AUTO-HEMOTERAPIA, PROBIÓTICOS E OS IMUNOESTIMULADORES. *João Veiga Filho – Médico ARTIGO DO DR. JOÃO VEIGA Transcrevo o artigo do Dr. João Veiga, médico cirurgião e secretário da Saúde de Olinda, o qual foi veiculado no Jornal Folha de Pernambuco, edição de 27 de abril de 2007. O Dr. Veiga, explica mais sobre a auto-hemo e deixa registrado seu repúdio à matéria do Fantástico, que também o entrevistou. AUTO-HEMOTERAPIA, PROBIÓTICOS E OS IMUNOESTIMULADORES. *João Veiga Filho – Médico A auto-hemoterapia é um tratamento que já vem sendo usado por médicos desde a década de 20. Nos anos 40 trabalhos científicos foram publicados em revistas médicas no Brasil – Revista Brasil- Cirúrgico em 1940 e internacional – The American Journal of Surgery de 1936, pg.321. Apesar do uso indiscriminado pela população, com orientação médica ou não, nos últimos anos, não foi registrado nenhum trabalho que comprovasse ou desautorizasse o método. O objetivo da terapia é estimular o sistema imunológico através da aplicação do sangue autólogo, ou seja, o sangue do próprio indivíduo. Não há dúvidas que o sistema imunológico pode ser estimulado por drogas produzidas pela indústria farmacêutica, por alimentos como os Probióticos e Glucona, endotoxinas, vacinas, etc. A colocação de sangue retirado da veia na musculatura funciona como um estímulo de neutrófilos, monócitos e linfócitos que se dirigem para o local com a função de limpeza, remove coágulos, bactérias e tecidos lesionados. Os monócitos evoluem para macrófagos que exercem a fagocitose de qualquer substância, bactéria ou tecido residual. Segrega uma série de substâncias (citoquinas e fatores de crescimento) que estimulam mais ainda os neutrófilos para produzir tecido de regeneração e formação de novos vasos(angiogê nese), como também a produção local de óxido nítrico, substância importante bacteriana. Além desta ação local, vamos falar assim, os macrófagos estimulam os linfócitos, que liberam as interleucinas e interferon, que são substancias estimuladoras dos linfócitos T e B, outras células do nosso sistema imunológico, este que nos defende de infecções, câncer e outras agressões ao nosso corpo. Não muito tempo atrás o uso dos Probióticos, que são germes patogênicos, os quais, ingeridos e transitando vivos até o tubo digestivo, interferem favoravelmente sobre a flora intestinal e é também um imunoestimulador, não passava de crendices populares. Segundo a sabedoria popular o consumo da linhaça e iogurtes, ricos em probióticos, eram fontes de cura de muitas doenças. A comunidade científica desautorizava o uso para para combater doenças e não reconhecia qualquer propriedade curativa nestes alimentos. Hoje, uma revista nacional, GED (volume 26, número 1, janeiro/fevereiro de 2007) – da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva; Federação Brasileira de Gastroenterologia; Sociedade Brasileira de Hepatologia; Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva e Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva, publica trabalho "Probióticos em gastroenterologia e cirurgia". No bojo do trabalho, pasmem os senhores, os probióticos, os germisinhos da sementinha da linhaça e do iogurte, servem para: diarréias por bactérias e vírus, incluindo C. difficite, infecção e complicações por H.pylori, doenças inflamatórias intestinais (moléstia de Crohn, pouchitis), câncer gastrintestinal e urinário, constipação intestinal, melhora da imunidade intestinal e sistêmica, combate à alergia alimentar (dermatite atônica, outros quadros sistêmicos), prevenção da translocação bacteriana, cardiopatias isquêmicas,
infecções genitais e urinárias (cistite, vaginose, vaginite por fungo), prevenção de morbimortalidade em recém-nascidos e prematuros. Esta nova atitude dos "órgãos" da ciência e conhecimento em relação aos probióticos vem, coincidentemente quando a indústria NESTLER coloca nos seus iogurtes e promete que em 12 dias de consumo do seu produto qualquer pessoa fica curada de constipação intestinal, o que é verdade. Não bastou o fato do patriarca judeu Abraão ter sua proverbial saúde e longevidade ao consumo de iogurtes inventado pelos Persas. Como médico e fazendo a auto-hemoterapia em pacientes com artropatia não tenho dúvidas da eficácia do método como coadjuvante para tratar artropatias crônicas, estimulando o sistema imunológico dos pacientes, podendo ser eficiente em outras doenças. Mantenho a conduta que deve ser praticada ou orientada por médicos e repudio a conduta desrespeitosa e desinformada de algumas autoridades médicas que depuseram no programa Fantástico da Rede Globo de Televisão. *Dr. Veiga é cirurgião, pós-graduado em cirurgia gastroenteroló gica,membro da Comissão de Trauma do Conselho de Medicina de Pernambuco (Cremepe) e Secretário da Saúde do município de Olinda - PE.