Qual é A Máscara Que Mais Utilizas No Teu Dia

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Qual é a máscara que mais utilizas no teu dia­a­dia? 

Este  inquérito/teste  é  baseado  nos  conhecimentos  da  Debbie  Ford:  “Quando  as  pessoas  boas  fazem  coisas  más” – Editora Estrela Polar.  Muitas  vezes,  as  máscaras  sociais  que  utilizamos  encontram‐se  de  tal  maneira  coladas  a  quem  somos  de  verdade que se torna difícil descobri‐las. Seja tão sincero/a quanto lhe for possível. Escolha apenas uma letra  por cada série de questões.   QUESTÕES  1. Como é que tu te vês a ti mesmo?  A. B. C. D. E. F. G. H. I. J. K. L. M. N. O. P. Q. R. S. T.

Gosto de me sentir bem acerca de quem sou.  Sou um perito em avaliar as outras pessoas.  Estou no meu meio quando agrado aos outros.  Provocador. Sei o que quero e como consegui‐lo.  A minha atitude é sossegada e desarmante.  Está sempre tudo bem, sou despreocupado e sem problemas.  Sacrifico‐me muitas vezes para que outros se sintam bem.  Sou uma força positiva no mundo.  Se consigo que os outros estejam felizes, eu também fico feliz.  Afectivamente desligado dos outros, prefiro que me deixem em paz.  Sou o melhor, mais forte e mais poderoso do meu grupo de amigos.  Sou sempre a alma de qualquer festa!  Tenho uma grande capacidade de processar e digerir muita informação.  “Se ao menos me dessem ouvidos” é a minha expressão mais habitual.  Pessimista por natureza, angustiado e ansioso.  Tenho um sentido de humor genuinamente bom.   Capaz de criar amizade com pessoas influentes.  Tenho uma imaginação extraordinária.  A minha vida está cheia de obstáculos, que me ajudam a crescer.  Sou um campeão de sucessos, conseguindo executar várias tarefas em pouco tempo! 

  2. Como é que achas que os teus amigos te vêem a ti?  A. B. C. D. E. F. G. H. I. J. K. L. M. N. O. P. Q. R. S. T.

Bondosa, carinhosa, sensual e atenciosa.  Culto, educado e viajado.  Capaz de dar tudo e ainda mais para ajudar um amigo.  Forte, conquistador e agressivo por vezes.  Sensível, vulnerável e muito inocente.  Calmo, confiante e sorriso constante nos lábios.  Egoísta e puritano, mas ao mesmo tempo bondoso.  Incapaz de dar nas vistas e sempre pronta a ajudar os amigos.  Amistoso, empático e solidário.  Infrinjo facilmente as regras da sociedade e sou duro de roer.  Intriguista, confunde a verdade facilmente e tem que ter sempre razão.  Toneladas de energia e sempre feliz.  Aquele que tem as respostas na ponta da língua.  Sempre disponível para os outros e capaz de ajudar os que se sentem infelizes.  O azarado a quem todas as coisas más acontecem. Poucos amigos.  Despreocupado, bem‐humorado e bem‐disposto.  Alegre e contente quando ajudo os outros. Escolho muito bem as amizades.  Fumador, introvertido e muito calmo.  Um coitado a quem só acontecem desgraças.  Empreendedor, perfeccionista e  crítico. 

©Emídio Carvalho, 2009 



    3. Em relação à tua infância...  A. B. C. D. E. F. G. H. I. J. K. L. M. N. O. P. Q. R. S. T.

Não te sentiste suficientemente amada.  Sentes que não foste desejado.  Fui gravemente ferido (física e/ou emocionalmente).  Tive que aprender a sobreviver ás minhas custas.  Nunca fui quem era de verdade para ter a aprovação dos que me rodeavam.  Vivi sob uma mãe sofredora que tudo fazia para fingir que estava tudo bem.  Nunca foste suficientemente bom para aqueles que eram importantes para ti.  Foi perfeita. E ainda hoje tenho uma vida perfeita.  Aprendi que era perigoso pedir o que queria para mim.  Vivi um ambiente familiar violento em que cada um tinha que aprender a defender‐se.  Maus tratos, maus tratos, maus tratos. Ferido, ferido, ferido.  Aprendeste desde muito cedo que não merecias ser amado.  O menos inteligente da família (ok, o “burro”!).  Tiveste que suportar a impotência de assistir à dor da doença crónica do pai ou mãe.  Ainda hoje culpabilizas os pais e/ou irmãos pela triste vida que tens.  Refugiavas‐te na brincadeira, nos livros de banda desenhada, para não teres que lidar com a tristeza à  tua volta.  Vivias fascinado pela vida dos ricos e poderosos. Fantasiavas ser como eles.  Aprendeste muito cedo que participar na vida familiar activamente era sempre causa de sofrimento.  Fui vitimizado inúmeras vezes por alguém que amava.  Sentias‐te um inútil, sempre com medo dos adultos. 

  4. A tua maior vergonha (e que acreditas os outros não sabem) é ser...  A. B. C. D. E. F. G. H. I. J. K. L. M. N. O. P. Q. R. S. T.

Vulgar, indesejável, detestável, vazia, uma pessoa insignificante.  Inferior, inútil, impotente, invisível, medíocre, indesejado.  Inútil, insignificante, dispensável, carente, indesejado, passivo‐agressivo.  Fraco, receoso, inseguro, impotente, perdedor, cobarde.  Mesquinha, insignificante, impotente, insuficientemente boa, incapaz, vigarista, mentirosa.  Incapaz, impotente, excessivamente sensível, descontrolado, palerma.  Irresponsável, egocêntrico, descontrolado, impotente, dispensável, inútil.  Imperfeita, indesejável, acabrunhada, falsa, má.  Sem carácter, ofensivo, egoísta, mau rapaz, manipulador, vingativo.  Impotente, fraco, carente, vulnerável, palerma, uma desilusão.  Cobarde, ferido, impotente, traiçoeiro, produto danificado.  Triste, resignado, pessimista, desanimado, rejeitado, desesperado, não mereces ser amado.  Insuficientemente bom, inferior, medroso, emocionalmente contestado, estúpido, idiota.  Carente, inútil, desesperado, insensível, egoísta, inferior.  Inútil, ofendido, rejeitado, abandonado, sem solução, desamparado.  Incapaz de seres amado, maçador, inútil, diferente, rejeitado, nada de especial, não és autêntico.  Não serves para nada, inferior, sempre em segundo lugar, sem talento, inseguro, dissimulado.  Inerentemente imperfeito, doentio, ferido, aterrorizado, proscrito, antipático, só.  Antipática, indigna de felicidade, indefesa, triste, impotente, resignada.  Sem mérito, inferior, maçador, mediano, inútil, assustado.  

        ©Emídio Carvalho, 2009 



    5. Escolhe uma afirmação com a qual te identifiques.  A. B. C. D. E. F. G. H. I. J. K. L. M. N. O. P. Q.

“Passo o tempo a pensar no meu visual e em como os outros me vêem.”  “Sou um amante carismático capaz de derreter a defesa mais estóica com um sorriso.”  “Tenho uma necessidade profunda de ajudar os outros. Sempre.”  “Gosto de provocar, intimidar, e apontar o dedos aos outros.”  “A minha simpatia e inocência são aparentes e servem para encobrir muitas mentiras.”  “Esforço‐me continuamente para fazer ver aos outros que está tudo bem. No worry.”  “Carrego o mundo ás costas, já que os outros são tão irresponsáveis.”  “Sou a diferença positiva no mundo. Sempre com um sorriso para dar a todos.”  “Se as pessoas à minha volta estiverem felizes, eu também fico feliz.”  “Cuidado! Fui muito maltratado na infância. Se não te meteres comigo eu deixo‐te em paz.”  “Odeio tudo e todos. Só consigo algum alívio quando faço sofrer os outros.”  “Estou determinada a provar que sou a pessoa mais feliz, mais afável e mais carinhosa do mundo.”  “Gosto de corrigir os meus amigos quando dizem algo que sei estar errado.”  “Estou sempre disponível para ajudar os amigos. Preciso de sentir que sou necessário.”  “Tenho muito medo do futuro. Prefiro agarrar‐me ao passado, por mais doloroso que seja.”  “Adoro contar anedotas. Gosto de me divertir e certifico‐me que os meus amigo também!”  “Adoro  mencionar  os  nomes  das  pessoas  com  quem  me  relaciono  e  que  ocupam  uma  posição  social  elevada.”  R. “Gosto de frequentar cursos de desenvolvimento pessoal porque sei que devo ser muito mais do que  aquilo que penso acerca de mim. E quero eliminar este problema de obesidade.”  S. “Só  podemos  evoluir  através  do  sofrimento.  E  todo  o  meu  sofrimento...  cansa‐me,  mas  deve  ser  karma.”  T. “Onde quer que vá sou sempre o centro das atenções! E eu adoro ser o centro das atenções!”    6. Qual dos seguintes NÃO É e/ou NÃO QUER SER (mas tem um/a amigo/a que é):  A. B. C. D. E. F. G. H. I. J. K. L. M. N. O. P. Q. R. S. T.

A SEDUTORA  O CONQUISTADOR  O SUBSERVIENTE  O RUFIA  A COBRA SILENCIOSA  O IMPASSÍVEL   O MÁRTIR  A BOA RAPARIGA  O TIPO FIXE  O DURO DE ROER  O SEVICIADOR  O ETERNO OPTIMISTA  O INTELECTUAL  O SALVADOR  O DEPRESSIVO  O BRINCALHÃO  O APOIANTE OFICIAL  O SOLITÁRIO  A VÍTIMA  O SOBREDOTADO 

      ©Emídio Carvalho, 2009 



  SOLUÇÃO  Verifique qual a letra que mais vezes se repete nas suas escolhas. Depois verifique quais os seus desafios, o  que pode fazer para crescer enquanto ser humano. Se obteve sempre letras diferentes, verifique apenas o que  respondeu na questão #6.  A Máscara...  A) A Sedutora 

... E o Desafio.  O desafio da Sedutora é reconhecer que a sua ânsia pela atenção, admiração e afecto dos  outros é um grito desesperado do seu mundo interior para a sua necessidade de dar essas  coisas a si própria. Ela tem de estar disposta a sentir o vazio e o sofrimento da abstinência  que encontrará quando não tiver um objecto/pessoa para excitar, divertir e seduzir com  os seus encantos. Assim que compreender que aquilo que procura só pode ser encontrado  dentro de si, pode empreender a jornada curativa da ligação com o seu Eu Superior, que  preencherá o vazio emocional e aumentará a sua auto‐estima. 

  B) O Conquistador

O Desafio do Conquistador é reconhecer que, embora ele tenha o carisma para seguir por  atalhos  para  conseguir  o  que  quer,  nunca  se  sentirá  bem  consigo  próprio  enquanto  depredar outra pessoa. O Conquistador pode necessitar de investigar aprofundadamente   o  seu  próprio  passado  –  até  ao  momento  em  que  decidiu  que  a  sua  melhor  hipótese  de  sucesso  era  vigarizar  as  pessoas  roubando  o  delas.  O  caminho  para  a  integridade  do  Conquistador  é  o  reconhecer  até  que  ponto  se  sente  mal  consigo  próprio,  praticar  a  verdade e cultivar sentimentos de auto‐estima fazendo escolhas poderosas. 

  C) O Subserviente

O desafio do Subserviente é admitir que tem utilizado o disfarce da dádiva como forma de  alimentar a sua própria sensação de pertencer e de importância. Ao permitirem‐se sentir  as  emoções  ocultas  que  reprimem  através  do  acto  da  dádiva,  começam  a  reconhecer  até  que ponto são carentes da sua própria caridade. Assim que o subserviente aceita o facto de  que não é tarefa sua agradar aos outros, consegue concentrar toda a sua atenção e energia  na única pessoa a quem tem o poder de agradar: a si próprio. 

 

D) O Rufia 

O desafio do Rufia é perceber que, embora o uso da força lhe permita ganhar a batalha a  curto prazo, também lhe granjeia muitos inimigos pelo caminho. Ao descobrir a aceitação  das  suas  fraquezas,  ao  admitir  quando  se  sente  impotente  e  ao  reconhecer  a  sua  vulnerabilidade, coloca‐se na verdade numa posição de poder autêntico.  

  E) A Cobra Silenciosa

  F) O Impassível 

  G) O Mártir 

  ©Emídio Carvalho, 2009 

O  desafio  da  Cobra  Silenciosa  é  reconhecer  que  não  é  assim  tão  inócua.  Por  se  ter  convencido até a si própria de que é uma vítima, o primeiro e mais difícil desafio da Cobra  Silenciosa  é  admitir  que  é,  de  facto,  um  predador.  O  que  a  Cobra  Silenciosa  deve  fazer  é  prestar muita atenção ao seu dialogo interior e perceber as suas verdadeiras intenções. As  Cobras  Silenciosas  têm  de  se  apanhar  no  acto  de  calcularem  a  jogada  seguinte.  Dizer  a  verdade é o maior desafio que enfrentam, porque são mestres do engano. Ser franca sobre  o  que  quer  força‐a  a  sair  do  esconderijo  para  descobrir  o  seu  poder  autêntico  e  o  seu  verdadeiro mérito.  O  desafio  do  Impassível  é  ser  realista  e  reconhecer  e  aceitar  o  mundo  imperfeito.  Por  serem tão comandados pela necessidade de parecer perfeitos, os que usam esta máscara  têm  de  se  desafiar  a  si  próprios  a  prestar  um  pouco  menos  de  atenção  às  aparências  exteriores e um pouco mais de atenção à sua experiência interior. Devem estar dispostos a  enfrentar o terror que sentem quando pressentem que estão descontrolados e conceder a  si próprios autorização para não terem controlo nenhum. Em breve perceberá que os seus  maiores defeitos o tornam mais humano.  O  desafio  do  Mártir  começa  por  aceitar  o  facto  de  que  os  seus  motivos  não  são  tão  altruístas, nem tão nobres como levam os outros a pensar. Por cada acto de auto‐sacrifício,  o ego ferido do mártir recebe uma compensação – seja sob a forma de respeito, admiração  ou  apenas  uma  boa  dose  de  boa  e  velha  piedade  por  parte  dos  outros.  Ao  reconhecer  a  necessidade mais profunda que estão a tentar preencher através do seu próprio sacrifício  (que  é  permiterem‐se  ser  amados),  os  Mártires  podem  adoptar  uma  atitude    mais  responsável, escolhendo conscientemente o que farão para cuidar dos outros e o que farão  para cuidar de si próprios.  4 

  A Máscara...  H) A Boa Rapariga   

... E o Desafio. 

  I) O Tipo Fixe

 

J) O Duro De Roer

  K) O Seviciador 

  L) O Eterno Optimista

 

M) O Intelectual

 

N) O Salvador

  ©Emídio Carvalho, 2009 

O desafio da Boa Rapariga começa por reconhecer as experiências que teve cedo na vida  que a levaram a crer que é má e que, para ser amada, aceite e bem‐vinda tem de projectar  uma  imagem  de  bondade  e  perfeição.  Raspando  a  superfície  da  personalidade  da  Boa  Rapariga, começa a expor os seus impulsos e desejos autênticos mas rejeitados. Só quando  tiver contacto com eles é que os pode reconhecer como aspectos importantes e valiosos da  sua  natureza.  Isto  permite  que  a  Boa  Rapariga  se  torne  honesta.  As  pessoas  do  tipo  Boa  Rapariga  muitas  vezes  não  encontram  motivação  para  mudar  até  se  terem  esgotado  a  tentar provar como são perfeitamente boas e se terem sufocado dentro das limitações das  suas máscaras. Assim que se assume, a Boa Rapariga pode ter a expectativa de reivindicar  o seu poder  e de experienciar níveis mais genuínos de se expressar.  O desafio do Tipo Fixe é reconciliar‐se com o seu Eu Mesquinho, colérico e por vezes mau.  Por  ter  passado  a  vida  como  escravo  da  aprovação  de  outras  pessoas,  o  desafio  do  Tipo  Fixe começa quando ele decide pôr as suas preferências no topo da lista (o que não é tão  simpático).  O  passo  evolutivo  seguinte  para  qualquer  homem  que  use  esta  máscara  é  tornar mais evidentes os seus pedidos e desejos em vez de se recostar à espera que seja  realizados por magia se ele for suficientemente simpático. Ele tem que compreender que  não é muito simpático dedicar a vida a cuidar dos outros deixando de cuidar de si próprio.  O desafio do Duro de Roer é descobrir quais são os seus sentimentos vulneráveis e frágeis  que está a tentar proteger sob a sua fachada endurecida. Embora esta máscara sirva para  manter  afastadas  pessoas  e  experiências  potencialmente  ofensivas,  também  mantém  o  amor, o sucesso e a intimidade à distância, o que só conduz a um maior isolamento. Este  tipo  de  pessoa  pode  canalizar  os  seus  impulsos  protectores  para  uma  direcção  mais  saudável  estabelecendo  bons  limites  que  protejam  os  seus  corações  feridos,  sem  os  impedir de sentir toda a gama de emoções humanas – incluindo o amor.  O desafio do Seviciador é reconhecer os danos que as suas acções infligem noutras pessoas  e o mal que acarretam – que é uma parte do problema, pois ou não têm consciência (um  defeito nos seus circuitos integrados humanos) ou já a enterraram há muito tempo. Para  se curar, tem de perceber que transferir a sua raiva para os outros pode aliviar a pressão  interior  por  momentos,  mas  no  final  todos  os  actos  ofensivos  que  comete  contra  outros  são actos ofensivos contra si mesmo. A sua única esperança de redenção é encontrar uma  força maior do que ele e pedir humildemente ajuda a essa força. Deve buscar o perdão dos  outros e depois o seu.  O  desafio  do  Eterno  Optimista  é  aceitar  que  a  vida  nem  sempre  é  um  mar  de  rosas.  A  máscara do Eterno Optimista é difícil de desmontar, porque muitos estão convencidos de  que estar loucamente feliz o tempo todo é uma medalha de ouro da vida. Este género de  pessoas  muitas  vezes  é  a  que  argumenta  com  maior  veemência  que  não  usa  máscara  nenhuma. Para os ajudar a ver através da sua própria fachada, peço‐lhe para passarem 10  minutos  por  dia  a  olhar  para  o  espelho  enquanto  executam  o  seu  melhor  número  do  “Estou tão feliz”. Isso é suficiente. O seu desafio é ser quem é sem nenhum revestimento e  saber  no  seu  íntimo  que  será  amado,  aceite  e  bem‐vindo  exactamente  como  é.  Tem  de  acalmar o suficiente para sentir a dor, a vergonha ou o desconforto que mascara com a sua  falsa exuberância.   O  desafio  do  Intelectual  é  abdicar  da  dependência  do  reduto  seguro,  metódico  e  rigidamente  estruturado  da  mente  racional  e  permitir‐se  aventurar‐se  no  mundo  imprevisível, desordenado, arriscado e muitas vezes assustador das emoções e do coração.  Tem de compreender que saber é muitas vezes o prémio de consolação e que a verdadeira  intimidade e ligação emocional só podem ser desenvolvidas quando equilibramos a mente e  o espírito.  Saindo da sua fortaleza mental e abrindo‐se às ideias e sentimentos dos outros,  quem usa esta máscara pode começar a desenvolver verdadeira compaixão e intimidade.  O desafio do Salvador é perceber que obtém a sua identidade através do que dá e do que  faz e que está a tentar preencher as suas necessidades através desse papel. Os Salvadores  dão‐se bem com qualquer crise, drama ou situação de grande tensão – qualquer situação  em que possam aparecer como os libertadores  – e, consequentemente, muitas vezes dão  por  si  a  gerir  situações  ou  colapsos  graves  uns  atrás  dos  outros,  negligenciando  as  suas  próprias  necessidades.  Isto  torna‐os  rancorosos  e  amargos,  porque  nunca  se  sentem  suficientemente apreciados, estimados ou compensados por tudo o que dão. O seu desafio  fundamental é admitir que dão para receber em troca e que não são vítimas daqueles que  cuidam. Quando forem capazes de assumir responsabilidade pela sua própria infelicidade   5 

 

e descobrirem o seu valor inerente, serão livres para terem relacionamentos saudáveis. 

A Máscara...  O) O Depressivo

... E o Desafio. 

  P) O Brincalhão

  Q) O Apoiante Oficial

  R) O Solitário

  S) A Vítima

T) O Sobredotado

 

 

 

O  desafio  do  Depressivo  é  reconhecer  a  espiral  negativa  e  repetitiva  que  escuta  hora  a  hora,  dia  após  dia,  e  fazê‐la  cessar.  Tem  que  penetrar  corajosamente  nas  suas  emoções  dolorosas e permitir‐se expressar com segurança a energia vulcânica negativa e tóxica que  espreita sob a superfície da sua depressão e que faz com que experiencie o rescaldo por  vezes  anos  depois  de  um  trauma  emocional.  Ao  permitir‐se  libertar  as  suas  emoções  reprimidas, o Depressivo pode voltar a experienciar toda a gama de sentimentos, perdoar  e seguir em frente. Tem de e esforçar muito por rodear‐se de pessoas positivas e criar uma  nova  visão  para  a  sua  vida.  Trabalhar  com  pessoas  menos  afortunadas  pode  ser  a  sua  passagem para a liberdade.  O desafio do Brincalhão é, em primeiro lugar, perceber que a sua máscara não lhe assegura  verdadeiramente  o  amor  que  procura  e  que  a  sua  profunda  necessidade  de  uma  ligação  autêntica continuará por preencher enquanto for a sua máscara a assumir o controlo. Tem  de desenvolver a confiança de saber que é suficiente – que é passível de ser amado quer  esteja a ser engraçado ou interessante. O seu desafio é concentrar‐se mais em ouvir do que  em falar, para deixar emergir a expressão apropriada e autêntica de si próprio. Acima de  tudo, o Brincalhão tem de encontrar a aceitação de toda a gama de emoções que reside no  seu  íntimo,  caso  contrário,  a  resistência  e  desdém  que  sente  em  relação  à  sua  própria  humanidade  empurrá‐lo‐á  de  volta  para  o  esconderijo.  Tem  de  encontrar  o  seu  mérito  inerente alheio ao seu humor.    O desafio do Apoiante Oficial é sair da sombra da pessoa que apoia e afirmar‐se por direito  próprio. Para o fazer tem de reconhecer as formas como se tem alimentado da energia de  outra  pessoa,  reivindicando‐a  como  sua.  O  Apoiante  Oficial  tem,  em  última  análise,  de  arriscar  a  segurança  da  sua  posição  junto  de  alguém  famoso  a  fim  de  descobrir  o  seu  próprio  poder  autêntico.  Tem  de  reconhecer  que  o  seu  papel  como  apoiante  é  tão  importante como aquele que serve. Há que praticar a humildade, se quiser curar a ferida  profunda que lhe diz que quem ele é não é suficientemente bom. Quando ele descobrir o  respeito por si próprio, os outros também o respeitarão.  O  desafio  do  Solitário  é  começar  por  admitir  que  está,  de  facto,  completamente  só.  A  máscara  que  construiu  para  evitar  sentir‐se  sozinho  conduziu‐o  a  um  isolamento  e  uma  vergonha mais acentuados.  Tem de arranjar humildade para reconhecer que não é melhor  nem pior que qualquer outra pessoa e deve ser suficientemente vulnerável para se expor e  ser visto, apesar de se sentir imperfeito. Ao lidar com as dependências que o mantiveram  só e envergonhado, fica mais capacitado para ignorar a voz que o avisa que é mais seguro  recuar  do  integrar‐se.  Um  grupo  de  meditação,  canto  ou  de  apoio  emocional,  podem  proporcionar  ao  Solitário  a  oportunidade  de  baixar  as  defesas  e  de  se  integrar.  Uma  vez  ligado a algo maior do que ele, e depois de descobrir que detém dons especiais e que a sua  vida tem importância, deixará de sentir razões para se esconder.  O  desafio  da  Vítima  é  assumir  a  responsabilidade  pela  maneira  como  participou  ‐   consciente  ou  inconscientemente  –  nos  acontecimentos  infelizes  da  sua  vida.  Reivindicando  a  propriedade  daquilo  que  realmente  controla,  começa  a  ver‐se  como  criadora do seu próprio destino. Para penetrar na máscara da vitimização, a Vítima tem de  ser  honesta  acerca  do  que  obtém  ao  usar  essa  coroa  e  depois  decidir  por  si  que  a  compensação deixou de valor o preço elevado que tem andado a pagar.  O  desafio  do  Sobredotado  é  cessar  de  definir  quem  é  pela  medida  do  que  faz.  Quando  o  Sobredotado começa a dar mais valor à sua qualidade de vida do que às suas realizações,  aprende a parar e a saborear o fruto do seu esforço em vez de perseguir insaciavelmente  cada vez mais. Assim que o Sobredotado se apercebe que fazer mais não é uma inoculação  contra ser mediano, fica liberto para experienciar o momento – não como medida do seu  valor, mas como uma oportunidade de sentir e desfrutar a vida. Tem que descobrir o seu  mérito inerente em ser apenas quem é, sem nenhum dos seus ornamentos de realização.  

E agora, para que desfrute plenamente do ser completo que é, que tal começar a desmascarar a sua máscara?  A persona que construiu como forma de se proteger.  Há várias coisas que pode fazer. Inscrever‐se num dos seminários dedicados à Sombra. Ler o livro da Debbie  Ford, “Quando as pessoas boas fazem coisas más”, ou simplesmente observar‐se ao longo do dia. Observe os  seus pensamentos mais frequentes. É a sua vida e só você tem os comandos na mão (e no coração)!  ©Emídio Carvalho, 2009 


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