Projeto E O Meu Rio Grande Do Sul, Ceu, Sol, Sul

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PROJETO “É O MEU RIO GRANDE DO SUL, CÉU, SOL, SUL TCHÊ!”

Paula Ugalde dos Santos

Projeto integrante do Porta Fólio digital de Paula Ugalde / Todos os direitos SANTOS, P. U.

Céu, Sol, Sul Leonardo EU QUERO ANDAR NAS COXILHAS SENTINDO AS FLEXILHAS DAS ERVAS DO CHÃO TER OS PÉS ROSETEADOS DE CAMPO FICAR MAIS TRIGUEIRO QUE O SOL DE VERÃO É O MEU RIO GRANDE DO SUL CÉU, SOL, SUL, TERRA E COR ONDE TUDO QUE SE PLANTA CRESCE E O QUE MAIS FLORESCE É O AMOR (...) (Música preferida da Turma)

CRIANÇAS PASSEANDO NA RUA COM SEUS CAVALOS- DE-PAU

Projeto integrante do Porta Fólio digital de Paula Ugalde / Todos os direitos SANTOS, P. U.

APRESENTAÇÃO

Tudo surgiu de modo espontâneo! Como uma brincadeira... Mais uma da nossa turma. Três alunos eram apaixonados por cavalos, tinham contato, cavalgavam na garupa dos pais e conheciam a “lida do campo”. Em brincadeiras livres traziam esses conhecimentos para os colegas e, pouco a pouco, a turma foi se interessando pela cultura gaúcha, já um pouco esquecida na escola. Todos os dias os meninos levavam cavalos, bois e outros brinquedos que eram muito apreciados pelos pares. Vinham trajando a indumentária gauchesca e era engraçado observar que só na hora do parquinho tiravam o lenço e as botas, ficando mais à vontade, de chinelo. Havia na sala, um livro que contava a história do Negrinho do Pastoreio. As crianças o adoravam, apesar de se posicionar contra o fazendeiro e seu filho, não aceitando suas injustiças. Conversa vai, conversa vem, discutimos e demonstraram entendimento quando mencionarmos a questão da escravatura. Foi aí que surgiu a idéia de trabalhar a história e a cultura do nosso povo com a abordagem lúdica de sempre, porém, não esquecendo de contextualizá-la. E aí está o projeto, fruto desse trabalho.

Paula Ugalde dos Santos ;)

Projeto integrante do Porta Fólio digital de Paula Ugalde / Todos os direitos SANTOS, P. U.

SOBRE A HISTÓRIA

“A história está presente na vida de todos nós. Está acontecendo todo o dia. O que aconteceu ontem é passado, é história. O que acontece hoje poderá ser história no futuro. Conhecer o passado de uma sociedade é como conhecer o passado de uma pessoa. Quando encontramos um novo amigo, queremos saber coisas sobre a sua história para entendê-lo melhor e até ajudá-lo.”

“Conhecer a história das sociedades, ajuda a entender melhor o mundo em que se vive e a resolver os problemas do presente. Torna a criança mais consciente de como o mundo em que vive chegou no ponto em que está e a ajudará a tomar a decisão de não ficar parada, esperando acontecer ... Isso começa pelas suas relações com as pessoas com as quais convive. É, em última instância: o exercício da cidadania infantil.” (AMIGOS DA HISTÓRIA)

Projeto integrante do Porta Fólio digital de Paula Ugalde / Todos os direitos SANTOS, P. U.

EU SOU GAÚCHA... SOMOS GAÚCHOS!

Ah! Eu sou GAÚCHO!! Ah! Eu sou GAÚCHO!! Com muito orgulho, No coraçãããão!!!

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1 SÍNTESE DA EXPERIÊNCIA O Projeto “É o meu Rio Grande do Sul, Céu, Sol, Sul Tchê!” justifica-se por contemplar o interesse e curiosidade infantil pela cultura gaúcha; por enriquecer o cotidiano infantil, ajudar a entender melhor o mundo e a resolver os problemas do presente; valorizar as raízes e a cultura, contribuir para a compreensão do sentido de identidade, valorização e pertencimento e por proporcionar experiências de aprendizagens significativas, prazerosas e contextualizadas. Concomitante a isso, a proximidade ao mês em que se homenageia a figura do gaúcho e a necessidade do resgate da cultura gaúcha junto à Comunidade escolar. Organizou-se uma proposta com atividades vivenciais, tendo como pano de fundo histórias, lenda, músicas, cantigas infantis, danças, poesias e o acervo de brincadeiras da cultura gaúcha. Esse trabalho contribuiu para a constituição de imagens culturais durante as interações e instrumentalizou na construção e socialização do conhecimento. O proposto contribuiu com o imaginário infantil na reflexão da riqueza folclórica e, sendo prazeroso, desafiador, inventivo e flexível, impulsionou a busca de trocas com os pares para a exploração do novo, o diálogo, a reflexão e a síntese expressa através de várias linguagens. Também trabalhou valores, a partir da discussão das ações de outros. A maioria das produções resultou em brincadeiras muito ao gosto das crianças, a exemplo da contagem e/ ou criação de livrinhos, a biblioteca bagual, as rodas e brinquedos cantados, os cavalinhos de pau; as esculturas de papelão; a vaca parada; as danças; as dramatizações; a confecção de brinquedos,

fantoches; a

roda de chimarrão; etc. O projeto teve por objetivos contemplar o interesse dos aprendizes por conhecer a cultura gaúcha; promover seu resgate e valorização e enriCRIANÇAS DANÇANDO A MÚSICA “O PEZINHO” Projeto integrante do Porta Fólio digital de Paula Ugalde / Todos os direitos SANTOS, P. U.

PROJETO “É O MEU RIO GRANDE DO SUL, CÉU, SOL, SUL TCHÊ!”

cer o cotidiano infantil, a partir da ampliação dos conhecimentos, na vivência de situações lúdicas, prazerosas e significativas. Avaliou-se a participação; a expressividade oral, gráfica, plástica e corporal; a desenvoltura; a autonomia na realização das produções; a criatividade; a inventividade; a observação, o reconhecimento, a apreciação e a interpretação de músicas, cantigas e o conhecimento da cultura gaúcha.

ESPAÇO DE EXPOSIÇÃO PERMANENTE NA ESCOLA

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2 JUSTIFICATIVA Para as crianças de uma escola de educação infantil, o brincar, o imaginar e o criar constituem o espaço para a construção de conhecimentos. É vivenciando diferentes situações, lúdicas, prazerosas, espontâneas e leves como ela, é interagindo com os pares e com os adultos, é nas trocas que elas aprendem. Suas produções, nas diferentes linguagens: seja nas artes plásticas, na música, na dança, no teatro ou na criação e/ou (re) criação de histórias e posterior socialização é que lhes assegurarem a possibilidade de desenvolver-se. Favorecem ainda a formação de valores não apenas no tempo presente. Este projeto trouxe um enfoque mais abrangente, pois considerou e contribuiu para que a criança construísse a compreensão de que a história se faz presente na vida de todos. Oportunizou, a partir da reflexão e comparação de como era as suas vidas quando menores, a de seus pais e / ou professores, a compreensão de que o que aconteceu ontem é passado, é história e de que o que acontece hoje poderá se tornar história no futuro. Conhecendo sua história a criança está mais instrumentalizada para compreender o mundo em que vive e resolver os problemas do presente, mantendo relações mais positivas com as pessoas da sua convivência. É o início da formação para a cidadania infantil. Sob essa perspectiva, o presente projeto justificou-se por contemplar o interesse e curiosidade infantil pela cultura gaúcha; contribuir com o imaginário e enriquecer o cotidiano infantil a partir de um maior conhecimento da cultura gaúcha, ajudar a entender melhor o mundo e a resolver os problemas do presente; valorizar as raízes e a cultura, contribuir para o sentido de identidade, valorização e pertencimento; proporcionar a construção de conhecimentos específicos, previstos no Plano de Trabalho do Professor e no Plano de Trabalho da Escola, em consonância com a Filosofia e objetivos do educandário; proporcionar experiências de aprendizagens significativas, prazerosas e contextualizadas. Concomitante a isso, a necessidade do resgate da cultura gaúcha junto à Comunidade Escolar e a proximidade ao mês em que se homenageia a figura do gaúcho, por ocasião das comemorações as Semana Farroupilha, grande marco na história do Estado.

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Todo ensino que se quer de qualidade precisa contemplar, desde a Educação Infantil, elementos da cultura do povo em seu currículo. Em se tratando do Estado do Rio Grande do Sul, tema de estudo no presente projeto, o mesmo é riquíssimo em tradições relacionadas à cultura gaúcha. A própria história da Revolução Farroupilha já mexe com o imaginário infantil e oferece muitas possibilidades de trabalho. A cultura gaúcha, com seus hábitos, costumes, músicas, danças, culinária, contos, lenda e as brincadeiras possui uma riqueza de elementos para a realização de um trabalho que oportunize a construção de conhecimentos de forma lúdica, prazerosa e contextualizada. Por esse viés, a cultura do povo precisa estar presente no cotidiano das escolas infantis, compondo o acervo de brincadeiras constitutivas do banco de dados de imagens culturais utilizados pelas crianças nas situações interativas. Assim o ensino estará instrumentalizando as crianças para a construção do conhecimento e sua socialização. Sabidamente, vários autores afirmam que a criança só valoriza um conteúdo, uma temática, a partir do momento em que esta se torna significativa. A partir daí ela passa a valorizar tal e ter prazer em aprender. Em se tratando de crianças de escolas infantis, só é possível despertar esse sentimento, a partir do oferecimento de um ensino lúdico e significativo. Se ele for contextualizado, maiores são as chances da criança ter desperto seu desejo por aprender. Trabalhando nessa perspectiva, está se favorecendo a construção das aprendizagens infantis de modo natural e prazeroso. Na interação com os pares e a professora, ao vivenciar diferentes situações organizadas sob essa abordagem, a criança aprende fazendo, brincando e isso, é do que precisa para se desenvolver sadiamente e construir valores. A metodologia permite as crianças rever conceitos, fazer novas descobertas, socializar emoções, inseguranças, questionamentos, sonhos, expectativas, sucessos e desapontamentos. A criança aprende enquanto brinca de faz-de-conta, quando vencia e reflete idéias por meio da literatura infantil, quando dramatiza e se coloca no lugar Projeto integrante do Porta Fólio digital de Paula Ugalde / Todos os direitos SANTOS, P. U.

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dos personagens, ao contar e criar histórias, quando brinca com os pares, ouve músicas, canta, dança, realiza produções em artes, etc. Trabalhos desta natureza favorecem não apenas o imaginário infantil, como a reflexão da riqueza da cultura, com todos os elementos que a constituem, acumulados pelos diferentes povos e que evidenciam a pluralidade cultural do povo. Assim, excluir do currículo escolar as cantigas, os contos e as lendas, bem como as músicas e as danças que fizeram parte do imaginário das crianças de tempos passados trazem como conseqüência a separação da escola e da cultura. Faz-se necessário o resgate de toda essa cultura acumulada e que, hoje, já é desconhecida por muitos, especialmente os mais novos, as crianças, em função da correria dos tempos modernos, que dificulta a transmissão oral. As crianças querem aprender, são curiosas e tem desejo de realizar novas descobertas. O professor precisa saber aproveitar isso, partir daí, dos temas considerados por ela importantes, pois essa é a forma de “pescar” a criança para a construção de novos conhecimentos. Precisa ter presente que o brincar, para a criança, é coisa séria e que cabe a ele o grande desafio de proporcionar um ensino lúdico, significativo e contextualizado, que traga elementos da cultura formadora da inteligência e oportunize muitas brincadeiras de papéis, pois estas, favorecem a criação de situações imaginárias e reorganiza as experiências vividas. O

processo

de ensino na Educação Infantil precisa organizar situações de aprendizagem que oportunizem

a

constru-

ção do saber atrelado ao brincar e ao fazer, pois a-

CRIANÇAS MONTANDO E LAÇANDO CAVALO CONFECCIONADO EM PET

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prender interagindo, brincando e vivenciando diferentes situações favorece a criança a elaboração de significações próprias e contribui para que exercite suas relações e vivência junto aos pares, a ampliação da sua expressividade, comunicação, autonomia e cooperação. Um ensino comprometido com a formação da cidadania infantil tem a brincadeira como elemento balizador de toda sua proposta. Considera o “direito” inalienável da criança de brincar, como forma particular de expressão, pensamento, interação e comunicação infantil. Através da brincadeira ocorre o desenvolvimento das capacidades cognitivas, como de imaginação, imitação, modificação da realidade, ampliação de conhecimentos, etc; das capacidades afetivas e emocionais, como o estabelecimento de vínculos, escolha de papéis, de parceiros e de objetos; interpessoais, como a convivência em um grupo social; físicas; éticas e estéticas, dentre outras. As metáforas do brincar e do criar, para a criança é que trazem as aprendizagens, a partir de suas relações e trocas e de suas produções nas diferentes linguagens, a saber, nas artes plásticas, na música, na dança, no teatro ou na criação e/ou (re) criação de histórias e posterior socialização.

ALGUNS ‘LAÇADORES’ SE REVELARAM. Projeto integrante do Porta Fólio digital de Paula Ugalde / Todos os direitos SANTOS, P. U.

4 OBJETIVOS EDUCACIONAIS

4.1 Objetivo Geral Favorecer o conhecimento e a valorização da cultura Riograndense, por meio da proposição/participação em atividades vivenciais lúdicas, significativas e contextualizadas que desse mais sentido a aprendizagem, capaz de preparar os alunos para a crescente autonomia, criticidade, responsabilidade, comprometimento pessoal e social, para que mostrem suas habilidades e suas capacidades de forma criativa e prazerosa, nos trilhos da cidadania infantil.

4.2 Objetivos Específicos Linguagem Oral e Escrita: Participar de situações de comunicação oral, interagindo e expressando desejos, necessidades e sentimentos por meio da linguagem oral; apreciar a escuta e recontagem de histórias; familiarizar-se com a escrita através do contato com materiais escritos.

EXIBINDO LIVRINHO CONFECCIONADO/BIBLIOTECA BAGUAL

Natureza e Sociedade: Explorar o ambiente e as situações vivenciadas, se relacionando com as pessoas e estabelecendo contato com materiais, objetos e utensílios diversos, manifestando curiosidade e interesse; conhecer e explorar o próprio corpo com todas as suas possibilidades. Matemática: Estabelecer aproximações a algumas noções matemáticas cotidianas vivenciadas. Formação Pessoal e Social: Experimentar/utilizar recursos para satisfação necessidades; expressar sentimentos, desejos, etc.; familiarizar-se com próprio corpo e interessar-se por seus cuidados; brincar; relacionar-se sadiamente. Projeto integrante do Porta Fólio digital de Paula Ugalde / Todos os direitos SANTOS, P. U.

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Movimento e Expressividade: Conhecer e experimentar as diversas formas de movimentos, coreografias; explorar as possibilidades de movimento do próprio corpo; participação em estudo dirigido; projeto em equipe; pesquisa de danças; apresentações; aula prática, brincadeiras; outras situações de interação envolvendo o canto e o movimento. Música: Ouvir, perceber e discriminar produções musicais; brincar com a Música, imaginar, inventar e reproduzir criações musicais; conhecer e apreciar as músicas do RS. Artes: Desenvolver as habilidades de observação, imaginação, sensibilidade, conhecimento e produção artística pessoal e grupal.

Dramatização: Conhecer um pouco da história do RS através de vivências dramáticas diversas. Conhecer as biografias de Bento Gonçalves, Anita e Giuseppe Garibaldi e Bento Gonçalves.

DRAMATIZAÇÃO DE HISTÓRIA

Uma das paixões era a dramatização. Acima, após a CAVALINHOS SE CUMPRIMENTANDO apresentação da história ‘O Negrinho do Pastoreio’, parta as crianças da escola. Projeto integrante do Porta Fólio digital de Paula Ugalde / Todos os direitos SANTOS, P. U.

5 CONTEXTUALIZAÇÃO DA EXPERIÊNCIA A escola onde foi realizado o presente projeto é uma Escola-Creche de um bairro da cidade de um pequeno município do interior do Rio Grande do Sul. A clientela atendida pela escola é variada, sendo alguns filhos de profissionais liberais, comerciantes, outros de trabalhadores assalariados e outros ainda com menor poder aquisitivo, sendo que alguns sem emprego fixo. Assim também eram as crianças da turma. Os alunos com vivências e conhecimentos da cultura gaúcha tinham pais que a cultuam. No Projeto Pedagógico da escola estava previsto o ensino da cultura do Estado e a metodologia de trabalho tinha por princípio considerar os interesses infantis e isso não vinha ocorrendo com relação à Cultura Gaúcha. Eram propostas atividades estanques, meramente para lembrar a data, porém sem relacioná-las com a realidade e, especialmente proporcionar vivências práticas as crianças. Com isso, as crianças perdiam em termos de possibilidades de novas elaborações simbólicas a partir do conhecimento de suas raízes, por não ser facilitado o estudo mais contextualizado no tempo e no espaço, sobre suas raízes. A grande maioria dos pais dos alunos da escola aprecia músicas gaúchas e nativistas, sendo que as solicitam muito durante a realização da Festa Junina da escola, o que é um equívoco e conteúdo que poderia ser trabalhado, a fim de que a idéia fosse desconstituída e atribuído o devido valor à música, bem como aos outros elementos da cultura gaúcha.. Antes do início do trabalho o imaginário infantil de apenas três alunos da turma refletia parte da riqueza da cultura gaúcha, o que se evidenciava pelo conhecimento da lida no campo, de algumas músicas gauchescas, das vestes e vivência de rodeios, entre outros. Seus conhecimentos também precisavam ser sistematizados para ser melhor compreendidos. Os alunos eram apaixonados por cavalos, tinham contato e cavalgavam na cavalos na garupa dos pais. O pai de um dos alunos ia buscá-lo a saída da escola a cavalo, fato que chamava muito a atenção das crianças da escola e, em especial, das da turma, em função de serem seus colegas e brincadeiras com cavalos fazerem parte em sala de aula. Projeto integrante do Porta Fólio digital de Paula Ugalde / Todos os direitos SANTOS, P. U.

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Nas brincadeiras livres, os três meninos traziam seus conhecimentos para os colegas e brincavam desde montar um nas costas do outro a com as miniaturas de bois, cavalos, “liam” livrinhos e ouviam CDs de músicas gauchescas trazidos por eles. Às vezes um deles propunha que dançassem e as meninas o disputavam pois os demais meninos não dançavam, se mostrando envergonhados. Mas durante a dança batiam os pés no chão ou tamborilavam, demonstrando gostar. O pai de um assinava “Horse Business” e “Cavalos de Raça” e o aluno as levava com freqüência para mostrar para os colegas, que muito apreciavam. Vinham trajando a indumentária gauchesca e era engraçado observar que só na hora do parquinho tiravam o lenço e as botas, ficando mais à vontade, de chinelo. As meninas os achavam lindos e eles ficavam muito felizes. No parquinho, adoravam brincar com cordas e sua brincadeira predileta era laçar os tocos de árvores. Essa brincadeira foi se tornando popular e conquistando mais adeptos e chegou um dia que faltaram cordas, havendo disputas. As meninas passaram também a querer realizar a atividade e os meninos nunca deixavam. Um dia dois alunos disseram falas que tornaram evidente a necessidade de trabalhar questões de gênero junto a turma.

“- Vocês não falam que batom e cor de rosa é de menina? Brincar de laçar é coisa de menino!” “- É! são muito fraquinha... Não sabem! Não conseguem!” (risada)

Pouco a pouco, a turma toda foi se interessando pela cultura gaúcha, já um pouco esquecida na escola, que desenvolvia algumas atividades em setembro, por ocasião das comemorações alusivas à Semana Farroupilha. Havia na mini-biblioteca da sala de aula, um livro que contava a história do Negrinho do Pastoreio que as crianças adoravam. Contudo, se posicionavam veemente contra o fazendeiro e seu filho, não aceitando as injustiças cometidas por eles contra o negrinho. Falas como “Papai do Céu fica triste!” ou “O anjinho da guarda chora” quando se referiam ao menino eram comuns sempre que “liam” e / ou contavam a história. Um dia, durante um Sarau de Histórias, que é o momento em que a turma se reunia, tendo cada um escolhido um livro para contar aos colegas, após um deles contar essa história, no espaço dos Projeto integrante do Porta Fólio digital de Paula Ugalde / Todos os direitos SANTOS, P. U.

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comentários, conversa vai, conversa vem, introduziu-se a discussão sobre a queescravatura. As crianças demonstraram entendimento e se posicionaram indignadas com “o homem branco malvado que foi lá longe, na casa dos negros prender eles e trazer pra trabalhar de graça.” Esse episódio foi determinante. A partir dele surgiu a idéia de trabalhar a história e a cultura do povo gaúcho, com a abordagem lúdica de sempre, propondo atividades vivenciais e prazerosas, porém, contextualizadas. Daí oProjeto “É o Meu Rio Grande do Sul, Céu, Sol, Sul, Tchê!!!”. Inicialmente partiu-se para a pesquisa bibliográfica, buscando a fundamentação e a confirmar de saberes. Coletou-se uma infinidade de músicas, danças, contos, causos, lendas, etc. Procedeu-se o planejamento de uma possibilidade de trabalho, que foi modificada ao longo do processo, considerando as produções, os limites, as possibilidades e, em última instância, os interesses infantis. As crianças participantes se sentiram co-autoras e os frutos permaneceram. Nunca se estabeleceu tantos vínculos com uma turma. A experiência foi muito significativa e marcante, tanto para a professora como para os aprendizes. A partir dela, a docente tem revisto sua metodologia de trabalho e continua trabalhando não apenas na dimensão lúdica, mas de forma contextualizada, mesmo com crianças bem pequenas. Criança é uma caixinha de surpresas e sempre estará a desafiar os professores a ir além. Durante te a realização do projeto se percebeu estar aprendendo a conhecer melhor as crianças com quem se trabalhava, sobre como aprendiam, sobre como melhor ensinar, etc. O professor ajudou o aluno a sistematizar, mas a construção do conhecimento foi dos alunos.

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6 DESENVOLVIMENTO DAS AÇÕES A parir do planejamento e conseqüente estabelecimento de objetivos claros organizou-se, de maneira específica e intencional, situações ricas, divertidas, prazerosas e favorecedoras a construção das aprendizagens infantis. Os conhecimentos, habilidades e competências previstos no Plano de Trabalho do Professor e que se inserem nos blocos de conteúdos previstos no Plano de Trabalho da Escola foram contemplados dentro da proposta de trabalho do projeto. Foram eles escuta, contagem ou recontagem e criação de histórias, contos, lenda, poemas; relatos; apreciação e entoação de canções e cantigas infantis; danças; dramatizações; produções artísticas com técnicas diversas (desenhos, recortes, colagens, pinturas, esculturas, etc.); brincadeiras; jogos; passeios; exploração de materiais e utensílios, conhecimento do próprio corpo por meio do seu uso; contagem oral, noções de quantidade, tempo e espaço em jogos; iniciativa, autonomia, participação, respeito; colaboração; higiene pessoal e social; entrevistas; sistematizações orais individuais e coletivas e registros escritos pela professora. A releitura da história pelas crianças:

NEGUINHO DO PASTOREIO Era uma vez o negrinho. - Do pastoreio! Era afilhado da Santinha. E pretinho, pretinho. O homem malvado judiava dele. Surrava. O filhinho também é ruim. Um dia o negrinho perdeu o cavalo. O homem ruim surrô ele. Doeu muito. O filho disse que foi o negrinho, mas foi ele. O homem surrô tanto e saiu sangue. Levô o negrinho no formiguero. Quando o galo cantô: - Cócóricó! O homem ruim viu o negrinho fugindo pro céu cus cavalo e a Santa Senhora. CAPA DO LIVRO (RELEITURA) O NEGRINHO DO PASTOREIO

Produção coletiva Turma Maternal II - 2006 Projeto integrante do Porta Fólio digital de Paula Ugalde / Todos os direitos SANTOS, P. U.

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O projeto foi introduzido oficialmente com a utilização das árvores genealógicas que cada aluno recebeu como tema para casa. Deveriam trazer com os nomes dos pais e dos avós completos. Observando as árvores expostas questionou-se quem era filho de quem e a procedência de cada pessoa. Para os que nasceram no município, questionou-se como eram chamadas as pessoas do lugar. Questionou-se o que mais eram e disseram de início “brasileiros” e, diante da insistência na pergunta, uma aluna disse que gaúchos. A professora lhes apresentou o mapa, perguntando se já tinham visto um. Juntos localizaram o Estado e o Município, a partir das pistas dadas. Então, para melhor compreensão utilizou o jogo de casas, dos tamanhos e disse que podiam pensar na cidade como o filho, no Estado como o Pai e no País como o avô. Após, escutaram a música ”É o meu Rio Grande do Sul, Céu, Sol, Sul”, que foi muito apreciada, sendo que algumas crianças já a conheciam. A letra da música foi discutida e as palavras desconhecidas explicadas. Ao som da música teve início a aula de artes, quando cada um pintou livremente coisas que ama da terra gaúcha. Surgiram várias produções interessantes, tais como um sol e a lua, quando um aluno que o pai mora em São Paulo contestou, dizendo que “ - Sol e lua tem sempre! Lá em São Paulo também.” Os autores não gostaram e questionaram a professora que concordou, mas acrescentou que os gaúchos dizem que olhando daqui eles parecem mais bonitos, mas que não sabia e nunca tinha pensado no assunto. Perguntou se achariam bom que fosse, ao que assentiram. O aluno que questionou ainda na ficou convencido e comentou: “- Não sei não. Vo pergunta pro meu pai!” Ficaram pensando. Outros alunos pintaram bota, chaleira, cuia e uma menina disse que não era..Que isso tem em loja. Questionou-se em que lojas e citaram as lojas da cidade. A professora perguntou onde ficava a cidade e se tinha em outras cidades. Entenderam que as cidades são do Estado, porém não souberam responder se tinha em outras cidades. Aprenderam o versinho que segue, o qual adoraram e virou o grito dos pequenos gaúchos da sala: “Ah! Eu sou gaúcho! Ah! Eu sou gaúcho! Com muito orgulho, no coraçãããão!” Já nesse dia se pode ouvir repetirem-no no parquinho.

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Como de costume, as pinturas ficavam no varal e no dia seguinte eram emolduradas pelas crianças à hora da chegada, antes da hora do café, para posterior exposição no espaço da escola destinado para tal, à entrada da sala de aula. Como sempre, resultaram em ricas produções, pois os alunos apreciavam muito a atividade se mostravam bastante desenvolvidos na área, sendo que alguns, inclusive, davam um realismo notável as suas criações. Assim, ao chegarem, ao som da música, já foram cuidando dos seus trabalhinhos, ansiosos para que secassem logo, a fim de vê-los expostos.

A letra da música estava exposta na sala e foi proposto que identificassem a letra inicial de seus nomes, para ver quem tinha mais vezes repetidas. Os alunos deveriam pintá-la e, concluída a tarefa, ganhavam uma ficha da professora para aumentar seu tesouro (saquinho de TNT). Gostaram da atividade. Porém, alguns ainda não identificavam suas letras e foram ajudados pelos colegas. Outros ainda, não encontrando a sua letra inicial, passaram a marcar as letras do meio, a fim de não ficarem sem pontos. Isso foi permitido com o entendimento de que o importante é que saibam, nessa idade, diferenciar letra de desenho. Os pontos foram somados com o auxílio da professora. Eram empilhados a fim de que observassem que aumentando os pontos aumentava a quantidade e, conseqüentemente, o tamanho. Nesse dia começaram a chegar os materiais de sucata que haviam sido solicitados aos pais, para a confecção de alguns brinquedos. À pedido da professora, um aluno também trouxe várias revistas sobre cavalos. A proposta seria estudar mais sobre os cavalos, o que era muito do interessa de todos. Ao invés de conProjeto integrante do Porta Fólio digital de Paula Ugalde / Todos os direitos SANTOS, P. U.

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tar uma história a professora leu e / ou explicou algumas reportagens sobre cavalos, já selecionadas. Ao término, questionou sobre o que haviam visto e a atividade resultou na confecção de um livrinho, com definições das crianças, o “Cavalhada – tudo sobre cavalos”. Todos acompanharam interessados enquanto a professora transcrevia as falas no livrinho. Ao final, todos queriam lê-lo e foi necessário recorrer ao sorteio. Porém, o menino que havia trazido as revistas estava inconsolável por não ser ele a pegar. A professora disse que quem sabe não seria ele a levá-lo para casa na sexta-feira. Mas era terça e o menino sabia que ainda teria de “dormir algumas noites” até chegar o dia. Foi aí que se resolveu montar o acervo de livrinhos do projeto em separado e permitir que levassem para casa diariamente, para o que se teve o auxílio dos pais, que passaram a anotar as retiradas e as devoluções. Nessa situação o menino foi “sorteado” e menino foi todo feliz com o livrinho para casa. A turma brincou de imitar um cavalinho, seguindo as ordens da professora:

“ – Quando os cavalinhos estão com frio (tremem de frio) Saem todos a passear. (relincho) Uma pata! (batem uma perna no chão) Duas patas! (batem duas pernas no chão) Três patas! (batem duas pernas no chão e uma mão na perna) Quatro patas! (batem uma perna no chão e duas mãos nas pernas) Pocotó! Pocotó! Pocotó! (saem troteando na sala) Pocotó! Pocotó! Pocotó! “

A brincadeira foi muito apreciada e aos poucos alguns meninos foram dando outras ordens: “ - Parem! Tem que toma água.” ou ainda “Tão cansado. Tem que i pra casa durmi.”

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No outro dia o aluno que levou o livrinho trouxe seu primeiro desenho de cavalo. Era uma cabeça, com as orelhas pequenas, dos lados, como representava a figura humana, uma barriga comprida do lado, pescoço unindo e abaixo as quatro patas. Pediu para que fosse exposto na sala, o que foi feito. Nesse dia todas as crianças quiseram desenhar cavalos, especialmente duas meninas que sempre achavam que “desenhavam mais bonito”. Durante as observações dos cavalos se aperceberam que o aluno havia desenhado as orelhas dos lados ao invés de em cima, que não tinha crina e nem rabo. O menino se desestabilizou de início, pegou seu desenho, observou as figuras e completou o desenho. Durante todo o projeto o espaço destinado a “Biblioteca Bagual” era muito apreciado, os cuidados com os livrinhos eram uma constante e apesar das retiradas diárias, que persistiram para além do seu desenvolvimento, todos permaneceram em bom estado. Até o aluninho que quando se sentia inseguro tinha o hábito de morder os livrinhos passou a ter maior cuidado, desde o dia em que quis retirar o livro do cavalo branquinho e os colegas protestaram pois iria estraga-lo. A professora teve de interferir, conversando com o menino e explicando que se ele danificava os livrinhos, os pares não iriam querer que levasse, pois eram muito legais, de todos da turma. De início ficou amuado, mas, em seguida, prometeu que não ia morder e não o fez. Com o auxílio das crianças, teve início a construção de um cavalinho de pet. Á medida que ia tomando forma às crianças iam reconhecendo a figura do cavalo e era grande sua expectativa. Quando concluído, nem quiseram caracterizaram sua fuça e já foram montando e querendo cordas para laçá-lo. Ficaram muito entusiasmados com a novidade e quiseram levar para o parquinho. Brincaram muito com esse cavalinho e os meninos maiores sempre o pediam emprestado e negociavam, sendo que às vezes emprestavam e noutras não. Com isso, o cavalo não durou três semanas, pois não suportou o peso dos maiores e nem. Ficaram muito tristes quando não deu mais para consertar o cavalo. Uma aluna disse que era porque os meninos montavam juntos. Um aluno sugeriu que fizessem ouProjeto integrante do Porta Fólio digital de Paula Ugalde / Todos os direitos SANTOS, P. U.

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tro. A professora ficou de ver um modo de tornar o cavalo mais forte. Num outro dia, durante um sarau de histórias, teve um aluno que não quis pegar livro, dizendo que ia contar uma história de cavalinho que conhecia. Contou de forma muito expressiva, os colegas adoraram e a professora anotou sua fala. No dia seguinte havia mais um livro na sala, o do cavalo branquinho. Quiseram ouvir a história de novo e o aluno se levantou de imediato para contá-la com ajuda da professora, pois, diante das ilustrações organizadas por essa, confundiu-se um pouco. Na saída contou para a mãe que tinha um livrinho novo na sala, da sua história e aquela, depois de lê-la, comentou que estava modificada, pois na original não tinha o cavalo do time de futebol. Chegou o dia em que ganhariam os cavalos de pau confeccionados pela professora durante momentos específicos, tais como o café da manhã, recreio, aula de educação física, etc, em que a monitora da turma auxiliava nos cuidados com as crianças. Algumas mães também auxiliaram na confecção. As crianças ficaram apaixonadas pelos cavalinhos. Passaram a manhã brincando com eles, os batizaram e, no dia seguinte saíram pela primeira vez passear nas calçadas, nas ruas. Era muito lindo vê-los assim, chamaram a atenção das pessoas da cidade e despertaram ciúmes e desapontamento nas demais crianças da escola que não tinham seus cavalinhos. Aqui se destaca a importância da colaboração entre todos num educandário. A autora apresentou rascunho do projeto as colegas e convidou para que se engajassem e não obteve concordância. Sugeriu que também construíssem cavalinhos para os seus alunos, evitando disputas, mas acharam interessante que quem quisesse adquirisse nas lojas de R$ 1 real. Com isso, foram confeccionados ainda dois cavalinhos sobressalentes e oferecidos as demais crianças no parquinho. Seguido as crianças da turma os emprestavam paProjeto integrante do Porta Fólio digital de Paula Ugalde / Todos os direitos SANTOS, P. U.

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ra os amigos mais chegados. As crianças confeccionaram seus próprios livrinhos da história do seu cavalinho de pau, que vieram fazer parte do acervo até o dia em que os levaram embora, findo o projeto. Havia sido previsto a realização e pesquisa na Internet junto com as crianças para que as mesmas apreciassem músicas e danças típicas. Porém, como a a escola não dispunha do recurso, as crianças teriam que se deslocar até outra escola, o que não foi possível devido a intempéries. Com isso, a professora trouxe a pesquisa de algumas, tais como Pezinho, Maçanico, Balaio, Caranguejo, Chimarrita, É o meu Rio Grande do Sul, Querência Amada, Eu sou do Sul, etc. para os alunos apreciarem, gravadas em CD. Com isso, duas outras atividades muito apreciadas pelas crianças foram a escuta de obras musicais e à realização dos fandangos, quando dançaram a valer. O primeiro se realizou na própria sala de aula, apenas entre as crianças da turma. Desde o início as crianças dançaram a valer, não se importando com a forma. Teve dois casais. Dois meninos que se uniram como casais para fazer piada, outros que dançavam soltos, algumas meninas dançavam de modo mais sensual, à exemplo de como adultas dançam alguns rítimos e outros ainda apenas se limitavam a pular no mesmo lugar, seguindo o ritmo da música. Um aluno quis dançar com a professora e essa começou a arrodeá-lo, o que acharam muito “legal” e imitaram. Estava introduzida a questão das coreografias nas músicas. Foi explicado que era costume dos gaúchos de movimentarem de determinado jeito ao dançarem as músicas e pediram que lhes ensinasse. A professora lhes apresentou a dança do pezinho, dançando com uma menina. Depois de assistirem, todos quiseram fazer e para uma primeira vez dançaram muito bem, mas foram auxiliados com orientações de comando: “pezinhos mexendo”, “troca”, “engancha braços”, “troca”, etc. essa dança tornou-ser referência em dança para as crianças que passaram a dançá-la espontaneamente. Já era proposta apresentar-lhes outras danças gauchescas por ocasião da visita do Patrão do CTG e da prendinha gaúcha a turma.

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Como já sabiam a história do Negrinho do Pastoreio, foi organizado sua apresentação na escola, com o uso de fantoches. Após, se desenharam em papel pardo, pintaram, dando a forma do negrinho. Essa atividade é importante para se aperceberem do esquema corporal. A partir deste dia um menino que se desenhava com os braços saindo da cabeça passou a desenhá-los partindo do tronco. Depois de seco foi recortado e colado em papelão e, posteriormente veio a ser a primeira “escultura” humana do projeto. A atividade foi prazerosa e por isso repetida quando se trabalhou a história da Revolução Farroupilha e a música O Tatu. Essa história foi muito significativa para as crianças que ficaram apaixonadas pelo gaúcho tatu e suas aventuras e inconformados ao final, com a sua morte. A história os conquistou desde o início e quando a professora fazia sua leitura, pois a transformou em livro, ao ler “arrodeia a roda”, imediatamente se levantaram e trocaram e lugares às risadas e para “voltinha no meio” se levantaram novamente, uns com as mãos na cintura e arrodearam espontaneamente.

PERSONAGENS REVOLUÇÃO FARROUPILHA.

O GAÚCHO TATU E DONA TATUA.

As crianças ouviram a música explorando alguns personagens, teceram comentários sobre quem queriam “ser” (representar), pediram pra repetir e duas meninas quiseram fazer a história do “seu tatu”, confeccionando um livrinho. Projeto integrante do Porta Fólio digital de Paula Ugalde / Todos os direitos SANTOS, P. U.

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As meninas, de posse do livro feito pela professora, passaram a contar a história a seu modo. Contaram com detalhes a professora serviu de escriba. Ouvi

contá

uma

história

do tatu. Bateu a pata! Ele disse: - Arrodeia a roda! - Voltinha no meio! - O tatu é meu! Ele tinha um pala do pai. Ele mordeu a perna da tatua. Daí ele foi nos cachorro.

Acima as pequenas autoras e abaixo seu livrinho, com a reescrita da história e ilustração da turma. Foi impressionante a sensibilidade para a letra da música. E mais interessante o final, pois não quiseram que o Tatu morresse.

A cachorrada mordeu ele. Daí ele foi pra outro lugar. Ele viu um milho e tava com fome e comeu tudo. Ele roubou feijão. E foi pra outro lugar. - Que ta fazendo no cavalo tatu? - Vou lá pra cima dança. Ele levou as coisa. Ele ficou triste porque tomou uma surra e só também por causa da mordida dos cachorro. E murchou as orelha. Ficaram caída. Ele roubou feijão. Ele foi pra outro lugar. Daí ele tomou um chimarrão e foi ficando doente. - Me ajude dona Tatua, se-

As demais crianças ilustra-

não eu vô morre!

ram o livrinho. A professora releu

A tatua deu remédio: uma folhinha.

a produção das meninas e, à

Daí ele morreu e eles rezaram: a tatua e os tatuzi-

medida que a ação se desenro-

nhos. Eles fazeram um buraco pra bota ele.

lava, os alunos iam orientando

A dona tatua disse:

onde deveria parar, a fim de que

- Eu acho que o meu homem

desenhassem os personaens. Os

não tá morrido. Ele tá no médico.

desenhos eram concluídos e en-

Ela ajudo ele. Ele saro. E o Tatu, a

tregues para a professora montar

Tatua e os tatuzinhos viveram felizes para sempre.” (Fim)

o livrinho. A compreensão foi Projeto integrante do Porta Fólio digital de Paula Ugalde / Todos os direitos SANTOS, P. U.

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surpreendente. Elas contextualizaram e interagiram com a história. Chamou muita atenção o fato do tatu ter dado uma ‘mordidinha’ na perna do seu bem e um menino quis dar uma mordidinha na sua ‘namorada’, uma coleguinha de aula, que reclamou. Também os cachorros morderam o tatu, sendo que alguns têm medo de cachorro e outros vivem rodeados de cães em suas casas. Houve um episódio, durante um passeio da turma, que estes últimos mexeram com cachorros em uma casa e a turma teve de escapar dos mesmos. Aí já colocaram o sentimento da tristeza para o tatu. Comentaram o roubo, alguns reprovando, mas como simpatizaram com o tatu, alegaram que era porque não tinha o que comer. Não queriam que o tatu adoecesse e não se conformaram com a sua morte, deram um jeito de dizer o ‘e viveram felizes para sempre’. Muitas vezes ‘leram os livrinhos do tatu, pois outro foi ilustrado com os desenhos das crianças e ambos eram muito disputados. Outra atividade interessante foi a realizada com a letra da música Piazito Carreteiro, alguns dias depois. Os meninos se identificaram muito com o personagem e as meninas com a sua prendinha. Também confeccionaram uma historinha, porém, a técnica escolhida foi desenho com nanquim e pintura com giz de cera e anilina líquida e, na falta do nanquim, foi experimentado sua substituição por caneta de retroprojetor e, ao pintarem com anilina, as imagens ficaram borradas.mas a história ficou interessantíssima, muito rica em detalhes. Nos dias subseqüentes, brincaram espontaneamente de ser o piazito, durante as brincadeiras no parquinho, quando andavam nos seus cavalinhos de pau. As meninas ficavam dentro da casinha de boneca sonhando e esperando os seus “cambichos”, olhando pra lua. Quando os meninos chegavam saiam passear juntos, os convidavam para entrar comer, etc. É costume da turma ter um mascote na sala e, a cada trabalho significativo desenvolvido é criado um afim. Assim foi com o “Piazito”, o mascote da turma em setembro. Para confecciona-los, as crianças, sentadas em círculo, amassaram jornais e forProjeto integrante do Porta Fólio digital de Paula Ugalde / Todos os direitos SANTOS, P. U.

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maram uma bola que foi colada pela professora, que também acrescentou olhos, nariz e boca, além de chapéu e botas aos bonequinhos. As crianças os pintaram, foram impermeabilizados com cola e passaram a brincar muito com eles. Algumas crianças os levavam para casa posar com elas. Os bonequinhos as acompanhavam ao refeitório, durante as refeições e até no parquinho. Um dia uma criança de outra sala entrou na sala do maternal e levou um dos bonequinhos e o dono, quando se apercebeu, chorou muito. As outras crianças correram oferecer os seus “emprestado”, mas não podia levar embora. A professora sugeriu que fizesse outro, mas o aluno não quis. Só dois dias depois a criança o devolveu, vendo a tristeza do amiguinho, que ficou feliz ao ver seu piazito. A partir dessa história passou-se a pesquisa sobre a “lida campeira”, quando se discutiu algumas letras de música que falavam disso e foi entrevistado um pai de aluno. O pai contou da lida, mas ao mencionar que preparam os animais para o rodeio o interesse das crianças aumentos e a palestra foi direcionada para o tema rodeio. O pai contou da competição de laço a vaca parada que despertou o interesse geral. A professora tinha descoberto que para tornar mais resistente os brinquedos confeccionados com pet era preciso reforçá-los com tiras de gesso, daquele usado nos hospitais. Propôs que confeccionassem uma “vaca parada” para a turma, acreditando que não montariam tanto. Mas de nada adiantou pois desde o início já passaram a montar na vaca. Nos próximos dias todos participaram do trabalho, pois, após a primeira etapa de rejunte das pets com fita durex e cola quente, era preciso passar as tiras de gesso, especialmente nas emendas e alisa-las até secar. Após, era preciso rasgar folhas ofício, passa-las numa mistura de cola e água e colar no corpo da vaca, preenchendo-o todo. Depois foi o momento de pintarem a vaca. E por fim, da colagem do rabo e da cara, feitos em EVA. Quando a vaca ficou pronta, brincaram muito – tanto na sala de aula como fora - de laçar. Devido ao seu grande interesse, o professor de Educação Física também entrou na brincadeira e deu algumas aulas prevendo atividades envolvendo o laço a vaca, bem como cordas e a própria

vaca. As crianças adoraram e, um dia, ao final da aula,

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aquele foi visto aprendendo a laçar com um dos aluninhos que sabia bem. Apesar de tomarem mais cuidado, para que a vaca não estragasse, não deixavam de brincar com ela e isso se estendeu até o final do ano. No início desse ano, já estudando em outra turma, davam um jeito e ir à sala do maternal brincar coma vaca. Ao observar as crianças brincarem de laçar percebe-se que fazem do brinquedo uma situação social, a partir da imitação de condutas, explorações e relacionamentos. Elas vivenciam comportamentos e papéis num espaço imaginário em que a satisfação de seus desejos pode acontecer. Foi um desafio contar a história da Revolução Farroupilha de modo simples, com o essencial, para o fácil entendimento das crianças e sem posicionamento. Para tal, se buscou várias fontes e realizou-se trocas com alguns profissionais das relações, para que esses dessem suas contribuições. Foi muito difícil explicar os motivos econômicos da Revolução, por exemplo: discutir o fato de quererem se separar do Brasil, sem emitir posicionamento, etc. . Como a história foi apresentada para toda a escola, na “hora do conto”, com o recurso de um teatrinho, foi levada manuscrita e, após a apresentação não foi mais encontrada, tendo assim, se perdido. Durante a apresentação a atenção foi integral e já de início alguns aluninhos da turma quiseram auxiliar segurando os fantoches e acabaram participando espontaneamente, muito seguros e com falas bastante coerentes, o que tornou a história mais leve e deixou a professora mais confortável, com suas presenças, pois a mesma apresenta dificuldades e certa timidez ao se apresentar diante de platéias, apesar de não transparecer. Todos gostaram muito e a diretora foi a que mais elogiou. Depois dessa história foram confeccionadas bustosesculturas de papelão da Anita e do Giuseppe Garibaldi, do Bento Gonçalves e do Duque de Caxias. As mesmas ficaram bastante interessantes e vieram a caracterizar os personagens. Um exemplo disso são as distinções nas roupas dos militares. Observou-se que as crianças quiseram representar os personagens que lhes tinha chamado à atenção. A professora levou para a classe imagens pesquisadas na Internet dos personagens e as expôs para que observassem características físicas dos mesmos. Porém, ao representarem, preferiram se olhar no espelho, como se tivessem incorporado os personagens – o que é muito comum na faixa etária.

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A riqueza das propostas contribuiu para a constituição do imaginário infantil, a construção do conhecimento e sua socialização. Durante todo o projeto as crianças se colocaram como “atores sociais” no processo de ensino-aprendizagem o que pode ser ilustrado a partir da análise das suas falas, por ocasião da sistematização dos estudos no Jornal Legal Gaúcho Tchê!!!, como se pode ver:

JORNAL LEGAL GAÚCHO TCHÊ!!! NO MÊS DO ANIVERSÁRIO DOS GAÚCHOS NÓS... APRENDEMOS UM MONTE DE COISAS DO GAÚCHO! É! COMO ELE FALA! ÁGUA-DE-CHÊRO É PERFUME. CAMBICHO É NAMORADO. BÓIA É COMIDA! EU SOU ’GURI’! CHINOCA É QUE NEM A MINHA MÃE: GRANDE, BONITA. E CAGAÇO É...(RISADA) É UM SUSTÃO!

O QUE MAIS GOSTAMOS DE FAZER FOI... EU GOSTEI DAS HISTÓRINHA! DE FAZÊ ELAS. EU TAMBÉM! SÓ QUE EU GOSTEI MAIS...GOSTEI MAIS...DAS QUE EU FIZ! E O PEZINHO. NÃO É O “PEZINHO!” É MÚSICA GUIA! MAS É O NOME DELA! (FERNANDA) (...) NÓS ACHAMO MUITO LEGAL! E FIZEMO OS PIAZITO. A GENTE BRINCO COM OS CAVALINHO-DE-PAU. EU ADOREI A MINHA EGUINHA COR-DE-ROSA. EU TAMBÉM! SÓ QUE A FILHINHA TÁ FICANDO MUITO TEIMOSA. FOI NA RUA ONTE. DEI UM XINGO NELA! É! ISSO FOI LEGAL“MUITO BOM”! QUANDO A GENTE VAI LEVÁ ELES PRO? É! QUANTAS NOITE FALTA PRA GENTE LEVÁ ELES PRA CASA?

A HISTORINHA QUE MAIS GOSTAMOS FOI... DO PIAZITO CARRETERO. DO GAÚCHO TATU. EU ADOREI ESSA! EU TAMBÉM! DO MEU TATU E DA FERNANDA! DO MEU CAVALINHO BRANCO. O DA GUERRA! É! O DA MINHA ANITA! NÃO É DA ANITA! É DO GAIBAUDI! É! DA ANAINHA! É DUS DOIS NÉ PRO?

O QUE APRENDEMOS SOBRE O GAÚCHO? OS GAÚCHO GOSTA DE TOMA MATE. É. E AS PRENDA USAM VESTIDO. E BOTA! E OS GAÚCHO BOMBACHA, BOTA... TEM GUAIACA E LENÇO. E BOTA E CHAPÉU. (...)

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7 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS Foram inúmeras as aprendizagens construídas pelos alunos acerca da cultura gaúcha. Os conhecimentos sobre as suas raízes foram ampliados em muito. Porém, o mais importante é que isso se deu de forma lúdica, prazerosa e significativa, bem ao gosto das crianças. A avaliação das aprendizagens infantis se deu por meio da observação, análise e registro dos conhecimentos, hábitos e atitudes apresentados pelas crianças durante o processo, sendo que todas as atividades culminaram na sistematização dos trabalhos no jornal mural feito pela turma e na confecção de Portfolios individuais, contendo suas produções. A partir do desenvolvimento do projeto foi possível perceber ainda sua contribuição real na formação de crianças-cidadãs, solidárias, participantes, sensíveis, dialógicas, criativas e inventivas, pois aprenderam, ensinaram, cresceram, construíram sua identidade e desenvolveram suas potencialidades a partir das brincadeiras, das interações e das trocas, do trabalho cooperativo e participativo. Independente de classe social, poder aquisitivo das famílias e recursos que as crianças tenham ou deixem e ter em seus lares, ou mesmo na escola, um ensino fundamentado, bem planejado e rico em possibilidades de (re) construções individuais e coletivas constitui espaço da socialização e de construção do conhecimento. Se a criança de classe popular não tem acesso a materiais ou lhes falta estímulos em casa, maior é a responsabilidade dos educadores. Pode-se afirmar que o projeto veio a contribuir para que as crianças ampliassem suas referências culturais e sociais, a partir do conhecimento das suas raízes, da valorização da sua identidade e da maior compreensão da história de luta do seu povo. Acredita-se ter conseguido respeitar as diversidades e valorizar as contribuições de cada um e de todos para o sucesso do projeto comum, permitindo a cada criança revelar suas potencialidades, suas limitações, seus saberes e não saberes e, principalmente, suas possibilidades no devenir.

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CONCLUSÃO A importância de se trabalhar a partir de uma metodologia sólida que embase a prática docente faz toda a diferença na promoção de um ensino de qualidade, capaz de formar crianças-cidadãs. E mais que isso, é preciso ter consciência das incompletudes e de que sempre estará em formação. O professor precisa estudar muito e sempre, pesquisar, realizar trocas entre os pares, planejar e avaliar sua prática cotidianamente. Planejando é possível contemplar-se possíveis ações e conhecimentos a serem trabalhados e evita-se, com isso, a intervenção de improviso, imediatista, sem um objetivo educacional a ser alcançado, em termos de construção de conhecimentos. Entretanto, esse planejamento precisa ser flexível, a fim de se adaptar as situações que surgem, considerar as singularidades, os níveis de desenvolvimento e os interesses infantis. Já a avaliação permite a reflexão e análise da própria práxis, a organização e o encaminhamento de novas propostas e intervenções didáticas, que só são possíveis a partir da compreensão da realidade existente comparada a que se quer construir. A partir da reflexão do trabalho desenvolvido, dos resultados pretendidos e os alcançados, foi possível mais uma vez confirmar que o ensino lúdico apresenta inúmeras possibilidades e efetivamente contribui para o desenvolvimento infantil e a construção de aprendizagens numa perspectiva social. No projeto, trabalhou-se com as crianças, não apenas a ampliação dos conhecimentos, como o estabelecimento de relações entre os conteúdos do ensino e o contexto social mais amplo, o que assegurou uma aprendizagem efetiva. Mas não foi só para os alunos que o ensino aprendizagem se tornou mais prazeroso a partir do desenvolvimento do projeto, para a professora também foi assim. Do início ao fim a mesma sentiu muita alegria com as novas aprendizagens das crianças e, principalmente, ficou contagiada e até emocionou-se pelo seu entusiasmo por trabalharem a temática. A docente conseguiu enxergar melhor os seus alunos, ver suas possibilidades, lacunas e sentiu-se mais instrumentalizada a realizar intervenções metodológicas contributivas para o avanço das crianças. Foi uma surpresa os saberes e as possibilidades de aprendizagem infantis, que, dia-aProjeto integrante do Porta Fólio digital de Paula Ugalde / Todos os direitos SANTOS, P. U.

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dia, surpreenderam. Precisou se reciclar em alguns aspectos, tornando-se mais dinâmica, a fim de contemplar propostas que atendessem aos diferentes interesses e mais ágil, para não descuidar das atividades de rotina numa escola infantil, relacionadas aos cuidados, tais como higiene, alimentação, etc. não foi uma nem duas vezes que a diretora, a coordenadora pedagógica ou a monitora a auxiliaram, a fim da mesma não atrasar os horários, estando todos na turma tão imersos nas atividades. Neste sentido, fica registrada a importância do apoio recebido pela professora para o êxito do projeto. Tanto as dirigentes da escola, como outros sujeitos da comunidade escolar, pais de alunos e Secretaria da Educação, cada um a seu modo contribuíram para que fosse possível sua realização. Foi muito enriquecedor para a prática docente a pesquisa a partir de uma temática específica e suas aprendizagens, enquanto ensinante, foram ampliadas em muito: “Ensinou aprendendo”. Além de favorecer o imaginário infantil, sem dúvida contribuiu para as representações da educadora acerca da infância e dos processos de ensino-aprendizagem. Considerando as expectativas em relação às intervenções realizadas, em termos de resultados e / ou aprendizagens dos alunos, a cada dia ocorreu uma grata surpresa. Foram inúmeras as situações onde ficou evidenciado o quanto o trabalho foi significativa para os alunos e veio ampliar o universo de suas representações sociais e culturais. E isso, com as crianças se colocando como sujeitos de todo o processo a desafiar a docente ir além no seu professorar. O ensino promovido tornou-se ainda mais desafiador, complexo, criativo, prazeroso, significativo e contextualizado, pois incentivou o desejo de aprender, o prazer e alegria de viver, nos trilhos da construção da cidadania infantil. Foi um grande prazer ensinar e aprender, tanto para os alunos como para a professora. Certamente o projeto apresenta contributos para a comunidade educacional, pois a partir da realização da experiência ficou provado que é possível levar o aluno,mesmo sendo bem pequenos,como os participantes da experiência, a construção do conhecimento de modo alegre, prazeroso, colaborativo, introduzindo elementos da cultura a partir de brincadeiras e outras atividades significatiProjeto integrante do Porta Fólio digital de Paula Ugalde / Todos os direitos SANTOS, P. U.

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significativas, tão ao gosto das crianças e também dos adultos. O jogo, a brincadeira fazem parte da vida dos seres humanos e são o que tornam especial a sua existência e, em se tratando de criança, a ludicidade compõem sua essência.. A experiência vivida permite defender uma proposta metodológica lúdica e que, ao mesmo tempo, traga elementos socioculturais contextualizados para dentro da sala de aula com o entendimento que essa vertente possibilita o melhor para acriança, em termos de ensino-aprendizagem.

PINTANDO A “VACA PARADA” FEITA DE SUCATA

“um autêntico projeto encontra sempre o seu ponto de partida no impulso do aluno (...) O projeto supõe a visão de um fim. Implica uma previsão de conseqüências que resultariam da ação que se introduz no impulso inicial” (LIMA, 2003, p. 69).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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HERNÁNDEZ, Fernando. A organização do currículo por projetos de trabalho. O conhecimento é um caleidoscópio. / Fernando Hernández e Montserrat Ventura; trad. Jussara Haubert Rodrigues.—5. ed.—Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. MARQUES, L. P.; SILVA, Sandrelena Monteiro da.; LAURO, Bianca Rechker. Anais do 2.o Congresso Brasileiro de Extensão Universitária. Educação Infantil como Prática de Transformação Social. Área Temática de Educação. Belo Horizonte, Set, 2004. http://www.ufmg.br/congrext/Educa/Educa70.pdf RAMOS, M. da C. A. L. Jogar e brincar: Representando papéis, a criança constrói o próprio conhecimento e, conseqüentemente, sua própria personalidade. Disponível em http://74.125.47.132/search?q=cache:b7yPg-5-2yMJ:www.icpg.com.br/ artigos/rev01-07.pdf+JOGAR+E+BRI NCAR+Representando+pap%C3% A9is,+a+crian%C3%A7a+constr%C3%B3i+o+pr%C3% B3prio+conhecimento+e,+conseq%C3%BCentemente,+sua+pr%C3% B3pria+personalidade&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br. Acessado em Jul 2005.

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Este material é parte integrante do Porta Fólio digital da autora. O projeto foi desenvolvido

no ano de

2005, junto a turma de Maternal II, da EMEI Amanda Viana dos Santos, Santa Bárbara do Sul. Participou dos Prêmios PROFESSORES DO BRASIL – 2ª EDIÇÃO/EDUCAÇÃO INFANTIL e do EDUCADORES DO BRASIL 2006. Infelizmente as imagens foram tiradas de celular, tendo baixa resolução. A autora possui autorização dos pais para exibição das imagens, por ocasião das participações. Para evitar a exposição infantil - mesmo em relatório educacional, optou-se por preservar as identidades infantis.

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