Montar a lista de convidados é um desafio
O segundo CD do grupo Rouge passeia por quase todo os ritmos dançantes e românticos
Há vida depois da Ragatanga RENATO MENDONÇA
mia no primeiro disco. Mas, no segundo, nos reunimos com o Rick e a Sony para ouvir várias músicas e escolher o repertório. Patricia comentou que o Rouge foi pensado para ser um grupo pop, produto do programa de TV Popstar, mas o sucesso de Ragatanga, incluído à última hora no primeiro CD, mudou o perfil do grupo e abriu as portas do público infantil, fascinado pelas coreografias do Rouge. A idéia agora é explorar o zouk, ritmo característico das Antilhas, que marca Brilha La Luna e Vem Cair na Zueira. Mas há outros singles certos em Um Dia sem Você, a própria C’Est la Vie, Dentro de Mim e Fantasma. Pop assumido e competente. Lançamento Sony, preço médio R$ 25,90. Reproduções/Agência RBS
É
fácil medir o sucesso do grupo Rouge. O novo CD, C’Est la Vie, foi lançado há três semanas e já passou de 120 mil cópias vendidas, prometendo repetir o sucesso do disco de estréia, que teria chegado a 1 milhão de unidades comercializadas. O primeiro single, Brilha La Luna,
está entre as cinco mais pedidas nas rádios brasileiras. No front internacional, o presidente da Sony Music para América Latina, Frank Welzer, está pessoalmente envolvido no lançamento do álbum C’Est La Vie em espanhol. Quanto tempo vai durar o Rouge até que a maquiagem comece a se desfazer, não se
sabe. Mas quem ouve o CD C’Est la Vie percebe que Aline, Karin, Luciana, Patricia e Fantine sabem caber direitinho no figurino pop até os ossos. Nas mãos do competente produtor Rick Bonadio, o Rouge passeia com brilho por quase todos os ritmos dançantes e românticos, com arranjos simples mas diretos, até porque não se afastam da sonoridade de grupos teen como Backstreet Boys ou as finadas Spice Girls. Na entrevista por telefone a Zero Hora, no entanto, Patricia mostrou que as Rouge não querem se contentar apenas com isso. Dizendo que ela e as colegas tinham se preparado bastante para o segundo disco, antecipando-se a eventuais críticas da mídia, Patricia mostrou que o grupo agora sabe aonde quer chegar. – Não tivemos muita autono-
A produtora de eventos da casa noturna Dado Bier, Pati Leivas, 26 anos, acredita que é mais fácil ser VIP em Porto Alegre do que em outras metrópoles. – Por morarmos em uma cidade desenvolvida cultural e socialmente, temos muitas opções e um número não tão grande de pessoas aptas a consumi-las. O leque se abre, e mais pessoas conseguem obter vantagens. Em cidades grandes, a gama de pessoas atingidas é infinitamente menor – opina. Mailing é uma palavra-chave no vocabulário de quem é ou quer ser VIP, independentemente do tamanho da cidade. Estar no mailing de promoters famosos faz bem para o ego – e eventualmente também para o bolso. Os convites costumam oferecer isenção de fila, ingresso e consumação. O relações-públicas Jacintho Pilla, 46 anos e 22 de eventos, possui um mailing de 18 mil nomes. Seu maior desafio é elaborar as listas de convidados abrangendo diferentes perfis sem magoar as que acabam ficando de fora. – É difícil agradar a todos. Dependendo do evento, às vezes tenho que dizer um sonoro não. Há pessoas que convido sempre, mas não comparecem. Quando surge um festão realmente VIP, sou obrigado a selecionar os que de fato atendem aos convites – conta o RP, que troca anualmente o número do celular para evitar a insistência dos mais inconformados. Para aqueles que não se contentam mais com as áreas VIPs comuns, já está surgindo um novo patamar de privilégio. A exemplo da matriz paulista, a casa noturna gaúcha Lov.e inaugura em breve o exclusivíssimo ambiente Super VIP, criado para receber amigos da dona, DJs e pessoas interessantes e bonitas que são escolhidas na hora da festa.
O barman serve as irmãs Verônica e Cris Costa e o cabeleireiro Dimi no ônibus VIP
Fazer parte dos mailings dos promoters é meio caminho andado para fugir das filas e garantir um lugar exclusivo
QUEM É VIP, MAS EXTRAPOLA
QUEM NÃO É VIP, MAS PODIA SER
✦ Os arrogantes. Gente que chega com empáfia aos lu-
✦ Os educados. Gente que sabe que a cortesia é
gares e, quando contrariada, solta o inadmissível “você sabe com quem está falando?”.
fundamental em qualquer lugar, não apenas em festas.
✦ Os reclamões. Reclamam do aperto, das bebidas, do
✦ Os informados. Sabem o que está acontecendo
atendimento. Também costumam atordoar os promoters quando não são convidados para determinado evento.
no mundo e conversam sobre vários assuntos com desenvoltura.
✦ Os aproveitadores. Comparecem a inaugurações, ani-
✦ Os não-deslumbrados. Saem na noite para se divertir e não ficam preocupados em descolar pulseirinhas, credenciais ou boca livre.
versários, casamentos, sempre com o único e exclusivo propósito de aproveitar a boquinha livre. Fantine
Aline
14 DONNA ZH 1º DE JUNHO DE 2003
Luciana
Patricia
Quarta-feira, véspera de feriado, 22h. Encarando chuva e frio, um bando de mulheres espera um ônibus em frente ao Sheraton Hotel, em Porto Alegre. O destino é uma festa em Caxias do Sul, mas o percurso em si promete ser o mais divertido. A noite está apenas começando no VIP Bus Only For Girls. Nove convidadas, três jornalistas e sete funcionários da equipe organizadora pisam no ônibus às 23h. O embarque tem trilha sonora techno e house. Balões em forma de coração, teto forrado com pano vermelho e bolhas de sabão completam o clima. Mal o ônibus arranca, bebidas começam a ser servidas pelo trio de barmen jovens e bonitos. O bar não oferece muitas opções etílicas, mas as disponíveis agradam as meninas: champanha e caipirinha de frutas. – Parece excursão de colégio – comenta a dentista Letícia Boos, 30 anos. Outra surpresa da noite agrada em cheio: cabeleireiro e maquiador ficam à disposição para últimos retoques antes da festa. A estudante Ariane Menegazzo, 21 anos, não titubeou e confiou nas tesouradas de Dimi Raphaelli em pleno sacolejar da subida à Serra. Duas horas depois, o estoque de champanha acompanha as gurias até a boate Way, onde rola a festa. A galera se aboleta no camarote VIP, dança e bebe até 4h30min. A viagem de volta é mais tranqüila. Apesar do som alto, poucos se animam a continuar chacoalhando. Caixinhas de leite achocolatado são distribuídas para os sonolentos viajantes VIPs. – Me diverti mais no ônibus do que lá – resume a dentista Cris Vebber, 29, uma das poucas que não pregou o olho na viagem de volta. SEGUE
Karin
ZERO HORA
Ônibus também pode ter mordomia
ZERO HORA
1º DE JUNHO DE 2003 DONNA ZH 11