, investir.” Mantendo as principais características do Contêiner Dobrável e seguindo o tamanho padrão de uma caixa convencional, a empresa aposta também no projeto de um recipiente retornável para verduras e legumes. Apresenta tampa e vedação, contém apenas pequenos furos para ventilação e, quando dobrada, tem o tamanho reduzido de oito para um.
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MULTIPACKS
modularidad q
Nova geração de máquinas para multipacks of er
fabricantes de equipamentos estão ligados na tendência, e vêm apresentando novas gerações de máquinas com maiores possibilidades de integração e flexibilidade. O objetivo é claro: garantir a satisfação e não interromper a continuidade de produção do cliente quando ele decide mudar a apresentação de suas multipacks – alterando a quantidade de produtos, acrescentando acessórios, como bandejas e pads, ou alterando a velocidade de produção. As novas linhas da alemã Kisters, por exemplo, procuram levar ao extremo o conceito de modularidade, com uma série de opções em módulos de funções e de processos compatíveis. Dessa forma, os clientes não
precisam trocar o maquinário ou fazer malabarismos para encaixar novos equipamentos na linha de produção. As opções de módulos flexibilizam esse trabalho, e as mudanças são “assimiladas” rapidamente pelas máquinas, apenas com acertos no setup do programa. “O tempo de acerto é curto e os equipamentos não necessitam mais de jogos de acessórios definidos para cada tipo de vasilhame”, diz Johann Kleist, diretor da Kisters Brasil.
Rápido retorno Estratégia similar foi adotada pela linha Variopac da Kettner, marca do grupo Krones para máquinas de multipacks. Dedicadas ao empacotamento de la-
FOTOS: DIVULGAÇÃO
uem deseja adquirir máquinas para trabalhar com multipacks, embalagens para múltiplas unidades de produtos, pede versatilidade. Com o mercado cada vez mais dinâmico e exigindo constantes mudanças na apresentação dos produtos, seria pouco compensador investir altas quantias em equipamentos de embalagem dedicados a apenas uma tarefa. Por isso, nunca se falou tanto de sistemas modulares, que possibilitem fáceis upgrades de funções a um investimento baixo, bem menor que o necessário para a compra de um novo bem de capital. Para a conversão de multipacks não é diferente. Grandes
Equipamento SP, da Kisters: shrink com possibilidades variadas de expansão
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e É A PALAVRA of erece soluções flexíveis tas, recipientes de vidro e de plástico em linhas de média e alta produções – processam, em pista simples, de 18 a 70 pacotes por minuto –, os equipamentos são automáticos e permitem a inclusão de opcionais, para troca de bobinas ou alimentadores, trabalho conjunto com bandejas, pads e outros. De acordo com Rogério Baldauf, diretor comercial da Kro-
nes, as máquinas modulares para multipacks da nova geração permitem uma economia sensível em relação às antigas, “o que faz com que haja rápido retorno do investimento”. Alterações no setup da máquina também são fáceis, o que permite simplicidade no trabalho com diferentes materiais e tipos de multipacks. “As novas máquinas tendem a se consolidar pela confiabilidade e por representarem um avanço na busca de embalagens que equilibrem atração com economia”, aposta Baldauf, baseando-se na impressão positiva deixada pelas mais de 100 máquinas Variopac já instaladas no mundo inteiro.
A Kettner, do grupo Krones, também aposta em modularidade com a linha Variopac
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Feira Velocidade com ajuste rápido Tendo em vista a exigência de clien-
sos, em até cinco cores mais unida-
tes que buscam soluções segmen-
de de verniz. Já a Speedmaster 52
tadas e em pequenas tiragens de
imprime de 500 a 15 mil exemplares
embalagens, a Heidelberg mostrou
por hora no formato 52 x 36 cm, em
a Speedmaster CD 74 e a Speed-
quatro, cinco ou seis cores e cober-
master 52. A primeira é uma impres-
tura de verniz na mesma passagem
sora plana offset no formato 60 x 74
de impressão. “Para atender às no-
cm, com alimentação de papel de
vas necessidades do mercado de
até 0,8 mm, e que permite ajustes
embalagens não é suficiente ter
rápidos da máquina. Funciona tam-
uma impressora veloz, é preciso
bém para altas tiragens, o que é ga-
que a máquina seja capaz de ser
rantido pela velocidade estável de
ajustada rapidamente entre um tra-
As feiras voltadas a grandes se-
15 mil folhas por hora. Os cilindros
balho e outro, sem gastos desne-
tores industriais geram expecta-
de impressão e o sistema AirTrans-
cessários de tempo e papel”, co-
tiva cada vez maior. Afinal, me-
fer, de passagem da folha por ar, fa-
menta Roland Krapp, responsável
ses representam hoje uma eter-
zem com que o papel passe pelas
pela unidade de negócios Speed-
nidade quando o assunto é tec-
unidades de impressão sem curva-
master da Heidelberg do Brasil.
nologia, já que as ondas da glo-
tura, o que resulta em alta qualidade
(11) 3746-4450
[email protected]
IMPRESSÃO POSITIVA Fiepag mostra novas tecnologias para renovação de parques gráficos Por Guilherme Kamio
balização exigem atualização
de impressão de materiais espes-
constante para manter a competitividade e a capacidade de oferecer serviços e produtos de alta qualidade. Nesse sentido, a edição 2001 da Fiepag – Feira Internacional de Papel e Indústria Gráfica, realizada em conjunto com a 2ª edição da Converflex – Feira Internacional de Máquinas para Impressão de Embalagens, Convertedores e Materiais, ganhou importância ainda maior. Isso se deveu ao fato da sua última edição ter acontecido há três anos. O evento, de caráter bienal, foi cancelado em 2000, para não coincidir com a alemã Drupa, maior feira mundial do setor gráfico. Quem não pôde ir a Düsseldorf conferir de perto as novidades da Drupa tinha motivos de sobra para ir ao Anhembi, em São Paulo, com a esperança de encontrar a melhor das vitrines. Outro fator que influenciava na perspectiva de um bom evento
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Dobradeiras e coladeiras A Bobst apresentou a Amazon 70, nova máquina dobradeiracoladeira para processos de cartonagem. Dedicada a altas tiragens, ela realiza automaticamente as colagens lateral e de fundo de cartuchos com até 70 cm de largura. De acordo com a empre-
sa, o grande destaque é a operação simples da máquina. A empresa apresentou ainda novidades para a dobradeira-coladeira Media 100 II, como conjuntos de inspeção e controle de qualidade, além de aplicador automático de cola. (11) 4524-0083
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Feira era o crescimento a passos largos do setor nos últimos anos. A Abigraf – Associação Brasileira da Indústria Gráfica confirma que 2000 foi o melhor ano para o setor na última década. O faturamento foi de 12,28 bilhões de reais, 27% a mais que o de 1999, que ficou em 9,68 bilhões de reais. Houve abertura de 8 650 novos empregos e o déficit da balança comercial do setor foi reduzido em 24%.
Opções diversificadas A Gutemberg esteve expondo impressoras das diversas empresas que representa, com vários destaques para a área de embalagem. A Indigo Omnius WebStream, impressora de seis cores com alimentação por bobina, imprime em praticamente qualquer substrato – adesivo, filme flexível, papelão e plásticos selecionados. Já a Lithrone 440, da japonesa Komori, é uma impressora universal, pois pode atender os segmentos editorial, pro-
mocional e de embalagem. Imprime a quatro cores no formato máximo de 720 x 1030 mm e numa velocidade de até 15 mil impressos por hora, e a troca das chapas, a lavagem das blanquetas e a rolagem da tinta são automáticas. Há ainda uma série de opcionais, para secagem, unidade de verniz, controle de tinteiros e outros. (11) 3225-4400 www.gutemberg.com.br
Também vale destacar os investimentos, que sofreram forte aquecimento, chegando a 563,9 milhões de dólares em 2000, 23% a mais que os valores registrados no exercício retrasado. Naturalmente, esses fatores trazem reflexos imediatos também ao setor de embalagens, que responde por 20% da produção do setor gráfico brasilei-
Corte e vinco inteligente
ro, de acordo com levantamen-
A mesa de corte e vinco
cofolder, dobradeira-coladei-
to da Abigraf. A entidade ainda
Kongsberg XL24, da Barco
ra, também foram destaque
revela que em 2000 as máqui-
Systems, foi apresentada du-
da Perpak.
nas gráficas voltadas ao mer-
rante a Fiepag pela Perpak.
Esta última pode ser adapta-
cado de embalagens brasileiro
Com software mais inteligente,
da à saída de qualquer im-
registraram vendas de 2,45 bi-
que pode controlar com preci-
pressora, e tem unidade cola-
lhões de reais, 26% mais que
são a espessura de corte do
deira com sistema de conta-
no ano anterior.
substrato na mesa (permitindo
gem e liberação das pilhas de
A conclusão óbvia a partir da
até meio-corte), está com ope-
caixas (counter-ejector).
leitura desses números é a de
ração mecânica mais simples,
(41) 352-6166
que os parques gráficos estão
resultado do trabalho conjunto
www.perpak.com.br
se renovando, para atender os
de três cabeças
aumentos na demanda por ser-
de corte.
viços gráficos dos mais varia-
Máquinas para
dos tipos. “O empresariado do
conversão de
setor tem feito grande esforço
caixas de pape-
para a modernização do parque gráfico”, diz Max Schrappe, presidente da Abigraf. Tal constatação atraiu sobremaneira a atenção dos expositores estrangeiros, que confirmaram
lão ondulado da marca Arcco, como a Arccoflex 245 S, para impressão flexográfica em duas cores, e a Arc-
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Feira Rebobinamento e inspeção hi-tech presença maciça na feira. Nada mais natural, tendo em vista que o Brasil atingiu o posto de maior comprador de equipamentos gráficos da América Latina. Nesse contexto, empresas nacionais e “de fora” – num total de 861, segundo a Alcantara Machado, organizadora da feira – se espalharam numa área de 60 mil metros quadrados. Novas tecnologias de impressão e pré-impressão foram destacadas, como o Computer-to-plate (CTP), que dispensa a gravação de fotolitos para imprimir, assim como novas famílias de papéis e máquinas de conversão de embalagens. Estimava-se, no fechamento do evento, que cerca de 55 mil vi-
Possuindo um conjunto completo de dispositivos eletrônicos com recurso de ajustes rápidos, as máquinas VLI de inspeção, corte e rebobinamento da Rotoflex foram mostradas no estande da Comprint. Falhas detectadas visualmente ou eletronicamente em bobinas de embalagens flexíveis e rótulos são facilmente excluídas com a utilização da mesa de emendas, fazendo com que apenas os produtos em perfeito estado sejam entregues aos clientes. O projeto do eixo de rebobinamento de troca rápida permite flexibilidade no trabalho com diferentes tamanhos de bobinas, e o corte tem precisão garantida pela tecnologia de guia de bobinas eletrônicas de última geração. Cláudio Ogawa, do departamento de marketing da Comprint, afirma que a aceitação da máquina está sur-
preendendo, o que pode ser medido pela aquisição de um modelo pela Mack Color Etiquetas Adesivas, de São Paulo. (11) 3845-0077
[email protected]
Cabeçotes variáveis
Mangas que duram
sitantes haviam passado pela Fiepag. Além das novidades expostas nos estandes, as quais mostramos nestas páginas, houve ainda a atração do ciclo de palestras, em que profissionais nacionais e estrangeiros discutiram assuntos de pré-impressão, impressão, acabamento, materiais, gestão técnica e outros temas de interesse do setor. “Os eventos técnicos são de fundamental importância para estimular a competitividade, melhorar a capacitação pro-
A Plotter de mesa da fabricante japonesa Mimaki para corte, vinco e desenho foi a novidade apresentada durante a Fiepag pela Furnax. Com cabeçotes variáveis, permite de 200
fissional e fortalecer o mercado
a 5000 gramas de pressão sobre o
gráfico”, define Ernani Parise,
substrato de trabalho. De acordo
superintendente de marketing
com Marcus Aguiar Ribeiro, da divi-
da Abigraf.
são de vendas do grupo, outros
É a consciência de que é pre-
destaques são o painel interativo,
ciso que os profissionais incor-
para fácil operação dos parâmetros,
porem o expertise das novas
e a bomba de vácuo, para fixação do
tecnologias, senão a excelência
material na mesa.
fica só nas máquinas.
(11) 3277-5658 www.grupofurnax.com.br
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O exclusivo sistema Twinlock de mangas (sleeves) auto-adesivas para processos flexográficos foi exposto pela MacDermid na Fiepag. A vantagem é a de montar clichês sem necessidade de uso de fitas acolchoadas de dupla face: a superfície da Twinlock é reutilizável. A adesão da superfície retorna após sua limpeza com solvente, e a manga fica novamente pronta para receber o próximo jogo de placas. O sistema pode durar vários anos, dependendo da intensidade do trabalho. (19) 3869-7237
[email protected]
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Feira Provas e fotolitos sofisticados Todos os lançamentos na área de soluções gráficas da Agfa foram demonstrados no estande da Agfa Gevaert do Brasil. Entre os destaques pertinentes à criação de embalagens estava a AgfaJet Sherpa 24, sistema de prova que combina hardware e software avançados, gerenciado pelo Apogee Série 2 RIP, equipamento jato de tinta que confere alta resolução e trabalha integrado ao software de gerenciamento de cores Color Tune Pro e à
tecnologia AgfaJet Proofing Base com camada de resina, o que resulta em provas de embalagens com qualidade superior. Já a Phoenix 2250 faz parte da nova geração de imagesetters de tambor, para a produção de filmes e chapas de poliéster para impressão. Permite produzir até 80 folhas por hora a 1 200 ppp, e o sistema, compacto, tem interface intuitiva, controlada por ícones. É recomendada para soluções de embalagem e gráficas comerciais. (11) 5188-6444 www.agfahome.com
Novos papéis e fortalecimento em B2B O e-vcp, novo sistema de e-business integrado ao site corporativo, foi uma das novidades da Votorantim Celulose e Papel durante a feira. De navegação amigável e rico em informações sobre a linha de produtos, pedidos dos clientes e estoques, o e-vcp tem o objetivo de otimizar negócios, “fazendo-nos ganhar tempo e consolidar negócios com segurança”, segundo Sérgio Vaz, diretor de negócios da empresa. Outros destaques foram os novos papéis couché da linha Lumimax, entre eles o Lumimax Pet, primeiro couché nacional desenvolvido especialmente para rótulos de refrigerantes. Suas características marcantes são a presença de revestimento brilhante em uma das faces e resistência à umidade, para impressões em offset, flexografia e rotogravura. (11) 269-4000 / www.vcp.com.br
Aproveitamento total Por meio de sua divisão de Adesi-
que se funde ao produto no momen-
vos Industriais, a Henkel mostrou ao
to do uso, eliminando os resíduos
mercado na Fiepag seus novos ade-
industriais.
sivos Euromelt 362 e Euromelt 301
(11) 3848-2391
[email protected]
para o mercado de embalagens de bebidas. Produzidos na unidade de Jacareí (SP da empresa, os novos produtos são dedicados à rotulagem de garrafas de PET com rótulos de polipropileno, em máquinas de alta velocidade que usam adesivos hot-melt. Como antecipado em EmbalagemMarca nº 12, a embalagem dos adesivos é um diferencial, já
Kraft e papelão ondulado novos Lançamentos da Irani Papel e Embalagem na Fiepag: o Hard Box e o Kraft liner branco. O primeiro é uma estrutura triplex composta de chapas de papelão ondulado para a construção de embalagens para big-bags, paletes e outros produtos que utilizam madeira para o acondicionamento de produtos e cargas. Vem tendo bastante aceitação na indústria automobilística, como estrutura de embalagens de transporte. Já o novo papel kraft é dedicado à utilização como capa externa de caixas de papelão ondulado (leites, vinhos) e até de embalagens cartonadas assépticas. A produção da Irani é verticalizada, pois a própria empresa produz a matéria-prima e converte as embalagens para clientes de diversas indústrias. (11) 4154-1000 / www.irani.com.br
STUDIO AG – ANDRÉ GODOY
21fiepag
Filmes japoneses Presente em diversas áreas industriais, a Mitsubishi também possui linha de filmes para imagesetters, que está sendo trazida como novidade e com exclusividade pela T. Janér ao Brasil. De acordo com a empresa, os filmes Mitsubishi têm melhor definição da formação do ponto, garantindo um ganho expressivo em qualidade principalmente em reproduções de altas lineaturas, e maior sensibilidade cromática. O NC Fotolito, de Bauru, é um dos birôs que vêm utilizando os filmes para a área de embalagem e seu proprietário, Newton Chiquito, diz que os filmes foram “prontamente avaliados e aprovados pelos clientes”. (21) 891-5400 / (11) 6165-8300 abr 2001 • EMBALAGEMMARCA – 31
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Feira Novos papéis, nova imagem Soluções variadas Num enorme estande, a Intergráfica apresentou equipamentos de pré-impressão, impressão e acabamento. Os destaques foram o sistema integrador Pecom, da Man Roland, software que permite o gerenciamento sistêmico de uma empresa gráfica através de intercâmbio de dados, a impressora Man Roland 204, para altas tiragens, que imprime em formato até 52 x 74 cm, e a impressora flexográfica Nilpeter, de seis cores e opção de hot-stamping, para o mercado de rótulos e etiquetas adesivas. Também foram mostrados soluções em CTP (Computer to Plate) e equipamentos para acabamento, como as guilhotinas da Wohlenberg e o balancim automático para corte de etiquetas da Blumer. (11) 5522-5999
[email protected]
A Brasilcote apresentou no evento novos papéis para o mercado de embalagens. O Lamicote Prata 130 é o lançamento para o mercado de sacolas. Para rótulos de cerveja e de outras bebidas, a novidade é o Biercote, que tem no papel-base tratamento especial para resistir à umidade. Já o Metalcote Gofrado, que pôde ser visto em ação promocional na capa de EmbalagemMarca no 18, também
visa principalmente ao mercado de rótulos. “É uma aplicação comum na Europa e que enobrece a embalagem, sem grande aumento de custos” diz Adam Antunes, do marketing da Brasilcote. Outro destaque foi a comunicação, na feira, da nova identidade visual da empresa, modernizada pela It’s Marketing Mix. (11) 4360-6211 www.brasilcote.com.br
Fitas para flexo
Rotulagem automática
Com mais de vinte anos no mercado, a Altec apresentou na Fiepag toda a sua linha de produtos de automação e controle de processo para a indústria gráfica. Na linha de insumos gráficos, o lançamento foi a linha de fitas dupla face R/bak Altec para otimização da montagem de clichês para impressão flexográfica. (11) 5611-7393/
[email protected]
A Label System mostrou ao mercado suas rotuladoras, com destaque para a LS-100/150-3C Softlogic, cujo grande destaque é a alta tecnologia de comando e controle, proporcionada pelo sistema computadorizado. (11) 4158-3037 www.labelsystems.com.br
Serigrafia para auto-adesivos A Stork ISC expôs na Fiepag seus equipamentos de serigrafia rotativa, para decoração de rótulos e etiquetas adesivas para as mais diversas indústrias. O sistema funciona com base nas telas RotaMesh, que permitem altas ti-
acordo com Paulo Ruffini, gerente da
pode fazer rótulos em braile e garantir
ragens de impressão, tanto em banda
divisão de equipamentos da empresa,
segurança, pois o sistema é difícil de
estreita como em banda larga e, pelo
a principal vantagem dos adornos se-
ser reproduzido em falsificações.
formato modular, podem se combinar
rigráficos é a de conferir relevo, eno-
a variadas linhas de impressão. De
brecendo o rótulo. O sistema também
(19) 429-1315
[email protected]
21Polo
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INVESTIMENTOS
CAPACIDADE
triplicada m
Polo inaugura primeira unidade de extrusão plana de filmes de BOPP na AL
Por Guilherme Kamio, enviado especial
ontenegro, Rio Grande do Sul. Próxima a Porto Alegre, a cidade acaba de ganhar o status de centro de excelência na produção de filmes de polipropileno biorientado (BOPP). Lá, a Polo Indústria e Comércio, um dos maiores fabricantes do material no país, inaugurou oficialmente, em 19 de abril, sua nova unidade de extrusão. Fruto do investimento de 40 milhões de dólares, a fábrica terá sua produção voltada principalmente ao mercado de embalagens de alimentos, que vem capitaneando o crescimento do consumo dos filmes de BOPP no país – em 2000 houve aumento de 15% em relação ao ano anterior. Com o funcionamento da unidade gaúcha, a Polo, pertencente ao grupo Unigel, torna-se a única empresa na América Latina e uma das poucas no mundo a do-
minar as duas tecnologias de extrusão de filmes de BOPP, a tubular e a plana. A primeira está alocada na unidade de Varginha (MG), onde quatro extrusoras processam filmes para o mercado de sobre-embalagens de cigarros, numa produção de 12 mil toneladas anuais. Com a plena operação da unidade de Montenegro, apta a produzir 18 mil toneladas anuais, a capacidade de produção da Polo praticamente triplica. E já existem planos para a duplicação da capacidade de produção da nova unidade, “o que deve se concretizar em até dois anos”, sinaliza Derrick Marcus, diretor presidente da Polo. Marcus espera que o mercado para o BOPP mantenha taxa de crescimento notável “pelo menos durante os próximos cinco ou seis anos”, avaliação condicionada a uma esperada melhora no cenário macroeconômico, “o que aumen-
ta o poder aquisitivo dos consumidores finais e indubitavelmente aquece o mercado de alimentos”. Vislumbrando essa maior demanda por filmes de BOPP, a Polo também tem instalada no local uma moderna metalizadora, “que produz filmes aluminizados para snacks e aplicações com barreira”, explica Patrícia Guerreiro dos Santos, técnica de processo. A decisão de instalar a fábrica em Montenegro atende a fatores altamente estratégicos no que diz respeito às logísticas de suprimento e de vendas. A matéria-prima consumida pela Polo vem do Pólo Petroquímico de Triunfo, fornecida pela OPP Petroquímica, e os principais clientes ficam nas regiões Sul e Sudeste do país. “Ademais, as exportações, que vêm crescendo, destinam-se principalmente aos países do Mercosul, e o porto de Rio Grande fica próximo da fábrica”, justifica Marcus.
Mark Andy adquire a Comco e amplia atuação Na onda das grandes fusões e aquisições, a Mark Andy, maior produtora de impressoras flexográficas de banda estreita no mundo, acaba de incorporar a Comco, outra grande fornecedora mundial na área. A Mark Andy continuará fabricando e dando suporte para as máquinas de sua marca e
também assume estas funções junto à Comco. “A aquisição da Comco promoverá uma excepcional estratégia de crescimento e oportunidade em embalagens flexíveis e aplicações em cartonagem”, afirma John Eulich, presidente da Mark Andy.
Com a junção do expertise das duas empresas, a Mark Andy amplia seus ramos de atuação, provendo soluções em conversão, cartonagem, embalagens flexíveis, etiquetas e rótulos. No Brasil, a empresa é representada pela Gutenberg Máquinas e Materiais Gráficos.
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Display Champanhe e pote para as mães A Bauducco investiu em embalagens promocionais para o biscoito Champanhe, do tipo “leve 3 pague 2”, para o Dia das Mães. Outra novidade para a data é um pote hermético de cerâmica, fornecido pela Comercial Vitória, de
SABÃO EM PÓ EM PAPELCARTÃO LAMINADO O sabão em pó Minerva, da Unile-
versão Minerva Brisa, o predomínio
ver, ganhou uma versão com sili-
é da cor azul. A empresa não divul-
cone, o que dispensa o uso de
ga os fornecedores.
amaciante. Para o lançamento, foram escolhidos como embalagens cartuchos de 500g e 900g, de FOTOS: DIVULGAÇÃO
papel cartão laminado com PET e impressos em flexografia. Na versão Minerva Floral, o cartucho apresenta a cor rosa e é metalizado. Já no design do cartucho da
IRB aposta em nova embalagem para energético Inicialmente comercializado somente em garrafas PET de 200ml, o energético Atomic Energy Drink, da IRB, aparece no mercado com uma nova apresentação: lata de aço de 250ml, fornecida pela Metalúrgica Matarazzo. De acordo com a fabricante, o investimento está sendo feito para o produto competir com os similares importados encontrados no mercado, que usam embalagens metálicas. O design não sofreu alterações.
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Campinas (SP), que acomoda biscoitos variados da marca. A NR Design concebeu o design do pote. Os cartuchos do biscoito Champanhe trazem um design especial, assinado pela agência RW.
Omo tamanho família Omo MultiAção, o detergente em pó líder em vendas no Brasil (36,2% de share, de acordo com pesquisa Ibope de fevereiro de 2001), quer facilitar o dia-a-dia das donas de casa. Para tanto, está lançando a nova embalagem de 1500g, com visual assinado pela Oz Design e fornecida pela Toga. Os cartuchos de 500g e 900g não estavam adequados ao consumo familiar – pesquisas do Ibope revelam que está crescendo a aceitação pelas embalagens de maior quantidade de sabão em pó.
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RIQUEZA EM IMAGENS PARA DESPERTAR APPETITE APPEAL A Extra Comunicação é quem assina o design do novo produto da Valedourado, a Vitamina de Frutas. A embalagem tem um grande espaço reservado para imagens de frutas, estratégia para conquistar o público pelo appetite appeal. No design, a marca também foi destacada. O produto é encontrado em embalagens cartonadas de 1litro e de 200g, fornecidas pela Tetra Pak. Outro lançamento da Valedourado que leva visual desenvolvido pela Extra Comunicação é o Chá, nos sabores limão e pêssego. A fim de destacar o sabor natural, foram utilizadas ilustrações das frutas e, ao fundo, do próprio chá. As embalagens, também fornecidas pela Tetra Pak, ressaltam as cores das frutas (verde para o limão e laranja para o pêssego).
Purê em porção menor para quem mora só As empresas estão cada vez mais buscando conquistar o segmento single, em expansão. Para não ficar atrás, a Yoki lançou o purê de batata
em embalagem menor (110g). Disponível nos sabores manteiga e ervas e tradicional, as embalagens flexíveis, com filme laminado, são feitas pela própria Yoki e levam design da Zauberas & Associados.
Design moderno para o casal A Natura está colocando no mercado a Sintonia de Natura, nova colônia com versões feminina e masculina. Com um design moderno e simples, o frasco, fabricado pela vidraria francesa Bormioli Rocco, foi criado pelo designer francês Thierry Baschmacoff, do renomado ateliê Aesthete. THOMAS KREMER
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Display
KOMATSU DESENVOLVE VISUAL DE NOVA RAÇÃO A nova linha de alimentos para cães Nutridog Sabores, da Provimi, teve sua apresentação visual
desenvolvida pela Komatsu Design. As embalagens flexíveis de 2,5 kg, 8kg, 15kg e 25kg apresentam ilustrações que exploram os diferentes formatos e cores das rações, com ilustração do produto simulando uma janela para visualização. Union Pack e a Plastrela são as gráficas responsáveis pela impressão.
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Display Em pote de PP, para as prevenidas Previna, um alimento em pó à
nado em um pote de polipropileno,
base de proteína isolada de soja
fabricado pela Emplas.
para mulheres, é o lançamento
Os rótulos wrap-around, em papel
da empresa Sanavita Nutrição e
couché 90g, são impressos pela
Ciência. O produto, formulado
Santa Edwiges Artes Gráficas. A
para reduzir o risco de câncer
Ás Design e Publicidade é quem as-
de mama e os efeitos negativos
sina a criação da marca e da em-
da menopausa, vem acondicio-
balagem do Previna.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
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Linha de biscoitos da Parmalat ganha nova identidade Toda a linha Bakery Parmalat passou por uma reformulação, assinada pela a10 Design. O projeto envolveu alteração da logomarca, que fundiu o nome ao símbolo, e novo design das embalagens. A cor vermelha foi adotada como novo equity para a linha, cujas embalagens também ganharam
Puro luxo no conteúdo e na embalagem
uma luz ao fundo das ilustrações dos ingredientes e dos produtos. O posicionamento do logo facilita a leitura da marca Parmalat, e a verticalização das embalagens, proposta pela a10, é uma inovação na apresentação de biscoitos. As embalagens são fornecidas pela Shellmar e pela Tecnoval.
O BEM E O MAL
A Duty Free do Brasil está trazendo
Fusion é o nome da nova fra-
ao Brasil o uísque super premium
grância do desodorante Axe, da
Ballantine’s Purity, envelhecido por
Elida Gibbs, divisão da Unilever.
20 anos. Além dos componentes, de
O símbolo do produto apresenta
qualidade superior, a embalagem,
dois personagens entrelaçados,
uma garrafa de vidro em forma de
que representam o “bem” e o
gota, de 500 ml, segue o apelo de
“mal”. As embalagens spray e
diferenciação. Pelo esmero na deco-
aerossol do Axe Fusion são for-
ração e no design da garrafa, o Bal-
necidas, respectivamente, pela
lantine’s Purity já ganhou diversos
Sinimplast e pela empresa argentina Impacta. Já a versão colônia
prêmios na Europa. O produto é encontrado apenas nas lojas Duty
médio de 85 dólares. Informações
do produto é acondicionada em
Free do Brasil e da Ásia, a um preço
no tel. 0800 216168 (SAC Duty Free).
frascos de vidro, da Wheaton. O design das embalagens foi de-
Dil e Canguru no Sym reformulado
senvolvido internamente.
A Dil Consultores em Design e Marketing foi a responsável pela reformulação da embalagem do absorvente Sym, da Santher. O produto, voltado para o público jovem feminino, ganhou competitividade no PDV pela apresentação moderna, com cores vibrantes (verde cítrico e lilás). As embalagens são da ITW Canguru. abr 2001 • EMBALAGEMMARCA – 37
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Panorama DU PONT VIRTUAL REMODELADA O braço brasileiro da Du Pont acaba de lançar seu novo – e caprichado – site para a divisão de embalagem. Em www.pack.dupont.com.br é pos-
sível saber a história da companhia americana, ter uma descrição técnica e das aplicações das principais marcas de filmes e resinas produzidas pela Du Pont, conhecer a história das embalagens plásticas flexíveis e entrar em contato com a empresa. “Como várias companhias em todo o mundo, a DuPont tem grande expectativa em relação à utilização da Internet como forma de apresentação e comercialização de seus produtos”, diz Henrique Ubrig, presidente da Du Pont Brasil, justificando o investimento.
Extrusão para grandes convertedores
Copoliéster protetor transparente A Eastman está reforçando a comunicação das vantagens de seu novo copoliéster Eastar AN004 na conversão de embalagens. Diversos fabricantes de cosméticos já vêm utilizando a resina pelas propriedades de transparência, que permite aparência de vidro, barreira à evaporação, resistência química e benefícios no processamento – por exemplo a secagem mais rápida que a de outros copoliésteres. É o caso da mexicana Zermat, que utilizou a resina nas tampas das em-
A Imacom está apresentando ao mercado sua máquina extrusora de dupla rosca co-rotante DRC 58, para a fabricação de laminados e granulação de PS, PP, PE e PET, entre outros materiais termoplásticos. Segundo José Martusewicz Neto, assessor de marketing da Imacom, a empresa trabalha na divulgação das vantagens que o novo equipamento pode trazer para grandes convertedores de embalagens plásticas. “Eles próprios podem preparar sua matéria-prima para a produção”, justifica. (11) 4392-4611 www.imacom.com.br
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balagens da linha de batons Eleganzza, que por ter uma fórmula volátil necessitava de uma embalagem totalmente hermética.
(1 423) 229-3078 / www.eastman.com
Plus para produtos perigosos
A Brasilata está lançando mundialmente sua nova lata 1/4 de galão para produtos perigosos, a Plus UN. Ela dispensa o uso de sistemas de reforço e travas para acondicionar produtos como tintas à base de solventes, que fazem parte da categoria de produtos perigosos e têm de seguir recomendações internacionais editadas pela Organização das Nações Unidas. Segundo especialistas, a nova embalagem é a primeira com tampa de pressão que conseguiu passar pelos rígidos testes exigidos para a categoria sem o auxílio de travas. Outra vantagem da Plus UN é que, com ela, os fabricantes de tintas podem eliminar sistemas de reforço em embalagens secundárias como travas plásticas e caixas de papelão ondulado. A nova lata já tem pedido registrado de patente internacional e seria oficialmente lançada na Cannex, evento que reúne fabricantes de latas, envasadores e fornecedores de equipamentos de todo o mundo em Denver, Estados Unidos, no fim de abril. (11) 3619-4400 www.brasilata.com.br
FOTOS: DIVULGAÇÃO
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Panorama Transporte sem transtorno
Foco nas embalagens para alimentos Já estão abertas as inscrições para o 2º Prêmio Brasileiro de Embalagem Papelcartão, promovido pela Bracelpa – Associação Brasileira de Celulose e Papel em parceria com a Universidade Anhembi Morumbi. Destinado a estudantes universitários de áreas correlatas ao desenvolvimento de embalagem, como design, desenho industrial, artes plásticas e marketing, entre outras, de todo o país, o concurso é dividido em duas categorias: uma contemplará novas propostas de embalagens para produtos que já usam papelcartão e outra premiará embalagens para produtos que não utilizam o papelcartão. A novidade deste ano é que o segmento de alimentos foi o escolhido como tema de desenvolvimento dos trabalhos. Os prêmios são computadores iMac equipados com softwares gráficos e a participação numa exposição e numa publicação com os melhores trabalhos. O kit de inscrição deve ser retirado até 17 de agosto, no Campus Centro da Anhembi Morumbi ou na Bracelpa. Também pode ser solicitado pelo telefone de informações 0800 102131 ou pelo site www.papelcartao.com.br.
A Packnology, representante no Brasil do software Cape Pack’99, agora na versão Millenium Edition, acaba de inaugurar sua página na internet. No endereço (sites.uol.com.br/packnology) é possível colher informações amplas sobre o programa, um dos mais utilizados mundialmente no desenvolvimento tridimensional de embalagens para paletização ou conteinerização, redução de estoques e melhora de eficiência de cadeias logísticas como um todo.
(19) 3251-0689
[email protected]
ABIVIDRO LANÇA ANUÁRIO A Abividro – Associação Brasi-
alvo do maior investimento du-
leira das Indústrias de Vidro
rante 2000 – 70 milhões de dó-
está lançando seu Anuário,
lares, destinados ao aumento
com um balanço de 2000 e
de produtividade e ao acesso a
perspectivas para o atual exer-
novas tecnologias.
cício. Os dados da publicação
No geral, o setor vidreiro cres-
mostram que o ano passado
ceu 6,9% em relação a 1999 e a
foi positivo para as embala-
estimativa para 2001 é de que
gens de vidro, segmento
os investimentos
que registrou maior
alcancem o montante de
crescimento em faturamento na indústria vi-
217 milhões de dólares, 29% a mais que no
dreira, com 11,5%. Parti-
exercício anterior. “Isso
cipando em 32% do fatu-
consequentemente irá
ramento total do setor, que bateu na casa dos 2,3 bilhões de reais (cerca de 1% do PIB), as embalagens também foram
alavancar a produção”, afirma Lucien Belmonte, diretor executivo da associação.
www.abividro.org.br (11) 255-3033
Conservação em embalagens flexíveis Lançado durante a Brasilplast 2001, “Requisitos de conservação de alimentos em embalagens flexíveis” procura transmitir o máximo de informações técnicas para os transformadores de embalagens plásticas flexíveis, como exigências de barreiras de diferentes alimentos e quais processos e materiais são mais adequados a cada apli-
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cação. Patrocinado pela OPP Petroquímica, a publicação foi escrita pelas pesquisadoras Claire Sarantópoulos e Lea Mariza de Oliveira, do Centro de Tecnologia de Embalagem do Instituto Tecnológico de Alimentos (Cetea-Ital), e pela engenheira de alimentos Érica Canavesi. Além de fonte de consultas para o setor transformador, espera-se
que o livro também seja útil ao empresariado e ao público consumidor em geral. O volume custa 120 reais – associados do Cetea têm desconto de 20% – e pode ser solicitado à área de Documentação e Informação do Cetea (ADI). (19) 3743-1936
[email protected]
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Panorama
A indústria brasileira de alu-
A Tetra Pak Brasil recebeu do
A Pimaco, líder da América
mínio fechou o ano de 2000
FDA (Food and Drug Adminis-
Latina no segmento de eti-
com crescimento de 1,1% no
tration, órgão norte-ameri-
quetas auto-adesivas, quer
consumo doméstico de pro-
cano que regulamenta em-
evoluir no segmento de pro-
dutos transformados de alu-
presas fornecedoras de pro-
dutos industriais. Para atingir
mínio, registrando volume de
dutos ligados à área alimen-
a meta de crescer 20% em
667 mil toneladas no ano,
tícia e farmacêutica) certifi-
2001, a empresa acaba de
contra 659,8 mil toneladas
cado autorizando-a a expor-
conquistar novos clientes: Ni-
em 1999. Nesse desempenho,
tar suas embalagens, inclusi-
vea, Bristol Myers, Basf e
o setor de folhas, atrelado ao
ve as específicas para leite,
SmithKline. A Pimaco já pro-
segmento de embalagens,
para qualquer país. A empre-
duz há seis anos os rótulos
teve aumento de 7,2%.
sa é a primeira do setor de
da marca Palmolive e atende
embalagens para alimentos
empresas como Coper, Video-
O grupo Pão de Açúcar, apoia-
que recebe esta certificação
lar, Emtec, Helios Carbex e
do pela Unilever através de
em toda a América do Sul. A
Kanitz.
sua marca de xampu Orga-
subsidiária brasileira é a sé-
nics, começou a coletar me-
tima do grupo a receber a
tais, vidros, papéis, plásticos
autorização.
e baterias de celular para reciclagem. Postos de entrega
O escritório Oz Design ficou
voluntária serão implantados
em primeiro lugar no ranking
O grupo Tetra Laval, da Suíça,
em 12 lojas da Grande São
“Designers By Designers”, em
fez uma oferta pela fabri-
Paulo e Campinas e a renda
que os próprios designers es-
cante francesa de máquinas
obtida com a reciclagem irá
colheram os dez melhores
para indústria de embalagens
para programas sociais e de
designers e os dez melhores
Sidel. A empresa sueca de
educação ambiental. As lojas
escritórios do país. Fundada
embalagens ofereceu um ágio
do grupo terão sacolas de
em 1979 por Ronald Kapaz,
de 21% sobre a cotação das
quatro cores, para que o
Giovanni Vannucchi e André
ações da Sidel, o que a avalia
cliente leve para casa emba-
Poppovic, a Oz é responsável,
em 1,5 bilhão de dólares.
lagens que ajudem na sepa-
entre outros trabalhos, pelas
ração dos materiais.
embalagens de Omo há dez
Dentro de seis meses, uma
anos, de Tang e dos bolinhos
tarja amarela e um logotipo
Muffs, da Santista Alimentos.
em azul escuro, com a letra
O Fechamento Plus para latas continua rendendo prêmios à
G, deverão constar na emba-
Brasilata. Acaba de ganhar
lagem de todos os remédios
um Prêmio Ouro na categoria
genéricos vendidos no País.
General Line durante o Con-
A nova regra consta em reso-
gresso Latincan 2001, que
lução da Agência Na-
reuniu especialistas em em-
cional de Vigilância Sa-
balagens metálicas de 28 de
nitária (Anvisa) e busca faci-
fevereiro a 2 de março, na
litar a identificação do pro-
cidade de Cancún, México.
duto.
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EVENTOS CORES: CONHECENDO E APLICAN-
JUNHO • Fispal 2001 – Com as atenções voltadas para a segmentação do setor alimentício, o Grupo Brasil Rio criou um novo formato para a Fispal. Serão realizadas, simultaneamente, de 19 a 22 de junho, a Fispal Alimentos & Bebidas, no International Trade Mart, e a Fispal Tecnologia & Embalagem, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, oficializando a “Semana Internacional da Alimentação no Brasil”. Informações: (11) 3758-0996 • Techno Plus – 3ª Feira Internacional de Tecnologia para as Indústrias Farmacêutica, Química e Cosmética, que a partir de 2001 acontecerá integrada à Fispal Tecnologia & Embalagem – 17ª Feira Internacional de Tecnologia & Embalagem para a Indústria Alimentícia. Entre 19 e 22 de junho de 2001, das 10h às 19h no Pavilhão de Exposições do Anhembi, São Paulo. Informações: (11) 3758-0996 JULHO • LatinPack 2001 – Quinta versão da conferência Premier na América Latina sobre conversão de plásticos e embalagens no Mercosul. Serão apresentados trabalhos de extrusão e co-extrusão de filmes e folhas, de impressão e conversão de filmes, novos desenvolvimentos em embalagens de barreira e tecnologias emergentes em plásticos rígidos e flexíveis. Dias 11 e 12 de julho no hotel Deville, em Guarulhos, São Paulo. Informações: (8) 47 577-2435. • FCE Pharma – Feira de matérias-primas, embalagens, serviços e equipamentos para a indústria farmacêutica. De 24 a 27 de julho no Expo Center Norte, São Paulo. Informações: (11) 3873-0081 • HBA South America – Matérias-primas, embalagens, serviços e equipamentos para a indústria de cosméticos. De 24 a 27 de julho no Expo Center Norte, São Paulo. Informações: (11) 3873-0081 AGOSTO • Food Ingredients South America – Ingredientes e matérias-primas de alimentos e equipamentos para laboratórios da indústria alimentícia. De 1 a 3 de agosto no Expo Center Norte, São Paulo. Informações: (11) 3873-0081 SETEMBRO • Cosmoprof Cosmética – Feira Internacional da Beleza. 21 a 24 de Setembro de 2001. Pavilhão de Exposições do Anhembi, São Paulo. Informações: (11) 3826-9111 OUTUBRO • Visual Communication – Feira de fabricantes e fornecedores de máquinas, equipamentos e suprimentos para pré-impressão, imagens digitais, reprografia e sinalização. De 4 a 6 de outubro no Expo Center Norte, São Paulo Informações: (11) 3873-0081
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DO A LINGUAGEM E SIGNIFICADOS Workshop que tem o objetivo de estudar a linguagem da cor conhecendo sua sintaxe e semântica e como ela se diferencia entre diferentes países, povos e culturas. No programa, introdução à história da cor através dos sistemas cromáticos e de sua relação com a arte, a ciência e uma teoria da cor; introdução à metodologia do SCC – Sistema de Cores Cecor, com abordagem à sintaxe e semântica da cor; análise dos conceitos internacionais de cores coordenadas para comunicação, organização e expressão social e de sua contribuição para mais conforto, mais produtividade e maior segurança. O evento é voltado a profissionais de marketing, promoção e vendas de produtos ligados à cor, profissionais e estudantes das áreas de arquitetura, design, moda, decoração, comunicação visual e webdesign. O curso é ministrado por Nelson Bavaresco, designer gráfico, artista plástico e pesquisador da cor. Dias 4, 5, 6, 7 e 8 de junho, na rua Nilo, 202, São Paulo. Informações: fax: (11) 288-8517 E-mail:
[email protected] FÓRUM INTERNACIONAL DA EMBALAGEM EM PAPELCARTÃO As últimas tendências em design de embalagens e em marketing ambiental, o panorama brasileiro sobre as leis para reciclagem e descarte de resíduos sólidos e novas soluções de embalagem em papel cartão vão estar sendo debatidos no 2º Fórum Internacional da Embalagem em Papelcartão. O evento, realizado pela Campanha Papelcartão, promovida pelas empresas Suzano, Ripasa, Papirus, Miguel Forte, Ibema, Nobrecel, Klabin e Riverwood, associadas à Bracelpa – Associação Brasileira de Celulose e Papel, é voltado a fabricantes de papel cartão, designers, supermercadistas, representantes da indústria gráfica e fabricantes de produtos de consumo. Entre os palestrantes estão Christopher McCarty, consultor de design de embalagem, que trabalha há 30 anos com desenvolvimento e pesquisa de embalagens nos Estados Unidos, Vânia M. Thuerler, chefe de comunicação gráfica da Nestlé, e Fabiano Pires, consultor da Bracelpa. Dia 8 de maio, no Maksoud Plaza, em São Paulo. Informações pelo telefone 0800 102131.
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Almanaque Reinado firme, mas curto Maços de cigarro, caixas de alimentos, estojos de CD’s e incontáveis outros produtos são hoje envoltos pelos onipresentes filmes plásticos. No entanto, até meados dos anos 80 ainda era habitual usar como acabamento das embalagens o papel celofane. Por sua vez, até 1927 esse material era utilizado meramente como envoltório decorativo, em presentes e para embrulhar produtos domésticos. Naquele ano, Hale Charch,
um pesquisador da DuPont Cellophane Company conseguiu desenvolver um celofane à prova d’água que viria transformar-se num popular e eficaz material de embalagem, que durante meio século foi soberano nas funções de protetor e decorador.
Para pensar em casa Da pré-história aos dias atuais, jogar fora foi a maneira favorita da humanidade de livrar-se das coisas usadas. Escavações arqueológicas em diferentes sítios indicam que o lixo simplesmente ficava onde caía ou era varrido para um canto. Esse sistema de descarte funcionou bem durante a maior parte dos últimos 2 milhões de anos enquanto as populações foram nômades. Ao fixaremse, começaram os problemas. Arqueólogos calculam que
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em Tróia os resíduos sólidos se acumularam ao longo do tempo à média aproximada de 1,10 metro por século. As escavações revelaram também que uma forma mais ou menos comum de eliminar os restos de comida nas cidades era atirá-los à rua e deixar que animais domésticos, especialmente porcos, os consumissem. As coisas se complicaram de vez com o aumento das populações urbanas e o uso crescente de embalagens. Agora é correr.
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A mãe de todas as embalagens Pode-se dizer que a Revolução Industrial é a verdadeira mãe das embalagens como as conhecemos hoje em dia, isto é, como elemento de proteção, transporte e marketing. Obviamente, quando se fala de embalagem está-se falando também de rótulos. Com a Revolução Industrial tornou-se necessário identificar os produtos que passaram a
ser colocados no mercado em volumes – literalmente – industriais. Mas os rótulos se tornaram populares, mesmo, a partir de 1798, graças a duas importantes invenções: a máquina de fazer papel, concebida na França por Nicolas-Louis Robert, e o princípio da litografia, descoberto por Alois Senefelder, na Bavária.
Cada povo com seu uso Geralmente, aquilo que se costuma chamar “esporte nacional” é retratado nas embalagens de produtos, sobretudo de bebidas. Um bom exemplo, vindo da Espanha, é o dos rótulos de garrafas de aniz. Os que aqui aparecem, dos anos 60, homenageiam grandes astros da tourada, uma predileção tão espanhola quanto o próprio aniz. Para os brasileiros, é um pouco estranho que não haja no país rótulos de cachaça com ídolos ou emblemas de clube de futebol na mesma profusão que se vê naquela bebida na Espanha. Afinal, se for por quantidade consumida e por paixão esportiva. . .