Revista Embalagemmarca 027 - Outubro 2001

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Ano III • Nº 27 • Outubro 2001 • R$ 6,00

Setor de faça-você-mesmo descobre o poder de comunicação das embalagens www.embalagemmarca.com.br

ECOLEAN, UMA ALTERNATIVA ÀS CARTONADAS • MARCAS ON-LINE

27editorial

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Em frente, como sempre

C

âmbio destrambelhado, economia em retração, corrupção, Seleção mambembe, o diabo. Apesar de todas as notícias desanimadoras, o país não fechou as portas e continua produzindo – e produzindo coisas muito boas. Falemos da área de embalagem, que é a nossa seara. Revendo as 26 edições de EMBALAGEMMARCA que antecederam esta e que registram um pouco da história dos últimos dois anos no setor, constata-se, em todos os aspectos, um admirável avanço da embalagem produzida no Brasil. Para não permanecermos

só nos elogios, ao encerrar esta edição e fazer um balanço de seu conteúdo, a redação concluiu que “está muito boa”. Não se trata de vaidade, mas sim da consciência de que nela há uma boa gama de assuntos interessantes, informativos e instigantes relacionados com a cadeia de embalagem. Também não é mérito nosso que esses temas sejam atraentes e úteis aos leitores e às empresas em que trabalham. A revista simplesmente reflete, ou tenta refletir, o que de melhor a indústria, os convertedores, a área de serviços e as empresas usuárias de embalagens realizam.

Ao percorrer as páginas da revista, certamente os leitores concordarão que, não obstante as dificuldades de todo tipo enfrentadas por quem trabalha e produz neste país, há ainda motivos para acreditar nele e em sua gente. Não se recomenda, é claro, por sobre o nariz os óculos do doutor Pangloss, que via tudo corde-rosa. Mas, se fosse para deixar de ir em frente por causa de crise certamente ainda seríamos, como insistiam em dizer no passado os mais acomodados, “um país essencialmente agrícola”.

Wilson Palhares

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outubro 2001 Diretor de Redação Wilson Palhares [email protected]

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ENTREVISTA: GILBERTO STRUNCK Presidente do conselho consultivo do Popai e diretor da agência Dia Design fala sobre o processo de criação de identidades visuais para marcas de sucesso

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MARCAS Embalagens começam a ser vistas como boas ferramentas de divulgação de homepages

Reportagem [email protected]

Flávio Palhares [email protected]

Guilherme Kamio [email protected] Leandro Haberli [email protected]

Thays Freitas [email protected] Colaboradores Josué Machado e Luiz Antonio Maciel Diretor de Arte Carlos Gustavo Curado

CAPA Com os home centers, futuro sorri para embalagens de produtos de bricolagem

Administração Marcos Palhares (Diretor de Marketing) Eunice Fruet (Diretora Financeira) Departamento Comercial

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[email protected]

MAKING OF B+G designers cria embalagens para a linha infantil de banho e pós-banho da Nazca Cosméticos

Wagner Ferreira Circulação e Assinaturas Claudia Regina Salomão [email protected] Assinatura anual (11 exemplares): R$ 60,00

Público-Alvo

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EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que ocupam cargos técnicos, de direção, gerência e supervisão em empresas fornecedoras, convertedoras e usuárias de embalagens para alimentos, bebidas, cosméticos, medicamentos, materiais de limpeza e home service, bem como prestadores de serviços relacionados com a cadeia de embalagem.

PRÊMIO Vencedores do 2º Prêmio Brasileiro Papelcartão, promovido pela Bracelpa

Tiragem desta edição 7 500 exemplares

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Editorial

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A essência da edição do mês, opinião – e mudanças

Novidades em embalagem apresentadas na Cosmoprof 2001

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Prós e contras

Feira

Repercussão da entrevista com o deputado federal Emerson Kapaz

Alheia à crise, Buenos Aires sediou a Envase e a Alimentec

20 Inovação

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Co-fundador da Tetra Pak tenta revolucionar outra vez

Movimentação na indústria de embalagens e seus lançamentos

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Materiais

Display

Lançamentos e novidades no mercado de consumo

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Convertedores aderem a métodos de in-plant para tintas

Impressa em papel Couché Image Matte 115 g/m2 (miolo) e Couché Reflex L2 150 g/m2 (capa) da Suzano

Panorama

Aço mantém hegemonia na indústria de tintas Sistemas

Filiada ao

Cosméticos

Almanaque

Fatos não muito conhecidos do universo das embalagens

FOTO DE CAPA: STUDIO AG / ANDRÉ GODOY

27sumario

EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 – Chácara Santo Antonio - CEP 04718-040 - São Paulo, SP Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463

www.embalagemmarca.com.br O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é resguardado por direitos autorais. Não é permitida a reprodução de matérias editoriais publicadas nesta revista sem autorização da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.

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prós e contras

Resíduos sólidos em debate D

ando prosseguimento à cobertura das discussões sobre a elaboração de uma nova política de coleta e destinação de lixo no Brasil, EMBALAGEMMARCA solicitou a entidades e associações envolvidas na cadeia de embalagem que fizessem críticas e manifestassem suas opiniões a respeito do texto preliminar divulgado pelo deputado federal Emerson Kapaz, relator da Comissão Especial de Resíduos Sólidos na Câmara Federal. O relatório foi tema da entrevista de setembro com o deputado, complementada com mais perguntas e respostas no site da revista. Na página da web foi também inserida a íntegra do relatório preliminar. O objetivo disso tudo foi oferecer a fabricantes e usuários de embalagens base para analisar e opinar. O pedido para que comentassem o relatório foi enviado a doze entidades: ABAL – Associação Brasileira do Alumínio, ABEPET – Associação Brasileira das Indústrias de PET, ABIA – Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação, ABIEF – Associação Brasileira das Indústrias de Embalagens Flexíveis, ABIPLAST – Associação Brasileira da Indústria do Plástico, ABIQUIM – Associação Brasileira das Indústrias Químicas, ABIVIDRO – Associação Brasileira das Indústrias de Vidro, ABPO – Associação Brasileira do Papelão Ondulado, ABRAS – Associação Brasileira dos Supermercadistas, BRACELPA – Associação Brasilei-

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ra de Celulose e Papel, Instituto do PVC e PROLATA – Programa de Valorização e Incentivo ao Consumo de Embalagem Metálica. Aqui são reproduzidas as mensagens daquelas que responderam, ocupando excepcionalmente o espaço destinado a cartas dos leitores.

empresas que investirem em reciclagem. Assim, estaria fomentando na iniciativa privada o desenvolvimento de novas tecnologias e mecanismos para reciclagem e tratamento de resíduos. Comissão de Reciclagem da ABAL

Alumínio

Plásticos

A indústria brasileira do alumínio apóia a elaboração de uma política nacional de resíduos sólidos por acreditar que o poder público, a sociedade e o setor produtivo são responsáveis pelo gerenciamento da questão. A política de coleta e seleção de resíduos deve ser planejada localmente, pois exige que sejam consideradas as realidades e as necessidades sociais, econômicas e ambientais brasileiras. O retorno do lixo passível de reciclagem e de coleta seletiva à cadeia produtiva, como matéria-prima, deve ser estimulado. Concordamos que os resíduos derivados de embalagens devem ser classificados como resíduos sólidos urbanos. A Abal considera, entretanto, que, em nenhuma circunstância, a liberdade de escolha do tipo de embalagem pelo consumidor deve ser tolhida. O poder público e a iniciativa privada devem estimular a atividade de reciclagem por meio de ações que promovam a educação ambiental entre todas as camadas da população. O poder público deve também criar incentivos fiscais e mecanismos de isenção tributária para as

A iniciativa do deputado é salutar, por abrir a discussão à sociedade antes da redação do relatório final. Há outros pontos meritórios, como a separação do lixo doméstico em duas frações – orgânica e não-orgânica, para fins de reciclagem. Estas disposições têm o apoio da Abiquim, que, através de seu Programa Plastivida, defende a adoção do conceito de responsabilidade compartilhada no manejo dos desperdícios. Cada elo da cadeia produtiva deve ser responsável pela correta disposição de seus resíduos, o consumidor final deve colaborar, separando os recicláveis em sua residência, os municípios precisam ter esquemas de transporte e coleta seletiva implementados, e as ONGs devem atuar intensamente na educação ambiental. Neste contexto, não se justifica que as embalagens de plástico sejam classificadas na categoria de especiais, conforme dispõe o relatório. Na visão da Abiquim, resíduos especiais são apenas as embalagens destinadas ao acondicionamento de produtos perigosos. Esperamos que o relatório final corrija este tipo de

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distorção, sob pena de dificultar a concretização de um dos objetivos do projeto, que é elevar os percentuais de reciclagem dos materiais. Luis Briones, Coordenador do Programa Plastivida da Abiquim

Vidro A Associação Brasileira das Indústrias de Vidro considera a apresentação do projeto de lei sobre resíduos sólidos um avanço para a criação de uma política nacional sobre o assunto. É imprescindível encontrar, o quanto antes, saídas que diminuam o impacto do lixo no meio ambiente. Mas, para que se viabilize, o projeto precisa apoiar-se em leis que possam ser cumpridas e que apresentem definição clara de responsabilidades. A legislação deve superar a falta de integração entre a coleta municipal e as indústrias de embalagens. É preciso garantir que todos os setores da sociedade trabalhem em sintonia para que a solução do lixo se viabilize. Nessa parceria, cada um dos setores deve arcar com responsabilidades específicas. Cabe ao poder público e à iniciativa privada desenvolver ações educativas e, principalmente, se responsabilizar pela coleta, seleção e destinação adequada do material a ser reciclado. O papel das indústrias é receber sua matéria-prima e realizar a reciclagem deste material. Aos cidadãos fica a tarefa de separar os resíduos de acordo com sua categoria. A Abividro está disposta a cooperar com o projeto e defende que ninguém pode se furtar da responsabilidade ambiental. Lembramos, porém, que no setor vidreiro a reciclagem é a última alternativa. Antes, a embalagem de vidro oferece a possibilidade de reutilização. Reciclando ou reutilizando, a ajuda de todos é primordial para que a política nacional de resíduos sólidos seja efetiva e dê resultados. Assumimos o compromisso de fazer nossa parte. Lucien Belmonte Superintendente da Abividro

O setor A complexidade do tema abordado na entrevista com o deputado Emerson Kapaz torna necessária uma ampla discussão. Certamente, a elaboração de uma legislação nacional de gerenciamento de resíduos sólidos é muito benéfica para o país e para toda a sociedade. Não podemos ignorar a importância de dispormos corretamente o lixo e maximizarmos o reaproveitamento dos resíduos. Mas a ânsia de aprovarmos esta legislação não pode atropelar a necessidade de termos maior domínio sobre a questão, conhecendo a realidade brasileira, e de fazermos uma simulação realista da transformação da teoria em prática. Não é tarefa para uma pessoa só. Uma política nacional deve estabelecer princípios e diretrizes e não definir a forma de execução. Em um país como o Brasil – de extensão territorial continental, com desníveis econômicos, sociais e de infra-estrutura –, as soluções devem ser definidas localmente, respeitando as particularidades locais, mas em consonância com as diretrizes da legislação federal. A ABRE está à disposição para dividir sua experiência, e contribuir tanto para a concretização desta legislação como para apoiar a indústria no seu esforço de preservar o ambiente. Luciana Pellegrino Diretora executiva da ABRE

Lata de aço O grande mérito do projeto é abrir o tema à discussão da sociedade, ao reunir 57 propostas de lei num único texto. Também é louvável por não responsabilizar unicamente a indústria pelo destino final da embalagem e deixar claro que esta função deve ser compartilhada também entre o poder público e os consumidores. Por estar aberto a mudanças, merece ser elogiado. Quanto às metas de reciclagem, o Prolata é contra qualquer iniciativa que acarrete novo ônus tributário aos agentes econômicos. Se o governo quer estimular o uso de mate-

riais de embalagem mais saudáveis e ambientalmente compatíveis, isto pode ser feito por meio de um plano de incentivos fiscais. Nesse caso, a posição do aço seria extremamente confortável, pois trata-se de um material infinitamente reciclável e degradável. Também não concordamos com o estabelecimento de percentuais de fatias de mercado para as embalagens retornáveis, porque isso privilegiaria materiais como o vidro, em detrimento de outros que são altamente reciclados, como o aço e o alumínio. Se a intenção era desestimular a produção e uso do PET, o tiro acabou atingindo outros alvos. O sistema de pagamento pelos serviços urbanos de coleta de lixo atualmente em vigor é injusto e antiquado, ao enxergar o contribuinte pessoa física da mesma forma que o contribuinte produtor de lixo em alta escala. Porém, o mais importante no momento é rever a política municipal de gerenciamento de resíduos sólidos em todo o país, para que, a partir de investimentos em educação ambiental, a coleta seletiva e a reciclagem passem a ser feitas em larga escala. Roberto Pinto Coord. de marketing do Prolata CORREÇÃO Na edição nº 25 (agosto de 2001), informamos erroneamente na reportagem de capa, “Efeitos da crise de energia”, que a Klabin é a fornecedora líder de papel cartão para embalagens de alimentos congelados. Na verdade, essa condição pertence à Ripasa.

MENSAGENS

PARA

EMBALAGEMMARCA

Redação: Rua Arcílio Martins, 53 CEP 04718-040 • São Paulo, SP Tel (11) 5181-6533 Fax (11) 5182-9463 [email protected] As mensagens recebidas por carta, e-mail ou fax poderão ter trechos não essenciais eliminados, em função do espaço disponível, de modo a dar o maior número possível de oportunidades aos leitores. As mensagens poderão também ser colocadas dentro do site da revista (www.embalagemmarca.com.br)

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entrevista

Boa imagem é tudo esmo que não seja em velocidade de cruzeiro, o empresariado brasileiro vem cada vez mais acordando para a importância de utilizar o design como ferramenta estratégica para se diferenciar no mercado. Os indícios desse movimento são as diversas reformulações de identidade visual corporativa ocorridas nos últimos anos, para adequar a imagem das empresas às novas realidades de mercado. Tal evolução da força da identidade visual para a afirmação das marcas vem sendo acompanhada há trinta anos pelo designer Gilberto Strunck, desde sua desistência da carreira de engenheiro para cursar a Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI), faculdade carioca pioneira no ensino de design no país. Atualmente diretor de criação da agência Dia Design, professor da Escola de Belas Artes da UFRJ e presidente do conselho consultivo do Popai – Point of Purchase Advertising International, instituição da qual foi presidente nacional entre 1998 e 2000, o profissional acaba de lançar seu quarto livro, Como Criar Identidades Visuais Para Marcas de Sucesso (Rio Books). O volume busca ser uma espécie de guia sobre marketing das marcas e as maneiras de representar graficamente seus valores, para fazer da identidade visual forte uma arma estratégica para uma boa performance nos mais variados mercados. Nesse processo, a embalagem cumpre um importante papel. “Ela deve provocar empatia imediata da marca com o consumidor”, afirma. Foi sobre esses assuntos que EMBALAGEMMARCA conversou com Strunck, aproveitando uma brecha em sua concorrida agenda.

DIVULGAÇÃO

M GILBERTO STRUNCK, diretor de criação da Dia Design e presidente do conselho consultivo do Popai, fala sobre os benefícios da identidade visual forte para um bom desempenho das marcas em qualquer mercado, e de sua força de atração no local crítico de sua expressão ao consumidor: o ponto-de-venda 8 – EMBALAGEMMARCA • out 2001

Ao contrário de muitos livros sobre posicionamento de marcas e gerenciamento de identidade visual, muito conceituais, seu livro tem caráter didático e mostra o que pode ser feito na prática, com ilustrações e estudos de casos. Em resumo, o que é imprescindível hoje para se posicionar visualmente uma marca de maneira satisfatória?

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Nessa linha, como a embalagem deve se A marca precisa criar empatia com o consuapresentar enquanto componente visual da midor, e a identidade visual funciona como identidade das empresas? O que fazer para uma tecla, que vai acionar em nosso cérebro que ela transmita uma percepção de qualitodas as experiências que tivemos com dade para a marca que representa? aquela marca. Podem ser experiências viviÉ importantíssimo ter um logotipo que posdas ou relatadas – alguém que disse que tal sa ser lido. A legibilidade não só da parte essabonete, uísque, pasta de dente, restaurancrita, mas também a da fotografada, a da dete ou carro tem aspectos diferenciados. Com senhada, tem de ser muito boa. Embalagem o passar do tempo não se precisa mais ler a também deve prestar serviço, ou seja, informarca, pode-se ter uma leitura periférica de mar de maneira muito clara e rápida como o seus identificadores, como a cor, o símbolo, conteúdo deve ser utilizado. Se for produto o logotipo. Isso já irá despertar todo o nível para um idoso, que a embalagem tenha lede experiência. Se essa experiência foi boa, tras maiores, contraste de cores. Também é eu começo a valorizar mais aquela marca, e preciso atentar ao que chamamos de me disponho a pagar mais por ela. O livro impregnância. O que está colocado vem muito no sentido de falar sobre em termos formais ou cromáticos isso e de contextualizar a nossa reaFreqüentemente deve ser de tal ordem que permita que lidade, já que a maioria do que envocê o grave na sua cabeça, pois, ao contramos sobre o assunto vem de há uma visão se tornar um consumidor daquele tipo fora. Ele quer se comunicar não só superficial das de produto, você não precisará mais com alunos, mas também com as marcas, do tipo ler totalmente a embalagem para pessoas que estão envolvidas na enidentificá-la e colocá-la no carrinho. comenda de projetos de design den“quero uma coisa Basta um olhar periférico. É até por tro das empresas. Freqüentemente há para me identificar isso que algumas empresas procuram uma visão muito superficial das marque seja bonita copiar as embalagens dos concorrencas, do tipo “quero uma coisa para tes, para confundir o consumidor. me identificar que seja bonita estetiesteticamente”. camente”. Identidade visual é muito Identidade visual é O apelo da comunicação que ressalte mais que isso. A marca é um sinalimuito mais que isso. uma embalagem com formato marzador do valor que a empresa vai ter. cante, uma das maneiras de garantir A marca sinaliza o E qual a importância da embalagem valor que a empresa a identificação visual das marcas, não ajuda a evitar esse problema? na busca desse status que as emprevai ter Claro. Acho importantíssimo o esforsas perseguem? ço para criar uma embalagem só sua, Ela é fundamental, pois é impossípois isso se transforma em um difevel, num cenário cada vez mais farencial na formação da personalidade do vorável ao grande auto-serviço, promover produto. A parte tridimensional vai ajudar de forma diferenciada tudo o que está sendo na percepção da marca, principalmente oferecido no ponto-de-venda. Há ações quando há volume que justifique o investicomo demonstrações e degustações, promomento. Tudo bem que é mais difícil – e mais ção, merchandising, mas a embalagem é caro – trabalhar a parte formal da embalaonipresente. Ela tem de ser capaz, por si só, gem, e isso nem sempre é uma coisa superde promover a empatia, o relacionamento necessária. Peguemos o caso de um projeto com o consumidor que visa atingir. Hoje de embalagem plástica injetada ou soprada. uma loja de conveniência tem cerca de 3 000 O desenvolvimento de ferramental custa itens expostos. Um grande supermercado caro, e nem sempre a empresa acredita ser pode ter mais de 70 000. Nós, como consunecessário um diferencial tão grande. Muimidores, não percebemos mais que 10% datos preferem investir para que o produto quilo que está exposto nesses ambientes. seja percebido na gôndola através do rótulo. Por isso temos de entender, quando fazemos É mais barato, cômodo e rápido. Mas os forum projeto de embalagem, que esse grau necedores de embalagem estão mais e mais imediato de empatia, de informar através do desenvolvendo novidades e oferecendo-as à facing, da qualidade do rótulo, é vital. out 2001 • EMBALAGEMMARCA – 11

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essa estatística se tornou uma muleta para justificar qualquer ação de marketing envolvendo bens de consumo... As conclusões vêm sendo usadas por muita gente de maneira distorcida. Fico aterrorizado. O que fizemos foi adotar um modelo de pesquisa utilizado pelo Popai no mundo inteiro para poder comparar comportamentos em diversos países. Verificamos na entrada do PDV se as pessoas tinham listas, se não as tinham, se haviam planejado ou não a compra, e comparamos as intenções com o que realmente saiu dos check-outs. Como dinamizar ainda mais o ponto-dePesquisamos no Brasil perto de 81 000 venda, para que os benefícios à imagem itens comprados e vimos que em 85% das das marcas sejam potencializados? vezes as marcas haviam sido escolhiA loja é uma mídia especial, pois se das na loja, pois as pessoas não hainsere num momento mágico, que viam indicado de antemão marcas de reúne produtos e pessoas com preExistem referência. Esse índice é alto no Bradisposição para comprar. Essa mídia marcas que sil, assim como é alto em todos os tem valor. O problema é como qualivalorizo tanto que, países pesquisados pelo Popai. O poficá-la, para estabelecer preços e deder da comunicação no PDV é muito pois até auditá-la. É complicado. mesmo se me forte, é dentro desse contexto que coQual o perfil do público visitante? oferecerem uma locamos nossos resultados. No bairro elegante é um, na periferia concorrente de é outro. Qual o valor médio do ticket graça, não a levo. A pesquisa não abre um caminho em relação às outras lojas? Daí, que para se interpretar que o poder da efeito obteve a propaganda colocaMas se há um marca é discutível? As pessoas não da? Foi feita corretamente? O Carreoferecimento diferen- têm uma relação de marcas de prefefour, por exemplo, tem grandes resciado de produto no rência ou não levam em conta a dita trições à presença de material proequação de valor, que limita a escomocional, importantíssimo, em suas PDV, a chance de a lha de produtos dentro de um especlojas. Por isso, vemos que a indúspessoa migrar de tro definido de condições, como pretria, para não ficar tanto na mão dos marca é alta ço, expectativa e condição social? grandes grupos de varejo, está dando Sem dúvida. Pode haver marcas que muita atenção, em seus departameneu não estou explicitando nessas listos de trade marketing, às pequenas e tas, mas que vou procurar. Se não as achar, médias redes, que por sua vez têm enorme passo para outras. Existem metodologias carência desse tipo de atendimento. Resudiferentes para se fazer pesquisa, que pomindo, os partícipes desse processo devem dem me dar leituras parecidas ou não. Sase unir para qualificar a mídia e precificábemos que, quando entro em uma loja para la, pois assim é possível haver planejamencomprar alguma coisa, mesmo que eu não to de mídia no budget das empresas. Senão tenha lista nenhuma – o que seria entendias negociações se mantêm pontuais, e a codo pelo Popai como “não tenho lista, o que municação perde o caráter estratégico. comprar eu decido lá dentro” – pode haver marcas de referência, que valorizo tanto O senhor cita, no livro, a difundida pesquique, mesmo se me oferecerem uma concorsa do Popai de 1998, segundo a qual 85% rente de graça, não a levo. Quero a marca das marcas são escolhidas no ponto-deque eu amo. Porém vemos que, na prática, venda, pois é baixo o número de pessoas se há um oferecimento diferenciado de proque faz listas de compras ou que define de duto no PDV, a chance da pessoa migrar de antemão as marcas de todos os produtos de marca é alta, mesmo que não seja uma desque necessita. Num país carente de pesquisas que ela valoriza mais. sas profundas sobre o tema, parece que

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indústria. A Dia Design participou recentemente do projeto do suco Kapo, da CocaCola, que surgiu com uma embalagem da Tetra Pak inédita e exclusiva no mercado brasileiro. A Tetra Pak certamente está desenvolvendo novos tipos de embalagens e vai oferecê-los ao mercado. Acredito que possam crescer os pedidos por embalagens diferenciadas às agências de design, como é comum na indústria de perfumaria e de cosméticos, sobretudo em marcas de grife.

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reportagem de capa

Despertando para o Home centers dinamizam marketing de embalagem no do-it-yourself Por Leandro Haberli reconhecimento da embalagem como ferramenta de incremento de vendas, suporte e fortalecimento das marcas parece estar definitivamente consolidado e cada vez se ouve falar mais nisso. Mas a embalagem tem muitos outros valiosos atributos além daqueles, embora não sejam tão comentados. Um dos mais legítimos dentre eles é servir de termômetro do progresso ou da dinamização de mercados. Não é preciso recorrer a explanações macroeconômicas para deduzir que, quanto mais interessante e sofisticado for o design da tampa de um xampu, de uma garrafa de vinho ou da alça de uma embalagem de pet food, maior será o nível de atividade desses setores. Embora a associação entre investimentos em embalagem e a força de um mercado seja natural, essa relação nem sempre segue uma lógica simples. Indiferentes a índices prósperos, alguns setores parecem precisar ser despertados para o papel decisivo da embalagem na geração de novos negócios. Tal análise pode ser aplicada ao mercado de bricolagem, ou faça-você-mesmo, que compreende produtos para decoração, jardinagem e, principalmente, reformas e reparos domésticos.

Processo de expansão Historicamente freada pelo conservadorismo peculiar do setor, a inclusão do planejamento de embalagens nas estratégias de aumento de vendas de fabricantes de produtos como pincéis, adesivos para reparo de vazamentos, interruptores e disjuntores elétricos, lixas, torneiras, massas de epóxi, ferramentas e chuveiros vem progredindo de maneira acentuada nos últimos anos. Além de inegável segmentação de produtos e marcas, essa mudança de percepção advém da expansão das grandes lojas de bricolagem no país. Chamadas nos Estados

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STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

O

Cada vez mais produtos do dia-a-dia são acondicionados para atrair o consumidor

Unidos, onde surgiram há quase trinta anos, de home improvement centers, no Brasil elas estão em claro processo de expansão, comprovado pela entrada de grupos estrangeiros no país (ver quadro). Em paralelo a esse crescimento, os home centers buscam fugir da pecha de “shopping da construção” e assim consolidar-se entre o público que, por hobby, prefere pôr mãos à obra a contratar os serviços de um jardineiro, encanador, eletricista ou marceneiro. Aliás, a negação do conceito de shopping da construção é por si só um indicativo de que o mercado de faça-você-mesmo ainda tem muito a demandar dos profissionais

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de embalagem. Como se pode presumir pela apresentação das grandes redes, que até parecem hipermercados, seu públicoalvo passa bem longe do perfil de um empreiteiro de obras. “A maioria é composta por mulheres ou mesmo jovens casais que estão fazendo reparos em seu primeiro imóvel”, diz Jorge Vidal, diretor da Bricolage Feiras Comerciais, empresa de São Paulo que promove anualmente a Bricolage – Feira Internacional de Bricolagem e FaçaVocê-Mesmo. A esse perfil peculiar de consumidor, explica Vidal, soma-se o fato de que as grandes lojas de bricolagem têm cada vez menos funcionários no corpo de atendimento aos clientes. “Como, de maneira geral, as pessoas não têm conhecimentos técnicos em chuveiros ou vedantes, por exemplo, o merchandising do design de embalagens para esses produtos está crescendo a cada dia”, diz o diretor da Bricolage.

Atração nas gôndolas Todavia, o principal fator de promoção dos investimentos em embalagem no varejo de produtos para o lar é a consolidação do conceito de auto-serviço, também decorrente da expansão dos home centers no país. Ao romper com o sistema de armazenamento em galpões e barracões empoeirados, tão característico das tradicionais revendas de material de construção, as redes de bricolagem, sintonizadas com o potencial das embalagens de persuadir o consumidor à compra, privilegiam a exposição de boa parte do estoque de suas lojas diretamente ao consumidor, em gôndolas variadas e atraentes. Difícil imaginar mudança mais positiva, já que, além de induzir as lojas de material de construção a se modernizarem, tal processo vem tornando as embalagens tão cruciais no mercado de bricolagem quanto a própria qualidade dos produtos. Há inúmeros exemplos de empresas do setor que já acordaram para a realidade quase beligerante de disputa por atenção no

STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

o auto-serviço

Embalagem do chuveiro Acqua Plus aumentou as vendas da Deca no setor

ponto-de-venda. Inegavelmente eloqüente, até pelo seu pioneirismo, é o da Deca. Afirmando investir em diferenciação pela embalagem há mais de uma década, a empresa recentemente contabilizou um novo case de sucesso atribuído a essa iniciativa. Trata-se do chuveiro Acqua Plus, cuja embalagem foi desenvolvida pelo departamento de engenharia de produto da empresa. Estruturada como um estojo, ela foi feita para ficar em pé ou pendurada na gôndola, por meio de um corte em forma de alça, localizado no canto superior direito da embalagem. Assim, quando colocado na gancheira, o produto mantém-se equilibrado. O material escolhido – PVC transparente – confere proteção e visibilidade ao chuveiro.

Máquinas direcionadas Os fornecedores de equipamentos começam a lançar produtos específicos para o mercado de bricolagem e faça-você-mesmo. A Expambox, empresa de São Paulo, anunciou a aquisição de uma máquina própria para a produção de embalagens de sua linha de acessórios para banheiro. Trata-se do modelo 220 BL Plus, da Selovac. Com capacidade produtiva de trinta embalagens por minuto, o equipamento, de 120 000 reais, produz embalagens para exposição vertical nas gôndolas, a partir de filmes de PVC e papel cartão. A máquina é capaz também de imprimir logotipos e informações dos produtos em jato de tinta e, segundo a empresa, reduz expressivamente as perdas de material.

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STUDIO AG – AN DRÉ GO DOY

As informações sobre ele são impressas em uma folha de papel cartão, na qual o Acqua Plus é encaixado. Segundo Marco Milleo, gerente de desenvolvimento de produto e marketing da empresa, com essa embalagem a Deca teve significativo aumento de vendas em sua linha de chuveiros. “Há dez anos, as pessoas compravam chuveiros e torneiras segundo a indicação do encanador”, lembra. “Hoje, o consumidor decide sozinho, e a embalagem é uma das melhores maneiras para conquistá-lo”. Além de visuais didáticos e comunicativos, a empresa tem preconizado embalagens que facilitem o estoque no ponto-devenda. “Embora no mercado de hidráulica bricolagem seja um conceito em formação, auto-serviço, para a Deca, já é mais do que uma realidade”, observa o executivo.

Reformuladas, embalagens do Durepoxi eliminaram ranço de produto tradicional

Linha Rhodiastic: visual leve e amigável

competitiva no cenário do auto-serviço. Considerado um produto de visual tradicional, o Durepoxi teve sua embalagem rejuvenescida há dois anos. Foram alterados os tons opacos de azul e laranja dos cartuchos, e os três cromos da embalagem, que remetiam aos anos 80 (num deles, podia ser vista uma Brasília amarela), receberam imagens mais condizentes com os dias de hoje. O projeto, feito pela KDM Design, de São Paulo, também contemplou um novo produto na linha de massa epóxi da Alba Química. Trata-se do Durepoxi Prático, vendido em blisters de PVC, que acondicionam 30 gramas do adesivo, contra 100 gramas, em média, dos cartuchos. “Quisemos tornar o Durepoxi mais prático, tentando

Adequação do design Multiplicam-se as provas de que, com a dose certa de expertise e criatividade, os projetos de embalagem podem ser ferramentas eficazes de incremento de vendas e até de adequação das empresas ao novo panorama do mercado de faça-você-mesmo. Fabricante do Durepoxi, um dos produtos que talvez mais remetam ao conceito do doit-yourself, a Alba Química também passou a investir em embalagens para manter-se

Avanço de fora e reação interna O mercado brasileiro de produtos para bricolagem e construção está atraindo a atenção de nomes internacionais de peso no setor, que farejam por aqui atraentes oportunidades de negócio. É o caso do grupo francês Saint-Gobain. Há cerca de um ano, a gigante com mais de 300 anos de tradição e vendas globais de 23 bilhões de dólares comprou parte da paulista Telhanorte, assumindo posição majoritária na gestão das quatro lojas do grupo. "Essa união decorre da perspectiva de retomada sustentável do desenvolvimento da economia do país e do aumento do grau de exigência do mercado de construção e bricolagem", comenta Fernando de Castro, diretor da Telhanorte/Saint-Gobain. Mesmo sem confirmação oficial, consultores especializados no mercado de bricolagem já dão como certa, a

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exemplo da Saint-Gobain e da também francesa Leroy Merlin, a chegada em breve ao Brasil de outros gigantes do varejo do lar. A norte-americana Home Depot é uma das mais lembradas. "Eles já têm lojas na Argentina e no Chile", informa Jorge Vidal, diretor da Bricolage Feiras Comerciais. "O próximo passo da atuação latino-americana deverá ser no Brasil", prevê. Para não sucumbir a esse avanço, as empresas nacionais também estão se articulando, como recentemente comprovou a fusão entre a Conibra e a Madeirense, que resultou na rede C&C Casa & Construção, dona de dezoito Home Centers espalhados pelo Estado de São Paulo. "Trata-se do maior grupo de varejo de materiais para reforma e construção da América do Sul", diz José Rubens Marques Nunes, gerente geral de compras da empresa.

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atender às necessidades imediatas dos nossos clientes”, conta Gisele Gaspar, gerente de serviços a marketing da Alba Química. Na linha do didatismo que a análise das embalagens de produtos para bricolagem suscita, a gigante Rhodia, que com sua linha de silicones e selantes disputa um filão semelhante ao da Alba Química, também parece preocupada em fortalecer o caráter auto-explicativo de seus produtos. Recentemente a empresa descobriu que 60% de seus consumidores no segmento faça-vocêmesmo são mulheres. Por isso, o visual das embalagens da linha Rhodiastic, marca de seus selantes de silicone à base de água, foi desenvolvida para atendê-las. “Tentamos imprimir um visual leve e amigável às embalagens”, diz Manoel Müller, da

Bandejas termoformadas da Condor Pincéis: sintonia com auto-serviço

Müller Associados, agência responsável pelo projeto de reformulação da linha Rhodiastic. Disponíveis em bisnagas plásticas de 100 gramas, os produtos são acondicionados em blisters formados por papel cartão e uma bolha de PVC. Além de novas embalagens, a linha a recebeu outras duas versões, o Rhodiastic Sanitário – desenvolvido para superfícies úmidas – e o Rhodiastic Multiuso, que, entre outras aplicações, veda janelas e trincas de paredes. Embora evidenciada pela disseminação de novos grupos no Brasil e pelos próprios investimentos em embalagem, a prosperidade do mercado de bricolagem é difícil de ser dimensionada. No Brasil, muitas das estatísticas de vendas de produtos de faça-você-mesmo ainda são erroneamente inseridas nos cálculos do mercado de bloco, areia, cimento e outros materiais de construção civil. Por isso, o dado que mais próximo chega da tare-

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fa de mensurar o varejo do lar é o da Anamaco – Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção. A entidade prevê que, este ano, serão negociados cerca de 30 bilhões de reais no setor. Entretanto, não se sabe qual parte cabe aos produtos de acabamento, decoração e pequenas reformas domésticas. Mesmo atirando no escuro, pode-se dizer que, ao investir em embalagem, as empresas de bricolagem têm ínfimas chances de errar. Quem parece ter acertado na mosca é a catarinense Condor. Famosa por sua marca de escovas de dente, a empresa decidiu, em 1999, investir na produção de pincéis – tanto artísticos quanto de construção civil. Nascia a Condor Pincéis, hoje responsável por 30% da receita do grupo. Os protagonistas desse resultado, informa Gilberto Bayerl, da área de marketing, são os kits de pintura para reforma e construção, com rolos e pincéis. A embalagem é uma bandeja plástica termoformada, projetada para servir de recipiente da tinta a ser aplicada.

Chave para crescer Insensíveis aos casos de sucesso, muitas empresas ainda alegam que, por vender itens de baixo valor agregado, não podem investir em embalagens. Estaria nessa idéia, ou melhor, em sua contra-argumentação, a chave para o crescimento definitivo dos projetos de embalagem nas empresas do setor. Especialistas atestam a necessidade de banir a venda a granel. Argumentam que, independentemente do custo final dos produtos, ao disponibilizá-los nos pontosde-venda em embalagens apropriadas as vendas podem aumentar, pagando o investimento. É nisso que tem apostado a 3M, empresa que possui mais de cinqüenta produtos para o mercado de bricolagem. Segundo Josimar Germano, muitos desses itens Didatismo é o mote das embalagens da 3M eram restritos à linha industrial da para bricolagem

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3M www.3m.com.br 0800 132333

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO (FATURAMENTO EM BILHÕES DE REAIS) 28

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30,4

Alba Química www.alabaquimica.com.br 0800-115010

26 24 22 20

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Anamaco www.anamaco.com.br (11) 3151-5822

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1999

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FONTE: ANAMACO

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3M. “Mas com o advento dos home centers, tivemos que investir em embalagens para disponibiliza-los também no varejo”. Assim, a idéia é atender a um consumidor que, mesmo sem muita experiência, quer obter o mesmo resultado de um usuário profissional. Tal estratégia é comprovada pelas embalagens da linha de protetores adesivos. Pastilhas de poliuretano que servem de suporte para móveis e eletrodomésticos, evitando arranhar pisos e carpetes de madeira, são vendidos em blisters próprios para exposição vertical no ponto-de-venda.

C&C Casa e Construção www.c-cnet.com.br (11) 5073-8884

Deca www.deca.com.br (11) 3874-1600 Expambox www.expambox.com.br 0800-127070 Fame www.fame.com.br (11) 6090-5634 KDM Design (11) 3167-3599

Apenas uma amostra Ainda que boa parte de sua atuação ocorra em linhas de alto giro e baixo valor agregado, a Fame, indústria do ramo elétrico, também comprova que os investimentos em embalagem vêm crescendo no setor. “Nossa linha de chuveiros, duchas, torneiras, aquecedores e pressurizadores já contava com embalagens próprias para o auto-serviço há muito tempo”, explica José Coelho Silva, diretor comercial da empresa. “Porém, somente há dois anos passamos a adotar embalagens flow pack em nossos disjuntores e interruptores”, ele conta. Tais exemplos comprovam que a embalagem se firmará como um acessório fundamental no mercado de faça-você-mesmo. Portanto, ao invés de perspectivas magras, o fato de o setor ainda não ser plenamente receptivo à idéia de funcionalidade e diferenciação no ponto-de-venda deve ser interpretado apenas como uma amostra de que há possibilidades inexploradas para a indústria convertedora, fornecedores de materiais, agências de design e demais elos da cadeia de embalagem.

Bricolage www.bricolage.com.br (11) 5505-2243

Condor Pincéis www.condor.on.com.br (47) 631-2000

Maretti Criação (11) 542-2931 Telhanorte/ Saint-Gobain 0800-10 02 66 Müller Associados www.muller-associados.com.br (11) 3819-4417 Rhodia www.rhodia.com.br (011) 523 6896

www.embalagemmarca.com.br

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inovação

Pode o raio cair duas v e ara qualquer pessoa que cultive algum interesse no universo das embalagens, não há como negar que o sueco Hans Rausing, co-fundador e ex-diretor da Tetra Pak, é uma referência. Ele comandou a empresa desde muito antes de ela se tornar uma das maiores fornecedoras de embalagens do mundo, além de líder absoluta do mercado de cartonadas assépticas. Em décadas de trabalho, Rausing esteve à frente de significativas mudanças de hábito de consumo ligadas a novos sistemas de embalagens. Basta dizer que, em parte graças ao crescimento da Tetra Pak no mercado lácteo, nos dias de hoje a maioria dos consumidores de leite sequer sabe que as garrafas de vidro já foram onipresentes no envase do produto. Também com inegável contribuição das caixinhas multicamadas desenvolvidas em 1951 por Ruben Rausing (pai de Hans), boa parte não teve contato com aqueles pouco práticos saquinhos de polietileno de baixa densidade (PEBD), que caíram em desuso a partir de 1990. Como se tais feitos não bastassem, Rausing também pode contar uma das histórias mais intrigantes de guinada profissional já vistas entre executivos da cadeia do packaging.

IMAGENS: DIVULGAÇÃO

Co-fundador da Tetra Pak almeja tornar a Ecolean uma gigante

P

Casca de ovo No início deste ano, depois de ter vendido sua participação na Tetra Pak para um de seus irmãos, Rausing resolveu tentar, novamente, revolucionar o mundo das embalagens. Como que acalentando a idéia de que um raio pode, sim, cair duas vezes no mesmo lugar, aos 74 anos ele investiu parte considerável da fortuna que lhe valera o negócio familiar num material que, segundo suas próprias palavras, pode reverter no mesmo fenômeno de mercado hoje associado às caixinhas da Tetra Pak.

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Composto de carbonato de cálcio, mesma substância das cascas de ovo, e de polímero de olefina, resina plástica que pode ser derivada de gás natural, o filme que empolgou o ex-mandachuva da gigante sueca foi desenvolvido por Ake Rosem, químico compatriota de Rausing. Embora a solução não dispense a refrigeração dos alimentos, como é o caso das cartonadas assépticas, Rausing diz que ela “representa o maior avanço em embalagens flexíveis visto nos últimos trinta anos”. A avaliação está disposta no site da Ecolean, empresa detentora da patente do material, na qual atualmente o persistente Rausing trabalha com a mesma idéia dos tempos da Tetra Pak: vender a embalagem a fabricantes de variados produtos, como sucos, isotônicos, snacks, maioneses, derivados de tomates, sopas, inúmeros condimentos e, claro, lácteos. O filme foi registrado como Lean Cover Material e, para Rau-

Linha de embalagens da Ecolean: variados graus de flexibilidade

O mercado lácteo é uma das apostas de Rausing

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v ezes no mesmo lugar?

Usuários de peso Embora não tenha uma estrutura de atuação global altamente competitiva, a Ecolean já conquistou usuários de peso para a nova embalagem. Na Europa, algumas franquias da rede de lanchonetes McDonald’s usam o material como envoltório de seus sanduíches, em conjunto com as conhecidas embalagens de papel cartão. Na América do Sul, a subsidiária uruguaia da Parmalat emprega há dois anos o Lean Cover Material nas embalagens de suas manteigas premium e também em alguns leites funcionais. A variedade de aplicações se explica porque o material, mediante ajustes na proporção de olefina e carbonato de cálcio, pode apresentar diferentes graus de flexibilidade. Seria um erro, porém, pensar que, especificamente na área de lácteos, a Ecolean já

representa uma ameaça à sua pseudo-rival Tetra Pak. Na verdade, como conta o uruguaio Rafael Pandolfi, agente de vendas da Ecolean para o Mercosul, a empresa está em fase de estruturação. “A abertura de um escritório no Brasil, por exemplo, ainda é analisada”, ele diz. O certo é que, se Rausing repetir no novo emprego ainda que uma ínfima parte do que fez no anterior, sem dúvida serão muito fortes as possibilidades de as pessoas consumirem enorme variedade de produtos acondicionados nessas embalagens feitas basicamente de casca de ovo.

Ecolean www.ecolean.se

Manteiga da Parmalat uruguaia (acima) e sanduíches de franquias européias do McDonald’s (ao lado) já utilizam o Lean Cover Material

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sing, seu imenso potencial de mercado se resume a basicamente duas vantagens competitivas: economia no processo produtivo, já que “as matérias-primas são baratas e abundantes”; e forte apelo ambiental, pois, ao ser eliminada no ambiente, “a embalagem se dissolve em até trinta dias, por ser composta de substâncias essencialmente biodegradáveis”.

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marcas

embalagem.com Ainda há poucas, mas as marcas on-line de produtos devem crescer Por Guilherme Kamio m sua empresa já se pensou que a extraordinária força das embalagens como o mais eficaz dos veículos de comunicação – por ser o que “fala” com o consumidor final nos cruciais momentos da decisão de compra e do consumo – pode ser multiplicada com o simples acréscimo de alguns caracteres em destaque no rótulo? Indo direto ao ponto: o endereço de seu site na internet, impresso com caracteres bem visíveis na embalagem, representa uma grande chance de diálogo direto com os consumidores, propiciando o fortalecimento da marca e fidelização a ela. É o que algumas companhias já vêm percebendo. No entanto, o número das que acreditam ou simplesmente se dão conta disso ainda é baixo, como pode ser constatado numa visita a um ponto-de-venda. Há poucas marcas “antenadas” com o mundo pontocom, que ganha força dia a dia. O diálogo entre a velha e a nova economia, no varejo de produtos de giro rápido, ainda é pouco intenso.

um endereço de site junto ao CEP da empresa, na embalagem”, ele comenta. Essa falta de links dos produtos com um local no ciberespaço bate de frente com uma recorrente tese dos gurus do marketing: a de que é preciso investir num relacionamento com o consumidor que não termine na compra ou na hora do consumo, mas que proporcione serviços e extras geradores de fidelidade e identificação do público-alvo com a marca. É por isso que a internet surge como uma ferramenta atraente: não demanda altos investimentos, permite que o usuário interaja com a informação e pode abrigar uma quantidade gigantesca de conteúdo. Além disso, está cada vez mais popular no país.

E

Apelo jovem

Embalagem digital “Muitas empresas ainda vêem a web como mero espaço para apresentar seu portfólio, e não como meio de potencializar o apelo de suas marcas”, constata José Roberto Martins, consultor e autor de livros sobre branding. “No atual estágio do varejo, um site tende a funcionar como a embalagem digital da empresa”, diz. “Informações úteis, que não cabem na embalagem, podem ser bem exploradas num hot-site da marca”, ressalta Alexandre França Fraga, web designer da Lighthouse, agência que desenvolveu, recentemente, o site da grife de carnes Bassi, cujo endereço é destacado em suas embalagens, desenhadas pela Packing Design. “Fico triste ao ver

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Coca-Cola comunica seu novo site através de embalagens especiais

A Coca-Cola é uma das empresas que estão investindo alto em comunicação de marca pela web. “A internet propicia qualidade de informação ao usuário, já que ele não é um receptor passivo da mensagem”, comenta Ricardo Fort, gerente de marketing da Coca-Cola. “Isso vem sendo um ponto atraente para expandir a relação de nossas marcas com o consumidor.” Mais que isso, a Coca-Cola vem destacando a importância de fazer suas embalagens e seus sites “conversarem”. É uma estratégia para levar as duas mídias a se alimentarem mutuamente, dinamizando a presença das marcas da empresa. “Percebemos que as embalagens comunicando nossas ações de marketing na web estariam em todos os lugares, gerando uma visibilidade incrível”, diz Fort. Para ele, “a interação proporcionada pela internet é o complemento ideal às divulgações em mídias tradicionais”. Os resultados superaram as expectativas. A campanha Night Coca-Cola

FOTOS: STUDIO AG / ANDRÉ GODOY

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Light, que usou e abusou das latinhas de alumínio, das garrafas PET e de suas multipacks para divulgar um espaço virtual que reforçasse a ligação da marca com a vida noturna, foi considerada um sucesso. Lançada há poucos meses, arregimentou uma legião de adeptos dos serviços oferecidos, entre eles guia de lugares para badalar, coleção de e-cards e uma agenda para usar no micro. Prova do bom desempenho da iniciativa é que a Coca-Cola acaba de lançar também hot-sites para as marcas Sprite e Coca-Cola Classic, sendo as embalagens o chamariz para essas empreitadas. Para a Sprite, a Oz Design idealizou rótulos promocionais, que destacam o endereço virtual da marca. A mesma tática ancorou o lançamento do site da Coca-Cola tradicional, ocorrido em setembro. Com um design especial, as garrafas de 600 mililitros e as latinhas indicam o caminho para o site da marca, que tem jogos, e-mail grátis, músicas e até um comunicador do tipo ICQ. Há ainda informações e outros serviços, fruto de uma parceria com o portal Terra, e uma área dedicada à história da marca.

Matinal on-line Caso bastante similar ao da Coca, porém mais antigo e no setor de alimentos, é o do cereal chokos.com.br, da Kellogg’s. Num lance ousado, a marca, que já existia no mercado, foi reposicionada para ser a primeira a incorporar o universo pontocom em seu próprio nome. O site de chokos.com.br traz parcerias com o portal BOL e com outras empresas que fabricam bens voltados ao público adolescente, alvo do cereal, e também disponibiliza atrativos como arquivos MP3, jogos e papéis de parede, entre outros. O cartucho que acondiciona o cereal, remodelado e destacando a “marca/site”, foi essencial para destacar a transição do produto de off-line para on-line. “Pesquisas apontaram que 50% dos cadastrados no site o conheceram pela embalagem, o que mostra o quanto ela é um meio de comunicação eficaz”, afirma Marielza Cavalari, gerente de produto. Outros números mostram que a estratégia foi bem-sucedida: as vendas do

Coca-Cola Light na web: incursão “muito positiva”

produto cresceram 25%, e 65% dos visitantes do site têm entre 8 e 18 anos. “É uma confirmação de que estamos focando e atingindo o público certo”, comemora Marielza. “Temos hoje uma média de 650 000 page views por mês. Chegamos a ter mais de 1 milhão em janeiro, mês de férias, e vale lembrar que a única forma de divulgação do site tem sido a embalagem do cereal.”

“Vai crescer”

Cartucho foi a principal mídia para o Chokos.com.br

Chokos.com.br www.chokos.com.br Coca-Cola www.coca-cola.com.br www.nightcocacolalight.com.br www.sprite.com.br

Mesmo que as incursões das marcas de produtos de grande consumo no terreno da internet ainda sejam tímidas, os profissionais consultados crêem que esse fenômeno de mercado vai crescer. “Não há dúvida de que a internet vem se mostrando um veículo com grande potencial de relacionamento com o consumidor, mas só recentemente ela começou a disponibilizar informações que permitem avaliá-la como ferramenta de comunicação”, analisa Marielza, da Kellogg. “Além disso, sua penetração ainda é baixa no Brasil, o que conflita com o conceito de produto de massa.” É por isso, segundo ela, que a empresa posicionou a marca para um nicho específico e distingue sua penetração daquela obtida pelas marcas off-line, como Sucrilhos, ainda muito maior. “De qualquer forma, a ‘sacudida comportamental’ que a internet está promovendo já faz várias empresas repensarem suas marcas, e isso por si só é salutar”, diz o especialista José Roberto Martins. É um indício de que os exemplos, hoje contados nos dedos, poderão vir a crescer, promovendo um upgrade no relacionamento dos consumidores com as marcas e no visual dos pontos-de-venda.

José Roberto Martins (JR Brands) (11) 3266-7139 www.nostroritmo.com

www.embalagemmarca.com.br

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DIVULGAÇÃO

27sites

Light House (11) 5506-5549 www.lighthouse.com.br

Splash, ao lado do prato, indica o site da grife Bassi

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materiais

Carregando as tintas Embalagens de aço mostram diferenciais em evento do setor ecididamente, a embalagem ganha peso cada vez maior como diferencial que agrega valores também na indústria de tintas. Isso ficou claro durante o 7º Congresso Internacional de Tintas, organizado pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati) realizado no final de setembro em São Paulo. O principal indicador disso foi a importância dada por grandes fornecedores de soluções em embalagem: no evento, eles mostraram o que possuem de melhor em termos tecnológicos para o acondicionamento de tintas. Uma das evidências é que, apesar dos esforços de fabricantes de embalagens plásticas para conquistar espaço, a hegemonia do aço prevalece – e parece estar forte como nunca. Inovações significativas aconteceram em passado recente, revitalizando a imagem das embalagens metálicas. Nesse quadro, durante o Congresso as maiores fabricantes de latas para acondicionamento de tintas no país, a Companhia Metalúrgica Prada e a Brasilata, destacaram interessantes desenvolvimentos.

D

Prada: frisos para evitar embarrigamento

Prada: segurança e praticidade Tradicional no ramo de embalagens metálicas, do qual afirma ser líder de mercado no país, a Companhia Metalúrgica Prada realizou a première de várias novidades. A principal foi um conjunto de latas para transporte de produtos perigosos, como solventes e outras especiarias químicas, recémhomologado pelo Ministério da Marinha. Para identificar essa família, ressaltando sua diferenciação, a empresa criou um selo de qualidade com a estampa “Prada Global Can”. Tetsuya Higashi, gerente comercial

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Latas certificadas têm selo de qualidade

da Prada para a área de tintas, explica que essas embalagens foram submetidas a rigorosos testes de ensaio de queda, pressão, estanqueidade e empilhamento. “Os testes comprovaram que elas trazem benefícios claros para os clientes e para o ambiente”, diz Higashi. Mais que isso, lembra Adriano Marson, assessor de marketing da Prada, essa linha de embalagens credencia os clientes da empresa junto ao mercado internacional. Segundo ele, a nova linha agrega maior segurança e confiabilidade no manuseio dos produtos. As latas com a certificação são encontradas nos tamanhos 500ml retangular, 1 litro retangular, 5 litros retangular, aerossol com 57 e 65mm de diâmetro, 1/4 de galão redondo, 1 litro redondo e 900ml redondo (padrão lata de óleo, para produtos como aguarrás). A Prada apresentou também sua nova lata de 18 litros com frisos verticais para tintas, massas e texturas. As vantagens destacadas pela empresa nesse recipiente são maior resistência mecânica, o que evita o “embarrigamento”, a facilidade no transporte e no empilhamento e a preservação da integridade do rótulo. No desenvolvimento da nova lata foram gastos 500 000 dólares, investimento que faz parte do programa de duplicação da capacidade de produção da li-

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nha de 18 litros da empresa. Outro destaque da Prada foi a lata de 18 litros frisada com abertura maior, de 210 mm, que facilita a retirada do produto. Ela poderá ser vista nos próximos seis meses acondicionando com exclusividade produtos da marca Basf/Suvinil. Essa embalagem ganhou o troféu da categoria Bricolagem do Prêmio de Design de Embalagem promovido pela ABRE – Associação Brasileira de Embalagem. No mesmo mês, a empresa foi eleita pelo jornal Valor Econômico a melhor em metalurgia, entre as 1 000 que compõem 25 setores. Ganhou também o Prêmio Sistema de Avaliação de Desempenho de Fornecedores, oferecido pela Sherwin-Williams, por ter sido a que mais cresceu em 2000.

Brasilata aposta na nova tampa do Balde Plus: praticidade e segurança

IMAGENS: DIVULGAÇÃO

Brasilata: exportar tecnologia Com o objetivo de fixar sua imagem como provedora de soluções inovadoras, a Brasilata mostrou no evento seus sistemas mais aclamados. Entre eles, a já conhecida lata Biplus, desenvolvida para facilitar o uso em pontos-de-venda com sistemas tintométricos (mix machines) e disponível nos volumes de 18 litros, galões e quartos de galão. O reforço do apelo prático da Biplus está sendo enfatizado pela Brasilata através da divulgação de testes que comprovam que o ciclo de abertura e fechamento, durante a coloração na loja, cai de 58 para 10 segundos, garantindo agilidade e comodidade ao consumidor e ao vendedor. Com patente mundial, a Biplus tem forte apelo internacional, já que as vendas em sistemas tintométricos no Brasil são pequenas. “Mas em mercados como o americano, 70% das tintas são preparadas em mix machines”, diz Antônio Carlos Teixeira, superintendente da Brasilata, reforçando a vocação da Biplus como tecnologia nacional for export. Outra vedete da empresa, mais recente, é a lata Plus UN, indicada para o transporte de produtos perigosos. De acordo com a Brasilata, ela é a primeira lata de pressão aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU), após rígidos testes, para transportar esse tipo de produto. O protótipo da Plus UN, ganhou medalha de prata em abril, na feira americana Cannex 2001. Também foram destacados com ênfase

Plus UN foi homologada pela ONU para transportar produtos perigosos

Cia. Metalúrgica Prada (11) 5682-1000 www.prada.com.br Brasilata (11) 3662-4444 www.brasilata.com.br

durante o Congresso a lata de 18 litros com frisos verticais e horizontais combinados e o Balde Plus, com novo sistema de fechamento, de tampa removível. No primeiro caso, a presença das estrias em duas orientações dá maior rigidez às paredes da embalagem, diminuindo o efeito de “embarrigamento”. Já a nova tampa do Balde Plus substitui com vantagens o antigo sistema com garras (“aranha”), pois otimiza o envase de tintas ao adaptar-se com facilidade a sistemas com cilindro pneumático ou de rolo, dispensando o uso de equipamento especial para o fechamento aranha. Além disso, é mais segura e mais prática para abrir e fechar, pois a tampa tem abertura total e é dotada de um anel de borracha especial, que garante a vedação da embalagem. “A tampa com garras não garante a estanqueidade do fechamento após a primeira abertura”, explica Teixeira. Todos os produtos já possuem ou estão em fase de testes para consolidação de patente internacional, questão essencial para a Brasilata, assinala o superintendente da empresa. “O Brasil também precisa ser referência mundial em termos de tecnologia”, ele diz. Paralelamente, a Brasilata, que tem no setor de tintas 75% de seus negócios, comemorava o fato de ter sido apontada pela revista de negócios Exame, pelo segundo ano consecutivo, como uma das 100 melhores empresas para se trabalhar no país. “Nossos 900 funcionários exercem a função de inventores, e isso é o nosso maior patrimônio”, ressalta Teixeira. out 2001 • EMBALAGEMMARCA – 27

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sistemas

Feito em casa, mas Cresce na indústria de embalagem o uso de sistemas in-plant para tintas mpresas convertedoras de embalagens sempre padeceram de uma dor-de-cabeça que, em alguns casos, estava mais para enxaqueca freqüente: o gerenciamento das tintas usadas nos processos de impressão. Influenciados por transformações no comportamento do consumidor, eles tiveram de optar por tiragens cada vez mais flexíveis, pela segmentação de linhas e pela exploração maior de cores no design da embalagem. Dessa forma, tiveram de desdobrar-se entre seu principal negócio e uma nova vocação: a de virar fabricantes de tintas. Com a amortização da inflação e a abertura econômica, os fornecedores de tintas viram a chance de reforçar o apelo dos chamados sistemas in-plant, serviços destinados a tirar aquela tarefa dos ombros de seus clientes. Basicamente, o in-plant configura a instalação de uma minifábrica de tintas na planta industrial do convertedor, acompanhada da cessão de uma equipe de técnicos para operá-la. Ao contratar esse serviço, os

E

convertedores não precisam adquirir componentes e fabricar as tintas, deixando o trabalho para quem entende melhor do assunto. O sistema traz eficácia tanto para processos em rotogravura, de altas tiragens, quanto para flexografia.

“Ganhos enormes” Esses apelos convenceram, entre outras, a convertedora paulista Propack a fechar, há dois anos, um acordo com a Renner, hoje Flint Ink, para o gerenciamento de todas as etapas relacionadas à preparação e à aplicação de tintas em suas atividades. Nele, a Propack cedeu um espaço em regime de comodato para a distribuidora instalar sua minifábrica com estoques regulares de bases e pigmentos. Em vez de ter de comprar os componentes e preparar a tinta, a empresa a recebe pronta e com o aval de especialistas insuspeitos no assunto. “Os ganhos são enormes”, avalia Carlos Rosa, diretor superintendente da Propack. “Antes tínhamos uma perda considerável de tinta.” Segundo

Operating Division Colorants Business Unit Printing Systems - Packaging Inks

Sistema de Gerenciamento

In-Plant

Convertedor Fornecedor de tinta

M M

FONTE: BASF

M

Pesagem de pigmentos resinas aditivos

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Moagem

Minifábrica de tintas na planta industrial do convertedor

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por pessoal de fora ele, o sistema permite reaproveitar sobras até para gerar outros lotes de cores e evita os desperdícios que eram tidos como “inerentes a pequenas tiragens em rotogravura”. No modelo, a área cedida ao fornecedor da tinta fica sob sua total responsabilidade administrativa. “Todas as operações técnicas, operacionais e logísticas ficam a nosso cargo, incluindo assistência técnica e de uso” explica Renato Jardim, gerente de vendas da Flint Ink. “Trabalhamos com indicadores de eficiência, para atacar pontos nevrálgicos em que há grande relacionamento entre tinta e processo”. A busca da qualidade na produção “vai desde o pre press até a última ponta, com o produto sendo embalado no cliente do convertedor”.

Novos mercados Outra possibilidade vantajosa do sistema é apontada por Ney Bordignon, gerente de vendas e assistência técnica da Basf Sistemas Gráficos. Segundo ele, com o in-plant abre-se a possibilidade de novos negócios em comum, de interesse mútuo para o convertedor e o fornecedor de tintas. “Por

exemplo, o de prospectar ações em mercados sofisticados como o editorial, embalando revistas em sachês ou stand-up pouches”, argumenta. Bordignon vai além, indicando que, pela tecnologia de ponta em tintas propiciada pelo sistema, o convertedor também se torna apto a atender o mercado globalizado. Amplia essa constatação o fato de que, não raro, só multinacionais podem suportar a implantação de in-plant. “Uma massa crítica adequada de consumo de tintas em consonância com o portfólio de produtos do cliente credencia a empresa a pensar na instalação do in-plant, que segue uma tendência global de novos sistemas de fornecimento de tintas e produtos auxiliares”, diz Bordignon. Entre os clientes do sistema na Basf estão a EFD e a Inapel. Em outros países, a Basf atende companhias de embalagem como Alusa, Arcor, Lawson Mardon e Tetra Pak. O mercado potencial para o sistema são os pequenos e médios fornecedores, pois a maioria dos grandes já o utiliza. Além da Basf e da Flint Ink, oferecem o sistema, entre outras, a Sicpa e a Sun Chemical.

VANTAGENS DO IN-PLANT

FONTE: BASF

PARA O CONVERTEDOR DE EMBALAGENS... • Reduz o tempo de set up das impressoras • Resolve o problema de waste ink (desperdício de tinta) • Melhora o fluxo de trabalho no processo de produção • Racionaliza o número de pessoas trabalhando na preparação de tinta • Otimiza o uso dos espaços internos da casa de tintas • Atribui acesso amplo ao know-how do fornecedor de tintas e produtos auxiliares ...E PARA O FORNECEDOR DE TINTA • Aproximação com o cliente (contratos de fornecimento a médio e longo prazo) • A presença on-site possibilita sinergia acentuada das relações de processo, produtos e recursos humanos essenciais nesse tipo de operação • Reduz a complexidade do fluxo de trabalho com o cliente • Propicia a standarização de produtos ao longo do processo de impressão e nas demais produções • Melhora o nível de qualificação em tintas dos recursos humanos dos clientes , usuários de tintas e produtos auxiliares • Induz à sinergia com o fornecedor de tintas na agilidade com relação as mais modernas tecnologias em sistemas de impressão existentes no mundo

Basf Sistemas Gráficos (11) 4347-1188 www.basf-sa.com.br Flint Ink (11) 4613-1407 Propack (11) 4781-1700 www.propack.com.br Sun Chemical (11) 3815-4944

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For kids para pais Nazca estréia em infantis com embalagens variadas

S

IMAGENS E FOTOS: DIVULGAÇÃO

Mães insatisfeitas É a primeira investida da Nazca em produtos infantis, motivada por pesquisas segundo as quais muitas mães estavam insatisfeitas com alguns congêneres no mercado, principalmente por seu cheiro enjoativo. Coincidentemente, foi também a primeira experiência da B+G no design de embalagens de cosméticos. Apesar disso, como explica Luís Gustavo Bartolomei, diretor de criação da agência, cases anteriores de outras categorias de produto, como alimentos, ajudaram a nortear o projeto. “O tratamento não varia muito de segmento a segmento”, ele diz. Bartolomei ressalta ser necessário muito cuidado na concepção de produtos para o público infantil, pois “a criança hoje acompanha como nunca o processo de compra, ela tem um papel decisório muito forte”. Levando isso em consideração, a elaboração da identidade visual da linha Acqua Kids teve como ponto de partida a criação de personagens, para dar personalidade à marca, conforme ele conta.

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Com base em pesquisas com pais e crianças, decidiu-se adotar a tartaruga como animal para simbolizar a marca, pela forte empatia demonstrada pelo público. Escolhido o primeiro, a B+G começou a pinçar novos personagens, sob a premissa da escolha de animais ligados a hábitos aquáticos. Nesse sentido, foram concebidos o jacaré, o peixinho, a baleia e o patinho. “Definimos o traço dos personagens buscando diferenciá-los da concorrência, com a ajuda de softwares gráficos tradicionais como PhotoShop, Illustrator e Freehand, e mostramos ao cliente um trabalho quase acabado”, descreve o diretor de arte da B+G Designers. O objetivo, aí, foi criar um mix que agradasse tanto meninos quanto meninas, exaltando o conceito de diversão, explica Bartolomei, advertindo ser preciso cautela na concepção dos signos que dão força à

Variedade de tipos de embalagem resultou em mais de seis meses de trabalho. Acima, um dos personagens criados para personalizar a linha

FOTO: DIVULGAÇÃO

ó quem é mesmo do ramo sabe o quanto pode ser complicada a tarefa de criar ou renovar a embalagem de um produto. A concepção de uma linha inteira, então, com a presença de variados tipos de embalagem, de distintos materiais, é um desafio ainda maior para qualquer empresa de design. Missão desse calibre foi passada à agência paulistana B+G Designers pela Nazca Cosméticos sob a forma de uma linha de banho e pós-banho para crianças. O resultado já pode ser visto nas lojas em produtos da marca Acqua Kids, que apadrinha um total de dez itens, entre xampus, condicionadores, colônias, gel e uma exclusividade no mercado, o creme de pentear desembaraçante.

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identidade visual dos produtos. “Se colocássemos cor-de-rosa numa embalagem para um garoto, seria muito provável que ele a rejeitasse”, argumenta. “É por isso que o jacaré marca presença nos produtos com direcionamento claro aos meninos.” Aprovados os personagens, a B+G partiu para a finalização da identidade visual. Nela, a tipologia suave procura passar a idéia do banho como momento alegre, visão reforçada pelas situações vividas pelos bichos: a tartaruga tem à mão um escovão para lavar o casco, o patinho usa máscara de mergulho e uma bóia de borracha e assim por diante. Ilustrações estilizadas de frutas identificam o aroma de cada produto, e a presença de bolhas e espumas evocam a sensação de limpeza.

Auto-adesivos Cumprido esse passo, era chegada a hora de passar aquele grafismo para as embalagens. Decidiu-se pelo uso de rótulos autoadesivos nos frascos dos xampus e dos condicionadores, sendo o frontal de papel e o do verso em filme plástico, ambos impressos pela Prakolar. O frasco foi um caso à parte no trabalho da B+G. Como a Nazca queria uma embalagem de formato exclusivo, a agência desdobrou-se na elaboração também do desenho estrutural. Detalhe: o cliente já havia optado por utilizar uma tampa plástica do tipo flip-top, da Igaratiba, e pedia à B+G a criação do corpo do frasco. “Tivemos de fazer o caminho inverso, já que geralmente os designers criam primeiro o corpo para depois pensar na cabeça”, brinca Bartolomei. Diante desse problema, o designer ressalta ter contado com a cola-

Para os frascos das colônias, decoração serigráfica e tampa plástica

B+G Designers (11) 5051-1446 www.bmaisg.com.br

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Embale Ind. Com. de Embalagens (83) 238-8800 Emibra (11) 4748-2199 Igaratiba (11) 5521-5400 www.igaratiba.com.br Nazca Cosméticos (11) 4066-7600 www.nazca.com.br Sinimplast (11) 4061-8300 www.sinimplast.com.br Vidraria Anchieta (11) 6191-0666 www.vidrariaanchieta.com.br Zeviplast (11) 4647-0285 www.zeviplast.com.br

Projeto para o desenvolvimento do frasco preconizou a ergonomia

boração irrestrita da Sinimplast, fabricante do frasco, nos ensaios de volumetria em 3D e acabamento do projeto. Para a estrutura da embalagem, o principal aspecto considerado foi a ergonomia. Após diversos ensaios e apresentações preliminares ao cliente, optou-se pela inclusão de contornos arredondados na lateral do frasco, para facilitar o encaixe da mão – no caso, a dos pais da criança, responsáveis pelo banho. “Com uma das mãos é possível segurar o frasco e manusear a tampa com o polegar”, ressalta Bartolomei. “Por outro lado”, ele diz, “o multicolorido dos frascos, além de ajudar as crianças na descoberta das cores, traduz o lado fun que devia ser imposto.” A transposição do visual para as outras embalagens ocorreu sem sobressaltos, conta o diretor de criação da B+G. Para o gel, houve preferência pela bisnaga plástica, confeccionada pela Embale. Os frascos de vidro das colônias têm a identidade visual preservada pela decoração serigráfica feita pela Vidraria Anchieta, e são acondicionados em cartuchos de papel cartão fornecidos pela Emibra, impressos em offset. Os recipientes de vidro da Anchieta levam como complemento tampas plásticas feitas pela Zeviplast. “Foram mais de seis meses de dedicação total, mas sempre é recompensador ver o desfecho”, comenta Bartolomei, comemorando a alegria da equipe pela “missão cumprida”. out 2001 • EMBALAGEMMARCA – 31

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prêmio

Incentivo à criação Bracelpa entrega 2º Prêmio Brasileiro de Embalagem Papelcartão Sul do país foi o destaque do 2º Prêmio Brasileiro de Embalagem Papelcartão: todos os prêmios foram para universitários do Paraná e de Santa Catarina. A premiação, que é aberta à participação de estudantes de nível superior e de pós-graduação de todo o Brasil nas áreas de design, artes plásticas, arquitetura, marketing, artes gráficas e comunicação social, recebeu 127 trabalhos de faculdades dos Estados de São Paulo, Santa Catarina, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Maranhão, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e do Distrito Federal. Promovido pela Bracelpa – Associação Brasileira de Celulose e Papel, através das empresas que lideram a Campanha Papelcartão (Suzano, Ripasa, Papirus, Miguel Forte, Ibema, Nobrecel, Klabin e Riverwood), em parceria com a Universidade Anhembi Morumbi, o prêmio visa incentivar o desenvolvimento do setor de embalagens de papel cartão e ampliar o mercado de trabalho para novos profissionais.

O

Categoria: Produtos que ainda não utilizam o Papelcartão 1º lugar: Juliana Treis de Oliveira Trabalho: Kit para chás PUC do Paraná

2º lugar: Ricardo A. Bohórquez Perez Trabalho: Hiper-Alça U. Federal de S. Catarina

O tema para o desenvolvimento dos trabalhos desta segunda edição do prêmio foi o segmento de embalagens para alimentos. A estudante Juliana Treis de Oliveira, da PUC do Paraná, foi a vencedora da categoria para produtos que não utilizam o papel cartão em suas embalagens. Ela criou um kit para comportar diversos tipos de chá. Em segundo lugar ficou Ricardo Alberto Bohórquez Perez, da Universidade Federal de Santa Catarina, que projetou uma alça que permite transportar seis garrafas. Na categoria de produtos que já utilizam o papel cartão, Rosane Jasluk Busz, da PUC do Paraná, ficou em primeiro lugar, criando uma embalagem para sorvete que evita o contato com o pote gelado. Marco Aurélio Petrelli, da Universidade do Vale do Itajaí, em Santa Catarina, ficou em segundo lugar, com a criação de uma embalagem para envelopes de adoçantes, baseada em um açucareiro. A premiação aconteceu no dia 1º de outubro na Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo. Categoria: Novas propostas para produtos que já utilizam Papelcartão 1º lugar: Rosane Jasluk Busz Trabalho: Embalagem para pote de sorvete PUC do Paraná

2º lugar: Marco Aurélio Petrelli Trabalho: Caixa preta – embalagem para adoçante Univali IMAGENS: DIVULGAÇÃO

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cosméticos

Pulverização crescente

Cosmoprof 2001 atrai pequenas e médias empresas do mercado de beleza e higiene pessoal

om quase 600 expositores e mais de 60 000 visitantes, a edição deste ano da Cosmoprof Cosmética, realizada de 21 a 24 de setembro no Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi, em São Paulo, refletiu em grande medida o cenário atual do mercado brasileiro de produtos para beleza e higiene pessoal, que tem 95% de suas empresas na seara das pequenas e médias. Não que os pesos pesados do setor tenham deixado de levar seus lançamentos ao evento, considerado a segunda maior feira do mundo na área, depois da Cosmoprof italiana, realizada a cada dois anos em Bolonha. Todavia, a Cosmoprof deste ano deixou claro que pulverização é a palavra-chave na análise do setor nos dias de hoje. Tal constatação é avalizada pela própria Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), que, por sinal, aproveitou o evento para divulgar o Programa Setorial de Exportações, desenvolvido em

C

conjunto com a Agência de Promoções de Exportação (Apex). “As grandes empresas ocupam o mercado das massas, e o trabalho de formigas é essencial para que surjam novidades”, disse João Carlos Basílio, presidente da entidade. Elas de fato surgiram. No campo das embalagens, além de aprimoramentos de avanços já conhecidos, o evento serviu como palco de lançamentos para novos materiais, tampas, rótulos e decorações. Como nos anos anteriores, entretanto, na Cosmoprof 2001 parte considerável das novidades em embalagem apresentadas foi trazida por empresas estrangeiras. Para muitos, tal detalhe justifica a impressão de que, além de ações de fomento à exportação, é preciso começar a pensar em estímulo e proteção ao pequeno e ao médio produtor local. A seguir EMBALAGEMMARCA destaca algumas das novidades apresentadas na feira. Boa parte estava exposta na área destinada a fabricantes, à qual o público em geral não tinha acesso:

Nova fragrância Axe A presença da divisão de higiene e beleza da gigante anglo-holandesa Unilever na Cosmoprof deste ano foi uma prova de que o evento segue cativando as grandes do setor. Tanto é assim que a empresa lançou na feira o Axe Enygmata, a nova fragrância masculina da marca Axe. Disponível em três versões (spray, aerossol e colônia), o produto tem vários itens de suas embalagens importados. As latas de alumínio do aerossol são fornecidas pelas norte-americanas Exal e Coaster, enquanto as válvulas são da Brigaplast. Feitos de polietileno (PE), os frascos do spray são fornecidos pela nacional Sinimplast. Já a colônia pode ser comprada em frascos de polipropileno (PP), da Capsol, ou de vidro, da Wheaton. A caixa, de papel cartão 375g/m2, é fornecida pela Gráfica Gonçalves. (11) 3741-2963 www.unilever.com.br

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Equipamentos flexíveis Na área de equipamentos, a fluminense Flax, especializada em máquinas para fechamento de embalagens secundárias, divulgou uma nova solução para aplicação de filme strech, a E 550. De acordo com Hélio Cassiolato, técnico da empresa, a vantagem do equipamento é o ajuste automático a vários tamanhos de embalagem de transporte. “Para as empresas de cosméticos isso é essencial”, ele diz. Por sua vez, a Nelpas, de São Paulo, expôs o modelo NP 30, uma envasadora rotativa, que a empresa diz ter sido desenvolvida especificamente para a indústria de cosméticos. Reginaldo Fernandes, da área comercial da Nelpas, explica que o equipamento pode apresentar mais de uma configuração. “Entretanto, o preço médio, cerca de 23 000 reais, não varia muito”, ele diz. (21) 2501-9028 • www.flax.com.br (11) 5611-2751 • [email protected]

Embalagem dá fôlego competitivo

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Uma das muitas empresas de médio porte presentes na Cosmoprof, a mineira Soft Hair, além de divulgar sua nova linha de tratamento capilar, mostrou que às vezes o espírito empreendedor vale mais do que altos investimentos para se manter competitivo em um mercado. Rodrigo Rodrigues, diretor comercial, diz que, explorando o filão popular, a empresa conseguiu, através das embalagens, reduzir em cerca de 30% o preço dos produtos. “Utilizamos moldes antigos”, ele diz. Além disso, a Soft Hair optou também pela troca de alguns fornecedores do material dos frascos. Agora cabe à Atual Plastic suprir as demandas de polietileno de alta densidade (PEAD) da marca. Os rótulos auto-adesivos, por sua vez, passaram a ser fornecidos pela também mineira Max Cor. 0800-313322 www.softhair.com.br

Foco no valor agregado Além de anunciar evoluções de seu sistema dispenser bicomponente (específico para frascos com válvulas pump e que permite o acondicionamento de dois produtos em compartimentos distintos num só recipiente), a TPI-Molplastic aproveitou a Cosmoprof para explicar detalhes de sua nova estrutura operacional, decorrente da recente aquisição do controle da empresa pelo grupo Pechiney, controlador da Techpack Internacional. A empresa fez questão de frisar que o negócio, ocorrido em maio deste ano, aumentará o leque de soluções de embalagem de alto valor agregado para o mercado de cosmética. Entre as linhas já disponíveis, os destaques apresentados no estande da TPI-Molplastic na Cosmoprof foram as embalagens de batom, estojos para compactos, além de tampas, frascos especiais e outros sofisticados acessórios de cosméticos. (11) 5541-8990 www.molplastic.com.br out 2001 • EMBALAGEMMARCA – 35

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Sem frascos próprios Dois meses depois de comprar a Colorama da Revlon, a L’Oréal demitiu 200 funcionários do setor de embalagens da única unidade nacional da marca, em São Paulo. O objetivo é terceirizar a operação de embalagens, como o grupo faz em outros países. Kid’s agora é da Arcor A marca Kid’s de balas e dropes, que pertencia à Nestlé desde 1993, foi comprada pela Arcor. Com isso, a multinacional argentina torna-se a maior em balas do Brasil. “Acrescentamos ao nosso portfolio marcas com alto nível de lembrança entre os consumidores, como a 7 Belo”, afirma Sergio Asís, diretor geral da empresa. Maior know-how A Prakolar é a primeira gráfica de rótulos auto-adesivos a participar do seminário “Gráfica do Século XXI”, criado pela VCP e pela Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG) para elevar a qualidade do setor gráfico.

MEGA-FUSÃO NA ÁREA DE ROTULAGEM Duas das maiores empresas da área de bases para rótulos auto-adesivos estão juntas. Foi anunciada oficialmente a aquisição dos negócios mundiais de materiais adesivos da alemã Jackstädt, controladora da marca de fantasia JAC, pela ameri-

cana Avery Dennison, dona da chancela Fasson. “A Jackstädt irá complementar nossas atividades em áreas-chave, como Ásia, América Latina e Europa”, disse Philip M. Neal, chairman e CEO da Avery Dennison. A JAC oferece atualmente mais de 500 opções em bases autoadesivas, e as vendas fora da Alemanha compreendem cerca de 80% do seu faturamento, que em 2000 ficou na casa dos 400 milhões de dólares. Os valores do negócio não foram revelados e as empresas continuarão a operar independentemente até o fim de 2001.

Garrafas da nova geração A SIG Corpoplast, divisão do grupo

garrafas de 2 litros em cerca de 90

SIG Plastics, está apresentando a

minutos. A velocidade de processa-

nova geração de sua série Blomax

mento chega a 1 500 garrafas por

de equipamentos para sopro de em-

hora por cavidade.

balagens PET. Os principais pontos

www.sigplastics.com

fortes da antiga série Blomax foram mantidos, e uma série de melhorias foi feita, como nos sistemas de trocas e de transporte das pré-formas. A nova linha oferece câmbio de for-

Novo na praça O Eastapak BD 445 é o novo polímero desenvolvido pela Eastman para embalagens de bebidas e água mineral. Ele reduz o consumo de energia na fabricação de garrafas de PET ao possibilitar temperaturas de sopro mais baixas. Com destino Pernambuco ganhou uma central de recebimento de embalagens de agrotóxicos capaz de reciclar 20 toneladas por mês. Agora são 48 centrais instaladas no Brasil. Acordo para pesquisas A Henkel e a Protéus, empresa francesa de biotecnologia, assinaram acordo para a realização de pesquisas conjuntas. As duas companhias tornam-se desenvolvedoras de novas enzimas para lavanderia e aplicações domésticas.

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matos em tempo reduzido através de peças construídas no conceito “quick out-quick in”. Na nova Blomax 12, por exemplo, é possível mudar-se a produção em alta escala de garrafas de 500 mililitros para

Tudo nos conformes O papel para embalagens flexíveis Forropel, da MD Papéis, acaba de ganhar certificação do Centro de Tecnologia de Embalagens de Alimentos (CETEA) para contato direto com alimentos. Indicado como forro para sacos multifolhados de produtos em pó, o Forropel é um papel branco, opaco, acabado em máquina e de alta rigidez. (11) 4441-7800 www.mdpapeis.com.br

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Dá para ver o conteúdo O rótulo UV Doublée La-

da principalmente em em-

bel, solução que recebe

balagens transparentes,

duas camadas espessas

pois o consumidor quer

de tinta ultravioleta (UV),

enxergar o conteúdo do

é o mais novo produto da

frasco”. O sistema é con-

Novelprint. Para que o

feccionado em material

rótulo apresentasse o

plástico e permite a im-

efeito no label look em

pressão de até 10 cores.

perfeito registro, foi apli-

A Novelprint fornece o

cada uma tinta base

produto em rolo e pode

branca. O efeito, diz a

adaptar o sistema de apli-

gerente de engenharia

cação do rótulo na linha

da Novelprint, Ana Maria

de produção do cliente.

Teixeira, “é uma tendên-

(11) 3748-1000

cia que tem sido explora-

www.novelprint.com.br

CARLOS GARCIA

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DECORAÇÃO ENERGETICAMENTE CORRETA

A crise de energia elétrica também está gerando oportunidades para quem vende máquinas para a decoração de embalagens. É o caso da Kammann América Latina, representante da fabricante alemã de equipamentos de serigrafia Werner Kammann Maschinenfabrik. A empresa lançou recentemente uma nova unidade de serigrafia para embalagens de vidro, a SD 6 000, que apresenta, entre outros apelos de venda, menor consumo de energia. Segundo Hans Lueters, diretor da Kammann, isso é possível graças a um méto-

do de secagem UV, que também facilita a decoração. Além das estações de UV da marca K-Tronic, o modelo é equipado com seis estações de impressão para gravação no corpo ou no gargalo das garrafas. Com esta configuração, a produção varia de 120 garrafas/min, na versão simples, a até 190 garrafas/min, na versão dupla. “A capacidade produtiva se mantém mesmo com menor consumo energético”, diz Lueters. (11) 4034-3190 www.kammann.x2.nu

Gidue avança em impressoras A Gidue, representada no Brasil pela

de qualidade em linha, para aumentar

podem ser reproduzidos com preci-

Comprint, apresentou na LabelExpo,

a qualidade final da saída.

são. A F-Combat foi projetada para

realizada em Bruxelas em setembro

A F-Combat, que é apresentada em

impressores de etiquetas, mas tem uma maior amplitude de aplica-

último, duas novas séries de impres-

cinco diferentes configurações de ten-

soras: a S-Combat e a F-Combat.

são e temperatura, permite a livre con-

ções. Filme, alumínio, papel e car-

A S-Combat é a primeira impressora

figuração da impressora. Tambores

tão podem ser trabalhados, man-

padronizada no mercado: seu opera-

guiados superdimensionados são pro-

tendo estabilidade, qualidade e fa-

dor é totalmente servo-assistido, os

postos na seção de impressão para

cilidade de operação.

processos são padronizados, a mar-

permitir melhor transporte da bobina

(11) 3371-3391

gem de erro é reduzida e a produtivi-

de cartões. Esses tambores podem ter

www.comprint.com.br

dade é maior. O operador é assistido

temperatura controlada para impres-

em todas as operações, por isso

são em maior variedade de filmes. Tra-

suas tarefas também mudam. Maior

balhos em rotogravura e formatos es-

atenção pode ser dada à inspeção

pecíficos de cartões para corte e vinco

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Sem tempo ruim Ao contrário do que poderiam levar a crer a crise por que passa a Argentina e o impacto dos atentados de Nova York e Washington, os eventos conjugados Envase 2001 e Alimentek 2001, realizados de 10 a 14 de setembro em Buenos Aires, podem ser classificados como uma festa que nada teve de clima de fim de mundo. Naqueles quatro dias, no Centro Costa Salguero, mais de 400 expositores (350 em Envase) expuseram para cerca de 40 000 visitantes, em 23 000 metros de área divididos por cinco pavilhões, matériasprimas, equipamentos, serviços e embalagens para os mais diversas categorias de produtos. O modo como a maioria das pessoas presentes parecia encarar a crise pode ser resumido numa sentença do presidente do Instituto Argentino del Envase, Enrique Schcolnik: “Não acreditamos em tempos bons ou tempos ruins. Acreditamos, sim, que existem tempos, e em cada um deles nos adaptamos às circunstâncias vigentes, tratando de fazer o melhor para a indústria e para o país.” Segundo ele, “a melhor prova disso está na dimensão dos dois eventos, que a cada edição bienal ficam maiores”. Quanto ao ato terrorista, entremeou inevitavelmente todas as conversas de negócios, lançando nuvens de dúvidas sobre o futuro da economia da Argentina, do Mercosul, do planeta. No entanto, não paralisou o país nem o evento, como tampouco impediu que nele se fizessem muitos negócios, segundo comentavam, otimistas, os organizadores. Eles não divulgam “balanços” das transações com base no respei-

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Tampa dosadora inviolável Respondendo às necessidades específicas do mercado de óleos comestíveis, azeites, molhos, vinagres e condimentos, a Alusud Argentina (Alcoa) apresentou uma tampa plástica com bico dosador que oferece o benefício da praticidade para o consumidor: pode ser retampada. É hermética e tem um anel de segurança para garantir a inviolabilidade. (+ 54-11) 741-7788 No Brasil: (11) 7295-3727

Empacotadora de alta precisão O estande da brasileira Masipack Indústria e Comércio de Máquinas Automáticas representou uma das demonstrações de que, não obstante a situação da Argentina e dos problemas cambiais, há muito campo para bons negócios naquele país. Na verdade, o câmbio favorece o produto brasileiro, tornando-o competitivo no país vizinho. A Masipack, porém, apresentou

na feira um diferencial muito mais atraente: o tecnológico. Em seu estande, a empresa exibiu uma empacotadora vertical com múltiplos cabeçotes e balança dosadora para pesagem com alta precisão. “O principal atrativo do equipamento é que consiste num sistema completo, incluindo esteiras e assessórios que facilitam o desempenho final”, diz Elio Antonini Galves, gerente comercial da empresa. Os componentes da máquina (sistemas pneumáticos Festo, acionamentos Telemecanique, controlador Allen Bradley) são universais, como ocorre também nas empacotadoras horizontais da marca. “De certa forma isso é uma garantia de que o usuário não dependerá de outros fornecedores de acessórios”, argumenta Galves. A Masipack já tem 66 máquinas instaladas na Argentina, entre elas a que foi exposta e que é teflonizada. Foi adquirida pela Monte Cristo, de Córdoba. (11) 4178-8099

Questão legal A Henkel Argentina deu destaque à tendência de uso de laminados que não permitem migração no acondicionamento de alimentos. A gigante alemã, que é lider mundial em adesivos industriais, esclarecia os clientes que visitavam seu estande sobre a crescente restrição, em países europeus, a laminados que não atendam àquela

exigência. Alejandro Ivaldi, responsável por vendas da Henkel Argentina Divisão Adesivos Industriais, conta que a Dinamarca, por exemplo, proibiu o uso de embalagens daquele tipo que não sejam feitas com insumos da marca Henkel. (+54-11) 15 5007-3360 No Brasil: (11) 3848-2321

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Sólido em recipiente para líquido tável argumento de que não há como fazer isso. Afinal, é raro algum expositor fornecer esse tipo de informação – e, quando o faz, nada garante que esteja dizendo a verdade. Nesse campo, os argentinos talvez tenham a aprender com muitos de seus pares brasileiros. Não há muita notícia de que nas feiras em geral seja feito algum serviço confiável de apuração dos negócios efetuados. Mas alguns organizadores teriam descoberto métodos secretos de detectar o que ocorre no recôndito dos estandes. Aqui é comum, ainda no fervor do último (às vezes do penúltimo) dia de um evento, serem divulgadas “estimativas” de negócios de centenas de milhões –até de bilhões – de dólares. Se podem iniciar os vizinhos nesses arcanos, os brasileiros podem em contrapartida aprender com eles coisas mais simples porém muito úteis em feiras de negócios. Por exemplo, identificar os estandes com pequena placas laterais numéricas. Isso agiliza muito a visitação, otimizando o investimento de quem expõe e de quem visita. A observação foi feita por muitos brasileiros, que estiveram presentes na condição de expositores e, principalmente, de visitantes. Facilitou muito, pelo menos, o trabalho de EMBALAGEMMARCA, única revista brasileira com estande na 7ª Envase/2ª Alimentek. Veja destaques do evento conjunto.

Wilson Palhares, enviado especial

A Glaube, especializada em embalagens plásticas em geral, com ênfase em flexíveis, apresentou uma interessante alternativa de uso de recipientes tipo doy-pack, um stand-up pouch dotado de tampa de rosca. Em seu estande, a empresa mostrou uma embalagem daquele tipo acondicionando erva mate, numa demonstração de que a praticidade oferecida pelo doy-pack não se restringe a líqüidos. [email protected]

Verificação inteligente de peso Outra indústria brasileira de equipamentos que apresentou produtos na Envase 2001 foi a Brapenta, por intermédio de sua representada E.T.I.S.A. A empresa mostrou em movimento uma verificadora automática de peso, a Icelander com Tecnologia DSP (Digital Signal Processing), lançada em junho último no Brasil e adequada para alimentos, bebidas, medicamentos e petroquímica, além de outros produtos. Segundo o fabricante, entre outras características a máquina dispõe de auto-calibragem inteligente da sensibilidade para cada produto, possibilidade de trabalhar em rede à distância, compatibilidade com PC, rapidez de leitura para as aplicações mais críticas e alta precisão.

Interatividade no PDV No estande da Microenvases o que se via não eram embalagens, mas displays interativos para mostrá-las e atrair o consumidor no ponto-devenda. Entre os mais interessantes estava um que coloca objetos – uma bola, por exemplo – em movimento, transmitindo a sensação de flutuação. Outro, em formato de automóvel, aciona um dispositivo que emite sons (a ser gravados a critério do usuário) quando o consumidor pisa num pedal para retirar produtos. (+54-11) 4652-6420 out 2001 • EMBALAGEMMARCA – 37

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Reutilização como apelo de venda Não é só no Brasil que o mercado de folha-de-flandres utiliza argumentos como possibilidade de reutilização e

Serigrafia de alta resolução Em tubos de alumínio, a Akapol destacou sua capacidade de imprimir com degradé, algo que, segundo o engenheiro Roberto Natta, chefe de fabricação, “raríssimas empresas na América do Sul conseguem”. A conferir. (+54-11) 4738-9663

refinamento visual para incentivar o emprego do material por indústrias usuárias de embalagem. Fabricante de latas de aço para alimentos, a Envatap foi à Envase 2001 para disseminar exatamente esse pensamento. Pôde-se observar que os produtores de mate, erva bastante popular na Argentina, são grandes clientes da empresa, que também cuida da impressão litográfica das latas.

www.envatap.com (+54-34) 8942-0702

De olho no Brasil

Luxo em madeira

Maior produtora de embalagens flexíveis da Argentina (representada no Brasil pela Lanin), a Envases Alvher estava divulgando em seu estande as possibilidades de atendimento de sua nova divisão, a Itack Complementos Funcionales. Segundo Victor E. Basso, diretor de packaging innovation da Ipack, essa divisão produz uma nova categoria de produtos, constituída de “elementos auto-adesivos que complementam a embalagem e agregam alguma função”. De fato, no estande da empresa estavam expostos inúmeros protótipos de embalagens flexíveis – patenteadas – que em breve poderão estar no mercado, se a previsão basear-se no interesse demonstrado pelos visitantes. Talvez valha a pena consultar o executivo, cujos interesses no Brasil levam-no a permanecer no país quinze dias por mês. [email protected]

Mais do que caixas, as embala-

Otimizando a comunicação Na condição de uma das mais reno-

aplicação desse sistema de rotula-

madas indústrias do setor na

gem em pequenas superfícies ci-

Argentina, a Artes Gráficas Mo-

líndricas sem distorção, “além da

dernas mostrou com justificado

variedade e da qualidade”.

orgulho suas etiquetas autoadesivas múltiplas Zappybook. A vantagem desse produto é multiplicar, num espaço reduzido da embalagem, a quantidade de informações. Não chega a ser novidade, mas a diferença em relação ao que existe no mercado, segundo a encarregada de marketing da Modernas, Julieta Caletrio, está na possibilidade de

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(+54-11) 4482-3766/70

gens de madeira da Maderpak, outra expositora da Envase 2001, são oferecidas como verdadeiros ornamentos aos produtos que acondicionam. Segundo a empresa, há 15 anos no mercado argentino, as embalagens são ecologicamente corretas, pois a matériaprima é obtida a partir de reservas florestais próprias. Usados principalmente por empresas de chás, bombons e bebidas finas, os produtos da Maderpak podem ser obtidos com uma tampa acrílica, que permite a visulização do conteúdo e de suas sofisticadas divisões internas. A gravação da marca é feita “a fuego”. www.maderpak.com (+54-11) 4255-4483

www.embalagemmarca.com.br

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Yoki relança linha de cereais A Yoki Alimentos está trazendo

amendoim, grão de bico e feijão

uma nova embalagem para a sua

branco. O design foi desenvolvi-

linha de cereais. Repaginada, a

do pela Zauberas & Associados.

nova cara da embalagem foi cria-

As embalagens em laminados de

da pensando em ressaltar a qua-

BOPP (polipropileno bioorienta-

lidade dos produtos, com a foto

do) com PE (polietileno) são pro-

do grão. A linha de produtos é

duzidas na fábrica da Yoki em

formada por lentilha, ervilha,

Cambará, no Estado do Paraná.

Mazz Design cria embalagem para sabão de coco A Razzo acaba de lançar seu primeiro sabão de coco em pó, com embalagem criada pela Mazz Design. A caixa de 500g traz a foto de um bebê, e tem o azul como cor predominante. O diretor de criação da Mazz, Maurício Girard, diz que a agência procurou trabalhar com elementos gráficos diferentes dos encontrados nas outras marcas de detergente em pó. O segmento de sabão em pó de coco ainda é muito pequeno no Brasil. Além da Razzo, atuam no segmento apenas a Minuano e a Roma. A embalagem é fornecida pela Lanzara.

LONGA VIDA COM ARTE

Animaniacs em embalagens flexíveis Personagens dos desenhos animados da série Animaniacs, da Warner Bros., estão ilustrando as embalagens de novos produtos da

Numa iniciativa pioneira, a Batávia está reproduzindo uma obra de arte nas embalagens de seu leite Integral Batavo longa vida. Em edição limitada, as caixinhas da Tetra Pak que acondicionam o produto trazem a reprodução do quadro “Caneco”, do pintor cearense Aldemir Martins. No verso da embalagem, há informações sobre a obra e o autor. O projeto, desenvolvido pela All-E, divisão da agência FischerAmérica, tem como objetivo levar cultura aos consumidores, aproveitando a grande penetração do leite integral nos lares nacionais – de acordo com o instituto AC Nielsen, o segmento representa 70% das vendas do mercado longa vida.

Arcor. Os Tabletes Animaniacs, com 8g de chocolate ao leite, são acondicionados em embalagens flow packs de BOPP, produzidas pela Alcan, e vêm com figurinhas adesivas para a criançada. As flow packs também marcam presença, desta vez pioneira no segmento de licenças para chicles no Brasil, nos Chicles Animaniacs. Neste último caso, as embalagens são convertidas pela Celocorte. Complementando os lançamentos, há pirulitos, disponíveis em embalagens com 10 ou 50 unidades do produto, também estampadas com os desenhos da Warner Bros.

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

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Inovação em embalagem para lentes de contato A Johnson & Johnson Vision Care está lançando uma nova embalagem para suas lentes de contato descartáveis Acuvue. De traçado compacto, ela facilita o manuseio,

armazenamento e transporte do produto. Cada caixa ainda contém seis lentes, porém a embalagem é 43% menor. As lentes de Contato Acuvue serão os primeiros produtos da linha Johnson & Johnson Vision Care que passarão a utilizar embalagens com a nova tecnologia. Todos os outros produtos, exceto as lentes 1-Day Acuvue passarão a usá-las nos próximos dois anos. A nova embalagem traz uma redução na quantidade dos recursos naturais utilizados e é fornecida pela empresa North State Cartons LLC, dos Estados Unidos. As lentes de contato são fabricadas e importadas dos EUA.

Perfume de mulher Com frascos de vidro exclusivos, chegou ao mercado a nova linha de perfumes Mulher & Poesia, da Avon, com a assinatura de Vinícius de Moraes. A coleção foi inspirada em três canções do poeta: “Coisa mais linda”, “Onde anda você” e “Morena Flor”. A inten-

ção da M Design, responsável pela criação das embalagens, foi sugerir, contornos femininos, acentuados por uma suave curva nos frascos de vidro, produzidos pela Wheaton do Brasil. As tampas em surlyn da Tech Industries do Brasil, a válvula spray da Emsar Brasil e da Ridson MAS, o ombro metálico da Plástico Metalúrgica Bristol. Um cartucho de papelão, produzido pela Gráfica Lavezzo, envolve a embalagem, e as etiquetas de fundo são da Grif Rótulos e Etiquetas Adesivas. Para dar um toque pessoal, textos de Vinícius, impressos em letras manuscritas, acompanham os produtos. Ao abri-los, a mulher recebe uma dedicatória do poeta.

STOCK AGORA NA INTERNET A fabricante de bebidas destiladas Stock está na internet. De fácil navegação, o site introduz o internauta ao mundo dos coquetéis, onde se destacam a história da empresa, receitas de coquetéis, dicas de apresentação de drinques, como montar um bar, entre outros tópicos. O endereço eletrônico da Stock é www.stockdobrasil.com.br.

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AUTO-ADESIVOS DA PRODESMAQ EM NOVOS VINHOS Na esteira de uma tendência que vem se afirmando na Europa e nos Estados Unidos, a Cooperativa Vinícola Aurora, de Bento Gonçalves (RS), está utilizando rótulos autoadesivos em papel couchê fosco impresso em offset e com detalhes em relevo e hot-stamping em sua nova linha Varietal de vinhos tintos e brancos. Os rótulos auto-adesivos, da Prodesmaq, também foram adotados pela Aurora na sua linha Reserva de vinho tinto (safra 1998) e vinho branco (safra 2000), uma edição limitada. Segundo Carlos Eduardo Jocionis, diretor comercial da Prodesmaq, “está subindo a preferência das vinícolas pelos sistemas de rotulagem com auto-adesivos em substituição ao tradicional papel/cola”. Os motivos seriam o melhor retorno do investimento e a qualidade e a sofisticação da decoração.

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Embalagem inteligente garante segurança O laboratório Wyeth disponibilizou, a partir da segunda quinzena de setembro, um novo conceito de embalagem para pílulas anticoncepcionais. As “embalagens inteligentes” de Harmonet se destacam pela discrição e o design diferenciado que proporciona maior praticidade e segurança às mulheres. As caixinhas são portáteis e têm dispositivo de fecho que garante o transporte seguro do medicamento. A nova embalagem possui um sistema de “raspadinha”: um indicador dos dias da semana deve ser raspado na data da primeira tomada, auxiliando as usuárias a não se perderem no meio da cartela. O medicamento e a embalagem são importados da Irlanda.

CALDO DE CANA SEM PRECISAR IR À FEIRA VERSATILIDADE DO PVC Os fabricantes de matérias-primas para embalagens procuram valorizar cada vez mais sua boa relação com o meio-ambiente e sua participação na reciclagem e no reaproveitamento de materiais. Um exemplo disso é o PVC, um dos únicos plásticos não originários somente do petróleo, já que 57% de sua matéria-prima vêm do sal marinho, na forma de cloro. Como é 100% reciclável, o PVC não sofre alteração na sua estrutura química durante o aquecimento, e após resfriado pode ser reprocessado. Para mostrar a versatilidade do material, os fabricantes de PVC criaram vasos para decoração com o produto – um conceito que pode ser ampliado para o do design das embalagens. O presidente do Instituto do PVC, Francisco de Assis Esmeraldo, ressalta que, “nas embalagens, o design é fundamental, pois cria as primeiras expectativas no consumidor”. Segundo ele, o PVC é ideal para ser utilizado nessa aplicação, pois reúne qualidades como conforto, praticidade e características de fácil transformação, não limitando a criatividade.

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Fundada em 1995 com a proposta de vender água de coco industrializada, a Amacoco, empresa paraense dona da marca Kero-Coco, segue ampliando seu escopo de atuação. Depois de lançar uma bebida láctea com sabor de coco voltada ao público infantil, a Kero-Shake, a Amacoco está divulgando o lançamento da linha Kero-Cana, composta por duas versões de caldo de cana, com e sem limão. Como nos demais produtos, a fornecedora das embalagens da nova marca é a Tetra Pak. A opção escolhida foi a Tetra Prisma Asseptic, que conta com o selo pulltab - película metalizada que dispensa o uso de canudos na hora de abrir ou consumir o produto. Com capacidade de 200ml, a embalagem teve seu visual a cargo da agência By Design, do grupo New Combates.

Yamasterol mais moderno Para revitalizar sua imagem e se manter competitiva no mercado, a Yamá pediu à Müller Associados um novo design para o creme para cabelos Yamasterol, há 30 anos sem mudanças na embalagem. Dessa forma, o logotipo foi rejuvenescido, os benefícios de cada uma das versões do creme foram realçados e as informações de uso ganharam detalhamento. Sinais de reconhecimento, como cores e formato do frasco, foram preservados, já que pesquisas demonstraram que a marca tem uma forte ligação emocional com a consumidora. “Em produtos clássicos é preciso administrar as mudanças com prudência”, diz Dóris Camacho, diretora de criação da Müller Associados. É a própria Yamá quem produz os frascos do produto.

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Almanaque Brasil acima de tudo

O despertar do país para a marca Brasil, motivado em parte pela necessidade de “exportar ou morrer”, que muitos classificam como excesso verbal do presidente da República, tem um antecedente nacionalista que influiu pesadamente nas embalagens de produtos de consumo. Quando o Brasil entrou na II Guerra Mundial, os departamentos de registro do Estado Novo determinaram que a expressão “In-

dústria Brasileira” deveria ficar acima de quaisquer outros dizeres nos rótulos dos produtos, até mesmo da marca. Exemplo: o vermute da Amanti, tradicional fábrica de bebidas de Santa Maria (RS), trazia estampado com destaque o fato de ser fabricado segundo o sistema de Torino. O nome daquela cidade italiana, num oval que aparecia nos rótulos desde o início do século, foi substituída pela marca Cyrilla.

Você sabia? A cabeça do palito de fósforo não contém fósforo nem pólvora, como muita gente pensa. Ela é feita de uma massa química cujo elemento predominante é o clorato de potássio, que solta oxigênio facilmente. Na lixa da caixa de fósforos é que se encontra o elemento químico fósforo. Daí a origem do nome. A cabeça do palito, quando risca a lixa da caixinha, retira dela um pouco de fósforo que reage com o clorato de potássio e o oxigênio. Assim, o fósforo acende.

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O primeiro descartável

O produto que inaugurou a era dos descartáveis, hoje uma das molas da economia de mercado, foi concebido no final do século XIX nos Estados Unidos. Em 1895, King Camp Gillette, funcionário da Companhia de Selos de Baltimore, idealizou um aparelho que iria revolucionar para sempre o ato de barbear. O sistema, muito mais prático que a navalha, carente de amolações constantes, era de longa durabilidade e utilizava lâminas descartáveis. O segredo não era propriamente o aparelho, e sim a lâmina, uma camada fina de aço afiada dos dois lados, que poderia ser usada algumas vezes e depois substituída. Era ótimo, mas faltava a tecnologia para a produção, que somente foi conseguida seis anos depois, quando Gillette encontrou um sócio: William Nickerson, engenheiro mecânico, acreditou no potencial de mercado da lâmina de barbear e decidiu fabricá-la. Em 1901 foi fundada em Boston a Gillette Safety Razor Company, que levou dois anos para colocar lâminas e aparelhos à venda. Em 1903 foram vendidos 51 aparelhos de barbear e 168 lâminas. No ano seguinte os números traduziam o sucesso: 90 000 aparelhos e cerca de 12 milhões de lâminas. Na Primeira Guerra Mundial, Gillete teve outra idéia para difundir o produto: enviou para cada soldado americano no front um aparelho. Na volta, muitos acabaram adquirindo o hábito de barbear-se em casa, ao invés de irem ao barbeiro. Durante mais de seis décadas, a embalagem consistiu numa caixa de papel cartão com cinco lâminas, embrulhadas uma a uma.

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