Coesão Textual

  • Uploaded by: Willian Da Silva Souza
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Coesão Textual "A coesão não nos revela a significação do texto, revela-nos a construção do texto enquanto edifício semântico."

A metáfora acima representa de forma bastante eficaz o sentido de coesão, assim como as partes que compõem a estrutura de um edifício devem estar bem conectadas, bem “amarrada”, as várias partes de uma frase devem se apresentar bem “amarradas”, para que o texto cumpra sua função primordial? Veículo de articulação entre o autor e seu leitor. A coesão é essa “amarração” entre as várias partes do texto, ou seja, o entrelaçamento significativo entre declarações e sentenças. Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a lexical e a gramatical. A coesão lexical é obtida pelas relações de sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos e formas elididas. Já a coesão gramatical é conseguida a partir do emprego adequado de artigo, pronome, adjetivo, determinado advérbios e expressões adverbiais, conjunções e numerais. Seguem alguns exemplos de coesão: Perífrase ou antonomásia - expressão que caracteriza o lugar, a coisa ou a pessoa a que se faz referência Ex.: O Rio de Janeiro é uma das cidades mais importantes do Brasil. A cidade maravilhosa é conhecida mundialmente por suas belezas naturais, hospitalidade e carnaval. Nominalizações - uso de um substantivo que remete a um verbo enunciado anteriormente. Também pode ocorrer o contrário: um verbo retomar um substantivo já enunciado. Ex.: A moça foi declarar-se culpada do crime. Essa declaração, entretanto, não foi aceita pelo juiz responsável pelo caso. / O testemunho do rapaz desencadeou uma ação conjunta dos moradores para testemunhar contra o réu. Palavras ou expressões sinônimas ou quase sinônimas - ainda que se considere a inexistência de sinônimos perfeitos, algumas substituições favorecem a não repetição de palavras.

Ex.: Os automóveis colocados à venda durante a exposição não obtiveram muito sucesso. Isso talvez tenha ocorrido porque os carros não estavam em um lugar de destaque no evento. Repetição vocabular - ainda que não seja o ideal, algumas vezes há a necessidade de repetir uma palavra, principalmente se ela representar a temática central a ser abordada. Deve-se evitar ao máximo esse tipo de procedimento ou, ao menos, afastar as duas ocorrências o mais possível, embora esse seja um dos vários recursos para garantir a coesão textual. Ex.: A fome é uma mazela social que vem se agravando no mundo moderno. São vários os fatores causadores desse problema, por isso a fome tem sido uma preocupação constante dos governantes mundiais. Um termo síntese - usa-se, eventualmente, um termo que faz uma espécie de resumo de vários outros termos precedentes, como uma retomada. Ex.: O país é cheio de entraves burocráticos. É preciso preencher uma enorme quantidade de formulários, que devem receber assinaturas e carimbos. Depois de tudo isso, ainda falta à emissão dos boletos para o pagamento bancário. Todas essas limitações acabam prejudicando as relações comerciais com o Brasil. Pronomes - todos os tipos de pronomes podem funcionar como recurso de referência a termos ou expressões anteriormente empregados. Para o emprego adequado, convém rever os princípios que regem o uso dos pronomes. Ex.: Vitaminas fazem bem à saúde, mas não devemos tomá-las sem a devida orientação. / A instituição é uma das mais famosas da localidade. Seus funcionários trabalham lá há anos e conhecem bem sua estrutura de funcionamento. / A mãe amava o filho e a filha, queria muito tanto a um quanto à outra. Numerais - as expressões quantitativas, em algumas circunstâncias, retomam dados anteriores numa relação de coesão. Ex.: Foram divulgados dois avisos: o primeiro era para os alunos e o segundo cabia à administração do colégio. / As crianças comemoravam juntas a vitória do time do bairro, mas duas lamentavam não terem sido aceitas no time campeão. Advérbios pronominais (classificação de Rocha Lima e outros) - expressões adverbiais como aqui, ali, lá, acolá, aí servem como referência espacial para personagens e leitor.

Ex.: Querido primo, como vão as coisas na sua terra - Aí todos vão bem - / Ele não podia deixar de visitar o Corcovado. Lá demorou mais de duas horas admirando as belezas do Rio. Elipse - essa figura de linguagem consiste na omissão de um termo ou expressão que pode ser facilmente depreendida em seu sentido pelas referências do contexto. Ex.: O diretor foi o primeiro a chegar à sala. Abriu as janelas e começou a arrumar tudo para a assembléia com os acionistas. Repetição de parte do nome próprio - Machado de Assis revelou-se como um dos maiores contistas da literatura brasileira. A vasta produção de Machado garante a diversidade temática e a oferta de variados títulos. Metonímia - outra figura de linguagem que é bastante usada como elo coesivo, por substituir uma palavra por outra, fundamentada numa relação de contigüidade semântica. Ex.: O governo tem demonstrado preocupação com os índices de inflação. O Planalto não revelou ainda a taxa deste mês.

Coerência Freqüentemente ouvimos dizer: seu texto não tem coerente; isso não é um texto, é o samba do criolo doido; suas idéias são confusas, sem coerência. Nunca sabemos bem o que seja coerência. Que é afinal esse requisitos indispensável à existência de um texto?Coerência é a relação que se estabelece entre as partes do texto, criado uma unidade de sentido. A coesão auxilia no estabelecimento da coerência, mas não é algo necessário para que ela se dê. Temos como vimos conjuntos lingüísticos que são texto porque são coerentes, embora não tenham coesão. Assim, quando se fala em coerência, pensa-se na não-contradição de sentidos entre passagens do texto, na existência de uma continuidade semântica. Ela é um fator de interpretabilidade do texto, pois é ela que possibilita a atribuição de um sentido unitário ao texto, portanto, a sua organização subjacente. Cada uma das partes do texto deve estar relacionada a essa unidade semântica. A incoerência seria, pois, a violação das articulações de conteúdos de cada um dos níveis de organização do texto.Temos, por conseguinte, diferentes níveis de coerência:

Coerência narrativa é a que ocorre quando se respeitam as implicações lógicas existentes entre as partes da narrativa. Por exemplo: uma personagem realize uma ação, é preciso que ela tenha capacidade, ou seja, saiba e possa fazê-la. em outras palavras , a realização de uma ação implica, pressupõe um poder e um saber. Coerência argumentativa diz respeito as relação de implicação ou de adequação que se estabelecem entre certos pressupostos ou afirmação explicita colocada no texto e as conclusões que se tira deles, as conseqüências que se fazem deles decorrer. Por exemplo, o texto disser que o descontrole orçamentário é a causa da inflação e que esta é o problema mais grave dos pais, será contraditório se concluir que o governo deve aumentar os gatos públicos para reaquecer a economia. Coerência figurativa diz respeito à combinatória de figuras para manifestar um dado tema ou à compatibilidade de figuras entre si. Sabemos que as figuras se encadeiam nome percurso, para manifestar um determinado tema e, para isso, tem que ser compatíveis umas com as outras, senão o leitor não percebe o tema que se deseja veicular, Há figuras que são claramente incompatíveis entre si. ex. um aluno, ao narrar uma festa, disse que ela constava de um chá, servido numa biblioteca, onde havia estantes de mognos, livros encadernados em couro, tapetes persas, quadros de pintores famosos; que os homens estavam de terno e gravata e as mulheres de tailleur, blusa de seda e colar de pérolas; que o x foi servido por um mordomo uniformizado; que o serviço de x era de prata e de porcelana de civis e que ao fundo, tocava uma música do AGNALDO TIMÓTEO. Qualquer pessoa pertencente a nossa cultura percebe que a figura musica do o AGNALDO TIMOTEO não é compatível com as demais figuras... Há uma incompatibilidade clara entre os termos. Coerência temporal é aquela que respeita as leis da sucessividade dos eventos ou apresenta uma compatibilidade entre os enunciados do texto, do ponto de vista da localizado no tempo. Coerência espacial diz respeito à compatibilidade entre os enunciados do ponto de vista da localização no espaço.

Coerência no nível de linguagem usado é a compatibilidade, do ponto de vista da variante lingüística escolhida, no nível do léxico e das estruturas sintáticas utilizados no texto. A questão da coerência esta relacionada aos conceitos de verdade com que se trabalha. A primeira é a adequação do que foi dito à realidade ex. namorado diz à namorada que foi dormir, mas sauí para ir a uma boate. O segundo é a pressuposição entre os enunciados do texto. Ex. Os pais devem bate nos filhos. Apresentamos já diferentes níveis do texto em que precisa haver coerência: narrativa, figurativo, temporal ECT. Podemos dizer que há, em cada desses níveis, dois tipos de coerência: Coerência intratextual, que é aquela que diz respeito á relação de compatibilidade, de adequação, de não-contradição entre os enunciados do texto, como ocorre, por exemplo, quando respondemos o que nos foi perguntado, quando não desdizemos o que acabamos de dizer ECT. Coerência extra textual, que concerne à adequação do texto a algo que lhe é exterior. Essa exterioridade pode ser: O conhecimento de mundo: são aqueles dados referentes ao mundo físicos, à cultura de um povo, ao conteúdo das ciências etc. que constituem o repertório a partir do qual produzimos e entendemos textos. Os mecanismos gramaticais e semânticos da língua. Observe o texto abaixo; Felicidade é um viver como aprendiz. É retirar de cada fase da vida uma experiência significativa para o alcance de nossos ideais. É basear-se na simplicidade do caráter ao executar problemas complexos; ser catarse permanente de doação e espontânea. Nesse texto, usa-se executar no lugar de resolver, utiliza-se catarse, que significa reação de liberação ou liquidação de afetos por muito tempo recalcados no subconsciente e responsável por um trauma, indevidamente, pois se dá a essa palavra o complemento de doação sincera e espontânea. Progressão Textual Dissemos já que para um conjunto de enunciados lingüísticos ser um texto é preciso que tenha coerencia. O que garante a unidade de sentido é a relação harmoniosa das partes. Unidade, porem, não quer dizer repetição de idéias, de segmentos com o mesmo significado,um bom texto deve ter progressão, isto é

cada segmento que se sucede precisa ir acrescentando informação nova ao repetição. Em síntese, num texto, cada segmento que ocorre deve acrescentar um dado novo ao anterior.A própria repetição, quando funcional, faz isso e, portanto, justifica-se já as repetições sem função desqualificam o texto.

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